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Es

Este manual pretende ajudá-lo a


compreender melhor os recursos
usados em formação

Modulo 6
Recursos didáticos e
multimédia

Perpétua Sousa
Índice
A SELEÇÃO, ELABORAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE AUDIOVISUAIS NA FORMAÇÃO ............................................................ 4

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................... 4
O QUE SÃO OS AUDIOVISUAIS? ................................................................................................................................. 4
PORQUÊ OS AUDIOVISUAIS? ....................................................................................................................................... 6
A imagem torna-se pois um complemento fundamental da palavra em virtude de poder ser: .................. 7
Salientemos também outros motivos que justificam o uso dos meios audiovisuais: .......................................... 7
ESCOLHA DE AUDIOVISUAL? ...................................................................................................................................... 8
Assim, a eficácia ou ineficácia de um apoio audiovisual depende da sua: ..................................................... 8
PRINCIPAIS MEIOS AUDIOVISUAIS .............................................................................................................................. 9
MEIOS VISUAIS NÃO PROJETÁVEIS ......................................................................................................................... 9
Nesta categoria englobamos um conjunto de documentos bastante diversificados, tais como: ............... 9
Os documentos gráficos propriamente ditos apelam a técnicas variadas: ....................................................10
Assim, os cartazes utilizados para o ensino podem ser de três tipos:..................................................................10
Os elementos que compõem um cartaz são: .........................................................................................................11
• Ilustração ..................................................................................................................................................................11
• Letragem ..................................................................................................................................................................12
• A Cor .........................................................................................................................................................................13
B. Os Quadros Tipos e Características ...................................................................................................................16
De um modo geral, os quadros: .................................................................................................................................16
Características dos Quadros: ......................................................................................................................................17
Iluminação e localização dos quadros .....................................................................................................17
A má iluminação provoca perda de contraste e má legibilidade ..............................................17
Dimensão dos caracteres ...........................................................................................................................18
Utilização e exploração ...................................................................................................................................18
O cavalete de papel (quadro de papel ou conferência) ................................................................19
Assim aconselha-se a sua utilização como complemento ao quadro branco para: ....................................19
MEIOS VISUAIS PROJETÁVEIS .....................................................................................................................................19
O Retroprojetor .......................................................................................................................................................19
Documentos para retroprojetar ..................................................................................................................................20
Qualquer que seja o processo escolhido para realizar uma transparência, há alguns aspetos que
precisam de ser cuidados: ...........................................................................................................................................20
O Projetor de Diapositivos .....................................................................................................................................20
O Episcópio (Projetor de Opacos) ......................................................................................................................21
Videoprojetor ..........................................................................................................................................................22
Quadros interativos ................................................................................................................................................23
CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS E APRESENTAÇÕES ........................................................................................................24
- CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS PARA AS AÇÕES DE FORMAÇÃO ........................................................................24
- REGRAS PARA A CRIAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DIAPOSITIVOS...................................................................25
AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO ..............................................................................................................26
- ENSINO ASSISTIDO POR COMPUTADOR ...............................................................................................................26
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................26
O Papel e os Estatutos dos Parceiros na Situação A ...............................................................................................26
A Relação Pedagógica ................................................................................................................................................27
O Papel e o Estatuto dos Parceiros na Situação B ..................................................................................................28
A Segurança ...................................................................................................................................................................29
A AUTOFORMAÇÃO ASSISTIDA POR COMPUTADOR .......................................................................................29
A Ausência do Formador .............................................................................................................................................31
Relação Aluno/Computador...............................................................................................................................31
O Diálogo Computador – Aluno .................................................................................................................................32
Etapas para a Realização de um Produto Didático Informático .................................................................32
Apresentação de um Método de Trabalho .............................................................................................................33
A Conceção do Produto .............................................................................................................................................33
Os Estudos Pedagógicos..........................................................................................................................................33
A – 1. Os Objetivos do Produto Didático ...................................................................................................................34
A – 2. O Nível de Entrada .............................................................................................................................................35
A – 3. Conteúdo Temático ...........................................................................................................................................35
A – 4. As escolhas e a estratégia pedagógica........................................................................................................36
B. A Criação do Produto Didático ..............................................................................................................................36
A Realização do Produto .............................................................................................................................................38
Ou então..........................................................................................................................................................................38
A Qualificação Pedagógica .......................................................................................................................................40
- ENSINO À DISTÂNCIA ...............................................................................................................................................41
A escolha dos meios pedagógicos é condicionada por: ....................................................................................43
Sistema de apoio aos/às alunos: ...................................................................................................................43
Como Funciona um Círculo de Aprendizagem em Ead ...............................................................................44
Custos do Ensino à Distância ...........................................................................................................................46
Considerações Finais .................................................................................................................................................47
✓ Dizem alguns teóricos que à medida que o indivíduo amadurece: .....................................................47
Bibliografia .......................................................................................................................................................................48
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A SELEÇÃO, ELABORAÇÃO E
EXPLORAÇÃO DE AUDIOVISUAIS NA
FORMAÇÃO

INTRODUÇÃO

O QUE SÃO OS AUDIOVISUAIS?

A palavra “audiovisual” foi empregada pela primeira vez, pelos pedagogos americanos
por volta de 1930 (“audiovisual”, “audiovisual media”) fruto do desenvolvimento da
reprodução sonora e da radiodifusão, logo seguida do cinema sonoro.

Foi, no entanto, no decorrer dos últimos anos da 2ª Guerra Mundial, que os meios
audiovisuais ganharam um maior incremento, ao serem utilizados na Formação acelerada
de soldados sobre novos equipamentos e novas técnicas.

De então para cá, a expressão passou a ser aplicada, com certa incorreção, a novos
meios, só visuais ou só sonoros ou a meios que associam som e imagem.

O termo “audiovisual” encontra-se em todo o lado e não há nenhum domínio onde não
se venha a encontrar este tema.

Agora tudo é audiovisual. Isto é tão verdade que aceitamos ambiguamente como meios
audiovisuais aqueles que são só visuais ou só auditivos.

Não há uniformidade quanto ao que se deva considerar meio audiovisual, no entanto, damos
esta definição:

“Meios audiovisuais são um conjunto de documentos e ou aparelhos desenvolvidos pela


tecnologia moderna para facilitar a aprendizagem e a informação, através de
experiências sensoriais, sonoras e ou visuais"

Segundo esta definição, os meios audiovisuais podem obedecer à seguinte classificação:

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

• Gira discos; Guarda


Som;
AUDITIVOS • Qualquer sonorização.

• Episcópio;
• Retroprojetor
Animados: Filme Mudo FIXOS ;
COM • Dispositivos:
PROJEÇÃO
• Filme Fixo

VISUAIS

• Desenhos;
• Cartazes;
• Gravuras;
• Quadros (preto, verde, porcelana, magnético, de papel,
eletrónico);
• Fanelógrafo;
SEM
PROJEÇÃO • Maquete;
• Modelo

• Montagem audiovisual (diaporama);


• Filme sonoro;
• Televisão;
• Computador;
AUDIOVISUAIS
• Máquina de Ensinar (livro mais fita ou disco ou
programa de computador).

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

PORQUÊ OS AUDIOVISUAIS?

O Formador deve procurar todos os meios e técnicas que facilitem aos/às Formandos a
aquisição dos conhecimentos ou das atitudes que lhe vão ser transmitidas.

O ambiente que cerca o aluno cria aspetos de grande importância para a aprendizagem.

Se pensarmos nesse conjunto de contingências que influem no processo de


aprendizagem, poderemos até falar de “ecologia da aprendizagem”.

Nessa “ecologia” ocupam lugar de destaque os recursos audiovisuais.

Comunicar, hoje em dia, é ser capaz de utilizar criteriosamente o conjunto de meios de que o
homem/mulher moderno dispõe.

É ser capaz de recorrer à tecnologia tanto para emitir como para receber mensagens.

A linguagem oral, recurso de ensino mais utilizado pelo professor, pode ser apoiado por
outros recursos que estimulem outros sentidos.

Os sentidos são a ligação entre o ser humano e o mundo exterior e, se pensarmos numa
“ecologia da aprendizagem” deveremos criar um ambiente que permita estimular o maio
número de sentidos possível.

Na verdade, para a apresentação de ideias e novos conceitos, o nosso cérebro recorre a


todos os cinco sentidos de que dispõe.

Ao estudarem os cinco sentidos, os cientistas concluíram que a visão é o que apresenta


maior possibilidade percentual de aprendizagem.

1% Através do Gosto 1,5% Através do Tato

11% Através da Audição 83% Através da Visão

20% do que escutamos 30% do que vemos

50% do que vemos e escutamos 70% do que dizemos e discutimos

90% do que dizemos e realizamos

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Estes números demonstram, assim, que a palavra não é só por si suficiente para uma
aprendizagem efetiva.

A imagem torna-se pois um complemento fundamental da palavra em virtude de poder ser:

• Permanente;
• Concreta;
• Precisa.

A eficácia de um Formador assenta na forma como associa a imagem à Palavra.

A combinação do oral e visual permite uma alta retenção e, portanto, uma facilidade
muito maior na aprendizagem.

Os recursos audiovisuais formam, portanto, a combinação simples que oferece as


melhores contingências para a aprendizagem.

É importante levar em conta a participação da pessoa que aprende. Ela não deve ter
uma atitude passiva, mas, ativa, fazendo com que os sentidos, em maior número possível,
sejam estimulados para absorver as informações.

Salientemos também outros motivos que justificam o uso dos meios audiovisuais:

1. Grande impacto no auditório;

2. Aumentam o interesse e a atenção dos participantes;

3. Facilitam a retenção na memória;

4. Permitem economia de tempo na sessão;

5. Facilitam a atividade do monitor no que diz respeito à

apresentação da comunicação e ao cumprimento do


MOTIVOS programa que se propôs;

6. Facilitam a troca de ideias entre os participantes pois os


dados são apresentados a todos simultaneamente.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

ESCOLHA DE AUDIOVISUAL?

O audiovisual é um apoio, ou recurso, a que o monitor deita mão para melhorar a


eficácia do seu ensino, será um precioso auxiliar se for cuidadosamente selecionado e
elaborado e corretamente utilizado.

Deve ser adaptado ao currículo, à idade e ao nível intelectual doss participantes e estar
perfeitamente integrado no tema que vai ser abordado.

Assim, a eficácia ou ineficácia de um apoio audiovisual depende da sua:

• Escolha;
• Elaboração;
• Exploração.

Vários são os fatores que condicionam e influenciam a escolha do apoio a utilizar pelo
formador:

1. Os objetivos da sessão e o assunto a ilustrar;

2. Os meios audiovisuais de que o formador dispõe;

3. O tempo e a capacidade que o formador têm para

preparar a sessão e elaborar os respetivos apoios


FATORES QUE audiovisuais;
INFLUENCIAM
4. A duração prevista para a sessão e o local onde ela se realiza;

5. A funcionalidade do meio e o conhecimento que dele tem o


formador;
6. Os custos envolvidos.

Perante estes fatores será errado dar “receitas” ou exemplos que poderiam afetar ou
condicionar o critério do formador.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Cada formador, cada sessão, cada grupo de participantes, tem as suas características
próprias que têm de ser consideradas ao estruturar uma sessão de formação.

O importante é saber utilizar pedagogicamente os meios audiovisuais fazendo deles


instrumentos de criação, expressão e comunicação.

PRINCIPAIS MEIOS AUDIOVISUAIS


Os meios de maior divulgação, no momento atual, são os seguintes e podem agrupar-se em
dois grandes grupos:

MEIOS VISUAIS NÃO PROJETÁVEIS

Os meios visuais não projetáveis compreendem todos os estímulos visuais que não necessitam
de nenhum equipamento especial (ótico ou eletrónico) para serem observados e ou
analisados pelos Formandos.

Nesta categoria englobamos um conjunto de documentos bastante diversificados, tais como:

1. Os objetivos da sessão e o assunto a ilustrar;

2. Os meios audiovisuais de que o formador dispõe;

3. O tempo e a capacidade que o formador têm para

preparar a sessão e elaborar os respetivos apoios


audiovisuais;

4. A duração prevista para a sessão e o local onde ela se realiza;


MEIOS VISUAIS 5. A funcionalidade do meio e o conhecimento que dele tem o
NÃO formador;

PROJETAVEIS 6. Os custos envolvidos.

• Não são caros;

OS DOCUMENTOS GRÁFICOS
• São de fácil preparação e
utilização.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Estes meios de comunicação, oferecem enormes possibilidades ao/à formadora e oferecem


as vantagens seguintes:

São documentos utilizados para comunicar factos, ideias, mensagens de uma maneira
simples e precisa – graças à disposição ou utilização de desenhos, palavras, imagens.

Podemos utilizá-los sempre que tenhamos necessidade de ilustrar uma informação de


carácter descritivo.

Os documentos gráficos propriamente ditos apelam a técnicas variadas:

• Desenhos;
• Letragem;
TÉCNICAS A
• Aplicação da
TER EM cor;
ATENÇÃO NOS • Colagem;
DOCUMENTOS • Recorte;
GRÁFICOS • Fotografias.

Os documentos gráficos não são necessariamente obras de arte, no entanto devem


possuir um certo número de qualidades a fim de assegurarem a sua eficácia:

Os Cartazes

De entre os meios de comunicação visual, o cartaz aparece como um dos mais utilizados em
virtude da sua versatilidade e por atrair o olhar do espetador e transmitir-lhe imediatamente a
ideia desejada.

Assim, os cartazes utilizados para o ensino podem ser de três tipos:

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

• Motivadores;

TIPOS DE CARTAZES • Instrutivos;


• Divulgadores
.

O cartaz caracteriza-se por apresentar através de ilustrações, textos, etc. uma mensagem
clara e direta do tema escolhido.

Os elementos que compõem um cartaz são:

• Tema;
ELEMENTOS QUE • Ilustração;
COMPÕEM UM • Letragem
CARTAZ

• Tema

Consiste basicamente na mensagem que se pretende transmitir;

Para cada cartaz o tema deve ser único a fim de possibilitar uma assimilação rápida;

A utilização de símbolos facilita a memorização do tema e permite uma


economia de palavras do texto.

• Ilustração

Refere-se à figura ou desenho que dá vida ao cartaz;

A ilustração pode ser desenhada ou “montada”.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Um cartaz desenhado, quando bem feito, produz um grande impacto, no entanto, nem
todas as pessoas têm habilidade para o fazer. Neste caso, aconselhamos a utilização de
outra técnica de ilustração de cartazes, através de colagens de recortes ou fotografias
desde que os motivos sejam suficientemente bons para cumprir os objetivos.

• Letragem

A letragem pode ser feita através dos seguintes:

• Mão livre;
• Escantilhão;
• Letra de decalque /
INSTRUMENTOS autoadesiva;
OU PROCESSO • Dactilografia;
PARA LETRAGEM • “Dymo”;
• Compositora.

Qualquer que seja o processo utilizado para a letragem, devemos escolher sempre tipos
de letras simples e fáceis de serem lidas.

Um projeto de elaboração dum documento gráfico pode ser destruído por uma letragem mal
feita.

Quando as letras são desenhadas ou colocadas manualmente há que evitar o erro de as


separar por espaços iguais, o que devido à diferença das áreas ocupadas pelas diferentes
letras pode causar espaço estreitos entre umas e demasiado largos entre outras.

Na letragem não se deve utilizar letras grossas e baixas ou finas e altas, pois esses tipos
causam confusão na leitura.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

O destaque de uma palavra dentro de uma frase ou de uma frase dentro do texto pode ser
feito através do:

• Estilo;
• Tamanho;
• Cor.
• A Cor

Os estudos sobre a utilização das cores e o seu efeito sobre as pessoas têm sido cada vez
mais aprofundados em virtude do seu poder em despertar a atenção.

A cor é um fator importante na comunicação visual gráfica.

Ao planear um cartaz, deve-se estudar minuciosamente as cores a serem utilizadas.

Não utilize cores em demasia, um cartaz excessivamente colorido prejudica a mensagem

a ser transmitida. Use no máximo 3 cores além da cor de fundo.

Legibilidade das cores

O contraste é um fator determinante da legibilidade e do efeito que pode produzir a imagem.

• A combinação de uma cor escura com uma cor clara


acentua a qualidade de cada uma das cores;

• As cores parecem mais escuras sobre um fundo claro e


ALGUMAS vice- versa;
REGRAS SOBRE O • A justaposição de uma cor suave e duma viva tornam
CONTRASTE mais apagada a primeira e aumenta o brilho da segunda;

• A maior parte das cores dão bem com o preto.

Para um documento opaco, podemos obter uma legibilidade satisfatória e um efeito


estimulante, utilizando, as combinações apresentadas na tabela da página seguinte.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Para que um cartaz seja efetivamente comunicativo e consiga atingir os objetivos


propostos é necessário que todos os elementos que acabámos de ver sejam levados em
consideração.

Aconselhamos a feitura de um borrão ou esboço do documento a realizar.

É o ensaio, as grandes linhas que permitem avaliar rapidamente algumas qualidades tais
como o equilíbrio, a harmonia e forma geral.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

COR DE FUNDO COR DAS LETRAS OU SÍMBOLOS

Branco Vermelho, verde, azul, preto, castanho, violeta

Amarelo Vermelho, azul, preto, castanho, verde

Azul-claro Amarelo, castanho, violeta, preto, azul-escuro,


vermelho.
Verde-escuro Preto, branco, amarelo

Vermelho claro Verde, preto, azul

Vermelho escuro Verde, branco, amarelo

Castanho-escuro Vermelho, alaranjado, preto, branco, verde-claro,


amarelo
Castanho claro Verde, azul-escuro, vermelho escuro, preto

Cinzento claro Azul-escuro, dourado, vermelho, preto

Preto Dourado, branco, vermelho, azul-claro, prateado,


verde
Azul-escuro Vermelho, dourado, verde, prateado, amarelo,
branco
Verde-claro Dourado, castanho, vermelho, preto

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

B. Os Quadros

Tipos e

Características

Este apoio visual pelas suas qualidades e pela resposta que dá a uma grande variedade de
situações comuns em Formação tem-se mantido atual apesar de ser o mais primitivo dos
audiovisuais.

Atualmente existem uma grande variedade de quadros:

• Quadro negro (ou verde) para escrita a giz, atualmente já não


se utilizam.
• Quadro branco (ou de porcelana) para escrita a marcador de
água, álcool ou secos; podem ser magnéticos, permitindo a
fixação de objetos e documentos com o auxílio de pequenos
ímans;

• Quadro de papel (ou cavalete de papel) para escrita ao


marcador, lápis de cera ou outros; têm a vantagem de permitir

TIPOS DE QUADROS a preparação prévia de documentos, bem como o seu


arquivo mantendo-os acessíveis;

• Quadro de flanela ou Flanelógrafo para suportar velcro ou cola


com areia, pequenos objetos e documentos;

• Copyboard” (ou quadro com fotocopiadora acoplada).

• Interativos ou estações interativas

De um modo geral, os quadros:

São muito económicos e pouco suscetíveis de avarias;


São de uso muito simples;
Permitem o uso de grandes áreas;
Não necessitam, antes pelo contrário, do escurecimento da sala.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Os cuidados a ter na elaboração ou escrita da mensagem nos quadros aplicam-se a


qualquer tipo de quadro.

A realização da escrita tem lugar, na maior parte dos casos, em plena sessão, frente
aos/às participantes o formador deve ter o cuidado de sintetizar a mensagem focando
somente os pontos-chave.

Para além do giz e do lápis de cera para a escrita nos quadros há ainda dois tipos de
marcadores.

Secos: para uso no quadro branco e apagáveis com um pano seco ou apagador de papel.

Características dos Quadros:

Fixos ou permanentes (de água ou álcool) que serão utilizáveis quer no quadro branco

quer no de papel. Tanto uns como outros aparecem no mercado nas quatro cores

básicas preto, azul, verde e vermelho.

No cavalete de papel aconselhamos o uso de lápis de cera que têm a vantagem de não
ser “bebidos” pelo papel o que permite a utilização do verso das folhas.

Iluminação e localização dos quadros


Os quadros necessitam de estar num sítio particularmente bem iluminado. Consoante as
dimensões da sala, o grupo de participantes e a sua distribuição física. Pode haver
necessidade de dispor de um foco de luz orientável para iluminar convenientemente a
zona do quadro.

A má iluminação provoca perda de contraste e má legibilidade


O que muitas vezes se traduz num excesso do esforço, cansaço e consequente
desinteresse doss participantes.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Normalmente, e pelas suas dimensões, os quadros encontram-se fixos na parede por


detrás do formador e a sala é montada tendo em atenção a necessidade da sua
visualização.

Os cavaletes de papel estão normalmente montados em suporte facilmente deslocáveis,


o que permite mantê-los arrumados, desimpedindo a zona de quadro até à sua utilização,
se for caso disso.

No entanto e desde que não estorvem, o ideal é começar a sessão com cada apoio no
seu lugar para evitar que a sessão seja interrompida.

A localização mais adequada é do lado esquerdo do formador desde que bem visível
para oss participantes.

Dimensão dos caracteres


A maior parte dos utilizadores faz um tipo de letra corrente e muito pequena.

A letragem deve ser relativamente grande e simples tendo em atenção a

distância a que vai ser lida. O desenho causa problemas a muitos Formadores que

pretendem não ter talento para o fazer.

Para os auxiliar a desenhar são sugeridos os desenhos por perfuração e o uso dos projetores
de opacos ou o episcópio.

Utilização e exploração
Quando utilizar o quadro tenha em atenção os seguintes aspetos:

• Proceda de forma a evitar quebras na comunicação com oss participantes


enquanto escreve no quadro;
• Escreva frases breves e simples;

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

• Quando registar uma opinião procure compreendê-la e resumi-la;

• Utilize abreviaturas e aspas sempre que possível;

• Destaque os detalhes mais importantes sublinhando ou usando a cor;

• Quando tiver acabado e depois de ter verificado a total compreensão, apague o


quadro ou vire a folha do cavalete para entrar num assunto novo.

O cavalete de papel (quadro de papel ou conferência)


O cavalete de papel embora possa ser utilizado para quase todas as situações ele tem
uma utilização bem distinta devido à sua característica principal – possuir folhas de papel
que se podem virar nos dois sentidos: para obter uma nova e para recuperar um assunto
já tratado.

Assim aconselha-se a sua utilização como complemento ao quadro branco para:

• Sumário;
• Registo de conclusões ou decisões;
• Esquemas ou desenhos que pela sua complexidade devem ser feitos antes da sessão.

MEIOS VISUAIS PROJETÁVEIS

PROJEÇÂO FIXA

O Retroprojetor

O retroprojetor é um aparelho que permite projetar apoios visuais realizados em filme


transparente (acetatos ou transparências), por sobre o ombro do Formador, para um ecrã
que se encontra por detrás dele.

Este aparelho permite, assim, que o formador faça uso dele sem deixar de estar voltado
para a audiência.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Como tem um grande poder luminoso pode ser utilizado em condições de luz ambiente
muito próximas das normais, o que dá grande mobilidade ao/à formador pois não
necessita de escurecer a sala antes de cada utilização, o que seria um motivo de quebra
de ritmo e de distração.

Documentos para retroprojetar

Há basicamente três processos de elaboração de transparências:

1. Escrita direta no acetato (utilizado para o efeito marcadores ou lápis especiais, letra set,
etc.);

2. Por fotocópia (através de máquinas especiais – Termo copiadores ou através de


copiadores normais, usando acetatos adequados);
3. Por impressão (através de impressoras de jato de tinta ou laser, usando acetatos).

Qualquer que seja o processo escolhido para realizar uma transparência, há alguns aspetos
que precisam de ser cuidados:

a. Conteúdo da mensagem;
b. Legibilidade do documento;
c. Forma de realização.

O Projetor de Diapositivos

Este apoio audiovisual permite “transportar” para a sala de aula desde uma célula a um
computador, paisagens, etc.

Quando não é possível apresentar o objeto real, a fotografia (neste caso dispositivo) é
uma boa solução, relativamente económica e fácil de conseguir.

No dispositivo mais do que no acetato os “ruídos visuais” podem prejudicar ao ponto de


destruir o objetivo da comunicação.

Com os ecrãs metalizados melhora-se, substancialmente, as condições de projeção mas,


mesmo assim, a sala tem de ser total ou parcialmente escurecida. Por isso a comunicação

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

formador/formandos tem de ser reforçada durante a projeção para evitar uma quebra
de rendimento e da atenção.

O formador deve preocupar-se de sobremaneira com o planeamento da sessão


estudando a ordem, a sequência lógica da apresentação.

O projetor é um apoio audiovisual de grande impacto mas a sua utilização requer moderação.

Cada sessão não deve ultrapassar os 20 minutos pois, para além deste tempo, o interesse
e atenção dos participantes diminui muito.

O projetor pode ser explorado de uma forma diferente e que tem grande aplicação em
situações de Formação – é a sequência de narração sincronizada versão muito
simplificada do diaporama.

Consta de um grupo de dispositivos, dispostos em sequência num projetor especial, o qual


é comandado por uma gravação em cassete, que para além da locução, tem gravado
sinais sonoros (não audíveis) que são traduzidos em impulsos elétricos, que por sua vez,
fazem avançar o projetor: desta forma é garantida a correspondência entre o som e a
imagem (sincronismo).

O Episcópio (Projetor de Opacos)

Embora este aparelho possa ser utilizado nas sessões de Formação especialmente pelo tipo
de documentos que ele permite projetar, cuja variedade é quase ilimitada e não
necessitam de nenhuma preparação particular.

O seu poder de ampliação pode servir também para reproduzir, num cavalete de papel
ou no quadro, a imagem ampliada e, com o auxílio de marcadores decalcar a figura.
Feito o esboço bastará completá-la colorindo-a ou legendado se for caso disso.

Qualquer documento impresso pode ser projetado: imagens de revistas, jornais, livros,
gráficos, textos, diagramas, esquemas, desenhos, manuscritos, etc.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Este equipamento tem um fraco poder de iluminação o que implica grande


escurecimento da sala é muito pesado, pouco flexível o que limita as suas possibilidades
de exploração.

PROJEÇÃO ANIMADA

Videoprojetor

O videoprojector é um dos equipamentos mais utilizados nas ações de formação.


Recorrendo ao videoprojetor é possível reproduzir os conteúdos presentes num
computador ou noutro equipamento informático.

A transmissão de informação do computador para o videoprojector pode ser feita


recorrendo a um cabo ou a tecnologias mais recentes sem fios.

Dependendo do videoprojetor, normalmente estão disponíveis diferentes ligações, das


quais se destacam as seguintes:

• HDMI para ligação digital a televisores de alta definição;

• VGA IN para ligação da entrada;

• Monitor OUT para ligação de um monitor adicional para duplicação;

• S-Video e Vídeo Composto para ligação a equipamentos de TV mais antigos.

Associados aos videoprojetores estão diferentes modos de visualização:

• Só computador;

• Duplicar;

• Expandir (modo preferencial para as apresentações);

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

• Só projetor.

Quadros interativos

Os quadros interativos, também designadas de estações interativas, começam a ser


fortemente utilizadas nas ações de formação. A sua utilização permite melhorar
significativamente o processo de ensino aprendizagem, recorrendo às ferramentas
desenvolvidas pelos fabricantes.

Este tipo de quadro está claramente a substituir os restantes quadros, impulsionado pela
redução de preços destes equipamentos.

Estes quadros apresentam apesar de tudo algumas desvantagens. Apenas funcionam


juntamente com um computador de apoio o que aumenta significativamente o custo
total desta solução, mas a principal desvantagem é o grande número de fabricantes com
tecnologias incompatíveis entre si. Qualquer conteúdo elaborado para um tipo de quadro
interativo não é compatível com ferramentas de outro fabricante.

As estações interativas podem ser utilizadas como um simples videoprojector, mas as suas
verdadeiras capacidades podem ser exploradas recorrendo a ferramentas e aplicações
desenvolvidas especificamente para cada quadro interativo

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS E APRESENTAÇÕES

- CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS PARA AS AÇÕES DE FORMAÇÃO


Para a elaboração de conteúdos multimédia, existem várias ferramentas que podemos
utilizar, tornando-os mais atrativos e melhorando o processo de ensino. Este tipo de
conteúdos favorece a interação entre aluno e formador e devem ser utilizados sempre que
se justificar.

Com o surgimento do ensino à distância, torna-se ainda mais importante a utilização de


diferentes recursos.

Na tabela seguinte é apresentada um resumo das principais ferramentas utilizadas para a


criação e elaboração de alguns conteúdos.

TIPO DE CONTEÚDOS FERRAMENTA FERRAMENTA


GRATUITA COMERCIAL
Criação de documentos Open Office Writer Microsoft Word

Criação de PDF’s Primo PDF Adobe Acrobat


Professional
Criação de Open Office Impress Microsoft PowerPoint
apresentações
Edição de imagens Gimp Microsoft Photoshop

Folha de cálculo e Open Office Calc Microsoft Excel


gráficos
Equações matemáticas Open Office Math Microsoft Equation

Para a disponibilização de conteúdos aos/às formandos, o formato de eleição é o PDF. Este


formato já é universalmente aceite e apresenta a vantagem dos ficheiros não estarem num
formato editável. Estes

ficheiros permitem ainda a introdução de mecanismos de segurança que possibilitam a


proibição de copiar os conteúdos, de permitir ou não a impressão, entre outros.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

- REGRAS PARA A CRIAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DIAPOSITIVOS


Um dos recursos mais utilizados nas ações de formação são as apresentações de diapositivos
recorrendo a ferramentas como o Microsoft PowerPoint.

Como na grande maioria das sessões é ministrada recorrendo a recursos elaborados em


PowerPoint, é importante destacar algumas dicas essenciais.

Manter o texto curto em cada slide: colocar alguns tópicos sobre o assunto, mas não um
texto completo que precise ser lido.

O importante da apresentação é falar, e não ler o que está escrito no computador ou


equipamento de projeção.

O PowerPoint é um apoio da aula. - Evitar o uso de animações! Se muito, devem ser


usadas muito pouco e apenas se for estritamente necessário para entendimento do
contexto!

Máximo de 6 palavras por linha, máximo de 6 linhas por slide.

Fundo escuro com letras claras. A escolha das cores deve ser muito cuidada, devendo
optar por cores para o texto e para o fundo com muito contraste.

De preferência devem ser usadas as Fontes Helvetica ou Arial (Times New Roman pode ser
interessante no monitor, mas numa projeção o efeito não é o mesmo.

Optar por tamanhos de letra grandes, sempre

superiores a 18. Não usar somente maiúsculas.

O PowerPoint pode apresentar a numeração do slide no canto inferior direito. Uma dica
é, no Slide-mestre, colocar um “/xx” neste campo, onde “xx” é o número final de slides que
compõem a apresentação. Desse modo, na aula, o aluno verá no canto da tela “1/76” e
em seguida “2/76” e sucessivamente. O número de página serve essencialmente para
visualização da progressão da apresentação. É um instrumento fundamental para o
formador.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO

- ENSINO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

INTRODUÇÃO

A autoformação assistida por computador é uma situação pedagógica original e muito


diferente das situações clássicas de Formação.

As situações de Formação mais frequentes, mais conhecidas e portanto mais bem dominadas
peloss especialistas, são as seguintes:

A. Situação pedagógica entre Formador e aluno;

B. Situação pedagógica entre Formador, aluno e instrumentos audiovisuais.

O Papel e os Estatutos dos Parceiros na Situação A

O Formador – É essencialmente aquele que sabe e aquele que fala.

O seu estatuto de mestre apoia-se na diferença que ele tem, em termos de saber e poder
perante os seus/suas alunos. É um estatuto de facto e de direito.

Toda a conceção clássica do ensino repousa neste estatuto.

A Formação do mestre consiste simplesmente em adquirir o saber que pretende e em


seguida distribuir pelos seus alunos, sobre a matéria que domina.

O Aluno – É aquele que quer ou que deve aprender aquilo que o mestre sabe.

A sua posição é de recetor. Tradicionalmente ele encontra-se em posição de


dependência do mestre. Daí os termos utilizados como sinónimos de aluno, tais como,
discípulo, aprendiz.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Caricaturando um pouco, poder-se-á perguntar se o papel do Formador na situação


tradicional que nos encontramos a descrever, não é um pouco “subsidiária”: o seu papel
não é outro senão ajudar oss alunoss a atingir o seu próprio nível, sabendo que o seu
estatuto vive justamente baseado na diferença entre, o que ele sabe e os outros que não
sabem.

A Relação Pedagógica

O Formador – constitui o veículo de transmissão de conhecimento e tem por objetivo


fornecer aos/às alunoss uma certa forma de comportamento e de atitude.

A forma como o Formador transmite a matéria está, bem entendido, ligada à matéria
propriamente dita, mas também à cultura, talentos e gostos do Formador, embora possa
tomar diferentes formas: exposição magistral, através de documentos, exercícios, etc.

O Aluno – recebe, armazena e utiliza imediatamente ou em diferido a informação recebida.

Note-se que o estatuto de receção do aluno não corresponde à totalidade do tempo de


Formação, pois existem trabalhos práticos, trabalhos de grupo e trabalho pessoal que
acaba por completar grande parte do tempo de informação magistral e contribuem
também para uma boa parte da assimilação da matéria.

A Informação de Retorno (feedback) – desde que se estabeleça uma situação de


comunicação entre o emissor (Formador) e o recetor (aluno), com a condição de que
estejam em presença uns dos outros, o emissor recebe sempre uma informação difundida
pelo recetor (aluno) quer seja passiva (atenção, sonolência, qualidade do silêncio, etc.)
quer seja ativa (questões, dúvidas, interrupções, etc.).

Quer a informação seja passiva ou ativa, o feedback é um meio, muito eficaz para o
Formador adaptar o seu discurso ao seu público e em tempo real.

O bom/boa Formador tal como o bom/boa comediante tem a capacidade de sentir o


seu auditório, sabendo interpretar todos os sinais de feedback.

O feedback tem pois o papel de regulador essencial na comunicação pedagógica.

27
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

O Papel e o Estatuto dos Parceiros na Situação B

O Formador – neste caso o Formador perde a exclusividade e deixa de ter o monopólio


do saber, e o seu estatuto de mestre é ligeiramente abalado.

Esta rutura é de importância variável e está diretamente ligada à intervenção da


ferramenta audiovisual na ação de Formação.

De qualquer maneira é um fator de alteração no estatuto do Formador.

Este, deixa de ser o que sabe tudo, para ser o que ajuda o aluno a se apropriar da matéria.

Os instrumentos audiovisuais – estes instrumentos (videocassetes, filmes, diaporamas, etc.)


quando intervêm numa ação de Formação, estabelecem uma relação exclusiva entre
eles e os alunos ficando o Formador totalmente esquecido e mesmo excluído.

Uma intervenção da sua parte seria uma inabilidade, interpretada como uma incongruência.

É esta autossuficiência aparente destes instrumentos que faz muitas vezes esquecer que
por detrás da sua escolha e da sua utilização existe o Formador que os utilizou como
estratégia pedagógica e após cuidada análise sobre como utilizá-los e quando.

O Aluno – neste caso o aluno é um duplo recetor. Recebe por um lado o discurso
formalizado e distribuído pelo Formador e por outro lado recebe as mensagens distribuídas
pelos utensílios audiovisuais utilizados.

A modificação produzida no papel do Formador e em paralelo acompanhada por uma


modificação simétrica no papel do aluno. O Formador pode ser substituído, ainda que
parcialmente.

O Formador perde poder e modifica a sua imagem. Já não é aquele que sabe, mas
aquele que pode ajudar a aprender dispondo quando oportuno, de ferramentas
audiovisuais que tornam mais eficaz o seu próprio discurso.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Estabelece-se então, entre o formador e o aluno, uma relação que já não passa pelo
formador, pois passa a ser uma relação entre o aluno e a matéria.

E se a introdução de uma ferramenta audiovisual provoca uma brecha no estatuto do


Formador, amplia- se por contrapartida, o campo de ação do aluno e outros instrumentos
surgirão, sem dependência total do formador tais como leituras, trabalhos pessoais,
trabalhos de grupo, etc.

A Segurança

O aluno perante todos os meios colocados à sua disposição, deve utilizá-los o melhor possível.

Por outro lado o papel do Formador (que continua a ser aquele que sabe...) será o de
garantir a qualidade da informação e a evolução do trabalho a desenvolver pelos
alunos.

A isto o Formador acrescenta um papel importante e fundamentalmente pedagógico o


garantir a segurança da assimilação do seu saber pelo aluno.

Ele garante também o bom funcionamento do sistema (organização, materiais


disponíveis, etc.) Ele garante ainda segurança no êxito do percurso a percorrer pelo
aluno.

Este por sua vez passará de uma atitude irresponsável para uma atitude responsável e
autónoma, capaz de se auto formar com os meios colocados à sua disposição.

Auto formar é correr o risco de uma certa independência. E nesta situação, o Formador
tem também um papel de educador.

A AUTOFORMAÇÃO ASSISTIDA POR COMPUTADOR

A autoformação não é uma situação nova nem original. Formar-se sozinho, gerindo nós
próprios, os meios de a fazer, sempre existiu e designa-se por autodidatismo.

Por vezes os Formadores de Formação clássica, consideram o autodidatismo de uma


forma depreciativa.

29
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

No entanto, a autoformação utiliza-se em situações de exceção, como por exemplo:


isolamento com utilização de tele ensino, necessidade de novos conhecimentos para
efeitos de promoção, necessidade de adquirir conhecimentos em matérias raras,
complemento de formação opcional, sendo o restante, ou seja, o essencial, assegurado
pelos meios de Formação tradicionais.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A Ausência do Formador

O aspeto essencial das situações de autoformação assistida por computador é a ausência


do Formador e em consequência a perda de dois elementos importantes na relação
formador/aluno:

• A segurança;

• A dimensão afetiva.

Com efeito o aluno perde a segurança quanto à matéria: o mestre “que sabe” não está
presente e não pode ser interrogado para corrigir, completar ou reformular.

O aluno perde também a segurança pedagógica que o ajuda a avançar na assimilação


da matéria. E perde enfim, a segurança técnica assegurada pelo Formador.

Deste modo, na falta da presença física do Formador, será oportuno, mas dependerá dos
casos, permitir ao/à aluno um meio de se desembaraçar no caso de algum acidente,
através de uma ligação telefónica, uma espécie de “HELP”, para evitar uma situação de
pânico.

A dimensão afetiva da relação formador/aluno é bem mais difícil de substituir.

É para atenuar esta ausência, que a voz e os diálogos do E.A.C. são estudados para recriar
artificialmente uma relação simpática com a máquina. “Bom dia”, “Como está a correr o
dia”, são exemplos de textos nos ecrãs.

Relação Aluno/Computador

A ausência do Formador reduz a situação pedagógica a uma relação computador


(ecrã/teclado) e aluno.

Sendo a máquina passiva, a primeira reação do aluno é sentir uma total liberdade na
condução da sua Formação, liberdade quanto ao início, liberdade para trabalhar ao seu
ritmo, liberdade de se enganar e recomeçar, liberdade de experimentar e de escolher.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

O Diálogo Computador – Aluno

A palavra diálogo é um pouco enganadora e significativa do muito sustentado sobre o


E.A.C. Nalguns casos têm a aparência de diálogo:

• O ecrã afixa mensagens;


• Os periféricos audiovisuais mostram imagens e difundem frases;
• O aluno é solicitado, e faz desfilar os ecrãs, responde, escolhe e decide;
• O computador analisa as respostas e reage em função da sua análise.

Mas trata-se de um diálogo organizado e codificado, totalmente artificial, sem


espontaneidade nem riqueza e sem o feedback da comunicação interpessoal.

O diálogo, neste caso é imposto e o sistema fica à espera de uma resposta que muitas vezes
tarda a vir.

O diálogo, neste caso não é mais do que, perguntas, respostas e pedidos e o seu número
varia em função da riqueza do produto informático e da análise pedagógica que esteve
na sua conceção.

A liberdade do aluno está limitada e foi fixada pelo autor do produto informático quando o
definiu e preparou.

Etapas para a Realização de um Produto Didático Informático

Produzir um produto desta natureza é uma tarefa apaixonante e complexa.

Em virtude da sua complexidade é fundamental seguir um método de trabalho, e evitar


que o entusiasmo nos ponha a improvisar ecrãs, com efeitos especiais, pois o objetivo a
atingir pode não ser esse.

As improvisações dão sempre origem a um conjunto de trabalhos realizados, que mais cedo
ou mais tarde poderemos vir a abandonar e recomeçar tudo de novo.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Apresentação de um Método de Trabalho

A produção de um produto didático faz-se em 3 etapas distintas:

✓ Conceção do produto;
✓ Realização do produto;
✓ Qualificação pedagógica.

Cada uma destas fases deve ser analisada com um rigor exaustivo, pois uma lacuna
provocada por um erro de análise pode comprometer a qualidade do produto e o
respetivo investimento.

A Conceção do Produto

Esta etapa que se situa a jusante da utilização do computador constitui uma etapa
essencial do trabalho do autor, e divide-se em duas fases:

C. Os estudos pedagógicos;
D. A criação do produto didático.

Os Estudos Pedagógicos
A fase dos estudos pedagógicos começa com a decisão de fazer um Produto Didático.
Esta grande decisão supõe resolvidas algumas questões, e que enunciamos a seguir:

• A escolha e disponibilização dos materiais;


• A disponibilidade dos meios em seres humanos que uma primeira aproximação já
permitiu estimar;
• A compatibilidade pedagógica entre o sujeito a tratar e a utilização das tecnologias
do E.A.C.

O principal objetivo desta frase é analisar e concretizar os parâmetros fundamentais do


produto didático a desenvolver, e que são:

33
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A.1 - Os objetivos do produto didático;


A.2 - O nível de entrada exigido pela população-alvo;
A.3 - A definição exata do conteúdo temático;
A.4 - A escolha e a estratégia pedagógica.

Bem entendido, todos estes parâmetros encontram-se mais ou menos misturados uns com
os outros. Contudo, para maior clareza, rigor e eficácia, será necessário estudá-los um
após outro.

O conjunto destes parâmetros rigorosamente definidos constituirá o “Caderno de


Encargos” do produto didático.

A – 1. Os Objetivos do Produto Didático

São de dois tipos:

A quem se dirige o produto? (Constitui a definição da população-alvo);

Pretende-se obter que resultados? (Constitui a definição dos objetivos propriamente


ditos).

No 1º caso, a população-alvo deve ser definida de modo preciso e exaustivo.

Um produto definido para alunos do 5º ano não deve poder ser utilizado para adultos em
Formação permanente.

Por outro lado, mesmo num determinado domínio os conhecimentos alteram-se e os


programas informáticos também.

No 2º caso, para se definir o resultado que se espera de um produto, deve-se responder à


questão: “Que diferença se pretende obter entre a população definida antes e a
população definida depois da utilização do produto didático? “

34
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

As diferenças devem ser expressas em termos de saber, saber-fazer e as de modificações


ao nível do comportamento (saber-ser).

A – 2. O Nível de Entrada

A definição do nível de entrada não é mais do que caracterizar os pré-requisitos, ou seja


os conhecimentos que se devem considerar como adquiridos pela população-alvo, antes
da utilização do produto didático.

O não respeito pelos pré-requisitos que definem o nível de entrada pode pôr em causa a
garantia do produto didático quanto à qualidade.

A – 3. Conteúdo Temático

Pretende-se definir, analisar e concretizar toda a matéria que é

necessário ensinar. Duas aproximações permitem ajudar a efetuar

esta inventariação:

Definição em extensão.

Os conceitos e itens devem ser todos listados, de forma ordenada ou não.

A lista permitirá determinar em qualquer momento o que deve ser introduzido no produto
didático.

Definição das relações.

Determinam-se as ligações que unem os conceitos entre eles, e futuramente no produto


didático, e as ligações lógicas que unem os conceitos do produto didático aos conceitos
que são tratados noutros sistemas de apoio (dicionários, bases de dados, documentação,
etc.).

Este segundo ponto permitirá estabelecer “pontes” com outras fontes de informação e
Formação, sem sobrecarregar o produto didático em desenvolvimento.

35
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A – 4. As escolhas e a estratégia pedagógica

A definição da adequada Estratégia Pedagógica é da responsabilidade da empresa que


encomenda, organiza e financia a Formação, e dos Formadores que a ministram em
função da população-alvo.

Os responsáveis pelo desenvolvimento do produto didático, também designados autores,


apenas irão traduzir as opções pedagógicas em factos.

Assinalaremos aqui um obstáculo perigoso e frequentemente encontrado: confundem-se


muitas vezes a lógica própria de uma matéria, com as escolhas pedagógicas que devem
ser realizadas e colocadas no produto didático.

Em termos práticos, a definição das escolhas e portanto da estratégia pedagógica, não


é mais do que tentar fornecer uma resposta precisa à questão seguinte: “Como se vai
utilizar a informática neste produto didático para que responda a objetivos precisos?”

Não é ainda possível nem desejável estabelecer uma tipologia sobre as diferentes
utilizações possíveis do computador face às diferentes situações pedagógicas habituais.

Subsiste ainda uma grande dose de empirismo e de especialidade.

De qualquer forma a utilização pedagógica do computador situa-se entre os seguintes


extremos possíveis:

• Ensino diretivo ou não diretivo;


• Processo de Transmissão de Informação ou Aquisição através de um processo
estritamente ativo;
• Exercícios utilizados como medida e ou sanção ou como meio de investigação ou
de aprofundamento (utilização pedagógica dos erros).

B. A Criação do Produto Didático

Nesta fase, teremos que atender aos seguintes aspetos:

• Numa 1ª etapa estruturar e ordenar logicamente e cronologicamente todos os


componentes da matéria, numa coleção de elementos que designaremos por
“atómicos” por analogia com os elementos mais ínfimos à face da terra;
• Em seguida, segue-se a ligação entre cada componente e todos os outros.

36
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Como já vimos anteriormente a matéria é organizada em função da estratégia


pedagógica escolhida. O resultado da estruturação propõe aos alunos um ou vários
caminhos possíveis em função das respetivas respostas e escolhas.

Deste modo, a estrutura deve ser rica e com um leque de opções variado.

Assim é fácil compreender que um produto didático desta natureza é bastante complexo
de conceber, e exigirá suportes informáticos de razoável dimensão.

Uma vez fixadas as grandes linhas do percurso, cada etapa será desenvolvida até à
unidade mínima de diálogo.

Este elemento “atómico” do diálogo designa-se segundo os autores ou os diversos


sistemas desenvolvidos para E.A.C. por:

• Passo;
• Item;
• Unidade de Interação;
• Etc.

Nesta fase de criação do produto didático e tendo em atenção que a sua aplicação está
orientada para uma utilização autodidática, não se deve perder de vista que as imagens
dos ecrãs constituem o primeiro e muitas vezes o único contacto dos alunos com o sistema
E.A.C.

Uma qualidade pedagógica deficiente ou imagens de ecrã pouco cativantes podem


provocar por parte dos alunos uma rejeição ao produto didático desenvolvido.

Isso acontece, por muito potente que seja a tecnologia informática de suporte ao

desenvolvimento do sistema. Deste modo é necessário nesta fase do projeto ter em

atenção as seguintes questões:

• Análise dos diálogos que constituem a cadeia de perguntas e respostas;


• Redação dos textos e precisão da sua localização no ecrã;
• Escolha de casos mais apropriados, assim como os elementos gráficos, visuais e sonoros;
• Definição dos “comparadores” a utilizar para a correção das respostas dos alunos às
questões.

37
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A Realização do Produto

Nesta etapa o autor encontra-se numa das duas situações seguintes:

• Dispõe de linguagens informáticas standard, tais como: Visual Basic, Cobol,


Forstran, Delphi, etc. ou linguagens mais orientadas para a formação tais como:
Can 8, Tutor, Pilot etc.

Ou então

• Dispõe de um “Sistema-Autor”

No 1º caso será necessário assegurar que a programação do sistema seja realizada por um
programador já especialista neste tipo de sistemas, cujo trabalho será validado pelo
responsável do projeto, o autor.

No 2º caso trata-se apenas de escolher no mercado o produto didático que melhor se


adeque aos nossos objetivos, e ter em atenção o nível de qualidade sob o ponto de vista
lógico, formal e pedagógico.

Alguns cuidados a ter na seleção de um produto didático informático:

• A qualidade dos ecrãs;


• A qualidade dos textos;
• As inversões de vídeo devem ser evitadas;
• Não se deve abusar das cores;
• Deve-se evitar carregar os ecrãs com texto;
• Não se deve contrariar os hábitos clássicos de leitura (de cima para baixo e da
esquerda para a direita);
• Não se deve colocar tudo em relevo.

Relativamente às questões, em que o sistema aguarda uma resposta ao/à aluno, estas,
quando estão abertas, devem ser cuidadosamente planeadas, isto é, a redação, se por
um lado deve ser suficientemente aberta para não induzir a resposta, deve por outro lado,

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

ser suficientemente precisa para que a forma de resposta dada pelo aluno, entre nas
hipóteses de análise previstas pelo autor.

Não há nesta matéria regras absolutas. No entanto, o sistema deve estar preparado
também para se defender das respostas “aberrantes” dos alunos, quando se encontram
totalmente livres no seu posto de trabalho.

No que se refere às respostas dos alunos, a análise destas respostas constitui também uma
das tarefas mais difíceis e meticulosas do autor do produto.

Este trabalho consiste em prever o maior número de respostas possíveis.

O autor necessita nesta fase de uma equipa de trabalho, pois quando se conhece a
resposta exata a determinada questão, tem-se tendência a subestimar a abertura e
dificuldade da questão.

Uma equipe de pessoas são fundamentais para medir a qualidade da questão e a


amplitude das possibilidades de resposta.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A Qualificação Pedagógica

Quando se conclui o desenvolvimento do produto e antes de se entrar na fase de


exploração regular, este deve ser cuidadosamente validado do ponto de vista
pedagógico

Trata-se de medir sobre uma população teste, se o resultado obtido está de acordo com
os objetivos fixados na fase dos estudos iniciais, ou seja, utilizando um subconjunto da
população-alvo, analisar- se a modificação do saber e do comportamento.

No caso de constatação de deficiências do produto, o estudo pedagógico deverá ser


retomado, através de:

• Novos exames dos objetivos e pré-requisitos (mal


formulados, ambíguos, demasiados ambiciosos);

• Novo exame ao alcance da matéria;


CARACTERÍSTICAS
• Mudança de estratégia pedagógica.

É sem dúvida neste último ponto que residirá o maior esforço, sendo muitas vezes
necessário trabalhar por aproximações sucessivas.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

- ENSINO À DISTÂNCIA

• Separação Professor / Aluno, quase permanente;

• Existência de uma estrutura organizacional que planeia e prepara


os materiais pedagógicos e apoia os alunos;

• Utilização de meios técnicos (escritos, áudio, vídeo ou informático),


para a ligação Professor / Aluno;

• Ensino mais individual do que em grupo;

• Descentralização do ensino/ultrapassando barreiras geográficas;

• Oferta de grande variedade de cursos;


VANTAGENS
• Atinge um maior número de Alunos;

• Utilização dos Professores mais qualificados;

• Facilita a Formação contínua ao ritmo mais ou menos individual.

• Pode ser uma tarefa solitária, que torne difícil manter a motivação
durante períodos longos de tempo;

• Muitos Formandos sentem a necessidade de um apoio psicológico


para continuar a estudar;

• Muitos Formandos sentem que têm hábitos de estudo que não


conduzem a uma aprendizagem independente eficaz. Sofrem do
“síndroma do isolamento”;
DESVANTAGENS
• Para muitos Formandos, a transição da Formação tradicional,
presencial, com a presença permanente do Formador, para uma
situação de ensino à distância, é demasiado violenta. O Formando
é muitas vezes resistente a esta ideia, pelo menos até adquirir a
autoconfiança necessária.

• Meios pedagógicos;

COMPONENTES • Sistema de gestão do curso e de apoio aos/às alunas;

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

• Sistema de avaliação dos alunos.

• Manuais para ensino à distância;

• Outros livros já existentes;

• Testes de auto avaliação;

• Cassetes áudio;

• Cassetes de vídeo;

• Diapositivos;

• Emissões de televisão;
MEIOS
• Software informático;

• Teleconferência.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

A escolha dos meios pedagógicos é condicionada por:

• Custo;
• Acessibilidade para o Aluno;
• Domínio do meio pedagógico pelo Professor;
• Tempo disponível para produção.

Sistema de apoio aos/às alunos:


• Tutor – é essencialmente um “ facilitador “, ou seja, ajuda o aluno ou grupo de
alunos a colaborar entre si, potenciando as capacidades de cada um.

A sua atividade pode desenvolver-se através da organização de:

Sessões de curta duração ou jornadas de trabalho no fim-de semana;


Troca de correspondência
Comunicações telefónicas (help-line);
Teleconferência.

Deve atribuir-se ao/à Tutor um papel importante na avaliação contínua, o que pode revelar-
se decisivo, na medida em que fortalece a relação Professor / Aluno.

• Apoio das Chefias – está provado que a motivação dos Alunos, está intimamente
ligada à forma como o seu esforço é visto e reconhecido pela hierarquia.
• Centros de Apoio – são locais onde os Alunos podem encontrar apoio ou condições de
estudo.

Podem, ainda, revestir formas de “ workshop “ ou outros tipos de ações.

• Apoio de outros Alunos – um sistema de comunicações bem arquitetado, pode tirar


partido das grandes potencialidades do trabalho de grupo, permitindo a troca de
conhecimentos e experiências entre colegas.
• O Círculo de Aprendizagem em Ead – um círculo de aprendizagem é formado por
um grupo de Formandos com os mesmos objetivos, um outro membro da

43
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Organização (Chefia direta por exemplo) e por um especialista em Formação, que


intervirá apenas em momentos específicos.

Não é necessário que esse outro membro da Organização – a chefia direta – seja perito
no conteúdo do curso, o Tutor ou os próprios materiais pedagógicos desempenham o
papel de perito.

Como Funciona um Círculo de Aprendizagem em Ead


A primeira tarefa dos membros do círculo é definirem os seus objetivos individuais,
discutindo-os depois com o grupo, identificando assim um determinado número de
objetivos que possam ser trabalhados em conjunto, listando-os e acordando em prazos
para os atingirem.

O círculo discute então qual a parte do trabalho que pode ser feita em conjunto e qual a
que deve ser feita individualmente.

Com o auxílio do Supervisor, o círculo faz então uma listagem dos recursos que possui:
conhecimentos e experiência relevantes de alguns dos membros e acesso a materiais e
informação.

Em seguida, é feita uma lista de recursos adicionais que sejam julgados necessários e que
podem ser de variadíssimos tipos: pessoas, salas disponíveis, “Hardware”, tempos
livres...essa lista é discutida com o Supervisor.

O círculo produz, então, um “contrato” que passa ao papel os acordos a que chegou em
termos de: Objetivos, planeamento de tempo, plano de trabalho (de grupo e individual),
uso dos recursos existentes, lista de recursos que o Supervisor acordou em facilitar-lhe.

A concluir esta primeira fase, o Supervisor acorda com os membros, observarem o


processo de aprendizagem durante a vida do círculo.

O especialista faz normalmente uma curta introdução sobre teoria da aprendizagem e


convida os membros a observar as suas próprias tendências no processo de aprendizagem
e experimentar novas formas, procurando o estilo mais eficaz para cada indivíduo.

Os membros do círculo começam então a trabalhar com os materiais individualmente ou


em pequenos grupos, conforme estabelecido no plano.

44
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Encontram-se periodicamente com o Supervisor para sessões, nas quais o foco de interesse
é normalmente a relação entre a teoria e a prática.

O Supervisor partilha a sua experiência de como o que está a ser aprendido é aplicável
na prática diária e debate-se a organização dos recursos que serão necessários nas fases
seguintes. A intervalo regular, todo o círculo se reúne para rever o processo. No final do
período de estudo o círculo reúne-se novamente para rever toda a experiência vivida.

O foco desta reunião é os resultados do “contrato” redigido no início: os objetivos atingidos


ou não e o modo como as pessoas trabalharam em conjunto para facilitar a
aprendizagem.

A um nível mais individual os membros do círculo são encorajados a refletir sobre o seu
sucesso em “aprender a aprender” e a identificar práticas que os ajudarão a aprender
organizadamente no futuro.

O círculo de aprendizagem funcionou, portanto, como “rede de segurança” para os


iniciados em EAD, deu um toque e um suporte humano e ajudou os indivíduos a superar o
medo de se envolverem num processo desconhecido, a usar a sua própria experiência e
a sentir motivação para estudos no futuro.

Dada a natureza da experiência, haverá decerto uma maior facilidade na transição para
métodos de aprendizagem altamente individualizada e portanto tornará mais reais as
vantagens do EAD.

45
MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Foi adicionado o “toque humano” que faltava...

• No Ensino à Distância a avaliação deve ser tendencialmente


contínua, permitindo, assim, o estabelecimento de um ritmo de
trabalho, adequado a cada Aluno;

• A avaliação deve ser formativa, estabelecendo-se, no entanto,


SISTEMA
periodicamente, um sistema de avaliação sumativa. Estes tipos
DE
de avaliação podem ser feitas pelos próprios Alunos e/ou pelo
AVALIAÇ
Formador;
ÃO DOS
• As perguntas mais utilizadas são as de escolha múltipla, pois
ALUNOS
permitem uma maior objetividade e uma rápida correção.

Custos do Ensino à Distância


• Estudos elaborados permitem concluir que, em termos médios, o Ensino à Distância
custa cerca de 30% a 50% do ensino presencial.

O elevado número de Alunos diminui os custos fixos, por amortização do investimento


inicial na criação do curso. Depois dos custos fixos amortizados, os custos totais diminuem
com o aumento do número de Alunos.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Considerações Finais

✓ Seguir um determinado programa de formação é, ou deveria ser, um processo de


desenvolvimento pessoal, através do qual o indivíduo adquire novos
conhecimentos, capacidades, valores e atitudes.

✓ Dizem alguns teóricos que à medida que o indivíduo amadurece:

✓ O conceito de si próprio evolui da dependência para a independência;


✓ Torna-se um reservatório fantástico de experiência e portanto uma fonte de
aprendizagem;
✓ A sua aptidão para aprender é cada vez mais o produto das exigências
dos papéis sociais quedesempenha;

✓ Passa a ter uma visão da aprendizagem orientada para a resolução de


problemas e não paramuitos dos conceitos.

Como tal, um sistema que pretenda efetivamente adotar uma perspetiva de


desenvolvimento pessoal e encorajar uma aprendizagem independente, como é o caso
do Ensino à Distância, deve:

• Encorajar os Alunos a ser mais responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem;
• Dar aos/às Alunos a possibilidade de envolverem a sua própria experiência e usá-
la como fonte de aprendizagem;
• Adequar os programas às reais necessidades dos Alunos;
• Encorajar uma aprendizagem orientada para a resolução de problemas.

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MODULO 6- RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO

Bibliografia

Formação Aberta / Formação à Distância, FERREIRA, Manuel;

Revista Formar N.º 16; “EAD ou a Síndroma da Solidão” LOPES, Teresa.

Revista Formar N.º 9 - Formação à Distância e Outras Formações VIEIRA, Luis


Filipe Faria

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