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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAS, TECNOLÓGICAS E LETRAS
(CCHSTL)_CAMPUS AÇAILÂNDIA
CURSO LETRAS - LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
DE LÍNGUA PORTUGUESA

ALINE SHARLANA SILVA OLIVEIRA DE PAULA

SEMANA DA ARTE MODERNA: uma análise da nova vanguarda brasileira

Açailândia
2019
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ALINE SHARLANA SILVA OLIVEIRA DE PAULA

SEMANA DA ARTE MODERNA: uma análise da nova vanguarda brasileira

Monografia apresentada à Universidade Estadual


da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL,
como requisito final para obtenção do grau de
licenciatura em letras.

Orientador: Prof. Esp. Erisvânio Silva Martins

Açailândia
2019
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ALINE SHARLANA SILVA OLIVEIRA DE PAULA

A SEMANA DA ARTE MODERNA: uma análise da nova vanguarda brasileira

Monografia apresentada à Universidade Estadual


da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL,
como requisito final para obtenção do grau de
licenciatura em letras.

Aprovada em: / /2019

Banca Examinadora:

Orientador
Erisvânio Silva Martins
Graduado em Letras pela UEMA
Pós-graduado em Língua Portuguesa pela UCESP
Pós Graduado em Docência do Ensino Superior pela IESF
Pós- Graduado em Produção textual pela FAVENI

Examinador (a)

Examinador (a)

Açailândia
2019
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A Deus por ser o meu maior porto seguro, nos


momentos mais improváveis da minha vida. A
minha família, por ser esse alicerce para todos os
momentos e a minha mãe, a quem dedico a minha
escolha profissional.
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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando um sonho tão


almejado por mim e por toda minha família, por estar concretizando mais uma
conquista pessoal e profissional, por perceber que as barreiras desta trajetória foram
alcançadas com louvor.
A minha família, por estar sempre presente em minha vida, por acreditarem
em mim e estarem sempre dispostos a enfrentar o que for preciso. Aos meus pais por
terem concedido os melhores momentos da minha vida e a eles a minha gratidão e o
meu amor eterno. A minha tia Leidiná e aos meus primos Diogo e Nayra, por fazerem
parte da minha vida.
As minhas duas integrantes da comitiva três Aline, por existir em minha vida
e apesar de todas as brigas, sempre podemos contar uma com a outra, ao meu irmão
Edileno Martnho (in memoria) que do céu torce por mim.
Ao meu esposo João Paulo, pela sua infinita paciência, por estar sempre
comigo e por ser este esposo e pai maravilhoso e as minhas lindas filhas Sarah Nyvya
e Ayla Maria, a quem devo pedir perdão pelos momentos de ausência ou falta de
atenção e agradecer por me amarem do tamanho do universo.
Agradeço as minhas companheiras de jornada do “aí dentro”, que desde o
início dessa jornada, a trancos e barrancos estamos juntas, conseguindo concluir,
essa tão sonhada jornada, a elas Antônia Bruna Cavalcante, Cleuzimar Farias,
Dayane Lima, Luciléia Chaves e Maria Suellen Cavalcante, que juntas construímos
laços e que estes, nunca possam ser quebrados. A minha irmã do coração Arielle
Kariny Nascimento, que o destino continue traçando a mais verdadeira amizade.
A todos os professores de graduação que contribuíram de forma
significativa em minha vida acadêmica, principalmente ao meu orientador Prof. Esp.
Erisvânio Silva Martins, que pôde proporcionar os melhores conhecimento e
momentos vividos dentro da universidade, a você meu pupilo, os meus sinceros
agradecimentos.
Por fim, a todos os meus colegas de curso, de trabalho e aos meus queridos
alunos, que fazem parte da minha vida diariamente. As minhas vizinhas, em especial
Vitória, Rafaele e Maria de Fátima por estarem presentes em minha vida, inclusive
nos momentos de necessidades. A todos os familiares e amigos cujo nomes não estão
expressos em palavras, mas que se alegram com as minhas conquistas.
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“É preciso dar uma chance às novidades e


inovações, em lugar de criticar.”
[Lya Luft]
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RESUMO

Ao longo dos últimos anos, a Literatura vem passando por um processo de transição,
através dos movimentos artístico e literários, criando novas oportunidades de
conhecimento na área das linguagens, sendo influenciadas inicialmente por
tendências europeias, principalmente por estarem sempre à frente das realidades
artísticas, literárias e culturais, inclusive relacionados através dos contextos históricos.
As Literaturas do Brasil, sofreram fortes impactos europeus, desde o início do século
XVI, até o final do século XIX, sendo representadas dentro do contexto histórico
brasileiro e por diferentes artistas, a maioria retornando da Europa com novas
experiências. No início do século XX, através das mudanças políticas e sociais
ocorridas no Brasil, alguns artistas visavam a busca pela brasilidade, através de uma
nova vanguarda brasileira, formando assim, A Semana da Arte Moderna em 1922,
que influenciou na formação da última tendência brasileira, a escola literária
modernista, conhecida também, como contemporânea, seguida até os tempos atuais.
Nesse sentido, a escolha do método foi dedutivo, para que houvesse estudo
específicos, a fim de compreender a literatura modernista brasileira e adentrar no
processo de formação da nova vanguarda. Deste modo, é um estudo de cunho
bibliográfico, tendo como referências os principais autores Amaral, Andrade, Batista,
Bosi, Caminha, Candido, Coutinho, entre outros. Apresentado as literaturas em
destaque a Carta de Pero Vaz de Caminha e História Concisa da Literatura Brasileira.
Nesta perspectiva, a pesquisa realizada é de suma importância para a compreensão
do processo de formação do Modernismo brasileiro, especialmente para os
professores licenciados em Língua Portuguesa, em especial aos que contemplam a
Literatura brasileira.

Palavras-chave: Tendência. Literatura. Vanguarda. Modernismo.


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ABSTRACT

The throughout last years, Literature has undergone a process of transition, through
the artistic and literary movements, creating new opportunities of knowledge in the
area of the languages, being influenced initially by European tendencies, mainly for
being always ahead of the artistic realities, literary and cultural, including related
through historical contexts. The Literatures of Brazil, suffered from strong European
impacts, from the beginning of the 16th century until the end of the 19th century, being
represented within the Brazilian historical context and by different artists, most
returning from Europe with new experiences. The at beginning of the 20th century,
through the political and social changes that took place in Brazil, some artists aimed
at the search for Brazilian is through a new Brazilian vanguard, thus forming The
Modern Art Week in 1922, which influenced the formation of the last Brazilian
tendency, the Modernist literary school, also known, as contemporary, followed until
the present times. In this sense, the choice of method was deductive, so that there
were specific studies, in order to understand the Brazilian modernist literature and to
enter the process of formation of the new vanguard. In this way, it is a bibliographical
study, having as reference the main authors are Amaral, Andrade, Batista, Bosi,
Caminha, Candido, Coutinho, among others. Presented the literatures highlighted the
Letter of Pero Vaz de Caminha and Concise History of Brazilian Literature. In this
perspective, the research carried out is of great importance for the understanding of
the Brazilian Modernism formation process, especially for professors licensed in
Portuguese Language, especially those who contemplate Brazilian Literature.

Keywords: Trend. Literature. Vanguard. Modern.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2. PRINCIPAIS CONTEXTOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS OCORRIDOS ATÉ A
METADE DO SÉCULO XIX NO BRASIL ................................................................. 15
2.1 Literatura Histórica Quinhentista ................................................................... ..16
2.1.1 Literatura de Pero Vaz de Caminha .................................................................17
2.1.2 Literatura dos Jesuítas .....................................................................................18
2.2 Literatura Barroca brasileira . .......................................................................... 19
2.2.1 Principais escritores do Barroco brasileiro .......................................................21
2.3 Literatura Arcadista ou Neoclassicista brasileira............................................22
2.4 Literatura romancista ........................................................................................ 24
3 PRINCIPAIS CONTEXTOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS QUE INFLUENCIARAM
O SURGIMENTO DA SEMANA DA ARTE MODERNA ......................................... . 27
3.1 Literatura realista brasileira ............................................................................. 27
3.1.1 Literatura Naturalista sobre influência do Realismo..........................................28
3.2 Literatura parnasiana brasileira .......................................................................30
3.2.1 Principais representantes do Parsianismo ...................................................... .30
3.3 Literatura simbolista brasileira ....................................................................... .31
3.4 Contextos históricos pré-modernista ............................................................. .32
3.4.1 Principais autores pré-modernistas...................................................................33
3.5 Acontecimentos históricos na década de 20 ................................................. .34
3.5.1 O Tenetismo .................................................................................................... .35
4 A BUSCA PELA BRASILIDADE NA DÉCADA DE 20 ......................................... .37
4.1 Principais movimentos que antecederam a Semana da Arte Moderna ........ 37
4.1.1 Exposição de Lasar Segall em 1913 no Brasil ................................................. 38
4.1.2 Exposição de Anitta Malfaltti em 1917 no Brasil ............................................... 38
4.1.3 Exposição de Victor Brecheret em 1920 no Brasil ........................................... 40
4.2 Semana da Arte Moderna no Brasil ................................................................. 41
4.3 A busca pelo rompimento da tendencias europeias ...................................... 42
4.4 Manifestações ocorridas durante a Semana da Arte Moderna......................43
4.5 Apresentações artística no Teatro Municipal durante a Semana de Arte
Moderna.....................................................................................................................44
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4.5.1 Relato das apresentações ocorridas durante A Semana da Arte Moderna......46


4.6 Analise das tendências vanguardistas após a Semana da Arte Moderna ... 47
4.7 Surgimento da primeira geração Modernista . . Error! Bookmark not defined.48
4.7.1 Oswald Andrade ............................................................................................... 49
4.7.2 Mario de Andrade ............................................................................................. 50
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 51
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS..........................................................................................................55
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1 INTRODUÇÃO

Os movimentos artísticos e literários desenvolvem um papel importante


frente a sociedade, estando sempre presente na formação histórica, social, econômica
e cultural, sendo registradas desde o período pré-histórico até os dias atuais e
adaptados de acordo com evolução da humanidade, havendo um processo de
transformação significativa, tanto na literatura quanto nas diversas artes. Desde o
início do século XVI, o Brasil passa pelo processo de transição cultural, começando
pela formação da Língua Portuguesa e sendo constituída com a chegada dos
lusitanos, escravos africanos e indígenas que já habitavam o Brasil, contribuindo
assim, para miscigenação da população brasileira, nos primeiros anos de exploração
portuguesa.
O presente trabalho, apresenta como tema principal as mudanças ocorridas
na sociedade brasileira a partir da nova vanguarda, que objetivava buscar uma forma
única de representar o Brasil, através de suas próprias características, sendo
organizada através da Semana da Arte Moderna - SAM, sucedendo-se através de
apresentações artísticas e literárias como o intuito de agregar características próprias,
de uma forma que desvincula-se das escolas anteriores, por seguir padrões ainda
acadêmicos, atrelado as tendências europeias.
Baseada em pesquisas, leituras de publicações, livros, artigos, revistas e
sites de internet, o presente trabalho procura compreender o movimento que
impulsionou a Semana da Arte Moderna, a partir das primeiras escolas literárias
formada no Brasil, constituídas desde o Quinhentismo século XVI, ao pré-modernismo
do início do século XX.
A Semana da Arte Moderna mobilizou diversos artistas, inicialmente
atraídos por causa do evento, onde na ocasião apresentava ao público, literaturas,
recitais, músicas, danças, poesias, artes plásticas e esculturas. Foi necessário realizar
estudos que compreendesse as influências e os motivos que levaram pela busca de
uma nova vanguarda e se de fato conseguiram alcançar a verdadeira brasilidade após
o evento, que foi inicialmente apresentado a sociedade paulistana.
Neste aspecto, será necessário realizar pesquisas de caráter explicativa,
tendo como base a análise de algumas apresentações realizadas durante a SAM, que
objetive compreender as causas, que provocaram o rompimento em relação as
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tendências europeias, os fatores que justifique a busca pela brasilidade e os efeitos


que provocaram na sociedade brasileira, após as apresentações da SAM.
Partindo destes pressupostos, é necessário compreender de que forma os
artistas passaram a estabelecer esse processo de rupturas das tendências europeias
e como tais aspectos puderam influenciar na sociedade brasileira, até os dias atuais.
Vale ressaltar, a importância em reconhecer as mudanças na sociedade a partir da
década de XX, pois, aquele período tratava-se de uma sociedade conservadora, de
uma política oligárquica, e de divisões sociais estabelecidas por ela, que via este
cenário de forma positiva e negativa, por tratar inicialmente de um público burguês.
Para compreender este contexto a qual aplicava a Arte pela Arte
promovida pelos artistas, é necessário entender os sentimentos que vigoravam
naquele momento, passando a observar através de registros, as apresentações de
cunho crítico, social, econômica e cultural.
Após a SAM, vários artistas passaram a afirmar que havia conseguido
desprender-se culturalmente das vanguardas europeias. Desta forma, existe o
despertar na investigação, considerando o que de fato foi real e onde encontrar traços
dessas mudanças, que relativamente torna-se desafiadora para o próprio
conhecimento, pondo-se no papel de pesquisador através de obras bibliográficas que
defina a existência desta nova vanguarda.
Pensando assim, faz necessário observar alguns questionamentos. Por quais
razões houve a iniciativa pela busca de uma nova vanguarda? Como reconhecer a
importância das apresentações realizadas durante a Semana da Arte Moderna? Os
artistas conseguiram encontrar verdadeira brasilidade? Os artistas conseguiram
formar uma nova escola literária, com características brasileiras? Quais foram os
representantes que influenciaram o movimento modernista brasileiro? Ao longo deste
trabalho, estas perguntas terão respostas, que serviram como direcionamento para
análise das apresentações ocorridas durante a Semana da Arte Moderna, sob
influência pela busca da nova vanguarda brasileira.
Passar a analisar algumas obras, passou a ser de caráter construtivista e
inovador, pois se a ideia inicial era buscar uma nova vanguarda, descobrir se
realmente havia dado certo, requeria dar continuidade aos acontecimentos formados
pós Semana de Arte Moderna, descrevendo assim, ao procedimentos metodológicos
que expõe a conclusão dos estudos realizados.
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2 PRINCIPAIS CONTEXTOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS, OCORRIDO ATÉ A


METADE DO SÉCULO XIX NO BRASIL

Coutinho (2008) “A literatura é um fenômeno estético. É uma arte da


palavra. Não visa a informar, ensinar, doutrinar, pregar, documentar. (...) O literário e
o estético inclui precisamente o social, o histórico, o religioso, etc., porém
transformando esse material em estético.” Então, a Literatura é estudada de acordo
com o contexto histórico surgido ao longo do tempo.
Compreender o processo que desencadeou a busca por independência
artística durante a Semana da Arte Moderna, remete a conhecer sucintamente quando
houve a formação das primeiras Escolas Literária no período colonial, a formação
histórica, sendo que estas já sofriam fortes influências retardatária em relação as
tendências europeias. No contexto geral, pode ser observada através do ponto de
vista literário a partir da Carta de Pero Vaz de Caminha sendo importante para o
contexto histórico e sobre a perspectiva da Literatura, como revela o trecho a seguir.

Lendo a Carta de Caminha, veremos como ele vai muito além do simples
registro frio e burocrático dos fatos. Porém também veremos, pela quantidade
de dados numéricos nela contidos, como ele está preocupado em ser preciso,
mantendo o cálculo na base de seu pensamento. Assim está constantemente
dando número de léguas, de homens, de papagaios, calculando o peso, as
distâncias etc. (RONCARI, 2002, p. 25).

Partindo desta premissa, os primeiros textos surgidos no Brasil não


estavam preocupados com estéticas, mas exercia uma função informativa e
descritivas que objetivava informar o que acontecia durantes os dias de viagens nas
navegações ou nas colônias portuguesas.
O Brasil, no ano de 1500 eram chamadas por outras nomenclaturas, sendo,
Vera Cruz, Terra Cruz ou mesmo Terra dos Papagaios, nomes dados devido as
primeiras narrativas de Pero Vaz de Caminha e Mestre João, ao observarem o céu,
como cita Laura de Mello e Souza (2001), “Foram Pero Vaz de Caminha e Mestre
João os autores das primeiras narrativas sobre a nova terra e seu céu.” O que seria
mudado anos depois para República Federativa do Brasil (1988), Brasil.
Para que surgisse o movimento durante a Semana da Arte Moderna em
1922, houve um processo de transição das escola literárias que antecederam o
Modernismo, desde o Quinhentismo (1500 a 1601), Barroco (1601 a 1768), Arcadismo
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ou Neoclassicismo (1768 a 1836), Romantismo (1836 a 1881), Realismo e


Naturalismo (1881 a 1922), Parnasianismo (1882 a 1922), Simbolismo (1893 a 1922),
cada uma possuindo características especificas e sobrepondo a outra, sendo
principalmente influenciadas através de fatores históricos acontecidos tanto na Europa
como no Brasil.

2.1 Literatura histórica Quinhentista

O Quinhentismo ou Literatura dos Viajantes, foram retratadas através de


textos históricos, ocorridos durante a exploração de Portugal ao Brasil, as mesmas
não apresentavam características especificas literárias, sendo observadas a partir de
1500, através da primeira “carta de achamento do Brasil”, escrita entre abril e maio de
1500, por Pero Vaz de Caminha, ao rei de Portugal D. Manuel I, quando preparavam-
se para deixar o Brasil seguindo em direção as Índias. A partir de então, passou a
surgir as primeiras informações do Brasil.
Reprodução da Carta a El Rei D. Manuel (reprodução fac. similar do
manuscrito com leitura justalinear, de Antônio Geraldo da Cunha, César Nardelli
Cambraia e Heitor Megale)

Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães


escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que
ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha
conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem
contar e falar — o saiba pior que todos fazer. Tome Vossa Alteza, porém,
minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo que, para
aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me
pareceu. (Carta de Pero Vaz de Caminha)

A reprodução destas escritas tornaram obras literárias, contribuindo para a


formação da primeira escola literária do Brasil, o Quinhentismo. Vale ressaltar, que as
viagens a mando do Rei de Portugal D. Manuel I em 1500, eram feitas em naus “Naus
eram embarcações de grande porte e de longo curso” (PORTO 2003-2019), tendo
como uns dos objetivos, levar a tripulação a percorrem o Atlântico em busca de novas
descobertas de interesse da coroa real portuguesa.
É importante mencionar que outros europeus também fizeram relatos sobre
o Brasil, sendo também navegadores, como “Diário de Navegação em 1530 por Pero
Lopes de Souza; Tratado de Terra do Brasil 1576 de Pero Magalhães Gândavo;
17

Tratado descritivo do Brasil 1587 de Gabriel Soares de Sousa”, sendo estes europeus
e representantes do Quinhentismo, pois em suas obras descreveram o que viram ao
passar pelo Brasil.
As descrições literárias sobre o Brasil, começaram a partir do momento em
que o Rei de Portugal D. Manuel I, havia convocado a embarcação de Pedro Alves
Cabral rumo aos caminhos das Índias, que objetivava encontrar algo que desse lucro
para a coroa portuguesa, nessas embarcações tinha um escrivão que descrevia tudo
que acontecia nessas viagens, a mesmas demoravam meses, surgindo então, os
primeiro registros literários, transcritos através da Carta de Pero Vaz de Caminha.
Reprodução da Carta a El Rei D. Manuel (reprodução fac. similar do
manuscrito com leitura justalinear, de Antônio Geraldo da Cunha, César Nardelli
Cambraia e Heitor Megale).

E sábado, 14 do dito mês, entre as 8 e 9 horas, nos achamos entre as


Canárias, mais perto da Grande Canária. E ali andamos todo aquele dia em
calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês,
às dez horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a
saber da ilha de São Nicolau, segundo o dito de Pero Escolar, piloto. Na noite
seguinte à segunda-feira amanheceu, se perdeu da frota Vasco de Ataíde
com a sua nau, sem haver tempo forte ou contrário para poder ser ! Fez o
capitão suas diligências para o achar, em umas e outras partes. Mas... não
apareceu mais ! E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo,
até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril,
topamos alguns sinais de terra, estando da dita Ilha -- segundo os pilotos
diziam, obra de 660 ou 670 léguas -- os quais eram muita quantidade de ervas
compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim mesmo outras a
que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã,
topamos aves a que chamam furabuchos. (Carta de Pero Vaz de Caminha)

Percebe-se que entre essas viagens, acabaram encontrando uma terra


desconhecida, mas que mudaria toda história política, social e econômica destes dois
povos. Ao chegar a nova terra, depararam-se com nativos, que possuíam cultura,
diferentes, como descreve em Carta de Pero Vaz de Caminha “A feição deles é serem
pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes. Andam nus sem
nenhuma cobertura, ostentando seus corpos com tanta inocência como têm em
mostrar o rosto.” Passando assim, a registrar fatos e características físicas, a partir de
descrições em relatórios, cartas e diários.

2.1.1 Literatura de Pero Vaz de Caminha


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Como Pero Vaz de Caminha, era responsável pelos registros durante as


expedições, acabou sendo protagonista para o surgimento de futuras escolas
literárias, passando exercer fortes influências, inclusive, como referencial para
estudos históricos, culturais, servindo como conhecimento até os dias atuais.
Os primeiros textos literários criados por Pero Vaz de Caminha, não tinham
apenas influenciado para o surgimento de uma escola literária no Brasil, mas também,
tiveram um forte impacto no processo de colonização, pois vale mencionar que já
haviam habitantes antes das chegadas dos portugueses ao Brasil, sendo registrada a
partir da Carta de Pero Vaz de Caminha ao relatar os primeiros encontros entre eles,
como descreve o seguinte fragmento.
Reprodução da Carta a El Rei D. Manuel (reprodução fac. similar do
manuscrito com leitura justalinear, de Antônio Geraldo da Cunha, César Nardelli
Cambraia e Heitor Megale).

Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas
vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos
sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles
os pousaram. Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito,
por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete vermelho e uma
carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-
lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas
vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal grande de
continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças
creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por
ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar. (Carta de Pero
Vaz de Caminha)

O trecho retirado da carta, retrata a existência de povos indígenas antes da


chegada dos portugueses. Os relatos escritos por Pero Vaz de Caminha, contribuíram
de forma significativa, pois os mesmos foram transformados anos depois pelo autor
em apenas um documento, que inicialmente eram curtos, mas que depois foram
juntados e transformados em um livro, tornando oficialmente textos literários.

2.1.2 Literatura dos Jesuítas

Os trecho final da carta de Pero Vaz de Caminha, sofreram fortes


influencias em algumas decisões do Rei D. Manuel I, que na ocasionando na vinda
dos Jesuítas ao Brasil, após relatos que descrevia o comportamento dos ameríndios
e que a coroa portuguesa teria que tomar atitudes, como retrata o trecho da Carta.
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Reprodução da Carta a El Rei D. Manuel (reprodução fac. similar do


manuscrito com leitura justalinear, de Antônio Geraldo da Cunha, César Nardelli
Cambraia e Heitor Megale).

De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão
nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não
podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela,
até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma
de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares
[...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar
esta gente. (Carta de Pero Vaz de Caminha)

Fragmento este, que levou o Rei a tomar posse dessa terra, e anos depois
encaminhar os Jesuítas, para que pudessem vir e iniciar o processo de catequização
indígena. Após a vinda ao Brasil, os jesuítas ficaram ligados diretamente ao trabalho
catequético, desta forma deveriam ensinar os índios a língua portuguesa e a cultura
do homem branco, o que de fato aconteceu. Mas, acabou ocasionando em alguns
casos do esquecimento da sua própria cultura, sem perceber que mesmo mudando a
forma de agir, jamais seria aceito na cultura do homem branco, por seguinte,
resultando nos tempos atuais em uma forte influência na perca dessa identidade.
Para a literatura brasileira, os jesuítas tiveram uma contribuição
significativa, aparecendo através da figura do Pe. José de Anchieta, ao escrever hinos
canções ou mesmo poesias, sendo estas de cunho simples. A mais importante das
literaturas foi através dos Altos, que eram pequenos textos teatrais que mostravam
para os índios como era a cultura, a bíblia, a vida dos santos e a passagem do velho
testamento, através de cenas bíblicas. Desta forma, tornando-se importante,
principalmente por construir o dicionário que auxiliasse a comunicação através da
tradução no tupi guarani.

2.2 Literatura Barroca brasileira

Para compreender o surgimento do termo Barroco, cabe compreender as


possíveis definições apresentadas através da concepção de alguns autores,
retratadas a seguir, como origem francesa (barrueco) sugerindo algo irregular ou
imperfeito, como “uma pérola imperfeita”, exagerado, extravagante, ridículo (TRIADÓ,
1991, p. 4), bizarro, raro, monstruoso, elevado ao excesso, absurdo (WÖLFFLIN,
20

2005, p. 34) ou ainda como algo desigual, sem proporções definidas, como feio
(MACHADO, 2010, p. 29).
Sobre o ponto de vista do aspecto brasileiro, Coutinho (1981) afirma que é
“visto como uma maneira de afirmar-se a existência de um produto nacional, nossos
primeiros escritores, a busca de nossa identidade cultural.” Ocorrendo assim, por volta
do século XVII o surgimento dos primeiro escritores brasileiros influenciados por
tendências europeias que visava naquele momento o teocentrismo “Deus como centro
do universo”, havendo também a contrarreforma, onde a igreja católica estava
modificando a sua própria estrutura, todas essas características estavam presente nas
obras literárias barrocas.
Já no Brasil, os primeiros movimentos acontecem na Bahia, por ser a
primeira capital do país, por também haver um forte contraste na produção do primeiro
ciclo do açúcar e a invasão dos holandeses. Em seguida, correndo a transferência
para a capital do Rio de Janeiro. No início do Barroco, existia dúvidas em relação a
qual tendência deveria ser seguida, sendo apresentado inicialmente através do
cultismo com jogos de palavras ou conceptismo com jogo de ideias, ou pensamento
de ideias conativas.
No Brasil, estavam vivendo um momento único, chamado o século do ouro,
aparecendo os primeiros registros de igrejas brasileiras em ouro, principalmente em
Minas Gerais e sendo estendidas tais características a outros Estados, onde muitas
delas permanecem com esses aspectos até os dias atuais, a maioria destes,
permanecem como patrimônio histórico brasileiro, simbolizando a existência Barroca,
através do seu cenário arquitetônico como cita Machado:

A igreja barroca de Minas deveria ter uma fachada linear, simples e


grandiosa, de cor clara e contrastante com a verdura circundante, cuja
eventual ornamentação deveria acompanhar esse caráter severo, imponente,
mas regrado, que constitui a única maneira de destacar a obra do homem no
seio de uma natureza ciclopicamente barroca. (MACHADO, 2010, p. 110).

Através das igrejas barrocas que surge as primeiras produções artísticas


brasileiras e os escritores promovendo a literatura. Aparecendo através de
Prosopopeia (1601) de Bento Teixeira e a escultura, arquitetura de Aleijadinho que
vinham sobre fortes influencias da Europa, devido muitos deles estarem chegando e
trazendo consigo tais aspectos, sendo mostrada a sociedade da época como forma
21

de representação artística e admirada até os dias atuais, como apresentava


Valladares (1998), ao descrever as características gerais sobre as obras arquitetônica
de Aleijadinho.

A estrutura arquitetural restringe-se a uma função de suporte, para abrir visão


do centro, pois todo o espaço é celestializado por colorido. A invocação
temária é da Ascensão da Nossa Senhora, entre anjos músicos, recebida aos
céus pelas ordens de anjos menores. É impressionante a implicação do
retratismo que Ataíde conferiu às figuras dos santos-doutores da Igreja, à
própria Virgem e a vários anjos. Sabe-se, por vários autores, dessa
implicação de Ataíde em retratar a sua própria figura, de filhos, de mulher e
de amigos. Chamamos atenção, apenas, nesta oportunidade, para a estranha
figura de um anjo aos pés da Virgem, do seu lado direito, levantandoa com
um caibro, sob seus pés, como uma alavanca. Nunca se verificou, na
hagiografia mariana, e mais especificamente no tema da ascensão, essa
estranha alegoria. O anjo, por sinal, é desconcertantemente feio, mulato e
troncho. Aleijadinho, no período dos trabalhos de Ataíde em São Francisco,
de 1801 a 1812, andava já acabado de saúde e velho, mas, apesar disso,
sua representação por Ataíde, consagrando-o com o caibro de aleijado aos
pés da Virgem para erguê-la aos céus, seria de sentido alegórico.
(VALLADARES, 1998, p. 230)

Aspectos estes que tornaram atrativos a visitações de turistas e a


conservação, tornando também pulsatória para a literatura brasileira. Nos primeiras
obras, pôde-se perceber uma mudanças de paradigmas momentânea, sendo o uso
de uma linguagem mais dramática, o racionalismo, o exagero e rebuscamento, há o
uso constante de figura de linguagem, o conflito entre a união religiosa e do profano,
a mudança de comportamento constante, principalmente a arre dualista e um jogo de
contraste, a uma mudança no jogo das palavras e o conceptismo de ideias.

2.2.1 Principais escritores do Barroco brasileiro

Uns dos principais autores deste período foram as poesias de Gregório de


Mattos, conhecido também por “Boca de inferno” por ser audacioso e astucioso, tanto
em atitudes pessoais como em suas obras, portando de uma personalidade forte, que
acaba por pressionar as pessoas, tido isso como defeito ou como qualidade, mas que
através da sua literatura brasileira, oferecia um talento exorbitante, como cita Spina:

“Gregório de Mattos oferece um dos mais intrigantes, senão os mais


apaixonantes da literatura brasileira, dos seus primórdios até nossos dias,
fascínio exercido pela individualidade artística, impetuosa e multifacetada, e
pela figura pessoal irreverente e desaforada. O primeiro escritor brasileiro
verdadeiramente autônomo selou o cenário artístico colonial graças à
22

imprevisibilidade do talento e a exorbitância do riso, ambos ilimitados”.


(SPINA 1968, p.117).

Mostrava a sua personalidade expressiva através da Literatura, que em


suas obras aparecem divididas em três partes, a primeira a lírica amorosa, a segunda
a poesia religiosa e pôr fim a poesia erótica, ligadas o poesia satírica, começando
pelas críticas do modo de vida da sociedade e a forma de falar das pessoas, assim
como renovando a forma de falar com o baixo calão, resgatando desta forma, as
primeiras característica barrocas literárias, assimilada através de um exagero
expressivo.
É relevante mencionar a existência de outros autores, que contribuíram
para a Literatura, Manuel Botelho de Oliveira, o primeiro brasileiro a publicar versos
no estilo brasileiro, Frei Vicente de Salvador e Frei Manoel Santa Maria de Itaparica,
contribuindo assim, para a formação do Barroco brasileiro.

2.3 Literatura Arcadista ou Neoclassicista brasileira

Para Candido, a formação da Literatura brasileira teria iniciado no


Arcadismo, momento em que o nacionalismo começa a tomar forma (CANDIDO 1981
p.15). Desta forma, remete-se a compreender o Brasil como colônia no século XVII,
onde o centro do Brasil ocorria em Minas Gerais e por conta da primeira elite mineira,
as primeiras famílias enviavam seus filhos para Europa, com intuito de adquirir mais
conhecimento e dedicar-se a uma profissão diferente das que os pais viviam, para que
assim chegasse a velhice pudessem descansar e serem sucessores.
O retorno destes ao Brasil, traziam consigo uma nova cultura espelhada da
Europa e sobrepondo o Barroco que era tendência que prevalecia até o momento,
ocorrendo o primeiro choque cultural entre essas escolas, principalmente, por que
uma tinha como característica principal o exagero e a outro por apresentar uma
delicadeza singular, que até o momento seguia a cultura iluminista neoclássica, com
expressão de regularidade e refinamento, “Os escritores neoclássicos são quase
todos animados do desejo de construir uma literatura como prova de que os brasileiros
eram capazes quanto os europeus” (CANDIDO 1993, p. 26, v. 1).
Os principais autores desta escola foi Claudio Manuel da Costa,
apresentando sua coletânea chamada Obras (1768). Sendo também, o responsável
23

pela inauguração desta tendência brasileira, passando pela transição do Barroco para
o Arcadismo, colocando em suas obras uma pessoa com características Arcade,
sendo exposto o bucolismo, o solecismo, mostrando a tranquilidade do campo como
principal evidencia, como define Ramos (1976) sobre suas poesias.

A poesia de Cláudio Manuel da Costa (...) coloca-se sob o signo de uma


oposição, entre o estilo simples e a propensão para o sublime. (...) No período
que medeia entre os estudos de Cláudio em Coimbra e a publicação de suas
obras, em 1768, houve em Lisboa a implantação de um marco nas tendências
neoclassicistas que em Portugal se observavam e já havia tempo se
desenvolviam na Itália e na França. (RAMOS, 1976, p. 16).

O que remete a perceber a existência em suas obras, são características


europeias, sendo assim, responsável pela transição que ainda apresentavam
influencias barrocas, remetendo a compreender que essas situações aconteciam aos
poucos e desencadeando sobre a nova perspectiva literária e atraindo outros artistas
a segui-lo.
Para estabelecer a nova tendência, o Arcadismo, aparecia com famosas
obras, através de poemas épicos como O Uruguai (1769) de Basílio da Gama e o
Caramuru (1781) de Santa Rita Durão. Mas, o principal dentre eles, segue a de Tomas
Antônio Gonzaga, sendo apresentado Marilia de Dirceu (1792), onde fica em
evidencia do uso de pseudônimo em sua obra, para que não fosse revelado a quem
pertencia o escrete, buscando assim, a poesia como construção artística.
Conforme Castello (1969, p. 162) apresenta:

Todas as liras [contidas em Marília de Dirceu] são escritas [...] em linguagem


simples, às vezes graciosa e, apesar do estilo mitológico e de outras
reminiscências clássicas, percebe-se que o poeta teve a preocupação de
fazer-se claramente entendido por Marília. Daí talvez o tom familiar e,
podemos dizer, matrimonial, de boa parte dessas composições. Admitimos a
espontaneidade da linguagem do poeta, assim como a sinceridade de suas
intenções. Mas achamos, por outro lado, que não há nas liras um
transbordamento lírico de apaixonado autêntico, senão a frieza calculada e
disfarçada de um cortesão portador de apreciável intuição psicológica,
suficiente para eliminar certos possíveis problemas em suas relações com a
mulher escolhida para o matrimônio.

Tudo isso, sendo ocasionado devido a vinda deles da Europa, onde cada
um possuíam uma formação distinta, surgindo o “fingimento poético”, onde escreviam
poemas, passando-se por outra pessoa, para que não fossem descoberto, sendo eles,
na maioria da alta elite brasileira, desta forma surge assim, a concepção do Arcade,
24

que tem como referência o sonho de uma vivencia tranquila, após anos de trabalho,
tornando-se o Eu-lírico do Arcadismo.
O Arcadismo teve forte influencias europeias, possuindo características
gerais, mas que no Brasil, começa com o processo de contextualização, mostrando
inicialmente a paisagem geral de Minas Gerais e a poesias satíricas com Cartas
Chilenas (1845) de Tomas Gonzaga, sendo formada como críticas ao governador da
época por meio dos Pseudônimos.
Essa Escola Literária, sofre fortes influências artísticas na sociedade, até
os dias atuais, sendo empregado principalmente através de músicas, por possuírem
características similares as arcadistas, que tem o objetivo de escancarar a vida livre e
singular.

2.4 Literatura romancista

Na Europa, o Romantismo surgiu com o principal objetivo de quebrar os


padrões clássicos, havendo uma preocupação individual, uma visão pessoal e
subjetiva, e retomando ao Cristianismo, houve uma predominância da imaginação,
aparecendo a sensibilidade, a erudição e o aparecimento do folclore, como cita
Coutinho (2004, p.4) “Já a etimologia do termo indigita o gosto das tradições medievais
e cultura folclórica.” Também mostra a imagem sentimental do homem e da mulher e
por fim, os versos livres que mostra o nacionalismo e a criação do herói.
No Brasil, o Romantismo surge a partir do século XIX, aparecendo como a
primeira escola da era nacional brasileira com algumas características peculiares e
pessoais, aparecendo o individualismo e a subjetividade através da liberdade de
expressão, emitindo a ideia do que as pessoas pensam de forma cautelosa e voltando
ao sentimentalismo, a natureza e o amor pela terra em que vivem, sendo inserido
dentro do contexto e saindo um pouco da realidade, mas não a que está inserido,
sendo influenciado pela tendências europeias.
Coutinho, (2004 p.263) o romance regionalista, na literatura universal,
nasceu da atividade da estética romântica como possível fruto da reação contra o
subjetivismo exagerado, cujo epifenômeno era a hipertrofia do eu. Sendo assim, foi o
movimento que influenciou a Literatura brasileira, tanto na Pintura, Música e a
Arquitetura, sendo oposto ao arcadismo, ao racionalismo e ao iluminismo, chegando
ao Brasil a partir do século XVII.
25

O Romantismo aparece em três fases, a primeira nacionalista ou indígena,


mostrando a religiosidade como passagem de vida e após a morte, o amor impossível,
tendo a mulher como inspiração sem a tocá-la e o amor a terra em que vive, pois
durante esse período muitos saíam para a Europa e a saudade quando apertava as
retratavam através de poemas, há também uma preocupação com o indianismo e o
nacionalismo, possuindo assim, dois autores importante como Gonçalves de
Magalhães, com a obra Suspiros Poéticos datada em (1836) e Saudade e Gonçalves
Dias com a obra Canção do Exílio datada em (1843).
Na segunda fase do século XIX conhecida como Mal-do-Século, nesse
período havia uma preocupação com o social, os jovens poéticos dessa fase morriam
novos devido a doença que estava em alta, a Tuberculose, então, os jovens
aproveitavam a vida o máximo que podia, tendo assim como características principais,
a dúvida, o tédio, a orgia, a morte, a infância e o sofrimento em suas obras, havendo
um exagero no sentimentalismo por parte dos homens e uma vida de amores intensas.
Os principais autores da segunda fase foram Alvares de Azevedo
mostrando a tendência poética a morte e o medo, com cita Rocha (1982), “Alvares de
Azevedo sobressai-se uma vivencia diferente da noite. A noite impregnada pela morte,
fria e dominada pela invocação das aguas letais, noite envolta em nevoas, com Ilhas
moribundas flutuando nessa atmosfera opaca”. Já nas características de Casimiro de
Abreu mostrava um apego familiar após a morte, como cita Pires (1942), “os seus
últimos dias foram marcados pela volta decidida aos valores da aliança - O amor da
mãe, a valorização dos cânones religiosos e morais tradicionais, abandonado de todo
o satanismo literário”.
Para a terceira geração tendo como referência o autor principal desta fase,
Castro Alves, conhecido também como “Poetas dos Escravos” que mostrava uma
preocupação com a crítica social, havendo o processo da escravidão, que batia de
frente com uma sociedade escravocrata, e através de suas poesias mostravam a
realidade vivida por eles através de poemas, como cita Verissimo:

Em Veríssimo, pode-se ver claramente que o crítico enaltece Castro Alves,


dizendo que seu talento, sua eloquência comunicativa está evidente no
aspecto abolicionista: [...] em Vozes d’Africa, e ainda no Navio Negreiro, mais
que a ênfase ou a retórica da escola, eloqüência dos melhores quilates,
profundo sentimento poético, emoção sincera e, sobretudo no primeiro, uma
formosa idealização artística da situação do Continente maldito e das
reivindicações que nosso ideal humano lhe atribui. E mais uma então ainda
não vulgar perfeição métrica simplesmente, porém, mérito mais alto e mais
26

raro, a correlação da palavra com o pensamento, a sobriedade da expressão


que se não desvia e derrama do seu curso, e por vezes uma concisão forte
que realça singularmente toda a composição, além de imagens novas,
verdadeiras, belas de fato, e uma representação que em certas estrofes
atinge o perfeito senão o sublime (VERÍSSIMO, 1998, p. 230).

O autor via Castro com um dos maiores escritores de todos os tempo, não
apenas por defender a causa do negro, mas para mostrar a poesia carnal,
demonstradas através da sensualidade, do amor erótico, mas defendendo a
integridade e o respeito a mulher. Tornando-se nos dias atuais uns dos maiores
representante da Literatura brasileira.
27

3 PRINCIPAIS CONTEXTOS HISTÓRICOS E LITERÁRIOS QUE INFLUENCIARAM


O SURGIMENTO DA SEMANA DA ARTE MODERNA

No final do século XIX, as novas tendências literárias surgiriam com


formatos diferente das anteriores, sendo empregadas dentro de novos contextos
históricos, sociais e econômico, aparecendo através de problemáticas surgidas a
partir, daquele período. A sociedade brasileira, progredia na tecnologia,
industrialização e na busca de novos conhecimentos, desta forma, contribuindo para
novas perspectivas culturais, principalmente na Literatura.

Na rede uma cultura plural como a que vivemos, é a qualidade estética do


texto que ainda deve importar como primeiro critério de inclusão no vasto
mundo da narrativa; só depois, e em um matizado segundo plano, é que
interessam o assunto ou a visibilidade dos seus referentes. Esta, por seu
turno, parece depender, cada vez mais, da mídia, isto é, do mercado das
comunicações. O que conta e deve sobreviver na memória seletiva da história
literária é o pathos feito imagem e macerado pela consciência crítica. (BOSI,
1986, p.438)

Bosi, preocupado com o desencadeamento das novas estruturas literárias


faz menção da necessidade de sempre está atento as características literárias
anteriores, para que assim fosse renovadas. A Literatura, sempre esteve presente na
História da humanidade, então, sendo contextualizada a partir dos fatores social,
econômicos e culturais.

3.1 Literatura Realista Brasileira

Surgida no final do século XIX, apresentando como principal característica


o antirromântico, não há subjetividade, havia o retrato do dia a dia das pessoas,
aparecendo não apenas na literatura, mas sendo desencadeando através da
Escultura e da Pintura.
Novos valores estavam sendo apresentados frente a sociedade, revelando
a crítica social e expondo os problemas como eles realmente eram, escancarando
novos ideais de uma sociedade, com classes distintas, as críticas institucionais
principalmente em relação a igreja e por fim, a liberdade transformada em realidade,
tendo por objetivo a busca de mudanças, mas através de uma linguagem formal.
28

As principais características do Realismo surgiram a partir da publicação


de Memórias Póstumas de Brás Cuba (1881), publicada incialmente em um folhetim,
sobrepondo as características do Romantismo, através da objetividade, a
verossimilhança, o descritivíssimo, a razão, a observação e a análise sendo retratada
em detalhes, desta forma, apresentadas em obras longas, há um universalismo
servindo para todos, pois ocorre problemas sociais e o retrato fiel da personagem.
Segundo Pellegrini (2007, p.139):

Se o uso do termo realismo tem uma longa história no campo artístico, está
também ligado a questões filosóficas de fundo, voltadas para os próprios
conceitos de ‘real’ e de ‘realidade’, que se transformaram ao longo dos
séculos, impossíveis de explorar aqui. De modo geral, um dos seus sentidos
primeiros vincula-se à assertiva da existência objetiva dos universais (idéias
ou formas com existência independente dos objetos em que são percebidos),
no sentido platônico, sendo, então, quase sinônimo de idealismo.

Em consonância Williams (1983, p. 259).

Esse sentido se perdeu e realismo surgiu como uma palavra totalmente nova,
apenas no século XIX; em francês, por volta de 1830, e em inglês, no
vocabulário crítico, em 1856, sendo que, a partir de então, desenvolveu-se,
em termos gerais, como um termo que descreve um método e uma postura
em arte e literatura: primeiro uma excepcional acuidade na representação e
depois um compromisso de descrever eventos reais, mostrando-os como
existem de fato, sendo que aqui, em muitos casos, inclui-se uma intenção
política.

A partir desse sentido, formou-se a escola do Realismo no Brasil, com uns


dos principais autores deste movimento. Machado De Assis, considerado uns dos
maiores autores brasileiros da época e inclusive na atualidade, portando a primeira
cadeira de Letras brasileira.
O mesmo obteve em suas obras características pessoais, pois transparecia
conhecer os personagens na integra e tudo que acontece em torno das suas obras.
Há uma crítica, irônica e humorista, sendo dividida em duas fases, a primeira sofria
influencias do romantismo e a segunda sendo escancarada na veracidade do
realismo, apresentando uma diversidade literária através de contos, crônicas, teatros,
estudos, obtendo assim, um acervo grandioso.

3.1.1 Literatura Naturalista sobre influência do Realismo


29

Lilian Furst (1971, p. 180) “’ realismo’ e ‘naturalismo’, eles seriam como


gêmeos siameses, com membros separados mas compartilhando órgãos vitais. Um
desses órgãos seria a representação objetiva da realidade em oposição ao
pensamento romântico”. Desta forma, um necessita do outro para existir.
Ocorrendo ainda no século XIX, precisamente em 1881, giram em torno do
Realismo, através dos contextos históricos e seguindo algumas teorias e correntes
como o positivismo de Comte (1798-1857), o socialismo de Marx (1818 até 1883), o
evolucionismo de Darwin (1809-1882), o determinismo de Taine e a psicanalise de
Freud (1856 – 1939), estas por vez sendo observada nas obras do Naturalismo, sendo
acrescentado características a mais das que existia no Romantismo.
O principal autor deste período foi o Maranhense Aluísio de Azevedo, com
características teóricas e correntes filosóficas que diferenciavam o Naturalismo das
demais escolas, sendo representado através de romances de tese, surgindo com
temas que ainda não era exposto com tanta clareza. Para ter desencadeado estas
novas características o artista que até então pintava telas a óleo com versões de
pessoas mortas e causando um grande escândalo para a sociedade da época, revelou
ao seu amigo Olavo Bilac, sobre o poder da sua obra:

Ah! Meu caro, imagine você que um desses retratos era tão feio, na sua crua
verdade, na sua horripilante representação viva do horror da morte, que
serviu muito tempo em São Luís do Maranhão para intimidar as crianças
manhosas... Não ria! Digo-lhe a verdade! O retrato era emprestado, de casa
em casa, entre famílias. Assim que as crianças começavam a fazer manha
as mães intervinham: - Olha que vou buscar o tabelião! “Oh, ainda hoje há,
no Maranhão, muita gente que deve a boa criação que tem à sinistra
influência do retrato do tabelião” (MENEZES, 1958, p. 63).

A partir de então, sendo influenciado por uma mudança de padrão e


apresentado características de aspectos experimentais como o sexo, as situações
coletivas as influência ao meio em que a sociedade vivia, as patologias, as doenças a
partir da genética pela primeira vez.
Na Literatura brasileira, ocorre o aparecimento da homossexualidade
feminina, como ocorrem em Mulato (1881), aparecendo como primitiva para existência
do Naturalismo, mas não sendo a sua principal obra, vindo a ser O Cortiço (1890), em
que as pessoas são retratadas por forte influencias ao meio em que vive. Como
descreve em seus fragmentos, o perfil da psicologia feminina vista por Freud. Falando
especificamente sobre as prostitutas.
30

3.2 Literatura parnasiana brasileira

A Escola Literária Parnasiana iniciada no século XIX, ocorreu com a


publicação da obra Fanfarras (1882) de Teófilo Dias, seguindo uma tendência
completamente poética, contrária a anterior, portando de alguns aspectos subjetivos
similares ao Realismo. Foi uma escola preocupada apenas com a estética, sendo
assim, uma das responsáveis pela busca de mudanças artísticas ocorrida no início do
século XX, com as apresentações durante a Semana da Arte Moderna.
O Parnasianismo está diretamente ligado a poesia subjetiva, apresentando
pouco sentimentalismo, nessa poesia não aprece o “Eu-lírico”, a sua principal
característica está relacionado ao vocábulos, não havendo coloquialismo, prevalece
a existência ao cultismo e a forma das palavravas, apresentando a métrica e a
perfeição em toda a poesia.
Segundo Bosi, os parnasianos representavam “indício de pobreza cultural
ou de insensibilidade às angústias do próprio tempo, aquele fechar-se na gaiola
dourada dos catorze versos e cultivar um descritivíssimo requintado ou um lirismo de
curto fôlego” (BOSI, 1994, p. 20). Também foi a escola que mais se beneficiou com
fins lucrativos, devidos os livros dos autores serem expostos em livrarias, deixando de
ser valorizado com a chegada do Modernismo.
No Parnasianismo, não há uma preocupação social, há apenas uma
preocupação em construir poemas perfeitos com formas perfeitas, desta forma,
tornando-se em textos eruditos, sendo necessário pesquisar em dicionário para que
pudessem ser compreendido o significado das palavras, sendo visada com a “Arte
pela Arte”, de Alfred Bosi (1994, p. 245) coloca que, com os velhos românticos
parnasianos “[...] abria-se também caminho para o exercício de uma outra linguagem,
mais aderente aos sentidos, ao corpo, aos objetos que nos cercam.” Tornando a
estética dessa forma, sendo o suficiente para a poesia, a brasilidade não era o tema
presente, assim como a emoção, mas cada representante apresentava uma
singularidade pessoal.

3.2.1 Principais representante do Parnasianismo

Olavo Bilac, conhecido como o príncipe dos poetas, escreveu sua primeira
obra Poesias (1888), ainda trazendo consigo o processo de transição do Naturalismo
31

para o Parnasianismo. Conseguia fugir um pouco das tendências parnasianas através


dos seus poemas, com menos friezas, expondo um pouco de sentimentalismos. Nas
poesias de Bilac, existe um pouco de nacionalismo mas de forma singular, aparece a
formação mitológica e o sensacionalismo leve, como descreveu em seus poemas a
sensualidade, mas de uma forma mais discreta.
Alberto de Oliveira também foi uns dos principais representantes
Parnasiano, sendo, que este seguia essas características na integra, preocupando-se
apenas com a questão da forma métrica e sem emoção, cita Otto Maria Carpeaux
(1963, p. 2173) que o valor da poesia parnasiana dá-se exatamente pela sua ligação,
mesmo que velada, com o Romantismo.” Os poemas de Alberto, não precisava haver
romantismo, havendo assim, uma presença marcante através do descritivíssimo
minuciosa do poema Vaso Grego (1886).
Outro percussor da poesia Parnasiana foi Raimundo Correia, sendo este o
mais singular, havendo a valorização da mulher, a revelação dos elementos da
natureza, também há um pouco de melancolia em suas obras, mostrando
razoavelmente o sentimentalismo, mas havendo um certo pessimismo, sendo
revelado apenas as partes ruins da vida e achando incômodo em tudo, também há
uma representação filosófica e a moralista, como mostra em seu poema Anoitecer
(1859).

3.3 Literatura simbolista brasileira

Alfred Bosi (1986b), do âmago da inteligência europeia surge uma


oposição vigorosa ao triunfo da coisa e do fato sobre o sujeito - aquele a quem o
otimismo do século prometera o paraíso mas não dera senão um purgatório de
contrastes e frustrações. Surgindo assim, o nome Simbolismo.
Diferente das outras escolas, está surgiu no Sul do Brasil ao final do século
XIX, tendo apenas referência em Minas Geras pertencente ao Sudeste. Anti-
parnasiana, ou seja, totalmente contrária ao Simbolismo, vota a semelhança
romancista, resgatando o subjetivismo e o Eu- lírico mas de uma forma diferente,
havendo um sentimentalismo questionado, tentava mostrar ao leitor que algo estaria
acontecendo, mostrando pela primeira vez figuras de linguagem como a aliteração.
Surge então, a musicalidade através da poesia, dando ritmo ao poema e
sendo contextualizado de forma irracionalismo, mística e a religiosidade, estas
32

voltadas através de perguntas, tendo como tendência a tese de Freud, prevalecendo


o inconsciente nas poesias.
Alfred Bosi (1994, p. 12), o Simbolismo “não foi mais do que um episódio”,
isto é, “não penetrou no espírito das classes cultas senão muito superficialmente,
deixando intacta a formação parnasiana dominante”. Ao contrário dos Parnasianos
que ganharam dinheiro com as publicações de seus poemas em livrarias, os
simbolistas não tiveram o valor devido naquele período, reaparecendo através da
Literatura apenas na década de 30, com o surgimento do Modernismo
Somente com a chegada do Modernismo, surgida no século XX, a maioria
desse autores ganharia os seus devido respeito, após o incentivo da Semana da Arte
Moderna, aliaram-se a outros autores renomados como Cecilia Meireles, Carlos
Drummond, Vinicius de Moraes e Mario Quintana.
Bosi (1994. P. 263) revela sobre o que os autores do Simbolismo
desejavam exprimir:

“... o desgosto das soluções racionalistas e mecânicas... ambos recusam-se


a limitar a arte ao objeto, a técnica de produzi-la a seu aspecto palpável,
ambos em fim, esperam ir além do empírico e tocar com a sonda da poesia
um fundo comum que susteria os fenômenos, chama-se Natureza, Absoluto,
Deus ou Nada” BOSI (1994.p.263)

Desta forma, produzia assim, uma poesia pessimista. Um desses


representantes foi Cruz e Souza aparecendo em suas obras características retratadas
através do sofrimento, da dor e da obsessão por cor branca, principalmente pôr ter
sofrido preconceitos “por causa de sua cor” e por sofrimentos ao longo da vida.
Surge no Simbolismo o erotismo diferente do Parnasianismo, onde
mostrava as condições humanas filosóficas, religiosas entre outras, sendo estas
analisadas individualmente. Uma das obras significativa deste autor e do movimento,
foi a música, através de Violão que Choram (1861), apresentando musicalidade
através da aliteração, dando o ritmo ao poema.

3.4 Contexto históricos Pré-modernista

O termo Pré-modernismo criado em 1939 por Tristão de Athayde causou


“momento de alvoroço intelectual, marcado pelo fim da grande guerra [1914-1918] e,
entre nós, por toda uma ansiedade de renovação intelectual, que alguns anos mais
33

tarde redundaria no movimento modernista” (ATHAYDE, 1939, p. 07). Não pertenceu


diretamente a uma escola literária, principalmente por não possuí características
semelhantes, mas foram influenciados por diversos autores.
No geral, os autores que iniciaram o período pré-modernista tinham com o
intuito mostrar as problemáticas sociais, a partir de origem dos problemas, assim como
as consequências que as ocasionaram, havendo uma influências indiretas das outras
escolas literárias anteriores e aplicadas através de suas obras.
Os autores, não seguiam características especificas, havendo assim uma
diversidade na construção das novas formas literárias, mas que no contexto geral
seguiam padrões literários e artísticos, aparecendo assim o regionalismo de acordo
com o lugar ao qual estavam inseridos, desta vez espalhando pelo país. Ocorre então,
a valorização regional, ou seja, o respeito a cultural e coloquialismo. Para Pessiani
(2003, p. 22), em sua reavaliação do Pré-modernismo, este período da literatura
brasileira foi mais que “simples anteparo do modernismo”, mas um movimento que
oferecia novidades, prenunciando elementos estéticos e temáticos”.
As denúncias brasileiras acontecem de forma escancarada, sendo
mostrada a sociedade através de ensaios, panfletos, documentado, preocupando
manifestar por outras partes das Regiões, as figuras atuantes na sociedade não é
apenas a burguesia mais a sociedade em massa. Aparece também novas formas de
padrões distintos, tanto na Literatura quanto nas Artes em gerais, mas havendo uma
formalidade.
É o primeiro movimento contra os problemas brasileiros, havendo críticas
sociais e sendo direcionadas aos seus principais responsáveis. Os artistas
procuravam através de suas obras tomar atitude em relação as injustiças ocorridas
nos dois “Brasis”, o primeiro sendo arcaico que não tem conhecimento, os que
contribuem na agricultura, os esquecidos, os analfabetos, não havendo investimento
pela política pública e o segundo, localiza-se as grandes capitais, ocorre a tecnologia,
a informatização, as industrialização, há uma preocupação com a população e seu
modo de vida, mas não há uma denúncia direta.

3.4.1 Principais autores pré-modernistas

Os principais representantes deste período, foi Graça Aranha falando em


suas obras, sobre as imigrações, analisando o comportamento brasileiro,
34

apresentando romances de tese e o sincretismo literário. Foi o primeiro autor a falar


da natureza brasileira, não mostrando apenas o belo, mas a parte feia do Brasil,
mostrando a realidade do jeito que ela é. A sua principal obra foi Canaã (1902) e
posteriormente tendo uma grande contribuição durante a Semana da Arte Moderna.
Entre outros artistas, pode mensurar Euclides da Cunha com a sua principal
obra, Os Sertões (1902), Monteiro Lobato com a criação do personagem Jeca Tatu e
a sua Literatura Infantil, sendo também uns dos principais críticos da Semana da Arte
Moderna de 1922, Lima Barreto com Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), sendo
importante no processo em defesa ao preconceito racial, e havendo outros artistas

3.5 Acontecimentos históricos na década de 20 no Brasil

No Brasil durante a década de 20 (1920-1929), passava por um período de


transformação política, industrial, migratória e econômica. A população estava em
processo de mudanças do campo para a cidade, em busca de novas perspectiva de
vida, deixando o serviço da agricultura para trabalharem em fabricas, principalmente
na região de São Paulo.
Nesta década, as fábricas também passaram a necessitar de mão-de-obra
de trabalhadores acostumados com as tarefas na linha de produção, ocasionando em
uma corrida migratórias para o país, principalmente vindos da Itália, do Japão, de
Portugal e de outras diferentes nacionalidades, para que pudessem suprir a
necessidade da mão de obras industrial brasileira profissionalizada.
A vinda dos imigrantes para o Brasil, teve uma contribuição significativa,
trazendo não apenas o trabalho, mas a forma de vida cultural deles e consigo, os
ideais revolucionárias anarquistas e socialistas, ajudando a acrescentar nas
mudanças comportamentais de uma sociedade até então, conservadora.

Para Malatesta: o anarquismo é, distintamente, uma aspiração humana, que


não se funda em nenhuma necessidade natural verdadeira ou supostamente
verdadeira, mas que poderá se realizar segundo a vontade humana.
Aproveita os meios que a ciência proporciona ao homem na luta contra a
natureza e contra as vontades contrastantes; pode tirar proveito dos
progressos do pensamento filosófico quando estes servem para ensinar aos
homens a raciocinar melhor e a distinguir com maior precisão o real do
fantástico; mas não se pode confundi-lo, sem cair no absurdo, nem com a
ciência e nem com qualquer sistema filosófico. (MALATESTA, 2007, p. 43)
35

Provocando assim, em uma mudança de paradigmas, marcada pela


intensificação de uma vida urbana mais intensa. Durante a década de vinte,
apareceram movimentos sindicais atuante que pudesse defender uma sociedade
anarquista e socialista, posicionando-se e reivindicando através de seus direitos, ou
seja, através de uma “sociedade organizada sem autoridade, compreendendo-se
autoridade como a faculdade de impor sua vontade” MALATESTA (1989, p. 72), e
sobre socialismo “ninguém pode explorar o trabalho de outrem e nem impor sua
própria vontade a outros por meio da força bruta” MALATESTA (1989, p. 48), neste
sentido, algumas transformações comportamentais seria mudada, através de
reivindicações.
Durante as transformações comportamentais brasileira na década de XX,
necessariamente no ano de 1922, no Rio de Janeiro, acontecia a fundação do Partido
Comunista do Brasil (PCdoB), que tinha como objetivo inicial a substituição de um
país capitalista para um país socialista, passando ainda sobre o efeito da Revolução
Russa de 1917, que consistia:

A Revolução Russa é o fato mais prodigioso da guerra mundial. Sua


explosão, seu radicalismo sem igual, seu efeito durável refutam
admiravelmente o argumento utilizado pela socialdemocracia alemã oficial,
no seu zelo para encobrir ideologicamente a campanha de conquistas do
imperialismo alemão: as baionetas alemãs tinham por missão derrubar o
czarismo e libertar os povos por ele oprimidos. A revolução na Rússia atingiu
considerável alcance, a influência profunda por ela exercida permitiu-lhe
abalar todas as relações de classe, revelar o conjunto dos problemas
econômicos e sociais. (LUXEMBURGO, 1991, p. 60).

Desta forma, sendo referencial para o Brasil e obtendo um novo modelo de


política nacional. Vale ressaltar, que no Brasil, as classes sociais estavam se
organizando e que passaria influenciar na cultural e econômica do país,
principalmente pelo aumento de imigrantes europeus, atraídos pelo trabalho e por
investimentos no comércio. Em São Paulo, a política oferecia uma forte influência
voltada para a produção e exportação do café.

3.5.1 O Tenentismo

Durante a década de vinte, presidiram diretamente o Brasil,


Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa de 1919 a 1922, Artur da Silva Bernardes de 1922
a 1926 e Washington Luís Pereira de Sousa de 1926 a 1930, por si tratar de um
36

período de República Oligárquica “Oligarquia como termo para designar grupos


políticos tradicionais que dominam determinadas regiões, ou, por derivação, seu
governo.” CERRI (1998, p. 115), que ocasionou em transformações políticas,
inúmeras greves e rebeliões intensas, marcada pelo tenentismo.
O tenentismo, foi um movimento oficial de baixa patente, onde os revoltosos
pensaram pouco e agiram muito, foi a luta pelo declínio do então presidente Artur da
Silva Bernardes (1922-1926), ocasionando na formação dos quarteis, conhecido como
a Revolta dos 18 Fortes de Copacabana, que visava interagir e transformar a
sociedade, sabendo lidar com as diferenças e sendo capaz de gerir.
Segundo aborda Carone, ao falar do tenentismo:

Com o tenentismo que acentua a fissura entre o velho e o novo, entre o


Exército político tradicional e o recente Exercito político. (...) Agora, porém,
os traços que caracterizam o recente o movimento político se acentuam,
progressivamente, numa afirmação continua. Como a dos sargentos, as
revoltas tenentistas são coletivas e totalizantes (CARONE 1974, p. 383)

Essa hipótese, nos remete a entender a busca por novas mudanças


políticas, provocando na população brasileira o reconhecimento pelo movimento,
sendo visado através da Coluna Preste, que percorria os estados e que tinha como
objetivo conquistar o maior número de cidades possíveis. Foi a partir destes
movimentos que aconteceu a incorporação da luta pelo voto secreto, contra a
corrupção e a busca por um ensino público gratuito, conseguindo assim cultivar mais
pessoas.
37

4 A BUSCA PELA BRASILIDADE NA DÉCADA DE 20

A década de 20 no geral, ficou conhecida como “os anos loucos”,


justamente por conta da libertação e pela busca de direitos coletivos, através da
aparição de novas ritmos musicais, do voto secreto, do voto e da presença feminina.
O cinema apareceu como meio de diversão, surgindo a partir de então, novos artistas
tanto na Literatura quanto nas Artes.
O entretenimento aparece como meio de diversão, ocorrendo pela tentativa
na quebra de paradigmas preconceituosos e xenofóbicos, provocadas pelo
surgimento das correntes migratórias em diversos países, havendo uma mudança
cultural da sociedade.
Na Arte também aconteciam mudanças, passando a semear a semente da
Semana da Arte Moderna – SAM, ocorrendo em fevereiro de 1922. Essas novas
mudanças refletiriam nas transformações culturais artísticas, através da Música,
Literatura, Poemas, Sarais, Pinturas, Esculturas entre outros, tendo como referência
a busca da brasilidade, inicialmente sendo promovida por uma sociedade
conservadora e que ainda passava por transição oligárquica.
Como afirma Sérgio Miceli (1979, p.15), acerca da oligarquia ao novo
movimento:
O acesso dos modernistas às frentes de vanguardas europeias por força de
sua proximidade social junto aos círculos intelectualizados da oligarquia foi,
paradoxalmente, a condição que lhes permitiu assumir o papel de inovadores
culturais e estéticos no campo literário local, tomando a dianteira.

Percebe-se que através da afirmação, que há uma destinação do novo


movimento apenas há um público especifico, permitindo que alguns poderes
oligárquicos, pudessem contribuir para a formação da nova brasilidade.
Começa então, a formação de uma nova vanguarda brasileira, que
objetivasse desprender-se das tendências europeias, focando nas próprias marcas e
características brasileiras, visando assim, o surgimento de uma nova tendência que
pudesse impactar tanto na forma social, econômica e principalmente cultural.

4.1 Principais movimento que antecederam a Semana da Arte Moderna


38

O termo “Moderno” transmite uma ideia de algo novo, tendo como uma das
definições, “O modernismo nasceu sob influência da filosofia pragmatista e do
psicologismo que sensibilizou os movimentos de vanguarda” (ABDALA JUNIOR;
CAMPEDELLI, 1999, p. 200).
Era natural que vários artistas fossem para a Europa a fim de estudar ou
aprimorar conhecimento, observando as tendência, ao qual se admiravam por estar
em alta, como cita Batista (1972, p. 43). “Eles [os artistas europeus refugiados da I
Guerra] só falavam no cubismo, e nós de macaquice começamos a fazer as primeiras
experiências”. Durante o retorno ao Brasil traziam consigo inspirações artísticas,
principalmente durante o século XX, com tendências Cubistas de Pablo Picasso e o
Futuristas com Marinetti, e outros com o Expressionistas, o Fauvistas e o Dadaístas.
Entre esses artistas, Oswald de Andrade em 1912 trazia da Europa ideias
cubistas e futuristas, contribuindo na busca por inovações em sua Arte, Lasar Segall,
Anita Malfatti e Victor Brecheret, entre outros, que também vieram e trouxeram
consigo contribuições significativa.

4.1.1 Exposição de Lasar Segall em 1913 no Brasil

Lasar Segall um artista lituano que fixou residência definitiva no país em


1923, teve uma exposição em 1913, que retratava pinturas expressionista, que
inicialmente não atrairia tantos curiosos, como cita Brito “cuja exposição de pinturas
expressionistas de 1913 não provocou nenhuma reação” BRITO (1978, p. 29).
Mostrava uma arte inovadora, sem tradições.
As artes de Lasar Segall, começou apenas a ter fortes impactos tempos
depois, quando houve comentários de Mario de Andrade uns dos percussores da
SAM, ao fazer declarações públicas que alavancou as opiniões, ao dizer: “A primeira
exposição de pintores não acadêmica em nosso país” pois uns dos ideias deste
período, era mostrar o fim do academicismo, mostradas nas escolas literárias
anteriores” (Jornal do Commercio1922).

4.1.2 Exposição de Anita Malfatti em 1917 no Brasil

Em 1914 Anita Malfatti, fez sua primeira exposição nas Mappin Stores em
São Paulo, indo neste ano para os Estados Unidos para estudar Arte e retornado ao
39

Brasil apenas em 1916, após observar as tendências seguidas na Europa, através


das pinturas. No ano Seguinte, em 1917 expões suas primeiras arte, como uma nova
perspectiva de apresentação artística, sendo inovadora e trazendo consigo a sua
experiência vivida na Europa, para que a sociedade paulistana pudesse observar,
desta forma provocando críticas e por seguinte elogios.
Segundo Batista, Lopez e Lima em Brasil: 1º tempo modernista 1917/25:
documentação (1972, p. 41) a artista Anita Malfatti diz a respeito da sua experiência:

Quando cheguei à Europa, vi pela primeira vez a pintura. Quando visitei os


museus fiquei tonta. Comecei a querer descobrir que os grandes santos das
escolas italianas eram diferentes dos santinhos dos colégios. Tanto me
encantavam uns quanto os outros. Fiquei infeliz porque a emoção não era de
deslumbramento, mas de perturbação e de infinito cansaço diante do
desconhecido. Assim passei semanas voltando diariamente ao Museu de
Dresde. Em Berlim continuei a busca e comecei a desenhar. Desenhei seis
meses dia e noite. Um belo dia fui com uma colega ver uma grande exposição
de pintura moderna. Eram quadros grandes. Havia emprego de quilos de tinta
e de todas as cores. Um jogo formidável. Uma confusão, um arrebatamento,
cada acidente de forma pintado com todas as cores.

Os artistas anteriores, abismados com a descrição categórica de Anita


Malfatti, continuam a observar através de sua fala:

O artista não havia tomado tempo para misturar as cores, o que para mim foi
uma revelação e minha primeira descoberta. Pensei, o artista está certo. A
luz do sol é composta de três cores primárias e quatro derivadas. Os objetos
se acusam só quando saem da sombra, isto é, quando envolvidos na luz.
Tudo é resultado da luz que os acusa, participando de todas as cores.
Comecei a ver tudo acusado por todas as cores. Nada nesse mundo é incolor
ou sem luz. Procurei o homem de todas as cores, Lovis Corinth, e dentro de
uma semana comecei a trabalhar na aula desse professor. Comprei
incontinente uma porção de tintas, e a festa começou. Continuava a ter medo
da grande pintura como se tem medo de um cálculo integral”. (BATISTA,
LOPEZ e LIMA, p. 41)

Mostrando como a artista ficou admirada com as representações artísticas


da Europa, que estimulo-a estudar essa técnica e trazer para o Brasil essa nova
tendência, sobrepondo as escolas literárias brasileira. Foi através da obra principal
Aboba (1916), com cores e traços diferenciados, que a artista fez a sua primeira
exposição pós-Europa, apresentando em 1917 em São Paulo.
Passou a partir de então, a alavancar admiração nos artistas brasileiros,
principalmente de Mario de Andrade ao afirmar "Primeira Exposição de Arte Moderna
no Brasil, 1917-1918" (Jornal do Commercio1922). Construindo a partir de então, uma
grande amizade e tornando percursora da Arte Plástica brasileira.
40

Vale ressaltar, que foi a partir deste evento que ocasionou o primeiro
confronto aberto entre o velho tradicionalista pré-modernista Monteiro Lobato, com o
surgimento da nova proposta de arte de Anita Malfatti, ao apresentar seu artigo
Paranoia da Mistificação, publicado em 1917, em O Estado de São Paulo, que fazia
menção ao seguinte fragmento sobre a exposição:

Há duas espécies de artista. Uma composta dos que veem normalmente as


coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardando os eternos
ritmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os
processos clássicos dos grandes mestres. (…) A outra espécie é formada
pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-se à luz de teorias
efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá
como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do
sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação,
bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes brilham um instante, as mais das
vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.
Embora eles se deem como novos, precursores duma arte a vir, nada é mais
velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a
mistificação. De há muito já que a estudam os psiquiatras em seus tratados,
documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas
dos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros
transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições
públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos,
não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação pura.

O comentário feito por Monteiro Lobato, provocou distintas opiniões


populares e vindo afetar de forma direta com a artista, que sofreu psicologicamente
com a crítica feita por Monteiro Lobato, vindo a querer destruir inclusive seus quadros,
mas com a ajuda de seu amigo Mario de Andrade, que julgavam também, ter sido
uma grande paixão sua, ajudo-a nesses momentos. Acredita-se que a crítica de
Monteiro Lobato, foi o que ajudou a aceitação do Modernismo, onde o artista veio
tempos depois, a se justificar e deixar a sua opinião esclarecida sobre o artigo escrito
por ele.

4.1.3 Exposição de Victor Brecheret em 1920 no Brasil

Em 1920, houve a exibição em São Paulo da maquete da obra de


Monumento ás Bandeiras de Victor Brecheret, que viria ser construída e inaugurada
apenas em (1953), em homenagem aos bandeirantes, no evento que contemplava o
centenário de São Paulo.
Despertando ainda mais admiração dos artistas brasileiros, acreditavam-
se que a partir desta exposição, sucedeu-se para que novos artistas, aprecia-se e se
41

sentissem incentivados a construção desta nova arte, como cita Minotti Del Picchia,
ao afirmar: “que foi a sua arte magnifica que abriu novos cérebros”. (Jornal do
Commercio 1922). Passando assim, a embalar novas perspectivas de trabalho a
novos artistas brasileiros.
Sobre a Arte de Victor Brecheret, Oswald com o pseudônimo Ivan,
escreveu sobre o escultor no número 2 da revista Papel e Tinta:

Escultor ainda tão ignorado que o conhecê-lo assume quase a proporção de


um descobrimento, este brasileiro nos voltou há alguns meses da Itália, onde
foi aprender o catecismo da arte que o enleva. [...] [...] Mas Brecheret não
reflete apenas as ideias modernas. Não é um espelho, é uma fonte viva de
criação, mpressionante na coerência com que junta à utilização eloquente do
símbolo a sadia inocência dos primitivos. Compreendeu qual o valor da
arcaização para que propendem esses escultores modernos [...]. Brecheret
faz a sua escultura endireitar para o futuro apoiando-se proficuamente nos
preconceitos ancestrais, no alicerce de uma tradição reflorida na saudade. A
Cabeça de Cristo, uma das suas criações magistrais, é de uma concepção
originalíssima, belo na sua extravagância, denunciando um escultor com uma
visão toda sua da arte. Naquela imobilidade pensativa, naqueles lábios
sobrenaturais, no rictus da boca, nas tranças arcaicas o artista conseguiu
prender, de modo genial, as tragédias, as esperanças, o sacrifício divino –
todo um calvário de imolações formidandas. O Cristo de Brecheret é Deus. A
Eva serve de contraste. É a mulher da Terra, é a filha do limo, trazendo no
sangue estuante o fogaréu interno do planeta, levando nos cabelos o cheiro
verde dos vegetais e nos seios o milagre amoroso da germinação. Por isso
ela enfia os dedos longos da mão esquerda na terra, num apoio de filha,
enquanto com a mão direita acaricia as moedas lindas do pecado. Os novos
jardins da Pauliceia clamam por que se lhes oferte para a glorificação a Eva
de Brecheret. São as duas obras melhores do escultor.

4.2 Semana da Arte Moderna no Brasil

A Semana, nas palavras de Paulo de Almeida significava “um protesto [...]


uma necessidade de mudar [...] o desejo de redescobrir o Brasil” ALMEIDA (1975,
P.25). Após um tempo na Europa, outros artistas inspirados pela Arte, retornaram ao
Brasil com uma nova perspectiva de vida, sendo motivados pela busca de novas
tendências que mostrasse a sociedade brasileira, com características próprias,
surgindo assim, a Semana da Arte Moderna.
O período da Semana da Arte Moderna, aconteceu no início do século XX,
precisamente em 1922 em São Paulo no Museu Municipal da cidade entre os dias 11
a 18 de fevereiro, precisamente nos dias 11, 13 e 17, tendo como principal
patrocinador o governo do estado e representante Washington Luís Pereira de Sousa,
sendo um grande apoiador do movimento.
42

A data da apresentação da Semana da Arte Moderna, não foi escolhida por


acaso, sucedeu-se por causa da comemoração ao centenário da Independência do
Brasil, que objetivava no momento resgatar novos horizontes para a arte brasileira,
assim como, a sua própria identidade cultural.
O movimento inicialmente, foi exposto restritamente para um grupo social
pertencente a elite conservadora paulista, que no momento vieram a se assustarem e
desprezando o espetáculo, havendo muitas vais aos artistas que ali apresentavam
suas principais obras, acontecendo primeiro em São Paulo, mas sendo estendido para
outros estados. Como cita Ramos (2002) “apesar de ter sido um movimento paulista
produzido por uma elite intelectual e econômica, muitas das propostas apresentadas
ao longo daquelas noites de fevereiro de 1922 começaram a ser digeridas, tempos
depois pelos cariocas, minérios, gaúchos, entre outros”.

4.3 A busca pelo rompimento das tendências europeias

A Semana da Arte Moderna, desencadeou para que houvesse o


desprendimento das tendência europeias, buscando assim, a verdadeira brasilidade.
Durante a SAM, cada dia foi trabalhado um aspecto cultural distinto, sendo estes
pintura, poesia, escultura, literatura e música, conferencias, recitais, exposição,
leitura, convenções e apresentação do projeto em si, cada artista responsável por uma
atividade especifica de acordo com a sua área de interesse.
Os artistas então, foram influenciados pelo rompimento da matéria prima,
deixando o que foi produzido para traz e passando a desenvolver uma nova arte, não
para serem jogadas fora, mas para serem contempladas. A partir de então, o pré-
modernismo, que até o momento não era uma Escola, seria deixada atrelada ao
passado e passaria a surgir dentro do novo contexto brasileiro, sendo mostrado a
partir de uma vanguarda brasileira.
Surge então, a ideia da criação de uma nova vanguarda brasileira, o
objetivo é passar a criar o novo, ou seja, uma tendência natural, onde possam exercer
papel de percursoras e pioneiras, desprendendo-se das marcas europeias, assim
como promovendo a criação, das suas próprias características, tendo em vista a
verdadeira brasilidade, “Acertar o relógio da literatura nacional. Realizada essa etapa,
o problema é outro. Ser regional e puro em sua época. [...] Apenas brasileiros de nossa
43

época”, dizia (ANDRADE, 1990, p.44). Desta forma, remetendo a entender, que
buscar características próprias brasileira não seria uma tarefa fácil.

4.4 Manifestações ocorridas durante a Semana da Arte Moderna

Durante a Semana da Arte Moderna, surgiria manifestos pela busca de uma


nova vanguarda brasileira, de acordo com Subirats (1988) “Vanguarda é um conceito
ambíguo que tem sua origem topológica e militar, referindo-se aquele que está na
frente, no front do campo de batalha, pronto para um ataque de surpresa”. As
vanguarda deveria ser algo que pudesse ser vista através de suas próprias
características, formadas através de uma brasilidade, com manifestos artísticos e
literários.

O que é essencial num manifesto é a acusação precisa, o insulto bem definido


[…] Seria necessário, a meu ver, com um laconismo fulminante e uma crueza
absoluta de termos, atacar sem ênfase (o que não exclui as metáforas, muito
pelo contrário) aquilo que sufoca, esmaga e apodrece o movimento literário e
artístico na Bélgica; denunciar as academias pedantes, as camorras das
exposições, a ladroeira dos editores, a tirania dos professores, dos eruditos
e dos críticos ilustres mas tolos. Tudo isso, precisando as acusações com
alguns detalhes ou anedotas e nomes, sobretudo. É necessário, portanto,
violência e precisão; tudo muito corajosamente. (FABRIS 1987. p. 59-60).

Como sugere Fabris, precisa ter manifestos a liberdade de expressão, sem


seguir um padrão correto, tanto na arte, escrita, fala e na escultura. Para seguir essa
manifestação, os artistas poderiam ser ousados, tendo direito ao uso de metáforas,
coragem e determinação, assim, contribuindo para a formação do modernismo. O
modernismo refere-se aos movimentos literários, artísticos e religiosos que ocorreram
na Europa desde a segunda metade do século XIX, propondo o rompimento com a
tradição passada e a construção de uma nova arte moderna e de uma moderna Igreja
Católica LE GOFF (1988a).
Apesar do termo ter sido designado da Europa, ele foi apropriado pelos
artistas após a SAM, para que pudesse ser estabelecido no Brasil, um novo padrão
artístico. Objetivando modernizar, além das artes e das literaturas, a forma de
percepção de uma sociedade perfeita.
Alguns artistas, incomodados com a forma de produção artística e literária
que o Brasil desencadeava desde o século XVI até o início do século XX, reuniram-se
para discutir de que maneira poderiam contribuir para a transformação do modo de
44

ver a Arte, através das características próprias brasileiras, levando assim, a formarem
o grupo dos cinco, compostos pelos artistas Anita Malfatti, Tarsila do Amaral que no
momento não estava presente na Semana da Arte Moderno, mas que foi idealizadora
do evento (pintoras), Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade
(escritores).
Esses artistas, tornaram-se os principais percursores para a formação de
uma nova vanguarda brasileira, sendo formada a partir da Semana da Arte Moderna
de 1922, depois que o grupo dos cinco organizaram e discutirem sobre o evento,
deram início para a formação do modernismo, como cita Evando Nascimento (2015
b) sobre o termo “A história do Modernismo começa no ponto em que algumas de
suas figuras passam a ter contato com as novas informações artísticas do início do
século na Europa e, importando-as para o Brasil, provocam as mais diversas reações
no meio cultural”.
Esse evento, reuniu diversas pessoas no teatro municipal, que foram
contemplar a novidade da época, tanto a sociedade paulistana, como a de outros
artistas, estimulados a seguir as novas propostas, promovendo a Arte totalmente
brasileira.

4.5 Apresentações artística no Teatro Municipal durante A Semana de Arte


Moderna

Na SAM, aconteceram algumas apresentações artísticas, havendo as


exposições de artes plásticas e na arquitetura, sendo apresentadas pinturas,
esculturas e projetos arquitetônicos de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rêgo
Monteiro, Zina Aíta, Ferrignac, Yan de Almeida Prado, John Graz; Brecheret,
Hidelgardo Leão, Wihelm Haarburg, Antônio Moya e Georg Przyrembel, como cita
AMARAL (1972), as apresentações destes artistas seguiam, aspectos vanguardista,
mas sendo lembradas através das apresentações futurista, como cita Fabris:

Se as obras apresentadas na semana de arte moderna não foram


formalmente modernas, denotando o anseio de uma modernidade em vias de
elaboração, elas, no entanto, foram percebidas como elemento de distúrbio
pelo público e pela crítica, da maneira como foram divulgadas. É nessa
apresentação inusual e não nas obras em si que deve ser buscado o traço
vanguardista da semana de arte moderna, evento multidisciplinar, bastante
próximo do espírito daqueles “comícios artísticos” que haviam sido as
noitadas futuristas. (FABRIS, 994, p.20 e 23)
45

Em consonância Segundo Brito, (1969, p. 94).

Pode-se dizer que esse artigo [“O meu poeta futurista”] de Oswald de
Andrade deu nova vitalidade à palavra futurismo e suas derivadas. Antes, é
exato, o vocábulo já era conhecido, e provocara, mesmo, rumor e polêmica.
Mas, agora, correspondia a uma realidade nossa, não mais dizia respeito a
uma situação apenas estrangeira. Os jornais, a partir desse momento até o
fim de 1922 – e especialmente durante a Semana de Arte Moderna e os
meses mais próximos de sua realização – estão repletos da incômoda palavra
e seu emprego obedece a uma linha caricatural, aparece em quadrinhos,
sátiras, sonetos humorísticos, em zombarias de toda a sorte, enfim.
Futurismo e futurista – são palavras aplicadas a torto e a direito e a tudo
quanto destrilhe da normalidade. Até a política se vê invadida por elas.
Corruptelas e deformações padecem também as malsinadas palavras. Os
espíritos conservadores delas se utilizam pejorativamente, procurando pôr
em ridículo pessoas, coisas, atitudes e situações. Elas, agora, não se aplicam
mais somente a pintores e escultores ousados, mas também a homens de
letras, a jornalistas, a chefes políticos. Os jovens escritores de São Paulo, se
bem teimem em declarar que não são futuristas, valem-se delas como um
“cartel de desafio”, conforme proclamaria Menotti Del Picchia em discurso
num dos festivais da Semana de Arte Moderna. Essas palavras são críticas,
distinguem, separam, dividem. Para uns, representam nomes que identificam
uma situação nova. Para outros, já inevitavelmente apodados de passadistas,
têm gosto de insulto, de doesto, até mesmo de baixo xingamento.

No primeiro momento, a ideia das apresentações era basear-se através do


evento que seguia modelo futurista, sendo que este não referia-se ao modelo
necessariamente da Itália, mas em relação as extravagancia e a arte desprendida das
tradicionais, dando abertura a Semana da Arte Moderna.

4.5.1 Relato das apresentações ocorridas durante A Semana da Arte Moderna

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque (1897-1976), conhecido


como Di Cavalcanti, ilustrou a capa do catálogo da Semana de 22, que tinha como
objetivo atrair o público para o evento, que mostrava elementos com característica da
arte, literatura e a música, tentando chamar a atenção do leitor, fato que despertou a
curiosidade da sociedade paulistana. Apresentando também pinturas, tituladas como
Moças, datada a partir de 1930.
José Pereira da Graça Aranha (1868-1931), conhecido como Graça
Aranha, escritor maranhense também aderiu a causa dos modernistas abrindo a
Semana da Arte Moderna com o texto “A Emoção Estética na Arte Moderna”, foi
responsável para que outros admiradores também participasse das exposições,
devido a sua presença marcante ao olhar da sociedade paulistana. Pronunciou uma
46

conferência e elogiou diversas obras apresentadas, inclusive as pinturas. Tornando-


se, escritor modernista da primeira geração.
O trecho apresentado na conferência de Graça Aranha, intitulada “A
emoção estética na Arte Moderna”, apresentado ao Jornal do Commercio, em 11 de
janeiro de 1918, que marca a abertura do evento:

“Para muitos de vós, a curiosa e sugestiva exposição, que gloriosamente


inauguramos hoje, é uma aglomeração de “horrores”. Aquele gênio suplicado,
aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem
invertida, se não são jogos da fantasia de artistas zombeteiros, são
seguramente desvairadas interpretações da natureza e da vida. Não está
terminado vosso espanto. Outros “horrores” vos esperam. Daqui a pouco,
juntando-se a esta coleção de disparates, uma poesia liberta”.

Anita Catarina Malfatti (1889-1964), foi uma dos responsáveis pela


existência desse evento apresentando durante uma das pinturas SAM, com a sua obra
O Homem Amarelo (1922), em homenagem ao seu amigo Oswald de Andrade,
principalmente depois que o mesmo, defendeu-a das críticas feitas por Monteiro
Lobato, após a sua exposição em 1917, tornando-se grandes amigos.
Sobre exposição de Anita Malfatti Jornal do Commercio, em 11 de janeiro
de 1918, um dia após o encerramento da exposição:

[...] Numa pequena nota cabe apenas o aplauso a quem se arroja a expor, no
nosso pequeno mundo de arte, pintura tão pessoal e tão moderna. [...] A
impressão inicial que produzem os seus quadros é de originalidade e de
diferente visão. As suas telas chocam o preconceito fotográfico que
geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. A sua
arte é a negação da cópia, a ojeriza da oleografia. [...] A realidade existe,
estupenda, por exemplo, na liberdade com que se enquadram na tela as
figuras número 11 [O homem amarelo] e número 1 [Lalive]; existe,
impressionante e perturbadora, na evocação trágica e grandiosa da terra
brasileira que é o quadro número 17 [Paisagem de Santo Amaro]; existe,
ainda, sutil e graciosa, nas fantasias e estudos que enchem a exposição.

Paulo Menotti Del Picchia (1982-1988), uns dos mais complexos artistas,
realizou cada dia na semana uma apresentação diferente, sendo expostos através de
palestras e poemas dos demais artistas que estavam sendo expostos, assim como,
pinturas, poesias e esculturas.
Heitor Villa Lobos (1987-1959) Para o evento, elaboraram um cartaz
convidando a ouvir Villa Lobos para apresentação da última noite cultural, entrando
para tocar no palco com a sua musicalidade erudita. Villa Lobos que até então era um
cantor conservador no final do século XIX, foi convidado a participar do evento por
47

Graça Aranha durante as três noites, que no momento se inteirou da oportunidade e


apresentou para a sociedade, várias outras músicas e principalmente outras danças
com tendências africanas “Com Características Africanas”.
O artista provocou na terceira noite um alvoroço, o que a sociedade
paulistana declarava naquela época um insulto, por aparecer apenas de bermuda e
chinelo, este fato não teve nada proposital, ocorrendo devido uma predisposição, mas
que para o momento, tornou-se referencial para o estilo que surgiria. O movimento foi
ocasionado por muitos tumulto, alguns críticos mencionavam que apenas ocorreu, por
que os mesmos provocaram.
Por fim, Mário Raul Morais de Andrade (1893-1945) e José Oswald de
Sousa de Andrade (1890-1954), os dois estiveram ligados durante toda Semana da
Arte Moderna, participando, convidando, influenciando a sociedade a envolver-se, os
dois foram fundamentais para o nascimento do modernismo brasileiro e pertencente
a primeira geração literária do Brasil.

4.6 Análise das tendências vanguardistas após A Semana da Arte Moderna

A Semana da Arte Moderna não apresentou inicialmente a verdadeira


brasilidade, mas a estrutura da apresentação do evento é que tornou-se primordial
para que acontecesse as novas tendências brasileiras, muito afirmavam que era uma
representação do futurismo como cita Fabris (1994, p.140)” A recepção do evento,
que foi também chamado de “Semana Futurista”.
Apesar de ter havido muitas críticas ao evento, inclusive, por parte dos pré-
modernistas, o manifesto acabou expandindo de São Paulo para outros estados,
desencadeando na formação de artistas e escritores novos, buscando seguir n nova
vanguarda, sendo adeptos a novas proposta de mudanças.
Surgiram a partir de então, os primeiros manifestos como Pau-brasil,
Antropófago, Verde-amarelo e Anta, passando a mostrar esse Brasil de uma forma
diferente, existindo a partir de então qualidades e defeitos, mas um apego a essa
nação. Tarsila do Amaral, seria a partir de então a peça fundamental para a nova
estrutura vanguardista, através de suas obras e sendo referencial até os dias atuais.
As novas tendências estavam seguindo uma desintegração do passado, as
características das escolas anteriores seria esquecidas, sendo vistas a partir da
criação de uma nova arte totalmente brasileira, os artista deveriam estar atualizados
48

com o passado e com a verdadeira história brasileira, havia a percepção a intelectual


ou seja, a renovação do conhecimento, os autores deveriam realizar pesquisas
compreendendo processo de transição que sucedeu-se antes e pós-modernismo.
Aparecia a partir de então, a criação estética, mas não de uma forma
padronizada como antigamente, havendo uma liberdade em relação a forma, uma
renovação de gênero misturados ao neologismo, os autores podiam brincar com a
criação de novas palavras, gíria, abreviaturas e assim por diante.
Surgia a criação inovadora, uma consciência real ao nacionalismo, o amor
à pátria, mas o reconhecimento de que o país não era tão perfeito, os artistas puderam
escancaram a forma que os via, sem precisar colocar palavras bonitas para disfarçar
a realidade, o homem também aparecia com qualidade e defeito desde a raiz, sendo
inserindo a partir de então o rompimento das tendências europeias, associadas as
nova técnicas.

4.7 Surgimento da primeira geração modernista brasileira

Tudo que aconteceu na semana da arte moderna influenciará a partir de


1922 a 1930, onde ocorre a primeira fase do modernismo, chamada primeira geração.
A partir da Semana da Arte Moderna, começa a observar o rompimentos de padrões,
é na primeira fase que ocorre a destruição ou experimento da nova vanguarda,
começam a aparecer novos adeptos e aceitação da sociedade, sobre a nova
tendência, em meio a uma crise econômica que cercava o Brasil.

Sem a contribuição direta, primordial das artes plásticas, o movimento


modernista não teria marcado a data que marcou na evolução intelectual e
artística do Brasil. A sua própria orientação nacionalista, de descoberta e
revelação do Brasil, não teria tido a sistematização, a profundidade, a busca
de raízes com que se assinalou (AMARAL, 1998, p. 292).

Algumas características tornaram especificas através do experimentalismo,


houve a pesquisa do estético, o rompimento do acadêmico que era uma
características especificas das outras tendências, há uma busca da originalidade,
aparecendo assuntos polêmicos, com a nudez representada por Mario de Andrade,
a busca de uma língua brasileira, os textos sendo apresentado como palavras usuais
do cotidiano e da forma que era falada pelos brasileiros, o nacionalismo (crítico e
49

ufanista), as parodia, o humor, serão acrescentas a liberdade de expressão, havendo


poesia em todo lugar, não apenas em livros, revistas, mas dentro do espaço urbano.
Outros artistas usaram a liberdade formal, criando assim novas estruturas,
algumas por sinal deram certo e outras, acabaram por esquecimento por darem
errados, acabando não acontecendo nenhuma influência. Dentre muitos autores que
seguiram a primeira fase do modernismo, pode ser citado Manuel Bandeira, Alcântara
Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de Carvalho e Guilherme de
Almeida e os mais importantes Oswald de Andrade, Mário de Andrade, “pioneirismo
das artes plásticas, a liderança, antes e depois da Semana, coube a Mário e Oswald
por sua ação estimuladora e informativa” (Apud AMARAL,1998, p. 16).

4.7.1 Oswald de Andrade

Foi o responsável direto pelo surgimento do Modernismo no Brasil, tinha


uma personalidade forte, fazia algumas inimizades, o que coincidia com as
características modernistas, era um agitador cultural, não se manifestava apenas
através de suas obras, mas em sua vida pessoal, falava o que queria e o que pensava,
inclusive com os as pessoas mais próximas a ele, apresentava comportamentos que
a sociedade repudiava como cuspir, gritar, era muito polêmico.
Sua forma de agir e ver o Brasil, motivaram pela a busca de uma nova
vanguarda brasileira, buscando novas formas artísticas, literárias e nacionalistas.
Lutava contra as convenções, chegando aos lugares e comportando-se de tal forma,
a não preocupa-se com o que pensavam dele, andando inclusive de chinelo nos
lugares, usando a satírica e humor para lidar com as críticas. Como mostra Del Picchia
ao falar do amigo.

Oswald é um mistério lírico e sentimental arcabouçado por um corpo redondo


e animado por um espírito aciocinante de financista. Usou barba flamenga e
hoje é glabro como um galã de opereta. Escreve com os dedos em pinha,
sobre cadernetinhas de capa de oleado. Some-se e reaparece, compra
dúzias de palacetes e estátuas de dezenas de contos, lança um escritor como
se fosse um perpétuo empresário do gênio. (DEL PICCHIA, 1920)

O fragmentando no texto, ocorreu após a aparição em um evento de


qualquer forma, sem preocupa-se com a aparências e que mesmo assim, as veste
não qualifica quem era. Del Picchia mensurava a astucia e audácia de Oswald de
Andrade, o qual fazia o queria, inclusive ao despisse em público.
50

Oswald criou produções, como Memoria Sentimentais de João Miramar e


Serafim Ponte Grande publicado em 1933. Na poesia foi responsável por Poemas
Pronominais (1925), apresentando as primeiras características modernista,
destruindo a retorica, havendo o primeiro experimentos literário, mostrando a quebra
de formalidades sem uso de recursos gramaticais, sendo simples e direto e ao mesmo
tempo criticando as escola anteriores.

4.7.2 Mario de Andrade

Ao contrário de Oswald, foi um artista querido e respeitado, por ter uma


personalidade calma e sempre cauteloso, investia em seus conhecimento, e em
pesquisas, principalmente as que pudesse compreender a transformação do Brasil,
na parte social, econômica e principalmente cultural, investindo em temas folclórico,
mostrando assim, o seu amor a nacionalista.
Mostrava ser mais técnico em suas obras, mas sem deixar de ser brasileiro.
Responsável pelo livro Pauliceia Desvairada (1922), livro poético que explorava as
conquista Modernistas brasileira. Tornou-se um mentor intelectual, transcrevendo
para um papel, pensava, para que depois fosse analisadas. Escreveu a Prosa
Macunaíma (1928), mostrando pela primeira vez em seu livro as características reais
do brasileiro, na época esse livro não foi compreendido, por a sociedade não está
acostumado a aceitar a realidade do homem brasileiro como muitas das vezes era.
Em Macunaíma, o autor refere da seguinte forma “Nossos sentidos são
frágeis. A percepção das coisas exteriores é fraca, prejudica (...) as nossas taras
físicas e morais: doenças, preconceitos, indisposições, antipatias, ignorâncias,
hereditariedade, circunstâncias de tempo, de lugar, etc.” (ANDRADE, 1974, p. 22).
Apresentando assim, o homem sem nenhum caráter, mesmo assim, podendo ser um
herói. Apresentava em suas obras a formação da população brasileira, ou seja, a
mistura do negro, do índio e homem branco português. Sendo este, o anti-herói, por
ser trabalhador, preguiçoso, namorador, tendo qualidades e defeito, ou seja o artista
tinha como característica principal a busca da raiz brasileira.
51

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento de uma pesquisa, é importante estabelecer


aspectos metodológicos, com o intuito de refletir e obter resultados para realização de
algumas análises. A pesquisa é de suma importância para que haja compreensão
acerca de uma problema, como inferem:

A pesquisa sempre parte de um tipo de problema, de uma interrogação.


Dessa maneira, ela via responder as necessidades de conhecimento de certo
problema ou fenômeno, várias hipóteses são levantadas e a pesquisa pode
invalidá-las ou confirmá-las. (LAKATOS E MARCONI 2014a, pág. 16)

Desta forma, a pesquisa pode mostrar uma resposta ou possibilitar para


que haja mais investigação sobre o assunto. Em relação a pesquisa, a mesma
apresentou aspetos descritivos, conforme explica Lakatos e Marconi (2014, p. 20) que
um estudo assim realizado requer o delineamento de aspectos que possam descrever,
registrar, analisar e interpretar as situações postas em evidencia.
Como forma metodológica foi utilizada de cunho exploratório, sendo
utilizadas estudos diretos, através de levantamento bibliográfico de forma que deixe
em evidencia o que foi pesquisado, assim como, houve o levantamento bibliográfico
através da internet, que serviu como alicerce para obtenção de materiais como livros,
artigos e revistas. A abordagem ao problema é qualitativa, pois se faz análise de obras
literárias, informativas e artísticas.
O método de abordagem é o dedutivo, pois começa a partir dos primeiros
contextos históricos literários, procurando compreender o processo que desencadeou
o início da formação das escolas literárias, assim como suas influências, partindo para
a compreensão dos contextos históricos, políticos, sociais e culturais na década de
XX, assim como a razão pela busca da nova brasilidade e existência de uma nova
escola literária após a Semana da Arte Moderna.

O Modernismo na literatura brasileira está ligado a três fatos intrísegos: um


movimento surgidos a partir da Semana da Arte Moderna 1922, em São
Paulo, que tinha como principal meta “suplantar a literatura vigente”,
principalmente o parnasianismo; uma teoria estética, que apesar de não ser
definida nem uniforme, visava a uma renovação dos conceitos de literatura e
de leitor; e um período, encerramento a etapa mais radica, em 1930, e a de
maturação, em 1945. (Antônio Candido 1993b, p.09)
52

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa foi de caráter bibliográfica,


pois irá ser realizado pesquisas que compreenda o processo que desencadeou a
formação da Semana da Arte Moderna, assim como a forma que aconteceu esse
evento e a contribuição para a sociedade. Comocita Lakatos e Marconi (2014b, p. 71)
ao mencionar que:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia


já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material
cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita
magnética e audiovisuais: filmes e televisão

O método de procedimento é monográfico por fazer observações ao pela


busca de uma nova vanguarda brasileira, tendo como referência a apresentação
ocorrida durante a Semana da Arte Moderna, fazendo analise dos eventos que
sucederam, desde as primeira escolas literárias até a formação pós evento.
53

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo foi desenvolvido a partir de observações literária e artística sendo


realizada a partir de pesquisas bibliográficas, que proporcionou obter conhecimento
sobre a importância da Semana da Arte Moderna para o Brasil, revelando assim, uma
grande percussora para a formação de uma nova vanguarda brasileira, podendo vir a
ser discutida até os dias atuais, acerca da sua verdadeira existência, através de
questionamento sobre as características apresentadas pelos artistas, pós evento em
suas obras.
Nestes termos, foram realizadas analise de leitura sobre as escolas
literárias Quinhentista, Barroca, Romancista, Classicismo, Realismo, Naturalismo,
Parnasianismo, Simbolismo, contexto histórico pré-modernismo e Modernismo da
primeira, segunda e terceira geração a fim de estabelecer os resultados obtidos pós
eventos, os autores pertencentes a cada período e suas principais obras, artigos sobre
a Semana da Arte Moderna, contextos políticos, sociais culturais e econômicos
ocorridos na década de XX e as principais influências europeias.
A leitura desses textos proporcionou conhecer a História literária artística,
politica, e os principais acontecimentos, surgidos durante o século XVI ao início do
século XX. Possibilitando compreender que a Arte e a Literatura fazem parte dos
acontecimentos históricos em que o Brasil está inserido, e que cada período brasileiro
estava vinculado a uma tendência europeia, assim como os eventos que acontecia
dentro, do país, primeiro nos grandes Estado e Capitais e à medida que o tempos
passavam outros estados iriam aderindo, com o aumento de artista vindo da Europa
e trazendo o resgate das culturas europeias para sua região.
Conhecer o evento que ocorreu durante a Semana da Arte Moderna, remete
a compreender as diversas formas de se fazer Arte e que está também é vinculada
com a Literatura, e que as duas juntas formam poderosas aliadas para o
enriquecimento de conhecimento cultural, provocando na sociedade a busca e o
prazer da Arte pela Arte, o amor a beleza, a busca pela verdade e principalmente a
liberdade de expressão, em meio a tantas formas de se promover conhecimento.
Pensando assim, é importante mensura os verdadeiros protagonistas por
possibilitar esta pesquisa, formado pelo grupo dos cinco: Mario de Andrade, Oswald
de Andrade, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, que
incomodados com a forma que o Brasil seguia em relação as suas produções
54

artísticas, proporcionou a Semana da Arte Moderna, realizada em 1922, em


homenagem ao centenário a independência brasileira, conseguindo assim, atrair a
sociedade burguesa da época, mesmo havendo críticas ao evento, tanto por parte dos
burgueses, quanto por outros artista, que futuramente também seriam adepto as a
nova tendência literária que viria a vigorar a partir da SAM.
Através de uma nova perspectiva artística, a sociedade passou a ver a
Semana da Arte Moderna como percussora de uma nova tendência literária, formando
então, a Escola Literária Modernista, não tendo apenas uma vertente, mas
aparecendo com a primeira, segunda e terceira geração, conhecida também como
Contemporânea, até os dias atuais.
Percebe-se que a pesquisa tornou-se importante, pois possibilitou vivenciar
e mostrar novas concepções de ver o Brasil como verdadeiramente é, através da nova
vanguarda. Apresentando a partir de então, características modernistas variadas e
estabelecida de acordo com o próprio ponto de vista do autor.
As produções artísticas e literária tinham como objetivo, revelar um país
com qualidades e ao mesmo tempo com defeitos, não havendo preocupação com a
forma técnica, aparecendo através da fala coloquial, tendo relação com o
regionalismo, sendo está a primeira característica brasileira, pois a forma de falar de
cada região seria apresentada dentro dos contextos literários e artísticos, pertencendo
assim a uma brasilidade.
O neologismo estava presente nos versos, prosas, poesias, músicas,
recitais, livros, na literatura e principalmente na fala, ou seja, no cotidiano da
sociedade. A representação do Brasil, não seria apenas em torno das belezas
naturais, mas seria descrito, como forma de denuncia pelas injustiças, havendo amor
à pátria, mas enxergada por uma perspectiva diferente de como o Brasil está naquele
momento.
As novas reproduções artísticas, alavancaram uma denúncia escancarada
e mostrando as partes ruins como era, a corrupção, o analfabetismo, a falta de
infraestrutura, o desemprego, a corrida migratória, os direitos e deveres, a liberdade
musical entre outros. Pensando assim, possibilitando a compreensão, através das
novas vanguarda.
,
55

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