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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................. 6
.................................................................... 7
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 9
UNIDADE I
MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
................................................................................. 11 CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À INTRADERMOTERAPIA
.................................................................................... 11 CAPÍTULO 2
MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA
INTRADERMOTERAPIA............................................................ 18 CAPITULO 3
INTRADERMOTERAPIA...................................... 37 CAPÍTULO 4
CLASSIFICAÇÃO DE GORDURA
LOCALIZADA.......................................................................... 55 UNIDADE II
PREENCHIMENTO FACIAL.....................................................................................................................
59 CAPÍTULO 1
........................................................................... 59 CAPÍTULO 2
TOXINA BOTULÍNICA.............................................................................................................................
74 CAPÍTULO 1
...................................................................................... 74 CAPÍTULO 2
ANATOMIA ............................................................................................................................. 82
CAPÍTULO 4
UNIDADE IV
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2 ......................................................................................................... 95
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA DA INFUSÃO CONTROLADA DE CO2................................................ 95
CAPÍTULO 2
CARBOXITERAPIA E SUAS APLICAÇÕES ................................................................................. 103
CAPÍTULO 3
CARBOXITERAPIA NAS ALTERAÇÕES ESTÉTICAS...................................................................... 109
UNIDADE V
MICROPUNTURAS .............................................................................................................................. 130
CAPÍTULO 1
INTRODUZINDO O MICROAGULHAMENTO ............................................................................ 130
CAPÍTULO 2
OS MECANISMOS DA MICROPUNTURA ................................................................................. 135
CAPÍTULO 3
APLICAÇÃO DA MICROPUNTURA.......................................................................................... 145
UNIDADE VI
CRIOLIPÓLISE .................................................................................................................................... 151
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À CRIOLIPÓLISE.............................................................................................. 151
CAPITULO 2
OS MECANISMOS DA CRIOLIPÓLISE ..................................................................................... 155
CAPÍTULO 3
INDICAÇÕES DE CRIOLIÓLISE............................................................................................... 158
UNIDADE VII
ENDERMOLOGIA – DERMOTONIA ...................................................................................................... 164
CAPÍTULO 1
ENTENDENDO A ENDERMOLOGIA ........................................................................................ 164
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS............................................................................................................................ 168
CAPÍTULO 3
TIPOS DE PROTOCOLO......................................................................................................... 172
REFERÊNCIA.................................................................................................................................. 176
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Para refletir
Praticando
7
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Introdução
Esta sem dúvida é a apostila mais aguardada pelos alunos de Pós-graduação da
Farmácia Estética. A partir da Resolução que habilitou os profissionais farmacêuticos
a entrarem na área dos procedimentos injetáveis, esta apostila disponibilizará a vocês
alunos conhecimentos sobre áreas invasivas até então só estudada por médicos e
biomédicos. Veremos a seguir o poder dos injetáveis como forma de tratamento
estético, serão estudados os procedimentos mais utilizados na prática clínica, como
por exemplo: intradermoterapia ou mesoterapia, preenchimento facial, aplicação de
toxina botulínica, carboxiterapia, micropuntura e criolipólise. Sendo que estas
também serão estudas meticulosamente nesta apostila. Além disso, nesta apostila terá
uma unidade extra que abordará a endermologia.
A partir disso, o aluno poderá então ter conhecimento teórico e domínio sobre as
técnicas exigidas pelo conselho federal de Farmácia na área de estética, poderá saber
quais medicações e/ou tratamentos deverão ser usados para uma finalidade específica,
seja para rejuvenescimento, gordura localizada ou celulite e o porquê disso.
Objetivos
» Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico das
técnicas de intradermoterapia, aplicação de toxina botulínica,
preenchimento facial, carboxiterapia, microagulhamento, criolipólise e
endermologia.
MESOTERAPIA
UNIDADE I
– INJETÁVEIS
INTRADERMOTERAPIA
CAPÍTULO 1
Introdução à intradermoterapia
» 1832: Esse mesmo pesquisador inventa a seringa e a agulha oca (LE COZ,
2012).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
» 1960: Prof. Bordet pede ao Dr. Pistor que ensine Mesoterapia aos
estudantes de Medicina Veterinária, isso vai até 1965, quando Bordet
toma a liderança do ensinamento para os alunos (LE COZ, 2012).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
» 1978: Pistor faz uma conferência nos EUA, em Nova York (LE COZ, 2012).
» 1982: Falecimento do Dr. Lebel, sobre quem Pistor disse: “O homem que
mais ajudou a mesoterapia em seus momentos difíceis acaba de falecer.
Ele era meu mestre e meu amigo. Se a mesoterapia de hoje reúne nomes
que começam a ser conhecidos, um deles, particularmente
insubstituível, que está estritamente ligado ao início histórico da
mesoterapia e que não poderá jamais ser esquecido, é o nome de Mario
Lebel” (LE COZ, 2012).
Isso porque Lebel teve três ideias e ações principais, as quais foram:
› A agulha curta ser o pequeno elo entre todos.
» 1992 a 2002: Drs Pistor e Le Coz viajam juntos pelo mundo para difundir
a mesoterapia e ensiná-la aos médicos da América do Sul, Europa e
África (LE COZ, 2012).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
É interessante ressaltar que antes da mesoterapia ser aceita como uma modalidade de
tratamento estético, a intradermoterapia era utilizada no tratamento de diversas
patologias, principalmente para dores e reumatismo (KALIL, 2006). Michel Pistor,
médico francês, em 1952 foi o primeiro a relatar a utilização da mesoterapia com
injeções de procaína próximas à orelha de pacientes com deficiência auditiva para
melhorar a audição, embora essa tenha sido restaurada por um curto período. Foi
relatado melhora nas articulações, zumbido e eczema na região tratada (ROTUNDA,
KOLODNEY, 2006; PISTOR, 1964).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Desde então, a intradermoterapia vem se tornando cada vez mais popular no ramo
estético, principalmente por sua extensa finalidade, pois esta pode ser usada para
tratamento de rejuvenescimento facial, flacidez, hidrolipodistrofia, ginoide, alopecia,
redução de medidas e emagrecimento (DUNCAN, ROTUNDA, 2011; ROTUNDA,
2009).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
que estas atingem a grande circulação de forma mais rápida quando comparada à via
intradérmica (LE COZ, 2012).
<http://www.vichy.pt/international/Lalaborat%C3%B3rios-Vichy/Camada
granulosa-1cmp1204.aspx>. Acesso em: 25/8/2015
<http://www.scielo.br/pdf/abd/v86n1/v86n1a13.pdf>
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000439406
&fd =y>. Acesso em: 28/8/2015
Dessa forma, é evidente que as injeções intradérmicas se difundem por via sanguínea.
Assim, concluiu-se que a difusão de um produto em intradermoterapia depende da
profundidade a que é injetado. Esta diferença pode ser ilustrada com curvas de
eliminação: o caminho intradérmica superficial teria uma curva de eliminação
monoexponencial, enquanto que o caminho intradérmica mais profunda iria ter uma
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Por muito tempo, a base de cada mistura foi a procaína. Atualmente, além
da procaína utilizamos hoje com muita frequência lidocaína ou soro
fisiológico como solvente de base. (LE COZ, 2012). Na hora da mistura
das medicações na mesoterapia é importante saber que estas precisam
ser preparadas em uma ordem precisa de pH para evitar flóculo.(LE
COZ,2012)
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CAPÍTULO 2
Medicamentos utilizados na
intradermoterapia
Medicações
Em 2012, saiu a Resolução no 4302 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) proibindo o uso de alguns extratos vegetais isolados ou associados com
outras substâncias, são eles:
1. Chá Verde.
2. Centella Asiática.
3. Ginkgo Biloba.
4. Melilotus.
5. Castanha da Índia.
6. Dente de Leão.
7. Sinetrol.
8. Ayslim.
9. Girassol.
1. Anestésicos/Paticolíticos.
3. Lipolíticos.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
4. Eutróficos.
5. Outros.
Anestésicos/paticolíticos
Na grande maioria dos protocolos de intradermoterapia, os anestésicos,
preferencialmente utilizados para minimizar a dor do procedimento, são lidocaína a
1% (para as condições agudas) ou procaína a 1% (para condições crônicas) sem
epinefrina. Na França, drogas como buflomedil (vasodilatador) e pentoxifilina também
são utilizadas, pois se acredita que podem aumentar a microcirculação no tecido local
e facilitar a eliminação de resíduos metabólicos. (ADELSON, 2005).
Em estudos com animais, a pentoxifilina tem demonstrado que possui efeito
anti-hiperalgésico. Ervas como alcachofra, ginko biloba, melilotus também são
utilizados para melhorar a circulação local. (VALE et al., 2004).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
facilita a ionização das moléculas de lidocaína, dificultando assim sua penetração nas
fibras nervosas (CAHIER,1990).
Apesar da sua grande utilização na prática clínica, a lidocaína pode apresentar alguns
efeitos adversos, tais como: reações locais de origem alérgica ou citotóxicas, dores,
edemas, neurite e dermatite e eczematoide.
Os vasoativos são muito usados na mesoterapia, e sua utilização parece ter efeito
importante. São fármacos responsáveis pelo efeito vasodilatador, permitem uma
melhor absorção e difusão dos outros fármacos (LE COZ, 2012).
Segundo Mrejen (1992), haveria uma terceira circulação no corpo humano, além da
sanguínea e a linfática. Existiria uma circulação que ocorreria entre o plasma e o
líquido intersticial, mais especificamente na substância fundamental amorfa da
derme.
Minoxidil
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Medicamentos lipolíticos
São aqueles medicamentos que por meio de diferentes mecanismos de ação, possuem
a capacidade de quebrar a gordura localizada. Estimulando a lipólise e/ou inibindo a
lipogênese no nosso organismo (RIBEIRO, 2010).
Sabe-se que a quebra de gordura estocada nos adipócitos é regulada pelos receptores
α-2 e β-receptores, na superfície da célula adipocitária. A lipólise ocorre por
hormônios, incluindo estrógeno ou estimulantes químicos, incluindo a cafeína, por
exemplo. A atividade do β -receptor aumenta a lipólise. Já a atividade do receptor α-2
inibe o
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Sua ingestão pode contribuir para o aumento da perda de peso e para a manutenção
deste, por meio da oxidação da gordura e termogênese (DUNCAN, 2007). Seu efeito
estimulante sobre o sistema nervoso central se dá pelo aumento da concentração
plasmática de noradrenalina, assim estimula o processo lipolítico ao inibir a
fosfodiesterase, aumentar a meia-vida do AMPc e, consequentemente, a atividade da
proteína quinase A (PKA) e da lipase hormônio sensível (LSH) (CURI et al., 2003).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
No entanto, pode ser visto este composto em aplicações intradérmicas (para gordura
localizada) e intramuscular (melhora o desempenho físico, pois ativa o metabolismo)
também (MORI et al., 2009).
Pentoxifilina (pH-7,0)
Como já falado no tópico dos venotróficos, esta xantina apresenta efeito benéfico na
microcirculação por inibir a agregação plaquetária, melhorar a deformidade dos
eritrócitos diminuindo a viscosidade do sangue e por apresentar efeito vasodilatador
sobre os capilares (GUIRRO; GUIRRO, 2007).
Indicada para tratamentos com gordura localizada e celulite. As reações adversas que
podem apresentar são urticária e prurido no local da aplicação, mas regride ao término
do tratamento (GUIRRO; GUIRRO, 2007).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Aminofilina (pH-9,0)
Esta última xantina apresentada também tem ação lipolítica aumentando a produção
de AMPc e consequentemente quebrando os triglicérides em ácidos graxos e glicerol.
Inibe a produção de prostaglandinas e liberação de histamina e leucotrienos
diminuindo o processo inflamatório. Também é indicada para tratamento de celulite
(GUIRRO; GUIRRO, 2007).
É indicado para tratamento com gordura localizada, nas mulheres: quadril e coxa;
homens: região lateral do tronco (RASCOVSKI, 2000). Não deve exceder dose máxima
de 10 mg/mL por sessão (RASCOVSKI, 2000).
As reações locais podem ser ardor no momento da aplicação e por ter uma ação
vasodilatadora podem ocorrer hematomas. É contraindicado para pacientes com
hipersensibilidade à ioimbina, hipertensão ou problemas cardíacos. Essa medicação
apresenta complicações na maioria dos pacientes, muitos relatam sentir reações como
calafrios e náuseas por 3 horas após a aplicação, geralmente recomenda-se ao
paciente não se alimentar por 2 horas antes de aplicar este composto (RASCOVSKI,
2000).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Outros aminoácidos podem também ser utilizados, como L-ornitina associado com
L-arginina atuam na mobilização de gorduras do organismo. L-taurina evita a
degradação das proteínas favorecendo o uso de gorduras como fonte de energia e
aumentando a insulina, o qual melhora o metabolismo da glicose. Na aplicação
intramuscular é interessante associar com inositol trifosfato (KEDE; SABATOVICH,
2009; RIBEIRO, 2010).
Mesoglicano (pH-7,0)
O desoxicolato de sódio é um sal biliar solúvel em água que promove a lise celular,
levando à redução do tecido adiposo subcutâneo (ROTUNDA et al., 2004), além disso,
também tem sido mostrado na redução de lipomas (ROTUNDA et al., 2005). No
intestino, ele é capaz de emulsificar a gordura proveniente da alimentação, sendo
também um produto metabólico de bactérias intestinas (JAYASINGHE et al., 2013).
Brown em 2006 discutiu o possível papel do desoxicolato de sódio no tecido adiposo.
Ele sugeriu que este composto dentro do tecido subcutâneo poderia desempenhar
quatro diferentes formas, a micela, vesículas e/ou monômeros e cristais. Deste modo,
o desoxicolato de sódio em forma de vesículas e/ou monômeros leva à necrose celular,
quando na forma de micela, poderia resultar na mobilização da saída da gordura dos
adipócitos, e por fim, na forma de cristal poderia ser prejudicial às células, isso
dependeria da sua concentração (BROWN, 2006). Matarasso (2009) relata que a
associação de desoxicolato de sódio com vasodilatadores resulta em uma rápida
absorção do desoxicolato de sódio para dentro da célula.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Sua aplicação deve ser subcutânea. Se aplicado via intraderme causa necrose, 5% dos
pacientes têm chances de formação de nódulos doloridos, sua duração persiste de 7-15
dias. As reações comuns da aplicação deste composto são vermelhidão, prurido,
inchaço (até 5 dias), leve incômodo no local, este incômodo é persistente durante todo
o tratamento (BROWN, 2006).
Figura 1. Após duas sessões de intradermoterapia com o protocolo desoxicolato de sódio, L-carnitina, buflomedil,
lidocaína, cafeína, houve uma redução de 13 cm na circunferência abdominal total.
Figura 2: Complicações com desoxicolato de sódio após má conduta na aplicação – Necrose tecidual.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Fonte: <http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/08/mulheres-feridas-ao-eliminar-gordura-em-clinica-ficam-sem
medicamento.html>acesso 14/09/15
Eutróficos
São responsáveis por melhorar o tecido conjuntivo, desse modo, agem estimulando as
produções de fibras colágenas, reorganizam as já existentes e contribuem também
para a formação da matriz extracelular deste tecido (LE COZ, 2012).
Fatores de crescimento
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
» Redução da inflamação.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Aplicação ponto a ponto ou retroinjeção uma vez por semana durante seis semanas a
depender da avaliação/anamnese.
O ácido glicólico apresenta ação ceratolítica por diminuir a coesão de corneócitos por
interferência na formação de ligações iônicas, destruindo a proteína que une um
corneócito a outro. Além disso, atua na síntese de glicosaminoglicano e outras
substâncias da matriz intracelular da derme (HERNANDEZ; FRESNEL, 1999).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Glucosaminoglicanos (GAG)
Gel amorfo constituído por condroitin sulfato, queratan sulfato, heparan sulfato e
dermatan sulfato. Apresenta forte agregação às proteínas de ligação, é uma estrutura
organizada e estimula a síntese de matriz extracelular, promove efeito esponja na
derme (CHORILLI et al, 2007).
Essa associação XADN é indicada para flacidez por melhorar a hidratação da pele, o
uso intradérmico, e em estrias devido à ação anti-inflamatória do condoritin, melhora
a cicatrização, uso por retroinjeção. É contraindicado para pessoas que têm alergia aos
componentes da fórmula (HERREROS, 2011).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Colágeno (1%)
Deve ser injetado uma vez por semana ponto a ponto, em todo o rosto, mesmo ao
redor dos olhos e pálpebras superiores e inferiores e pescoço. O efeito lifting dura em
torno de 3-4horas, no entanto, há efeito acumulativo com o uso (PERRICONE, 2001).
Elastina (1%)
A elastina é uma das proteínas que formam as fibras do organismo. Sendo indicada
para flacidez corporal e facial e estrias, apresenta grande poder hidratante e nutritivo
(KEDE; SABATOVICH, 2009).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Não deve ser aplicado em pessoas que apresentam alergia aos componentes da
fórmula e aos salicilatos e seus derivados (KEDE; SABATOVICH, 2009). DMAE está
citado nos artigos científicos para uso tópico na sua forma base (líquida).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Por sua ação na biossíntese do colágeno e por seu efeito redutor de radicais livres, a
possibilidade de liberar doses farmacológicas de ácido L-ascórbico via percutânea
apresenta-se como uma interessante e importante terapêutica (PERRICONE, 2001).
Benefício:
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Hialuronidase (pH-5,5)
É uma enzima proteolítica. Este produto parece poder ser degradado pela aplicação
de antisséptico alcoólico. Concedeu-se a ele uma responsabilidade de
“descompartimentação” na celulite. Atribui-se a esse produto propriedades de
estimulação dos fibroblastos. No entanto, ele pode causar reações locais intensas
imediatas ou retardadas. É capaz de mudar a permeabilidade do tecido conjuntivo,
diminuir edema, seu uso pode ser intradérmico para celulite ou subcutâneo para
gordura localizada (CHORILLI et al, 2007).
As reações que podem vir a causar são processos alérgicos (eritema, prurido,
vermelhidão) até depois da 4a aplicação.
200UTR = 0,7mL
Ácido tranexâmico
Age nos compostos que atuam na diferenciação dos melanócitos inibindo-os e assim
evitando a formação de mais células produtoras de melanina.
Ácido kójico
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Tripeptídeo – 41
CAPITULO 3
Protocolos e técnicas de aplicação de
intradermoterapia
Despigmentante
Aplicação intradérmica por toda a extensão da mancha a ser tratada, adicionar 0,1mL
por ponto durante 12 semanas, sendo realizada 1x/semana.
» Lidocaína 8mg.
» Elastina 1% 2 mL.
» Lidocaína 1% 2mL.
» DMAE 3%/2mL.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
» Glucosamina 20%/4mL.
Flacidez corporal
» DMAE 3%/2mL.
» DMAE 3%/2mL.
» Lidocaína 1%/2mL.
Flacidez facial II
» DMAE 2,5%.
» Lidocaína 1%.
Rejuvenescimento facial I
» DMAE 7%.
» Lidocaína 2%.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Rejuvenescimento facial II
» IGF.
» TGP2.
» EGF.
» Ácido Mandélico.
» Ácido Kójico.
» GAG.
Estria vermelha
» IGF.
» Vit. C 20%.
» Glicerinol.
» Lidocaína 1%.
Estria branca
Mescla I
» IGF.
» Vit. C.
Mescla II
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
» Buflomedil 1%.
» Silicium P 3%.
» Lidocaína 1%.
Flacidez corporal
Mescla I
» Colágeno 2%.
» IGF.
» TGF.
Mescla II
» DMAE 2,5%.
» Polidocanol 0,5%.
» Lidocaína 1%.
» GAG 17,2%.
Celulite
» Cafeína 50 mg/2mL.
» Mesoglicana.
» Lidocaína 2%.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Celulite grau II
» Loimbina 0,5%.
» Buflomedil 1%.
» Crisina 100mcg.
» L-carnitina 30%.
» Lidocaína 10%.
» Desoxicolato 122mg.
» Pentoxifilina 2%.
» Crisina 100mcg.
» Lidocaína 1%.
Mescla I
» Cafeína 100mg/2mL.
» Bbuflomedil 10mg/2mL.
» Lidocaína 1%.
Mescla II
» Cafeína 10mg/2mL.
» Lidocaína 1%.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
» Aminofilina 40mg/2mL.
Intramuscular – emagrecimento
» Aminofilina 20mg.
» Furosemida 5mg.
» Lidocaína 40 mg.
» Inositol 100mg.
Mescla I
» L-ornitina 150mg.
» L-fenilalanina 50mg.
» Lidocaína 10 mg.
Mescla II
» L-cornitina 600mg.
» L-ornitina 150mg.
» L-fenialanina 2,5%.
» Lidocaína 2%.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Mescla III
» Lidocaína 1% 2mL.
As técnicas manuais de aplicação são realizadas por via parenteral, sendo as mais
utilizadas na intradermoterapia ou mesoterapia a intradérmica, subcutânea e
intramuscular, lembrando que a aplicação intramuscular não é considerada uma
técnica mesoterápica, uma vez que Pistor relata que a técnica consiste em injeções
intradérmicas ou subcutâneas de um fármaco ou de uma mistura de vários produtos
denominado, melánge ou mesclas.
Outras técnicas conhecidas e utilizadas na aplicação são as técnicas, ponto por ponto,
descrita pela primeira vez por Pistor, a qual envolve a aplicação da mescla no volume
de 0,02 a 0,05mL perpendicular a pele (4 mm de profundidade) com uma distância de
1 a 2 cm entre os pontos. Sendo injeções com pouco volume sempre perpendicular à
pele em uma profundidade precisa na derme profunda, distanciando em torno de 1 a 2
cm, como relatado acima, esta técnica é usada principalmente para redução da
gordura localizada (ADELSON, 2005).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Figura 3. Ângulos de inserção da agulha segundo a via de administração: intramuscular (IM), subcutânea (SC)
e intradérmica (ID).
IM – INTRAMUSCULAR
SC – SUBCUTÂNEA
IV – INTRAVENOSA
ID – INTRADÉRMICA
FONTE:<http://dlb-network.com/photographyomn/intramuscular-injection-technique> acesso: 17/9/2015
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Intraepidérmica
Além das tradicionais agulhas e seringas para o tratamento, também podem ser
utilizadas sofisticadas pistolas de mesoterapia. Essas pistolas possuem injetores
eletrônicos de múltiplos pontos que permitem a quantificação do volume e da
profundidade da aplicação. A desvantagem no uso da pistola está na dificuldade de
esterilização de todo o conjunto, uma vez que somente a agulha é descartável
(HERREROS et al., 2011; ROHRICH et al., 2005).
» Músculo plastima.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
» Músculo prócero.
» Zona da testa.
Intradérmica
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Fonte:<http://enfermagemcontinuada.blogspot.com.br/2011/02/medicacao-via-intradermica.html> acesso:14/9/2015 -
<http://slideplayer.com.br/slide/350077/> acesso:16/9/2015
Hipodérmica – subcutânea
Absorção é lenta, através dos capilares ocorre de forma contínua e segura. As regiões
de aplicação podem ser, por exemplo: braço (apresenta velocidade média de absorção
da medicação), abdome e flancos (velocidade rápida), perna e subglúteo (velocidade
lenta). O local da aplicação deve ser revezado quando for aplicado por período
indeterminado (LE COZ, 2012).
» Infecções inespecíficas.
» Lesão de nervos.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Intramuscular - IM
» DELTOIDE – de 2 a 3 mL.
» GLÚTEO – de 4 a 5 mL.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Figura 8. Ilustração da área proposta para a injeção intramuscular na região ântero-lateral da coxa, utilizando-se
a metade distal do quadrilátero (área hachurada) como local de escolha para a aplicação desta injeção (IM).
50
MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Figura 9. Ilustração da área preconizada pela literatura para realização da injeção IM na região ântero-lateral da
coxa.
51
UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Cada agulha ou perfurocortante deve ser descartado em um recipiente sólido feito para
este fim ou em um incinerador (LE COZ, 2012).
Produtos
As ampolas devem ser abertas no último momento, pois alguns produtos são
degradáveis pela luz. É imprudente até mesmo perigoso, preparar misturas com
antecedência. Além disso, é proibido pela ANVISA. Desse modo, opte por comprar
kits de ampolas separadas e não mesclas já prontas (LE COZ, 2012).
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
Se caso assim não fizer, a mistura pode turvar, e o composto não fará efeito podendo
gerar efeito colateral na maioria das vezes (LE COZ, 2012; ADELSON, 2005).
Aplicação
Não injetar uma quantidade muito grande por ponto, pois isso pode provocar dor e
nódulos que demoram a desaparecer. Uma quantidade excessiva do produto pode
provocar adenopatias.
Técnicas
Em determinados casos a injeção pode causar dor ao paciente, isso pode estar
relacionado aos seguintes fatores:
» a agulha tocou um pequeno vaso;
É interessante sempre ficar observando seu paciente para perceber a feição dele, caso
este demonstre sentir dor é indicado mudar o movimento.
Além disso, não se deve repetir as sessões de maneira muito aproximada. Isso é inútil
(o efeito benéfico da sessão precedente é diminuído) e, às vezes, perigoso
(multiplicação dos hematomas). Não se deve aplicar em cima de hematoma (LE COZ,
2012).
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
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CAPÍTULO 4
Classificação de gordura localizada
Hiperlipodistrofia
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Figura 13. Desenho mostrando as regiões que acometem maior quantidade de gordura localizada na mulher
(pera - ginoide) e no homem (maçã - androide).
Fonte: <http://www.dermatofuncional.pt/hiperlipodistrofia-gordura-localizada> acesso em: 27/8/2015 Os
genéticos/ hormonais;
» qualidade de vida.
» Medidas de circunferência.
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MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA │ UNIDADE I
associadas à obesidade.
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UNIDADE I │ MESOTERAPIA – INJETÁVEIS INTRADERMOTERAPIA
Figura 14. Esquematização de aplicação para gordura localizada e/ou celulite.
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UNIDADE II
PREENCHIMENTO
FACIAL
CAPÍTULO 1
Introdução ao preenchimento facial
História
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
Anatomia e indicação
Para que possamos entender a indicação e técnica de aplicação de um preenchimento
é essencial enterdermos primeiramente a anatomia da face. Para isso, precisamos
saber os principais músculos e regiões onde serão e poderão ser aplicados o
preenchedor pelo profissional esteta. Lembrando que este é um curso de
especialização modo básico, devido a isso vamos ensinar na teoria o preenchimento
do terço inferior, apenas, pois essa região é mais indicada para aprendizagem da
manipulação dos preenchedores. Além disso, essa regição supracitada é a mais
comumente relatada em cursos de pós-graduação.
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
» Comissuras orais.
» Cicatrizes de acne.
» Aumento de Mento.
» Linhas glabelares.
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
Figura 16. Foto ilustrativa das regiões de aplicação de preenchimento com ácido hialurônico, nível básico e
Envelhecimento
Para se usar de maneira apropriada o ácido hialurônico e para maximizar o seu efeito
cosmético e ao mesmo tempo minimizar o risco de complicações, o farmacêutico(a)
esteta deve ter um entendimento amplo da estética da face e das mudanças que
ocorrem com o envelhecimento.
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
» Região inferior da face com formato quadrado com uma razão mais
equilibrada entre as partes superior e inferior.
Contudo, a estética se realiza pela harmonia e o equilíbrio da face que existe em toda
grande forma, tamanho e configurações das partes individuais, desse modo devemos
considerar e entender essas mudanças que a face sofre com o passar do tempo.
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
» Rugas estáticas.
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CAPÍTULO 2
Técnicas de aplicação de
preenchedores
Tipos de preenchedores
Existe uma vasta quantidade e marcas de substâncias denominadas preenchedores
hoje no mercado. Como substâncias biodegradáveis e não permanentes ou também
não biodegradáveis e permanentes. Os preenchedores mais tradicionais são os
biodegradáveis , ou seja, aqueles que podem ser absorvidos e excretados pelo
organismo em um determinado tempo, geralmente curto. Sabe-se que por mais que
estas substâncias apresentem reações de hipersensibilidade, elas têm segurança
comprovada (GLADSTONE; CARRUTHERS, 2005).
Ácido hialurônico
O ácido hialurônico aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2003
representa um grande avanço na história dos preenchedores. Isso porque esta
substância é gerada por fermentação bacteriana e também de crista de galos, não
existindo a necessidade de testes alérgicos. Este é um preenchedor versátil e parece
ter efeito mais prolongado que o próprio colágeno.
no fluído sinovial, nos humores aquoso e vítreo do olho e em outros tecidos. Sua
estrutura química é uniforme por toda a natureza, e portanto não tem potencial para
imunogenicidade na sua fomra pura. Na pele, o AH forma a matrix fluída elastoviscosa
na qual fibras de colágeno, fibras elásticas e outras estruturas intercelulares estão
embebidas. Sintetizado nas membranas celulares e então secretado no espaço
extracelular, o AH é o maior (50kDa) e é o glicosaminoglicano (GAG) mais abundante
na matriz extracelular da derme. Ele se difere dos demais GAG, pois ele não é
sulfatado ou ligado a uma proteína central (BOWMMAN; NARINS, 2005).
Já os géis de AH, conhecidos como hilanos, são géis químicos conectados por ligações
covalentes, como também hidrogéis, pois são inchados com 95% do seu peso por água,
sendo lentamente absorvidos no tecido com o passar dos meses (BOWMMAN;
NARINS, 2005).
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
Como observado, mais de um tipo de restylane pode ser usado no mesmo local, isso irá
depender do grau de profundidade da ruga, sulco ou prega como apresentado na
figura 17 abaixo, podendo ser usado com os preenchedores em conjunto ou
separadamente.
Figura 17. Camada superficial da pele que demonstra a linha, ruga e sulco/prega da face.
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
Técnica
Para correta aplicação do ácido hialurônico no paciente, alguns protocolos precisam
ser adotados pelo profissional para garantir que o procedimento seja realizado com
segurança. Desta maneira, os resultados obtidos serão altamente relevantes. A seguir
está listado um protocolo básico de aplicação do produto.
1. Após remover maquiagem, a área deve ser limpa com clorexidina 0,5%.
Se você preferir deixar seu paciente deitado em uma maca, é útil
demarcar as linhas de expressão antes de deitá-lo com um lápis de
maquiagem, por exemplo, pois ao deitar as linhas podem sumir. No
entanto, antes de aplicar o preenchedor deve-se remover a marca do
lápis.
Figura 18. Agulha indicada para aplicação do ácido hialurônico: 30G (mesma usada na intradermoterapia).
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
A técnica das punturas seriadas é a mais fácil tecnicamente (pois a ponta da agulha
não se move durante a injeção) e é a preferida dos iniciantes. Para esta técnica a
agulha entra na pele até a profundidade desejada, deposita uma pequena quantidade
do produto e é retirada. Injeções individuais deste tipo funcionam bem para cicatrizes
de acne, enquanto as sucessivas podem diminuir rugas.
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
acomode-se aos contornos dos tecidos. No entanto, quando o local é massageado mais
de 20% do produto pode ser eliminado. Com isso, é interressante fazer a
hipercorreção. Por fim, deve haver um limite de 1,5-2,0 mL por sessão e o retoque
pode ser feito de 2 a 4 semanas depois da aplicação.
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UNIDADE II │ PREENCHIMENTO FACIAL
» Expectativas realísticas?
O paciente que for fazer o preenchimento facial não deve tomar aspirina por pelo
menos 8 dias, vitamina E, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) por pelo menos
5 dias antes do tratamento. Suspender os fitoterápicos à base de cumarina e Gingko
biloba. Já a aplicação de Arnica montana, no local da aplicação no pré-procedimento,
parece reduzir o surgimento de equimoses, por mais que ainda não tenham evidências
científicas. Além disso, fotos do pré-procedimento e do pós de ângulos frontal, oblíquo
e perfil são extremamente importantes para a satisfação do paciente.
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PREENCHIMENTO FACIAL │ UNIDADE II
Introdução e história
O uso da neurotoxina botulínica tipo A foi originado em 1970 como uma alternativa
não cirúrgica, primeiramente usada para o tratamento do estrabismo. A partir daí, a
lista de utilizações médicas para essa toxina em questão foi crescendo rapidamente.
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TOXINA BOTULÍNICA │ UNIDADE III
Como técnica estética ela foi averiguada após o tratamento de blefaroespasmo, onde se
observou pela primeira vez a diminuição das rugas (BERRY, STANEK; 2012).
A história da neurotoxina botulínica tipo A começou entre 1817 a 1822 com o alemão
Justinus Kerner, que denominou a toxina como “sausage poison”, por observar a
presença dessa toxina em salsichas, enlatados e produtos com carnes mal preparadas.
Meio século depois, seu compatriota Muller Latinised denominou a doença como
botulismo proveniente de “botulus” = salsicha. No entanto, a bactéria causadora dessa
doença, Clostridium botulinum, só foi cultivada pela primeira vez em 1897 por Van
Ermengen (ERBGUTH, 2004; VAN ERMENGEN, 1897). E Em 1949 foi descoberto o
mecanismo de ação mais conhecido atualmente na área da estética, proveniente dessa
toxina, o bloqueio neuromuscular (BURGEN; DICKENS; ZATMAN, 1949).
Taxonomia e fisiologia
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UNIDADE III │ TOXINA BOTULÍNICA
A neurotoxina é formada por duas cadeias, uma leve que possui 50 KDa (kilo daltons)
e uma pesada constituída por 100 KDa, elas são unidas por uma ponte de dissulfeto.
Quando a toxina botulínica encontra-se na forma ativa (150 KDa) ela é envolvida por
um complexo proteico constituído por hemaglutininas e não hemaglutininas
(proteínas não tóxicas). Essas proteínas protegem a neurotoxina do ataque do suco
gástrico quando a toxina encontra-se em algum alimento contaminado ocasionando,
portanto, o botulismo. (PECORA; FILHO, 2012).
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TOXINA BOTULÍNICA │ UNIDADE III
A ligação entre a toxina e o neurônio alvo ocorre por meio de uma ligação altamente
específica entre a cadeia pesada e os receptores que ficam expostos na superfície do
neurônio durante a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica (PEROCA;
FILHO, 2012). É interessante ressaltar que o receptor da toxina botulínica varia
dependendo do sorotipo injetado, quando injetado o sorotipo A o receptor é a proteína
SV2, quando injetado o B, o receptor é a sinaptotagmina.
Além disso, a toxina apresenta efeitos indiretos sobre o SNC por não ultrapassar a
barreira hematoencefálica, que são: inibição reflexa, reversão das alterações da
inibição recíproca, da inibição intracortical e de potenciais evocados somatossensoriais
(MAIO, 2011).
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CAPÍTULO 2
Tipos de toxina botulínica
1. Massa molar.
3. Altas doses.
De acordo com os princípios de Fick, quanto menor a massa molecular maior será o
raio de difusão de uma substância. Com isso, complexos de neurotoxinas com peso
molecular baixo possuem maior raio de difusão quando comparados a complexos que
possuem um peso molecular elevado (BEYLOT, 2009). Entretanto, esse conceito não
é compartilhado por todos os pesquisadores, uma vez que outros cientistas abordam
que se houver diferença na difusão será por conta da dose e volume inapropriados
(PICKETT; DODD; RZANY, 2008; PICKETT, 2009; WOHLFARTH, 2008).
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TOXINA BOTULÍNICA │ UNIDADE III
Basicamente qualquer princípio proteico não humano pode agir com antígeno,
provocando a criação de anticorpos. Outro fator que deve ser levado em conta quando
estamos analisado a antigenicidade da toxina é a quantidade de neurotoxina inativa
presente no frasco, porque apesar de não apresentar efeito terapêutico, ela possui a
capacidade de induzir a criação de anticorpos neutralizantes. Além disso, aplicações
frequentes com curtos intervalos entre uma sessão e outra (Exemplo: 1 mês), com
dosagens superiores a 200 U (unidades) e injeções intravenosas acidentais também
ocasionam a formação de anticorpos neutralizantes (DRESSLER; HALLETT, 2006).
Toxina de qualquer marca deve sempre ser reconstituída em uma solução de cloreto
de sódio (NaCL) a 0,9% sem preservativo (soro fisiológico - SF 0,9%) estéril. Algumas
marcas são mais sensíveis a fortes diluições e ao turbilhonamento do frasco, pois pode
provocar à fixação de toxina ativa no frasco, ocasionando perda da sua potência
(FILHO; PECORA, 2012).
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UNIDADE III │ TOXINA BOTULÍNICA
Para outros tipos de aplicações, como ocorre no caso dos tratamentos de hiperidrose
ou neuralgia pós-herpética, é indicado realizar uma reconstituição em 2mL de SF
0,9%, porque neste tipo de tratamento é preconizado que a toxina atinja uma maior
dispersão (FILHO; PECORA, 2012).
1U 2
U Dysport 1:3
1mL(frasco 100U) 2mL(fra
(em relação ao Botox®)
0,01mL =1U 0,01m
Dose 3U
Volume de Reconstituição 3,32mL(frasco 500U)
0,02mL =3U
Volume de Reconstituição
1,66mL(frasco 500U) Fonte: Alterado do Filho e Pecora, 2012.
0,01mL =3U
A primeira toxina botulínica a ter aprovação para uso tanto terapêutico como estético
foi o Botox®, em 1989, logo após as outras toxinas que vieram a ser aprovadas
buscaram a liberação por meio de estudos científicos que as comparassem com o
Botox®, demonstrando uma baixa prevalência de eventos adversos e equivalência nos
resultados clínicos. Sendo assim, seguem na tabela abaixo as comparações entre as
marcas de toxinas botulínicas disponibilizadas atualmente no Brasil.
Onabotulínica Abobotulínica
BOTULIFT®
Aprovação 2004 Nome -
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