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Peelings: Aplicações na Estética

Brasília-DF.
Atualização

Érika Fuscaldi Gomes Gonçalves

Elaboração

Taís Amadio Menegat

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
REVENDO A PELE.................................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE.............................................................................................. 9

CAPÍTULO 2
OS TIPOS DE PELE E SUAS CLASSIFICAÇÕES............................................................................. 16

CAPÍTULO 3
RADIAÇÃO SOLAR.................................................................................................................. 20

UNIDADE II
COSMETOLOGIA.................................................................................................................................. 29

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À COSMETOLOGIA............................................................................................ 29

CAPÍTULO 2
CLASSIFICAÇÃO DOS COSMÉTICOS DE ACORDO COM SUA FUNÇÃO.................................... 45

CAPÍTULO 3
PROTETOR SOLAR.................................................................................................................... 58

UNIDADE III
COSMETOLOGIA.................................................................................................................................. 62

CAPÍTULO 1
COSMETOLOGIA HLDG........................................................................................................... 62

CAPÍTULO 2
COSMÉTICOS PARA O TRATAMENTO DE ESTRIAS E ANTI- AGING................................................ 66

CAPÍTULO 3
ATIVOS PARA CONTROLE PIGMENTAR...................................................................................... 70

CAPÍTULO 4
COSMÉTICOS PARA ACNE....................................................................................................... 77
CAPÍTULO 5
ÁREA DOS OLHOS................................................................................................................... 80

CAPÍTULO 6
FATORES DE CRESCIMENTO..................................................................................................... 84

UNIDADE IV
PEELING QUÍMICO E FÍSICO................................................................................................................. 89

CAPÍTULO 1
PEELINGS................................................................................................................................ 89

CAPÍTULO 2
OS ÁCIDOS............................................................................................................................. 92

CAPÍTULO 3
PEELING FÍSICO.................................................................................................................... 124

PARA (NÃO) FINALIZAR.................................................................................................................... 127

REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 128

4
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

6
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

Convido-os a aprofundar nesse vasto conteúdo da Cosmetologia. Esse material o


conduzirá a aprender como agregar todos os benefícios dos cosméticos e dos peelings
químicos e mecânicos em disfunções estéticas como anti-aging, estrias, olheiras,
hipercrômia, entre outras afecções de pele.

Sabemos que é um conteúdo extenso e teremos que citar alguns temas específicos por
mais de uma vez, para melhor entendimento do capítulo.

Peelings tem substâncias bem variadas e inúmeras, por isso temos que sempre estar
atento a qual seria a melhor formulação para as afecções de pele, além de orientar ao
paciente de como proceder após o peeling.

Para termos uma conduta eficaz e de ótimos resultados é necessário sempre se atualizar
quanto aos protocolos, por meio de cursos e artigos científicos. O estudo continuado
é de extrema importância para a evolução na área da saúde, pois sempre passa por
inovações/atualizações.

Estarei à disposição para conduzi-los nesse conteúdo, trocar ideias e sanar dúvidas.

Bons estudos!!!

Prof. Érika Fuscaldi

Objetivos
»» Promover o conhecimento desde a atuação fisiológica, farmacológica e
terapêutica que os cosméticos podem proporcionar.

»» Compreender o mecanismo de ação dos peelings químicos e físicos.

»» Conhecer as diversas substâncias/ácidos.

»» Compreender como os métodos de aplicação desses cosméticos gerais


atuam na área da estética e como são seus resultados para cada afecção.

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REVENDO A PELE UNIDADE I

CAPÍTULO 1
Anatomia e fisiologia da pele

O sistema tegumentar é composto pela pele e seus anexos que são as glândulas
sudoríparas, sebáceas, unhas e pelos.

A pele é considerada o maior órgão do corpo humano e constitui 16% do peso corporal.

A pele reveste todo o corpo, mudando sua espessura e textura em algumas regiões.
Algumas são mais espessas e outras mais finas. A pele possui algumas importantes
funções:

»» proteção contra lesões;

»» proteção contra invasão bacteriana;

»» regulação da temperatura do corpo;

»» receptores sensoriais (tato, pressão, temperatura e dor);

»» excreção pelas glândulas sudoríparas;

»» absorção de radiação ultravioleta (UV) solar para a síntese de vitamina D.

A pele se compõe por duas camadas: epiderme e derme. Abaixo da derme encontra-se
o tecido conjuntivo frouxo, antigamente conhecido como hipoderme. Esse nome não é
mais considerado como camada da pele, mas constitui a fáscia superficial da dissecção
anatômica que cobre todo o corpo, imediatamente abaixo da derme, chamada de
panículo adiposo.

No epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele são encontrados quatro


aglomerados de células, elas são: Queratinócitos, Melanócitos, Células de Langerhans,
Células de Merkel.

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UNIDADE I │ REVENDO A PELE

Figura 1. Camadas da pele e seus componentes.

Corpúsculo
de Glândula
Poro Meissner sebácea Pelo
sudoríparo
Camada córnea
Epiderme (queratinizada)

Terminação
nervosa livre
Derme Glândula
sudorípara
Músculo
eretor do pelo

Tecido
subcutâneo
(adiposo)

Artéria Veia Folículo piloso

Fonte disponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/epiderme-derme-camadas-pele/>. Acesso em: 28


fevereiro 2019.

Epiderme
A epiderme tem origem no ectoderma e é constituída por epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado.

A espessura da epiderme varia de 0,07 a 0,12 mm. Essa espessura tem variação devido
algumas regiões do corpo serem mais finas ou mais espessas. Costumamos exemplificar
que ela é tão fina como a espessura de uma folha de papel. Usamos essa referência
para podermos entender que temos que ter cuidado com todos os protocolos que
pretendemos utilizar na nossa conduta.

Os queratinócitos são células produzidas na camada basal. Elas se achatam à medida que
são empurradas para cima modificando sua estrutura, produzindo assim a queratina e
depois que perdem seu núcleo são eliminadas pela descamação que ocorre no processo
que leva de 20 a 30 dias.

Devido à citomorfose dos queratinócitos, durante sua migração da camada basal para
à superfície da epiderme, são identificadas na epiderme cinco zonas morfologicamente
distintas. Essas zonas são:

»» Estrato basal ou germinativo – o estrato germinativo é a camada que


tem o contato com a derme e está separado dela por uma camada basal

10
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

e que ocorre a renovação da epiderme por meio da atividade mitótica, os


queratinócitos produzidos são empurrados para as camadas superiores
aumentando sua produção de queratina.

»» Estrato espinhoso – possuem células com desmossomos e


prolongamentos que as mantém unidas que lhe fazem ter a aparência
espinhosa.

Espalhadas pela camada estão as células de Langerhans que ajudam a


detectar agentes invasores, alertando o sistema imunológico.

»» Estrato granuloso – o estrato granuloso é formado por 3 a 5 camadas


de células. Nessas camadas encontram-se os grânulos de querato-hialina
dando origem a queratina.

Existem ainda os grânulos lamelares revestidos por membrana para


formar uma barreira impermeabilizante para impedir a perda de água e
formando uma barreira de proteção.

»» Estrato lúcido – é a camada transparente sob o estrato córneo que se


encontra células sem núcleo e que se transforma em queratina.

»» Estrato córneo – é a camada mais superficial da pele, formada por


células mortas, sem núcleos e achatadas. As células apresentam grande
quantidade de queratina e estão em descamação constante.

Sobre as células

»» Células de Langerhans – são células apresentadoras de antígenos


que ficam entre as células do estrato espinhoso. Essas células podem ser
encontradas em todas as camadas da epiderme, participam da proteção
da pele devido à capacidade de fagocitose e de ativar os linfócitos T,
participando da resposta imune.

»» Células de Merkel – estão dispersas entre as células do estrato basal,


região mais profunda da epiderme. Podem atuar como mecanorreceptores
que são responsáveis pela sensação do tato.

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UNIDADE I │ REVENDO A PELE

Figura 2. Camadas da epiderme.

Pele
Células
Estrato córneo mortas antiga
preenchidas
com
Estrato lúcido
queratina,
descamando
Estrato
granuloso
Grânulos
lamalares

Estrato Queratinócitos
espinhoso

Célula de
Estrato basal
Merkel
Melanócitos Terminação
nervosa
Derme
Pele
nova Acesso em: 28
Fonte disponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/epiderme-derme-camadas-pele/>.
fevereiro 2019.

Quadro 1. Camadas e características histológicas da epiderme.

CAMADA CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS


Numerosas camadas de células queratinizadas mortas, queratinócitos, sem núcleo e sem organelas
Estrato córneo (escamas-células córneas) que serão descarnadas.
Camada delgada corada fracamente de queratinócitos sem núcleos e sem organelas; as células contêm
Estrato lúcido eleidina e filamentos de queratina densamente compactados.
A camada mais superficial da epiderme (três a cinco camadas de células de espessura) na qual os
Estrato granuloso queratinócitos ainda mantêm seus núcleos; as células contêm grandes grânulos grosseiros de querato-
hialina, assim como grânulos revestidos por membrana.
A camada mais espessa da epiderme cujos queratinócitos, denominados células espinhosas, se
entrelaçam uns com os outros formando pontes intercelulares e um grande número de desmossomos;
Estrato espinhoso as células espinhosas têm numerosos tono filamentos e grânulos revestidos por membrana, e são ativas
mitoticamente; essa camada também contém células de Langerhans.
Estrato basal Esta camada simples de células cuboides a colunares baixas, mitoticamente ativas, está separada da
(germinativo) camada papilar da derme por uma membrana basal bem desenvolvida.
Fonte: (GARTNER; HIATT, 2003).

Derme
A derme é constituída por tecido conjuntivo denso, contendo fibras de colágeno que
promovem a sustentação à epiderme prendendo a pele a hipoderme.
12
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

Está localizada abaixo da epiderme, que se dá origem a mesoderma, a mesma é dividida


em duas camadas:

»» camada papilar (superficial e frouxa);

»» camada reticula (profunda e densa).

A espessura da derme varia também em relação as regiões do corpo, ora mais espessas
ou mais finas.

Figura 3. Derme.

Epiderme

Derme

Fonte disponível em: <https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-tegumentar/>. Acesso em: 28 fevereiro


2019.

Camada papilar da derme

A camada papilar está imediatamente abaixo da epiderme e possui várias papilas


dérmicas que se encaixam nas reentrâncias irregulares da mesma.

Constituída por fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos, entre outras.

Nessa camada é encontrada os receptores de Meissner que são sensíveis a estímulos


táteis e o de Krause que responde ao estímulo do frio.

Camada reticular da derme

Na camada reticular são encontradas as glândulas sebáceas, sudoríparas e as raízes dos


pelos vasos sanguíneos, linfáticos, terminações nervosas e mais fibras elásticas.

Nessa camada as células são mais escassas que na papilar. Mas encontramos os
fibroblastos, os mastócitos, os linfócitos e os macrófagos. Com frequência tem células
adiposas na camada mais profunda.

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UNIDADE I │ REVENDO A PELE

Sendo que não é possível distinguir a interface entre a camada papilar e a camada
reticular da derme, pois essas duas camadas são contínuas.

Figura 4. Derme papilar e derme reticular.

Epiderme

Camada
papilar da
derme

Derme
Camada
reticular
da derme

Fonte disponível em: <https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/epiderme-derme-camadas-pele/>. Acesso em: 28


fevereiro 2019.

Fibras de colágeno

As fibras de colágeno conferem resistência à tração, extensibilidade e estabilidade


estrutural da pele.

Fibras de elastina

As fibras de elastina estão intimamente ligadas ao colágeno, revestidas por microfibrilas.

Na derme papilar as fibras finas tendem a correr perpendiculares à superfície da pele.


No caso a derme reticular suas fibras são mais grossas e tendem a permanecer paralelas
à superfície da pele. Atuam no estiramento e retração elástica.

Glicosaminaglicana

A substância fundamental amorfa ocupa os espaços entre as fibras elásticas e


colágenas funcionando como lubrificante, dando maior viscosidade. Composta pelo

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REVENDO A PELE │ UNIDADE I

fluído intersticial, complexos de glicosaminoglicanas, proteínas que se resultam em


proteoglicanas e glicoproteínas.

Figura 5. Fibras de colágeno.

Estrato córneo
Estrato lucido
Estrato granuloso
Estrato espinhoso
Epiderme
Estrato basal

Derme

Tecido
adiposo Colágeno

Fibroblastos
Colágeno Fibroblastos
Vasos Elastina
sanguíneos Elastina

Fonte disponível em:< http://blog.buonavita.com.br/index.php/2016/01/12/elastina-quando-e-como-produzimos/>. Acesso


em: 28 fevereiro 2019.

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CAPÍTULO 2
Os tipos de pele e suas classificações

Para se ter uma pele saudável é necessário um equilíbrio ácido/básico, isso quer dizer
que o pH cutâneo deve tende à acidez em uma condição normal. Com isso temos uma
barreira para os fungos e microrganismos sensíveis ao ácido.

O pH cutâneo da pele determina por alguns fatores:

»» a emulsão epicutânea formada pelo conjunto do sebo com o suor excretado


em conjunto;

»» agentes emulsionantes representados pelos eletrólitos do suor, ácidos


graxos e suas combinações;

»» o grau de acidez do pH será diferente em algumas regiões do corpo;

»» variação conforme a idade e sexo.

»» Ácido – 0,00 a 6,99

»» Neutro – 7

»» Alcalino – 7,01 a 14,00

O pH da pele é levemente ácido e varia de 4,50 a 6,00, contribuindo decisivamente para


a proteção da pele.

Para classificar a pele verificamos alguns fatores como a produção de sebo, hidratação,
espessura e o grau de produção da melanina.

Cada pessoa apresenta um tipo de pele onde o resultado se dá devido à combinação de


três fatores:

»» Quantidade de água – que é responsável pela elasticidade da pele;

»» Quantidade de lipídios – responsável pela nutrição e suavidade da


pele;

»» Nível de sensibilidade – determina o tipo de resistência da pele.

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REVENDO A PELE │ UNIDADE I

Classificação da pele quanto à produção de sebo

»» Normal ou eudérmica: considerada a pele ideal, apresenta superfície


lisa, brilho normal, hidratada, cor tendendo para o róseo, tônus e
elasticidade normais.

»» Oleosa ou lipídica: produção excessiva de óleo, dando o aspecto de


pele brilhando, produção do suor aumentada, promove a abertura dos
óstios/poros, principalmente na zona central (zona T).

A espessura da camada córnea é aumentada, tendendo à palidez, tem


sulcos de expressão acentuados. Porém confere uma pele mais resistente,
tolerando melhor as agressões e envelhecendo mais lentamente.

»» Seca ou alípidica: tem a espessura mais fina, pouco elástica, tem


aspecto de descamação/ressecamento, rugas finas e telangiectasias que
são microvasos. Tem pouca produção sebácea, é opaca, sem brilho e
desidratada.

»» Mista: é frequente encontrar esse tipo de pele, sua zona central, chamada
de zona T é caracterizada por pele lipídica (oleosa) e as partes laterais
têm características mais próximas à pele normal.

Quadro 2. Resumo das principais características dos tipos de peles.

TIPO DE PELE PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


NORMAL OU EUDÉRMICA
»» Tida como a ideal.
»» Suas concentrações lipídicas e hídricas estão ideais.
»» Aspecto e textura lisos, uniformes, com tônus e elasticidade.
»» Suave ao toque.
»» Os orifícios pilossebáceos são pouco visíveis.
»» Características da pele infantil.
»» Indicado cuidados que foquem na manutenção do equilíbrio dessa pele.

Esse tipo de pele ganha algumas características devido à ausência de hidratação ou


SECA, ALÍPICA OU XERODÉRMICA diminuição lipídica em sua característica.
Seca devido a desidratação
»» não possui rigidez dos tecidos;
»» pele sensível;
»» pré-disposta a fissuras e de aspecto áspero;
»» lâminas córneas escamam-se facilmente;
»» apresenta encrespaduras típicas do envelhecimento;
»» tende a apresentar rugas e linhas de expressão;
»» normaliza-se com produtos não gordurosos, ideal usar emolientes, umectantes e reidratantes.

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UNIDADE I │ REVENDO A PELE

Seca por falta de produção sebácea


»» falta o extrato lipídico normal;
»» emulsão epicutânea em quantidade insuficiente;
»» racha-se e escamam-se mais do que a desidratada;
»» apresenta opacidade, é frágil, irrita facilmente e fica ruborizada;
»» sua recuperação é dada com tratamentos lipídicos para restituir a pele. Ex.: cremes nutritivos.
»» Aspecto brilhante, untuoso, pois ocorre o aumento da produção das secreções das glândulas sebáceas
OLEOSA, OU LIPÍDICA
e sudoríparas.
»» Textura pouco grosseira e mais espessa, granulosa.
»» Poros dilatados, orifícios pilossebáceos aumentados e há tendência para a presença de comedões e
muitas vezes acne.
»» Pode apresentar dermatite seborreica.
»» Pode-se observar associação à desidratação.
»» Emulsão epicutânea é formada em grande quantidade gerando excesso de secreção.
»» É indicado cuidados diários para regularizar o funcionamento das glândulas e normalizar o pH, além de
eliminar células mortas, sujidade e excesso de oleosidade.
ACNEICA
»» Maior produção de sebo.
»» Maior produção de queratina.
»» Maior quantidade de triglicérides;
»» Às vezes presença de bactérias.

MISTA

»» É normalmente encontrada esse tipo de pele, a mista.


»» Ela tem característica de ser mais oleosa na zona T da face (nariz, queixo e testa);
»» Não é indicado o uso de hidratantes nutritivos nas regiões oleosas.

Fonte: Taís Amadio Menegat,2016. Disponível em: <http://pt.curepimples.info/stages.php; https://blogtudofutil.wordpress.com/


category/beleza-2/dicas-e-truques>. Acesso em: 28 fevereiro 2019.

A pele de acordo com a idade

Sabemos que a pele tem uma variação de acordo com a idade, por isso percebemos que
na infância encontramos uma pele mais brilhante, macia e sem rigidez, sem manchas
ou pintas.

Na infância é o começo do colágeno começar a atuar deixando uma pele mais firme e
também ocorre o crescimento da quantidade de vasos sanguíneos promovendo assim
uma melhor nutrição. Na adolescência devido a transformações hormonais, tem maior
ocorrência de seborreia, dilatação dos poros (óstios) e acne.

Aos 20 anos a pele começa a ter uma maturidade plena, sendo firme, macia e sem
manchas que começa a ocorrer um equilíbrio hormonal, estabilizando mais a pele.

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REVENDO A PELE │ UNIDADE I

Aos 30 anos já presenciamos alguns sinais de envelhecimento, alguns sinais de rugas, a


renovação celular se torna mais lenta, a pele fica menos viscosa, podem surgir manchas
na pele, alteração das fibras de colágeno e elastina.

Aos 40 anos percebe o envelhecimento mais evidente e apresentam-se mais sinais de


cansaço na pele. Espessura da pele é menor do que aos 20 anos. As alterações hormonais
na mulher são mais intensas e a pele fica mais desidratada, menos elasticidade e viço,
mais ressecamento e rugas.

Aos 50 anos em diante o envelhecimento é mais evidente. Os vincos e rugas de expressão


ficam mais acentuados, as bochechas mais flácidas, os lábios mais finos por causa da
perda de gordura e acúmulo de gorduras na região do pescoço, as “papadas”.

19
CAPÍTULO 3
Radiação solar

A Terra é constantemente irradiada por partículas de energia que vem do sol; 56% são
luz infravermelha, 39% de luz visível (400-780nm) e 5% de UVR (200-400nm). Dentre
as radiações emitidas pelo sol, devemos nos preocupar com relação à nossa pele, essas
são apresentadas como UVA, UVB e UVC. São radiações que possuem comprimentos
de onda próximo ao visível ~ 100nm a 400nm.

A radiação UVA é responsável por um total de ~95% do total de radiação UV que chega à
Terra. Atingindo o estrato córneo da pele e chega à derme estimulando o bronzeamento
e causando o envelhecimento da pele.

Figura 6. Espectro da radiação de fótons de luz vindos do Sol.

Camada
de ozônio
UVC

UVB Epiderme

UVA Derme

Hipoderme

Fonte disponível em: <https://dermatologiaesaude.com/radiacaoultravioleta>. Acesso em: 28 fevereiro 2019.

A radiação solar colabora para um alto risco de câncer de pele e pelo envelhecimento
extrínseco.

Os efeitos em curto prazo na pele em relação a sua exposição à radiação são:

»» inflamação das estruturas subdérmicas como eritema;

»» manchas hiperpigmentadas;

»» alterações vasculares.

20
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

Após a exposição solar aparece o eritema, seguido do espessamento da camada córnea,


da queimadura solar e das lesões pré-cancerosas. Por isso, precisamos fazer o uso do
filtro solar constante e a exposição solar deve ser moderada. Observando bem o FPS
com a melhor proteção e o PPD.

Radiação ultravioleta

A radiação ultravioleta classificada por UVA, UVB e UVC é representada como o


componente de maior poder energético do espectro solar.

UVA (320 nm - 400 nm)

»» Representa aproximadamente 5,5% da radiação solar total que atinge a


Terra.

»» Responsável pelo bronzeamento direto (pigmentação dourada), devido


à foto-oxidação da forma leucócitos da melanina (bronzeamento mais
duradouro).

»» Atua na camada superior da pele.

»» Ação eritematosa fraca.

»» O ápice do bronzeado está em 340 nm.

»» Penetra até a derme.

»» Responsável pelo envelhecimento precoce.

UVB (290 - 320 nm)

»» Representa somente 0,5% da radiação solar que atinge a Terra.

»» Penetra apenas na epiderme.

»» Responsável pelo eritema e ele se prolonga de 6 a 20 horas após a


exposição ao sol.

»» Responsável pelo bronzeamento que ocorre de maneira indireta e


tardiamente.

»» Causa câncer de pele.

»» Antirraquitismo.

»» Melhora o aspecto emocional.

21
UNIDADE I │ REVENDO A PELE

UVC (200 - 290 nm)

»» Filtrada pela camada de ozônio da atmosfera.

»» Denominada radiação germicida.

»» Altamente eritematogênica e muito danoso para os tecidos vivos.

»» Pode ser obtida artificialmente.

Figura 7. Radiação Ultravioleta na pele.

ULTRAVIOLETA VISÍVEL INFRAVERMELHO

UVB UVA

290 320
200 400 800 5000

NANÔMETROS

EPIDERME

DERME

HIPODERME

Fonte disponível em: <http://www.laroche-posay.pt/artigo/protec%C3%A7%C3%A3o-solar/a4672.aspx>. Acesso em: 28


fevereiro 2019.

Figura 8. Quadro Incidência dos raios sobre a pele.

UVB
EPIDERME
UVA
DERME

HIPODERME

Fonte disponível em: <http://apelequehabitoblog.blogspot.com.br/2015/06/protetor-solar-pt1-radiacao-e-filtros-uv.html>.


Acesso em: 28 fevereiro 2019.

22
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

Incidência da Radiação

»» Radiação UVB: maior incidência das 10h-15 h.

»» Radiação UVA: maior incidência 6h30-17h30.

»» Todas as radiações estão no ápice: 12h.

Reflexão das radiações do meio ambiente

»» Neve: reflete 80%.

»» Areia: reflete 20%.

»» Água: reflete 10%.

»» Grama: reflete 3%.

»» Asfalto: reflete 2%.

»» O guarda-sol de algodão: deixa passar 5%.

»» O guarda sol de poliéster: deixa passar 60%.

Aspectos que relacionam à coloração da pele

Melanogênese

Os melanócitos são células dendríticas que produzem melanina que é o pigmento que
dá a coloração e protege à pele contra os danos dos raios UVs.

A melanogênese ocorre em organelas celulares especializados dos melanócitos, os


melanossomas.

A melanina tem sua síntese devido ao aminoácido fenilalanina que se converte em


tirosina por ação da fenilalanina hidroxilase. A tirosina depois de uma série de reações
bioquímicas de oxidação converte em melanina pela tirosinase.

Consideramos dois tipos de melanina, elas são:

»» Eumelanina: são os mais escuros pigmentos encontrados na epiderme,


nos cabelos e nos pelos.

»» Feomelanina: são pigmentos mais claros. Composição química da


melanina.

23
UNIDADE I │ REVENDO A PELE

Figura 9. Biossíntese da melanina.

TIROSINA

TIROSINASE

DOPA
TIROSINASE

DOPAQUINONA

DOPACISTEÍNA DOPACROMO

DHI DHICA
FEOMELAMINA

EUMELANINA

Fonte disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&it_materia=4484>. Acesso em: 28 fevereiro 2019.

Para definição do fototipo de pele, ocorre a combinação de dois pigmentos. Quando


se tem algum problema nessa combinação ocorrem algumas alterações que levam a
patologias como o albinismo ou a fenilcetonúria.

O melanossoma cheio de melanina se movimenta desde o corpo da célula até aos


extremos dendrítricos que penetram na camada espinhosa se transferindo para os
queratinócitos.

Essa transferência que permite que a pele tenha pigmentação.

Figura 10. Localização da melanina e do melanócito.

MELANÓCITO
MELANINA

Fonte disponível em: <https://www.infoescola.com/citologia/melanocito/>. Acesso em: 28 fevereiro 2019.

24
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

De acordo com Fitzpatrick, a cor natural da pele se dá por vários fatores e pode ser
classificada como:

»» Constitutiva: os fatores genéticos determinam e atuam em todas as etapas


da melanogênese dando características e pigmentação na pele.

»» Facultativa: a cor natural da pele vai depender da exposição ao sol, dos


hormônios e do processo de envelhecimento.

Sobre as afecções de pele em relação à


pigmentação

Discromia

»» Hipercromia:

›› Melasma ou cloasma: hiperpigmentação facial que afeta


frequentemente mulheres grávidas, mulheres que usam estrógenos ou
mulheres que se expõe ao sol onde ocorre o incentivo da formação da
melanina.

›› Sardas: são manchas castanho-claros que surgem na infância devido


à exposição solar.

›› Melanose solar (senil): manchas marrons claras ou escuras


também conhecidas como manchas senis que surgem a partir da meia
idade. Sua ocorrência é normalmente no dorso das mãos e antebraços.

»» Acromia:

›› Vitiligo – é uma doença caracterizada pela despigmentação da


pele, formando manchas acrômicas de bordas bem delimitadas,
tenho frequência em 1% da população. Pode surgir após traumas ou
queimaduras solares.

›› Ainda não se sabe a causa da doença, mas justificam a destruição do


melanócito por três teorias:

·· Teoria Imunológica: o vitiligo é um exemplo dessa teoria porque


forma anticorpos que são antimelanócitos.

25
UNIDADE I │ REVENDO A PELE

·· Teoria Cititóxica: é possível que os metabólitos intermediários


(dopaquinona e indois), possam destruir as células de melanócitos.

·· Teoria Neural: um mediador neuroquímico destruiria os


melanócitos.

›› Albinismo:

›› O albinismo é uma incapacidade de um indivíduo ou animal em fabricar


pigmento da melanina. Esse pigmento é o que dá a coloração da pele e
protege da radiação solar.

›› As pessoas que tem albinismo podem ser afetadas de maneira total ou


parcial. As mesmas apresentam fotofobia e podem sofrer queimaduras
de pele devido à radiação solar. Por isso, recomenda-se sempre blusa de
manga comprida, uso de óculos de sol para melhor proteção e protetor
solar.

Fototipo de pele pela classificação de Fitzpatrick

A classificação dos fototipos cutâneos mais utilizados atualmente é a escala Fitzpatrick,


criada em 1976, pelo dermatologista Thomas B. Fitzpatrick.

Sua classificação é baseada na facilidade da pessoa se bronzear sob a exposição solar


e sua tendência a ficar primeiramente com hiperemia. Sendo assim, ele criou uma
classificação de seis fatores:

»» Grupo;

»» Eritema;

»» Pigmentação;

»» Sensibilidade ao Sol.

I. Branca – Sempre queima – Nunca bronzeia – Muito sensível ao Sol.

II. Branca – Sempre queima – Bronzeia muito pouco – Sensível ao Sol.

III. Morena clara – Queima (moderadamente) – Bronzeia (moderadamente)


– Sensibilidade normal ao Sol.

IV. Morena moderada – Queima (pouco) – Sempre bronzeia –


Sensibilidade normal ao Sol.

26
REVENDO A PELE │ UNIDADE I

V. Morena escura – Queima (raramente) – Sempre bronzeia – Pouco


sensível ao Sol.

VI. Negra – Nunca queima – Totalmente pigmentada – Insensível ao Sol.

Figura 11. Tabela Fototipo por Fitpatrick.

I II III

I II III
Pele: Pele: Pele:
Pele muito clara Pele clara, mas um pouco mais escura que a Morena clara
do primeiro
Sardas: Sardas:
Sardas:
Muitas Nenhumas
Algumas
Cabelo: Cabelo:
Cabelo:
Ruivo Louro escuro a castanho
Louro a louro escuro
Olhos: Olhos:
Olhos:
Azuis, Avermelhados (Raramente) Azuis, verdes e cinzentos
Azuis, Avermelhados (Raramente)
Mamilos: Mamilos:
Mamilos:
Muito claros Muito claros
Muito claros
Denominação: Denominação:
Denominação:
Tipo céltico Europeu de pele escura
Europeu de pele clara
Aparecimento de queimadura solar: Aparecimento de queimadura solar:
Aparecimento de queimadura solar:
Constante, acentuado, doloroso Raramente, Moderado
Constante, acentuado, doloroso
Aparecimento de bronzeado: Aparecimento de bronzeado:
Aparecimento de bronzeado:
Nunca, vermelhão que desaparece em 1 ou 2 Médio
dias, muda a pele Quase nunca muda a pele
Tempo de autoproteção ao sol:
Tempo de autoproteção ao sol: Tempo de autoproteção ao sol:
20-30 minutos
5-10 minutos 5-10 minutos

27
UNIDADE I │ REVENDO A PELE

IV V VI

IV V VI
Pele: Pele: Pele:
Morena moderada Morena escura (mulatas) Negra
Sardas: Sardas: Sardas:
Nenhumas Nenhumas Nenhumas
Cabelo: Cabelo: Cabelo:
Castanho Castanho escuro Negro
Olhos: Olhos: Olhos:
Escuros Escuros Escuros
Mamilos: Mamilos: Mamilos:
Escuros Escuros Escuros
Denominação: Denominação: Denominação:
Tipo mediterrâneo Mulatos Negros
Aparecimento de queimadura solar: Aparecimento de queimadura solar: Aparecimento de queimadura solar:
Muito raramente Muito raramente Nunca
Aparecimento de bronzeado: Aparecimento de bronzeado: Aparecimento de bronzeado:
Rápido e profundo Intenso Intenso
Tempo de autoproteção ao sol: Tempo de autoproteção ao sol: Tempo de autoproteção ao sol:
40 minutos 50-60 minutos +60 minutos
Fonte disponível em: <http://www.solariobodysun.pt/tipos-de-pele.html>. Acesso em: 28 fevereiro 2019.

28
COSMETOLOGIA UNIDADE II

CAPÍTULO 1
Introdução à Cosmetologia

É a ciência que remete aos cuidados e melhoria das condições estéticas da pele, tanto
no foco da beleza quanto da parte de correções inestéticas. Essas intervenções estéticas
têm por objetivo prevenir ou tratar a pele e seus anexos por formulações de produtos
naturais ou sintéticos, os cosméticos ou cosmecêuticos.

A busca da beleza tem incentivado o crescimento do mercado da estética, na qual


gera exigências cada vez maiores dos pacientes no desenvolvimento de novas técnicas
cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, tanto para o público feminino quanto
para o público masculino.

A Cosmetologia tem tido um avanço muito grande para atuar efetivamente nas alterações
que a pele começa a sofrer com a idade, gerando várias afecções.

Definições
»» Cosmetologia: ciência que estuda os cosméticos, desde a formulação
passando pela aplicação e venda dos produtos.

»» Cosméticos: substâncias, misturas ou formulações de aplicação local,


fundamentadas em conceitos científicos com o objetivo de cuidado e
embelezamento da pele sem causar nenhum dano.

»» Cosmecêutico: produtos que têm funções mais complexas além da


limpeza ou embelezamento. Chamados também de dermocosméticos,
cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho. Vão atuar de
forma individualizada no paciente com o objetivo específico envolvendo
ácidos e outros ativos.

29
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Classificação de produtos cosméticos

Categorias

»» Produto de higiene.

»» Cosmético.

»» Cosmecêutico.

»» Perfume.

»» Produto de uso infantil.

Grau de risco

»» Grau 1: produtos com risco mínimo. São os produtos de higiene pessoal,


cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por possuírem
propriedades básicas.

»» Grau 2: produtos com risco potencial. São os produtos de higiene pessoal,


cosméticos e perfumes cuja formulação possui indicações específicas,
informando seu modo de usar e restrições.

Comprovação de eficácia/segurança no rótulo do


produto

»» Indicação de FPS.

»» Dermatologicamente testado.

»» Hipoalergênico.

»» Não comedogênico.

»» Para pele sensível.

»» Menções quanto às rugas, celulite, estrias, firmeza da pele, ação


antisséptica.

30
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Quadro 3. Graus de risco dos produtos.

Categoria: cosmético
Grupo Grau
Produtos labiais;
»» batom para os lábios; 1
»» brilho para os lábios; 1
»» lápis para os lábios. 1
»» protetor para os lábios sem fotoprotetor. 1
Produtos para áreas dos olhos:
»» sombra para usar nas pálpebras. 1
»» máscaras para utilizar nos cílios. 1
»» lápis para utilizar na marca d’água e externamente. 1
»» kajal para usar externamente aos olhos. 1
Categoria: produto de higiene
Grupo Grau
Sabonetes em suas várias apresentações
»» sabonete facial e/ou corporal; 1
»» sabonete abrasivo/esfoliante; 1
»» sabonete antisséptico; 2
»» sabonete desodorante. 1
Produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo em suas várias apresentações:
»» xampu; 1
»» xampu condicionador; 1
»» xampu para lavagem a seco; 1
»» xampu anticaspa; 2
»» creme rinse; 1
»» enxaguatório capilar; 1
»» condicionador; 1
»» condicionador anticaspa; 2
»» enxaguatório capilar anticaspa; 2
»» produtos para higiene dos cabelos e couro cabeludo.
Produtos para higiene dental e bucal em suas várias apresentações:
»» dentifrício; 1
»» dentifrício antiplaca; 2
»» dentifrício anticárie; 2
»» dentifrício antitártaro. 2
Categoria: perfume
Grupo Grau
Produtos para banho/imersão:
»» sais; 1
»» óleo; 1
»» cápsula gelatinosa; 1
»» banho de espuma. 1
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.

31
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Componentes básicos de uma formulação


cosmética

Para a composição básica é utilizada matérias-primas de acordo com sua combinação


de reações e função.

Quadro 4.Componentes básicos.

Quanto à origem
»» Inorgânicos.
»» Orgânicos.
Quanto à constituição química
»» Ester.
»» Éter.
»» Aldeído.
»» Cetona.
»» Ácido carboxílico.
»» Amina.
»» Amida.
Quanto à função
Conservantes, Veículos/excipientes, Umectantes, Emolientes, Espessantes, Viscosantes, Neutralizantes,
Detergentes, Emulsionantes, Espumantes, Sobreengordurantes, Antioxidantes, Sequestrantes, Fragrâncias,
Colorantes.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.

Tensoativos
Várias substâncias podem alterar a tensão superficial dos líquidos diminuindo-as ou
influenciando a superfície de contato entre eles, sendo uma das metades solúvel em
água (hidrofílica) e a outra não solúvel em água (lipofílica).

Figura 12. Molécula tensoativa.

Hidrofílica (H) Lipofílica (L)

Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.

Mecanismo de ação dos tensoativos

Um tensoativo tem dupla característica de afinidade presente na molécula. Essa


característica de orientação da molécula é a principal diferença dos tensoativos. A

32
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

molécula com a parte hidrófila fica voltada para água, e a parte hidrófoba fica voltada
para o ar ou outra substância que tenha pouca afinidade com a água, como um pigmento.

Tensão superficial

Tensão superficial se define como uma força necessária para romper uma superfície. O
tensoativo adicionado à água faz com que suas extremidades hidrofílicas se espalhem
na superfície formando pontes de hidrogênio que por sua vez contribuem para a coesão
que leva a um resultado diminuído da tensão superficial. Esses tensoativos podem ser
classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros.

Classificação tensoativo

»» Tensoativos aniônicos – os tensoativos aniônicos são normalmente


empregados nos xampus, por meio de lauril sulfato de sódio, lauril éter
sulfato de sódio e lauril éter sulfato de trietanolamina.

A base de lavagem dos xampus são os sulfatos ou éter sulfato de álcool


graxo, limpadores excelentes e boa saponificação. Tem ação deslipidante
por isso não deve ser levada ao extremo porque o couro cabeludo não
suporta.

Os sabonetes entram nessa categoria, mas não representam um bom


método de limpeza dos cabelos, pois são extremamente alcalinos em
solução chegando a danificar.

Figura 13.Tensoativos aniônicos.

O
O
Na + S
-O O
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.

»» Tensoativos catiônicos – esses tensoativos têm afinidade com a


queratina e conferem maciez e brilho, facilitando o desembaraçar dos
cabelos e diminuem a eletricidade estática.

Essa afinidade que ocorre, dificulta o enxágue do cabelo por deixar os


cabelos mais pesados. Por isso não são muito utilizados, além de serem
incompatíveis com os aniônicos.

33
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

»» Tensoativos anfóteros – esses tensoativos apresentam um poder


detergente e espumante menor que os aniônicos, mas são muito bem
tolerados. É bom associar aos outros tensoativos para que ocorra a
modulação das suas propriedades com o foco de promover a espuma.

Eles são utilizados na composição dos xampus para uso frequente e xampus
para bebês (a betaína, cocoamidopropil betaína e a cocoamidopropil
hidroxisultaína).

Figura 14. Tensoativo anfótero.

O
O
Na + S
-O O
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2016.

»» Tensoativos não iônicos – são considerados muito bons como


emulsionante, umectante ou solubilizante. São associados normalmente
aos tensoativos anfóteros ou aniônicos pouco agressivos, para obter
xampus leves e ter um bom poder detergente.

O poder de espuma é fraco que não é correlato ao poder detergente.


Um xampu que não possua características de espumar, possivelmente
não terá muito sucesso. Mas é preciso reconhecer que a quantidade de
espuma gerada por um xampu permite dosar a quantidade necessária.

Adjuvante

Com funções fisiológicas bem definidas, modificam o curso natural da penetração


transcutânea, são umectantes, refrescantes, emolientes.

São divididos em dois grupos:

»» Surfactantes: são substâncias que afetam as propriedades de superfície dos


líquidos, proporcionando ajustamento mais íntimo de duas substâncias.

›› Aumentam a retenção da aspersão em que as superfícies vegetais


sejam de pronta molhabilidade.

›› Aumenta a retenção da aspersão em locais-chave favoráveis à


penetração ou subsequente dano.

34
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

›› Aumentam a penetração por aumentar a área de contato com a pele,


por meio de maior espalhamento.

›› Aumentam o período de penetração por atuar como umectante,


mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas.

›› Aumentam a entrada direta por diminuir a tensão superficial da


solução de aspersão.

›› Facilitam o movimento ao longo das paredes celulares após a entrada


para o interior da pele, por diminuir as tensões interfaciais.

›› Causam desnaturação e precipitação de proteínas e inativação de


enzimas.

»» Aditivos: óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e ureia que afetam


a absorção devido à sua ação direta sobre a cutícula.

›› Óleos: os óleos minerais ou vegetais agem dissolvendo a gordura,


eliminando a barreira que diminui a absorção dos princípios ativos e
provocam o extravasamento do conteúdo da célula. Os óleos podem
aumentar a absorção. São usados o mineral e o vegetal.

›› Sulfato de amônio: composto nitrogenado que dissociado forma


íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes na
água, imobilizando-os e impedindo que eles reajam com a molécula do
cosmético. O íon amônio tem ação sobre a pele, rompendo ligações e
atua na absorção do princípio ativo.

›› Ureia: é um composto nitrogenado com ação sobre a pele, rompendo


ligações e atuando na absorção do princípio ativo.

»» Quelantes e sequestrantes – são compostos que têm a propriedade de


sequestrar íons metálicos polivalentes (cálcio, ferro etc.) formando duas
ou mais ligações coordenadas ou uma combinação de ligações coordenada
e iônica. Os íons são removidos da solução em que se encontram e ligados
a uma estrutura cíclica na qual a estabilidade é notável.

Esse tipo de substância é importante em formulações de xampus, para


evitar que o íon cálcio interfira na produção de espuma.

Alguns quelantes são compostos importantes para a vida como a


hemoglobina que é responsável pelo transporte de oxigênio e gás

35
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

carbônico em nosso corpo, é um quelato de Fe (ferro). E a clorofila é


responsável pela absorção dos fótons da luz solar nas plantas verdes, é
um quelato de magnésio.

»» Excipientes – substâncias geralmente inertes, adicionadas a uma


prescrição, têm pouco ou nenhum valor terapêutico, mas necessárias
para garantir uma consistência satisfatória para a formulação.

O excipiente principal é a água porque é capaz de dissolver muitas


substâncias, mas também pode ser de gordura ou a mistura dos dois.
Também tem os aglutinantes, matrizes, bases ou diluentes como o talco
farmacêutico, amido, lactose.

»» Veículo – é o tipo de que ajuda na formulação por receber outros


componentes, por isso recebe o nome de veículo. Os mesmos devem ser
compatíveis com as substâncias para se destinar de maneira correta o
produto. Os veículos são as suspensões, soluções, emulsão, sérum, gel,
gel-creme, creme, pomada, microesferas, lipossomas.

»» Solução – entre as quais se encontram as alcoólicas, mesmo não sendo


as principais formulações utilizadas em cosméticos têm a vantagens de
permanecerem fisicamente estáveis e de fácil preparo.

Substâncias solubilizadas tem aspectos transparentes ou translúcidos.


Podem ser solubilizados em água, sistemas água/álcool, óleo ou em
soluções de tensoativos.

›› Solução aquosa ou hidroalcoólicas: possui água como veículo e


pode conter álcool etílico e outros glicóis, como propilenoglicol, glicerina
e sorbitol, sendo à base das loções tônicas.

›› Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com


propriedades de limpeza, condicionamento, gerar espuma, conferir
viscosidade e reduzir a irritação da pele. São os xampus, sabonetes
líquidos, loções higienizantes, condicionadores transparentes para os
cabelos.

»» Suspensão: são formas farmacêuticas com um sistema bifásico,


heterogêneo, no qual uma fase interna consiste de partículas sólidas
insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível
com a pele que é geralmente água. O ideal para não ocorrer a separação
de fases é usar tensoativos ou hidrocoloides para estabilização. Agentes

36
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

suspensores são derivados da celulose, alginatos, líquidos viscosos,


argilas.

»» Emulsão: sistema bifásico, que um líquido está intimamente disperso


no outro, igualmente a água e óleo.

›› O/A: Óleo em Água: composta de muita água e um pouco de óleo. Tem


característica de evaporar se expostas ao ar. Tende a desaparecer quando
passadas na pele;

›› A/O – Água em Óleo: composta de muito óleo e pouca água. São


consideradas o veículo ideal para introdução de substâncias ativas na
pele devido a sua semelhança com a mesma.

»» Microemulsões: são constituídas por três fases: A/O/A ou O/A/O.


Direcionadas para encapsulação de ativos de liberação prolongada.

›› cremes: emulsões de alta viscosidade;

›› loções cremosas: emulsões de média viscosidade;

›› leites: emulsões de baixa viscosidade.

Classificação quanto ao caráter oleoso:

›› Cremes/géis: são emulsões O/A e outra aquosa previamente


gelificada, ou possuem quantidades reduzidas de óleo e substâncias
serosas. Veiculam ativos lipo ou hidrossolúveis;

›› Emulsões oil free: são emulsões em que se retira o óleo mineral ou


comedogênicos;

›› Emulsões evanescentes: são sempre O/A emulsões que deixam


pouco resíduo graxo;

›› Emulsões oclusivas: são emulsões de caráter oleoso, geralmente


são A/O;

›› Cremes: são emulsões O/A ou A/O muito viscoso, fase aquosa e uma
fase oleosa líquida, homogeneizadas por um terceiro componente que
possui afinidade em ambas as fases.

›› Sérum: líquido rico em nutrientes, compatível com o organismo.


Veículo muito leve, que tem maior concentração dos ativos.

37
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

›› Gel: sistema semissólido com aspecto gelatinoso, considerada uma


suspensão estável. Na cosmética seu formato é viscoso, mucilaginoso,
transparente ou não. Quando a água evapora, forma uma película na
pele que fica aderida a ela. Em cosmética decorativa, dá forma a rímeis
incolores e sombras.

›› Aquosos: transparentes ou opacos conforme o ativo incorporado.


São os mais utilizados.

›› Hidroalcóolicos: são utilizados quando se tem princípios ativos que


se solubilizam bem no álcool. São géis mais aquosos do que viscosos.

›› Oleosos: são mais raros de serem utilizados nos produtos. Chamados


de géis hidrófobos ou lipogéis, formados por vaselina líquida, óleos
graxos e 2-5% de lipogelificantes.

›› Mousse: emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar ou outro gás,


e a externa é um sólido ou líquido. Com a pressão produz espuma
quando a válvula é acionada.

›› Óleo: é uma mistura de matérias-primas lipídicas.

›› Microesferas: são partículas esféricas micronizadas que melhora


na aplicabilidade do produto. Promove toque sedoso e proporcionam
uma sensação de leveza na pele.

›› Nanospheras: são nano partículas capazes de armazenar em seu


interior ou fixar em sua superfície os mais diversos ativos. Esses
nano reservatórios armazenam homogeneamente o princípio ativo no
interior liberando o princípio ativo nele contido de modo gradativo e
uniforme.

›› Lipossomos: são vesículas globulares microscópicas formadas por


moléculas anfifílicas que se organizam em forma de uma camada dupla
ou de várias. São capazes de veicular substância hidrofílica, anfifílica,
lipofílica interagindo com as gorduras da pele humana em uso tópico
fazendo liberação de substâncias que transportam.

»» Umectante – São substâncias que têm o objetivo de reduzir a descamação


superficial pelo contato com o ar das formulações sobre a pele, formando
assim película que permanece sobre ela após a aplicação do produto para
favorecer a hidratação.

38
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

›› Polióis (glicóis): álcoois contendo mais de um grupo OH, solúveis


em água, possuem toque pegajoso. Ex.: propilenoglicol, glicerina,
sorbitol;

›› Poliglicóis: são solúveis à água, seu estado físico depende do grau de


etoxilação. Ex.: polietilenoglicol;

›› Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo polióis.


Ex.: açúcares, amido, celulose.

›› Derivados do ácido carboxílico: reagem com bases e formam sais


orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: Lactato de Sódio (ac.
Lático + NaOH), Glicolato de Sódio.

»» Conservante – a contaminação por bactérias ou fungos pode ocorrer


nos preparos das formulações cosméticas. Os conservantes são aquelas
substâncias que adicionadas aos produtos têm como finalidade preservá-
los de danos causados durante a estocagem, ou mesmo de contaminações
acidentais produzidas pelos consumidores durante a manipulação.

»» Cada agente conservante existe uma concentração máxima permitida que


deve ser seguida rigorosamente dependendo da formulação.

»» Princípio ativo – são substâncias de ação definida para serem aplicadas


sobre a pele ou couro cabeludo. Sendo princípios ativos de origem vegetal,
animal e biotecnológico.

›› Ativos de origem vegetal: extratos vegetais isolados ou associados,


vegetais marinhos, proteínas e aminoácidos vegetais, fazendo a
associação de aminoácidos e extratos vegetais;

›› Ativos de origem animal: colágeno, elastina, placenta, cerebrosídeos


e ceramidas, glicosaminasglicanas;

›› Ativos biotecnológicos: colágeno de origem marinha, ácido


hialurônico bio, lipossomas tendo por base lecitinas vegetais, que
incrementam o metabolismo celular substituindo a placenta. É
também um antioxidante de origem marinha.

39
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Origem vegetal
Cosméticos naturais que dão preferência a ativos de origem vegetal visando a
suas propriedades benéficas ao consumidor. Mas é preciso utilizar conservantes,
antioxidantes e sequestrantes de origem sintética para não ser facilmente contaminado
por microorganismos e causar danos ao usuário.

Quadro 5. Classificação dos princípios ativos considerados vegetais.

Classificação Função P.A. Vegetal


Atuam sobre os poros e folículos da pele, provocando hamamelis, morango, maçã verde,
ADSTRINGENTES a sua constrição controlando, a sudorese e a secreção romã, videira, sálvia, arnica, limão
sebácea. etc.
TINTORIAIS Vão dar pigmento aos cosméticos. urucum, beterraba, henna etc.
São substâncias macromoleculares, que crescem em
EMOLIENTES / contato com a água, proporcionando um líquido viscoso algas, pepino, abacate,
UMECTANTES sobre a pele forma uma camada viscosa com a função de amêndoa doce, malva etc.
proteção.
Limpam a pele de escamas, crostas, retirando de maneira
DETERGENTES geral a sujidade para preparar a mesma para receber os extrato de coco e milho
tratamentos.
ESTIMULANTES / Ativam a circulação periférica, estimulam o metabolismo alecrim, calêndula,
TONIFICANTES cutâneo e tonifica. guaraná etc.
Impedem o crescimento dos micro-organismos que são acetato de alumínio, azul metileno,
ANTISSÉPTICOS
indesejáveis. ac. salicílico etc.
Atenuam ou eliminam o estado inflamatório da pele,
ANTIINFLAMATÓRIOS se esse estado for de origem infecciosa ele só irá flavonoides, fenólicos.
desaparecer com apropriada medicação tópica.
álcool benzílico, lidocaína
ANALGÉSICOS Diminuem a dor.
etc.
Produtos que provocam vermelhidão na pele com a cânfora, arnica, nicotinato de
RUBEFACIENTES
finalidade de ativar a microcirculação sanguínea. metila etc.
CICATRIZANTES Ação cicatrizante e antibacteriana. alantoina, alcaloides, ginseng etc.
Reduz a produção de secreção seborreica pelas glândulas
ANTISSEBORREICOS ionil, selsun ouroetc.
de pele e couro cabeludo.
Fonte: (FERREIRA, 2002).

Origem animal
Composição complexa dos tecidos animais, porém o isolamento de princípios ativos
puros a partir desses materiais é relativamente difícil. Necessita de ter elevado teor de
pureza e sejam apirogênicos, estéreis e isentos de contaminantes.

Colágeno: os extratos de colágeno para fins cosméticos são obtidos a partir de pele de
animais jovens, geralmente, bovinos.

40
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

A utilização cosmética de colágeno como ativo deseja que novas fibras venham a se
sustentar. Para que isso ocorra, faz uma indução a novas fibras que são solúveis na
derme com a propriedade de retenção de água desse colágeno.

Elastina: como ativo cosmético a elastina possui propriedades de sustentação e


retenção de água visando a melhora da flexibilidade e a elasticidade. Os extratos de
elastina são obtidos também de pele animal, origem de bovinos.

Glicosaminoglicana ou mucopolissacarídeosácidos: são moléculas de açúcares


que se ligam a proteínas. É encontrada no cimento intercelular a substância gelatinosa
que preenche os espaços entre as células da maioria dos tecidos, incluindo cartilagens,
tendões e pele.

Ativos mais usados

»» Ácido hialurônico - Função: Hidratante - Aplicação: cremes hidratantes


e contorno dos olhos –1-5%.

»» Aminoácidos da seda - Função: ação protetora e hidratante - Aplicação:


cremes, loções, maquilagem – 1-5%.

»» Aminoácidos do leite - Função: hidratante e emoliente - A p l i c a ç ã o :


cremes nutritivos e infantis – 2,5-10%.

»» Placenta – Função: ação regeneradora - Aplicação: cremes e produtos


capilares - 1-5%.

»» Elastina – Função: retém água, dá elasticidade - Aplicação: cremes, géis


e loções hidratantes – 1-10%.

»» Colágeno – Função: sustenta a pele - Aplicação: cremes nutritivos e


hidratantes - 2-10%.

»» Reticulina – Função: ação regeneradora - Aplicação: cremes e loções -


1-5%.

»» Queratina – Função: ação protetora - Aplicação: xampus, sabonetes,


cremes - 1-5%.

41
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Vitaminas que tratam a pele

»» Vitamina A: reguladora do processo de queratinização, encontrada no


fígado dos animais e nos vegetais, na forma de provitamina. Existente
também de maneira sintática. É um potente antioxidante e neutralizante
dos radicais livres favorecendo a regeneração celular cutânea e o processo
de queratinização normal da pele.

A vitamina A é extremamente fotossensível, podendo provocar manchas,


por isso é indicada a proteção solar.

O ácido retinoico é um derivado da vitamina A que é aplicado de maneira


tópica atuando no aumento da atividade das enzimas e metabolismo
celular cutâneo.

Existem dois derivados do ácido retinoico:

›› Trans ou tretonoína: usada na recuperação de peles envelhecidas;

›› Isotretinoína: tem em formato de uso tópico e também de maneira


sistêmica para o tratamento de acne. Seu objetivo é diminuir a
produção de sebo.

»» Vitamina C: antioxidante e estimulador da produção de colágeno, o


mais conhecido é o ácido ascórbico. Atua diminuindo os danos causados
pela exposição ao sol. É hidrossolúvel, e seus derivados lipossolúveis,
e o palmitato de ascorbila constituem dois antioxidantes potentes que
evitam os processos peroxidativos da metabolização das gorduras e a
formação dos radicais livres. Tem ação clareadora, pois inibe o processo
de melanogênese.

»» Vitamina E: utilizada na concentração de 5% normalmente é considerada


como excelente agente antirradical livre, pois protege e regenera a pele.
Sua principal ação está na capacidade de impedir a oxidação dos lipídeos
insaturados retardando o envelhecimento. Atua como efeito umectante,
em lesões provocadas pela radiação ultravioleta, ação protetora contra a
fotossensibilidade, ação anti-inflamatória e é hipoalergênica.

»» Vitamina F (ácidos graxos essenciais): o nome vitamina F é uma


denominação antiquada, que agrupa os ácidos graxos não saturados
essenciais. Não são considerados vitamina. Com isso os ácidos graxos

42
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

essenciais são usados nos cosméticos de uso tópico promovendo um


efeito antiqueratinizante.

Específicos

O Blend de ativos tem ação de sinergia que tem como foco alcançar o efeito desejado da
atuação do ativo.

»» Complexo antiadiposidade: extrato de bile, extrato de Hedera helix e


um éster de ácido tartárico e polioxietilenoglicol.

»» Complexo antirradical livre natural: óleo de germe de trigo, óleo de


rosmarinus, acetato de vitaminas E e F.

»» Complexo anti-idade de lipossomas de vitaminas E e C:


associando os efeitos benéficos e sinérgicos das vitaminas.

»» Complexo suavizante de rugas, estimulador de formação de


elastina, colágeno e ácido hialurônico: acetato de farnesila e outros
ésteres de farnesol.

Ativos tradicionais com nova tecnologia e maior


eficiência

»» Arbutin: glicosídeo de hidroquinona natural que encontramos no


pêssego, pera, plantas japonesas e nas folhas de uva ursi. Tem ação
despigmentante com reduzida irritabilidade.

»» Iodotrat: iodo amínico totalmente estável e não tóxico, pois não origina
iodo livre, não exercendo ação hormonal e sistêmica. Atua diretamente
sobre o tecido adiposo, estimulando o metabolismo da gordura estagnada
ao ativar enzimas lipolíticas, diminuindo o sufocamento tecidual,
aumentando o fluxo nutricional promovendo uma desintoxicação.

Quadro 6. Princípios ativos mais utilizados nos principais distúrbios faciais.

Distúrbio Facial Princípio Ativo Descrição


Ácido glicirrízico Anti-inflamatório, descongestionante.
Ácido glicólico Queratolítico.
Acne Ácido salicílico Queratolítico.
Agrião Antiacneico, antisseborreico.
Alantoína Regeneradora, queratolítica.

43
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Alfa bisabol Anti-inflamatório, calmante.


Azuleno Anti-inflamatório.
Apricot Esfoliante físico.
Aloe vera Hidratante, ação regeneradora.
Bardana Adstringente, calmante.
Calêndula Cicatrizante, anti-inflamatório.
Camomila Calmante, anti-inflamatório.
Cânfora Calmante, anti-inflamatório.
Clindamicina Atua como agente bacteriostático.
Eritromocina Tem ação bacteriostática.
Acne Triclosan/ irgasan Bactericida.
Hamamélis Adstringente.
Peróxido de benzoíla Esfoliante e inibe o crescimento de P. acnes.
Própolis Antimicrobiano, anti-inflamatório.
Microesferas de
Esfoliante físico.
polietilenoglicol
Resorcina Esfoliante químico.
Sulfato de zinco Adstringente, antisséptico.
Sílica Esfoliante.
Tretinoína/ac. retinóico Esfoliativo químico.
Takallophane Absorve os ácidos graxos insaturados, antisseborreico.
Ácido glicólico Esfoliante químico.
Ácido Kójico Despigmentante natural.
Antipollon HT Clareador por absorção de melanina pré-formada.
Arbutin Inibe a atividade da tirosinase.
Dihidroxiacetona-DHA Simulador de bronzeado.
Discromia
Essência bergamota Calmante, antiparasitário e cicatrizante.
Hidroquinona Inibe a atividade da tirosinase.
Melawhite® Inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese.
Psoralênicos Uso tópico sistêmico.
VC- PMG Inibe a tirosinase; atua antirradicais livres.
Oligoelemento: selênio Oxidante, bloqueando os radicais livres.
Regula o fluxo sebáceo e, junto com a vitamina A, é responsável pela
Oligoelemento: zinco
renovação celular. Possui propriedades calmantes e antirradicais livres.
Rugas Oligoelemento: cálcio e Regula as trocas celulares e participa da síntese de neuromediadores (que
magnésio carregam mensagens entre as células e a pele).
Oligoelemento: manganês Função antirradicais livres e estimula elastina e colágeno.
Promove a regeneração dos tecidos, hidratação intensa, antirradicais livres,
Oligoelemento: silício
antiglicosilação.
Fonte: HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 2008.

44
CAPÍTULO 2
Classificação dos cosméticos de
acordo com sua função

Limpeza da pele
A limpeza da pele tem objetivo de remover sujidades provenientes de poluição, resíduos
cosméticos, secreções naturais e células córneas.

Formas de limpar a pele:

»» uso de solventes orgânicos;

»» uso de substâncias lipofílicas;

»» uso de tensoativos.

Requisitos:

»» possuir detergência moderada;

»» espalhar-se facilmente;

»» ser ligeiramente antisséptico;

»» ter pH compatível com o cutâneo;

»» fácil eliminação.

Classificação:

1. sabonetes em barra e líquidos;

2. loção de limpeza isenta de lipídios;

3. esfoliantes;

4. agentes abrasivos;

5. sais de banho;

6. emolientes.

45
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Sabonetes em barra e líquidos

Um bom sabão é produzido com uma mistura de óleos e gorduras. Os de sódio são mais
duros, os de potássio mais solúveis em água e os de trietalonamina menos alcalinos.

A alta detergência os torna mais irritantes para a pele, sendo desaconselháveis para
peles secas e sensíveis.

Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações que diminuem a quantidade de


sabão na fórmula, a composição restante é formada por agentes solubilizantes como a
glicerina, álcool, propilenoglicol.

Os sabonetes líquidos não são considerados como verdadeiros sabões, pois são
formulados apenas com misturas de tensoativos sintéticos, ou derivados de produtos
naturais.

Loções de limpeza

São produtos líquidos que limpam quando aplicada sobre a pele seca ou umedecida,
esses produtos contêm água, glicerina, substâncias detergentes e umectantes. Usados
para remover maquiagem, limpeza diária ou pré-tratamento estético. Podem ser creme
de limpeza, gel e adstringente.

Esfoliante

O objetivo é remover as células mortas da superfície da pele promovendo a renovação


da pele.

Agentes abrasivos são esfoliantes mecânicos com base cosmética sendo constituídos de
grânulos de polietileno, fragmento de semente e frutas.

Máscaras faciais

São preparações cosméticas cuja consistência é variada. Podem ser aplicadas no rosto,
pescoço, colo, costas, mãos e pés.

São classificadas como formulações de risco grau 1, desde que elas não sejam indicadas
para peles acneicas. Tem características suavizantes, sem arenosidade e secagem rápida.

Sua atuação na pele pode incluir tonificar, estimular, acalmar, rejuvenescer, nutrir,
antissépticas, hidratar, anti-irritantes, queratolíticas, clareadoras e adstringentes.

46
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Os ativos que podem ser encontrados nas máscaras são:

»» Pós absorventes ou adsorventes (argila, kaolim, CaCO3);

»» Umectantes (glicerol, propilenoglicol);

»» Gelificantes (resinas ou alginatos);

»» Adstringentes (alume, tanino);

»» Extratos vegetais;

»» Óleos essenciais

»» Colágena / elastina.

Máscaras de porcelana

São máscaras em pó (gesso), as quais endurecem após serem aplicadas. Pode ser
aplicada sobre outro produto.

Devem ser diluídas em água ou solução tônica no momento da aplicação; uma camada
mais ou menos espessa é aplicada ocluindo a pele. É indicado utilizar uma forração de
gaze para ser mais fácil a sua retirada.

Máscaras em pó

São ativos em um veículo sólido como o talco ou argila. Devem ser diluídas em água ou
solução tônica no momento da aplicação ocluindo a pele. É indicado para procedimentos
clareadores e redutores de oleosidade. O pó deverá ser retirado do local com água ou
tônico.

Máscaras à base de vinil

São de uso doméstico formadas por substâncias películas a base de álcool polivinílico.
Após a evaporação do veículo, uma película flexível de vinil permanece na face. Indicadas
para todos os tipos de pele. Tem sensação refrescante e o tensionamento da máscara
com a secagem dá impressão de que a pele está sendo apertada.

47
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Máscaras hidrocoloidais ou máscaras plásticas

São formadas por gomas de celulose, xantana e umectantes. A pele fica com uma
sensação suave e criam a sensação de apertamento da pele. Tem por objetivo atuar na
oleosidade, esfoliação, adstringência e calmante.

Máscara à base de argila

Formuladas por meio da desintegração do granito, são encontradas em pastas ou


pacotes de lama. Sua apresentação pode ser na forma de pó ou suspensões em
veículo semissólido. As argilas fixam considerável quantidade de água, óleos e corpos
gordurosos por adsorção ou absorção. Usadas como secativo, clareadora, antisséptica e
adstringente. Existem uma variedade dessas máscaras.

»» Argila vermelha: utilizada como antiestresse, redutora de pesos e


medidas e secativa.

»» Argila verde: adstringente, tonificante, estimulante, secativa,


bactericida, analgésica e cicatrizante.

»» Argila branca: clareadora, absorve oleosidade da pele sem desidratar,


suavizante e oclusora.

»» Argila rosa: mistura de argila branca e vermelha. Indicada para peles


sensíveis tem ação cicatrizante, suavizante.

»» Argila cinza: composta por titânio, esfoliante, tem ação importante


no tratamento de acne, ainda tem ação antioxidante retardando o
envelhecimento, clareando manchas e regulando a seborreia proveniente
do couro cabeludo.

»» Argila preta: também conhecida como lama vulcânica, muito utilizada


para desintoxicar a pele, tem ação anti-inflamatória, absorve estresse.

»» Argila amarela: combate e retarda o envelhecimento cutâneo, ação


hemostática, purificante, adstringente e remineralizante. Tem ação
na elasticidade da pele atuando na flacidez cutânea e melhorando a
circulação sanguínea.

Temos a existência de outras máscaras no mercado, como a de ouro, diamante, pérola


e prata, chocolate são considerados produtos exóticos, porém sem comprovação
científica. O efeito desses produtos na pele é o glamour de usar uma máscara facial
elaborada com material nobre, na maior parte seus efeitos se dão a hidratação.
48
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Aplicação das máscaras

»» Indicação de vez por semana no mínimo.

»» Tempo de permanência na pele é de 10 a 25 minutos.

Quadro 7. Máscaras e princípios ativos.

Tipo de máscara Princípios ativos


Detergente Bórax, bicarbonato de sódio, TEA (trietanolamina), pH levemente alcalino, vitamina B6.
Cloridróxido de alumínio ou zircônio, alúmen, titânio, glicina, ácido lático, sais de zinco,
Adstringente
extratos vegetais de hamamélis, agrião, bardana, sálvia, castanha-da-índia.
Extratos vegetais de camomila, tília, mucílagos, azuleno, cânfora, caseína, calêndula,
Calmante
alantoína.
Nutritiva Vitaminas A e E, óleos vegetais, proteínas (colágeno, elastina, albumina).
Clareadora Peróxido de zinco ou magnésio, ácido cítrico e lático, perborato de cálcio.
Refrescante Mentol.
Anti-inflamatória Alfa bisabol, betaexina, própolis, azuleno, ácido glicirrízico.
Antiedematoso Extratos de arnica, centelha asiática.
Hidratante Extratos de aveia, aloe vera, aminoácidos.
Queratolítica Ácido lático (1%), ácido salicílico (2,5%), enzimas papaína e bromelina.
Umectante Propilenoglicol, glicerina.
Fonte: HERNANDEZ; MERCIER-FRESNEL, 1999.

Sais de banho

São cosméticos sólidos utilizados para limpar, tonificar, esfoliar e perfumar a pele
durante o banho. Sua composição pode conter cloreto de sódio, sulfato de magnésio,
lauril sulfato de sódio, corantes e essências. Encontram-se no formato de pó, cristais ou
comprimidos efervescentes.

Óleos

São soluções limpofídicas, pode ser usado um único óleo ou vários tipos promovendo
uma mistura. Sua composição tem óleos, ésteres graxos, álcoois graxos líquidos,
essências e corantes. Após o banho é um repositor hidrolipídico.

Emolientes

Os emolientes agem em diversas profundidades. Seu objetivo é amaciar o estrato córneo


indiretamente, mantendo o equilíbrio e flexibilidade da pele.

49
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Figura 15.Tipos de emoliente.

Emolientes

Não polares Polares

Parafínicos Isoparafínicos Glicérides Ésteres Álcoois

Cadeia linear Ramificados Insaturados

Fonte: Taís Amadio Menegat, 2005.

Emoliente não polar

»» Parafinas: óleo mineral e óleo de vaselina.

»» Isoparafinas: pegajosos, pesados, hidrófobos, comedogênicos.

Emoliente polar

Agem por oclusão, são responsáveis pela flexibilidade da pele e o equilíbrio do extrato
córneo.

Glicerídeo: triglicerídeo caprílico/cáprico, óleos e gorduras vegetais. São compostos


por ácidos graxos com cadeias carbônicas de diferentes comprimentos e saturações que
resultam em propriedades especiais.

»» Tipos de ácidos graxos:

›› Saturados: ácido láurico, mirístico, palmítico e esteárico.

›› Insaturados: ácido oleico, linoleico, linolênico.

»» Emolientes mais utilizados e suas concentrações para o uso:

›› extrato de aloe (2 a 6%);

›› manteiga de karité (1 a 3%);

›› manteiga de manga (1 a 3%);

›› microcápsulas de óleo de macadâmia (5 a 10%);

›› óleo de abacate (2 a 10%);

50
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

›› óleo de amêndoas (2 a 10%);

›› óleo de damasco (2 a 5%);

›› óleo de calêndula (1 a 5%);

›› óleo de cereja (2 a 5%);

›› óleo de germe de trigo (0,5 a 1,5%);

›› óleo de girassol (1 a 3%);

›› óleo de jojoba (1 a 5%);

›› óleo de macadâmia (0,5 a 5%);

›› óleo de semente de maracujá (1 a 5%);

›› óleo de uva (2 a 10%).

»» Álcoois graxos: normalmente são considerados álcoois graxos aqueles


que têm de 12 a 18 átomos de carbono.

»» Exemplos: álcool láurico, mirístico, cetílico, palmítico.

»» Éteres graxos: excelente capacidade de espalhamento e resistência à


hidrólise, tanto em meio ácido como alcalino.

»» Exemplos: peg-7-glicerilcocoato, perfluorpolimetilisopropileter, éter


dicaprilico.

»» Ésteres: fazem parte do principal grupo de emolientes devido as


melhores respostas quanto a sua espalhabilidade, sensação não oleosa e
absorção na pele.

»» Exemplos: octanoato de octila, octanoato de cetearila, miristato de


miristila, estearato de butila, estearato de tridecila, miristato de isopropila,
palmito de isopropila, isoestearato de isopropila, oleato de butil, oleato de
decila.

51
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

Outros emolientes

Ceras

As ceras conferem uma consistência e dureza às formulações. Podem ser elas, as ceras
de abelha, candelila, carnaúba. Sua composição se dá por ésteres de ácidos graxos e
álcool graxo de cadeia longa carbonada e saturada.

Manutenção face eudérmica

»» Higienização – uma das principais substâncias utilizadas para a limpeza


da pele está a água. Mas ela utilizada sem nenhum outro componente
fica ineficaz contra a oleosidade principalmente. Então normalmente se
associa alguns cosméticos específicos para higienização da pele, pode
ser ele sabonete líquido, em barra, géis, creme e loção de limpeza. Esses
produtos não devem penetrar na pele, apenas permanecer um tempo para
atuar na limpeza, retirando maquiagem, impurezas, células mortas entre
outros. Esses produtos devem ter detergência moderada, nem fluidos
demais nem espessos, ligeiramente antissépticos, ter pH ácido, neutro
ou ligeiramente básico (pH de 4 a 8,5) e de fácil remoção.

»» Tonificação – O tônico atua no processo da limpeza da pele e também


deixa um toque macio. Fecha os poros e preparar a pele para receber outros
tratamentos. Ele pode ser adstringente, calmante e até descongestionante.
Seu objetivo é restaurar o pH fisiológico, evitar desidratação, eliminar
resíduos da emulsão de limpeza, reduzir o tamanho dos poros e secreção
sebácea. A aplicação sobre a pele é realizada com algodão em movimentos
leves e circulares. Normalmente pode se utilizar no momento de peeling
caso precise regularizar o pH da pele devido a alguma reação indesejada
causada por ácido.

»» Sua composição pode ser com extratos vegetais, marinhos, calmantes,


umectantes, antissépticos e reguladores cutâneos.

Hidratante

As peles secas estão associadas à menor presença de lipídeos secretados pela glândula
sebácea, requerendo uma melhor hidratação. A pele se manifestará seca quando o
conteúdo de água total na camada córnea estiver abaixo de 10%.

52
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Os hidratantes são substâncias que possuem a função de manter ou restituir o equilíbrio


da pele, mantendo o nível hídrico.

A hidratação da camada córnea fisiológica depende e varia de acordo com a umidade


externa, transporte de água das camadas mais inferiores da pele para as mais externas,
velocidade do processo de queratinização da epiderme, de evaporação da água para o
meio externo, quantidade, qualidade e composição do manto hidrolipídico e fator de
hidratação natural da pele.

Na epiderme existe o fator de hidratação natural (FHN) da pele que é responsável por
30% da hidratação da camada córnea. Ele atua como uma esponja retendo a água na
camada córnea.

No inverno percebemos que as peles jovens e envelhecidas tendem a diminuir as


concentrações de ceramidas e de ácidos graxos, por isso ocorrem o aparecimento
de dermatites atópicas. No caso das mulheres tabagistas e menopausadas tendem a
apresentar esse tipo de condição, devido à diminuição do estrogênio circulante.

As manifestações da pele seca são compostas por:

»» prurido;

»» queimação;

»» sensação de estiramento da pele;

»» descamação;

»» diminuição da flexibilidade e elasticidade da pele;

»» aumento das rugas estáticas e dinâmicas;

»» dermatites de contato de repetição.

Considerações gerais

Perturbações na hidratação da pele podem se dar por vento, mudanças bruscas de


temperatura, ar seco, substâncias químicas e envelhecimento cutâneo.

Classificação de hidratação da pele se dá:

»» Oclusivos – Tem objetivo de formar barreira superficial para


evitar evaporação superficial da água, diminuindo a perda da água

53
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

transepidermal. As substâncias lipofílicas que atuam como hidratantes


por oclusão são:

›› óleos vegetais: abacate, macadâmia, germe de trigo, girassol,


maracujá, uva, castanha do Brasil, canola, milho, algodão, babaçu,
pequi, patauá, buriti;

›› minerais: vaselina, óleo mineral, parafina, squaleno;

›› gorduras animais: lanolina, gordura de ema;

›› manteigas vegetais: karité, manga, cupuaçu, oliva, ucuúba, tucumã,


cacau, murmuru;

›› silicone: dimeticones;

›› ceras: abelhas, carnaúba, jojoba;

›› álcoois graxos: álcool cetoestearílico, álcool cetílico, álcool de


lanolina;

›› álcool: octildodecanol.

»» Umectantes – de alto peso molecular, que na maioria penetra na


camada córnea com a capacidade de reter a água da formulação também
a água que é perdida pela córnea mais superficialmente.

Para umectação são utilizadas substâncias hidrossolúveis como o açúcar,


polímeros e proteínas, os polissacarídeos, algas e o ácido hialurônico.

Qualquer hidrolisado de proteína animal ou vegetal atua como umectante


a diferença é somente o peso molecular.

A reconstrução da barreira lipídica requer a recomposição das lamelas da camada


córnea. As ceramidas são um dos componentes lamelares mais comuns de serem
encontrados como ativo para formulações cosméticas.

A lanolina é uma matéria graxa natural que se encontra na lã das ovelhas possuindo
grande semelhança química e física com os lipídeos da pele humana.

54
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Reposição de substâncias necessárias à hidratação


(hidratação ativa)

Esses ativos com a glicerina 5%, ureia 5%, PCA 5%, PEG 600 5%, lactato de amônio
5%, lactato de amônio 13%, sal da AHA’S 5%, 13 conseguem permear a camada córnea
e reter água em toda sua extensão.

Nutrição

O processo mitose celular é maximizado durante as primeiras horas da manhã por isso
a nutrição da pele deve ser feita durante a noite com objetivos de repor os componentes
lipídicos. Os produtos que nutrem têm ativos que promovem a regeneração, conservação
e proteção a pele. Nesse caso temos:

Nutritivos

»» Palmítica: estimulam a síntese de proteínas totais, têm efeito nutriente


e abastecedor das células;

»» Aminoácidos do leite: obtidos pelas transformações do leite. Ação


nutritiva, hidratante e emoliente. Utilizados em produtos infantis;

»» Lipoproteínas de trigo, amêndoas e aveia: reestrutura o estrato


córneo;

»» Lipossoma Sod: substância de ação antirradicais livres;

»» Proteína de soja: estimula a regeneração celular;

»» Proteosilane C: esse silanol age como regenerador do tecido conjuntivo;


ativa a multiplicação de fibroblastos, prevenindo o envelhecimento
cutâneo.

Óleos vegetais

»» Óleo de abacate: nutritivo, revitalizante;


»» Óleo de damasco: regenerativo;
»» Óleo de gergelim: aspecto transparente amarelo-ouro, encontrado
em cremes hidratantes e nutritivos, de limpeza facial, batons e loções
bronzeadoras;
»» Óleo de macadâmia: o envelhecimento cutâneo;

55
UNIDADE II │ COSMETOLOGIA

»» Óleo de prímula: nutritivos, demaquilantes e na prevenção de eczemas;


»» Óleo de rosa mosqueta: cicatrizante.

Sistema de liberação progressiva

»» Ciclodextrinas de vitaminas A, C, E, F: moléculas de açúcares


que liberam gradualmente e regeneram. Funcionam também como
direcionadores das vitaminas.

»» Vitamina E ou tocoferol: capaz de combater os radicais livres.

Fator de Hidratação Natural (FHN ou NMF)

Existente na pele.

Composição: aminoácidos, ácido carboxílico, pirrolidona, lactato, ureia, amônia,


ácido úrico, glucosamina, creatina, citrato de sódio, potássio, cálcio, magnésio, fosfato,
açúcar, ácidos orgânicos e peptídeos. (MASSON, 2003)

Quadro 8. Componentes químicos do Fator de Hidratação natural da pele.

COMPONENTES QUÍMICOS DO FHN %


AMINOÁCIDOS: são 17 ao total, incluindo alanina, aspargarina, citrulina, glicina, ornitina, prolina, serina etc. 40%
PCA (ácido carboxipirrilidônico). 12%
LACTATO: predominância de sal sódico. 12%
URÉIA. 7%
CLORETOS. 6%
SÓDIO. 5%
POTÁSSIO. 4%
ÁCIDO LÁCTICO, ÁCIDO UROCÂMICO, GLICOSAMINA, CREATININA. 1,5%
FOSFATO. 0,5%
CITRATOS E FORMIATOS ALÉM DE RESÍDUOS DESCONHECIDOS. 0,5%
Fonte: Gomes, R. K.; Gabriel, M. Cosmetologia descomplicando os princípios ativos. LMP Editora; 2 ed., 2006.

Hidratantes usados e suas concentrações

»» Ácido hialurônico (1 a 3%).


»» Alantoína (0,2 a 2%).
»» Aminoácidos de leite (0,5 a 3%).
»» Extrato de confrey (2 a 5%).
»» Extrato de gérmen de trigo (0,5 a 1,5).

56
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

»» Fucogel (2 a 5%).
»» Galactosan (2 a 10%).
»» Lipossomas (1 a 5%).
»» Glicossomas (1 a 5%).
»» Hidroviton, NMF (1 a 5%).
»» Lipossomas com NMF (aquassome) (2 a 10%).
»» Óleo de amêndoas (0,5 a 5%).
»» PCA-Na (1 a 5%).
»» Pentaglycan (2 a 5%).
»» Squalane (3 a 10%).
»» Vitamina E (0,1 a 0,5%).
»» Vitamina F (0,5 a 1%).

Substâncias que atuam na queratina

Queratoplásticos: atuantes sobre a queratina da epiderme: Ureia (10%), alantoína,


alfahidroxiácidos.

Ureia: efeito osmótico na pele, pH deve ser ácido, espalha nas camadas externas do
extrato córneo rompendo os depósitos de hidrogênio, expondo locais de ligações de
água nos corneócitos.

Alantoína e derivados

Possuem propriedades hidratantes e reepitelizantes.

»» Lactato de sódio: atua como hidratante e como substância tamponante;

»» PCA-Na: é um sal de sódio de 2-pirrolidona-5-ácido carboxílico.


Utilizado na concentração de 3-5%, em formulações para pele seca;

»» Ácido hialurônico: é uma glicosaminoglicana que tem facilidade de


transporte transepidérmico das substâncias e com alta função de retenção
de água.

»» Queratina: utilizada em formulações para unha e mãos, por ser


umectante e depositar uma fina película sobre a região.

57
CAPÍTULO 3
Protetor solar

Os filtros solares vieram para nos dar um suporte na proteção solar, pois apenas o
mecanismo natural da pele não é suficiente para a sua defesa adequada dos danos
causados pelos efeitos da radiação solar. Então o uso do filtro solar tem evitado o
envelhecimento prematuro e destruição da elasticidade da pele. Além disso, tem sido
muito efetivo no maior dos problemas que é a prevenção do câncer de pele.

Sobre os protetores solares dando foco nas


suas características
»» Físicos ou Inorgânicos: origem mineral, conhecidos como
bloqueadores solar, apresenta maior quantidade de dióxido de titânio
que é o componente que deixa aquela camada branca para formar
uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz
UV. Na reflexão/dispersão, a luz incidente nas partículas inorgânicas é
redirecionada de volta ou direcionada para vários sentidos.

»» Atualmente, já tem filtros físicos por meio das nanopartículas que conseguem
o aspecto transparente.

Figura 16. Todos são protetor físico, os dois últimos são em nanopartículas.

Fonte: Taís Amadio Menegat (2016).

»» Químicos ou Orgânicos: em sua estrutura contém um anel benzênico


que interage com a radiação UV promovendo a conversão da sua
radiação absorvida pela pele. São representados pela avobenzona,
octilmetoxinamato. Proporcionam formulações transparentes,
geralmente são oleosos e podem irritar a pele.

58
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

Figura 17. Diferença em filtro químico e físico.

Filtro Físico Filtro Químico


Fonte disponível em: <http://farmaciabesalduch.blogspot.com/2013/04/llega-el-sol-cuidado-con-las-manchas.html>. Acesso
em: 7 março 2019.

Fator de Proteção Solar (FPS)

Tipos de produtos solares que usamos normalmente:

»» Bronzeadores: produtos que apresentam FPS 2-4;

»» Protetores solares: produtos que apresentam FPS 8-15;

»» Bloqueadores: produtos que apresentam FPS 15-30.

Em relação a proteção solar, o mais importante é sabermos a proporção do Fator de


Proteção Solar (FPS) que é atribuída pelo Food and Drug Administration – FDA,
indicando o grau de proteção dos protetores solares à radiação UVB em relação ao
tempo que uma pessoa pode permanecer ao sol sem se queimar.

Já se tem no protetores solares que bloqueiam o UVA tão efetivamente quanto o UVB.
Por isso não nos preocupamos somente com o FPS e também o PPD que realmente
tem a proteção dos raios UVA, o mesmo deve ser no mínimo a terça parte do FPS.
Exemplo: Se um protetor solar tem o FPS 30 ele tem que ter no mínimo o PPD de 10. E
é obrigatório constar no rótulo.

Quadro 9. Comportamento da pele à radiação solar.

Nível de proteção:
Fototipo de pele Comportamento da pele à radiação solar FPS
queimadura solar
Pouco sensível Raramente apresenta eritema Baixo 2<6
Sensível Moderadamente apresenta eritema Alto 6 <12
Muito sensível Facilmente apresenta eritema Alto 12 < 20
Extremamente sensível Sempre apresenta eritema Muito alto 20
Fonte disponível em: <http://cursosbylucianamarques.com/modulo-1/protetor-solar/>.

59
Quadro 10. Protetores solares nas diversas formas cosméticas.

Emulsão Óleo
»» Forma cosmética mais popular. »» Forma cosmética mais antiga.
»» Filme uniforme solar sobre a pele. »» Excelente estabilidade (somente uma fase).
»» Filme mais espesso sobre a pele. »» Filme transparente e fino sobre a pele (FPS baixos).
»» Filme não transparente sobre a pele. »» Alto custo (não contém água).
»» Mais barata (FPS altos). »» Pode interagir com a embalagem.
»» A maioria dos filtros solares usados são lipossolúveis. »» Dificuldade de atingir altos FPS.

Gel Stick
»» Facilmente removido pela água e transpiração. »» Mais usado nos lábios e nariz (cobre uma pequena área
com uma única aplicação).
»» Filme não uniforme sobre a pele.
»» Em geral composto por filtros solares oleosos, ceras e
»» Gel aquoso: usa apenas filtros hidrossolúveis ou
petrolato.
solubilizante para os lipossolúveis, que em altas
concentrações são irritantes e encarecem a formulação »» Resistente à água.
(gel transparente).
»» Gel oleoso: mesmas características dos óleos.
Fonte: Kindersley (2001).

Bronzeamento

»» Pigmentação direta: induzida pela radiação UVA sobre a melanina já


formada na pele;

»» Pigmentação indireta: 48-72 horas com duração de no máximo sete


dias.

Autobronzeador / Bronzeador Simulatório

Os autobronzeadores que são considerados simuladores de bronzeamento, escurecem


a pele sem haver necessidade de exposição direta ao sol. Ocorre uma reação química
com as proteínas da pele para obter o resultado do bronzeamento.

Algumas matérias-primas compõem as formulações de cosméticos para acelerar e/ou


prolongar o bronzeado. O princípio dos aceleradores é o aumento do substrato para a
enzima tirosinase. Quando ocorre a associação da tirosina com a vitamina B2, intensifica
o processo oxidativo da tirosina.

»» ACTIOBRONZE ®: complexo vegetal hidrolisado de colágeno e tirosina.


Aumenta e prolonga o processo de bronzeamento natural por meio de
estímulos da formação da melanina, concentração usual 2%.

»» BIOTAN ®:tirosina e carboximetil teofilina metilsilanol, peptídeos do


colágeno. Concentração usual 5%.
60
COSMETOLOGIA │ UNIDADE II

»» TYR-OL ®: oleoil tirosina, acelera a velocidade de bronzeamento mesmo


na presença de filtros solares. Concentração usual: 1 a 3%.

Cosmético Pós-Sol

A pele sofre inúmeras agressões causadas pelo excesso de UV onde ocorre um processo
inflamatório local que se apresenta pelo eritema em apenas 2 a 8 horas após exposição.

O excesso de radiação leva a uma maior formação de radicais livres na pele, atacando
assim as membranas biológicas, DNA e proteínas que compõem o tecido de sustentação
da pele deixando a pele desprotegida. Os cosméticos e cosmecêuticos pós-sol devem
conter ativos que hidratem a pele, neutralizem os radicais livres, possuam efeito anti-
inflamatório, sejam emolientes e produzam um aumento na resistência imunológica da
pele como produtos à base de vitaminas A, C, E e F, pró-vitamina B5, carotenóides e
favonoides.

61
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

COSMETOLOGIA UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Cosmetologia HLDG

Introdução
Hidrolipodistrofia ginóide (HLDG) refere-se a alterações no panículo adiposo
subcutâneo, que causa uma perda do equilíbrio histofisiológico e hídrico local dando
uma outra formação ao corpo. Outras nomenclaturas são usadas para o mesmo caso,
como: lipodistrofia ginoide, fibroedemaginoide ou paniculopatia fibroesclerótica. O
termo “celulite” ficou em desuso pelo “ite” significar inflamação, a qual não está presente
nas alterações dessa afecção.

Para essa desordem existem mecanismos pelos quais um produto cosmético pode
diminuir ou prevenir a HLDG:
»» diminuição da formação de triglicerídeos;
»» aumento da lipólise;
»» inibição da fosfodiestearase;
»» bloqueador dos receptores;
»» estimulação dos receptores;
»» bloqueador dos receptores neuropeptídios Y;
»» restabelecimento da microcirculação local;
»» diminuição do edema.

Os cosméticos precisam ser formulados com ativos para a lipólise, para ativar a
microcirculação sanguínea e a reestruturação dos tecidos.

1. Na lipólise: os ativos estimulam enzimas a reduzir a reserva de


triglicerídeos que são a cafeína e a teofilina.
62
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

2. Ativador da microcirculação sanguínea: eles são facilitadores da


reabsorção dos líquidos intersticiais e na eliminação das toxinas. Sendo
eles os extratos vegetais de castanha-da-índia, ginkgo biloba e hera.

3. Na reestruturação: os ativos reorganizam o tecido conjuntivo por meio


da regeneração da célula do tecido acometido. Esses ativos são o extrato
de centelha asiática, ácido madecássico (30%) e ácido asiático (30%),
que estimulam a síntese de colágeno e outras proteínas de sustentação da
pele e melhoram a circulação.

Ativos que aumentam o fluxo microvascular

»» Castanha da índia: aumento da resistência capilar, flebotrópico,


adstringente e anti-inflamatória.

»» Ginkgo biloba: aumenta a perfusão sanguínea, é vasomotor e


antioxidante.

»» Rutina: encontrada nos vegetais de folhas e frutas cítricas. Ela aumenta


o tônus venoso, impermeabilizante capilar.

»» Pentoxifilina: melhora a perfusão na microcirculação, principalmente


pelos efeitos hemorreológicos, muito útil no tratamento da insuficiência
vascular periférica.

»» Centella asiática: é uma planta herbácea anual que ativa a


microcirculação sanguínea e é desintoxicante.

»» Comum hera: analgésica, antiespasmódica, calmante, cicatrizante,


estimulante, hidratante, lipolítica e vasodilatadora.

Agentes que reduzem a lipogênese e promovem a


lipólise

»» Metilxantinas: teobromina, cafeína, aminofilina, teofilina.


Sua ação é o aumento da circulação sanguínea, da lipólise e redução do
tamanho dos adipócitos.

63
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

Agentes que promovem a restauração da estrutura


normal do tecido dérmico e subcutâneo
»» Retinol (vitamina A): estimula a síntese de colágeno e a renovação
cutânea.

»» Cafeína: possuindo metilxantina com alto poder de permeação cutânea


promovendo a lipólise. Atua na derme estimulando os fibroblastos para a
síntese de colágeno, elastina com objetivo de sustentação da pele.

Alguns ativos que atuam na FEG


»» Metilxantinas – atua no FEG como citamos acima devido ao aumento
da circulação sanguínea, da lipólise e redução do tamanho dos adipócitos.

»» Bases xantânicas: cafeína; cacau; chá-mate; guaraná – inibição


da fosfodiesterase; efeito lipolítico.

»» Coenzima A e L-carnitina – o COAXEL é um ativo que contém na


sua composição cafeína e carnitina que aumentam o catabolismo dos
lipídeos.

»» Adipol® – complexo de extratos vegetais e animais, associado ao celulinol


e nicotinato de metila. Concentração de uso: 4-6% .

»» Amarashape® – mistura lipossomada contendo laranja amarga, cafeína,


lecitina, álcool e água. Indutor da lipólise, de uso exclusivamente tópico.
Capaz de estimular diretamente a lipólise, proporcionada pela sinefrina,
(substância natural semelhante à adrenalina, que possui afinidade pelos
receptores adrenérgicos dos adipócitos e é capaz de estimular a quebra
de gordura intracelular). Também estimula indiretamente a lipólise
proporcionada pela cafeína (a cafeína é um inibidor da fosfodiesterase,
uma das enzimas responsáveis pela via negativa do metabolismo lipídico.
Concentração: 1,0-3,0%.

»» Argisil C® – atua por comunicação celular que desencadeia a lipólise,


por solicitação do aumento da produção de óxido nítrico NO, mensageiro
endócrino que ativa a lipólise, induzindo assim a resposta lipolítica. E
também faz a inibição da fibrose tecidual. Concentração usual: 5%.

»» Asiaticoside® - centella asiática – melhora a circulação venosa,


reorganiza o tecido conjuntivo, aumenta a elasticidade das paredes
venosas, melhorando o retorno venoso, eliminando edemas e

64
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

hematomas, combatendo processos degenerativos do tecido conjuntivo


venoso. Insolúvel em água e pouco insolúvel em etanol. Utilizada nas
concentrações de 0,1% a 0,5% em cremes, loções e géis e de até 20 a 60
mg por via oral.

»» Biocelucomplex® – sua composição confere Lactobacillus e teobroma


cacau. Por meio da vasodilatação se obtém melhora da microcirculação.
Estimulam também os receptores beta-adrenérgicos que fazem o aumento
da lipólise. Concentração usual: 5 a 10%.

»» Chemextract café verde® – extrato de café verde, aquoso rico em


cafeína, ativador da circulação. Promovem melhora no FEG. Concentração
de uso: 1-10%.

»» Coffee Oil® – contém óleo de café sem coloração e sem cheiro que inibe
a ação de fosfodiestearase, enzimas responsáveis pela quebra de AMP
cíclico envolvido no acúmulo de gordura nos tecidos. Sua finalidade está
no remodelamento corporal ou diminuição do FEG. Concentração usual:
2 a 6%.

»» Extrato glicólico de ginkgo biloba® – estimula a circulação e aumenta


a resistência dos vasos. Seus extratos glicólicos contêm flavonoides e óleos
essenciais. Tem ação antirradicais livres, anti-inflamatória, estimulante da
microcirculação e vasoprotetor. Utilizado nas concentrações de 3 a 6%.

»» Glycosan cafeína® – ativo encapsulado molecular de cafeína, composto


de cafeína e cyclodextrinas. Tem mais biodisponibilidade para o efeito
lipolítico e vasodilatador. Usado nas concentrações de 2 a 10%. (KRUPEK;
COSTA, 2012).

»» Nicotinato de metila – agente hiperêmico para aplicação tópica.


Rubefaciente, revulsivo, vasodilatador, aumenta a atividade trofovascular,
anti-inflamatório. Concentrações ideais: 0,5 -1%.

»» Slimbuster H® – melhora o fluxo sanguíneo com redução da retenção


de líquido da gordura armazenada nos adipócitos. Uso nas concentrações:
5%.

»» Xantagosil C® – os silanóis possuem atividades biológicas particulares.


Seus principais radicais são ACEFILINAS, uma xantina conhecida por sua
ação inibitória sobre a fosfodiesterase e o aumento de AMPc cíclico nas
células. Atua na prevenção do FEG e também da Lipodistrofia localizada.
Usado nas concentrações: 3-6%.

65
CAPÍTULO 2
Cosméticos para o tratamento de
estrias e anti-aging

Vamos relatar sobre os fatores que interferem no processo de envelhecimento.

Radiação UV
»» Temperatura: tanto o calor excessivo quanto o frio, aceleram o processo
de envelhecimento da pele.

»» Radicais livres e espécies reativas de oxigênio: com o avanço da


idade temos uma diminuição de antioxidade e aumento de radicais livres.

»» Tabaco e poluição: ao produzirem radicais livres, aceleram o processo


de envelhecimento induzindo a elastose e diminuindo a circulação arterial
periférica.

»» Perda rápida e drástica de peso corporal: as reduções das células


adiposas de forma rápida e drástica levam a queda das estruturas da pele
que geram a flacidez.

»» Patologias: são enfermidades que colaboram para o processo de


envelhecimento.

»» Comportamento e hábitos de vida: influência de forma direta em


relação aos danos causados.

»» Carga hormonal – estrogênio: o envelhecimento decorre também do


declínio hormonal. Esteticamente a pele fica mais seca, ocorre à redução
da barreira córnea, diminuição do colágeno dando formação de rugas e
ptose da pele.

»» Cor da pele: fototipos de pele mais altos oferecem mais proteção contra
a radiação solar, sendo assim tem menor efeito de fotoenvelhecimento
ao contrário de peles com fototipos mais baixos que são os que mais
propensos ao envelhecimento.

66
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

Ativos com ação sobre a musculatura


superficial
»» Argireline® – Hexapeptídeo que atenua a contração muscular pela
diminuição de neurotransmissores. Composto por aminoácidos como o
ácido glutâmico, metionina e arginina. Concentração usual: 3-10%.

»» Myoxinol® – extrato hidrolisado de Hiscus esculetos. Bloqueia os


canais de cálcio pré-sináptico, impedindo a liberação de acetilcolina.
Concentração usual: 0,5-2%.

»» DMAE/ (Dimetilaminoetanol) – precursor da acetilcolina, utilizado


topicamente, possui ação tensora e aumento da firmeza da pele.
Sua finalidade é colinérgica, considerada um potente estabilizador
antioxidante de membranas. Concentração usual: 3-15%.

»» Liftiline® – combinação de proteínas do trigo de alto peso molecular


que proporciona efeito tensor. Concentração usual: 3-5%.

»» Pentacare® – proteína hidrolisada do glúten de trigo. Formação de filme


tensor que estica e suaviza a pele. Concentração usual: 2 a 5%. pH: 7.

»» Raffermine® – Frações especiais de soja. Promove produção de fibras


do colágeno e estimula a contração da elastase, a retração dos fibroblastos.
Excelente firmador dérmico. Concentração usual: 2- 5%.

Ativos multifuncionais
»» Coenzima Q10: conhecida como Ubiquinona, é uma substância
lipofílica encontrada em altos níveis na epiderme. Sua função é servir
como antioxidante, reduzindo os radicais livres.

»» Ácido alfalipoico: é um potente antioxidante capaz de penetrar na pele.


Elimina espécies reativas de oxigênio, interage com outros antioxidantes
como a VIT. C, VIT. E e glutadiona. Repara danos oxidativos causados pelos
raios ultravioletas, evita a produção de substâncias pós-inflamatórias que
danificam as células. Podem causar dermatite de contato e irritação na
pele sensível. Concentração usual: 1 a 5%. pH: 4 a 6.

»» Linha frulix: composto de abacaxi, amora, banana, cacau, cupuaçu,


framboesa, mamão, manga, melão, morango, pitanga, maracujá, acerola,

67
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

uva. Esses ativos têm a função adstringente, hidratante, revitalizante e


antioxidante.

»» Extrato de caviar: produzido a partir do caviar do peixe Beluga possui


aminoácidos, é rico em proteínas e sais minerais, bem como ácidos graxos.
Apresenta propriedades emolientes, revitalizantes. Usados em peles
secas e danificadas reconstituindo manto hidrolipídico. Concentração
usual: em cremes: 1 a 4%; 5% em loções; 1 a 5% em xampus. pH: por volta
de 5,8 a 6 para corpo e rosto.

»» Lipoaminoácidos (Sepilift®) – Associação de ácidos graxos com um


aminoácido, possui ação firmante e anti-aging.

»» Complexo lipossomado (Ameliox®) – Complexo lipossomado


contendo carnosina, silimarina e tocoferol.

›› Carnosina: dipeptídio que tem facilidade de se ligar às fibras do


colágeno fazendo a prevenção do endurecimento das fibras de glicação.

›› Silimarina: flavonoide obtido da Silybum marianum que tem alta


eficácia na ruptura de radicais livres.

›› Tocoferol: antioxidante.

»» Concentração de uso: 2%.

»» Elastinol® – É uma associação de dois oligopolissacarídeos que um deles


é rico em alfa-L-fucose e o outro em alpha-l rhamnose. Tem a função
de minimizar os processos anti-inflamatórios, facilitando a integração
célula-célula para a manutenção da homeostase.

»» Essa associação tem ação na derme e na epiderme com o objetivo de


redensificação dessas camadas devido a proliferação celular e da síntese de
colágeno. É incompatível com natrosol.

»» Pode ser associado a filtros solares químicos e físicos, anti-inflamatórios,


VIT. C, VIT E, AHA’S, clareadores, hidratantes e umectantes. Concentração
usual: 1 a 5%.

»» Haloxyl® – Possui uma substância chamada matrikins que é um


mensageiro de reparação e reestruturação cutânea reforçando a firmeza e
tonicidade dos olhos. Possui também substâncias que ativam a eliminação

68
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

dos pigmentos responsáveis pela coloração escura e inflamação ao redor


dos olhos.

»» Tamanol® (óleo de tamanol) – Anti-inflamatório, regenerador pós


cirúrgico.

»» Vitaminas – A, E, C, complexo B (D-Pantenol), F – Fazem a


reparação celular, é antioxidade e hidratantes.

»» Ácido lactobiônico – É um ácido orgânico que se obtém por meio da


oxidação química ou microbiana da lactose. Sua estrutura molecular
assemelha-se às da gluconolactona. Sua ação é: antioxidante, hidratante,
rejuvenescedora e cicatrizante. Concentração usual: 2 a 10% pH: peelings:
2,5 a 4.

»» Tretinoína (Ácido retinoico):

›› aumento das mitoses com a produção de novos queratinócitos;

›› aumento da produção de glicosaminoglicanas;

›› aumento da produção de colágeno;

›› fortalecimento da matriz dérmica;

›› seus inconvenientes são eritemas, ressecamento, esfoliação, queimação


e prurido que são reações já esperadas.

»» AHAS:

›› representam o ácido málico ou mandélico, glicólico;

›› promovem esfoliação e epidermólise;

›› produzem clareamento da pele pela ação esfoliativa;

›› melhoram a tolerância da pele e potencializam a ação de outras


substâncias.

69
CAPÍTULO 3
Ativos para controle pigmentar

O sistema pigmentar quando sofre alteração, normalmente após a meia idade, pode estar
relacionada ou não com o envelhecimento. Mas pode estar ocorrer alguma perturbação
do melanócito. A melhora desse quadro se dá ao tipo de intensidade do acometimento.
Os cuidados se baseiam em protetor solar, clareadores e procedimento como laser e
peelings com o objetivo de melhorar a afecção.

Os ativos despigmentantes utilizados agem de forma:

»» inibir a tirosinase, enzima-chave na síntese de melanina;

»» diminuir os melanócitos funcionais;

»» supressão das reações inflamatórias;

»» antioxidantes de precursores da melanina na reação da melanogênese;

»» esfoliação dos queratinócitos carregados de melanina.

Denominações das disfunções pigmentares


mais usuais
»» Sardas: pequenas manchas normalmente, cor acastanhada, tendem
a aparecer a partir dos três anos de idade em áreas expostas ao sol.
Ocorrem mais em pessoas com pele e olhos claros. É dado por aumento
da produção de melanina e dos melanossomas.

»» Cloasma e melasma: são manchas acastanhadas de limites imprecisos


que ocorrem na face, mais comum na região centro facial, malar, fronte,
queixo, lábios superiores. Acentua-se pela exposição solar, gravidez,
certas drogas antiepilépticas e contraceptivos orais. 70% dos casos de
melasma e cloasmas são considerados epidérmicos, 10% dérmicos e 20%
mistos.

»» Hiperpigmentação pós-inflamatória: acontece predominantemente


em fototipos mais altos na consequência de um processo de
restabelecimento de uma inflamação. Essas podem ser por acne, dermatite

70
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

de contato, dermatite atópica, persistindo por meses. As causas são as


citoquinas liberadas no processo inflamatório.

»» Hiperpigmentacões por reações fototóxicas e fitodermatoses:


é uma reação causada pelo contato com substâncias fotossensibilizantes
e em sequência pela exposição solar. O local fica apenas vermelho
evoluindo para uma resposta inflamatória, que pode mesmo resultar
numa ferida bolhosa na área exposta ao sol. Depois desenvolve no
local uma hiperqueratose e hiperplasia melanocitótica, causando a
hiperpigmentação.

»» Lentigos: manchas pequenas coloração acastanhada, encontradas em


áreas expostas ao sol, conhecidas como manchas senis. Elas acontecem
devido a exposição ao sol por uma vida toda.

»» Hiperpigmentaçao periorbital: hiperpigmentação localizada na


região periocular devido ao aumento da melanina na epiderme. É
genética sem possibilidade de reversão. A melhora vai depende do tipo
e da intensidade. Os cuidados consistem no uso do FPS, clareadores,
despigmentantes.

Alguns medicamentos que podem causar


hiperpigmentação por reação fototóxica

»» fluoroquinolonas, griselfulvina, cetoconazol, sulforamidas, tetraciclinas


trimetropim, methotrexato, vinblastina, fluorouracil, coal tar, furosimida,
hidroclorotiazida, benfluorotiazida, diltiazem, imipramina, fenotiazinas,
quinidina, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, psoralenos, fenilbutasona
etretinato, isotretinoina, ácido acetilsalicílico.

Alguns medicamentos que podem causar


hiperpigmentação sem exposição ao sol

»» Amiodarona, amitriptilina, ciclofosfamida, minociclina, fenotiazina,


zidovudina.

Plantas causam fitodermatoses e fitodermatites

»» Limão, angélica, folha de figo, aipo, cenoura, bergamota, anis, bálsamo


do peru, alecrim.

71
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

Ativos despigmentantes

»» Hidroquinona – um dos ativos mais utilizados, despigmentante de ação


imediata devido à inibição da tirosinase. Concentração de uso no Brasil:
2-10%. Tem boa penetração na pele e é indicado no tratamento de sardas,
lentigo senil e hiperpigmentação pós-inflamatória. Os mecanismos de
ação estão relacionados com:

›› inibição competitiva da atividade da tirosinase, impedindo a


transformação da tirosina em DOPA;

›› inibição da síntese de DNA e RNA por meio do melanócito;

›› decomposição de parte da melanina formada;

›› de forma mais lenta, podem degradar os melanossomas e destruir os


melanócitos.

Os efeitos adversos são a irritação da pele, eritema ocasionalmente,


hipopigmentação e despigmentação reversível. A hidroquinona é
comumente associada ao ácido retinóico, ácido salicílico, corticoides
e alfa hidroxiácidos. Os veículos hidroalcóolicos são os que tem maior
indicação. Porém em concentrações acima de 3% são melhores as
emulsões.

»» Mequinol® – É análogo químico da hidroquinona, com menor


incidência de efeitos indesejáveis. Concentração de uso: 2-4% (AZULAY-
ABULAFIA, 2003).

»» Arbutin – Heterosídeo (hidroquinona- D—glucopiranosídeo) cuja


parte não glicídica é a hidroquinona, reduz a atividade da tirosinase, que
impede a produção de melanina. Pode ser encontrado na Uva ursi ou
obtido por síntese química. Concentração usual de 1 a 3%.

»» Ácido Kójico® – obtido pela fermentação do arroz no qual seu mecanismo


de ação é devido a inibição não competitiva da tirosinase por meio da
quelação de íons cobre. Concentração usual: 10%. A combinação do ácido
kójico com o ácido glicólico potencializa o efeito despigmentante. O ácido
kójico oxida em altas temperaturas e presença de luz, por isso não deve
ser associado a outros despigmentantes do tipo VC-PMG.

»» Vitamina C e derivados – o ácido ascórbico (vitamina C) deve ser


utilizado na forma levogira, não ionizada para ser permeada. Em pH
72
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

3,5 encontra-se na forma não ionizada. A concentração indicada para o


uso deve ser entre 10-20%. Quando associado aos esfoliantes químicos
intensifica sua ação despigmentante.

»» Derivados da Vitamina C:

›› Fosfato de ascorbil magnésio (VCPMG): capaz de liberar L-ácido


ascórbico livre nas camadas mais profundas da epiderme que controla
a melanogênese que previne o envelhecimento e o clareamento de
manchas superficiais. Incompatível com hidroquinona, melfade,
carbopol, AHAs, retionoico, azelaico, kójico, fítico. Compatível com:
adenin, Iris-iso, Structurine, antipollon, D-Pantenol. Concentração
usual: 1 a 3, %, pH: 7 a 7.

›› Ácido ascórbico 2 – glucosado (AA2G): vitamina C estabilizada


com glicose que atua sobre os radicais livres, aumenta a síntese de
colágeno, é despigmentante leve para manchas senis e fotodano solar.
Concentração usual: 2% pH: 5 a 7.

›› Palmitato de ascorbila: estável em pH neutro ou alcalino. É


hidrolisado por fosfatases liberando o ácido ascórbico reduzido. Esse e
derivados atuam como despigmentantes por um mecanismo redutor,
revertendo as reações de oxidação que convertem a dopa em melanina.

›› Incompatível com óleo, luz visível e ultravioleta, metais pesados,


oxigênio e temperaturas altas. A embalagem deve ser opaca para
proteger a formulação. Concentração usual: 3 a 4% pH: 4 a 7.

›› Éster de vitamina C: Ascorbato mineral de forma não ácida da


vitamina C dissolvida em meio neutro que retém 90% de ácido
ascórbico ativo. Compatível com os extratos glicólicos de Ginkgo
Biloba, Ginseng, Green Tea, Aloe vera, óleos de borragem e girassol;

»» Concentração usual: 1 a 2% em cremes faciais clareadores.

»» Activesphere C: é o VC-PMG englobado em microesferas de


colágeno marinho, recoberto pro-glicosaminoglicanas, sua ação é de
aproximadamente 12 horas. Potencializa a retenção de água e aumenta a
elasticidade da pele. Concentração usual: 1 a 10% pH: 7.

»» Nanosferas de vitamina C: ácido ascórbico nanosferizados ou


biovetorizado; Concentração usual: 0,5 a 2% pH: 7.

73
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

»» Thalasferas de vitamina C: é a vitamina C-PMG microencapsulada,


revestida por colágeno marinho, sulfato de condroitina marinho, em
concentração de 20% (uso consultório). Concentração usual: 5% home
care.

»» Ácido Fítico® – é um quelante com capacidade aumentada em quelar


cátions polivalentes, entre eles o cobre e o ferro. E está em cereais integrais.
Concentração de uso: 0,5-2% para uso residencial. 4% para consultório.

»» Ácido Azelaico – ácido 1,7-dicarboxílico de cadeia linear saturada,


normalmente utilizado nos tratamentos de acne. Inibidor competitivo
das enzimas de oxirredução, portanto pode ser empregado nos casos
de melasma e hiperpigmentação pós inflamatórios. Concentração: 15-
20%. A CATEC no parecer número 1, de junho de 2005, diz que essa
substância está proibida em formulações cosméticas independentemente
da concentração utilizada.

»» Ácido Glicirrízico – coadjuvante no tratamento de despigmentação


apresenta propriedades anti-inflamatórias e antialergênicas. Incompatível
com carbopol. Concentrações usuais: 0,1 a 0,3% pH: 3; para se atingir pH
neutro associar a glicirrizinato dipotássico.

»» Antipollon HT® (silicato de alumínio) – obtido por extrato da raiz de


Glycerrhiza inflata, absorve a melanina depositada na pele. Concentração
de uso: 1-4%.

»» Nanowhite® – lipossomas que veiculam o arbutin (substituto da


hidroquinona). Esse despigmentante tem atuação por meio de dois
mecanismos: inibição da tirosinase e pela ação antioxidante. É utilizado
e bem indicado para o tratamento de manchas e sardas. Concentração de
uso: 2-5%.

»» Clariskin® – extrato de gérmen de trigo. Inibe a ação da tirosinase e


a síntese da eumelanina (pigmento de cor escura). Concentração usual:
5-8%.

»» Ácido Retinoico – Auxilia na despigmentação através da esfoliação.


Aumenta a síntese de colágeno, porém suas formulações se oxidam
facilmente. Seu uso é proibido em formulações cosméticas industriais e
não pode ser usado em lactentes e gestantes. Concentrações usuais: 0,01
a 0,05% ou 1 a 5% pH: 4,5 a 6,5.

74
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

»» Alfa-hidroxiácidos – atuam como esfoliantes devido aos processos


químicos que incentivam um aumento da renovação da epiderme lhe
conferindo uma uniformizando a pigmentação da pele.

»» Dermawhite® – é uma mistura de ácido ferúlico (inibidor da


tirosinase), ácido glucônico, ácido cítrico e extrato das folhas de Walteria
indica, rica em flavonoides e ácido fenólico. Tem a função de reduzir a
pigmentação pela inibição das enzimas específicas do metabolismo da
melanina, quelante dos íons cobre e leve esfoliação pelo ácido cítrico. É
menos eficiente do que à hidroquinona porém com a vantagem de ter boa
tolerância cutânea mesmo em usos prolongados. Concentração de uso:
2-5%.

»» Vegewhite – ativo natural que consiste em uma associação sinérgica de


uva ursi, mendronheiro, alcaçuz e ácido kójico.

»» Melaslow – é o extrato de tangerina japonesa padronizado com 0,3% de


tiramina, um inibidor da melanogênese.

»» Melawhite® – inibidor da tirosinase minimiza a formação de melanina,


sardas e manchas senis. Pode ser usado na gestação. Concentração: 2-5%.

»» Laktokine fluid® – Citoquinas do leite. Tem ação revitalizante,


que minimiza o estresse celular. Tem atuação na regulação das vias
melanocitárias por meio do estímulo negativo na produção da melanina
e tem ação também anti-inflamatória. Concentração de uso: 2-5%.

Quadro 11 . Resumo dos ativos despigmentantes, suas concentrações de uso, phs recomendados.

CONCENTRAÇÃO
ATIVO COSMÉTICO DESCRIÇÃO pH MECANISMO DE AÇÃO
DE USO
AA2G® Ácido ascórbico 2- glucosídeo 1-2% 5-7 Redutor
Ácido ascórbico Ácido ascórbico 1-15% 3- 3,5 Redutor
Ácido azelaíco Ácido azeláico 15-20% <4 Inibidor da tirosinase
Ácido fítico Ácido fitíco 2-5% Inibidor não competitivo da tirosinase
Inibição não competitiva da tirosinase
Ácido kójico Ácido kójico 1-5% 3-5
e redutor
Ácido salicílico Ácido salicílico Max. 2% 3-3,5 Esfoliante
Alfa-hidroxiácidos Ácido glicólico, láctico, cítrico, mandélico, málico Max. 10% 3,5 a 4 Esfoliante
Inibe a atividade da tirosinase e
Algowhite ® Extrato aquoso de Ascophyllum nodosum 1-10% 2-9 da proliferação dos melanócitos,
apresenta ação antioxidante.
Antipollon HT® Silicato sintético de alumínio 1-5% 4-8 Absorção da melanina
Arbutin Hidroquinona – D- glucopiranosídeo 1-3% 5-8 Inibição competitiva da tirosinase
Asafoetida extract Extrato de férula assafoetida 2% 3,5- 5,5 Inibidor da tirosinase

75
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

CONCENTRAÇÃO
ATIVO COSMÉTICO DESCRIÇÃO pH MECANISMO DE AÇÃO
DE USO
Ascorbosilane® Pectinato de ascorbil metilsilanol 3-4% 4-6,5 Redutor
Extrato de Saxisfraga sarmentosa, vitis vinifera,
Biowhite® 1-4% 5-6 Inibidor da tirosinase e esfoliante
Morus bombycis root, scutellaria baicalensis root
Ácido ferúlico, ácido glucônico, ácido cítrico, e
Dermawhite NF
extrato de Waltheria (rico em flavonoides, taninos 0,5 -2% 5,5-5,5 Inibidor da tirosinase e esfoliante
LS9410 ®
e ácido fenólico)
Inibidor da tirosinase, anti-
Extrato de licorice® Extrato de raiz de Glycyrrhiza 0,5 – 2% 5,0-5,5
inflamatório e antioxidante
Hidroquinona Hidroquinona 1-10% <5,5 Inibição competitiva da tirosinase
Estabilização da tirosinase em sua
Lumiskin® Diacetil boldina (DAB) em triglicérides 4% 6
forma inativa
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

76
CAPÍTULO 4
Cosméticos para acne

Relembrando o que é acne


Acne é uma inflamação do folículo pilossebáceo de maneira multifatorial. O
desenvolvimento e a comercialização de produtos para essa patologia recebem o título
de coadjuvantes, auxiliares ou preventivos.

Fisiopatologia

»» Hiperplasia da glândula sebácea devido aos fatores hormonais.

»» Hiperqueratinização do folículo pilossebáceo.

»» Proliferação do propionibacterium acnes.

»» Respostas imunes.

Fatores exógenos e endógenos que podem agravar


a afecção da acne

»» Obstrução mecânica.

»» Exposição ocupacional.

»» Medicamentos.

»» Cosméticos comedogênicos e emolientes oclusivos.

»» Estresse.

»» Causas endócrinas.

»» Alimentação.

»» Menstruação.

77
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

Estratégias para o tratamento de acne

»» Oleosidade excessiva: controlar a oleosidade excessiva com


adstringentes diminuindo essa secreção. Não podem ser utilizados
agentes agressivos para não intensificar o processo inflamatório e causar
o efeito rebote. Essa estratégia tem como objetivo tratar a principal causa
da acne e contribuir para que ocorra a redução gradativa do tamanho dos
poros.

»» Hiperqueratose folicular: utilizar de substância que favorecem uma


uniformidade da capa córnea, desobstruindo os folículos obstruídos
como os esfoliantes. Podem ser utilizados os ácidos lipossolúveis devido
à afinidade com a pele oleosa e folículo obstruído. O uso de esfoliantes
físicos pode ser indicado com cautela a fim de controlar o processo
inflamatório diminuindo a incidência de efeito rebote da acne.

»» Crescimento de P. acnes E S. epidermis: a higiene com produtos


específicos retarda o crescimento bacteriano. Com auxílio dos tônicos
mais simples também contribuem para controlar o crescimento dessas
bactérias. Somente a redução do pH sobre a pele cria meio inóspito
para proliferação bacteriana. No processo inflamatório, o uso dessas
substâncias anti-iflamatórias do tipo corticoide free, além de diminuir
o eritema e a dor do paciente, pode diminuir a oleosidade excessiva da
pele.

Ativos para tratamento da acne

»» Acnebiol® – composto de ácido salicílico, acetilmetionato de zinco,


salicilato de dimetilsilanodiol, extrato de aloe vera, extrato de lúpulo,
extrato de pepino, extrato de limão, elastina, colágeno hidrolisado.
Simultaneamente controla a oleosidade excessiva, a hiperqueratiniazação
da pele oleosa e inibe também o processo inflamatório. Concentração
usual: 4 – 8%.

»» Anti-Oil Spheres® – microesferas de sílica, de alta capacidade de


absorção de óleo, aproximadamente três vezes o seu peso. São responsáveis
pela textura acetinada das formulações e melhora do deslizamento
do produto sobre a pele, diminuindo a sensação de pegajosidade.
Concentrações usuais: 1 – 2%. pH: 5 a 7%.

78
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

»» Azeloglicina® – Derivado do ácido azeláico; a associação com o


aminoácido glicina diminuiu a alergenicidade e também potencializou
as propriedades anti-acnes desse ativo. Confere ação despigmentante,
normalizadora da secreção sebácea, esfoliante, antibacteriana e anti-
inflamatória. Concentração usual: 3 – 10%. pH de estabilidade: 5 a 11,
portanto não é aconselhado sua associação com os AHAs e com o Kójico.

»» Betapur® – Ativo que estimula a produção de peptídeos antibacterianos


que são naturalmente secretados na pele. É conhecido como
Defensinas, sendo que a principal é a β-Defensina. Sua estimulação é
baseada na estimulação microbiana. Concentração usual: 1 – 2%. pH:
predominantemente neutro.

»» Cutipure® – Inibidor da enzima 5-lipoxigenase, o que confere uma


ação sebonormalizadora, também possui efeito anti-inflamatório
e antimicrobiano. Em estudos que foram realizados com o uso de
CUTIPURE após uma semana:

›› reduziram 17,5% os comedões;

›› 24% as pústulas.

»» Concentrações de uso: 3 – 5%. pH: 4,5 a 6,5.

»» Epicutin TT® – Ciclodextrinas de óleo de melaleuca. Ativo praticamente


inodoro, antimicrobiano, anti-inflamatório e absorvedor da oleosidade
da pele. Após a liberação do óleo de melaleuca, as ciclodextrinas ficam
livres para encapsular outras moléculas hidrofóbicas em seu interior
reduzindo a quantidade de sebo da pele. Concentrações usuais: 5 – 10%.
pH: 4,5 a 5,5.

»» Glycosan salicílico® – encapsulado molecular de ácido salicílico


que estimula a liberação progressiva e maior biodisponibilidade para
o efeito queratolítico e anti-acnes, que são inerentes ao ácido salicílico,
minimizando o potencial sensibilizante sobre a pele. Concentrações
usuais: 1 – 5%. pH: 5,5.

»» Zincidone® – Pidolato de zinco. Tem atividade antisseborreico que


reduza excreção das glândulas sebáceas pela inibição de 5-alfa-redutase,
enzima que catalisa as transformações dos esteroides. Seu efeito é
bactericida, bacteriostático e fungicida. Concentrações usuais: 1 a 10%.
pH: 5,5.

79
CAPÍTULO 5
Área dos olhos

O envelhecimento cutâneo pode ser intrínseco ou extrínseco. O intrínseco ocorre


lentamente e nas áreas protegidas do sol. O fotoenvelhecimento sobrepõe o
envelhecimento intrínseco, as alterações são perceptíveis nas áreas expostas ao sol, no
caso a face e o pescoço. Mais de 85% das rugas se dão devido à exposição solar. Já
no envelhecimento cutâneo, ocorre a diminuição dos queratinócitos, o afinamento da
pele e os lipídios intercelulares, como as ceramidas e ácidos graxos têm seus níveis
reduzidos. O número de melanócitos também sofre diminuição. Entretanto, nas áreas
expostas, eles tornam-se mais ativos.

Na derme ocorre a diminuição dos fibroblastos e também a da glucosamina e do ácido


hialurônico. O colágeno fica menos solúvel e compacto. A microcirculação também é
afetada e as paredes dos vasos tornam-se menos resistentes.

As pálpebras têm função biológica de proteção do globo ocular. Porém elas sofrem
as agressões das irradiações ultravioletas e também a ação de radicais livres. Como
as pálpebras tem suas particularidades, as mesmas sofrem alterações próprias como
manchas, bolsas de gordura, edema e rugas.

As rugas são decorrentes da desidratação da ausência de glândulas sebáceas e pela


ação do músculo orbicular que tem atuação como uma cinta muscular comprimindo as
estruturas nos cantos externos dos olhos.

As manchas conhecidas como olheiras são divididas em dois tipos básicos:

»» Aquelas em que ocorre mudança de cor: principalmente nas


pálpebras inferiores, com envolvimento de pigmentos de hemossiderina
e melanina que são decorrentes da estase venosa do local.

Os principais fatores do aparecimento das olheiras e que podem


intensificar uma condição pré-existente:

›› componentes genéticos;

›› estresse físico e emocional;

›› poucas horas de sono;

›› exposição ao sol e radiação UV;

80
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

›› envelhecimento cronológico;

›› reações alérgicas e atópicas;

›› hipertensão arterial;

›› insuficiência renal;

›› excesso de álcool;

›› excesso de sal;

›› tabagismo;

›› má alimentação;

›› alterações hormonais (períodos menstruais, contraceptivos e reposição


hormonal);

›› afecções respiratórias.

»» As olheiras aparecem em peles flácidas ou com bolsas de


gordura: esse tipo de acontecimento é potencializado devido ao
aumento da idade, que junto da mesma, chega a flacidez. A etiologia do
acúmulo de gordura subcutânea e a consequente formação de bolsa ainda
permanecem sem esclarecimento. Sua retirada normalmente é cirúrgica.
Nesse procedimento apenas parte dela é retirada ou reposicionada para
melhora estética.

Ativos utilizados em formulações de produtos


utilizados para a estética dos olhos

»» Bioskinup® Contour – modula os processos inflamatórios responsáveis


pela produção das olheiras e edemas na região periorbital (in vitro).
Concentração usual: 2 a 5%.

»» Dermatan sulfato® – antiedematoso, regenerado, fibrinolítico


e vasodilatador. Trata as principais causas das olheiras. É um
glicosaminoglicano obtido por meio do tecido conectivo de porcos por um
processo seletivo que garante ausência de proteínas e outras moléculas
diminuindo dessa maneira o risco de processos alérgicos. Concentração
usual: 0,2 a 2%.

81
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

»» Nodema® – tetrapeptídeo de ação descongestionante e drenante,


eficiente para combater a bolsa na região periorbital, promovendo um
aumento da elasticidade e suavidade das rugas. Concentração usual: 3 a
10%.

Estrias
Considerada lesões atróficas da pele que se manifestam devido à redução de atividade
dos fibroblastos na produção da matriz extracelular de boa qualidade e por rupturas de
fibras já existentes.

O tratamento tem por objetivo eliminar o tecido fibroso trocando o por células novas
com o objetivo de reestabelecer a elasticidade e o aspecto saudável da pele.

O uso de esfoliantes, hidratantes, estimuladores de colágeno, ativos ajudam bastante


nessa afecção.

Sobre os ácidos utilizados nas estrias, o que apresentam melhores resultados são o
ácido glicólico e o retinoico.

Substâncias mais utilizadas no desenvolvimento de


hidratantes fisiológicos

»» Esqualeno.

»» Fosfolipídios.

»» Colesterol.

»» Ureia.

»» Lactatos.

»» Ceramidas.

»» Ácidos graxos (em especial o oleico, linolênico presentes em óleos


vegetais).

»» Triglicérides.

82
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

Associado aos hidratantes é possível empregar substâncias com ação redensificante


ou preenchedores “de dentro pata fora”, no intuito de aumentar a produção da matriz
extracelular, pois terão fundamental importância na cicatrização das estrias.

»» Aosaine® – elastina marinha de ação antielastase, aumenta a produção


proteica e acelera a regeneração celular. Concentração usual: 0,4 – 2%.

»» Hidroxyprolisilane CN® – é um silanol reagido com uma hidroxiprolina


de origem biotecnológica que tem por objetivo regeneraros tecidos e
melhora a cicatrização cutânea. Pode ser usado durante a gestação após o
terceiro mês de gravidez. Concentrações usuais: 0,4 – 6%.

83
CAPÍTULO 6
Fatores de crescimento

Fatores de Crescimento não são considerados hormônios.

Os Fatores de Crescimento disponíveis para aplicação tópica são produzidos por células
da pele e o seu destino é a pele.

São proteínas (citoquinas) que são produzidas por células do tecido responsáveis
pelo fenômeno conhecido por “Comunicação Celular”. Pelo envelhecimento e por
decorrência de algumas doenças, a produção de Fatores de Crescimento é diminuída e,
com ela, a fisiologia do tecido. Ocorre um sequenciamento de aminoácidos obtidos do
DNA humano é inoculado na bactéria E.coli, que, por processo fermentativo, produz os
Fatores de Crescimento.

Os Fatores de Crescimento e seus Peptídeos são responsáveis na pele por:

»» iniciar o processo de cicatrização gerando um tecido novo;

»» estimulando a produção de matriz extracelular promovendo o


preenchimento da epiderme, derme e hipoderme;

»» promovendo angiogênese no folículo capilar revitalizando e nutrindo o


couro cabeludo;

»» aumentando a população de folículos capilares.

A “suplementação” de Fatores de Crescimento na pele é de suma importância para


uma estratégia para diversos tipos de tratamento como a angiologia, endocrinologia,
geriatria, clínica Geral, cirurgia plástica, medicina estética e odontologia.

Figura 18. Fator de crescimento pode ser utilizado associado com o microagulhamento.

Fonte disponível em: <http://dermatosaude.com.br/microagulhamento/>. Acesso em: 13 março 2019.

84
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

Quadro 12.Fatores de Crescimento e Peptídeos Disponíveis.

FATORES DE CRESCIMENTO PEPTÍDEOS


aFGF: Fator de Crescimento Fibroblástico Ácido Copper Peptídeo®
bFGF: Fator de Crescimento Fibroblástico Básico IDP-2 Peptídeo®
EGF: Fator de Crescimento Epidermal TGP-2 Peptídeo®
IGF: Fator de Crescimento Insulínico
TGFâ3: Fator de Crescimento Transformador
VEGF: Fator de Crescimento Vascular
Fonte disponível em: <http://www.pharmaspecial.com.br/media/produtos/95_lit_fatores_de_crescimento_e_peptideos_
bioidenticos_-_terapia_combinada_com_protocolos.pdf>. Acesso em: 13 março 2019.

Fatores de Crescimento e Peptídeos para


cicatrização da pele
Os Fatores de Crescimento e Peptídeos derivados são mais indicados para cicatrização
da pele, além de seguros e eficazes.

Fatores de Crescimento e Peptídeos para tratamento e prevenção do envelhecimento


cutâneo (anti-aging).

Cientificamente já foi relatado que a carência de Fatores de Crescimento na pele


acelera o processo de envelhecimento, principalmente no envelhecimento intrínseco.
O que ocorre é que as células passam a produzir uma quantidade menor de Fatores
de Crescimento, prejudicando a comunicação entre as células e subsequente o seu
funcionamento do tecido de maneira geral. A seleção dos Fatores de Crescimento e
Peptídeos relacionados para o tratamento e prevenção do envelhecimento cutâneo
segue o mesmo raciocínio quando se pretende cicatrizar um ferimento.

Fitzpatrick teve uma ótima experiência a utilizar os Fatores de Crescimento no


fotoenvelhecimento na cura de ferimentos.

TGP2 Peptídeo para o tratamento de HIPERCROMIAS


TGP2

»» Peptídeo é um oligopeptídeo derivado do Fator de Crescimento


Transformador (TGF) no qual a sequência de aminoácidos é capaz
de promover o clareamento de manchas decorrentes de melanina.
(FITZPATRICK; MEHTA, 2007)

»» TGP2 Peptídeo é especialmente indicado para o clareamento de manchas


decorrentes de processo inflamatório principalmente em pele oriental

85
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

e em pele negra de maneira segura ao contrário dos despigmentantes


convencionais.

A ação do TGP2 Peptídeo envolve todas as etapas da melanogênese (antes, durante e


após a síntese de melanina) com um mecanismo inovador: reduz a liberação do fator de
transcrição de tirosinase (MITF).

O Fator de Transcrição de Tirosinase (MITF) é liberado dentro do melanócito em


decorrência da ligação do α-MSH produzido pelos queratinócitos após exposição a
raios UV. Ele age diminuindo a formação do MITF e consequentemente não há ativação
da enzima tirosinase.

TGP-2 Peptídeo para inibição do crescimento de


pelos

TGP2 Peptídeo é importante atividade no ciclo de crescimento capilar:

»» aumenta a quantidade de pelos na fase catágena (fase em que o pelo


apresenta-se com bulbo atrofiado);

»» reduz o número de bulbos capilares;

»» reduz o crescimento de pelos.

»» TGP2 Peptídeo é um despigmentante com ação anti-inflamatória. Reduz


a liberação de citoquinas pró-inflamatórias como TNF-á, IL-1â e iFN-ã. As
manchas decorrentes de processo inflamatório ® comuns em pacientes
com fototipo acima de III, são prevenidas e revertidas quando tratadas
com TGP2 Peptídeo. É indicado para o clareamento e redução de pelos
nas áreas de axilas, virilhas e barba – Ação 2 x 1.

Fatores de Crescimento e Peptídeos para o


tratamento de alopecia
Os Fatores de Crescimento e seus Peptídeos no tratamento da alopecia, principalmente
na androgenética. Diferentemente dos tratamentos convencionais para o crescimento
de pelos que se baseiam em nutrição e vasodilatação de capilares proporcionando:

»» Formação de novos folículos capilares com abundante deposição de


matriz extracelular: essencial para o crescimento e permanência do novo
fio de cabelo (raiz fortificada).

86
COSMETOLOGIA │ UNIDADE III

»» Angiogênese capilar: surgem novos capilares sanguíneos que envolvemos


novo folículo – essencial para ocorrer a nutrição e vitalidade dos cabelos.

»» Inibição da enzima 5-alfa redutase: responsável por aumentar os níveis


de DHT (dehidrotestosterona) hormônio que atrofia o folículo capilar e
causador da alopecia androgenética.

Fatores de crescimento para o crescimento de


cílios e sobrancelhas
Pela formação de novos folículos e um novo plexo vascular, os Fatores de Crescimento
têm ação comprovada no crescimento de cílios e sobrancelhas.

Tem sido demonstrado que Peptídeos de Cobre (Copper Peptídeo) age como fator de
crescimento na diferenciação celular, além de estimular a proliferação de fibroblastos
dérmicos e elevar a produção de fator de crescimento endotelial vascular. De acordo com
estudos foi avaliado o efeito do complexo Tripeptídeo de Cobre (Copper® Peptídeo) no
crescimento de cabelo em humanos, por meio de estudo em vivo e cultura de células da
papila dérmica.

Foi utilizado um protocolo pela Caregen para comprovar a eficácia dos Fatores de
Crescimento e seus Peptídeos no tratamento da alopecia consiste na utilização de uma
loção capilar contendo Copper ® Peptideo associado ao Fator de Crescimento Insulínico
(IGF), Fator de Crescimento Vascular (VEGF) e Fator de Crescimento Fibroblástico
Básico(bFGF). No início do tratamento é possível perceber a interrupção da queda
graças a ação anti 5 alfa redutase proporcionada pelo Copper Peptídeo. Após três meses
de uso ocorreu um aumento da população de fios de cabelo resultado das ações de
revitalização folicular, vasodilatação e nutrição dos novos fios e aumento da quantidade
de células endoteliais após adição do Fator de Crescimento Fibroblástico Ácido.

Maneira de usar os fatores de crescimento e


seus peptídeos
Existe uma dúvida muito comum sobre Fatores de Crescimento e seus Peptídeos é como
prescrevê-los. Se os mesmos devem ser associados ou não.

Mas é sabido que agem em sinergia quando associados. Abaixo tem uma tabela na qual
classifica quais fatores de crescimento e seus peptídeos estão mais relacionados para
alguns tratamentos.

87
UNIDADE III │ COSMETOLOGIA

Para um tratamento mais rápido e eficaz é ideal que se faça a opção por uma associação
de Fatores de Crescimento que esteja mais relacionada à cicatrização, aos cabelos ou
ao efeito anti-aging.Lembrando também que ao utilizar os Fatores de Crescimento em
uma associação estratégica, o porcentual de uso poderá variar de 0,5 a 1,5% de cada
Fator de Crescimento. Os veículos mais usados são: emulsões, gel creme, gel.

Quadro 13.Tabela para fornecer o custo da formulação para o paciente.

Fatores de Crescimento Cicatrização Cabelo/ pelo Anti-aging Despigmentante


+++
EGF +++ Não indicado ++
(efeito preenchedor)
++
IGF +++ ++ -
(efeito preenchedor)
+++
TGFβ3 +++ Não indicado -
(efeito preenchedor)
++
bFGF +++ ++ -
(efeito preenchedor)
+++
IDP-2 +++ Não indicado -
(efeito preenchedor)
Reduz o
TGP-2 - - +++
crescimento
COPPER PEPTÍDEO ++ +++ ++ -
aFGF - +++ - -
VEGF - +++ + -
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

88
PEELING QUÍMICO UNIDADE IV
E FÍSICO

CAPÍTULO 1
Peelings

Peeling químico consiste na aplicação sobre a pele de um agente que destrói e esfolia as
camadas superficiais da pele.

O tratamento compreende o controle dessa esfoliação pela regeneração da pele por


meio da derme papilar e de seus apêndices.

Apesar das condutas relacionadas com a rotina de um peeling, podem ocorrer


complicações que estão relacionadas com o agente esfoliante, local aplicado e a
profundidade cutânea atingida.

Os agentes indutores da descamação da pele podem ser:

»» Mecânicos: podem ser lixas, cremes com efeitos abrasivos, aparelhos


de microdermoabrasão por fluxo de cristais ou com as lixas de ponta de
diamante;

»» Químicos: uso de substância química isolada ou combinada no intuito


de se obter o agente mais adequado a cada caso para graus variados de
esfoliação.

Temos diferentes tipos de peelings químicos disponíveis, os mesmos se dividem em três


grupos. Essa divisão se dá devido a de acordo com a profundidade cutânea de sua ação:

»» Peeling superficial: atuando sobre estrato córneo e derme papilar (pode


ser realizado por fisioterapeutas, médicos, biomédicos e esteticistas
graduados);

»» Peeling médio: atuando sobre estrato córneo, derme papilar e parte


superior da derme reticular (realizado por médicos e biomédicos);

89
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

»» Peeling profundo: atuando sobre estrato córneo, derme papilar e


alcançando a parte média da derme reticular (só pode ser realizado por
médicos).

Os ácidos são todas as substâncias que possuem pH inferior ao da pele, fazendo a


transformação da mesma em ácida ou levemente ácida.

O pH da pele é levemente ácido, varia de 4,50 a 6 contribuindo de maneira decisiva


para a proteção da pele.

Fatores que influenciam na profundidade e na


consequente resposta dos peelings

Vários de fatores e variáveis devem ser observados, para se obter o máximo de sucesso
nas aplicações das afecções ou preventivamente.

»» Pré-peeling: higienização da pele 7 ou 15 dias antes da aplicação do


peeling, a intenção é reduzir o extrato córneo e induzir ao estímulo a ser
recebido de renovação celular.

»» Integridade da epiderme: como ocorreu a higienização.

»» Capacidade de dissolução e difusão do ativo esfoliante: a capacidade de


dissolução de um agente de peeling está relacionada com sua solubilidade
no meio intercelular. O meio intercelular é aquoso facilitando a penetração
de um agente lipofílico.

»» Peso molecular: o tamanho da molécula do princípio esfoliante irá


interferir na sua penetração.

»» pH e concentração do ativo: indicarão o poder cáustico do produto.

»» Número de camadas aplicado.

»» Duração do contato com a pele.

»» Fototipo da pele do paciente.

»» Localização anatômica da esfoliação.

90
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Concentração

É a porcentagem de ácido que é empregada na solução do produto acabado que


determina a potência do produto. Quanto maior a concentração, maior a potência, por
consequência, maior a descamação e também maior probabilidade de reações adversas.

Quanto menor a concentração é considerada a menor potência, o que fica subentendido


por menor descamação e menor probabilidade de se ter reações adversas. O importante
é saber que para aumentar ou diminuir a potência da concentração é preciso observar
a interferência do pH adotado na formulação.

Peso Molecular

É o tamanho da cadeia carbônica do ácido e determina sua velocidade de penetração


na pele. Quanto menor o peso molecular o ácido penetra mais rapidamente e quanto
maior o peso molecular essa penetração ocorre mais lentamente na pele.

Peso molecular dos ácidos:

»» Ácido Glicólico - Peso Molecular: 76,50.

»» Ácido Pirúvico - Peso Molecular: 88,06.

»» Ácido Láctico - Peso Molecular: 90,08.

»» Ácido Málico - Peso Molecular: 134,09.

»» Ácido Salicílico - Peso Molecular: 138,12.

»» Ácido Kójico - Peso Molecular: 142,11.

»» Ácido Tartárico - Peso Molecular: 150,08.

»» Ácido Mandélico - Peso Molecular: 152,15.

»» Ácido Ascórbico - Peso Molecular: 176,13.

»» Ácido Cítrico - Peso Molecular: 192,13.

91
CAPÍTULO 2
Os ácidos

Nesse capítulo iremos conhecer mais opções de substâncias atuantes como ácidos.

Alfa-hidroxiácidos (AHAs)
Pertencem ao grupo de ácidos orgânicos de cadeia não muito ampla que tem em comum
o grupo Hidróxido em posição ALFA ou posição 2 e não são fotossensíveis podendo ser
aplicados durante todo o ano.

É um umectante esfoliante, constitui uma classe de compostos que são específicos e


únicos sobre o estrato córneo, para toda a epiderme, derme papilar e folículo pilocebáceo.
Resultam na inflamação do tecido ocorrendo a substituição das novas células. Ácidos
desse grupo são:

»» Ácido láctico: encontrado no leite azedo.

»» Ácido cítrico: presente nas frutas cítricas.

»» Ácido tartárico: encontrado nas uvas.

»» Ácido málico ou mandélico: proveniente da fruta maçã.

Os AHAs facilitam a descamação ou esfoliação resultando no aumento da síntese e


do metabolismo do DNA basal que diminui a espessura do estrato córneo devido a
um desprendimento dos corneócitos nas camadas inferiores e em formação do estrato
córneo, imediatamente acima do estrato granuloso. Não há efeitos sobre as células de
outras camadas.

Concentrações altas e baixas, em soluções, loções, cremes e géis constituem uma


nova opção terapêutica para uma variedade de condições cutâneas que estão tendo
sucesso com o uso de ácido glicólico. Essas afecções são: acne, sequelas de acne, xerose,
queratose seborreica ictiose, verrugas vulgares, melasma, manchas hipercrômicas,
cloasma manchas senis, pele envelhecida, rugas superficiais e médias, flacidez de pele,
estrias, e fases isoladas de algumas lesões de psoríase.

92
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Ácido Glicólico
O glicólico é o que possui a menor molécula devido à sua configuração.

Ação:

»» diminuir a coesão entre os corneócitos interferindo nas ligações iônicas


destruindo a proteína chamada filigrina que une os corneócitos;

»» camada córnea – ação superficial;

»» camada papilar (derme) – ação vasodilatação;

»» tem ação comprovada na síntese de glicosaminoglicana, estimula a


síntese de colágeno.

A concentração total disponível de ácido glicólico em um produto tópico, em determinado


pH, é obtido pela multiplicação da disponibilidade pela concentração de ácido glicólico
utilizada.

Quadro 14. Resumo ácido glicólico.

PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos.
»» Anti-inflamatório.
»» Antioxidante.
»» Promove afinamento do estrato córneo, promovendo a epidermólise.
»» Dispersa a melanina e o ácido hialurônico basal e epidermal.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano. »» Dermatite de contato.
»» Acne. »» Gravidez.
»» Rosácea. »» Pacientes com hipersensibilidade a glicolatos.
»» Pseudofolicullitis barbae. »» Fototipo acima de V.
»» Desordens de hiperpigmentação.
»» Ceratose actínica.
»» Rugas finas.
»» Lentigens.
»» Melasma.
»» Ceratoses seborreicas.

93
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO


8 a 10% 30 a 70%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70º ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido glicólico por 3-5 minutos, dependendo da concentração.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio ou água.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eritema muito leve. »» Sensação de queimação e eritema durante a aplicação.
»» Leve descamação. »» Não há uniformidade de aplicação.
»» Curto período de recuperação. »» Neutralização obrigatória.
»» Útil no fotoenvelhecimento. »» Pode ocorrer ulcerações necróticas se o tempo de aplicação for muito longo e/ou o pH
cutâneo for reduzido.
»» Não pode ser feito em Fototipo acima de V.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

Quadro 15. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Glicólico......................15% Ácido Glicólico.........................30 a 70%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml

Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
de algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze Neutralizar em seguida.
embebidos em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio..20% Modukine..............................................1%
Limão O.E.......................0,5% Filtro solar PPD 35.5 PPD 32.1 qsp....60g
Água destilada qsp......50ml

Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Quadro 16. Indicações perante a afecção.

Tipo de lesão Fórmula indicada


Fotoenvelhecimento Creme 8%-15% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas finas Creme 8%-10% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas médias Creme 10%-15% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Rugas profundas Creme 15%-30% de Ácido Glicólico + loção 20% de vitamina C
Acne ativa Gel com Ácido Glicólico 10% com Clor. de benzalk
Acne (sequelas) Gel com Ácido Glicólico 15%-18%
Manchas hipercrômicas Creme ou gel com 8%-10% de Ácido Glicólico, Ácido Fítico 4%
Estrias/Flacidez da pele Loção corporal com 20%- 30% de Ácido Glicólico+vitamina C
Melasma Creme ou gel com 8%-10% de Ácido Glicólico, Ácido Fítico 4%
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

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PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Ácido Mandélico
É derivado de um extrato de amêndoas amargas, tem a função antibactericida. Dispondo
indicação de preparar a pele para outros tratamentos, como o peeling e lasers. Atua na
supressão de pigmentação, tratamento de acne não inflamatória e rejuvenescimento de
pele.

O ácido mandélico tem a sua penetração lenta na pele, sendo segura sua aplicação,
dando um efeito uniforme na sua penetração, protegendo a pele de não ter riscos de
hiperpigmentação.

O pH ideal para esse ácido é de 2 a 3 em concentrações que variam de 20 a 50%.

Quadro 17. Resumo ácido mandélico.

PROPRIEDADES
»» Queratolítico
»» Baixo grau de descamação
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Acne »» Dermatite de contato
»» Rosácea »» Gravidez
»» Pseudofolicullitis barbae
»» Desordens de hiperpigmentação;
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Lentigens
»» Melasma
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 50%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 00-15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70º GL ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido mandélico por 3-5 minutos.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Pode-se repetir o procedimento se desejar efeitos pronunciados (lembrando que o peeling de ácido mandélico é um peeling superficial).
»» Pode ser utilizado em combinação ao TCA.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
»» Usar em intervalos de 10-20 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia comprovada no melasma. »» Aumenta a sensibilidade cutânea ao sol.
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV. »» Muitas aplicações são necessárias para se obtiver resultados no
melasma.
»» Eficaz na acne.
»» Ação eficaz no fotoenvelhecimento.
»» Apresenta descamação leve.
»» Aplicação extremamente segura.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

95
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Quadro 18. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido mandélico......................15% Ácido mandélico...................40%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebidos Neutralizar em seguida.
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio..20% Grevilline.........................................1%
Limão O.E.......................0,5% Lavanda O.E..............................0,5%
Água destilada qsp......50ml Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g

Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Ácido Lático
É um ácido que faz parte da composição do Fator de Hidratação Natural da pele, sendo
um importante fator de hidratação cutânea, descamação e despigmentação leve.

Quadro 19. Resumo ácido lático.

PROPRIEDADES
»» Hidratante.
»» Queratolítico.
»» Estimula a renovação celular.
»» Despigmentante.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano. Peles extremamente sensíveis. O uso na gravidez e lactação
»» Desordens de hiperpigmentação. é contraindicado pela falta de estudos científicos. Não aplicar
»» Ceratose actínica.
em verrugas do rosto ou áreas genitais. História de infecção
por herpes simples recorrente.
»» Rugas finas.
»» Lentigens.
»» Melasma.
»» Verrugas.
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 88%

96
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 00-15 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL ou clorexedina alcoólica por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido mandélico por 3-5 minutos.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Pode-se repetir o procedimento se desejar efeitos pronunciados.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
»» Usar em intervalos de 10-20 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia comprovada no melasma. »» Provoca ardência e queimação durante a aplicação.
»» Ação hidratante. »» Necessita de neutralização.
»» Curto período de recuperação. »» Intensa descamação e vermelhidão nos 2-3 dias subsequentes.
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

Quadro 20. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido lático......................15% Ácido lático...................20% a 88%
LESS...........................................20% Limão O.E................................0,1%
Limão O.E................................0,5% Água destilada qsp......................30g
Gel de Aristoflex 4% qsp.......100ml

Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 3-5 minutos.
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebida Neutralizar em seguida.
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
Bicarbonato de Sódio..20% Grevilline.........................................1%
Limão O.E.......................0,5% Lavanda O.E..............................0,5%
Água destilada qsp......50ml. Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g.

Usar para promover a neutralização e cessar a penetração do ácido. Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização
Aplicar com o auxílio de algodão ou wipe. doméstica do produto.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Ácido Pirúvico
É um alfa-cetoácido que apresenta propriedades ceratolíticas, antimicrobianas e
sebostáticastem a função de estimular a produção de colágeno novo e a formação de
fibras elásticas. Pelo seu baixo pKa e dimensão reduzida, o mesmo tem penetração
rápida e profundamente a pele, de maneira que é considerado um agente químico
potente para a realização de peelings.

97
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

É comprovada a sua eficácia nos tratamentos de muitos distúrbios dermatológicos.


Esses são: acne, formação de cicatrizes superficiais, o fotodano e alterações pigmentares.
Produz queimação intensa e o período pós-peeling é caracterizado por eritema,
descamação e até pela formação de crostas. Utilizado com concentrações de 50%, 60%
e 80% do ácido diluído em etanol, seu mecanismo de ação é a epidermólise que surge
em intervalo de 30 a 60 segundos, penetra na pele em um a dois minutos e não é tóxico.

Tem indicação para tratamento de envelhecimento extrínseco, acne e cicatrizes


superficiais devido a suas propriedades queratolíticas, antimicrobianas e
antisseborreicas, e também a estimulação da formação de novas fibras colágenas e
elásticas. Sua aplicação pode ser levemente úmida, com pouco atrito, após a pele ser
desengordurada com álcool. Quando se inicia o eritema seguido por frosting, (entre
dois e cinco minutos) deve ser retirado com água para maior conforto do paciente.

O eritema resultante do tratamento pode durar de 15 dias a 2 meses. Vale ressaltar


que com o passar do tempo o ácido pirúvico pode sofrer decomposição e formar gás
de dióxido de carbono e acetaldeído, nesse caso quando inalado o vapor, podem ser
cáusticos e irritantes para as vias aéreas superiores. Para que isso seja minimizado é
utilizado o uso de ventilador durante a aplicação. Observar sempre que é um produto
de penetração imprevisível, devendo ser usado com cautela. A penetração muito rápida
pode levar à formação de cicatrizes.

Quadro 21. Resumo ácido pirúvico.

PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos, fibras colágenas e glicoproteínas.
»» Atividade antimicrobiana.
»» Antioxidante.
»» Sua atividade está diretamente relacionada ao solvente utilizado na formulação, ao tempo de aplicação e ao número de aplicações.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano moderado História de infecção por Herpes simplex recorrente, gravidez e pacientes
»» Acne inflamatória que necessitam de exposição solar diária.
»» Pele oleosa
»» Verrugas
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Alterações texturais
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 40 a 60%

98
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 30-45 dias antes da aplicação do peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido pirúvico por 1-3 minutos utilizando pincel. Aplicar 2-3 camadas, até o eritema aparecer.
»» Recomenda-se aplicar uma área de cada vez e ir realizando a neutralização.
»» Utilizar um pequeno ventilador sobre o rosto do paciente para dispersar os gases.
»» Neutralizar com solução de bicarbonato de sódio, descartar o algodão, gaze ou wipe e realizar novamente a neutralização.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante com ativos anti-inflamatórios e cessar o uso de agentes retinoides ou alfa-hidroxiácidos por uma semana
após o peeling.
»» Aplicar aproximadamente 3-5 sessões, em intervalos de 4 semanas.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eritema muito leve. »» Intensa sensação de formigamento e queimação durante a aplicação.
»» Leve descamação. »» É necessária neutralização.
»» Curto período de recuperação. »» Os vapores liberados podem ser irritantes à mucosa e provocarem enjoos.
»» Pode ser utilizado em peles tipos III e IV.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

Quadro 22. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Salicílico...............................2% Ácido Pirúvico......................40%
Green tea extract........................10% Propilenoglicol......................5%
LESS.................................................20% Etanol qsp............................30ml
Essência de Chá verde…...........1%
Gel de Aristoflex 4% qsp.............100ml

Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de Aplicar sobre a face após a higienização. Deixar agir por 1-3 minutos.
algodão ou gaze. Remover o excesso com algodão ou gaze embebidos Neutralizar em seguida.
em água.
3. NEUTRALIZAÇÃO 4. PROTETOR
8 Grevilline.........................................1%
Lavanda O.E..............................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g

Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização


doméstica do produto.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Retinóides
O ácido retinóico ou tretinoína trata-se de moléculas hidrofóbicas e associam-se
rapidamente a proteínas celulares retinol-específicas. A ação dos retinóides em geral
é por sua ligação a receptores dentro das células epiteliais. Quando se ligam a esses
receptores, os retinóides estimulam a produção de Fatores de Crescimento Epidérmico

99
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

(EGF), reduzema produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Sua ação é inibir as
metaloproteinases que danificam a estrutura do colágeno, além de estimularem a
produção de elastina e reduzir a ação das colagenases. A melhora das alterações
cutâneas, potência e tempo dependem da concentração do retinóide e do tempo de uso.

O ácido retinoico tem o objetivo de ocasionar melhora da pele, diminui a queratose


actínica, proporciona uma dispersão mais uniforme dos grânulos de melanina,
promovendo a formação de novas fibras de colágeno na derme, o aumento do fluxo
sanguíneo e o aumento da permeabilidade da epiderme. No caso das rugas, o efeito
mais evidente é constatado em rugas finas e em linhas de expressão. Os retinóides têm
ação comedolítica, fator importante na patogênese da acne, podendo ser usados na
acne comedogênica e inflamatória.

A isotretinoína está indicada na acne vulgar, naquelas também de formas nódulo-cística


e recalcitrante que tendem a cicatriz.

A concentração domiciliar varia entre 0,025% a 0,1%, podendo ocasionar irritação


cutânea local, hiperemia e descamação, que é esperada. A concentração consultório varia
entre 3% e 5%. Uso quinzenal ou a critério. Manipula-se sob a forma gel ou emulsão, que
permite aplicação homogênea por toda a face. Podem-se adicionar pigmentos da cor da
pele, à base de óxido de ferro a fim de minimizar a coloração amarelada. (GUERRA et
al., 2013).

Quadro 23. Efeitos histológicos e clínicos do ácido retinoico.

Histologicamente Clinicamente
Afina o Ec. Textura da pele mais lisa emacia.
Espessa a epiderme. Estica apele.
Dispersa melanina por meio da epiderme. Melhora a hiperpigmentação salpicada.
Estimula a deposição dérmica do colágeno Aumenta o volume dérmico e estica apele.
Aumenta a deposição de glicosaminoglicanas Idem.
Neovascularização Tom rosado da pele.

Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

A tretinoína (vitamina A ácida ou ácido retinoico) é encontrada já industrializada nas


concentrações 0,01%, 0,025% e 0,05% na apresentação em gel, e em creme a 0,025%,
0,05% e a 0,1%. Pode ser formulada e utilizada com frequência a solução a 0,05% no
tratamento da acne no tronco. (GUERRA et al., 2013)

100
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Quadro 24. Resumo ácido retinoico.

PROPRIEDADES
»» O peeling desse ácido promove melhora clínica na textura e aparência da pele.
»» Reduz a espessura da camada córnea.
»» Aplicação uniforme e indolor.
»» Promove rápida reepitelização, melhorando o processo de cicatrização.
»» Possui vários estudos comprovando eficácia no tratamento da acne e pele fotoenvelhecida.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano leve a moderado. História recente de peelings químicos agressivos e ou cicatrizes, infeção herpética
»» Acne comedogênica e inflamatória. recidivante, gravidez suspeita ou em fase de desenvolvimento, hábitos de atividades no sol.
»» Pele oleosa.
»» Ceratose actínica.
»» Rugas finas.
»» Alterações texturais.
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
0,05 a 1% 4 a 8%
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling para reduzir a melanogênese e promover afinamento do estrato córneo (durante 10-15 dias antes da aplicação do
peeling).
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling por todo o rosto, evitando a área dos olhos e regiões nasolabiais.
»» O peeling deve ficar na face do paciente de 6-8 horas. Para remoção do produto basta o paciente lavar o rosto com água corrente e sabão.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante durante os dias seguintes e orientar ao paciente para não remover a pele que estará em constante
descamação, como também reduzir o uso de sabonetes no rosto.
»» Aplicar aproximadamente 3-5 sessões, em intervalos de 15 dias.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Eficácia em todos os tipos de pele. »» Intensa descamação após 2-3 dias.
»» Excelentes benefícios no fotoenvelhecimento. »» A pele fica ressecada e sensível.
»» Extremamente seguro. »» O produto necessita ficar por um longo período sobre a pele.
»» Não causa dor, ardência ou desconforto durante
a aplicação.
»» Eficaz no controle da acne e oleosidade.
»» Não necessita neutralizar.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

Quadro 25. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Glicólico..............3% Ácido Retinoico........................7%
Ácido .............................2% Lavanda O.E.........................0,2%
Ácido Salicílico..............1% Base corretiva AR qsp.............30g
Amisoft CS22.................10%
Laranja O.E....................0,7%
Etanol qsp......................100ml

Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com Aplicar sobre a face após a higienização.
auxílio de algodão ou gaze para complementar a limpeza e Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover
remover os últimos resíduos de óleo antes da aplicação. o produto com sabonete líquido.

101
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

3. PROTETOR
Grevilline.........................................1%
Lavanda O.E..............................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g

Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.


Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Beta-hidroxiácidos (BHTs) – Ácido Salicílico


É um agente beta-hidroxiácido, que tem como objetivo a remoção dos lipídios
intercelulares que são covalentes ligados ao envelope cornificado em torno das células
epiteliais cornificadas, que tem ação anti-inflamatória e antimicrobiana. Os peelings
por ácido salicílico são bem tolerados por todos os tipos de pele.

Sua ação queratoplástica em concentrações até 2%, e queratolíticas acima de 2%,


usado nas hiperqueratoses em concentrações até 10%, e em verrugas e calosidades
em concentrações até 20%. Tem ação bacteriostática e fungicida nas concentrações
de 1 a 5 %.

Quadro 26. Resumo ácido salicílico.

PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Ativa a epiderme basal.
»» Estimula a produção de fibroblastos.
»» Ação anti-inflamatória.
»» Antimicrobiano.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Fotodano moderado. Hipersensibilidade aos salicilatos, infecção viral aguda e gravidez. A
»» Sardas. terapia por isotretinoína deverá ser suspensa seis meses antes da
»» Hiperpigmentação pós-inflamatória.
aplicação.
»» Melasma.
»» Lesões inflamatórias (acne).
»» Rosácea.
»» Lentigens.
»» Ceratoses pigmentadas.
»» Rugosidade cutânea.
»» Dano actínico das mãos.
»» Pós-tratamento ao TCA.
CONCENTRAÇÃO RESIDENCIAL CONCENTRAÇÃO CONSULTÓRIO
1 a 10% 20 a 30%

102
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling. Os retinoides devem ser suspensos por uma semana antes do
tratamento.
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar o peeling de ácido salicílico utilizando esponja, gaze ou cotonetes (áreas periorbitais). Aproximadamente 2-3 camadas são
necessárias. Deixar agir por 3-5 minutos.
»» Não necessita de neutralização. Após a aplicação ocorre a produção visível de um precipitado branco sobre a pele do paciente, que não
pode ser confundido com o frost.
»» Retirar o produto da pele do paciente utilizando água ou soro fisiológico.
»» Aplicar o agente fotoprotetor hidratante com ativos anti-inflamatórios e não utilizar sabonetes no rosto até 48h após o procedimento.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Pode ser utilizado em todos fototipos. »» Profundidade de penetração muito limitada.
»» Excelente em pacientes com acne. »» Baixa eficácia em pacientes com fotoenvelhecimento.
»» A uniformidade de aplicação é facilmente
visível pela formação dos cristais
precipitados sobre a pele.
»» Após vários minutos o peeling exerce efeito
anestésico, aumentando a tolerância.
Fonte: CUNHA, 2009.

Quadro 27. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Glicólico..............3% Ácido Salicílico......................40%
Ácido .............................2% Etanol qsp.............................30ml
Ácido Salicílico..............1%
Amisoft CS22.................10%
Laranja O.E....................0,7%
Etanol qsp......................100ml
Aplicar sobre a face após a higienização.
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover o produto
algodão ou gaze para complementar a limpeza e remover os últimos com sabonete líquido.
resíduos de óleo antes da aplicação.
3. PROTETOR
Grevilline.........................................1%
Lavanda O.E..............................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g

Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.


Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Peeling de Jessner
Uma mistura de alfa e beta-hidroxiácidos com o resorcinol, é um peeling superficial.
Essa solução deve ser fresca e armazenada em frasco de vidro castanho, evitando-se a

103
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

exposição solar e sempre com a tampa bem fechada. Se o composto não estiver límpido
e transparente, poderá causar manchas na pele e nas unhas.

Sua composição é de resorcina 14%, ácido salicílico 14%, ácido láctico 14% diluído
em etanol. Ocorre uma esfoliação uniforme, muito útil na hiperpigmentação senil,
aumentando o metabolismo epidérmico e removendo queranócitos sobrepostos. Sua
penetração é considerada limitada.

Quadro 28. Resumo solução Jessner.

PROPRIEDADES
»» Queratolítico.
»» Estimula a proliferação de fibroblastos.
»» Reduz oleosidade cutânea.
»» Aumenta a penetração de outros agentes cosméticos.
»» Excelente perfil de segurança, podendo ser utilizado em todos os fototipos de pele.
»» Utilizado em combinação com outros agentes de peelings e aumenta a penetração do TCA.
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
»» Acne Inflamação ativa, dermatites ou infecções na área a ser tratada e pacientes com deficiências na
cicatrização. A terapia por isotretinoína deverá ser suspensa seis meses antes da aplicação.
»» Desordens de hiperpigmentação
»» Ceratose actínica
»» Rugas finas
»» Lentigens
»» Melasma
ESQUEMA TRATAMENTO
»» Tratamento pré-peeling durante 10-15 dias antes da aplicação do peeling.
»» Higienização com álcool 30-70ºGL por toda a face por 20 segundos, para reduzir a oleosidade.
»» Aplicar a Solução de Jessner, começando pelas bochechas, seguindo pelas áreas mediais laterais, seguindo de testa e queixo.
»» Não necessita neutralização. Após a aplicação ocorre a produção visível de um precipitado branco sobre a pele do paciente, que não pode ser
confundido com o frost.
»» A profundidade do peeling é dependente da quantidade de camadas que o produto é aplicado e da quantidade de frost que é formada durante a
aplicação.
»» Aplicar o agente fotoprotetor com ativos anti-inflamatórios.
VANTAGENS DESVANTAGENS
»» Excelente perfil de segurança. »» Estudos demonstram toxicidade e alterações da tiroide pelo resorcinol.
»» Pode ser utilizado em todos os fototipos de pele. »» Instável quando exposto ao ar e luz.
»» Eficácia substancial com tempo mínimo de »» Ocorre maior esfoliação em alguns pacientes.
recuperação.
»» Aumenta a penetração do ATA.
Fonte: BARQUET et al, 2006.

104
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Quadro 29. Esquema de tratamento.

1.HIGIENIZAÇÃO 2. PEELING
Ácido Glicólico..............3% Ácido Salicílico......................40%
Ácido .............................2% Etanol qsp.............................30ml
Ácido Salicílico..............1%
Amisoft CS22.................10%
Laranja O.E....................0,7%
Etanol qsp......................100ml
Aplicar sobre a face após a higienização.
Aplicar na face do paciente, esfregando sobre a pele com auxílio de Deixar agir por 6-8 horas. Orientar o paciente para remover o produto
algodão ou gaze para complementar a limpeza e remover os últimos com sabonete líquido.
resíduos de óleo antes da aplicação.
3. PROTETOR
Grevilline.........................................1%
Lavanda O.E..............................0,5%
Filtro Solar FPS 30 100% físico qsp....60g

Aplicar após a neutralização do peeling e recomendar a utilização doméstica do produto.


Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Fórmula Jessner tradicional


»» Ácido salicílico 14%.
»» Ácido lático 14%.
»» Resorcinol 14% (resorcina).

Fórmula Jessner modificada


»» Ácido salicílico 17%.
»» Ácido lático 17%.
»» Ácido cítrico 8%.

Contraindicação para o peeling de Jessner


»» Gravidez.
»» Amamentação.
»» Infecção ativa.
»» Ser um escoriador obsessivo.
»» Alergia ao resorcinol.

105
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Uma das complicações desse procedimento é o salicilismo, (náuseas, vômito, tonteira,


produzidos pelo ácido salicílico) que pode ser evitado ou diminuído por meio de uma
rápida hidratação com líquidos via oral, razão pela qual se solicita ao paciente que ingira
em média oito copos de água no primeiro dia.

Polihidroxiácidos – Ácidos Gluconolactona


Os efeitos são comparáveis aos AHAs com a vantagem de não causarem irritação na
pele e possuírem ação hidratante e antioxidante.

O mais importante e conhecido integrante dessa nova geração de hidroxiácidos é a


gluconolactona (poli hidroxiácido g4), que se encontra naturalmente na nossa pele.
É um nutriente que participa da via metabólica do açúcar em nível celular. Outra
característica importante é que ela é antioxidante eficaz.

As formulações cosméticas e dermatológicas são realizadas para populações específicas:

»» pacientes de diversas etnias;

»» pacientes com acne rosácea;

»» pacientes com dermatite atópica;

»» pacientes com pele sensível;

»» pacientes com comprometimento da barreira epidérmica: hiperqueratose,


ictiose, psoríase, infecções fúngicas;

»» no caso de pacientes que fazem uso de tratamento tópico ou sistêmico


que ressecam a pele e em formulações para uso antes e após tratamento
com laser e microdermoabrasão, pode ser utilizados sob a forma de loção,
sabonete e tônico.

Formulações à base de gluconolactona em pele com rosácea e/ou dermatite atópica:

»» Creme de limpeza – 1 % gluconolactona.

»» Tônico álcool free com 1% gluconolactona.

»» Creme hidratante fps com 4% gluconolactona em pH 3.8.

Aplicar duas vezes ao dia.

Recomenda-se em concentrações de 1 a 10% para uso doméstico.

20 a 30% em uso consultório, uma vez por semana.

106
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Peeling enzimático
Enzimas são proteínas com atividade biocatalítica e proteases são enzimas que
hidrolisam proteínas, portanto as mais usadas em esfoliações cutâneas.

É uma esfoliação que se dá pela ação de proteases sobre a camada córnea da pele, que
é rica em queratina que as mesmas se degradam as proteínas ficando mais solúveis e
fazendo a remoção das camadas superficiais dos corneócitos.

Bromelina e papaína

É uma mistura das enzimas bromelina e papaína, que tem uma moderna abordagem
para esfoliação. A bromelina é capaz de quebrar proteínas indesejáveis, secretadas na
pele. Elas são transformadas em aminoácidos que são facilmente eliminados. A papaína
hidrolisa proteínas, pectinas e também açúcares e lipídios.

Possui propriedade esfoliante e dosagem usual: 2%. Tem sua melhor eficácia no pH 6,
e deve permanecer na pele por cerca de 20 min.

Bambu

Pó cristalino em forma de extrato seco, rico em sílica (77%) e sais minerais. Elimina as
células mortas e regenera a pele. Utilizado na concentração de 5% em gel creme, para
esfregaço.

Pumpkin Enzyme®

Pumpkin Enzyme® é o extrato fermentado da abóbora, Cucurbita pepo, com ação


esfoliante e amaciante da pele.

Indicação: peeling enzimático muito superficial, causando a esfoliação do estrato


córneo, que estimula a renovação celular, tratamento da acne grau II, devido a esfoliação
do estrato córneo, sem ferimentos, tratamentos anti-aging para a redução de pequenas
linhas de expressão e clareamento suave da pele.

107
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Peeling Enzimático com Pumpkin Enzyme® ou


Renew Zyme

Pré-peeling – Limpeza Enzimática

»» Renew Zyme____________________5%;

»» Espuma peles sensíveis qsp_______100 ml;

»» Aplicar e massagear por 2 minutos. Enxaguar.

Peeling com Pumpkin Enzyme

»» Pumpkin Enzyme______30% a 50%;

»» Gel qsp___________________50g;

»» Aplicar na face, deixar por 20 a 30 minutos e retirar.

Peeling em espuma com Renew Zyme®

»» Renew Zyme®____________________30%;

»» Espuma__________ qsp __________100 ml.

Pós-peeling

Regeneração com Fatores de Crescimento

»» aFGF _____________ 1,5%;

»» TGF-B3 ____________ 1,5%;

»» Lactoquine__________3,0%;

»» Fucogel_____________2,0%;

»» Gel creme ___________ qsp;

»» Aplicar após o procedimento, antes do protetor solar.

108
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Protocolo de aplicação de peeling enzimático


Higienizar a pele, aplicar o produto, massagem por dois minutos e descanso de 4
minutos, pois a massagem ativa o produto. Depois retirar o produto e aplicar solução
neutralizante finalizando com uma loção calmante.

Peelings químicos mais utilizados em pré-


peeling ou home care
»» Hidroquinona – despigmentante mais tradicional, fotossensível e
contraindicado na gravidez. Concentração usual de 2 a 10%.

»» Ácido Kójico – produzido por fungos Aspergillus e Penicillium do


arroz, inibidor de tirosinase. Sua estabilidade química pode ser associada
a outros ativos sem perder sua característica. Mas tem mais incidência
de respostas alérgicas em relação a outros ácidos que são semelhantes.
Utilizado na concentração de 1%, uso diário.

Ácido Fítico

Inibe a tirosinase, 0,5 a 2%. Despigmentante, hidratante e suavizante de rugas finas,


possuem um mecanismo semelhante ao da Vitamina C. Concentração usual é de 0,5
a 2%.

Vitamina C

A vitamina C apresenta importantes efeitos fisiológicos na pele, dentre os quais podem


ser citados: os que vão desde o crescimento, maturação das células, reparo e proteção
contra agentes nocivos à inibição da melanogênese, resultando no clareamento de
manchas na pele; a promoção da síntese de colágeno atuando como um cofator nas
reações de hidroxilação de prolina e lisina, que são importantes aminoácidos promotores
da formação da conformação de tripla-hélice das fibras de colágeno do tecido conjuntivo;
tem também como função da propriedade antioxidante desse composto, destacando a
prevenção da formação de radicais livres que prejudicam a pele no envelhecimento
cutâneo, devido as agressões solares, por meio dos raios.

O “ascorbil palmitate” é indicado para:

»» peles envelhecidas;

109
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

»» desidratadas;

»» manchas senis;

»» flacidez de pele;

»» como coadjuvante residencial, nos peelings de ácido glicólico quinzenais.

Repeeling

Geralmente indicado após os peelings superficiais e de média profundidade. Uma nova


aplicação do produto e deve ser realizada de acordo com o tempo de cicatrização da pele
de cada indivíduo, minimizando as chances de complicações e uma descamação mais
profunda.

Quadro 30. Repeeling.

Tipo de Peeling Frequência


Muito superficiais Até uma vez por semana.
Superficiais A cada duas a seis semanas, dependendo da quantidade de necrose epidérmica secundária.
Um peeling epidérmico de espessura total não deve ser repetido durante um período menor
do que seis semanas, enquanto que um de espessura epidérmica parcial pode ser repetido
em duas a três semanas.
De média profundidade A cada seis meses.
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Preparo da pele – Pré-peeling

É de grande importância se preparar a pele antes do peeling químico umas duas


semanas anteriores.

Os objetivos são:
»» reduzir o tempo de cicatrização pelo aceleramento do processo de
reepitelização;
»» permitir a penetração mais homogênea do produto devido ao prévio
afinamento do estrato córneo;
»» reduzir o risco de hipercromia de rebote ao se usar ativos despigmentantes
prévios;
»» testar a sensibilidade do paciente ao produto que se quer utilizar, apesar
de ele não ser fidedigno, pois a dermatite de contato pode aparecer pelo
contato crônico ao produto.

110
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Aplicação

A aplicação se faz conforme o objetivo a alcançar. Hoje, a Anvisa proibiu o uso dos
pincéis, assim só podemos aplicar com cotonete (áreas pequenas), gaze (peles mais
grossas) ou com dedo protegido com luva.

Interromper o efeito do ácido assim que for visível a vermelhidão da face. Pode-se
aplicar um agente neutralizante específico ou com base de bicarbonato de sódio (1 a
10%), ou lavar com água corrente em abundância.

Realização do Peeling

a. Suspender o uso de qualquer ácido residencial três dias antes da aplicação


no consultório.
b. Verificar se existem sinais de lesões pré-herpéticas.
c. Retirar a maquiagem.
d. Lavar o rosto com escova facial e sabonete de ácido glicólico a 10%.
e. Proteger as áreas de maior sensibilidade com neutralizador ou vaselina.
f. Aplicar o ácido na região a ser tratada, iniciando pelas áreas menos
sensíveis do paciente.
g. Acompanhar a penetração do ácido pelo eritema que ele irá proporcionar.
Não se prender a tempo didático. Cada paciente é único.
h. Observação: o aparecimento de FROST (pontos brancos) significa que
houve uma penetração inadequada do produto.
I. Retire o produto somente com água corrente em abundância, sem
esfregar o local.
II. Caso a pele fique muito sensível, realize compressas com soro fisiológico
gelado ou chá de camomila gelado. Nunca aplique máscara calmante.
III. Orientação quanto aos produtos que devem ser de uso residencial.
IV. Por três dias não aplicar nenhum cosmético de revitalização, (de uso
residencial), somente um leve hidratante (Sensicalmine 3,0%) e filtro
solar.
V. Após esse período reiniciar o produto que contenha o ácido residencial.
VI. Alertar o paciente que poderá haver uma leve descamação.
VII. Aplicar o filtro solar e liberar o paciente (entre os itens 10 e 13, esse
tempo é necessário para observar o eritema residual que irá ocorrer).

111
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Pós-peeling imediato

É prudente no pós-peeling em dois ou três dias utilizar hidratantes específicos ao tipo


de pele, filtro solar adequado com UVA e UVB em proporções adequadas e com muita
responsabilidade. Não se deve utilizar nenhum outro produto que contenha ácido e
nenhum instrumento de esfoliação mecânica. Lavar e secar a face com delicadeza sem
esfregar, não forçar a remoção das crostas.

Se durante a aplicação ocorrer a formação de FROST, congelamento, mancha branca,


pode significar uma lesão da junção dermoepidérmica com consequente formação
de crostas de dois a três dias. As crostas quando eliminadas podem deixar uma lesão
inflamatória residual que deve ser tratada para que não deixe cicatrizes. Se houver uma
hipercromia no local, deve-se tratar com despigmentantes residenciais. Recomenda-se
o uso de pomada ou creme de hidrocortisona a 1 ou 2% por somente três a quatro dias.
Também é recomendado, e com muito sucesso, pomada de própolis a 10%, diariamente,
sobre o local já no primeiro dia pós-peeling.

Após três dias inicia-se o tratamento domiciliar de acordo com o tratamento proposto
como: clareamento, acne e rejuvenescimento. O ácido deve ser aplicado somente à noite
em concentrações compatíveis com o uso domiciliar.

Quadro 31. Ácidos mais usados.

Ácido Ação
Glicólico Despigmentante, hidratante e queratolítico
Retinóico Queratolítico e esfoliante
Mandélico Renovador celular e clareador
Glicirrízico Anti-inflamatório e antialérgico
Hialurônico Hidratante, regenerador, restaurador dos tecidos
Salicílico Queratolítico e antifúngico
***Hidroquinona Despigmentante
Azeláico Antiacneico e despigmentante
Kójico Despigmentante e anti-irritativo
TCA – Tricloroacético Cáustico e vesicante
Alfa lipoico Antioxidante
Benzoico Fungistático e antisséptico
Fítico Despigmentante

*** não é um ácido, contudo é destaque na categoria.


Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

112
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Quadro 32. Como escolher o melhor ácido X distúrbios.

»» Ácido salicílico 10%


»» Ácido retinoico 5%
Acne grau i
»» Ácido glicólico 50%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
Acne inflamatória »» Ácido glicólico 50%
»» Ácido mandélico 30%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
Acne severa nódulo cística
»» Ácido mandélico 30%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
Fotoenvelhecimento »» Ácido mandélico 30%
»» Gluconolactona 20%
»» Peeling combinados
»» Ácido salicílico 10%
»» Ácido retinoico 5%
»» Ácido glicólico 50%
Manchas hipercrômicas »» Resorcina 10%
»» Ácido mandélico 30%
»» Gluconolactona 20%
»» Peeling combinados
Fonte: Taís Amadio Menegat, 2015.

Complicações do peeling químico

Algumas complicações relacionadas com o peeling pode ser evitadas se analisarmos


bem e fizermos uma boa avaliação. Devemos atentar a:

»» História de má cicatrização de lesões e formação de queloide.

»» História de hiperpigmentação pós-inflamatória.

»» Pacientes que não querem ou não podem deixar de expor-se ao sol.

»» Pacientes que não obedecem às instruções.

»» História de pele extremamente sensível que fica irritada com facilidade.

»» Pacientes portadores do vírus HIV.

113
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

»» Indivíduos com pele Tipo IV-VI (FITZPATRICK). OBSERVAR O ÁCIDO


A SER USADO. Pois pode manchar a pele.

»» Pacientes em uso de isotretinoína ou que fizeram o seu uso em intervalo


menor que um ano.

»» Pacientes com doenças cardíaca, hepática ou renal severas.

Quando os procedimentos forem realizados, por meio do preparo pré-peeling, e seguidas


orientar a pessoas sobre as recomendações pós-peeling, as complicações poderão ser
minimizadas. Principalmente se for usada com efetividade a foto proteção.

Eritema

Quando a pele for exposta a algum ativo que incentive a microcirculação dos capilares
superficiais que podem ocorrer em alguns pontos ou em toda a da pele exposta ao
princípio ativo. Deve-se evitar máscaras calmantes, pois as mesmas impedem o efeito
desejado do produto aplicando somente compressas frias de soro fisiológico ou água.

Edema

Se for consequência do eritema intenso quando necessário aplicar Dexametasona creme


a 0,01%.

Frost

A pele fica esbranquiçada, em relevo, por isso deve-se informar ao paciente que essa
crosta sairá por si só e que não deve ser removida, pois poderá ocorrer hiperpigmentação.

Hiperpigmentação pós peeling

Somente surgirá se a pele for exposta ao sol nas primeiras semanas. Aparece uma
mancha epidérmica, porém contornável com despigmentantes de uso contínuo, seguido
de um novo peeling. Embora possa ocorrer após qualquer tipo de peeling, observa-se
que o tipo de pele é fator determinante. Pessoas com pele clara (FITZPATRICK I-III)
apresentaram menos complicações. Pessoas com pele Tipo V (FITZPATRICK), com
descendência oriental, latina ou indiana desenvolvem mais alterações pigmentares
difusas, após peeling, com quaisquer agentes esfoliantes, que outros tipos de pele.
Pessoas com pele Tipo IV (FITZPATRICK) podem ser submetidas a peelings desde que

114
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

sejam observadas as linhas de demarcação entre a região esfoliada e não submetida a


esse procedimento, por exemplo, face e região cervical.

Pacientes com pele Tipo VI (FITZPATRICK) podem ser submetidas a peelings por
agentes não fenólicos e desenvolver hiperpigmentação por 18 a 24 meses após essa
técnica. Outro fator determinante dessa complicação seria se a pele foi preparada para
esse procedimento. É preconizado o uso de ácido retinóico e Hidroquinona duas a três
semanas antes do peeling.

Hiperpigmentação pós-inflamatória

É uma condição em que uma resposta inflamatória da pele leva ao desenvolvimento de


hiperpigmentação associada aos pacientes de pele escura.

Cicatriz

É uma complicação que altera a estética, sendo muito constrangedor ecatastrófica.


Pode ser decorrente após o ácido tricloroacético (TCA) a 50%, que é mais cáustico que o
fenol. Os locais mais acometidos são os lábios, mento, malar, região perioral e a mímica
facial.

Pacientes de pele escura e história familiar prévia de cicatriz hipertrófica são outros
fatores predisponentes, a cicatriz ocorre até três meses pós-peeling.

O dorso das mãos, antebraços, braços e região cervical são também mais acometidos
pela cicatriz, por isso indica o uso de peelings superficiais. Uso precedente de
isotretinoina, peelings e dermoabrasões prévias são fatores de risco. O intervalo entre
esses procedimentos e o peeling deve ser de seis meses; já com a isotretinoina o intervalo
é indicado de ano em ano.

Peelings reticulares são muito mais propensos a ocorrência de fibrose que os papilares,
mas ocorre secundárias a outros tipos de complicação. Uma descamação intradérmica
nunca deixa cicatriz.

Hipopigmentação

A hipopigmentação se dá normalmente devido à má preparação da pele, porém quando


isso acontece é possível reverter com um novo peeling. O que ocorre é uma estase
temporária ou permanente na produção de melanina. O clareamento é transitório, pois
a formação de melanina é contínua à medida que o nível da descamação se aprofunda a
hipopigmentação aumenta.

115
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Infecção

As infecções associadas aos peelings são infrequentes, mas pode ocorrer quando ocorre
o aumento da profundidade do mesmo. Isso ocorre porque as descamações que formam
crostas são mais propensas à colonização de bactérias. Estudiosos falam que se ocorrer
uma higiene eficaz no pós-peeling (por exemplo, água corrente, PV PI, clorexedine), as
infecções serão raras.

Vários micro-organismos podem causar infecções associadas aos peelings:

»» Patógenos bacterianos incomuns: Espécies de Stafilococos e Streptococos.

»» Patógenos bacterianos incomuns: Espécies de Pseudomonas e


Enterobacter.

»» Herpes simples.

»» Cândida sp.

Todas as manifestações por infecções precoces por qualquer microrganismo, deve


ser investigada e realizada o exame da região, para que assim facilite a indicação do
tratamento para sanar a problemática.

Milia

A milia surge como parte do processo de cicatrização. Os cuidados pós-peeling profundo


podem ocasioná-la devido à oclusão das unidades pilo sebáceas com unguentos.

Eritemas persistentes

São aqueles que persistem por um ou dois dias pós peeling. Se necessário, aplicar
máscaras com Dexametasona 0,01 %, compressas geladas, que promovam a
vasoconstrição. Pode-se complementar o tratamento com vitamina K1 à noite.

No caso de peelings mais profundos usualmente desaparecem entre 30 e 90 dias


após o peeling, dependendo do agente esfoliante, usualmente após 30 dias no peeling
superficial (médico), 60 dias após o peeling médio e 90 dias após o peeling de fenol.

O tempo de duração vai depender de cada paciente, especialmente se estão em uso de


tretinoína. O uso de isotretinoína prévio, fatores genéticos e o uso de bebidas alcoólicas
podem interferir nessa complicação. É uma terapêutica bem delicada.

116
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Áreas de eritema que persistirem por três semanas após um peeling devem ser vistas
como precursores definitivos de fibrose e precisam ser tratadas de maneira enérgica.
Elas ficam com coloração vermelho-escuras ou vermelho-purpúreas.

Atrofia

Pode ocorrer após múltiplos peelings, mas não é vista após peelings superficiais ou
médios múltiplos do ácido tricloroacético.

Alterações da textura da pele

Pode ocorrer o no peeling, possivelmente será temporário. Isso ocorre devido à remoção
do estrato córneo.

Acne

O estímulo do ácido pode desencadear o surgimento de novas erupções, porém é


relativamente normal, e com o passar das sessões esse efeito irá diminuir. Podem-se
associar agentes bactericidas ou secativos.

Sensibilidade ao frio

Pode ocorrer com certa frequência em relação ao uso do ácido retionoico e após peeling
médio de laser com ou sem o ácido tricloroacético. Fica visível edema ou apresentar
urticárias em locais próximos ou em média distância da área esfoliada, por curtos
períodos de tempo. O paciente pode relatar ardência no local, prurido e sensibilidade
extrema que podem se relatadas associadas à sensação de queimação ou cefaleia. Esses
sinais e sintomas podem persistir por algumas horas pós-peeling. A realização de testes
(Cryopatch) não é garantida, devido à raridade dessa complicação.

Contraindicações

Absolutas:

»» com cicatrizes recentes;

»» no período pós-operatório imediato de peelings profundos;

»» em lesões ativas de herpes zoster;

»» nos processos carcinogênicos;

»» em qualquer alteração orgânica significativa.

117
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Relativas:

»» em peles altamente sensíveis;

»» na presença de eritema proveniente de uso agressivo do ácido retinoico


em altas concentrações;

»» em esfoliante do tipo resorcina;

»» no ácido salicílico e outros;

»» em eritema solar;

»» na depilação com uso de cera quente;

»» no uso de medicações irritantes nas 48h que antecedem o peeling.

A melhor forma de minimizar complicações relacionadas com o peeling seria não


realizar ou realizar com muita cautela nos seguintes pacientes de risco:

»» histórico de má cicatrização de lesões e formação de queloides;

»» histórico de hiperpigmentação pós-inflamatória;

»» pacientes que não querem ou não podem deixar de expor-se ao sol;

»» pacientes que não obedecem às instruções;

»» histórico de pele extremamente sensível que se irrita com facilidade até


mesmo com uso de cosméticos;

»» pacientes portadores de HIV sem controle mensal;

»» pacientes com grandes recidivas de herpes simples;

»» fototipos IV a V.

»» pacientes que usam ou usaram isotretinoína em um intervalo menor que


um ano e meio;

»» pacientes com doenças cardíacas, renais ou hepáticas severas;

»» pacientes com patologias oncológicas.

118
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Formulações magistrais para peeling

Ácido glicólico

Principal veículo: solução aquosa, gel.

Indicação: peeling.

Modo de usar: em consultório.

Intervalo das sessões: semanal ou quinzenal.

Concentrações:

»» 30% - pH 1,8;

»» 50% - pH 1,8;

»» 70% - pH 1,8.

Estes pHs seriam os ideais, mas devem variar conforme a tecnologia da farmácia em
estabilizar o produto.

Observar a alteração de coloração e ardor.

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido glicólico 40% + resorcina 10% + ácido


salicílico10%

Excelente para peles oleosas e acneicas.

Principal veículo: gel.

Modo de usar: em consultório.

Intervalo das sessões: quinzenal.

pH o mais baixo que se consiga estabilizar: (1,8 pH).

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido mandélico de 20 a 50 %

pH 2,0 A 3,0

119
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Principal veículo: gel e solução gelificante.

Intervalo das sessões: semanal ou quinzenal.

Retirar quando perceber hiperimia ou ardor do paciente. Lavar com água abundante
(máximo 5 min)

Ácido glicólico 20% + ácido kójico 10%

pH o mais próximo de 1,8.

Indicado para peles com manchas hipercrômicas.

Aplicação em consultório: quinzenal.

Remover quando o paciente referir ardor e se observar leve eritema (máximo 5 min).

Ácido kójico: ácido orgânico obtido pela fermentação do arroz. Excelente clareador e
renovador celular.

Pasta de ácido glicólico 18%

Ph 3,0.

Uso em consultório para remover a oleosidade e o extrato córneo, efeito queratolítico,


condiciona a pele para as extrações.

Principal veículo: creme.

Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar a hiperemia ou ardor do
paciente, retirar e neutralizar com água abundante.

Sessões: pode variar de duas a seis. Com intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido glicólico 30% + ácido láctico 15%

pH 3.5.

Gel fluido.

Uso em consultório para remover o estrato córneo e aumentar a hidratação.

Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar a hiperemia ou ardor
do paciente, retirar e neutralizar com água abundante. Com intervalos semanais ou
quinzenais.

120
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Ácido glicólico 30% + ácido málico 4% + ácido láctico


15%

pH 3,5

Gel fluido.

Ácido málico: ácido orgânico obtido por meio da biotecnologia, presente em alguns
frutos como a maçã verde e a pera. Hidratante, regenerador da epiderme, esfoliante
e antienvelhecimento. Aplicar por quatro a sete minutos, porém deve-se observar a
hiperemia ou ardor do paciente, retirar e neutralizar com água abundante. Com
intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido mandélico 20% + ácido salicílico 10%

pH 2,5

Gel fluído.

Aplicar por um a dois minutos, porém deve-se observar a hiperemia ou ardor do paciente,
retirar e neutralizar com água abundante. Com intervalos semanais ou quinzenais.

Ácido láctico: ácido orgânico incolor e xaroposo, que exerce importante função
metabólica. Obtido pela fermentação da lactose tem excelente propriedade hidratante.

Ácido mandélico 20% a 50%

pH 2,5.

Principal veículo: gel.

Aplicar sob a forma de máscara em consultório.

Frequência: semanal ou quinzenal.

Deixar agir por três a cinco minutos, ou conforme hiperemia ou ardor do paciente.
Remover com água abundante.

Indicação: pele fotoenvelhecida, hiperpigmentada, acneica.

Peeling enzimático

BROMELINA 2: quebra proteína.

PAPAÍNA 2%: hidrolisa proteínas, pectinas, açucares e lipídios.


121
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Propriedades esfoliantes.

Procedimento semanal.

Deixe agir por aproximadamente dez minutos.

Observar hiperemia e ardência.

Esfregar como gomagem.

Se o veículo for gomagem deixar agir por 20 min.

Gel ou gel creme gomagem Qsp 50 g.

Solução de Jessner

É preferível manipular sob a forma gel fluido apesar de a forma consagrada ser a líquida.

Resorcina. 14%.

Ácido salicílico. 14%.

Ácido lático (85%) 14%.

Álcool 95% QSP 100 ml ou a critério.

Ácido retinóico

Ácido Retinóico 1% A 5 % a critério. GEL QSP 30 ml ou a critério.

Aplicações quinzenais ou semanais (dependendo da espessura da pele) até quatro


horas de exposição. Indicações: acne, seborreia, manchas solares, rugas finas, linhas de
expressão e estrias.

Ácido salicílico

Ácido salicílico de 2% até 10%% para uso em consultório.

Álcool 95% Qsp 30 ml ou a critério.

Indicações: acne comediana, seborreia da pele.

Aplicações semanais até sete minutos e lavar em água corrente.

Antes da aplicação a pele deverá ser desengordurada com solução alcoólica.

122
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

Após o peeling deverão ser realizadas compressas frias de soro fisiológico para acalmar
a ardência da pele.

Ação queratoplástica até 2% e acima de 2% ação queratolítica.

Usado em hiperqueratoses em concentrações até 10%.

Polihidroxiácido G4 / PAHAs gluconolactona

Home care:

»» Gel de limpeza e tônico com 1% de gluconolactona;

»» Hidratante diurno com 4% de gluconolactona;

»» Creme noturno com 8% de gluconolactona.

Em uso consultório: 20 a 30% em gel fluido uma vez na semana, aplicar durante 20
a 30 min, ou conforme a sensibilidade do paciente, lavar com água abundante.

Pós-peeling: spray hidratante e anti-inflamatório

Hidroviton.................................................10%;

Renovhyal.................................................1%;

Grevelline..................................................2%;

Gel de Aristoflex 0,6% qsp.......................120ml.

Borrifar sobre a face quatro vezes ao dia.

123
CAPÍTULO 3
Peeling físico

Os peeling físicos podem ser utilizados no rosto ou corpo. Eles têm o objetivo de provocar
uma esfoliação da pele. Temos dois peelings muito usados para tratamentos que são o
peeling de cristal no qual são usados cristais de hidróxido de alumínio e o peeling de
diamante que se tem por meio de uma caneta uma ponta de lixa diamantada fazendo a
dermobrasão, retirando as células mortas e estimular o colágeno.

Microdermoabrasão
Os peelings de cristal e de diamante são muito utilizados com o objetivo de renovação
celular, afinamento da pele, clareamento das camadas da epiderme, foliculite, atenuação
e prevenção de estrias. Suas utilizações abrangem:

»» Pré-cirurgia plástica: afina o tecido epitelial, aumenta a qualidade da


elasticidade e da hidratação do tecido pelo estímulo da síntese proteica.

»» Pré-tratamento de revitalização: diminuía impedância da pele,


estimulando aporte sanguíneo, afinamento dos corneócitos, que permite
a passagem e a penetração de determinados ativos indicados, melhorando
uma das principais funções da pele que é a absorção/permeação.

»» Rugas finas: conhecida nos EUA como efeito “lunch peel (peeling da
hora do almoço)”, devido ao tempo utilizado, cerca de 30 minutos, tem
o objetivo de promover o afinamento do tecido epitelial, melhorando a
neovascularização com aumento considerado da colagenese.

»» Peles lipídicas: diminui o calibre dos óstios, controlando o processo de


exacerbação sebácea e possível manifestação acneiforme.

»» Discromias: difusas, circunscritas e fotoenvelhecimento, promovendo


o clareamento epitelial devido sua ação esfoliativa sobre a camada córnea
da epiderme. Exerce ação de hipopigmentação, induzindo à formação
melânica, atuando como agente de adsorção da melanina pré-formulada
na epiderme.

»» Sequelas de acne: renova a pele, pelo nivelamento do tecido e


incremento proteico na região acometida.

124
PEELING QUÍMICO E FÍSICO │ UNIDADE IV

»» Foliculite: diminui o excesso de queratinizadas da capa córnea da


epiderme e facilita a expulsão do filamento derivado do folículo piloso.

»» Hiperqueratose: descompactação das camadas superficiais da


epiderme com afinamento do tecido epitelial.

»» Estrias: promove uma lesão local induzida a uma regeneração do tecido


acometido pela estria, proporcionando um aumento na síntese proteica
pelo estímulo dos fibroblastos, permitindo uma neovascularização.

Microdermoabrasão com cristais


É uma técnica de esfoliamento não cirúrgico que consiste na projeção sobre a pele de
microcristais de hidróxido de alumínio quimicamente inertes permitindo a regulação
dos níveis de esfoliamento sob pressão assistida.

Passo a passo do peeling de cristal

»» É aplicado um gel de limpeza facial para retirar todas as impurezas e


maquiagem da pele.

»» Para retirar o excesso da oleosidade é passada uma loção adstringente


com algodão.

»» Com os olhos protegidos inicia-se a aplicação do peeling com movimentos


de vai e vem sobre o rosto. O grau de pressão que é aplicado o aparelho
contra a pele pode ser superficial, médio ou profundo, dependendo do
tratamento que foi indicado.

»» Com o próprio aparelho são retirados os cristais que ficaram na pele.

»» Passa-se uma loção tônica para retirar o que sobrou do produto e para
finalizar o protetor solar que é aconselhável a todos os tipos de pele.

Microdermoabrasão com o peeling de


diamante
Método de “lixamento” da pele que utiliza ponteiras diamantadas conectadas à sucção,
que elimina a camada superficial da pele. Técnica realizada sem uso de anestésico, e de
recuperação rápida. Indicado no tratamento de pequenas rugas e sequelas de acne.

125
UNIDADE IV │ PEELING QUÍMICO E FÍSICO

Passo a passo do peeling de diamante

»» É aplicado um gel de limpeza facial para tirar todas as impurezas e a


maquiagem da pele.

»» Para retirar o excesso da oleosidade é passada uma loção adstringente


com algodão.

»» Escolhe-se qual ponteira será usada (depende do grau de profundidade


que vai ser aplicado na pele).

»» Movimenta-se a ponteira por todo o rosto provocando uma esfoliação e


sucção de células.

»» Passa-se uma loção tônica para retirar o que sobrou do produto e, para
finalizar, o protetor solar que é aconselhável a todos os tipos de pele.

»» Para finalizar o protetor solar que é aconselhável a todos os tipos de pele.

126
Para (Não) Finalizar

O conteúdo é muito extenso em relação ao seu entendimento e a prática que requer


na hora de atuar. Baseando-se nisso, é necessário não só o conhecimento teórico
que se obteve aqui, mas também é primordial que, depois dessa especialização, se
procure cursos práticos para fazer aprimoramentos com o objetivo de aperfeiçoarem
e atualizarem sobre as técnicas. O nosso conhecimento deve ser renovado e ampliado
constantemente, já que a pesquisa avança a cada dia na área da saúde e estética. Por
esse motivo, nunca pare de ler, estudar e reciclar. Quero que me tenham não só como
uma professora que lecionou um módulo, mas uma professora que possam contar afinal
estou aqui à disposição para trocarmos experiências nessa caminhada.

Quantos aos peelings que encontramos já no formato pronto, os mesmos garantem os


resultados com seu próprio protocolo, portanto devem ser seguidos à risca.

Desejo a todos muito sucesso e excelente estudo!

Prof. Érika Fuscaldi

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