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Fitoterapia Aplicada à Estética

Brasília-DF.
Elaboração

Juliana Lopez de Oliveira

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNODE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 5

UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA....................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
HISTORICIDADE DOS PADRÕES DE BELEZA................................................................................. 9

CAPÍTULO 2
SISTEMA TEGUMENTAR............................................................................................................. 13

UNIDADE II
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA........................................................................................................ 21

CAPÍTULO 1
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO................................................................................................... 21

CAPÍTULO 2
DISCROMIAS........................................................................................................................... 44

CAPÍTULO 3
ACNE VULGARIS...................................................................................................................... 54

CAPÍTULO 4
CABELOS................................................................................................................................ 60

CAPÍTULO 5
HIDROLIPODISTROFIA GINOIDE................................................................................................ 69

CAPÍTULO 6
FITOTERAPIA EM FLACIDEZ CUTÂNEA...................................................................................... 100

UNIDADE III
FITOCOSMÉTICOS.............................................................................................................................. 104

CAPÍTULO 1
FITODERMOCOSMÉTICOS .................................................................................................... 104

PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 115

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 116


Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao
profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução
científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

O mercado da estética é emergente e a demanda por profissionais especializados para


atuar nesse cenário também é crescente. Para alcançar um “ideal de beleza”, pessoas
procuram diferentes métodos para alcançar suas metas por meio de dietas, exercícios
físicos e cirurgias plásticas. Trabalhar com mecanismos que podem interferir na
autoestima e na satisfação da imagem corporal é um fenômeno complexo.

A busca por orientação nutricional, suplementação e fitoterapia para fins esportivos


e estéticos têm crescido de forma exponencial. Esse é um campo novo no cenário da
saúde.

O presente caderno de estudos foi desenvolvido com o objetivo de enriquecer seus


conhecimentos relativos à ação dos fitoquímicos e fitoterápicos no tratamento de
desordens estéticas e melhora do desempenho físico. Cada capítulo representa um
convite à reflexão de diferentes aspectos relacionados à fitoterapia, sendo de fundamental
importância lembrar que a busca e aprimoramento de conhecimento não termina ao
final da leitura destas páginas. Ao contrario, nosso objetivo é orientá-lo de uma forma
abrangente e despertar o espírito crítico associado ao interesse pelo aprofundamento
dos conhecimentos relativos às questões aqui apresentadas.

Objetivos
»» Apresentar os principais conceitos relativos à fitoterapia no tratamento
de desordens estéticas.

»» Abordar os principais aspectos fisiopatológicos relacionados a cada


desordem estética.

»» Analisar os mecanismos por meio dos quais os fitoquímicos atuam no


tratamento da desordem estética.

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INTRODUÇÃO À UNIDADE I
ESTÉTICA

CAPÍTULO 1
Historicidade dos padrões de beleza

O costume de ornamentar o corpo existe desde os tempos mais primórdios e os conceitos


de beleza se modificaram no decorrer da história.

Cada cultura “modela” ou “fabrica” à sua maneira um corpo humano. Cada


sociedade imprime, no corpo físico, determinadas transformações, mediante as
quais o cultural se inscreve e grava sobre o biológico; arranhando, perfurando,
queimando a pele. Inscrevem verdadeiras obras artísticas ou indicadores rituais
de posição social: mutilação do pavilhão auricular, corte ou distensão do lóbulo,
perfuração do septo, dos lábios, da face, alongamento do pescoço, apontamento
ou extração de dentes, atrofiamento dos membros, musculação, obesidade ou
magreza, bronzeamento, cortes de cabelo, penteados, pinturas, tatuagens, entre
outras práticas que tentam ser explicadas por razões sociais, de ordem ritual ou
estética [...].

Fonte: Castellan, C. Moda e Estética. In: PUJOL, AP. Nutrição aplicada à Estética, 2011.

A influência da moda nos padrões de beleza


O que é beleza? Muito é questionado sobre o que é beleza, pois os conceitos de beleza se
modificaram no decorrer da história.

Na Grécia antiga, o corpo era visto como elemento de glorificação e de interesse do


Estado, além de valorizado por sua capacidade atlética, sua saúde e sua fertilidade.
Porém, a partir da Idade Média toda e qualquer preocupação com o corpo era proibida,
e cobrir o corpo era obrigação religiosa, de fé e de temor. Tal pensamento só é alterado
durante o Período Renascentista.

9
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

Siebert (1995) e Rosário (2004) relatam que no Período Renascentista o trabalho


artesão e a realização terrena passam a ser valorizados, em conjunto com o pensamento
científico e o estudo do corpo. Nesse período a redescoberta do corpo, principalmente
no que diz respeito às artes, com o corpo nu aparecendo como destaque por escultores
e pintores, como Michelangelo, Da Vinci, entre outros.

No Renascimento se fez o uso de maquiagem e tinturas de cores mais claras no cabelo,


como na Itália, quando as mulheres ficavam ao sol para clarear algumas mechas.
Posteriormente a esse período, as mulheres eram exuberantes e mais gordinhas (como
as representadas pelo pintor Rubens).

A inovação nos trajes femininos vem de meados do século XVI, quando os decotes
começam a ser explorados. É o princípio da sedução, as mulheres da corte querem ser
atraentes, têm o compromisso elisabetano de deixar o colo exposto.

No século XVIII, a beleza estava nos exageros da vida na corte, o ideal feminino era
representado pela rainha Maria Antonieta. Durante o século XIX e nas primeiras
décadas do século XX, as mulheres sofriam com apertados espartilhos para ficar com a
cintura excessivamente fina.

Com o cataclismo da Segunda Guerra Mundial, a moda sofre transformações e as


silhuetas são obrigadas a ficar escondidas sob trajes de aspecto militar. No pós-guerra,
em 1947, surge o “new look” do grande estilista francês Christian Dior (1905-1957),
que enfatizava as formas com cinturas finas e bem marcadas, exigindo que as mulheres
partissem para regimes e cuidados até então esquecidos no período da guerra. Cintas
recomeçam a ser vendidas para evidenciar a cintura e seios exuberantes. Na década de
1920 e 1930 quem estipulava os ideais de beleza eram as artistas de Hollywood como
Marlene Dietrich, por exemplo.

Atualmente, os desfiles de moda e as celebridades do cinema e da televisão ditam o que


deve ser considerado belo e ideal. Por esse motivo, os distúrbios alimentares (como
a anorexia e a bulimia) são mais propensos a surgirem do que nas outras épocas da
história na qual esses conceitos estéticos não eram muito rígidos.

É importante ressaltar que para ser belo é preciso que exista um equilíbrio entre a
saúde e beleza, pois é indiscutível que a saúde do organismo reflete na pele, nos cabelos,
nas unhas etc.

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INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I

A influência da mídia nos padrões de beleza


O conflito entre o corpo real e o ideal, imposto e estimulado de forma exponencial pela
mídia, muitas vezes leva as mulheres a uma busca por dietas radicais e cirurgias plásticas
prejudiciais à saúde física e mental. Observa-se a multiplicação de casos de distorção da
imagem corporal, que resultam em distúrbios alimentares, como a anorexia e bulimia.
Segundo Fernandes (2005, p.13),

[...] o corpo está em alta! Alta cotação, alta produção, alto investimento...
alta frustração. Alvo do ideal de completude e perfeição, veiculado na
pós-modernidade, o corpo parece servir de forma privilegiada, por
intermédio da valorização da magreza, da boa forma e da saúde perfeita,
como estandarte de uma época marcada pela linearidade anestesiada
dos ideais [...]

A visão errônea da imagem corporal reflete a percepção do próprio corpo como maior
ou mais pesado que ele é na verdade, sobretudo após a comparação com modelos de
beleza impostos pela mídia. Nesse sentido, a imagem corporal é uma percepção que
integra os níveis físico, emocional e mental.

Segundo Cury (2005), não estar bonita pode levar à perda da autoestima e à insegurança.
Para Castilho (2001), as mulheres são mais propensas a ter uma imagem corporal
negativa que os homens, já que, em geral, são mais estimuladas pela sociedade a avaliar
seu valor pessoal como dependente de uma atração física.

De uma forma geral, os meios de comunicação são tendenciosos na sua grande maioria,
não divulgam as notícias com imparcialidade e geralmente se colocam a serviço da
classe dominante e do capital. Campos (2007) diz:

Ao mesmo tempo em que publicam uma notícia sobre o corpo visando


à saúde e ao bem-estar, publicam inúmeras promovendo a doença,
seja física ou psíquica. Promovem a doença física, com incentivo ao
fumo, ao álcool, a práticas e intervenções cirúrgicas visando à estética
e provavelmente servindo a grandes empresas que vendem produtos,
medicamentos, próteses, entre outros. O ser humano procura adquirir
tudo o que as propagandas colocam como objetos de satisfação pessoal,
os corpos se transformam em busca de satisfação que na grande maioria
das vezes deve gerar angustia, pois as propagandas estão servindo aos
interesses do sistema capitalista daquele momento [...]

A mulher é mais influenciada pela mídia, pois culturalmente a mensagem transmitida


para a maioria das mulheres é a de que tanto seus corpos como elas mesmas só terão

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

aprovação e aceitação se forem atraentes e em perfeitas condições de saúde, para assim


conquistarem um posto de poder e status.

O resultado disso é o crescente número de adolescentes insatisfeitas com o próprio


corpo, quando na verdade estão com peso aceito não só pela sociedade, mas dentro
da normalidade pelo índice de massa corporal (IMC) preconizado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS).

Assim, os indivíduos fazem quase tudo para manter o corpo dentro dos modelos
construídos e dominantes, abrindo espaço para uma indústria do corpo; a matéria
física precisa entrar, então, em uma linha de produção que inclui ginástica,
musculação, regimes alimentares, tratamentos estéticos, tratamentos de saúde,
consumo da moda e de bens. As indústrias da beleza, da saúde e do status
têm no corpo seu maior consumidor, e então à espera de homens e mulheres,
academias, estéticas, salões de beleza, spas, clínicas médicas, hospitais, estilistas,
costureiros, butiques, entre outros. O corpo está a serviço, portanto, da produção
que o domina, utilizando-se da ilusão de fazê-lo belo, saudável e forte.

Fonte: Castellan, C. Moda e Estética. In: PUJOL, AP. Nutrição aplicada à Estética, 2011.

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CAPÍTULO 2
Sistema tegumentar

A pele e seus órgãos acessórios, como pelos, unhas, glândulas e receptores


especializados, constituem o sistema tegumentar. A pele é um dos maiores órgãos
em área de superfície e peso. É composta pela epiderme, de epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado; e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, unindo-a
aos órgãos, há a hipoderme (ou fáscia subcutânea), de tecido conjuntivo frouxo e
adiposo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)

Em mamíferos, esse competente é a barreira que protege contra a exposição a estímulos


nocivos no meio ambiente e na circulação sistémica. Essas exposições podem ocorrer
por meio do contato direto com produtos químicos nocivos; ambientalmente por meio
da exposição a poluentes atmosféricos, terapeuticamente por meio da administração de
cremes tópicos, ou por meio de um número de exposições sistêmicas. (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2013)

Funções da pele
»» regulação da temperatura corporal;

»» proteção;

»» sensação;

»» excreção;

»» imunidade;

»» síntese de vitamina D3.

Camadas da pele
Estruturalmente a pele consiste de três partes principais:

1. Epiderme.

2. Derme.

3. Hipoderme.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

Figura 1. Camadas da pele.

Fonte: Adaptado de Schrader et al., 2012.

Epiderme

A epiderme é composta de epitélio escamoso estratificado queratinizado e contém


quatro tipos de células: queratinócitos, melanócitos, células de langerhans e merkel.

O queratinócito (kerato = córneo) é uma célula que sofre queratinização. No processo


de queratinização, as células formadas nas camadas basais são empurradas para a
superfície, acumulando queratina e, ao mesmo tempo, o citoplasma, núcleo e outras
organelas desaparecem e as células morrem. As células queratinizadas descamam e são
substituídas pelas células subjacentes que, por sua vez, se tornam queratinizadas. Esse
processo dura de 2 a 4 semanas.

Os queratinócitos são capazes, também, de produzir e secretar fatores de crescimento,


hormônios, mediadores da resposta inflamatória e da resposta imune, como: citocinas
e proteínas de baixo peso molecular capazes de participar de regulação da resposta
imunológica (Interleucinas IL-1, IL-6, IL-7, IL-8, IL-10, IL-12, Interferon, Fator de
Necrose Tumoral (TNF), Fator Crescimento de Fibroblastos).

Os melanócitos (melan = negro) produzem melanina, um dos pigmentos responsáveis


pela cor da pele, e absorve radiação ultravioleta.

As células de Langerhans atuam nas respostas imunológicas e são facilmente lesadas


pela radiação. Essas células são capazes de detectar antígenos, os captam e apresentam
aos linfócitos T locais. Já as células de merkel são responsáveis pela sensação do tato.

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INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I

Camadas da epiderme

As características da epideme variam de acordo com a região do corpo e os estímulos


de pressão e atrito sofridos na região. A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem
um atrito maior, possuem uma epiderme constituída por várias camadas celulares
e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Esse tipo de pele foi
denominado pele grossa (ou espessa). Não possui pêlos e glândulas sebáceas, mas as
glândulas sudoríparas são abundantes. A pele do restante do corpo tem uma epiderme
com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada e foi designada pele
fina (ou delgada). A epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da pele
fina, 0,07 a 0,12mm. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013)

A epiderme é constituída por quatro camadas: o estrato basal, o estrato espinhoso, o


estrato granuloso e o estrato córneo.

Figura 2. Camadas da epiderme.

Fonte: adaptado de Neill, 2015.

A camada basal (basale = base) contém células que são capazes de divisão celular
continuada e melanócitos. As células se multiplicam produzindo queratinócitos, que
são empurrados para a superfície e se tornam parte das camadas mais superficiais
(queratinização). O estrato basal também contém células de merkel, que são sensíveis
ao tato.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

Estrato espinhoso (spinosum = em forma de espinho) é uma camada da epiderme


que contém cerca de 10 fileiras (lâminas) de células poliédricas (de muitos lados) com
projeções semelhantes a espinhos. A melanina também é encontrada nessa camada.

Estrato granuloso (granulum = pequeno grão) é a terceira camada da epiderme e


consiste de cerca de cinco fileiras de células planas com grânulos de cor escura.

O estrato lúcido (lucidum = claro) está presente somente na pele espessa das palmas
das mãos e planta dos pés. Ela consiste de cerca de cinco fileiras de células mortas.

O estrato córneo (corneum = endurecido) consiste de cerca de 30 fileiras de células


planas mortas, essas fileiras são completamente preenchidas por queratina. Essa
camada evita a perda de H2O trans-epidérmica. O estrato córneo contém um fator de
hidratação natural (NMF) que é essencial para a hidratação adequada do estrato córneo,
a homeostase da barreira, descamação e plasticidade. Há uma redução significativa no
nível de NMF relacionada à idade.

A concentração de água nessas camadas depende do fator natural de hidratação (NMF


– natural moisturizer factor), que é formado, principalmente, por ácido carboxílico
da pirrolidona (pca), ácido urocânico, lactato, ureia, serina, glicina, arginina, ornitina,
citrulina, alanina, histidina e fenilalanina. (HARDING et al., 2003)

O NMF é indispensável para manter as propriedades mecânicas do estrato córneo,


pois tem uma ação lipofilmógena (HARDING et al., 2003). Além do NMF, a camada
lipoproteica epidérmica também é fundamental. A barreira lipídica é constituída,
principalmente, de ceramidas (40%), colesterol livre e composto (25%), ácidos graxos
livres (25% - ácido oléico e palmítico principalmente) e fosfolipídeos. (HARDING et al.,
2003; CASPERS et al., 2003)

Outro componente importante para a hidratação da pele são as aquaporinas (AQP).


Aquaporinas são proteínas da membrana que transportam água e, em alguns casos,
também pequenos solutos, como glicerol. As aquaporinas desempenham papel
fundamental na hidratação da pele. Na epiderme são expressas aquaporinas do
tipo 3 (AQP3), porém essas proteínas estão amplamente distribuídas nos tecidos.
(VERKMAN, 2005)

Estudos revelam que animais carentes de aquaporinas 3 apresentam menor hidratação


do estrato córneo e, isso pode ser explicado pela redução no transporte de glicerol para a
epiderme (VERKMAN, 2005). Outras pesquisas mostraram que o uso de hidratantes que
estimulam aquaporinas podem promover aumento da expressão gênica e protéica dessas
proteínas e de 2 vezes no índice de glicerol no extrato córneo. (SCHRADER et al., 2012)

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INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I

Derme

A derme (derma = pele) é composta de tecido conjuntivo contendo fibras colágenas e


elásticas. A combinação de fibras colágenas e elásticas dá à pele sua força, extensabilidade
(capacidade de extensão) e elasticidade (capacidade de retornar à forma original após
uma extensão).

As pequenas lacerações na pele devido à distenção extensa que permanecem visíveis


como linhas brancas são denominadas estrias (stria = faixa). A derme contém,
principalmente, fibroblastos, os macrófagos e os adipócitos. A matriz extracelular é
composta por mucopolissacarídeos, glicosaminoglicanas (ácido hialurônico, sulfato
heparina, condroitina).

Os glicosaminoglicanos atuam também na produção de colágeno pelos fibroblastos,


bem como no seu arranjo tridimensional. Além disso, os proteoglicanos são capazes de
incrementar o depósito de colágeno e reconstituir a matriz extracelular.

Glicosaminoglicanos são cadeias de polissacarídeos ligados a proteínas na forma de


proteoglicanos, os quais se associam ao colágeno, determinando a organização da
matriz. (GUIRRO; GUIRRO, 2005)

A elastina é uma proteína altamente hidrofóbica (c/ 750 aas), principal componente
das fibras elásticas. É rica em prolina e glicina, porém apresenta pouca hidroxiprolina
e hidroxilisina por não ser glicosilada. São secretadas para o espaço extracelular e se
agrupam em fibras elásticas próximas à membrana plasmática. Lembram uma rede de
3 camadas paralelas à epiderme e fornecem elasticidade.

O colágeno é o maior constituinte conectivo dos animais. Pertence à família das proteínas
fibrosas, produzidas por células do tecido conjuntivo, constituem de 25% a 30% do total
das proteínas de todo o corpo. Mais de 29 variedades de colágeno foram encontradas,
cada um com uma combinação particular. Na pele encontra-se, principalmente, o
colágeno tipo I (85%) e o tipo III (15%), cerca de 8% a 11% do total sintetizado por todo
o organismo.

Hipoderme

A hipoderme é a camada mais profunda da pele, apesar de ter limites muito pouco
definidos como a derme, e de ser composta por elementos comuns. A espessura da
hipoderme varia de pessoa para pessoa e também conforme as várias regiões do corpo,
já que essa camada é bastante espessa em várias áreas e praticamente inexistente em
outras, como por exemplo nas pálpebras.

17
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

Os principais componentes da hipoderme são os adipócitos, células especializadas na


síntese e na acumulação de gorduras. Esses adipócitos, que constituem a principal
reserva de energia do organismo, encontram-se agrupados em pequenos lóbulos
separados entre si por finos septos de tecido conjuntivo através dos quais circulam os
vasos sanguíneos e as fibras nervosas. (GUIRRO; GUIRRO, 2005)

Figura 3. Células constituintes da pele humana. A pele humana é composta de epitélio estratificado da epiderme

(1) e derme (2). A epiderme é composta principalmente de queratinócitos. Queratinócitos basais (3) sofrem

diferenciação terminal para formar o estrato espinhoso (4), estrato granuloso (5), e barreira do estrato córneo (6).

Estrato lúcido (7) é uma camada adicional presente sob o estrato córneo em áreas de pele grossa como as

palmas das mãos e planta dos pés. Melanócitos (8) e células de Langerhans (9) que apresentam antigenos são

também produtoras de pigmento presente na epiderme. A derme é uma camada rica em tecido conjuntivo e

é dividido em regiões papilar (10) e reticular (11). A derme contém muitos tipos de células incluindo fibroblastos

que sintetizam o colágeno e outras moléculas da matriz extracelular que proporcionam resistência mecânica
à pele. Adipócitos, macrófagos, mastócitos, células dendríticas, células T + CD4, células T + CD8 também

abundantemente presentes na derme para além de outras estruturas, incluindo unidade pilossebácea, glândulas

sudoríparas, nervos, natural killers e vasos linfáticos.

Fonte: Adaptado de Jatana e DeLuise, 2014.

18
INTRODUÇÃO À ESTÉTICA │ UNIDADE I

Tipos de pele
Características da pele alípica ou seca

»» déficit de água e lipídeos (muitas vezes desidratada);

»» sensação de estiramento e descamação;

»» desidratação do extrato córneo e alteração e coesão dos corneócitos que


afetam o metabolismo cutâneo normal;

»» pode resultar em envelhecimento.

Pele seca adquirida: RUV, exposição a situações climáticas e agentes químicos


(detergentes, solventes).

Pele seca constitucional: pele sensível, senil, com eritema, rosácea e sensibilidade
a agentes externos.

Características da pele lipídica ou oleosa:

»» comum em adolescentes e adultos jovens;

»» aparece na puberdade, apresenta-se com maior número de glândulas


sebáceas;

»» aparência brilhante, espessa, poros dilatados, coloração opaca, irrita


facilmente, aspereza;

»» os orifícios pilossebáceos estão aumentados e há tendência ao


tamponamento folicular (formação de comedões);

»» sebo composto por glicerídeos, ceras e esteróis.

Características da pele eutrófica:

»» Produz constantemente gordura e sebo, que constituem emulsão e suor.

Esta camada hidrolipídica recobre a camada córnea e auxilia na coesão, lubrificação e


proteção da pele.

19
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À ESTÉTICA

Fototipos de pele
Os fototipos de pele podem ser classificados de acordo com a escala Fitzpatrick. Foi
criada em 1976 pelo dermatologista e diretor do departamento de Dermatologia da
Escola de Medicina de Harvard, Thomas B. Fitzpatrick. De acordo com Fitzpatrick, os
fototipos de pele são classificados a partir da capacidade de cada pessoa em se bronzear
sob exposição solar e sua sensibilidade e tendência a ficar vermelhas sob os raios solares.

Tabela 1. Classificação dos fototipos de pele

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA DAS DA PELE


Fototipo I branca; sempre queima; nunca bronzeia
Fototipo II branca; frequentemente queima; bronzeia pouco
Fototipo III branca; queima suavemente: bronzeia normalmente
Fototipo IV branca; raramente queima; bronzeia mais que a média
Fototipo V morena; raramente queima; bronzeia intensamente
Fototipo VI negra; nunca queima; profundamente pigmentada

Fonte: Fitzpatrick, 1976.

20
FITOTERAPIA
APLICADA À UNIDADE II
ESTÉTICA

CAPÍTULO 1
Envelhecimento cutâneo

Envelhecimento intrínseco e extrínseco


A integridade da pele é de grande importância psicológica, social, além de fisiológica.
Esse tecido exerce importantes funções estéticas e sensoriais, influenciando de maneira
direta a relação do indivíduo com o meio ambiente e social que o cerca.

Existem dois processos independentes e simultâneos, distintos em aspectos clínicos,


e biológicos que afetam a pele e contribuem para a complexidade do envelhecimento
cutâneo: os formados pelos componentes intrínsecos, processos de envelhecimento
degenerativo determinado em termos genéticos (cronoenvelhecimento) e os
resultantes de fatores ambientais, em particular à exposição solar (fotoenvelhecimento,
envelhecimento extrínseco ou actínico).

Envelhecimento intrínseco ou cronossenescência

O envelhecimento intrínseco, verdadeiro ou cronológico é esperado, previsível,


inevitável e progressivo, e as alterações estão na dependência direta do tempo de vida.

Fatores Causais:

»» genéticos;

»» hormonais;

»» imunológicos;

»» psicológicos.

Conforme o envelhecimento progride, a multiplicação celular diminui, os fibroblastos


diminuem sua função e causam uma desorganização da matriz extracelular,

21
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

comprometendo a síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem


elasticidade e resistência à pele, como a elastina e o colágeno.

Alterações superficiais do cronoenvelhecimento são: atrofia difusa progressiva, palidez,


diminuição da elasticidade.

Envelhecimento extrínseco ou actinossenescência


Relaciona-se com alterações da superfície cutânea provocadas, principalmente, pelo
fotoenvelhecimento, como as modificações dos contornos e elasticidade da pele, que se
manifestam por sulcos, dobras e rugas associados à flacidez. (FISHER, 2002)

Fotoenvelhecimento

É causado pela ação da luz ultravioleta, a qual ativa citocinas inflamatórias,


metaloproteínas e colagenoses, bem como pela indução por radicais livres.

A radiação UV gera oxigênio singlete, o qual ativa metaloproteinases e causa efeitos


deletérios em larga escala no DNA mitocondrial.

Apesar de a totalidade dos processos celulares e biológicos que envolvem o


envelhecimento ainda ser pouco esclarecida, existem alguns fatores que justificam
a gênese da falência orgânica. (KRABBE et al., 2004; BASU et al., 203; FRYE et
al., 2008; BERRA; RIZZO, 2009; PIRER et al., 2005; BROWN-BORG et al., 2007;
CAMPISI, 2005; BAIRD, 2006)

»» Danos ao DNA e outras estruturas biológicas induzidas por:

›› estresse oxidativo;

›› inadequados mecanismos de reparo ao DNA;

›› instabilidade genética dos genomas (mitocondrial e nuclear).

Inflamação subclínica crônica

A liberação de mediadores inflamatórios como citocinas, fator alfa de necrose tumoral


(TNF-alfa, do inglês tumor necrosis factor alpha) e eicosanoides (prostaglandinas 2,
leucotrienos, tramboxanos) pode desencadear e/ou agravar desordens estéticas.

Hoje em dia, se consome de 20 a 50 vezes mais alimentos com alto poder pró-
inflamatório, ricos em ácidos graxos ômega 6, gorduras saturadas, gorduras trans e
alimentos com alto índice glicêmico (IG), que anti-inflamatórios, ricos em ácidos graxos
ômega 3, fibras, vitaminas, minerais e alimentos com baixo IG.

22
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Além da questão dietética, podemos citar outros fatores que estão relacionados com
o processo inflamatório, como as substâncias tóxicas (metais pesados, agrotóxicos,
xenobióticos e medicamentos) e os fatores mecânicos (hipertensão arterial) e genéticos
(hiper-homocisteína).

Alterações no metabolismo de ácidos graxos

Excessiva liberação de ácidos graxos livres para o plasma, que promove a resistência à
Insulina.

AGES (produtos finais da glicosilação avançada)

As moléculas de glicose, naturalmente presentes na pele, aderem às fibras de colágeno


e elastina. Esses açúcares criam pontes rígidas entre proteínas, formando os produtos
finais da glicação avançada (AGE, do inglês Advanced Glycation End-products) e
acarretando a chamada reação de Maillard ou cross-linking. Essas pontes promovem a
perda da função das proteínas, são importantes para elasticidade e prevenção de rugas
cutâneas.

Recentes pesquisas apontam como o consumo de carboidratos de alto índice glicêmico


promove a glicação no organismo por meio de ligações cruzadas. O estresse oxidativo
induzido pela hiperglicemia promove, de igual modo, a formação de produtos finais de
glicação avançada e a ativação da proteína cinase-C.

A dieta de alta carga glicêmica e alto IG também promove o acúmulo de gordura,


contribuindo para a obesidade e o armazenamento de gordura no tecido adiposo, o
qual, por sua vez, secreta adipocinas que contribuem para o processo inflamatório.

Sugere-se que o consumo de alimentos predominantemente de baixo IG e uma baixa


carga glicêmica oferece longevidade e prevenção do envelhecimento cutâneo.

»» Alterações no sistema endócrino de uma maneira geral, com excessiva


produção de:

›› angiotensina;

›› GH;

›› IGF-1;

›› hormônios tireoideanos;

›› insulina.

23
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» Alterações no sistema nervoso, como:

›› ativação constante das fibras Nervosas simpáticas;

›› disfunção endotelial; e

›› a reduzida ação da Enos (óxido nítrico sintase endotelial).

»» Perda de células pós-mitóticas resultando em:

›› menor número de neurônios e células musculares; e

›› deterioração na estrutura e função das células em todos os órgãos e


tecidos.

Falhas na replicação do código genético com o


envelhecimento por encurtamento de telômeros e ação
reduzida de telomerases

O envelhecimento e o acúmulo de danos mitocondriais levam ao estresse oxidativo,


que ativa a tirosina quinase Src. A Src fosforila a transcriptase telomerase reversa
(TERT), resultando na exposição do núcleo ao TERT. Durante cada replicação do
DNA, a divisão encurta os telômeros dos cromossomos, o que leva a senescência
celular. A falta de atividade TERT nuclear induzida por envelhecimento, finalmente,
leva ao envelhecimento celular devido ao encurtamento dos telômeros. (BRANDES et
al., 2005)

Formação de metaloproteinases de matriz (MMPs)

A exposição à radiação ultravioleta promove um aumento de espécies reativas de


oxigênio (ROS) na pele. Por sua vez os ROS são capazes de ativar a uma via de sinalização
que resulta na liberação de metaloproteinases de matriz (MMPs), enzimas capazes de
degradar fibras elásticas e colágenas. (MEHTA; FITZPATRICK, 2007)

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Figura 4. Esquema representativo do processo de envelhecimento extrínseco.

Fonte: Adaptado de Mehta e Fitzpatrick, 2007.

Imayama et al. (1998) quantificaram o colágeno ao longo do tempo e verificaram que


ocorre perda de 1% a cada ano, em ambos os sexos, embora a quantidade colágeno na
pele seja maior em homens que mulheres. Em mulheres na menopausa 30% colágeno
(tipo I e III) é perdido na pele nos primeiros 5 anos da menopausa e 2,1% por ano.
(SAAVEDA et al., 2009)

Com o envelhecimento, o tipo de colágeno dominante se inverte. A fibronectina e o


colágeno tipo III crescem em quantidade, ao passo que do tipo I diminui. De acordo
com Imayama et al. (1998), como na pele, o colágeno tipo I constitui a maioria, essa
alteração pode estar relacionada com:

»» perda de coesão entre os componentes da pele;

»» resistência;

»» contração.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Mecanismos envolvidos no processo de


envelhecimento
Os principais mecanismos, aspectos hormonais e nutricionais envolvidos no processo
de envelhecimento são:

»» inflamação;

»» restrição calórica;

»» estresse oxidativo e antioxidantes;

»» eixo somatotrófico (GH-IGF1) e resistência à insulina;

»» alimentos anti-aging (que mimetizam a restrição calórica).

Inflamação

O envelhecimento tem sua base em um processo inflamatório discreto, porém, crônico.

Na pele envelhecida há uma característica comum: a produção de molécula de adesão


intracelular I (ICAM – I, do inglês inter-cellular adhesion molecule I). A produção dessa
molécula desencadeia uma cascata de reações, que conduz a um processo inflamatório.
Esse, por sua vez, ocasiona a produção de radicais de oxigênio altamente reativos, os
quais, acredita-se, venham a causar o envelhecimento.

Figura 5. Modelo microinflamatório do envelhecimento cutâneo.

Fonte: GOYARTS et al., Ann N Y Acad Sci; 1119: 32-39, 2007.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Eixo somatotrófico (GH-IGF-1) e resistência à insulina

GH e IGF-1 são hormônios que estimulam as vias anabólicas que estão associadas à
produção de espécies reativas de oxigênio, pois aumentam a fosforilação oxidativa.
Elevadas concentrações de GH e IGF-1 são capazes de reduzir níveis plasmáticos de
enzimas antioxidantes em diversos modelos de animais experimentais. (BROWN-
BORG; RAKOCZY, 2003)

Figura 6. Eixo somatotrófico (GH-IGF-1).

GH
Vias da insulina
IGF-1

Estímulo de via anabólicas associadas à:

»» Produção de espécies reativas de oxigênio com subprodutos do metabolismo;


»» Aumento da fosforilação oxidativa.

Fonte: Brown-Borg e Rakoczy, 2003.

A resistência à insulina provoca a liberação de citosinas inflamatórias, aumento de


espécies reativas de oxigênio (EROSs) e disfunção mitocondrial.

Estratégias de controle do processo de


envelhecimento

Restrição calórica

Diversas são as evidências científicas de que a restrição calórica desacelera o processo


de envelhecimento e aumenta o tempo máximo de vida em diferentes espécies. Em
roedores, a redução da ingestão energética de 30% a 60% logo após o desmame até o
sexto mês de vida aumentou proporcionalmente, de 30% a 60% na expectativa de vida.
(FORSTER et al., 2000)

De acordo com Weindruch et al., (1997), as principais alterações orgânicas promovidas


pela restrição calórica em modelo experimental são:

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» redução de EROs e modulação do sistema antioxidante endégoneo,


reduzindo o dano tecidual induzido por radicais livres;

»» redução da circulação de triiodotironina (T3), reduzindo a temperatura


corporal e gasto energético (MAGLICH et al., 2004).

Dentre os genes anti-aging que são ativados pela RC, destacam-se dois que formam as
proteínas: SIRT-1 e AMPK que são importantes sensores energéticos.

Acredita-se que a SIRT- 1 (SIRTUÍNA 1) media os efeitos benéficos na saúde e


longevidade proporcionados pela restrição calórica. (GOMES-CABRERA et al., 2007)

»» Benefícios da sua ativação:

›› aumenta a resistência ao estresse;

›› aumenta a proteção celular;

›› reduz a neurodegeneração (Alzheimer);

›› reduz a inflamação;

›› reduz o envelhecimento celular.

»» Adaptações orgânicas causadas pela RC (restrição calórica) (MASORO,


2005):

›› ativação de genes envolvidos no reparo celular e sobrevivência;

›› resistência ao estresse;

›› proteção contra dano oxidativo;

›› inibição de genes envolvidos na mediação da inflamação;

›› prevenção de algumas mudanças na expressão de genes.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Tabela 2. Características e funções de SIRT-1 e AMPK.

AMPK SIRT-1
Definição Enzima metabólica quinase Enzima desacetilase de histonas
Localização celular Citoplasma Núcleo
Concentração intracelular Aumenta na juventude Aumenta na juventude
Diminui na senescência Diminui na senescência
Funções fisiológicas »» Sensor energético. »» Ativa em situação de jejum ou exercícios
físicos.
»» Otimiza oxidação de substratos em situações de
jejum e exercícios físicos. »» Mantém a integridade celular.
»» Regula atividade celular metabólica. »» Aumenta o tempo de sobrevida da célula.
Ações anti-aging »» Mantém as funções metabólicas típicas de uma »» Protege contra o EO.
célula jovem.
»» Regula negativamente a transcrição
»» Promove a biogênese mitocondrial. de genes envolvidos como processo
inflamatório.
»» Mantém a integridade do DNA.
»» Diminui a adiposidade.

Fonte: REZNICK et al., 2007; FULCO et al., 2003; YEUNG et al., 2004; PICARD et al., 2004.

Estresse oxidativo e uso de antioxidantes

Os radicais livres são os principais causadores do envelhecimento e de doenças


degenerativas ligadas à idade. Em paralelo a sua formação endógena, o organismo
também se sujeita, ao longo da vida, a uma série de condições extremas que interferem
na quantidade de radicais livres e influenciam o processo de envelhecimento.

O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio na geração de substâncias pró-


oxidantes e antioxidantes em favor da geração excessiva de radicais livres e espécies
reativas de oxigênio (EROS) e nitrogênio (ERNS), ou em detrimento da diminuição da
velociade de remoção desses devido à redução de enzimas e nutrientes que participam
do sistema de defesa antioxidante. (BARBOSA et al., 2010)

O aumento da geração de radicais livres e espécies reativas provoca alterações


estruturais e funcionais em nível celular, devido à oxidação de biomoléculas, como
descrito anteriormente. O radical hidroxil e outros oxidantes altamente reativos podem
reagir com lipídios nas membranas, removendo o átomo de hidrogênio e gerando um
radical com carbono central que pode rapidamente combinar-se com oxigênio para
formar o radical peroxil, resultando em um ciclo de peroxidação lipídica que leva à
formação de hidroxiperóxidos, os quais podem reagir com as bases de DNA e iniciar
lesões mutagênicas. (DREW, B. et al., 2003)

Quando a produção de espécies reatrivas supera a capacidade de ação dos antioxidantes,


ocorre a oxidação de biomoléculas (lipídios, proteínas e ácidos nucléicos), gerando

29
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

metabólitos específicos – os marcadores do extresse oxidativo – que podem ser


identificados e quantificados. Os cinco metabólitos mais estudados para avaliação
do estresse oxidativo são: 8-hidroxi-2-deoxiguanosina (80hDg), Timina glicol (Tg),
5-hidroximetilmuracil, formilamidoprimidina e a 8-hidroxideoxiadenina. Outra forma
de mensuração de produtos finais da peroxidação lipídica, como o ácido tiobarbitúrico
(TBARS) e os F2 isoprostanos (KADIISKA, et al. 2005).

As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas
por meio da atividade de antioxidantes, sendo esses encontrados em muitos alimentos.
Os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres
ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função.

Os antioxidantes atuam em diferentes níveis na proteção dos organismos, sendo o


primeiro mecanismo de defesa contra os radicais livres a impedir sua formação, em
particular pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre. Os antioxidantes
são capazes de interceptar os radicais livres gerados pelo metabolismo celular ou por
fontes exógenas, impedindo o ataque sobre os lipídios, os aminoácidos das proteínas, a
dupla ligação dos ácidos graxos poliinsaturados e as bases do DNA, evitando a formação
de lesões e a perda da integridade celular.

O reparo das lesões causadas pelos radicais livres também é papel dos antioxidantes,
atuando na remoção de danos da molécula de DNA e na reconstituição de membranas
celulares danificadas. Tanto o uso oral quanto a aplicação tópica de antioxidantes
representa uma estratégia interessante de proteção cutânea contra o estresse oxidativo
ocasionado por diferentes agentes.

Figura 7. Fontes endógenas e exógenas de espécies reativas.

Fonte: Shindo, Y. J Invest Dermatol 100:260-265, 1993.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Defesas antioxidantes endógenas

»» Enzimas que removem os radicais livres como, por exemplo, a superóxido


dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx).

»» Proteínas que reduzem a disponibilidade de pró-oxidantes como o ferro.

Fitoterapia aplicada ao controle do


envelhecimento da pele

Cassis/groselha negra (Ribes nigrum)

Os frutos da groselha negra (Ribes nigrum L., Grossulariaceae) são originários do norte
da Ásia e foram levados para a Europa. As propriedades da groselha negra são conferidas
a partir dos seus constituintes bioquímicos, alguns dos quais incluem antocianinas
(especificamente delfinidina-3-O-glucosideo, delfinidina-3-O-rutinosideo, cianidina-
3-O-glucosideo e cianidina-3-O-rutinosideo), flavonóis, ácidos fenólicos e ácidos
graxos poliinsaturados. Uma infinidade de estudos foram publicados com relação as
suas diversas aplicações terapêuticas.

Diversos estudos a cerca do potencial terapêutico de groselha, revelam propriedades


benéficas no que diz respeito à hipertensão e outras doenças cardiovasculares
associadas, doenças neoplásicas, doenças neurodegenerativas e doenças oculares e a
neuropatia diabética (GOPALAN et al., 2012). Tem sido demonstrado que o óleo das
sementes atua como um inibidor da agregação plaquetária e apresenta potencial efeito
anticoagulante por meio da inibição da formação de fibrina. Outros relatos científicos
apontam para a influência da Ribes nigrum no perfil de lípidos no soro: aumento do
nível de colesterol HDL e diminuição de triglicerídeos ou colesterol total, bem como
marcadores inflamatórios séricos reduzidos. (VAGIRI et al., 2012; ZHU et al., 2011)

Estudos recentes in vitro e in vivo apontam para uma atividade fitoestrogênica da Ribes
nigrum. (NANASHIMA et al., 2015)

Nos últimos anos, houve um crescimento na utilização de seus frutos em cosméticos e


na dermatologia. Apesar disso, ainda há controvérsias a respeito das doses seguras e de
sua toxicidade.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Figura 8. Ribes nigrum.

Fonte: Gopalan et al., 2012.

Segundo Miladinović et al. (2014), seus efeitos são:

»» antioxidante;

»» anti-inflamatório;

»» anti-neoplasicas;

»» regula o sistema circulatório;

»» saúde da visão;

»» antibacteriano e antiviral.

Chá verde (Camellia sinensis)

Os polifenóis presentes no chá verde, principalmente o epigalocatequiina-3-galato


(EGCG), exerceu efeito protetor em edemas cutâneos resultantes da exposição aos raios
UVB. (KATIYAR et al., 2001; AFAQ et al., 2003; KATIYAR et al., 1999)

Estudos mostram que o chá verde (EGCG) tem a capacidade de bloquear a infiltração
de leucócitos induzida por radiação UVB em ratos, como também na pele humana,
e assim, pode inibir a produção de radicais livres induzidos por radiação UVB.
A epigalocatequina-3-galato reduz a atividade de AP-1 e inibe a expressão de
metaloproteinases com potente efeito anti-envelhecimento. (KATIYAR et al., 2001;
AFAQ et al., 2003; KATIYAR et al., 1999)

Segundo OyetakinWhite et al. (2012), os efeitos fotoprotetores são:

»» redução do eritema gerado pela exposição à radiação UV;

»» inibição da via de sinalização responsável pela liberação de MMPs;

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

»» inibição de NOS e da produção de H2O2;

»» prevenção da depleção de enzimas antioxidantes: catalase, glutationa


peroxidase, superoxido dismutase e glutationa;

»» inibição da lipoperoxidação e oxidação de proteínas induzidas por UVB;

»» inibição da infiltração de monócitos, macrófagos e neutrófilos;

»» proteção contra a imunossupressão induzida por UVB por meio da


produção de IL-12;

»» inibição dos danos ao DNA;

»» ativação de enzimas de reparo ao DNA;

»» modulação dos fatores de transcrição AP-1 e NF-κB;

»» inibição do crescimento do tumor, progressão e angiogênese.

Posologia indicada na literatura de referência (BRADLEY et al., 1992; PANIZZA, 2012):

»» Infusão: 1,5 g (3 col de café) em 150 ml de água, tomar 1 xícara de chá de


2 a 3 x ao dia.

»» Extrato seco: tomar 1 cápsula de 375 mg de 2 a 3 vezes ao dia.

»» Tintura 20%: tomar 40 gotas diluidas em água de 2 a 3 vezes ao dia.

Erva mate (Illex paraguariensis)

Estudos revelaram que o Illex paraguariensis apresenta capacidade de inibir a formação


dos AGES (produtos finais da glicosilação avançada). Diversos autores verificaram
que o Ilex paraguaiensis foi eficaz em neutralizar o efeito do peróxido nitrito no
estresse nitrosativo, induzido em células epiteliais e macrófagos. Esse efeito se deve à
alta presença de ácidos clorogênicos, outros derivados fenólicos, quercetina, rutina e
canferol, no extrato aquosos. (XU et al., 2009; GUGLIUCCI et al., 2010; BIXBY et al.,
2005; DUDONNÉ et al., 2009)

Segundo Bradley et al. (1992) e Panizza (2012) as posologias indicadas na literatura de


referência são:

»» Folha seca de 2 a 4g, na forma de infusão, 3 vezes ao dia.

33
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» Tintura (1:5) 2 a 4 ml 3 vezes ao dia.

»» Extrato seco 300 mg 3 vezes ao dia.

Barg et al. (2014) estudaram o efeito da ingestão oral e aplicação tópica de Camellia
sinensis e Illex paraguariensis em ratos expostos à radiação ultravioleta. Os resultados
revelaram que o tratamento oral e tópico com “chá” mate ou chá verde impediram o
aumento de peroxidação lipídica induzida pela exposição à radiação ultravioleta. O
dano oxidativo das proteínas foi avaliado por meio da determinação de grupos carbonila
baseados na reação com dinitrofenilhidrazina (DNPH). Somente o uso tópico, para as
duas plantas, mostrou efeito protetor.

Chá branco (Camellia sinensis)

Extraído de brotos e flores da planta camellia sinensis, o chá branco apresenta menor
quantidade de cafeína, porém também é rico em polifenóis e catequinas (EGCG).

As principais ações relatadas a respeito do uso de chá branco é o efeito positivo no


combate ao dano induzido por radiação UVB na pele, redução da peroxidação lipídica;
prevenção de câncer. (CAMOUSE et al., 2009)

Açafrão (curcuma longa)

O açafrão (curcuma longa) possui várias atividades farmacológicas documentadas,


sendo a hipoglicemiante uma delas. Em coelhos diabéticos, a incorporação de 0,5%
de curcumina em um período de 8 semanas produziu redução não apenas da glicemia,
mas também do colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios do sangue (BABU et al., 1995).
Em um modelo similar de diabetes induzida em ratos, a administração oral e tópica
da curcumina demonstrou melhorar de forma significativa lesões renais associadas
à diabetes e à cicatrização de feridas na pele (BABU; SRINIVASAN, 1998; SIDHU et
al., 1999). A curcumina modula alvos moleculares como o NF-kB e consequentemente
a indução dos genes induzidos por esse fator de transcrição, como mediadores
inflamatórios.

Seus principais constituintes antioxidantes são a curcumina, o ácido ferúlico e o ácido


p-cumárico, que atuam inibindo a peroxidação lipídica. (SELVAM et al., 1995)

Em modelos animais, o extrato do rizoma de Curcuma longa preservou a elasticidade


da pele e reduziu a expressão de MMPs induzidas por UVB.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

A curcumina é um potente inibidor da expressão de MMPs induzida por UVB, bloqueia


a produção de ROS, inibe a fosforilação de p68 e c-Jun, modulando a via de sinalização
MAPK/NF-κB/AP-1 em fibroblastos humanos. (LIMA et al., 2011)

Exerce efeito inibidor:

»» Fosfolipase A2.

»» LOX-Lipoxigenases.

»» COX- cicloxigenases.

»» Leucotrienos, tromboxanos e prostaglandinas.

»» TNF-alfa.

Sumiyoshi e Kimura (2009) investigaram o efeito do extrato de cúrcuma sobre os danos


da pele, incluindo mudanças na espessura e na elasticidade da pele, pigmentação e rugas
causadas ao longo prazo por baixa dose de radiação ultravioleta B em camundongos
sem pêlo. O extrato de cúrcuma (300 ou 1000 mg/kg do animal, duas vezes por dia)
foi administrado todos os dias por via oral, durante 19 semanas. Os pesquisadores
observaram que o extrato impediu um aumento da espessura da pele e da redução da
elasticidade da pele, reduziu a formação de rugas e de melanina (1000 mg/kg do animal,
duas vezes por dia) e reduziu a expressão de metaloproteinase de matriz-2 (MMP-2).

Contraindicada para pessoas portadoras de obstrução dos dutos biliares e úlceras


gastroduodenais. (BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2011)

Segundo a American Herbal Pharmacopoeia, (2005) e Panizza (2012) a posologia


indicada na literatura de referência é:

»» Tintura (1:5): 50 a 100 gotas 1 a 3 vezes ao dia.

»» Extrato seco (3:1): dose de 375 mg, 2 vezes ao dia.

»» Decocção: 1,5 g (3 colher de café) em 150 ml de água (1 xícara de chá),


tomar 1 xícara de chá de 1 a 2 vezes ao dia, de acordo com a RDC no
10/2010 (ANVISA).

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Chlorella e Spirulina

São formas de vida que resistiram e se adaptaram a todo o tipo de mudança climática,
radiação e até mesmo venenos criados pelo homem que levaram diversos outros
organismos à extinção.

A Chlorella apresenta 70% de sua composição da mais pura clorofila, é uma das maiores
fontes de clorofila em nosso planeta. Estudos recentes revelam que a Chlorella reduz
MMP-1, MCP-1 e previne a redução de pro-colágeno induzida por UVB em fibroblastos
humanos. (YAMAGISHI et al., 2005)

A Spirulina apresenta cerca de 35% de clorofila, porém apresenta ações antioxidantes


importantes aumentando os níveis das enzimas GPx, GST, SOD, CAT, além de reduzir a
lipoperoxidação. A Spirulina é utilizada e recomendada pela National Aeronautics and
Space Administration (NASA) e pela European Space Agency (ESA) como alimento
primário para missões espaciais de longa duração. (PREMKUMAR et al., 2004; DENG;
CHOW, 2010)

Tabela 3. Composição nutricional da chlorella.

VITAMINAS MINERAIS AMINOÁCIDOS OUTROS


B-Caroteno Cálcio Arginina Clorofila
Vitamina B2 Ferro Fenilalanina Luteína
Vitamina B5 Cobre Histidina
Vitamina B6 Fósforo Isoleucina
Vitamina C Potássio Leucina
Vitamina E Magnésio Lisina
Biotina Zinco Metionina
Ácido Fólico Selênio Treonina
Ácido nucléico Inositol  Triptofano
Niacina Valina
Ácido aspártico
Cisteína
Ácido Glutâmico
Glicina
Prolina
Serina
Tirosina
Alanina

Fonte: Yamagishi et al., 2005.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Segundo Alonso (1998), Boorhem e Lage (2009) as doses normalmente utilizadas são:

»» 1 a 10 gramas ao dia para adultos;

»» planta em pó – ingerir 2 a 3 cápsulas de 500mg 2 vezes ao dia.

Deve-se começar com doses menores e ir gradualmente aumentando. Essas algas


apresentam ação nutritiva destoxificante, portanto, a dose deve ser estabelecida de
acordo com cada caso.

Silybum marianum L. (Cardo Mariano)

Membro da família Asteraceae, o Silybum marianum L. tem suas prorpiedades


terapêuticas principalmente atribuídas à presença de silimarina, uma mistura de
flavonolignanas compreendida por quatro isômeros: silibinina, isosilibinina, silicristina
e silidianina. Suas ações hepatoprotetoras e antioxidantes foram muito estudadas nos
últimos anos. Efeitos sinérgicos com o Allium sativum documentados pela literatura
recente, indicam um forte efeito hepatoprotetor in vivo. (SHAARAWY et al., 2009)

Efeitos (ASGHAR; MASSOD, 2008; RAMASAY; AGARWAL, 2008):

»» antioxidante;

»» auxilia o processo de destoxificação hepática;

»» administração de silimarina tem demonstrado aumentar os níveis de


glutationa e diminuir o estresse oxidativo;

»» estudos in vitro demonstraram que a silimarina exerce marcante inibição


durante os estágios tardios da glicação;

»» decresce significativamente a produção de IL-18 e os níveis de COX-2,


portanto, efeito anti-inflamatório;

»» reduz o acúmulo tecidual de AGEs e o cross-linking do colágeno;

»» reduz fragilidade dos vasos capilares e o excesso de permeabilidade dos


vasos sanguíneos;

»» aumento da sensibilidade dos receptores de insulina.

Estudos relacionados ao desenvolvimento de fotocarcinoma revelaram que a silimarina


pode reverter, inibir ou retardar o processo de carcinogênese em uma ou em todas as
fases. (VAID; KATIYAR, 2010)

37
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Figura 9. Ação da silimirina nas fases da fotocarcinogênes.

Fonte: Vaid e Katiyar, 2010.

»» Na fase de iniciação ocorrem alterações genéticas nas células.

»» Na fase de promoção, a irradiação UV adicional leva a expansão clonal


das células iniciadas.

»» Fase da progressão do tumor envolve a transformação do tumor benigno


em um tumor maligno invasivo e potencialmente metastático.

Segundo Alonso (1998), Boorhem e Lage (2009) a posologia indicada na literatura de


referência é:

»» Usualmente o Silybum marianum L. é prescrito na forma de extrato


seco padronizado (70%-80%) em cápsula, com uma dosagem de 100mg-
300mg, 3 vezes ao dia (dosagem para adulto).

»» Infusão: 1 a 2 colheres de droga vegetal em pó em 1 xícara d’água (200ml).

Ginseng (Panax ginseng)

O Panax ginseng é uma das plantas medicinais mais utilizadas na medicina oriental
tradicional. Ele tem muitas atividades biológicas e farmacológicas, incluindo
antienvelhecimento, anti-inflamatório e desempenha atividades antioxidantes.

Os principais componentes do ginseng são ginsenósidos, que são saponinas esteroides


que compreendem de 3% a 6% da composição química da planta.

Estudo recente mostrou que a aplicação tópica de saponinas totais de ginseng e


ginsenósido Rb1 impedem o fotoenvelhecimento da pele induzido por UVB em ratos
sem pelos. (KANG et al., 2009)

38
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Outros estudos in vitro e in vivo revelaram que o extrato de ginseng aumenta os níveis
de procolágeno tipo I e diminui os níveis e atividade de MMP-1 em camundongos ou
fibroblastos irradiados com UV. (HAWANG et al., 2012; HE et al., 2011)

Posologia indicada na literatura de referência (BARNES, 2012; BOORHEM; LAGE,


2009; HUANG, 1999):

»» Extrato padronizado (G115): foi utilizado em diversos estudos em doses


de 100 a 400mg ao dia, por 4 a 12 semanas.

»» Planta em pó: ingerir 2 a 3 cápsulas de 500 mg/dia.

Polypodium leucotomos

Estudos mostram que o uso tópico de polypodium leucotomos está relacionado à


preservação das células Langerhans quando expostas à luz solar. (GOMES et al., 2001)

Além disso, recente estudo envolvendo nove indivíduos saudáveis de ​​ tipos de pele
II a III foram expostos a doses variadas de radiação ultravioleta artificial sem e após
administração oral de PL (7,5 mg / kg). Os pesquisadores mostraram que houve redução
significativa do eritema, de queimadura solar, proliferação de células epidérmicas e
tendência para a preservação de células de Langerhans na pele. (MIDDELKAMP-HUP
et al., 2004)

Ações:

»» antioxidante;

»» inibição da lipoperoxidação.

Vitis vinifera (Videira)

Diversos estudos indicam que a Vitis vinifera reduz a peroxidação lipídica e protege
contra a oxidação proteica e lipídica induzida pelo peroxinitrato. O ácido cafeico,
presente em uvas brancas e vinho branco, inibe a expressão de COX2 induzida por UVB
por meio da supressão da atividade transcricional de AP-1 e NF-kB. As proantocianidinas
da semente da uva inibiram a ativação de MAPK (envolvida na via de liberação das
metaloproteinases de matriz) e NF-kB em modelos animais (oral). (BAXTER, 2008;
KANG et al., 2009)

39
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

O extrato de V. vinifera mostrou capacidade antioxidante in vitro mais forte do que a


vitamina C ou a vitamina E em culturas de queratinócitos humanos normais e também
na atividade fotoenvelhecimento in vivo de uma formulação de base desse extrato.

Segundo Nassiri-Asl e Hosseinzadeh (2009) as doses mencionadas na literatura são:

»» 240ml vinho tinto ou 240-480ml suco uva;

»» extrato seco de 300 a 900mg ao dia.

Rubus idaeus (óleo de framboesa)

Efeitos (PARRY et al., 2005):


»» possui propriedades anti-inflamatórias;
»» mantém o equilíbrio da função de barreira da pele;
»» evita o ressecamento da pele sendo indicado para peles sensíveis e secas;
»» rico em ômega-3, -6 e -9 e fonte de vitamina E gama-tocopherol (ação
antioxidante com função de reparar e condicionar a pele);
»» importante ação anti-inflamatória;
»» sua aplicação tópica está relacionada com a melhora da elasticidade da
pele.

Olea europaea (folha de oliveira)

Estudos científicos mostraram que a folha de oliveira é capaz de aumentar a sobrevida


dos fibroblastos em 15%, além de inibir os radicais de nitrogênio responsáveis pelo
câncer de pele e inflamação, e reduzir significativamente o eritema induzido pela
radiação UVB. (OLSZEWER, 2008; SUMIYOSHI; KIMURA, 2010)

Figura 10. Folha de Olea europaea.

Fonte: Hashmi et al., 2015.

40
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Composição da folha de oliveira:

»» ácidos graxos (ômega 3, 6 e 9);

»» vitaminas A, E, B1, B2, B3 e B6;

»» cobre, potássio, magnésio, manganês,

»» sódio, fósforo, zinco, selênio, cromo;

»» fibra alimentar;

»» proteínas;

»» fitoesteróis;

»» flavonoides (oleuropeína, rutina, hesperidina, luteolina, apigenina,


quercetina e canferol);

»» ácido oleanóico, colina, apigenina, pleuropeína, ácido palmítico, alfa


linolênico e oléico.

Posologia indicada na literatura de referência segundo Lee, (2006); Cardoso, (2009);


Panizza et al. (2012).

»» Tintura: ingerir de 40 a 60 gotas em 200 ml água 4 vezes/dia.

»» Infusão: 1 colher de sobremesa da folha seca em 200 ml de água 4 vezes/


dia.

Sweet pepper (Capsicum annuum)

O tratamento tópico com capsiato, principal componente da sweet pepper, diminuiu


significativamente os danos da pele induzido por UVB e inibiu a expressão de COX-2,
as citocinas pró-inflamatórias, e os fatores angiogênicos, incluindo plaquetas/molécula
de adesão de células endoteliais-1 e ICAM-1. Além disso, inibe a fosforilação de ERK1/2
(envolvido na liberação de metaloproteinases de matriz) e NF-κB/p65. (HARADA;
OKAJIMA, 2007)

41
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Fitoterápicos que mimetizam a ação da


restrição calórica
Alguns compostos bioativos apresentam ação semelhante à restrição calórica. (INGRAM
et al, 2006)

»» kampferol (presente no chá verde e preto);

»» resveratrol;

»» sesamol;

»» piceatanol (metabólito do Resveratrol);

»» genisteína; e

»» quercetina.

O potente efeito antioxidante dessas substâncias reduz os danos que geram o


envelhecimento precoce à pele.

Resveratrol

É um potente indutor de Sirtuínas (SIRT-1 e AMPK, que são importantes moléculas


anti-aging induzidas pela RC, sendo o principal composto bioativo com atividade
mimética da RC. (BAUR et al., 2006)

O resveratrol tem sido relatado como um inibidor da NADPH e ADP Fe+, que induz a
peroxidação lipídica e bloqueia ação dos raios UV, além de ser um eficiente scavenger
de radicais peroxil 2,2’-azobis- (2-amidinopropano)-dihidroclorido.

O seu grupo hidroxil do anel B inibe a produção de EROS, reduz a peroxidação lipídica
e protege contra a oxidação proteica e lipídica induzida pelo peroxinitrato.

O resveratrol tem 95% de eficácia na prevenção da peroxidação lipídica, comparado com


65% da vitamina E, 37% da vitamina C. Além disso, os estudos indicam que o resveratrol
age sobre os mecanismos de sinalização celular relacionados ao fotoenvelhecimento
mediado pelos raios UV, incluindo MAP quinases, fator nuclear NFKappaB e
metaloproteinases da matriz (BAXTER, 2008). Pré-tratamento de camundongos (com
resveratrol) inibiu a ativação da via do NFkB induzida pela radiação UVB. (ADHAMI et
al., 2003; REAGAN-SHAW et al., 2004)

42
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Fitoterápicos ricos em resveratrol:

»» Vitis vinífera - extrato e semente.

»» Cranberry (Vaccinium oxycoccus).

»» Lingonberry (Vaccinium vitis idaea L).

Kampferol

É ativador de SIRT-1, PGC-1 alfa (do inglês, Coactivador Peroxisome Proliferator-


activated receptor γ Coactivator 1 - alfa) e modulador da produção de hormônio
tireoideano. (SILVA et al., 2007).

Fitoestrógenos (lignanas e isoflavonas)

São considerados compostos anti-aging por apresentarem atividade estrogênio-simile.


(CORNWELL et al., 2004)

Ações do estrógeno:

»» poderoso antioxidante;

»» protetor da osteoporose;

»» dá expressão de genes associados à longevidade.

Cacau

Benefícios da ingestão dos flavonoides do cacau segundo Henrich et al. (2006):

»» proteção contra o eritema induzido pela radiação UV;

»» melhora as condições dermatológicas em mulheres;

»» contribuem para a fotoproteção endógena e afeta a superfície da pele e as


variáveis de hidratação.

43
CAPÍTULO 2
Discromias

As alterações da cor da pele podem se apresentar de modos distintos. Pode ocorrer


desde a ausência total de cor (acromia) até o excesso de pigmentos (hipercromia).

Podemos classificar as discromias (dis=disforme, cromia=cor) em três categorias


distintas:

1. acromias (ausência de pigmento).

2. hipocromia (hipo=menos, cromia=cor).

3. hipercromia (hiper=muito, cromia=cor).

Acromias
Ocorrem por problemas metabólicos ou por destruição de células matrizes que produzem
a melanina. As acromias mais conhecidas são o vitiligo e o albinismo. Normalmente, as
acromias ocorrem por excesso de foto exposição, em pessoas idosas e nas extremidades
dos membros, são consideradas irreversíveis.

As acromias produzidas por desidratação e por fotoenvelhecimento podem ser evitadas


com fotoprotetores e hidratação.

O vitiligo é uma patologia caracterizada por destruição dos melanócitos. Ocorre mais
comumente ao redor dos orifícios, sobre saliências ósseas, e nas áreas expostas à
radiação ultravioleta. (BARROS et al., 2002)

Albinismo é uma ausência congênita, parcial ou total de pigmentação na pele, devido


a uma alteração genética da síntese de melanina. Esses melanócitos não produzem
melanina. A pele é muito branca e muito sensível, o pelo é completamente branco ou
amarelo, as unhas são frágeis e os olhos muito claros. (SORIANO et al., 2000)

Hipocromias
São lesões com menos coloração do que o restante da pele. Podem ser de origem
genética ou produzidas por fungos (micoses). Quando se trata de uma lesão genética, é
irreversível.

44
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Hipercromias
Caracterizam-se pelo excesso de pigmento e as lesões mais frequentes são:

Efélides

Conhecidas popularmente por “sardas”. Podem se instalar nos primeiros anos de vida.
São manchas de coloração castanha, de 2 a 4 mm de diâmetro, ocorrendo em pessoas
com predisposição genética, geralmente ruivos.

Lentigo solar, lentigo senil ou melanose solar, e


melanose senil

São semelhantes às efélides, em tamanho maior. São máculo-pápulas pigmentadas,


com bordas nítidas, aparecendo isoladamente ou em caráter múltiplo. Aparecem no
dorso das mãos e lateral da face, na pele fotoenvelhecida. São também chamadas de
manchas senis.

Há uma discreta escamação na sua superfície e costuma apresentar uma coloração


acastanhada. Pode apresentar também coloração negra em regiões que já se expuseram
ao sol, motivo pelo qual há a necessidade de se estabelecer um diagnóstico diferencial
com o lentigo maligno, considerado uma melanose pré-cancerosa, que pode evoluir a
um melanoma.

Melasma ou cloasma

São hipercromias normalmente simétricas que ocorrem na face, atingindo,


principalmente, as regiões salientes como a região malar, dorso do nariz, frontal, mento
e supra-labial.

É uma hipermelanose adquirida que ocorre em áreas de pele expostas à radiação


ultravioleta, acomete mulheres e representam 90% dos casos.

O melasma pode surgir por estímulos hormonais, principalmente pelo incremento


dos estrogênios e do hormônio melano-estimulante. Por esse motivo, o surgimento do
melasma gravídico é tão frequente.

Outros transtornos hormonais também podem desencadear um melasma, ou agravá-


lo, como no caso de alterações ginecológicas, hipofisárias, tireoideanas ou suprarrenais.
Também já é bem conhecida a influência de hepatopatias (problemas de fígado) e

45
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

carências nutricionais como hipovitaminoses, anemia ferropriva, hipoproteinemia,


entre outros.

Em organismos predispostos, o melasma também pode surgir ou se agravar devido a


tratamentos internos com fotosensibilizantes: sulfas e hormônios (corticotrofinas ou
estrogênios); ou por tratamentos externos como uso de cosmético fotosensibilizante
sem a proteção adequada: por peelings.

Nevus

São hipercromias genéticas chamadas popularmente de manchas de nascimento. Os


nevus não são passíveis de tratamento convencional; podem apenas ser removidos
cirurgicamente quando apresentarem transtornos estéticos graves. Mesmo assim, o
nevus será substituído por uma cicatriz.

Fisiopatologia da hipercromia

Há uma diferença etiológica entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo. As células


matrizes do epitélio são os melanócitos e os queratinócitos, e a principal célula matriz
da derme é o fibroblasto. Portanto, apesar da proximidade desses tecidos, eles não têm
nenhuma semelhança.

A camada basal, que é a camada intermediária entre a derme e a epiderme, deveria


permitir apenas o fluxo de nutrientes da derme para epiderme. Porém, deveria deter
a migração de pigmentos para a derme. Uma pele jovem e saudável, depois de um
bronzeado excessivo, descasca completamente e não deixa regiões hipercrômicas.

Quando se trata de uma hipercromia dérmica, normalmente dermo-epidérmica, parte


do pigmento produzido na camada basal segue seu caminho fisiológico, ou seja, pelas
camadas mais superficiais da epiderme e, outra parte dele (pigmento) migra para o
interior da derme.

Na derme esses pigmentos são recebidos como invasores, pois o tecido conjuntivo não
reconhece essas células como constituintes desse tecido e se prepara para destruí-los. Os
macrófagos são recrutados para exterminá-los. Entretanto, o processo de melanização
não cessa e a camada basal danificada não consegue impedir a migração constante de
pigmento para a derme.

Portanto, um dos maiores problemas da hipercromia não é o excesso de pigmento


superficial, nem o profundo. O superficial é muito fácil de ser removido com técnicas
de peeling adequadas. O profundo, a sua própria fisiologia, por meio dos macrófagos,

46
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

se incumbe de destruí-los. O principal problema da hipercromia e o que a torna


praticamente irreversível, é a permeabilidade patológica da camada basal.

Uma vez alterada a permeabilidade da camada basal, permitindo a migração de


pigmentos para a derme, é muito difícil ser revertida, principalmente porque o
tratamento convencional, que é feito para hipercromia, faz uso constante de substâncias
tóxicas, agressivas e irritantes.

Para remover o pigmento superficial se faz, frequente, o uso de ácidos, cremes abrasivos
e equipamentos que produzem esfoliações superficiais. Esses procedimentos são
agressivos e não ajudam em nada na recuperação da camada basal. Essas técnicas apenas
melhoram a aparência da hipercromia, o que já é um grande passo, pois estimulam a
cliente a dar sequência ao tratamento.

Argumentos que explicam a distribuição


fenotípica da cor da pele em todos os seres
humanos
São eles:

»» síntese de vitamina D;

»» degradação de ácido fólico pelos raios ultravioletas;

»» resistência à exposição solar direta;

»» com o avanço da idade o no de melanócitos decaem de 6% a 8% cada


década.

Os melanócitos sintetizam a melanina e os grânulos depositados protegem o DNA do


núcleo. São células presentes nas camadas granulosa e espinhosa, ou abaixo da basal.
Apresenta prolongamentos capazes de transferir a melanina para o interior das células
epiteliais.

Nos melanócitos, a melanina produzida fica armazenada em estruturas


intracitoplasmáticas, melanossomas. A tirosina, aminoácido essencial, é o elemento
inicial biossintético da melanina. A síntese ocorre graças à ação da tirosinase, enzima
que contém cobre, produzida no retículo endoplasmático rugoso e no complexo de
Golgi.

47
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Figura 11. Melanogênese.

Fonte: Silva e Castro, 2008.

Hiperpigmentação

Figura 12. Mecanismo da hiperpigmentação causada pela exposição à Radiação Ultravioleta.

Fonte: Silva e Castro, 2008.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Fotodermatose

A luz solar, indispensável à vida, é causadora de uma série processos patológicos


cutâneos, conhecidos como fotodermatoses.

Os principais responsáveis pela fotodermatose são os raios UVA e UVB, porém as


alterações dependem da frequência da exposição, do grau de melanização da pele e da
predisposição.

A radiação solar, sendo uma radiação policromática, é composta por uma série de
radiações que abrangem o espectro visível e não visível.

»» Luz visível: com comprimento de onda que varia de 400 a 800 nm,
de acordo com a sensibilidade do olho (retina), variando de pessoa para
pessoa.

»» Infravermelho: seu comprimento de onda se situa além do espectro


visível, de 800 a 10.000 nm.

»» Ultra violeta A - UVA: raios também chamados de black light ou raios


longos, com comprimento variando entre os 320 e 400 nm.

»» Ultra violeta B - UVB: ou raios “médios” ou “eritematogênicos”. Têm a


particularidade de serem retidos pelo vidro (ou pelo menos em sua maior
parte), com comprimento de onda variando 280 e 320 nm.

»» Ultra violeta C - UVC: raios “curtos” com características bactericidas.


Suas ondas são retidas pelo quartzo e apresentam um comprimento de
onda entre 190 e 280 nm.

Quanto à agressão solar, essa pode ser classificada de acordo com os critérios de Mark
Rubin, descritos a seguir:

»» Mark Rubin I: ocorrem alterações somente na epiderme. As características


são: sardas (efélides), lentigos, aumento da espessura da camada córnea
e superfície áspera e opaca.

»» Mark Rubin II: ocorrem alterações na epiderme e na derme papilar. As


características são: sardas (efélides), lentigos, aumento da espessura da
camada córnea, superfície áspera e opaca, queratoseactínica, lentigo senil
e apresentam rugas e vincos delicados.

49
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» Mark Rubin III: ocorrem alterações na epiderme, na derme papilar e


na derme reticular. As características são: sardas (efélides), lentigos,
aumento da espessura da camada córnea, superfície áspera e opaca,
queratoseactínica, lentigo senil, rugas e vincos acentuados, coloração
amarelada e sensação de couro fino e também apresenta uma superfície
descamativa.

Fitoterapia

Vaccinium vitis idaea L (Lingonberry)

Ativo nutricosmético vegetal obtido do extrato de lingonberry (Vaccinium vitis


idaea L.), um produto produzido e patenteado por Beijing Gingko Group (BGG).
Contem uma serie de compostos antioxidantes, incluindo 10% de resveratrol, 35% de
proantocianidinas e 10% de antocianinas.

Proporciona clareamento da pele por inibir a ação da tirosinase e a síntese de melanina.


(WANG et al., 2005)

Punica granatum (Pomegranate)

Indicado para manchas causadas pela exposição à luz solar por inibir ação dos
melanócitos. O extrato de Pomegranate apresenta efeito protetor contra a lesão celular
UVA-UVB-induzida e protege os fibroblastos humanos contra a morte celular UV-
induzida, reduzindo a ativação do fator de transcrição NF-kappaB e da caspase-3, além
de preservar os níveis do antioxidante glutationa. (ASLAM et al., 2005; YOSHIMURA
et al., 2005; KASAI et al., 2006; PARK et al., 2010)

Em estudo realizado em humanos, a utilização do extrato de Punica granatum em doses


de 200 mg/dia (100 mg acido elágico) ou 100 mg/dia (50 mg acido elágico) exerceu
efeito protetor contra a queimadura solar causada pela radiação ultravioleta e mostrou
uma tendência para a redução da síntese de melanina. (KASAI, 2006)

Outros estudos realizados in vivo indicaram que o uso do extrato de Punica granatum
protege contra a oxidação de lipídios e proteínas induzida pela radiação UVB, reduz a
expressão de metaloproteinases de matriz e reduz a fosforilação do fator de transcrição
NF-kappaB, exercendo um efeito anti-inflamatório. (PARK et al., 2010; ASLAM et al.,
2005)

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Composição:

»» Suco: antocianinas, glicose, ácido ascórbico, ácido elágico, ácido gálico,


ácido cafeico, catequinas, EGCG, quercetina, rutina, ferro e aminoácidos.

»» Óleo da semente: ácido punícico, ácido elágico, esteróis.

»» Pericarpo: ácido gálico, catequinas, EGCG, quercetina, rutina, flavonas,


flavononas, antocianidinas.

»» Folhas: taninos, flavonas.

»» Flores: ácido gálico, triterpenoides.

»» Raiz e casca da árvore: elagitaninas (punicalina e punicalagina, alcaloides


piperidínicos).

Picnogenol (Pinus Pinaster)

Um estudo realizado em 30 mulheres com melasma, a utilização do extrato por 30 dias


em dose de 25mg /3xdia (total 75mg/dia) reduziu os sintomas relacionados ao quadro
(fadiga, dor, obstipação) e também reduziu a intensidade da mancha e a sua área, sem
apresentar efeitos colaterais.

Outros resultados relacionados ao uso do Picnogenol. (KIM et al., 2008; NI; MU, 2002)

»» Forte atividade inibidora tirosinase e biossíntese melanina.

»» Propriedades antioxidantes: superóxido, radicais hidroxila.

»» Os estudos mostram aumento de glutationa peroxidase.

»» Anti-melanogênica por meio de suas ações antioxidativas .

»» Estimula o sistema enzimático endógeno.

»» Protege contra Radiação ultravioleta.

Olea europaea L. (Oliveira)

Oli-OlaTM é um extrato 100% natural da oliva produzido por agricultura orgânica na


região sul do Mediterrâneo. Trata-se de um extrato do fruto da oliveira (oliva) que possui
padronização em hidroxitirosol (3%), um polifenol com potente ação antioxidante.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Segundo diversos estudos é capaz de

»» promover efeito peeling na pele;

»» proteger fibroblastos e estimular suas mitoses; e

»» melhorar a expressão gênica de fibroblastos.

De acordo com Braam et al. (2006) o tratamento com hidroxitirosol (associado a


vitamina E e quercetina) modula a expressão gênica de fibroblastos com a idade.

Estudos demonstram que o uso de antioxidantes orais poderiam diminuir os efeitos


deletérios da radiação ultravioleta sobre a pele prevenindo a hiperpigmentação cutânea.
(HANDOG et al., 2009)

Litchi chinensis (Lichia)

A lichia é um importante fruto para a economia da Tailândia. Seu fruto é rico em


quercetina, ácido rosmarínico, ácido gálico e compostos fenólicos. Os efeitos terapêuticos
dos frutos são atribuídos à presença de compostos fenólicos anti-inflamatórios. Estudos
in vitro demonstraram um efeito anti-tirosinase e não mostrou nenhuma atividade
citotóxica para as células. (KANLAYAVATTANAKUL et al., 2012)

Dosagens e formas de administração ainda não foram estabelecidos.

Artocarpus communis

Artocarpus communis é uma planta agrícola que também é utilizada na medicina


popular para a prevenção de doenças de pele, incluindo a acne e a dermatite. Os
extratos de A. communis têm sido utilizados para inibir a melanogênese, no entanto,
o mecanismo anti-melanogênese ainda não foi investigado. Fu et al. (2014) revelaram
o possível mecanismo de ação dessa planta. O estudo in vitro constatou que o extrato
promove decréscimo do conteúdo de melanina e da atividade da tirosinase. Tal efeito se
deu pela downregulating do fator de transcrição MITF, importante fator de transcrição
regulador da síntese de enzimas melanogênicas tais como tirosinase, TIRP1 e TIRP2.

Dosagens e formas de administração ainda não foram estabelecidos.

52
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Figura 13. Artocarpus communis.

Fonte: <http://www.tropilab.com/breadfruit.html>. Acessado em 11/07/2015.

Polypodium leucotomos

O Polypodium leucotomos apresenta propriedades benéficas para a pele. Esses efeitos


são atribuídos à presença de numerosos compostos com propriedades antioxidantes
e fotoprotetoras. Diversos estudos avaliaram a atividade de extrato de Polypodium
leucotomos e seu efeito fotoprotetor. Todos os pacientes se expuseram à luz solar durante
o consumo de 250 a 480mg/dia do extrato por via oral. Na maioria dos estudos, os
participantes estavam sem uso de filtro solar. Os resultados indicam que o Polypodium
leucotomos exerce importante efeito protetor na pele de indivíduos em exposição solar.
(MIDDELKAMP-HUP et al., 2004; GOMBAU et al., 2006; CAPOTE et al., 2006)

Além disso, a administração via oral também parece proporcionar benefícios adjuvantes
no tratamento de vitiligo e melasma. Muitas evidências científicas indicam um efeito
significativo na melhora da gravidade do melasma em mulheres após 12 semanas de
uso. (NESTOR et al., 2014)

53
CAPÍTULO 3
Acne vulgaris

Palavra de origem grega akmés, significa vértice, cume. Acne é uma doença extremamente
comum, afetando quase 80% de adolescentes e adultos jovens entre 11 e 30 anos.
Sabe-se que dois terços dos pacientes com acne apresentam curso autolimitado, no
entanto, outros casos requerem atenção e tratamento por tempo prolongado para evitar
a evolução para formas graves da acne com cicatrizes permanentes.

Atualmente, entende-se a acne como doença crônica caracterizada por apresentar


curso prolongado, padrão de recorrência e remissão, manifestação de surtos agudos
ou início insidioso e impacto psicossocial que afeta a qualidade de vida dos pacientes.
(MONTEIRO, 2011)

As glândulas sebáceas produzem sebo, que atravessa a superfície da pele através da


abertura do folículo. Manifesta-se principalmente na face e em regiões anteriores e
posteriores do tórax.

Agentes promotores do desequilíbrio do folículo pilossebáceo:

»» cosméticos;

»» transtornos emocionais;

»» hormônios hipofisários;

»» medicamentosos;

»» fatores genéticos;

»» distúrbios imunológicos;

»» distúrbios gastrintestinais;

»» transtornos alimentares.

Fisiopatologia
A fisiopatologia da acne tem quatro fatores primários que interagem de modo complexo:

1. hiperqueratinização folicular;

2. aumento da produção sebácea;

54
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

3. colonização bacteriana;

4. resposta imunológica e inflamatória.

Desses fatores, os dois primeiros (alteração de crescimento e diferenciação folicular e


a hiperplasia sebácea) são os mais importantes, pois são responsáveis pela formação
da lesão inicial da acne: o microcomedão. Esse pode evoluir para uma lesão não
inflamatória, o comedão, ou evoluir com inflamação e lesões inflamatórias como pápula,
pústula ou nódulos. (GOLLNICK et al., 2003)

Na adolescência, o aumento do estímulo do eixo hipotálamo-hipófise-gônodas, a


liberação de esteroides sexuais (androgênios e estrogênios) e o aumento dos hormônios
anabólicos (GH e IGF-1) resultam em aumento da massa corporal e desenvolvimento
físico (crescimento ósseo, longitudinal e distribuição do tecido adiposo) e na maturação
dos órgãos e sistemas (desenvolvimento das mamas, pelos pubianos e maturação da
genitália). Porém, em paralelo, esse processo provoca uma hiperatividade sebácea.

A acne é um processo multifatorial que tem como consequência hiperatividade


sebácea, queratinização do óstio folicular e proliferação de Staphylococos epidermidis,
Pityrosporum ovale e, principalmente, de Propionibacterium acnes.

Esses microrganismos possuem enzimas chamadas esterases, capazes de hidrolisar os


triglicerídeos do sebo, liberando ácidos graxos livres que são altamente irritantes.

Além disso, a Propionobacteriun acne produz enzimas como lipase e fosfatase que
participam na ruptura folicular pela liberação de fatores quimiotáticos, promovendo a
atração de neutrófilos e linfócitos para o lúmem folículo (fragmentos da parede celular
estimulam macrófagos a produzirem IL8, IL1β e fator de necrose tumoral alfa) com a
liberação de citocinas pró-inflamatórias. (TOYODA; MOROHASHI, 2001)

Figura 14. Patogênese da acne.

Fonte: Toyoda e Morohashi, 2001.

55
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Classificação em relação ao grau da acne:

»» Grau 1: comedões abertos ou fechados, sem inflamação.

»» Grau 2: comedões e pústulas. Presença de processo inflamatório (líquidos


pustulentos).

»» Grau 3: aspecto visual idêntico ao grau 2, porém com cobertura de mais


60% rosto ou dorso e com presença de alguns nódulos.

»» Grau 4: pústulas, nódulos, cistos, inflamados e doloridos, com grande


probabilidade de formação de cicatrizes na pele.

A importância da integridade fisiológica e


funcional do trato gastrointestinal

A geração da regulação imunofisiológica no intestino depende do estabelecimento da


microbiota ativa, pois forma barreira contra microrganismos invasores. Trata-se de
um canal entre os nutrientes e a circulação sistêmica e barreira contra toxinas de uma
variedade de fontes.

No processo alimentar, a absorção pode ser alterada por sintomas de má absorção,


interação entre os nutrientes, alteração da permeabilidade da mucosa, e,
consequentemente, disbiose.

Hiperpermeabilidade intestinal

O aumento da permeabilidade intestinal ocorre quando estruturas de adesão às células


epiteliais (desmossomas) são destruídas, fazendo aumentar a permeabilidade de
antígenos via paracelular e reduzir a absorção de nutrientes via transcelular.

Alguns fatores como a má digestão, hipocloridria, ausência de fatores de proteção à


mucosa intestinal, déficit nos fatores de crescimento da mucosa, toxinas bacterianas,
irritantes químicos, radicais livres e disbiose podem causar e/ou agravar a permeabilidade
intestinal.

Consequências do aumento da permeabilidade intestinal:

»» absorção de macromoléculas tóxicas;

»» estado crônico de hipersensibilidade imunológica;

»» diminuição da absorção de vitaminas e minerais;

56
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

»» depósito de toxinas e complexos imunes em tecidos, dificultando a


drenagem;

»» retenção hídrica, devido resposta alérgica.

O tratamento da hiperpermeabilidade intestinal consiste na utilização de probióticos,


prebióticos, fibras solúveis, insolúveis e glutamina. A glutamina é um potente auxiliador
no processo de reparação da mucosa intestinal e do sistema imunológico enfermo, pois
sua oxidação produz energia para os macrófagos, linfócitos e fibroblastos.

O uso de prebióticos, substâncias alimentares não digeríveis, é uma maneira de


modificar favoravelmente a composição e/ou atividade da microbiota intestinal. Um
tipo de prebiótico de cadeia curta, frutooligossacarídeos (FOS), é bem conhecido para
o efeito de promoção de saúde, pois estimulam bifidobactérias colônicas, reduzindo o
PH fecal e a consistência das fezes, aumentando a resistência a infecções e modulando
o sistema imunológico. (GIBSON et al., 2004)

Fitoterapia
Uma das estratégias mais utilizadas no tratamento da acne é a inibição da enzima 5-alfa-
redutase, responsável pela conversão de testosterona em dihidrotestosterona (DHT).
A DHT quando ativa seus receptores dérmicos provoca a hiperatividade sebácea,
agravando o quadro da acne.

Na tabela abaixo estão as principais plantas medicinais que apresentam efeitos


antiandrogênicos.

Tabela 4. Plantas medicinais com efeito antiandrogênico.

PLANTA EFEITO BIOLÓGICO


Ganoderma lucidum Redução da atividade da enzima 5-alfa-redutase, reduzindo os níveis
de DHT.
Glycyrrhiza glabra (Licorice) Redução da testosterona total.
Camellia sinensis (Chá verde) As epigalocatequinas inibem a enzima 5-alfa-redutase, reduzindo os
níveis de DHT.
Mentha spicata Redução na testosterona livre, aumento de FH, FSH e estradiol.
Serenoa repens (Saw palmetto) Efeito antiandrogênico, inibição da enzima 5-alfa-redutase.

Fonte: Grant e Ramasamy, 2012.

57
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Tabela 5. Outras plantas utilizadas no tratamento da acne.

PLANTA EFEITO BIOLÓGICO


Aloe vera Antibacteriana e anti-inflamatória (uso tópico).
Camelia sinensis Inibição da 5-alfa-redutase, efeito anti-inflamatório (uso tópico).
Commiphora mukul Atividade antibacteriana (uso oral – cautela, pois afeta a atividade
tireoidiana).

Curcuma longa Atividade antibacteriana e anti-inflamatória (uso tópico e oral).

Melaleuca alternifolia (Tea tree oil) Efeito antibacteriano e anti-inflamatório (uso tópico).

Magnolia officinalis Ação anti-inflamatória por meio da redução de IL-8 e TNF-alfa.

(magnolol)
Citrus aurantium Ação anti-inflamatória por meio da redução de IL-8 e TNF-alfa.

(hesperidina)
Garcinia mangostana Redução da produção de TNF-alpha e de citocinas pro-inflamatórias
(Mangostin) (in vitro).

Fonte: Azimi et al., 2012; Chomnawang et al., 2007.

Outro importante mecanismo de ação dos fitoterápicos é o controle da produção de


sebo e do processo inflamatório.

Figura 15. Mecanismo de ação do EGCG e resveratrol no controle da secreção sebácea.

Fonte: Fisk et al., 2014.

Uma revisão recente da literatura identificou os principais compostos ativos e os


respectivos mecanismos envolvidos no tratamento da acne.

58
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Um fitoquímico de destaque é o resveratrol. Polifenol extraído a partir da pele de


uvas e outras plantas. Estudos in vitro indicaram que o resveratrol interfere com a
hiperqueratinização (HOLIAN; WALTER, 2001), inflamação (SUBBARAMAIAH et al.,
1998), e proliferação da P. Acnes (DOCHERTY et al., 2007), além de exercer efeito
antioxidante (JAGDEO et al., 2010), o que pode diminuir a gravidade da acne por vários
mecanismos, incluindo uma diminuição na produção de produtos de peroxidação de
lípidos comedogênicos. São fitoterápicos ricos em resveratrol: Vitis vinífera (extrato e
semente), Cranberry (Vaccinium oxycoccus) e Lingonberry (Vaccinium vitis idaea L).

As catequinas presentes na Camelia sinensis, Epigalocatequina galato e Polyphenon-60


e seus efeitos redutores de lesões inflamatórias de acne têm sido observadas nos
estudos clínicos. Ensaios em células humanas indicaram que Polyphenon-60 regula
negativamente a expressão de toll-like receptor 2 e interleucina-8. Os seus efeitos
na produção de sebo não foram estudados, mas não foram encontrados efeitos anti-
inflamatórios em comedões fechados, o que sugere que o efeito sobre a síntese de sebo
é de mínima a moderada. (JUNG et al., 2012)

Evidências in vitro revelaram que o EGCG afeta todos os quatro principais mecanismos
patogênicos envolvidos no desenvolvimento de acne. EGCG inibe o crescimento de P.
Acnes, induz a apoptose de sebócitos e reprime cascatas inflamatórias, normalmente
induzidas por P. Acnes (YOON et al., 2013). Além disso, o EGCG pode ter um efeito
inibidor indireto sobre queratinização anormal por meio da diminuição da expressão
de interleucina-1α em queratinócitos. Os efeitos antiproliferativos da EGCG nos
queratinócitos foram evidenciados em outro estudo (BALASUBRAMANIAN; ECKERT,
2007), apoiando ainda mais a sua capacidade para inibir a hiperproliferação de
queratinócitos.

59
CAPÍTULO 4
Cabelos

O cabelo e uma fibra natural, sendo que a superfície do cabelo não e quimicamente
homogênea. A fibra capilar é formada por varias estruturas, cada qual com uma
característica diferente da outra, e isso leva o cabelo a se tornar um assunto de estudo
mais complexo. O folículo capilar é composto por duas estruturas: um filamento externo
a derme (haste) e outro interno a derme (bulbo).

Figura 16. Estrutura do cabelo.

Fonte: <http://www.tricologia.com.br/sobre_cabelos_2.asp>. Acessado em: janeiro de 2015.

Ciclo de crescimento dos cabelos


O ciclo biológico do cabelo é constituído por três fases: anágena (crescimento), catágena
(repouso) e telógena (queda).

1. Anágena: fase de crescimento ativo do cabelo. Pode durar por vários


meses e até vários anos; a média é de três anos. O comprimento do cabelo

60
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

do indivíduo é determinado por essa fase, ou seja, se for mais longa em


uma determinada pessoa, ela poderá ter cabelos mais compridos que
outra cuja fase é mais curta.

2. Catágena: fase de transição. O período é relativamente curto, dura de 2


a 4 semanas, e é quando ocorre uma interrupção do crescimento dos fios.

3. Telógena: a fase telógena dura de 3 a 6 meses e durante esse período


ocorre o desprendimento dos fios do couro cabeludo. Eles podem
facilmente ser arrancados apenas penteando ou lavando os cabelos.
Terminada essa fase, um cabelo novo cresce da mesma raiz, reiniciando
o ciclo.

Figura 17. Esquema do folículo de cabelo humano na fase anágena. Em destaque na figura a glândula sebácea

(1), o músculo eretor da pele (2), células da matriz (3), papila folicular (4), bainha externa da raiz. A bainha externa

da raiz, bulbo capilar e papila folicular são responsáveis pelo crescimento do cabelo.

Fonte: Adaptado de Jatana e DeLuise, 2014.

61
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» Cabelo saudável: no fio de cabelo saudável a cutícula tem um padrão


regular. Quando está em boas condições, as moléculas de água e de
proteína ficam seladas dentro do cabelo, mantendo-o maleável, forte e
macio.

»» Cabelo danificado: no cabelo danificado, algumas das escamas estão


“abertas” favorecendo a perda de umidade e proteína, tornando-o menos
flexível e mais sujeito a rupturas.

Composição química e estrutura dos cabelos


»» Carbono: 45%

»» Hidrogênio: 7%

»» Oxigênio: 28%

»» Nitrogênio: 15%

»» Enxofre: 5%

»» Ferro, cobre, zinco, iodo, proteínas, aminoácidos, lipídios e água.

Estima-se cerca de 100.000 a 150.000 fios de cabelo e que o crescimento seja em torno
de 10mm/mês, havendo queda normal de 60 a 100 fios/dia. (SINCLAIR, 2002)

Cor e textura dos cabelos


A proporção de melanina e feomelanina define a cor do cabelo (pigmentos são fagocitados
por células da matriz do folículo e distribuídos ao longo do pêlo).

»» A coloração dos pelos resulta da inatividade dos melanócitos, células


resistentes no bulbo do folículo piloso e que produzem grânulos de
pigmento escuro (melanina) sintetizado a partir da tirosina.

»» Leucotricose: apoptose dos melanócitos de acordo com padrões genéticos


familiares.

»» Trabalhos que prometem acabar com os cabelos brancos, mas clinicamente


não se observa.

62
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Apoptose do melanócito no envelhecimento do


folículo piloso humano e um indicador de estresse
oxidativo induzido pelos danos teciduais

Anágeno VI do folículo piloso foi obtido por meio da microdissecação de biópsias da


pele humana de mulheres voluntárias com idade entre 50 e 72 anos após menopausa.
(ARCH et al., 2006). Os resultados foram:

»» diminuição no número de melanócitos e um aumento na incidência de


apoptose do bulbo capilar estão associados ao estresse oxidativo;

»» envelhecimento do folículo piloso caracterizado pela ausência de


protetores do estresse oxidativo (Bcl-2) e fatores de crescimento do
melanócito (c-Kit);

»» maior frequência de estresse oxidativo associado aos danos do DNA


ocorre em folículos de cabelos grisalhos;

»» os melanócitos da unidade de pigmento são altamente e seletivamente


susceptíveis ao dano causado pelo estresse oxidativo exógeno.

Pigmentação do cabelo em humanos – aspectos


biológicos

A biossíntese da melanina e a subsequente transferência do melanócito para o bulbo


capilar (para os queratinocitos) dependem da biodisponibilidade dos precursores da
melanina e da transdução de sinais.

O pigmento do cabelo contribui para a excreção rápida de metais pesados, substâncias


químicas e toxinas. O aumento dessas substâncias leva ao aumento do estresse oxidativo.
(TOBIN, 2008)

Emerit e cols. (2004) em um estudo com objetivo de avaliar o papel das reações de
fotosensibilização para o embranquecimento capilar e demonstrar os efeitos protetores
da supróxido dismutase (SOD) constataram que SOD protege o DNA dos melanócitos
contra a ação dos radicais livres. (EMERIT et al., 2004)

Processo inflamatório dos pêlos

É desencadeado por fatores intrínsecos, anormalidades genéticas e foliculares. Sofre


influência por vários estímulos (interno ou externo) queratinocitos presentes nos
folículos (parte bulbar e perivascular, além da parte externa: folículo e epitélio) produz

63
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

citocinas pró-inflamatoria, incluindo IL-1, IL-2,IL-4, IL-5, IL-8,IL-10, fator de necrose


tumoral, linfócitos. A IL-1 interfere no ciclo do cabelo, levando a um ciclo prematuro. Ao
analisar os cabelos de pacientes com alopecia, observa-se decréscimo de melanócitos e
melanossomas.

Figura 18. Causas da inflamação.

Fonte: RINGMAN et al., 2005.

Eflúvios

Classificação

»» Alopecias difusas cicatriciais: radiações ionizantes, queimaduras extensas,


neoplasias, pseudopelada, foliculite decalvante, penfigoide cicatricial.

»» Alopecias difusas não cicatriciais: androgenética/androgênica, areata,


quimioterapia, sifilis , colagenose sistêmica, tração, desnutrição
congênita, eflúvio telógeno (pós-parto, febre, estresse, dieta restritiva),
endocrinopatias metabólicas e nutricionais (desnutrição, deficiência
zinco, biotina, ácidos graxos essenciais, ferro), drogas (anticoagulante,
hipervitaminose A, retinoides, lítio, estatinas).

64
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Figura 19. Androgenética.

Fonte: Andrew G. Messenger, Disorders of hair growth, 2004.

Alopecia

Os vários tipos de alopecia se manifestam de acordo com a fase do ciclo de crescimento


em que são acometidos, podendo ser reversíveis ou irreversíveis.

Alopecia androgênica masculina

A alopecia androgênica (AAG) é uma característica clínica de queda de cabelo nos


homens, tendo uma condição genética comum e sendo produzido pela ação dos
andrógenos circulantes. O folículo capilar produz fios mais finos (lunagem), menores
e despigmentados. No entanto ainda se desconhece a causa da ação dos andrógenos
sobre os folículos pilosos nas diversas partes do corpo.

Alopecia androgênica feminina

Trata-se de uma condição genética comum, causada por um gene único, autossômico
dominante, porém com prevalência reduzida no gênero feminino, podendo ou não estar
associada às endocrinopatias androgênicas. Caracteriza-se pela perda e pelo afinamento
progressivo dos cabelos, iniciando no vértex, podendo chegar ao quadro de calvície,
preservando, na maioria das vezes, a linha frontal. Na mulher pode ser decorrente
de fatores isolados ou associados entre si, como o aumento da secreção glandular de
andrógenos pelos ovários, suprarrenais ou ambos; alteração de níveis sanguíneos de
SHBG; maior sensibilidade de receptores androgênicos dos folículos pilosos; aumento

65
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

na conversão de testosterona em DHT nos tecidos pela elevação da taxa de 5-alfa-


redutase e predisposição genética.

Alopecia areata

Doença multifatorial com componentes autoimunes, atuando em indivíduos


predispostos em termos genéticos, cujas causas reais permanecem desconhecidas.
(ANDREW, 2004)

Fitoterapia
Para redução dos efeitos causados por processos inflamatórios no couro cabeludo, a
utilizadação de fitoterápicos por via oral ou em formulações para uso tópico é uma
conduta frequente. A seguir veremos uma relação de compostos ativos presentes em
plantas, com propriedade anti-inflamatória.

Fitoterápicos com propriedades anti-inflamatórias

»» Flavonoides (quercetina, campferol, flavonas, antocianinas, resveratrol,


isoflanoides): inibem atividade fosfolipase A2, cicloxigenases e
lipoxigenases. (HOLMES-MCNARAY et al., 2000)

»» Cúrcuma: bloqueia expressão genética citocinas pró-inflamatórias, inibe


fosfolipase A2, LOX, COX, Tromboxanos, TNF alfa. (RINGMAN et al.,
2005; LEITE et al., 2003)

»» Gengibre: inibe COX, LOX, tem potente ação anti-inflamatória.


(GRZANNA et al., 2005)

»» Própolis: antioxidante, inibe a síntese de prostaglandinas e leucotrienos


pelos macrófagos. (BORRELLI et al., 2002)

»» Fitoterápicos: atividade anti-inflamatória, ação antioxidante, efeito


imunoestimulador (ex.: camomila, pimenta, equinácea, cardo mariano).
(SANDERSON et al., 2006)

Outros estudos indicam que a utilização de extratos de algumas plantas em formulações


para uso tópico, no couro cabelulo, aumenta o crescimento do pelo. O efeito está
principalmente relacionado à capacidade de indução de fatores de crescimento dérmico
do folículo piloso. Estudos realizados em seres humanos, em animais e in vitro destacam
três plantas que apresentam esses efeitos, são estas:

66
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Rubus idaeus (Óleo de Framboesa)

Estudos recentes apontam para o efeito modulador de fatores de crescimento, como


o IGF-1, por meio da aplicação tópica do óleo de framboesa. Estudo realizado com 4
homens com alopecia, com o uso de uma formulação para uso tópico contendo 0,01%
de óleo de framboesa durante 5 meses, revelou aumento da velocidade de crescimento
dos cabelos.

Figura 20. Utilização do óleo de framboesa em homens com alopecia.

Fonte: N. Harada et al., 2008

Alecrim (Rosmarinus Officinalis)

Estudos in vitro e in vivo com a administração tópica do extrato de Rosmarinus


officinalis (RO-ext, 2 mg/dia/mouse) melhorou o crescimento do pelo em camundongos.
Além disso, a RO-ext promoveu o crescimento de pelos em camundongos C3H/He que
tiveram suas áreas dorsais raspada. (MURATA et al., 2013)

O mecanismo de atividade antiandrogénica de RO parece estar voltado para a inibição


de testosterona 5α–redutase, o qual é bem reconhecido como uma das estratégias mais
eficazes para o tratamento de alopecia androgénica.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Panax Ginseng (Red Ginseng)

Estudos recentes que analisaram in vitro e in vivo a ação de extratos de Panax ginseng
por meio de uso tópico em animais e em cultura de folículos capilares humanos. Os
resultados de ambos os estudos indicaram que o extrato e seus ginsenosideos promovem
aumento da proliferação de células da papila dérmica em humanos, estimulando
proliferação dos queratinócitos na matriz do cabelo, além de inibir a transcrição do
receptor de andrógeno induzida por DHT. Esses resultados sugerem que o ginseng
vermelho (Panax Ginseng) pode promover o crescimento do cabelo em seres humanos.
(KIM et al., 2015; PARK et al., 2015)

68
CAPÍTULO 5
Hidrolipodistrofia ginoide

Fisiopatologia
A “celulite” representa um dos maiores desafios da medicina nos últimos anos, sendo
agravado pelos padrões atuais de beleza feminina que exigem uma solução para o
problema. Estima-se que 90% das mulheres apresentam este distúrbio. (MURAD,
2009)

Termos para descrever esta patologia:

»» hidrolipodistrofia ginoide;

»» lipoesclerose nodular;

»» paniculopatia edematofibroesclerótica;

»» paniculose;

»» fibroedema geloide

»» mesenquimatose;

»» lipodistrofia segmentar;

»» lipoesclerose nodular;

»» linfostase cutânea regional.

A ausência de uma base fisiopatogênica definida leva à impossibilidade de se estabelecer


uma forma terapêutica adequada e elaboração de protocolos de atendimento. O
descrédito sobre as propostas terapêuticas da celulite, tanto por parte dos profissionais
como pelos pacientes, é unânime. Por outro lado, ilustrações mostram que desde os
tempos remotos as mulheres já apresentavam celulite, fazendo parte da história da
humanidade. (GODOY, 2003)

A insulina estimula a lipogênese e a sua afinidade é aumentada pelo estrogênio e pela


prolactina. O estímulo a lipogênese provoca hipertrofia adipocitária, aumento da
viscosidade da substância fundamental e alteração na microcirculação, dificultando
as trocas metabólicas e a oxigenação. Evolui para fibroesclerose e encapsulamento de

69
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

adipócitos. (SEGERS, 1984; CURRI, 1991; CIPORKIN; PASCHOAL, 1992; MARTIN,


1994)

Consequências

»» Edema. O líquido intersticial geleificado comprime a circulação linfática


dificultando a escoagem.

»» Déficit circulatório. Ocorre compressão das arteríolas dificultando


a difusão de O2 e de nutrientes do vaso para as células, assim como o
retorno dos exudatos.

»» Lipogênese e hipertrofia do adipócito. Devido à dificuldade de


trocas metabólicas o adipócito acumula reservas no seu interior e aumenta
a resistência de sua membrana (encarcerando as reservas) tornando-se
um micronódulo.

»» Acúmulo de líquido. A matriz intersticial geleificada, com acúmulo de


exudatos aumenta a pressão oncótica e retém mais líquido no seu interior.

»» Proliferação desordenada de fibras de elastina. Ocorre um


agrupamento dos micronódulos tornando-os macronódulos adipocitários.

Segundo Guirro (2002), no FEG (Fibroedema giloide) as alterações causadas nos


fibroblastos, especialmente pelo estrógeno, promovem modificações estruturais
nas GAGs com hiperpolimerização, aumentando o seu poder hidrofílico e a pressão
osmótica intersticial. Esse mecanismo gera acúmulo de líquido entre os adipócitos com
consequente deposição de colágeno na matriz-intersticial.

A não uniformidade na deposição dessas fibras de colágeno acarreta uma esclerose


irregular de tamanhos variados, tanto ao redor dos adipócitos quanto dos vasos
sanguíneos. As mudanças no tamanho dos capilares levam quase sempre à formação de
microaneurismas, por seu estrangulamento, permitindo o extravasamento de plasma
para o interstício em conjunto com algumas citocinas e linfócitos, reforçando essa
desordem.

O estrógeno é responsável pelo desequilíbrio da matriz, desencadeando


comprometimento vascular e levando ao aparecimento de citocinas pró-inflamatórias.

Howard Murad propõe a teoria do “Princípio da água”, que propõe tratar a lipodistrofia
ginoide como doença sistêmica e evolutiva, baseada nos 3 pontos-chave: reparar,
reidratar e revitalizar as células.

70
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Com o envelhecimento, as células perdem a capacidade de se hidratar e entram em


colápso e se tornam incapazes de reter água, tornando-se ineficientes em suas funções.

A causa real da celulite é o dano infligido pela água às células da pele e do tecido
conjuntivo, bem como pelo enfraquecimento dessas. A pele se deteriora a ponto
das células gordurosas flutuantes serem capazes de passarem pela derme e atingir a
superfície. (MURAD, 2006)

Os componentes básicos da formação são:

»» ruptura dos vasos sanguíneos,

»» danos à derme,

»» acúmulo de água “desperdiçada” (edema),

»» hiperplasia e hipertrofia dos adipócitos e

»» afinamento da epiderme.

Para escolha e eficácia nos tratamentos mais modernos contra a celulite é


importantíssimo conhecer seus estágios, causas e fatores desencadeantes.

Para Ribeiro (2010) a “celulite” consiste em uma desordem do tecido adiposo, com
presença de edema (hidro) e com a função venolinfática alterada, visivelmente
identificada por distúrbio topográfico na região ginoide. Em 2009, houve nova
classificação: a escala da celulite pode variar da “casca de laranja”, casos mais leves;
“queijo cottage” com “covinhas” irregulares e o pior caso quando se parece com “colchão
acolchoado”, conforme abaixo.

Estágio 1

»» discreta dilatação dos vasos;

»» aumento da temperatura provocada por edema e hiperpermeabilidade


dos capilares;

»» ausência de alteração circulatória;

»» aumento de volume das células do tecido gorduroso na região afetada


ocasionado por acúmulo de gordura dentro da célula;

»» acúmulo de gordura no local.

71
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Estágio 2

»» aumento da gordura local;

»» início do aparecimento da fibrose;

»» aumento dos volumes das células que geram microcompressão nos vasos
linfáticos, causando alteração circulatória;

»» acúmulo de toxinas com formação de edema.

Estágio 3

»» microvarises e vasos;

»» sensação de peso e cansaço nas pernas;

»» agravamento de problemas circulatórios;

»» fibrose (alteração tripla hélice);

»» desordenação do tecido e aparecimento de nódulos, que apesar de


profundos são vistos como irregularidades na superfície;

»» presença de nódulos na apalpação “aspecto de saco de nozes”.

Estágio 4

»» aumento de edema desordenado das células gordurosas;

»» pernas inchadas, pesadas e doloridas;

»» aparecimento de fibroesclerose;

»» depressões;

»» perda acentuada da circulação.

72
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Figura 21. Estágios da lipodistrofia ginoide.

Fonte: Rossi e Vergnanini, 2000.

Godoy e Godoy (2010) sugerem causa vascular da celulite, especificamente com maior
envolvimento do sistema linfático, comprometimento linfático regional e linfostase
cutânea regional. A abordagem vascular, enfatizando o sistema linfático, abre nova
perspectiva no tratamento da celulite (lipedema).

Lipedema é uma doença vascular crônica que acomete principalmente mulheres.


Caracterizado pelo depósito anormal de gordura nas pernas e próximo do quadril, a
pele se apresenta em hipotermia e a terapia é difícil. Nunca se deve confundir com
linfedema. Edema com formação de cacifo pode ser proveniente de hipotiroidismo,
hipoproteinemia severa. Estudos apresentam excelentes resultados com utilização de
rutina e castanha da índia, além do uso de meias de compressão.

Emanuele e cols. (2010) avaliaram, por meio da coleta salivar de DNA, 200 mulheres
com IMC 25kg/m2 apresentando celulite com grau maior ou igual a 2 com o objetivo de
encontrar uma base genética para a celulite. Os genes apontados pelo estudo são os da
enzima conversora de angiotensina 1(ECA) e gene do fator indutor de hipóxia (1HIF1A).

Pacientes com alteração genética no gene da ECA tem concentração aumentada de ECA
no sangue e tecidos, consequentemente maior vasoconstrição. Apresentam também
baixos níveis de bradicinina (vasodilatador), resultando em maior vasoconstrição local,
maior distúrbio de oxigenação tecidual. Altos níveis do fator alfa indutor de hipóxia

73
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

(1HIF1A) desequilibram o tecido fibroso e aumentam a inflamação. (EMANUELE et


al., 2010)

Com o aumento da ingestão calórica, aumenta a hipóxia por interferir na rede vascular,
desregulando a função endócrina do adipócito. Mais de 50% dos pacientes com celulites
em graus mais avançados apresentaram estímulo do fator de indução de hipóxia-1alfa
(HIF1A) - HIF1A. (EMANUELE et al., 2010)

Emanuele et al. (2011) constataram que a expressão da adiponectina no tecido adiposo


subcutâneo é reduzida em mulheres com celulite. A adiponectina apresenta importantes
efeitos protetores, anti-inflamatórios e vasodilatadores.

Figura 22. Alterações endócrinas da lipodistrofia ginoide.

Fonte: Rossi e Vergnanini, 2000.

Resumo das causas

As principais causas da celulite são os hormônios, principalmente o estrogênio, distúrbios


vasculares e a genética. Existem também fatores predisponentes (idade, obesidade,
distúrbios circulatórios), determinantes (estresse, fumo, desequilíbrios glandulares,
diabetes, maus hábitos alimentares e disfunção hepática), além de condicionantes
(aumento da pressão capilar, dificuldade de reabsorção linfática e acúmulo de água nos
espaços intercelulares).

74
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Importância da destoxificação hepática


O estilo de vida moderno impõe um ritmo de vida com exposição constante a
diversos xenobióticos. O termo xenobiótico é definido com uma substância estranha e
normalmente prejudicial ao organismo vivo. São também conhecidos como poluentes
orgânicos persistentes (POPs), produtos químicos que contém carbono, introduzidos
no ambiente em número cada vez maior, decorrente da atividade industrial. Estima-se
que mais de 80 mil desses produtos químicos foram introduzidos no ambiente desde a
Segunda Guerra Mundial. (CARVALHO; MARQUES, 2008)

Sabe-se que mulheres acometidas por “celulite” em graus elevados, apresentam um


nível considerável de toxinas e xenobióticos no organismo. Isso se deve ao fato de estar
associado ao aumento da permeabilidade intestinal e baixa capacidade de drenagem
linfática nas regiões afetadas.

O fígado é o órgão responsável por cerca de 60% desse processo, seguido pelo intestino
(20%). Portanto, para garantir a destoxificação adequada devemos suprir as necessidades
hepáticas e condições intestinais adequadas. Otimizar os sistemas de destoxificação do
organismo humano é de extrema importância para redução do acúmulo de toxinas em
tecidos adiposos e fígado. É através de um complexo sistema hepático que o organismo
consegue metabolizar e eliminar esses xenobióticos. Processo que depende a ação de
diversos nutrientes para as suas reações químicas.

As principais rotas de eliminação de toxinas são pela urina e bile, mas o suor, o leite, as
lagrimas, o ar exalado e outras secreções também atuam na eliminação de toxinas do
nosso organismo.

Muitos fitoterápicos apresentam compostos biativos capazes de dar suporte enzimático


para as reações relacionadas ao processo de destoxificação hepática, contrbuindo, assim,
para a biotransformação de xenobióticos que poderão ser eliminados do organismo por
via renal.

Mecanismos envolvidos na destoxificação:

»» Eliminam químicos lipofílicos estranhos, que ficam na membrana celular


e que são de difícil quebra e excreção.

»» Habilitam o organismo a eliminar xenobióticos, as substâncias lipofílicas


são transformadas em hidrofílicas, facilitando sua excreção.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Fases da destoxificação

O processo de destoxificação é composto por 2 fases:

Fase I – biotransformação

São reações catalisadas por uma grande variedade de enzimas, sendo a família do
citocromo P450 a mais significativa. O resultado das reações da fase I é um intermediário
reativo, que deverá sofrer reação de conjugação (fase II) para que não possa agir como
radical livre, ligando-se facilmente ao DNA, proteínas e ao RNA, causando efeitos
irreversíveis ao funcionamento celular. Esse intermediário reativo é solúvel em água,
porém normalmente não são diretamente eliminados.

Reações de fase I: oxidação, redução, hidrólise e hidratação.

Nutrientes que estimulam as reações de fase I: vitaminas B2, B3, B6, B12, ácido fólico,
glutationa, BCAA, flavonoides, fosfatidilcolina e molibdênio.

Fase II – Conjugação

Reações que transformam o intermediário reativo em uma molécula hidrossolúvel


atóxica. Essas reações devem acontecer o mais rápido possível.

Reações de conjugação: sulfatação, glicuronidação, acetilação, acilação, metilação.

Nutrientes que estimulam as reações de fase II: glicina, taurina, glutamina,


n-acetilcisteína, cisteína, metionina, sulfato e vitamina B5.

As enzimas que atuam nesse processo têm sua atividade influenciada por alguns
fatores como, genética, gênero, idade, estado de saúde, e nutrição, além do controle da
quantidade de xenobióticos absorvidos. A maioria das enzimas envolvidas no processo
são expressas mediante o contato com o xenobióticos. Desequilíbrios e disfunções
hepáticas ocorrem muitas vezes pelo excesso de xenobióticos versus a falta de substrato
para metabolização. A fitoterapia é mais uma ferramenta importante, pois fornece
fitoquímicos que agem como destoxificantes e como hepatoprotetores.

Algumas estratégias são importantes para garantir a eliminação adequada de tóxicos


químicos (álcool, hormônios, alérgenos, micróbios, metabólitos microbianos etc.),
como restaurar as funções hepáticas:

»» redução do uso e exposição a agentes que têm um efeito adverso sobre a


função hepática;

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

»» restauração da flora intestinal, com particular atenção ao trânsito e


permeabilidade intestinal conservada e presença de microrganismos
benéficos;

»» estímulo para destoxificação hepática. A ingestão de alguns fitoquímicos e


nutrientes pode auxiliar esse processo: silimarina (Sylibum marianum),
bioflavonoides, catequinas (Camellia sinensis), selênio, cisteína, vitamina
C etc.

Fitoterapia aplicada ao tratamento da


lipodistrofia ginoide
No tratamento da lipodistrofiaginoide é importante atuarmos em várias frentes:
suporte para destoxificação hepática, melhora das condições de trânsito intestinal
e permeabilidade intestinal, estímulo para redução de gordura corporal, melhora
da permeabilidade capilar e redução do edema, suprimento de antioxidantes e
substâncias anti-inflamatórias. Veremos a seguir as principais plantas que atuam
nessas diversas frentes.

Suporte para a destoxificação hepática

Conforme destacado anterioremente, o suporte para destoxificação hepática é um


processo importante no tratamento da hidrolipodistrofia ginóide. A seguir serão
destacadas algumas plantas medicinais que apresentam ação detoxificante e/ou
hepatoprotetora.

Cardo mariano (Silybum marianum L.)

O Silibium marianum L. pertence à família Asteraceae e suas folhas, flores, raízes e frutos
são utilizados em fitoterapia. Seu principal efeito é o hepatoprotetor e antioxidante,
que está associado à presença de flavonoides, como a Silimarina. (TIEN et al., 2011;
GALHARDI, 2009)

O cardo mariano tem sido utilizado como medicamento desde o século IV a.C para
tratar náuseas, mordidas de serpentes, problemas menstruais e indutores da lactação.
Relatos encontrados na literatura indicam que no século XVI o cardo mariano passou
a ser utilizado no tratamento de doenças hepatobiliares, sendo hoje indicado para esse
fim em todo o mundo. (FERREIRA, 2011)

77
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Estudos científicos revelaram que o Silibium marianum apresenta ação antioxidante,


antiperoxidação lipídica, antifibrótica, anti-inflamatória da membrana, além de
estabilizar mecanismos imunomoduladores de regeneração do fígado. Atualmente,
suas principais aplicações referem-se ao tratamento da hepatite, cirrose e proteção
hepática contra substâncias tóxicas. (LOGUERCIO; FESTI, 2011)

Dentre os isômeros da silimarina estão a silibina, que é o composto mais ativo e o que
apresenta maior quantidade (60%-70%), seguida da silicristina (20%), silidianina
(10%) e a isosilibidina (5%). (PRADHAN; GIRISH, 2006)

Os mecanismos de ação da silimarina envolvem diferentes rotas bioquímicas, tais como


(WELUNGTON; ARVIS, 2001):

»» estimulação da taxa sintética de RNA ribossomal (rRNA) por meio da


estimulação da transcrição da polimerase 1 e do rRNA, protegendo as
membranas celulares de danos induzidos por radicais e bloqueando a
recaptação de toxinas, como a alfa-amanitina;

»» aumento dos níveis séricos de glutationa e de glutationa S-transferase;

»» a silimarina pode facilitar a conjugação da bilirrubina com o ácido


glicurônico (reação de fase II) ou ainda inibir a enzima gama-glucuronidase
frente a toxinas patogênicas de bactérias intestinais.

Além disso, a silibina também é um potente inibidor da beta-glucuronidase intestinal


humana, bloqueando a liberação e reabsorção de xenobióticos livres e seus metabólitos
conjugados de glicuronídeo. (LOGUERCIO; FESTI, 2011)

É importante destacar que a silibina interage com algumas enzimas do grupo enzimático
P450, o que pode interferir no metabolismo de determinados fármacos, dependendo da
enzima necessária para a sua metabolização. Portanto, é fundamental que o profissional
prescritor verifique se o fitoterápico e os outros fármacos utilizados concomitantemente
pelo paciente fazem uso da mesma via.

A administração de silimarina já foi testada em diferentes concentrações e em diversos


estudos científicos. Wu et al. (2008) administraram silimarina em doses diferentes em
ratos. A silimarina exerceu efeitos benéficos em estágios iniciais de danos hepáticos
e alterações gordurosas, além de reduzir a histopalotogia das células desse órgão,
impedindo a formação de carcinoma hepatocelular durante o estado pré-carcinogênico.
A silimarina também foi capaz de bloquear a progressão do câncer após a formação de
nódulos, recuperou a estrutura de hepatócitos e, de maneira dose-dependente, reduziu
a formação de radicais livres.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Em outro estudo, Bonifaz (2009) analisou o efeito da silimarina sobre o vírus da hepatite
C e a expressão gênica de células de hepatoma humano. Os resultados sugerem que a
silimarina exerceu um efeito benéfico, porém, enfatizaram que ainda é necessário mais
estudos prospectivos, randomizados e controlados para se comprovar esse benefício.

Além disso, outros pesquisadores mostraram os benefícios da silimarina como protetor


contra a lesão hepática grave após envenenamento pelo cogumelo Amanita phalloides
e como agente protetor contra a medicação utilizada no tratamento da tuberculose.
(SALHANICK et al., 2008; BEDI et al., 2009)

Usualmente, o Silubum marianum L é prescrito na forma de extrato seco padronizado


(70%-80%) em cápsula, com uma dosagem de 100mg-300mg, 3 vezes ao dia (dosagem
para adulto). A prescrição da silimarina de forma isolada é restrita aos médicos. Efeitos
adversos são raros, porém doses acima de 1.500mg por dia podem exercer efeito laxativo
e aumentar a secreção de bile.

Alcachofra (Cynara scolymus)

Oriunda do mediterrâneo, a Cynara scolymus pertence à família Compositae e suas


folhas, brácteas e raiz são utilizadas mundialmente para fins medicinais. Em suas folhas
as principais substâncias químicas encontradas são os ácidos fenólicos, flavonoides
e sesquiterpenos, sendo a cinarina (ácido monocafeioilquínico) o princípio ativo da
planta. (NOLDIN; CECHINEL, 2003)

Diversos estudos utilizando o extrato de alcachofra em diversas concentrações


indicam que a infusão das folhas secas dessa planta apresentam ação hepatoprotetora,
antioxidante, colerética, colagoga, antidespéptica, diurética, antibacteriana, redutora
de colesterol e estimulante do sistema hepatobiliar (PITTLER et al., 2003). Além disso,
a alcachofra é indicada contra náuseas, indigestão e aterosclerose. (HOLTMANN et al.,
2003)

Küçukgergin et al. (2010), em estudo utilizando extrato de folha de alcachofra em


ratos alimentados com uma dieta rica em gordura e colesterol, durante um mês,
demonstraram que após o tratamento houve diminuição dos níveis séricos de colesterol
e triglicérides, porém não no fígado, mas ocorreu redução significativa da disfunção
hepática e níveis de malondialdeído cardíaco, além de aumentar a vitamina E no fígado
e a atividade da glutationa peroxidase.

Mehmetçik et al. (2008), em um modelo de estresse oxidativo induzido em ratos por


tetracloreto de carbono (CCI4), avaliaram a capacidade hepatoprotetora do extrato
de folha de alcachofra. Os ratos tratados com o extrato de alcachofra apresentaram

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

reduções significantes nas atividades das transaminases plasmáticas, melhoria das


alterações histopatológicas no fígado, diminuição dos níveis de malondialdeído e dieno
conjugado e aumento na atividade da glutationa peroxidase e glutationa redutase. Os
resultados sugerem que a administração in vivo de extrato de alcachofra pode ser útil
para a prevenção de hepatotoxicidade induzida pelo estresse oxidativo.

Outro grupo de pesquisadores estudou os efeitos de um extrato feito da parte comestível


da alcachofra. O extrato foi capaz de proteger os hepatócitos do estresse oxidativo, além
de evitar a diminuição de glutationa e o aumento de malondialdeído e ainda induzir a
apoptose de células cancerígenas. (MICCADEI et al., 2008)

É importante ressaltar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adverte


que o uso da Cynara scolymus deve ser feito com cautela em pacientes com doenças da
vesícula biliar, hepatite grave, falência hepática e câncer no fígado.

Alho (Allium sativum)

O Allium sativum é um fitoterápico pertencente à família Liliaceae e seus bulbos são


utilizados com finalidades medicinais e culinárias desde a antiguidade

A alicina é o principal composto bioativo encontrado no alho e exerce ação antiviral,


antifúngica e antibiótica, seguido da aliina que exerce efeito hipotensor e hipoglicemiante.
O alho também contém selênio agindo como antioxidante.

Iciek et al. (2011), em modelo de ratos, mostraram que os componentes ativos do alho
reduzem as espécies reativas de oxigênio e malonialdeído, com aumento na glutationa
S-transferase, sugerindo uma ação hepatoprotetora, pela indução de enzimas de fase II.

O extrato de alho pode alterar as enzimas citocromo P450 no fígado, sendo essas
responsáveis pela metabolização de compostos químicos exógenos, como medicamentos.
Estudos mostraram que a ingestão de um suplemento de alho em pó reduziu as
concentrações sanguíneas de Saquinavir e Ritonavir (medicamentos utilizados no
tratamento antirretroviral de pacientes portadores do vírus HIV) e esse efeito foi
atribuído à estimulação das isoenzimas P450 e toxicidade gastrointestinal grave. Por
outro lado, estudos realizados com os compostos ativos dialil sulfeto e dialil disulfeto,
derivados do alho, não apresentaram estímulo das isoenzimas P450 e nem toxicidade
gastrointestinal grave. (GALLICANO et al., 2003)

Cox et al. (2006), em estudo que avaliou a influência da suplementação de alho sobre a
farmacocinética do Docetaxel, fármaco utilizado no tratamento de câncer, revelou que,

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

apesar de alguns estudos terem mostrado que a alicina pode interferir na atividade da
enzima CYP3A4, o alho não afetou significativamente a disposição de Docetaxel.

A Anvisa adverte que o alho na forma de fitoterápico não deve ser utilizado por indivíduos
menores de três anos e pessoas com gastrite e úlcera gástrica, hipotensão, hipoglicemia,
hemorragia e em pessoas que fazem uso de anticoagulantes.

Boldo (Peumus boldus)

O Peumus boldus pertence à família Moniiniaceae e tem sua origem nas regiões
montanhosas do Chile, por isso é conhecido no Brasil como boldo ou boldo-do-Chile.
Em suas folhas encontramos alcaloides pertencentes à classe dos benzoquinolínicos
(0,4%-0,5%), sendo a boldina o principal deles (cerca de 12%-19%), além de taninos,
óleo essencial, flavonoides e glicolipídicos. (SCHWANZ et al., 2008)

Os principais efeitos relacionados ao boldo são: estimulação de secreções gástricas,


antidispéptico, colerético, colagogo, antiespasmódico, tratamento de cálculos biliares,
cistite e colelitíase acompanhada de dor e diurético. (SCHWANZ et al., 2008)

Estudos revelam que a boldina apresenta baixa toxicidade, não exerce efeito sobre
a atividade do citocromo P450, mas sim promove forte inibição da peroxidação das
microssomas do fígado humano, a boldina por ser considerada um valioso antioxidante,
agente hepatoprotetor e anti-inflamatório agudo. (LANHERS et al., 1991; KRINGSTEIN
et al., 1995)

Apesar dos efeitos benéficos, em alguns casos, mediante outros resultados obtidos na
literatura a respeito da toxicidade do extrato hidroalcoólico de folha seca de boldo,
sugere-se moderação e cuidado na administração de boldo, principalmente quanto ao
uso prolongado e também durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente
pela falta de conhecimento de mecanismos. (ALMEIDA et al., 2000)

Em acordo com esses estudos a Anvisa orienta que o uso desse fitoterápico deve ser
cauteloso e monitorado, principalmente em pessoas com doença hepática aguda
ou severa, colecistite séptica, espasmos do intestino e íleo e câncer no fígado. É
contraindicada para indivíduos que apresentem obstrução das vias biliares, doenças
severas no fígado e gestantes.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Estímulo para a lipólise

Metilxantinas

As metilxantinas são classificadas como β-agonistas. As principais metilxantinas


obtidas a partir de extratos botânicos são cafeína, teobromina e teofilina. A mais
utilizada é a cafeína, normalmente utilizada na concentração de 1% a 2%. Ela penetra
na pele facilmente, facilitando sua ação. A cafeína atua diretamente na célula adiposa,
promovendo a lipólise, inibindo a fosfodiesterase e aumentando AMPc. Diversas plantas
medicinais contêm metilxantinas. (HEXSEL et al., 2005)

Tabela 6. Composição de metilxantinas em plantas medicinais

METILXANTINA PLANTA
Café/Coffea arábica (Rubiaceae)
Chá verde/Camelia sinensis (Theaceae)
Cafeína Cacau/Theobroma cacao L. (Sterculiaceae)
Guaraná, Paullinea cupana (Spindaceae)
Erva mate, Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae)
Chá verde/Camelia sinensis (Theaceae)
Cacau/Theobroma cacao L. (Sterculiaceae)
Teobromina
Erva mate, Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae)
Chá preto/ Thea sinensis R. (Theaceae)
Chá verde/Camelia sinensis (Theaceae)
Cacau/Theobroma cacao L. (Sterculiaceae)
Teofilina
Erva mate, Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae)
Chá preto/ Thea sinensis R. (Theaceae)

Fonte: Adaptado de Hexsel et al., 2005.

Chá verde (Camellia sinensis)

As catequinas do chá verde inibem a enzima que degrada a norepinefrina, prolongando


sua ação no SNS.

Além disso, a cafeína, também presente no chá verde, influencia a atividade do SNS
inibindo a fosfodiesterase, enzima que rapidamente degrada o cAMP intracelular, e que
é sinal para degradação de norepinefrina.

O aumento da oxidação lipídica tem sido relacionado também à capacidade de


“upregulation” de genes que envolvem a beta-oxidação hepática (estudo feito com
ratos) e ao decréscimo da expressão da síntese de ácidos graxos pelo fígado. Esses
resultados apareceram 24 horas depois da ingestão das catequinas de chá verde.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Autores mostram que os resultados positivos da suplementação com catequinas de chá


verde em relação à perda de peso e maior sobre condição de elevadas concentrações de
norepinefrina, assim como durante o exercício. (MURASE et al., 2002)

O consumo de chá verde pode melhorar a sensibilidade à insulina e o perfil lipídico de


animais, além de alterar a expressão de genes envolvidos na homeostase de glicose e
lipídios.

As catequinas diminuem a atividade da proteína IKK, envolvida na fosforilação do IKB-α


induzida pela ativação mediada pelo TNF- α. Como consequência, temos a inibição
do fator de transcrição NF-kB. As catequinas também reduzem a expressão gênica da
proteína JNK e do fator de transcrição AP-1, ativados pelo TNF- α. (SERISIER et al.,
2008; TSUNEKI et al., 2004)

Cereus Sp (Koubo)

É um ativo natural com ação moderada do apetite, lipolítica, hipocolesterolênica,


diurética e antioxidante. Atribui-se seus efeitos a betalaína e indicaxantina presente no
extrato de Koubo, além da perda de peso devido à eliminação de líquidos em excesso
e de toxinas, ao mesmo tempo em que preserva e repõe os minerais. (GUEDES et al.,
2009; DA SILVA et al., 2008).

A tiramina e a N-metiltiramina são consideradas marcadores da espécie, que ao sofrerem


hidroxilação, originam dopamina, neurotransmissor endógeno da noradrenalina e
adrenalina (catecolaminas), que atuam como agonista de receptores b3, estimulando
a liberação do glucagon, desencadeando o processo de quebra de gordura (lipólise).
(GUEDES et al., 2009; DA SILVA et al., 2008)

Rubus idaeus (Framboesa – Raspberry)

Segundo Wang et al., (2012) os efeitos da Rubus idaeus são:

»» efeito lipolítico e redução de peso corporal em ratos e camundongos;

»» redução de esteatose hepática induzida por dieta hiperlipídica em ratos;

»» melhora da circulação;

»» aumento da adiponectina no tecido adiposo;

»» ação antioxidante e aumento da resistência capilar (rico em flavonoides).

Doses usuais: de 50 a 300mg

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Crocus sativus L (Açafrão verdadeiro)

O açafrão verdadeiro contém carotenoides (crocinas), lactonas sesquiterpênicas


(picrocina), óleo essências (safranal e cineol), triterpenos pentacíclicos (derivados do
ácido oleanoico) e flavonoides.

Efeitos (SHEMSHIAN et al., 2014):

»» anti-inflamatório;

»» antidepressivo (comparado à fluoxetina);

»» redução dos sintomas da TPM;

»» anti-hipertensivo;

»» efeitos cardiovasculares (redução da oxidação de lipoproteínas


plasmáticas);

»» Alzheimer;

»» melhora da memória;

»» lipólise (aumento do metabolismo hepático - enxaqueca).

Apesar de seus diversos efeitos benéficos já documentados, sua toxicidade é alta,


principalmente para o fígado, portanto, doses altas devem ser evitadas, bem como seu
uso prolongado.

Doses usuais: de 30 a 50mg dia (depressão, TPM, melhora da memória).

Aronia melanocarpa (Chokeberry)

Recentemente os efeitos benéficos do consumo de suco orgânico chokeberry (JOC) no


tratamento da celulite foram investigados (SAVIKIN et al., 2014). Vinte e nove mulheres
com idade entre 25-48 com um grau de celulite 2 de acordo com a escala Nurnberger-
Muller consumiram 100 ml do suco ao dia, durante 90 dias. Os resultados indicaram
uma redução do tecido subcutâneo de ± 1.9 mm em 97% das mulheres e redução do
edema em 55,2%. Essas evidências indicam que o suco orgânico chokeberry (Aronia
melanocarpa) pode contribuir significativamente no tratamento da celulite.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Ação antioxidante e anti-inflamatória

Açafrão (Curcuma longa)

O açafrão (Curcuma longa) possui várias atividades farmacológicas documentadas,


sendo a hipoglicemiante uma delas. Em coelhos diabéticos, a incorporação de 0,5% de
curcumina em um período de 8 semanas produziu redução não apenas da glicemia, mas
também do colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios do sangue. A curcumina modula
alvos moleculares como o NF-kB e consequentemente a indução dos genes induzidos
por este fator de transcrição como mediadores inflamatórios. (BABU; SRINIVASAN,
1998; SIDHU et al., 1999)

Gengibre (Zingiber officinale)

Potencial atividade moduladora da insulina foi identificada em estudos com o suco de


gengibre (gengibre fresco) em ratos diabéticos tipo I, produzindo o aumento dos níveis
de insulina e o decréscimo dos níveis de glicose rápida plasmática. Os efeitos estão
ligados aos receptores do tipo 5-HT (envolvido no controle da glicemia). O gengibre
possui potencial efeito antiglicante. O 6-gingerol bloqueia a translocação da subunidade
do NF-kB do citoplasma para o núcleo e, consequentemente, a indução dos genes
induzidos por este fator de transcrição como mediadores inflamatórios. (SARASWAT
et al., 2010; AKHANI et al., 2004; AL-AMIN et al., 2006)

Posologia indicada na literatura de referência (BOORHEM; LAGE, 2009; HUANG,


1999; PANIZZA, 2012):

»» Decocção: de 0,5 a 1 g (1 a 2 col de café) em 150 ml de água, 1 xícara de


chá de 2 a 4 vezes ao dia (RDC no 10/2010 - ANVISA).

»» Extrato seco: uma dose de 125 a 250 mg, 2 a 4 vezes ao dia.

»» Tintura 20%: de 15 a 25 gotas, 2 a 4 vezes ao dia, em água.

Chlorella pyrenoidosa (Chlorella)

A Chlorella apresenta efeito destoxificante, imunoestimulante, ajuda na recuperação


de tecidos lesados, melhora processos digestivos e apresenta ação anti-inflamatória
(inibe expressão de mediadores pró-inflamatórios), antifúngica, antiaterogênica (reduz
lipoperoxidação) e antioxidante.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Doses normalmente utilizadas (ALONSO, 1998; BOORHEM; LAGE, 2009):

»» De 1 a 10 gramas ao dia para adultos.

»» Planta em pó: ingerir 2 a 3 cápsulas de 500 mg 2 vezes/dia.

Deve-se começar com doses menores e ir gradualmente aumentando. Essas algas


apresentam ação nutritiva destoxificante, portanto, a dose deve ser estabelecida de
acordo com cada caso.

Syzygium aqueum (Jambu)

Syzygium aqueum é uma espécie da família Myrtaceae, comumente chamado de


jambu de água, é nativo da Malásia e Indonésia. Está bem documentado como planta
medicinal, e várias partes da árvore são usadas na medicina tradicional, por exemplo,
como um antibiótico. O extrato da folha de S. aqueum apresenta uma composição
significativa de compostos fenólicos. O extrato apresenta atividade antioxidante e
também exibiu outras atividades, considerando-o um ingrediente cosmético ideal.
Observou-se, in vitro, efeito de inibição da tirosinase e capacidade para provocar a
ativação da lipólise dos adipócitos (células de gordura). Além disso, o extrato não foi
citotóxico para as linhagens de células utilizadas em estudos e foi demonstrado que
tem boas propriedades cosmecêuticas. Portanto, a utilização desse extrato, isolado ou
em combinação com outros princípios ativos, é de grande interesse para a indústria de
cosméticos. (PALANISAMY et al., 2011)

Vaccinium myrtillus (Mirtilo)

Efeitos (KALUF, 2008):

»» Antioxidante e vasorregulador.

Redução do edema e da permeabilidade capilar

Hibiscus (Hibiscus sabdariffa)

O hibiscus possui atividade diurética e favorece a digestão lenta e difícil. Além disso,
devido à presença de ácidos orgânicos, possui ação levemente laxante. Em cultura de
células estimulada por uma mistura de hormônios, o hibiscus inibiu significativamente
o acúmulo de partículas de gordura. (KIM et al., 2007)

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Posologia indicada na literatura (PANIZZA, 2012):

»» Infusão: utilizar 3 g (1 colher de sopa) da planta seca em 150 ml de água


(1 xícara de chá). Utilizar 3 vezes ao dia.

»» Tintura: 75 gotas, 3 vezes ao dia, em meio copo de água.

Borago officinales (Borragem)

Os principais efeitos relacionados à borragem é a ação diurética (melhora a filtração


glomerular e a excreção urinária), efeito anti-inflamatório e redução do acúmulo de
gordura corporal por meio do aumento da expressão gênica da proteína desacopladora
1 no tecido adiposo marrom.

Posologia indicada na literatura de referência (Hoffman, 1987):

»» Infusão: 2 colheres de 5 ml cheias de planta seca para uma xícara de água


fervente, 3 vezes ao dia.

»» Tintura: 1 a 4ml, 3 vezes ao dia.

Centella asiatica (Centela)

A centela apresenta ação anti-inflamatória e melhora a insuficiência venosa, além de


exercer efeito no tropismo dos tecidos conjuntivos e favorece a cicatrização de feridas.

Posologia indicada na literatura de referência (BRITISH HERBAL PHARMACOPOEIA,


1983):

»» Folha desidratada: 0,6 g, na forma de infusão, 3 vezes ao dia.

Aesculus hippocastanum (Castanha-da-Índia)

A castanha-da-Índia contém principalmente cumarinas, flavonoides, saponinas,


taninos. Seus principais efeitos são a melhora do edema e da microcirculação, redução
da fragilidade capilar e da insuficiência venosa (hemorroidas e varizes).

A castanha-da-Índia pertence à família Hippocastanaceae e suas sementes apresentam,


principalmente, os seguintes constituintes: cumarinas, flavonoides (canferol,
quercetina, isoquercetina e rutina são os principais), saponinas (escina de 3% a 10%),
taninos, além de alantoína, aminoácidos adenina, adenosina e guanina, ácido cítrico,
colina e fitoesterol. (BARNES, 2012)

87
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Seu uso tradicional está relacionado ao tratamento de varizes, hemorroidas, flebite,


diarreia, febre e aumento da próstata. A German Commission E aprovou o seu uso para
o tratamento da insuficiência venosa crônica nas pernas. (BLUMENTHAL et al., 1998)

Estudos in vitro e in vivo documentaram efeitos anti-inflamatórios e aumento do tônus


venoso induzido por escina associado a um aumento da síntese de PGF2α (prostaglandina
relacionada à contração nesse tecido) no tecido venoso. (FARNSWORTH; CORDELL,
1976; VOGEL et al., 1970; LONGIAVE et al., 1978)

Diversos ensaios clínicos validaram o efeito do extrato da semente de Aesculus


hippocastanum em pacientes com insuficiência venosa crônica. Uma análise sistemática
reuniu 17 ensaios duplo-cegos randomizados e controlados que aplicaram o extrato
para insuficiência venosa e compararam com grupos placebo e com o medicamento
de referência (O-β-hidroxietilrutosídeos, picnogenol). Os ensaios utilizaram o extrato
equivalente a 50 - 150 mg de escina ao dia, durante 2 a 16 semanas e mostraram
redução quanto à dor nas pernas, edema e prurido resultantes de insuficiência venosa
crônica. Quando comparado com o medicamento de referência, o extrato da semente
de Aesculus hippocastanum teve a mesma eficácia no alívio dos sintomas. (PITTLER
et al., 2006)

Posologia indicada na literatura de referência (BLUMENTHAL et al., 2000; BRASIL,


2010b; PANIZZA et al., 2012):

»» Tintura: ingerir 20 a 30 gotas em ½ xícara d’água (100 ml) após o café


da manhã e o jantar.

»» Decocção: 1,5g (1/2 col sopa) em 150 ml (xíc chá). Utilizar 1 xícara de chá,
2 vezes ao dia, logo após as refeições.

Equisetum arvense (cavalinha)

A cavalinha apresenta ação diurética, remineralizante (silício, potássio, magnésio,


alumínio, cálcio, flúor, fósforo, sódio) e adstringente. (PANIZZA et al., 2012)

Posologia indicada na literatura (BOORHEM; LAGE, 2009; BRASIL 2009d):

»» Infusão: 3g (1 col sopa) em 150 ml de água, de 2 a 4 vezes ao dia.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Ruscus aculeatus (Gilbarbeira)

Efeitos (SHULZ et al., 2002):

»» Altera a permeabilidade vascular, melhorando o edema, incrementa a


função renal e venosa.

Melilotus officinalis (Trevo cheiroso)

Efeitos (KALUF, 2008):

»» Aumenta a drenagem linfática, diminui a permeabilidade capilar e


estimula os histiócitos do tecido conjuntivo.

Taraxacum officinale (dente-de-leão)

O Taraxacum officinale pertence à família Asteraceae e seu rizoma, flores, inflorescência,


sementes são muito utilizadas na medicina popular. Os principais efeitos relatados são
para o tratamento da dispepsia, azia, distúrbios no baço e fígado (hepatite), anorexia,
inflamações, câncer de mama e útero.

O dente-de-leão é rico em terpenoides e princípios amargos (principalmente taraxacin


e taraxacerin), além de conter compostos esteroides, incluindo beta-amirina,
taraxasterol e etaraxero que estão relacionados com a bile; um terpeno antialérgico
(desacetylmatricarina); polissacarídeos (principalmente fructosanos e inulina) e
pequenas quantidades de pectina, resina, mucilagem e flavonoides. Em toda a planta são
encontrados os ácidos hidroxicinâmicos, chicórico, monocafeil-tartárico e clorogênico
e a cumarina nas folhas. Além disso, o Taraxactun officinale também é fonte de
clorofila e uma variedade de vitaminas e minerais, tais como β-caroteno, vitaminas C
e D, vitaminas do complexo B, colina, silício, ferro, sódio, magnésio, potássio, zinco,
cobre, manganês e fósforo.

Choi et al. (2010), em estudo realizado com coelhos alimentados com uma dieta
hipercolesterolêmica, demonstraram que o uso da folha e raiz de Taraxacum officinale
aumenta a atividade da glutationa, da glutationa peroxidase e a superóxido dismutase.
Por outro lado, a atividade da enzima glutationa S-transferase diminuiu com o uso da
raiz, bem como da catalase. No que diz respeito à peroxidação lipídica no fígado, o
tratamento com a raiz do dente de leão resultou em redução significativa no nível de
TBARS (um produto da peroxidação lipídica), mas o mesmo não ocorreu com a folha.
Outros estudos confirmam o efeito do dente-de-leão sobre o aumento da atividade da
glutationa, com consequente diminuição da peroxidação lipídica hepática. (PARK et
al., 2010)

89
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

O efeito protetor do extrato de raiz de dente-de-leão foi testado em lesões hepáticas


induzidas por álcool in vivo e in vitro. Em células hepáticas tratadas com etanol 39%
na presença do extrato aquoso de raiz de dente-de-leão (TOH), nenhum dano foi
observado, enquanto que o extrato alcoólico de dente-de-leão (TOE) não apresentou
atividade hepatoprotetora potente. No mesmo estudo, os camundongos que receberam
TOH (lg/kg de peso corporal/dia) apresentaram uma redução significativa de
transaminases hepáticas e aumento das atividades antioxidantes das enzimas catalase,
glutationa S-transferase, glutationa, glutationa peroxidase e glutationa redutase, além
de apresentarem melhora nos níveis de malondialdeído. Os autores concluíram que a
administração de TOH protegeu contra a hepatotoxicidade induzida pelo etanol. Esses
resultados sugerem que o extrato aquoso de dente-de-leão tem ação hepatoprotetora
contra a toxicidade induzida pelo álcool, elevando o potencial antioxidante e diminuindo
a peroxidação lipídica. (YOU et al., 2010)

Por outro lado, outros estudos em linhagem de hepatoma humano Hep G2, relatam
evidências de citotoxicidade e produção de citocinas (fator de necrose tumoral (TNF)-
alfa e interleucina (IL)-1 alfa) em comparação aos controles. Além disso, a apoptose de
células Hep G2 foi fortemente induzida, pelo aumento da quantidade de TNF-α e IL-lα.
(KOO et al., 2004)

»» Contraindicações: de acordo com a ANVISA o uso desse fitoterápico


deve ser evitado na presença de obstrução dos ductos biliares e do trato
intestinal.

O dente-de-leão apresenta ação anti-inflamatória e diurética (melhora a filtração


glomerular e a excreção urinária), estimula o metabolismo hepático e linfático, atua na
produção de óxido nítrico e, portanto, estimula a lipólise. Seus principais constituintes
são ácidos e fenóis (ácido cafeico, ácido clorogênico), cumarinas; flavonoides minerais
(potássio).

Posologia indicada na literatura de referência (BRADLEY, 1992; BRITISH HERBAL


PHARMACOPOEIA, 1983, BOORHEM; LAGE, 2009; BRASIL, 2011):

»» Folha seca: 4 a 10 g, na forma de infuso, 3 vezes ao dia.

»» Folha, extrato líquido: 4 a 10 ml (1:1), 3 vezes ao dia.

»» Raiz, tintura: 5 a 10 ml (1:5) 3 vezes ao dia.

»» Decocção da raiz: 3 a 4g (3 a 4 col de chá) em 150 ml de água. Utilizar 1


xícara 3 vezes ao dia.

90
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Echinodorus macrophyllus (Chapéu de couro)

Efeito (GILBERT et al., 2005):

»» Redução de edemas por retenção de líquido e processos inflamatórios.

Fitoterápicos termogênicos

Os termogênicos são outro recurso que pode ser utilizado para aumento do gasto
energético e, consequente redução do tecido adiposo.

O tecido adiposo marrom (TAM) é especializado para o gasto de energia, um processo


chamado termogênese adaptativa. Estudos recentes demonstraram a existência de
TAM metabolicamente ativo em seres humanos adultos. Além disso, diversas evidências
recentes indicam que reduzidos tamanhos de TAM estão presentes em indivíduos com
maior adiposidade, sendo negativamente correlacionada com o índice de gordura
corporal e gordura visceral (VIRTANEN et al., 2009). O aumento da quantidade ou da
atividade do TAM tornou-se uma grande promessa para o tratamento da obesidade e
suas doenças associadas.

A prevalência do TAM diminui com a idade, sendo mais de 50% aos vinte anos e menos
de 10% aos cinquenta e sessenta anos. É muito provável que a diminuição da atividade
do TAM esteja associada ao acúmulo de gordura corporal que ocorre com o avançar da
idade. (YONESHIRO et al., 2011)

No tratamento da celulite, a redução de gordura corporal é uma etapa importante e o


uso de fitoterápicos com efeito termogênico é uma conduta a ser considerada.

Um número grande de compostos ativos e plantas medicinais tem sido proposto


como ferramentas para aumentar o gasto energético e reduzir a gordura corporal. Os
principais são:

»» cafeína e outras metilxantinas;

»» agonistas de receptores β2-adrenérgicos;

»» polifenóis do chá verde;

»» capsaicinoides e capsinoides.

Principais efeitos celulares relacionados ao uso de termogênicos:

»» atividade de catecolaminas;

91
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

»» ativação enzimática;

»» ativação mitocondrial da beta-oxidação;

»» ativação das proteínas desacopladores (UCP´s).

A seguir está uma relação de plantas que apresentam efeito termogênico e suas
características.

Undaria pinnatifida (fucoxanthina)

Existem cerca de 6.000 espécies de algas divididas em três classes principais: verdes
(clorofíceas), vermelhas (rodofíceas) e marrons (feofíceas). As algas foram colhidas
durante séculos em muitos países, especialmente na Ásia, para várias utilizações. A
fucoxantina é um dos principais carotenoides presentes nos cloroplastos das algas
marrons, sendo o mais abundante de todos os carotenoides e desempenhando um
papel importante no processo de fotossíntese. (MIYASHITA et al., 2011; MATSUNO et
al., 2001)

O teor de lípidos das algas é relativamente baixo, porém os lípidos de algas castanhas
contêm muitos tipos de compostos bioativos, tais como PUFAs, ômega-3, fucoxantina,
fucosterol e polifenóis. Entre esses, a fucoxantina tem se destacado nos últimos anos,
pois muitos estudos recentes indicam que sua ingestão promove importante efeito anti-
obesogênico e anti-diabético. (SHAHIDI, 2008)

Ratos que receberam suplementação de lipídios da Undaria pinnatifida, apresentaram


redução do tecido adiposo branco, além de prover aumento da expressão gênica da
proteína UCP1 em WAT. Esse resultado indicou que a fucoxantina pode regular
positivamente a expressão de UCP1 em WAT, sugerindo que a sua ingestão pode
contribuir para a redução de peso corporal, impulsionando o desenvolvimento de mais
pesquisas. (MAEDA et al., 2005)

Em 2009, Woo e cols. investigaram em camundongos com obesidade induzida por


dieta rica em gordura (20% de gordura, peso/peso) os efeitos anti-obesogênicos de
fucoxantina. Os camundongos foram dividos em três grupos experimentais, o primeiro
grupo recebeu somente a dieta, o segundo recebeu a dieta acrescida de 0,05% de
fucoxantina e o terceiro recebeu dieta acrescida de 0,02% de fucoxantina durante 6
semanas. Os resultados indicaram redução do peso corporal, da gordura visceral e
tamanhos dos adipócitos, além do aumento da expressão de mRNA UCP-1 e UCP-3 em
tecido adiposo marrom e de UCP-2 no tecido adiposo branco. (WOO et al., 2009)

92
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Recentemente, um estudo duplo-cego, placebo-controlado, randomizado, realizado


com 151 mulheres em pré-menopausa com estatose hepática não alcoólica, confirmou os
resultados já obtidos em experimentos realizados com animais. Os resultados revelaram
que a ingestão diária de 600mg do extrato de Undaria pinnatifida, contendo 2.4mg
de fucoxantina e óleo de romã, por 16 semanas, promoveu redução de peso corporal,
gordura corporal e hepática, melhora do perfil lipídico e aumento do gasto energético.
(ABIDOV et al., 2010)

Coleus forskohlii (Forskolin)

É uma planta indígena que pertencente à família Labiatae e cresce em regiões áridas e
semiáridas da Índia e Tailândia. Forskolin é um extrato que contém no mínimo 10% de
Forskolin, um composto diterpênico encontrado nas raízes de Coleus forskohlii.

Alguns estudos evidenciaram um aumento da utilização da gordura corporal, da


taxa metabólica basal e regulação da resposta termogênica com o uso de Forskolin.
Em animais, Forskolin promoveu diminuição significativa da ingestão de alimentos.
(GODARD et al., 2005; HANLK et al., 2005)

Godard e cols. (2005) em estudo controlado por placebo, randomizado, duplo-cego


examinaram o efeito do Forskolin sobre a composição corporal, a testosterona, a
taxa metabólica e pressão arterial em homens com sobrepeso e obesidade (IMC ≥ 26
kg/m2). Trinta homens foram divididos em dois grupos, Forskolin (n=15) e placebo
(n=15). O grupo tratado recebeu 250 mg do extrato a 10% de Coleus forskohlii durante
12 semanas. Após o período de tratamento foi observada uma significativa redução de
gordura corporal no grupo tratado com Forskolin, quando comparado ao placebo. Além
disso, os autores relatam uma tendência ao aumento de massa magra e níveis séricos de
testosterona, porém sem diferença estatística.

Outro grupo de pesquisadores analisou os efeitos da suplementação Coleus forskolhii


sobre a composição corporal em mulheres com sobrepeso. As mulheres receberam 250
mg do extrato a 10% de Coleus forskohlii (n=7) ou placebo (n=12), duas vezes ao dia,
durante 12 semanas. Os autores concluíram que não houve diferença significativa entre
os dois grupos de mulheres em relação ao peso e gordura corporal ou em termos de
média de consumo diário de energia, gordura, carboidrato e proteína. (HENDERSON
et al., 2005)

As evidências sobre C. forskohlii como um supressor do apetite e perda de peso são


inconsistentes. Dessa forma, é necessário uma maior quantidade de pesquisas sobre o
assunto para elucidar a farmacoterapia e bioatividade do extrato.

93
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Aframomum melegueta (grão-do-paraíso)

Aframomum melegueta é uma espécie da família do gengibre (Zingiberaceae). Na


nomenclatura popular é denominado como grãos-do-paraíso, pimenta melegueta,
aligátor e grãos de pimenta da Guiné. (AKENDENGUE et al., 1994)

Melegueta é comumente empregado na culinária do Ocidente e do Norte da África,


onde tem sido tradicionalmente importado por meio de rotas de caravanas pelo deserto
do Saara, e de onde foram distribuídos para a Sicília e Itália. Os italianos chamaram
de “grãos-do-paraíso” devido ao alto valor do produto, bem como o sigilo de seu país
de origem. A Europa adquiriu um gosto para o tempero como um substituto para a
pimenta real. (AKENDENGUE et al., 1994)

Suas sementes são utilizadas como um tempero para aromatizar alimentos e tem
uma ampla gama de utilizações terapêuticas, tais como, para o tratamento de dores
de estômago, diarreia e picada de insetos, analgésico e anti-inflamatório periférico.
(AKENDENGUE et al., 1994)

Aframomum melegueta é rica em compostos pungentes não voláteis, como 6-paradol,


6-gingerol, 6-shogaol e outros compostos relacionados. Assim como a capsaicina, esses
compostos ativam TRPV1 (Receptor de Potencial Transitório  do tipo Vaniloide  1),
aumentando o gasto energético por meio da ativação do BAT em​​seres humanos e ratos.
(YONESHIRO et al., 2012; ONO et al., 2011)

Estudo realizado em ratos revelou que a administração intragástrica de um extrato


alcoólico de Aframomum melegueta ou de 6-paradol, composto pungente isolado da
semente, promoveram efeito simpaticomimético dose-dependente. A administração
do 6-paradol isolado promoveu aumento da temperatura no tecido adiposo marrom,
indicando que ele é um dos compostos responsáveis pela ação termogênica de
Aframomum melegueta. (IWAMI et al., 2011)

Sugita e cols. (2013) realizaram um estudo duplo-cego, controlado por placebo, com o
objetivo de avaliar o efeito do extrato de Aframomum melegueta sobre o gasto energético.
Após análise tomográfica realizada com protocolo específico para identificação de
tecido adiposo marrom, 19 voluntários saudáveis ​​do sexo masculino com idade
entre 20 e 32 anos foram divididos em quatro grupos: BAT positivo (indivíduos que
apresentavam tecido adiposo marrom) + placebo, BAT positivo + 40 mg de extrato, BAT
negativo (indivíduos que não apresentavam tecido adiposo marrom) + placebo e BAT
negativo + 40 mg de extrato. Em um segundo momento, os extratos e placebo foram
administrados aos grupos experimentais e a análise do gasto energético foi realizada
por calorimetria indireta até 2 horas após a administração. Os resultados demostraram

94
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

que a administração de 40 mg do extrato de Aframomum melegueta aumentou o gasto


energético, porém, somente no grupo BAT positivo. Tais resultados sugerem que o
extrato pode ser uma ferramenta potencial para aumentar a termogênese no tecido
adiposo marrom.

O mesmo grupo de pesquisadores, em estudo cego, randomizado e controlado por


placebo realizado com 19 voluntárias do sexo feminino não obesas com idades entre 20
a 22 anos, avaliou o efeito da ingestão oral do extrato de Aframomum melegueta sobre
o peso e a gordura corporal. O extrato (30mg/dia, 1 dose de 10 mg antes das principais
refeições) ou placebo foi ingerido pelo grupo de mulheres durante quatro semanas.
Os resultados indicaram que ambos os grupos não tiveram alteração do conteúdo de
gordura subcutânea, porém houve redução de gordura visceral e aumento do gasto
energético no grupo tratado com o extrato de Aframomum melegueta. (SUGITA et al.,
2014)

Até o momento, as evidências científicas indicam que o extrato de “grãos-do-paraíso”


pode ser uma promissora e eficaz ferramenta para aumentar o gasto energético e reduzir
a gordura corporal, porém mais estudos devem ser realizados para estabelecer doses
seguras e eficazes para humanos.

Pausinystalia yohimbe (Ioimbina)

Árvore nativa da África Central, Pausinystalia yohimbe pertencente à família Rubiaceae,


gênero Pausinystalia L. A ioimbina, um antagonista do receptor alfa-2, é o principal
constituinte ativo da casca da Pausinystalia yohimbe. Utilizada inicialmente como
uma droga para disfunção erétil, a ioimbina passou a ser introduzida em suplementos
para emagrecimento e melhora da performance esportiva. (ERNEST; PITTLER, 1998;
OSTOJIC, 2006; PITTLER et al., 2005)

Os riscos envolvidos no uso da ioimbina já foram bem documentados pela comunidade


científica. Estudos alertam para seus efeitos adversos, que incluem a hipertensão, a
ansiedade e agitação. Há também relato de caso de dor de cabeça aguda grave e
hipertensão. (ERNEST; PITTLER, 1998; PITTLER et al., 2005)

Em 2007/2008, o Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa


(NCCAM) constatou que, de acordo com os estudos disponíveis até o momento, não se
sabe se a ingestão de ioimbina pode afetar a saúde de alguma maneira e, portanto, não
existe segurança para sua utilização.

95
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Tabela 7. Outros fitoterápicos com efeito termogênico.

FITOTERÁPICO EFEITO
Camelia sinensis Aumento da taxa de oxidação de gordura durante um período de 24 horas após a
(Chá verde) ingestão. Tais efeitos estão relacionados ao EGCG e não à cafeína.

Capsaicina Aumento do gasto energético basal e redução de gordura corporal.


(chili pepper, cayenne)
Aframomum melegueta Redução de gordura corporal e visceral. Aumento do gasto energético.
(grãos-do-paraíso)
Citrus aurantium Como efedra, Citrus aurantium contém alcalóides que são agonistas adrenérgicos. Os
efeitos já indicados pela litertura são aumento do gasto energético, da termogênese e
(Laranja amarga)
da lipólise.

Fontes: HURSEL et al., 2011; MAEDA et al., 2007; HAN et al., 2005.

Obstipação e permeabilidade intestinal

Por fim, outro ponto importante a ser cuidado no tratamento da hidrolipodistrofia


ginoide é o funcionamento intestinal. Lembrando que o intestino também é uma via de
eliminação de xenobióticos, não podemos esquecer de que auxilia a regular o trânsito
intestinal do paciente e reduz a permeabilidade.

A constipação do intestino é um sintoma frequente que afeta entre 2% e 27% da


população de países ocidentais, dependendo do grupo estudado, sendo mais frequente
em mulheres e idosos (COFRE et al., 2008). O critério mais utilizado para definição de
constipação crônica são os critérios de Roma II, com a presença de dois ou mais dos
seguintes sintomas, por pelo menos 12 semanas (não necessariamente consecutivas)
nos últimos 12 meses (LOCKE et al., 2000):

»» esforço excessivo em mais de 25% das evacuações intestinais;

»» fezes duras ou muito volumosas em mais de 25% das evacuações;

»» sensação de evacuação incompleta em mais de 25% das vezes;

»» sensação de bloqueio ano-retal em mais de 25% das evacuações;

»» necessidade de manobras manuais para facilitar a evacuação em mais de


25% das vezes;

»» menos de 3 evacuações semanais;

»» critérios insuficientes para diagnosticar a síndrome do intestino irritável.

Para tratamento da constipação, a ingestão de água, o uso de pré e probióticos para


restauração da microbiota intestinal e o consumo adequado de fibras são fundamentais.

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FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

A fitoterapia pode ser bastante útil visto que diversas matérias-primas vegetais
possuem ação laxativa e prebiótica. Laxantes fazem parte da lista de medicamentos
mais utilizados pelos pacientes sem prescrição médica e, portanto, frequentemente
são utilizados de maneira inadequada e de forma abusiva. O abuso no uso de laxante,
sendo eles compostos por plantas medicinais ou não, pode causar efeitos indesejáveis,
como desequilíbrio eletrolítico e da composição bacteriana intestinal, desordens da
motilidade e pseudomelanose coli, uma alteração colônica benigna. (CASASNOVAS et
al., 2011)

Os laxantes podem estimular o peristaltismo intestinal, como as espécies vegetais que


contém derivados antraquinônicos que alteram a motilidade colônica, acelerando o
trânsito intestinal; e alteram a absorção colônica e secreção resultando no acúmulo de
fluidos.

É importante ressaltar que os antranoides provocam a destruição das células epiteliais


por meio de perdas celulares, reduzem as criptas mucosas e aumentam a proliferação
celular, levando a mudanças na absorção, secreção e motilidade. Portanto, não devem
ser utilizados com frequência ou de forma crônica.

Tabela 8. Plantas medicinais utilizadas no tratamento da obstipação por efeito estimulante do peristaltismo

intestinal.

PLANTA (NOME FAMÍLIA/PARTE EFEITOS/CONTRAINDICAÇÕES


POPULAR/ UTILIZADA
CIENTÍFICO)
Aloe vera/ Aloe Liliaceae/ Seiva das folhas Efeito laxativo:
barbadensi
- Os componentes responsáveis por esse efeito são aloinas A e B, emodina e
antraquinonas livres como aloe emodina.
- Melhor efeito terapêutico é obtido a partir do uso do gel fresco da planta, mas o
uso do gel estabilizado processado a frio consegue manter as mesmas propriedades
benéficas.
Contraindicações:
- O aloe vera pode reduzir os níveis glicêmicos e isso pode ser especialmente
perigoso em pacientes que tomam medicações hipoglicemiantes.
- Em pacientes com uso de medicamentos glicosídicos para o coração devido à
depleção de potássio.
- O aloe vera inibe o tromboxano A2 e prostaglandinas, e pode reduzir a agregação
plaquetária e prolongar o tempo de sangramento, por isso deve ser suspenso antes
de procedimentos cirúrgicos.
- Alguns trabalhos ainda apontam seu efeito na indução de abortos e estimulo à
menstruação.

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UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

Sene/Cassia angustifólia Fabaceae/ Folhas O conteúdo de antraquinonas do sene é de 2% a 5% destacando-se os senosídeos


a e b, também possuindo antraquinonas livres e, portanto, apresenta efeito
estimulante do peristaltismo intestinal.
Contraindicações:
- Não há evidências de risco de câncer de cólon ou efeito tóxico para pacientes que
usam laxantes a base de extratos de sene ou senosídeos. Porém, o uso contínuo
pode até causar constipação paradoxal.
- O efeito colateral do uso do sene é diarreia com perda de potássio.
- É contraindicado nas obstruções intestinais, enterites e colites, hipocalemia.
- Não deve ser usado na gravidez, lactação e em crianças com menos de 7 anos.
Os constituintes do sene passam para o leite materno e também podem aumentar o
fluxo menstrual.
Ruibarbo/ Rheum Polygonaceae/raiz - Efeitos antidiarreico ou laxante, dependendo da dose. As doses mais altas, devido
palmatum à quantidade de compostos antraquinonicos e de antraquinonas livres, é responsável
pelo seu efeito laxativo, no entanto, em doses pequenas (0,3g/dia) exerce efeito
antidiarreico e digestivo (por ação predominante dos taninos).
Contraindicação: o alto conteúdo de oxalato de cálcio não o torna recomendável em
casos de litíase renal.
Frângula/Frangula alnus Rhamnaceae/Casca A casca da frângula contém de 6% a 9% de glicosídeos de antraquinona, entre os
Mill quais os mais importantes são a glucofragulina A e B. Dos laxantes antraquinônicos,
é o que possui efeito mais suave.
Contraindicações:
- Na gestação e na lactação não deve ser utilizada por mais de 2 semanas
contínuas, assim como outros laxantes da mesma classe.
- Devido à perda de potássio que pode ocorrer com uso de doses altas por tempo
prolongado, pode potencializar os efeitos das drogas antiarrítmicas.
Cáscara sagrada/ Rhamnacea/ Casca dos A cáscara sagrada contém pelo menos 8% de antranoides. Preparações na forma
Rhamnus purshiana caules e dos ramos de extratos e extratos líquidos são usadas, mas não é adequado seu uso como
chá devido ao seu odor desagradável. Recomenda-se utilizá-la à noite para que as
bactérias intestinais possam converter os glicosídeos neste período e proporcionar
um efeito cerca de 8 horas depois.
Contraindicações/efeitos adversos:
- Doses acima de 8g/dia pode provocar hipovolemia por desidratação.
- Evitar seu uso na gestação e lactação, pois pode provocar efeito oxitóxico, cólicas
e diarreia no lactente.
- Nunca usar em processos de obstrução intestinal.
- Pode causar cólicas e diarreias dependendo da dose e da sensibilidade de cada
indivíduo.
- Outros efeitos colaterais descritos são deficiência de vitaminas e minerais,
esteatorreia, melanose do cólon e pigmentação da urina.
- Seu uso também está contraindicado em esofagite por refluxo, abdômen agudo,
íleo paralítico, cólon irritável, doença inflamatória intestinal, apendicite, diverticulite ou
doença diverticular do cólon.
Funcho/Foeniculum Umbelliferae/ Folha, fruto O funcho contém óleos essenciais (2% a 6%), dos quais 50% a 70% são
vulgare e raiz constituídos de trans anetol e mais de 20% de funchona.
- Efeito laxativo por ter atividade estimulatória sobre a motilidade.
Efeitos adversos: não foram vistas diferenças significativas em relação a efeitos
adversos, apenas uma discreta redução de potássio sérico durante o tratamento.

Fontes: Casasnovas et al., 2011; Thompson et al., 1999; Morales et al., 2009; Lemli, 1988; Benedicte, et al., 2005; Alonso et
al., 2004; Picon et al., 2010.

98
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Outros laxantes podem agir como formadores de massa. São constituídos pelas fibras
naturais ou, mais recentemente, as sintéticas, e são a base para o tratamento inicial
da constipação. Os agentes formadores de massa e volume possuem efeitos laxativos
suaves de baixo risco que estimulam os efeitos fisiológicos de uma dieta rica em fibra.
Os laxantes formadores de massa apresentam também capacidade de retenção de água,
o que os torna úteis para tratamento sintomático de diarreia em alguns pacientes. São
amplamente reconhecidos por seu valor no controle em longo prazo do cólon irritável e
diverticulite crônica. (CARVALHO, 2005)

É importante ressaltar que é necessário ingerir os agentes formadores de massa com


uma quantidade suficiente de líquidos, para que não haja obstrução intestinal. Seu
efeito não é imediato e pode demorar de 12 a 24 horas para ocorrer. Os principais
constituintes desse grupo são as gomas e mucilagens.

Tabela 9. Plantas medicinais com efeito laxante por aumentar o volume da massa fecal

PLANTA MEDICINAL DOSE DIÁRIA RECOMENDADA


Sementes de linho 30g-50g (sementes inteiras esmagadas)
5g-lOg
Plantago
(Quando utilizar a casca reduzir a dose diária para 3g)
Agar 5g-lOg

Fonte: adaptado de Schultz et al., 2011.

99
CAPÍTULO 6
Fitoterapia em flacidez cutânea

A flacidez é uma sequela decorrida da falta de atividade física, emagrecimento abrupto e


envelhecimento fisiológico. Também chamada de hipotonia, a flacidez se refere à perda
de tonicidade. Após a terceira década de vida, inicia-se uma progressiva e contínua
perda de massa muscular que é substituída por gordura. Esse processo é consequência
de alterações hormonais e metabólicas características da idade. As fibras da derme
se tornam mais grossas, as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade e há um
decréscimo gradual da gordura depositada no tecido subcutâneo. Todas essas alterações
desencadeiam o aparecimento da flacidez.

Causas da flacidez
»» genética;

»» constituição física;

»» falta de exercícios;

»» obesidade;

»» efeito sanfona;

»» má postura.

Nutrientes mais importantes no combate da


flacidez

Colágeno

O colágeno é uma proteína estrutural básica encontrada na matriz extracelular e nos


tecidos conectivos, representando cerca de 30% do total de proteínas no corpo humano.
(VARGAS et al., 1997)

Bioquimicamente, a molécula de colágeno é formada quase inteiramente por glicina,


que representa um terço da sequência, além de prolina e lisina. Os aminoácidos
prolina e lisina são modificados a hidroxiprolina e hidroxilina por meio de processos
enzimáticos, que requerem oxigênio, ascorbato e ferro como cofatores para as enzimas.
100
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

A prolina e hidroxiprolina são vitais para a biossíntese de colágeno, estrutura e força.


(BARBUL et al., 2008)

No artigo de revisão de Zagh, a autora infere o estudo de Matsuda et al., os quais


investigaram o efeito da ingestão de colágeno hidrolisado na matriz extracelular da
derme de suínos. Os autores administraram diariamente, por via oral, 0,2g de colágeno
hidrolisado por quilo de peso, durante 62 dias, sendo comparado ao grupo controle que
recebeu água e lactoalbumina. Essa pesquisa encontrou como resultados diâmetros e
densidade de fibroblastos, bem como densidade das fibras de colágeno significativamente
maiores no grupo que recebeu colágeno hidrolisado, comparado ao grupo controle. Os
autores consideram que o efeito foi dependente de proteínas específicas e não apenas
do aumento da ingestão de aminoácidos. (MATSUDA et al., 2006; ZAGUE et al., 2008)

Outro estudo citado nesta revisão de Zagh, foi o de Sumida et al., que avaliou o efeito
da ingestão diária de 10g de colágeno hidrolisado sobre a hidratação da pele de 20
mulheres saudáveis de origem oriental, comparado ao grupo placebo. Foi observado
uma melhora gradual, mas não significativa, na capacidade de absorção de água durante
60 dias, no grupo suplementado com colágeno hidrolisado. O estudo ressalta que ambos
os suplementos continham adição de 0,4g de vitamina C, sugerindo que o colágeno
tenha efeito quando associado ao ácido ascórbico. Novas pesquisas são necessárias
para comprovar esses efeitos e identificar os possíveis mecanismos de ação do colágeno
hidrolisado em relação ao tecido cutâneo. (SUMIDA et al., 2004; ZAGUE et al., 2008)

Estudo recente, realizado por Furuzawa-Carballeda et al. avaliou o efeito da adição de


1% de colágeno polimerizado em culturas de cartilagem e tecido sinovial obtidos de
indivíduos com osteoartrite de joelho. A pesquisa revelou que a adição de colágeno
induziu ao aumento da proliferação de condrócitos na cartilagem da matriz extracelular,
bem como elevação da produção de citocina anti-inflamatória (IL-10) e modulação das
citocinas pró-inflamatórias (IL-1b e TNF-alfa). Os autores concluem que é possível que
este mecanismo possa contribuir para regeneração tecidual e estabelecer regulação da
inflamação na osteoartrite. (FURUZAWA-CARBALLEDA et al., 2009)

Vários estudos demonstraram que o colágeno hidrolisado atravessa a barreira da


mucosa do intestino delgado como um peptídeo completo que não está sujeito a clivagem
enzimática, sendo difundido na corrente sanguínea, atingindo concentração máxima
em 6h. Esse peptídeo se acumula na cartilagem tecidual, estimulando a produção de
colágeno tipo II e proteoglicanos na matriz extracelular da cartilagem. (KRUG et al.,
1999)

Clark et al. (2008) avaliaram o efeito de 10g de colágeno hidrolisado, diluído em 5


ml de líquido, durante 24 semanas, na atividade da articulação em atletas fisicamente

101
UNIDADE II │ FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA

ativos e sem evidência de doença articular. Os resultados do estudo apontaram que


o uso de colágeno hidrolisado é seguro nos indivíduos com articulações saudáveis e
que possivelmente esse suplemento reduz o risco de deterioração das articulações em
grupos de alto risco. Os autores sugerem que novas pesquisas devem ser realizadas
para oferecer suporte a esses achados. (CLARK et al., 2008)

Fitoterapia

Utilização de óleos

Os óleos são ricos em vitamina E e ácidos graxos essências. Apresentam ação benéfica
no tratamento e prevenção da flacidez de pele por meio do seu uso tópico ou ingestão
na dieta.

Óleo de framboesa (raspberry oil) (PARRY et al., 2005)

»» rico em ômega-3, ω-6 e ω-9;

»» baixa razão ω-6/ω-3;

»» importante ação anti-inflamatória;

»» fonte de vitamina E e gama-tocopherol (ação antioxidante com função de


reparar e condicionar a pele).

Óleo de semente de abóbora (pumkin seed oil)

»» rico em ácidos linoléico, oléico, palmítico e esteárico;

»» fonte de vitamina E;

»» importante ação antioxidante e anti-inflamatória;

»» tem a capacidade de reter água, deixando a pele macia e hidratada;

»» é ideal para peles secas, ásperas e danificadas, ajuda a prevenir o


surgimento de linhas finas de expressão e a atenuar as já existentes.
(CAILI et al., 2006)

102
FITOTERAPIA APLICADA À ESTÉTICA │ UNIDADE II

Óleo de macadâmia

A barreira epidérmica é uma proteção normal formada por esfingolipídios, esteróis


e ácidos graxos livres sintetizados pelas próprias células da epiderme que, por sua
natureza hidrofóbica, promove a hidratação cutânea por impedir a perda de água. O óleo
de macadâmia apresenta os seguintes benefícios (MOODLEY et al., 2007; MAGUIRE
et al., 2004):

»» rico em ácidos oléico, linoléico, linolênico e palmitoléico;

»» fonte de alfa-tocoferol, esqualeno, beta-sitosterol, campesterol e


stigmasterol.

Isoflavonas da soja

Possuem propriedades antioxidantes. A isoflavona é um composto da soja, também


chamado de fitoestrogênio, sua estrutura química é semelhante ao estrógeno. São
conhecidas como fitohormônios.

Antocianinas e proantocianidinas

Alta capacidade antioxidante, principalmente para radicais superóxido e peroxil. Os


compostos antioxidantes podem entrar nas células humanas de uma maneira funcional,
agindo na extinção do oxigênio, mesmo em baixas doses. É um importante inibidor da
COX-1 e COX-2, por exemplo, o açaí. (SCHAUSS et al., 2006)

103
FITOCOSMÉTICOS UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Fitodermocosméticos

O segmento de fitoterápicos e fitocosméticos tem sido alvo de interesse de profissionais


altamente qualificados, propiciando um índice elevado de pesquisas científicas nos
países desenvolvidos, fundamentais para o contínuo desenvolvimento e lançamento
de novos produtos. Estudos farmacológicos e experimentais estão disponíveis para as
principais plantas e seus derivados comercializados no país.

Muitas plantas apresentam efeitos benéficos significativos sobre a estrutura do sistema


tegumentar. Tendo como principal foco o apelo natural, a fitocosmética se dedica ao
estudo e á aplicação dos princípios ativos extraídos dos vegetais. Aplica-se em produtos
tópicos para higiene, produtos estéticos, corretivos e produtos para manutenção da
saúde da pele.

Entre os produtos da Amazônia que tem utilização segura na indústria de cosméticos, e


que têm tido constante procura no mercado, pode-se mencionar.

»» Óleo de copaíba: tem uma forte demanda no mercado de Manaus, como


remédio natural com amplo espectro de uso. Tem sido experimentado
pela indústria de cosméticos, mas a baixa tecnologia de cultivo e extração,
o deixa dependente do puro extrativismo predatório, tornando seu
preço muito elevado e sua qualidade muito baixa, para sua utilização e
comercialização em maior escala.

»» Urucum: utilizado na indústria de alimento como corante natural, pode


ser também utilizado na indústria de cosméticos. Não tem sido estudado
no Brasil para se descrever a estrutura química de seus pigmentos.

»» Andiroba: planta de uso medicinal, cujo óleo é utilizado em medicina


caseira para fricção de tecidos inflamados, como repelente e na indústria
de cosméticos como protetor solar.

104
FITOCOSMÉTICOS │ UNIDADE III

»» Pau-rosa: produz um óleo muito utilizado pelas indústrias de cosméticos


multinacionais como fixador de perfumes; tem sido explorado de forma
predatória e está fadado à extinção; tem sua comercialização proibida.

A seguir está uma relação de plantas utilizadas em fitocosmética, bem como seus efeitos
já reconhecidos em cosmética e seus compostos ativos.

Tabela 10. Plantas comumente utilizadas na fitocosmética/fitodermocosmética

PLANTA EFEITOS/COMPOSTOS ATIVOS USO EM COSMÉTICA


Antisséptico e estimulante da circulação (óleo Estrias e dermatite seborrieca (extratos glicólicos de alecrim).
essencial).
Alecrim (Rosmarinus Melhora da circulação e tonificante da pele (folhas ou partes
offincialis) Anti-inflamatório (ácido cafeico/rosmarínico e floridas) antisseborreica, antiacnéico, antisséptico.
falvonoides).
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Hidratante, cicatrizante, anti-inflamatória, Leites contendo o extrato glicólico aplicado como hidratante e para
antiviral, antibacteriana, antifúngica e proterora limpeza de pele.
contra a radiação ultravioleta (mucilagens e
Cremes com ação calmante, anti-inflamatória, hidratante e
glicoproteínas).
revitalizante para peles sensíveis e secas.
Aloe (Aloe vera spp.)
Cremes contendo aloesina para inibição da síntese de melanina,
úteis no tratamento do melasma e machas senis.
Emoliente, umectante, calmante.
Concentrações usuais: 1 a 10%.
Ação adstringente, anti-inflamatória, antisséptica Prevenção e tratamento de microvarizes e em produtos
(ácidos orgânicos, carotenoides, flavonoides, cosmiátricos. A tintura de arnica é usada como princípio ativo em
óleo essencial, saponinas e taninos). formulações para traumatismos musculares.
Arnica Aumento da circulação sanguínea.
(Arnica montana) Redução de irritações cutâneas como acne, furunculose e urticária.
Estimulante, adstringente, rubefaciente.
Concentrações usuais: 1 a 2%.
Bardana (Arctium Taninos, óleos essenciais, saponinas, Antisseborreica, antiacneica, antisséptica.
lappa) heterosídeos, resinas.
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Barbatimão Cicatrizante e antibacteriano. Ulcerações tópicas na forma de creme, pomada ou gel.
(Stryphnodendron
barbatiman)
Ácido tânico, óleos essenciais, saponinas, Antisseborreica, estimulante, coadjuvante no tratamento da celulite.
Bétula (Betula Alba) heterosídeos.
Concentrações usuais: 2 a 5%.
Adstringente, hemostática, vasoconstritora, Afecções do sistema vascular venoso, como varizes, flebites e
tonicovascular e anti-hemorrágica (taninos, hemorroidas, e também como antidiarreico.
saponinas, flavonoides, mucilagens e resinas).
Extrato e a água de hamamélis para pele mista e oleosa, bem como
em loções adstringentes e tônicas.
Hamamélis (Hamamelis
virginiana) Leites de limpeza contendo o extrato aquoso com ação
purificadora, hidratante e tônica da pele oleosa.
Adstringente, refrescante.
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Anti-inflamatória, cicatrizante, antivaricosa e Produtos cosméticos e cosmiátricos para celulite.
anticelulítica (saponinas triterpênicas, rutina,
Hera (Hedera helix) Calmante, elasticizante.
emetina, carotenóides e α-tocoferol)
Concentrações usuais: 2 a 10%.

105
UNIDADE III │ FITOCOSMÉTICOS

Inflamatório, antieritematoso e antipruriginoso Ação tópica anti-inflamatória, antialérgica, descongestionante e


(óleos essenciais, flavonoides). refrescante.
Suavizantes, calmantes e antissépticos (óleo Loções com extrato glicólico aplicadas em peles finas e sensíveis.
essencial).
Camomila (Matricaria Cremes com extrato glicólico apliacados em peles oleosas e
camomila) acneicas.
Xampu contendo extrato glicólico de camomila usado para clarear
cabelos (apigenina).
Concentrações usuais: 2 a 10%.
Inflamatórios e antiedematosa (triterpenoides). Formulações anti-aging, formulações para atenuação de cicatrizes e
para pele sensível e seca.
Antisséptica, adstringente, cicatrizante, emoliente
Calêndula (Calendula
e ativadora da circulação. Tinturas ou suspensões aplicadas topicamente no tratamento de
officinalis)
acne e erupções cutâneas.
Calmante, cicatrizante, reduz vermelhidão e irritação da pele.
Concentraçõe usuais: 2 a 10%.
Castanha-da- Saponinas, flavonoides, taninos, heterosídeos. Vasoconstritora, coadjuvante no tratamento da celulite, indicada par
índia (Aesculus varizes.
hipocastanum) Concentrações usuais: 1 a 5%.
Heterosídeos, ácidos orgânicos, taninos. Adstringente, cicatrizante, elasticizante. Utilizada em produtos para
Cavalinha (Equisetum celulite e estrias.
arvense)
Concentrações usuais: 3 a 5%.
Alcaloides, óleos essencais, saponinas, Cicatrizante, ativa a microcirculação do tecido conjuntivo, ativa o
Centella (Centella flavonoides. metabolismo do fibroblasto, anticelulítica, anti-inflamatória.
asiática)
Concentrações usuais: 1 a 10%.
Aumento da resistência dos capilares, Extrato glicólico estimula o crescimento do cabelo (tônico capilar).
microcirculação superficial e oxigenação dos
Cremes e loções contendo o extrato glicólico são utilizados para
tecidos, diminuição da permeabilidade vascular e
Ginkgo (Ginkgo biloba) peles sensíveis, atuando como estimulantes celulares e efeito
peroxidação lipídica (flavonoides).
anti-aging.
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Emolientes (ésteres de ácidos graxos). Emoliente, principalmente para pessoas com pele seca e sensível.
Jojoba (Simmondsia Agente condicionador para cabelos secos.
chinensis)
Efeito filmógeno na pele evitando a desidratação.
Inflamatórios (mucilagem, ácidos fenólicos, Indicada como anti-inflamatório, emoliente, adstringente e laxativo.
Malva (Malva antocianinas, flavonóides, taninos, vitaminas
Concentrações usuais: 2 a 10%.
sylvestris) A, B1, B2 e C, oxalato de cálcio, resinas e
aminoácidos: lisina e leucina).
Melissa (Melissa Resinas, óleos essenciais, saponinas ácidas, Antisséptica, descongestionantes.
officinallis) taninos.
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Menta (Mentha Óleos essenciais, taninos, flavonoides, Antisséptica, refrescante, regula as secreções sebáceas.
piperitta) nicotinamida.
Concentrações usuais: 1 a 2% (extrato vgetal).
Salvia (Salvia Taninos, saponinas, óleos essenciais, flavonoides. Antisséptica, antisseborreica.
officinallis L.) Concentrações usuais: 1 a 5%.
Mucilagem, tanino, óleo essencial, flavonoides. Calmante, emoliente.
Tilia (Tilia platyphyllos)
Concentrações usuais: 1 a 5%.
Ácidos orgânicos, taninos, sais mineirais, Adstringente, antirradicais livres, revitalizante, tônico capilar.
Urtiga (Urtiga dióica) caroteoides.
Concentrações usuais: 1 a 5%.

Fontes: BAI et al., 2010; MENGONI et al., 2011; SUI et al., 2012; DRAELOS, 2001; CHOI; CHUNG, 2003; KAPOR et al., 2009; WANG
et al., 2008; GEDIYA et al., 2011; HEXSEL et al., 2005; ABURJAI; NATSHEH, 2003.

106
FITOCOSMÉTICOS │ UNIDADE III

Óleos essenciais (Aromaterapia)


Também chamados de óleos voláteis, são definidos como produtos obtidos de partes de
plantas por meio da destilação por arraste como vapor d’agua, bem como os produtos
obtidos por expressão dos pericarpos de frutos cítricos. São, de forma geral, misturas
complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. A
denominação óleo deriva da aparência oleosa à temperatura ambiente. Porém, sua
principal característica é a volatilidade, diferindo-se, assim, dos óleos fixos. Possuem
aroma agradável e intesno, em sua grande maioria. São solúveis em solventes orgânicos
apolares e, em água, apresentam solubilidade limitada. (SIMÕES et al., 2004)

A aromaterapia é a terapia que utiliza os compostos aromáticos voláteis das plantas,


ou seja, os óleos essenciais. Esses são utilizados quando diluídos em óleos vegetais que
atuam como carreadores.

Um alerta! O uso de óleos essenciais por via oral é contraindicado e pode ser uma
conduta arriscada, pois não existem dados na literatura que garantam a segurança por
essa via de administração.

Alecrim (Rosmarinus officinalis)

Principais efeitos (HUSSAIN et al., 2010):

»» Antibacteriano.

»» Ele pode agir diminuindo dores de cabeça, isso acontece devido ao seu
efeito estimulante da circulação (age aumentando o fluxo sanguíneo para
o cérebro).

»» É considerado o óleo dos estudantes, pois age melhorando a memória e


a atenção.

»» Resultados sugerem que o alecrim possui um efeito anti-implantativo


(impedindo o ínicio da gravidez) sem, contudo, interferir com o normal
desenvolvimento da gravidez após a implantação.

»» Uma dieta de 0,3% a 0,6% de extrato de alecrim por 4 semanas


consecutivas aumentou a atividade no fígado da glutationa stransferase
(GST) e quinona reductase (enzimas de desentoxicação do corpo) e do
estomago (GST), mas não afetou seus níveis nos pulmões.

107
UNIDADE III │ FITOCOSMÉTICOS

O óleo essencial de alecrim pode ser encontrado em vários quimiotipos, provenientes de


subspécies da planta e de regiões com meio ambiente diferenciado (solo, temperatura,
sol, água etc). A proximidade ou não do alecrim do mar, parece interferir em muito
na química de seu óleo essencial. Os principais quimiotipos e suas propriedades
terapêuticas estão descritas abaixo:

»» Quimiotipo 1 (canfenona): contém mais canfenona (=cânfora),


produzido principalmente na Espanha, mas pode ser obtido também
no mercado da França e da Itália. Possui efeito estimulante do sistema
nervoso central, sendo útil em letargia, sonolência e preguiça. Também
é aplicado em congestão nasal e pulmonar e dores localizadas. Efeito
semelhante, apesar de bem mais rico (devido à presença dos terpenos),
ao óleo de cânfora branca chinesa.

»» Quimiotipo 2 (cineol): contém mais cineol (=eucaliptol). É menos


estimulante que o anterior, mas apresenta as mesmas propriedades de
descongestão nasal e pulmonar, sendo igualmente útil no tratamento de
dores. Hoje, vários países o produzem como a Índia, Tunísia, Marrocos,
Inglaterra, França, Itália, entre outros.

»» Quimiotipo 3 (verbenona): esse tipo possui mais verbenona.


Produzido na França, Itália, Córsega e regiões mediterrâneas. Apresenta
boas propriedades para proteção e tratamento de doenças degenerativas
do fígado (cirrose, hepatite, intoxicações, icterícia e alcoolismo). O Brasil
produz esse óleo com teores de verbenona em torno de 4-8%.

»» Quimiotipo 4 (borneol): uma variedade com teor mais elevado de


borneol, um componente que o torna muito parecido com o quimiotipo
canfenona, porém não tão excitante. Costuma ser produzido no Marrocos
e na Itália. É confundido com o QT1 ou QT2, porém possui menor teor de
cânfora e cineol.

»» Quimiotipo 5 (pineno): essa variedade possui mais pineno no óleo. O


Brasil e a Argentina o produzem, mas pode ser obtido da Europa também.
É totalmente diferente dos outros, pois não possui alto teor de cetonas, o
que o torna um suave relaxante. Seu aroma herbáceo o torna um excelente
óleo para inalações e massagem com características antiestresse, sendo
também muito útil na eliminação e tratamento de varizes e má circulação
(trombose, flebite etc.), devido ao seu teor em monoterpenos. Esse óleo
também possui mais mirceno, que lhe agrega efeitos analgésicos em
dores musculares.

108
FITOCOSMÉTICOS │ UNIDADE III

Tabela 11. Óleos essenciais e indicações para seu uso.

ÓLEO ESSENCIAL INDICAÇÕES EM ESTÉTICA E COSMÉTICA


Cabelos: revitalizante, refrescante e antisséptico.
Uso tópico/cosmético para pele: poros obstruídos, pele envelhecida e
Artemísia (Artemisia vulgaris) inflamada.
Aromatização: indicada para estresse, cansaço, desânimo, insônia, depressão
e traumas.
Cabelos: opacos e oleosos.
Uso tópico/cosmético para pele: acne, manchas de pele, pele seca, cicatrizes,
Bergamota (Citrus bergamia) “celulite”.
Aromatização: ansiedade, depressão, tensão nervosa, insônia, medo e dores
de cabeça.
Cabelos: ressecados, opacos e secos. Tônico para o couro cabeludo.
Uso tópico/cosmético para pele: acne, poros abertos.
Canela (Cinnamomum zeylanicum)
Aromatização: depressão, cansaço, fadiga mental, tensão, estagnação,
exaustão, fraqueza, falta de concentração.
Cabelos: opacos e queda excessiva.
Uso tópico/cosmético para pele: pele envelhecida, acne, inflamação e
Copaíba (Copaifera afficinallis)
oleosidade.
Aromatização: estresse, ansiedade e desânimo.
Cabelos: secos.
Cravo (Eugenia caryophyllata) Uso tópico/cosmético para pele: oleosidade excessiva e acne.
Aromatização: fadiga mental, dores de cabeça, memória fraca.
Cabelos: cabelos frágeis, caspa e queda excessiva.
Uso tópico/cosmético para pele: celulite, pele oleosa e envelhecida. Tônico
Erva-doce (Foeniculum vulgare)
para a pele.
Aromatização: estresse, medo, ansiedade e fraqueza.
Cabelos: caspas, cabelos opacos e fracos, assepsia do couro cabeludo,
estímulo de crescimento.
Eucalipto (Eucalyptus globus)
Uso tópico/cosmético para pele: acne.
Aromatização: estresse, fadiga mental, ansiedade, falta de energia, humor.
Cabelos: quebradiços, danificados, sem brilho e com queda.
Gengibre (Zingiber officinallis) Uso tópico/cosmético para pele: varizes, pele envelhecida, falcidez e “celulite”.
Aromatização: enxaqueca, memória fraca, desânimo, nervosismo, insônia.
Cabelos: oleosos.
Uso tópico/cosmético para pele: poros abertos, acne, pele desidratada e
Gerânio (Pelargonium graveolens)
envelhecida.
Aromatização: ansiedade, nervosismo, agitação, insônia.
Cabelos: crescimento capilar, refrescante e antisséptico para o couro cabeludo.
Uso tópico/cosmético para pele: acne, poros abertos, “celulite”, varizes,
Hortelã-pimenta (Mentha piperita)
manchas.
Aromatização: fadiga mental, depressão, estafa, medo, falta de atenção.
Cabelos: opacos.
Uso tópico/cosmético para pele: acne, peles oleosas, secas ou inflamadas.
Lavanda (lavandula officinalis)
Aromatização: estresse, ansiedade, depressão, agitação, insônia, dor de
cabeça, medo.

109
UNIDADE III │ FITOCOSMÉTICOS

Cabelos: opaco, oleosos e com queda.


Uso tópico/cosmético para pele: poros abertos, acne, pele oleosa.
Lemongrass/Capim-limão (Cymbopogon citratus)
Aromatização: dores de cabeça, enxaqueca, nervosismo, estresse, tensão, falta
de concentração, fadiga crônica.
Cabelos: opacos e com queda.
Manjericão/Quimiotipo Menthi chavicol (Ocimum Uso tópico/cosmético para pele: acne, inflamação.
basilicum)
Aromatização: falta de concentração, insônia, cansaço mental, depressão,
nervosismo, dor de cabeça.
Cabelos: secos, quebradiços, opacos.
Melaleuca/Tea tree (Melaleuca alternifólia) Uso tópico/cosmético para pele: acne. Micoses e unhas encravadas.
Aromatização: desânimo, cansaço.
Cabelos: secos.
Olíbano (Boswelia carteri) Uso tópico/cosmético para pele: pele envelhecida, cicatrizes, manchas, acne.
Aromatização: depressão, ansiedade, medo, estados obsessivos.

Fontes: Lavabre, 1995; Silva, 2004.

Formas de utilização dos óleos essenciais

»» Aromatização ambiental: 15 a 20 gotas do óleo essencial para 500 ml de


água.

»» Banho: 1 gota do óleo essencial na bucha ou 3 a 5 gotas na banhiera.

»» Banho de assento: 3 a 5 gotas de óleo essencial em bacia com água.

»» Compressas: 2 gotas de óleo essencial para meio litro de água.

»» Escalda-pés: 10 gotas de óleo essencial para 5 litros de água.

»» Massagem: 10 a 20 gotas de óleo essencial em 60 ml de óleo vegetal.

»» Vaporização facial: 4 a 6 gotas de óleo essencial por litro de água.

Óleos vegetais empregados em estética

Óleo de abacate (Avocato oil)

»» Efeitos e propriedades: nutritivo e revitalizante. Rico em vitaminas A, B1,


B2 e C, em lipídios, aminoácidos e substâncias nutrientes essenciais.

»» Utilização em estética: cremes e óleos para massagem, cremes nutritivos.


Usado nos fitocosméticos em produtos para a face, corpo e cabelos.

110
FITOCOSMÉTICOS │ UNIDADE III

Óleo de amêndoas (Almond oil)

»» Efeitos e propriedades: emoliente, evita o ressecamento da pele. Rico em


vitaminas A, B1, B2, B6, ácido graxos e proteínas; age como suavizante,
nutritivo e emoliente para todos os tipos de pele.

»» Utilização em estética: batons, bronzeadores, óleos para banhos e


massagem, cremes para prevenção de estrias. Usado nos cuidados para
peles sensíveis e delicadas, em crianças, idosos e grávidas.

Óleo de avelã (Hazel nut oil)

»» Efeitos: emoliente, evita o ressecamento da pele.

»» Utilização em estética: batons, bronzeadores, óleos para banhos e


massagem, cremes para a prevenção de estrias.

Óleo de bétula (Betula alba oil)

»» Efeitos: elasticizante, estimulante.

»» Utilização em estética: óleos e cremes para massagem, loções para pele


oleosa.

Óleo de borragem (Borage oil)

»» Efeitos: regenerador do tecido celular (eczemas), previne a desidratação


da pele.

»» Utilização em estética: cremes para as mãos, cremes nutritivos, produtos


demaquilantes.

Óleo de calêndula (Marigold oil)

»» Efeitos: cicatrizante, anti-inflamatório, calmante.

»» Utilização em estética: produtos pós-sol, produtos para queimaduras,


bronzeadores.

111
UNIDADE III │ FITOCOSMÉTICOS

Óleo de damasco (Apricot kemel oil)

»» Efeitos: regenerativo, rico em vitamina E.

»» Utilização em estética: cremes nutritivos, bronzeadores, demaquilantes.

Óleo de gergelim (Sesame oil)

»» Efeitos: emoliente.

»» Utilização em estética: cremes nutritivos.

Óleo de Jojoba (Jojoba oil)

»» Efeitos: emoliente.

»» Utilização em estética: cremes ou loções hidratantes (utilizados em


produtos para tratamento capilar) 1 a 2% em xampus e condicionadores.

Óleo de macadâmia (Macadamia nut oil)

»» Efeitos: previne o envelhecimento cutâneo.

»» Utilização em estética: cremes ou loções hidratantes, nutritivo.

Óleo de melaleuca (Melaleuca altemifolia oil)

»» Efeitos: ação germicida, bacteriostático, fungistático.

»» Utilização em estética: cremes, loções cremosas, soluções, géis


antissépticos para acne e queimadura.

Óleo de semente de uva (Grapessed oil)

»» Efeitos: hidratante e antioxidante, rico em vitamina E.

»» Utilização em estética: óleos para banhos, loções e cremes para a prevenão


de estrias.

112
FITOCOSMÉTICOS │ UNIDADE III

Formas Farmacêuticas Usadas na


Fitocosmética
Diversas são as formas farmacêuticas empregadas na fitocosmética. A seguir, está a
relação das principais formas utilizadas.

Creme não iônico (melhor para fitocosmético)

»» Conceito: forma farmacêutica semissólida que consiste de uma emulsão,


formada por uma fase lipofílica e uma fase aquosa. Contém um ou mais
princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é
utilizado normalmente para aplicação externa na pele ou nas membranas
mucosas.

Xampus

»» Conceito: solução ou suspensão, contendo um ou mais princípios ativos,


para aplicação na superfície do couro cabeludo.

Espuma

»» Conceito: forma farmacêutica que consiste de um grande volume de gás


disperso em um líquido, geralmente contendo uma ou mais substâncias
ativas. É formada pela ação de um propelente, podendo, também, haver
outros excipientes.

Gel

»» Conceito: forma farmacêutica semissólida com um ou mais princípios


ativos, que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma
solução ou dispersão coloidal (um sistema no qual partículas de dimensão
coloidal – tipicamente entre 1 nm e 1 mm – são distribuídas uniformemente
através do líquido). Um gel pode conter partículas suspensas.

Pomada

»» Conceito: forma farmacêutica semissólida para aplicação na pele ou nas


membranas mucosas, que consiste de solução ou dispersão de um ou

113
UNIDADE III │ FITOCOSMÉTICOS

mais princípios ativos em baixas proporções, em uma base adequada.


Ex.: lenço umedecido.

Sabonete líquido

»» Conceito: solução, contendo um ou mais princípios ativos, para aplicação


na superfície cutânea.

Óleos vegetais prensados a frio

»» Conceito: líquido gorduroso solúvel em éter e insolúvel em água.

114
Para (não) Finalizar

A atuação dos profissionais da área da saúde em estética exige desse uma dedicação
especial na busca de novos conhecimentos. Diariamente, novas pesquisas se iniciam e
novas descobertas surgem a respeito da influência dos fitoquímicos e fitoterápicos no
desenvolvimento e tratamento de desordens estéticas.

Atualmente, ainda são escassos os resultados de trabalhos científicos relacionados à


questões estéticas. Modismos e o marketing envolvido na venda de produtos para esse
público estão fortemente presentes. Muitas das alternativas fitoterápicas disponíveis
no mercado não apresentam comprovação científica de sua eficácia e segurança. Mais
estudos devem ser desenvolvidos para esclarecer o real mecanismo de ação desses
produtos e estabelecer doses seguras para utilização.

A leitura de artigos científicos, o desenvolvimento de pesquisas e a observação clínica


fazem parte do dia a dia desse profissional. Realizar um curso de pós-graduação
diferencia esse profissional no mercado de trabalho, mas a atualização das informações
obtidas é uma obrigação dos profissionais da saúde, pois a matéria-prima de seu
trabalho é a vida humana.

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