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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
BIOÉTICA NA ESTÉTICA............................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
EVOLUÇÃO DA BIOÉTICA.......................................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
HISTÓRIA, PRINCIPAIS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS E ATUAÇÃO DA BIOÉTICA NA ESTÉTICA................ 13
UNIDADE II
ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)....... 24
CAPÍTULO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)...................................................... 24
UNIDADE III
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL................................................................................ 30
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÃO DE ANAMNESE E SEUS PRINCÍPIOS......................................................................... 30
CAPÍTULO 2
ASPECTOS PSÍQUICOS NA ESTÉTICA ........................................................................................ 35
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA
ANAMNESE FACIAL.................................................................................................................. 42
CAPÍTULO 4
PRINCIPAIS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS DA FACE........................................................................... 46
CAPÍTULO 5
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA ANAMNESE CORPORAL........................................................... 58
CAPÍTULO 6
PRINCIPAIS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS CORPORAIS...................................................................... 62
UNIDADE IV
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA.............................................................. 70
CAPÍTULO 1
BIOSSEGURANÇA E OS SEUS PRINCÍPIOS................................................................................. 70
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS E MEDIDAS PARA PREVENÇÃO, REDUÇÃO E TRATAMENTO DOS ACIDENTES
COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES..................................................................................... 80
CAPÍTULO 3
DESCONTAMINAÇÃO DOS INSUMOS DE UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA........................................ 86
CAPÍTULO 4
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
COLETIVA (EPCS) UTILIZADOS EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA.................................................... 91
CAPÍTULO 5
TIPOS DE RESÍDUOS GERADOS E OS TIPOS DE SEGREGAÇÕES EM CLÍNICAS DE ESTÉTICAS....... 98
UNIDADE V
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA.............................................. 105
CAPÍTULO 1
PROTOCOLOS PARA REALIZAÇÃO DE INTRADEMOTERAPIA..................................................... 105
CAPÍTULO 2
PROTOCOLOS PARA REALIZAÇÃO DE CARBOXITERAPIA.......................................................... 115
CAPÍTULO 3
PROTOCOLOS PARA APLICAÇÃO DE TOXINA BOTULÍNICA...................................................... 125
CAPÍTULO 4
PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DE ÁCIDO HIALURÔNICO..................................................... 131
CAPÍTULO 5
PROTOCOLO PARA CRIOLIPÓLISE......................................................................................... 140
CAPÍTULO 6
PROTOCOLO PARA MICROAGULHAMENTO............................................................................ 144
CAPÍTULO 7
PROTOCOLO PARA INSERÇÃO DE FIOS DE POLIDIOXANONA (PDO)....................................... 147
CAPITULO 8
PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL PARA MICROVASOS (PEIM)........................................... 151
UNIDADE VI
RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA.......................................................................... 156
CAPÍTULO 1
REGULAMENTAÇÃO DA BIOMEDICINA ESTÉTICA.................................................................... 156
4
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A Biomedicina Estética é a mais recente área de atuação do biomédico. Mediante
comprovações científicas dos métodos empregados, o biomédico esteta desenvolve
e aplica os procedimentos para tratar as disfunções estéticas do corpo, tais como:
rugas, estrias, gordura localizada, lipodistrofia ginoide, flacidez, entre outras. Isso
disponibiliza para o paciente o retorno da autoestima e confiança por meio dos
tratamentos estéticos.
Por outro lado, para o profissional alcançar o sucesso nessa área tão concorrida,
ele deve ter disposição para buscar constante atualização, cursos extracurriculares,
congressos, simpósios e estágio prático em clínicas, pois todos os dias surgem novos
procedimentos, cosméticos e equipamentos que prometem revolucionar o setor. Além
disso, conhecer os princípios bioéticos, saber realizar uma anamnese com segurança
e compreender quais são os aspectos jurídicos que regem a atuação da biomedicina
estética, são fatores primordiais para alcançar o sucesso e a satisfação profissional.
Objetivos
» Adquirir conhecimentos fundamentais sobre os princípios bioéticos e
acontecimentos históricos que desenvolveram essa ciência.
» Promover o conhecimento das principais técnicas utilizadas nas
avaliações faciais e corporais.
» Aprender a elaborar um Termo de Conhecimento Livre e Esclarecido
e identificar quais são os principais tipos de disfunções estéticas
encontrados na rotina clínica.
» Conhecer quais são as resoluções que regularizam a biomedicina estética
e os embasamentos jurídicos que auxiliam o profissional na sua profissão.
» Atualizar os conhecimentos sobre as normas básicas de biossegurança,
receber as informações necessárias sobre os tipos de rejeitos originados
em uma clínica de estética e orientações sobre os equipamentos utilizados
na proteção individual e coletiva dos trabalhadores do setor.
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Evolução da Bioética
1933 – 1945 – Durante a Segunda Guerra Mundial, com o advento do nazismo, três
episódios importantes levaram as instituições de saúde a se envolverem em políticas
racistas e eugenistas de acordo com os princípios de Hitler a partir de 1964, no entanto
os eventos que ocasionaram o envolvimento das entidades ocorreram antes. Foram
eles: a lei de 14 de junho de 1933, a respeito da esterilização, classificada como uma
“prevenção contra uma descendência hereditariamente doente”; o memorando
de outubro de 1939, permitindo a eutanásia em indivíduos portadores de doenças
incuráveis; e a constituição dos campos de extermínio, em 1941 (SALLES et al., 2010).
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UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
1948 – Aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a Declaração Universal
dos Direitos Humanos. Ainda que não representasse um dever legal, serviu para a
formação de dois tratados elaborados pela ONU: o Tratado Internacional dos Direitos
Econômicos Sociais e Culturais, e o Tratado Internacional dos Direitos Civis e Políticos
(SALLES et al., 2010).
1953 - Watson e Crick descobrem a estrutura do DNA, abrindo novos caminhos para o
desenvolvimento da Engenharia Genética. Consequentemente, questionamentos éticos
a respeito das aplicações que essa descoberta poderia trazer foram feitos (SALLES et
al., 2010).
1960 – O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João Paulo XXIII para discutir
uma reconstrução da Igreja Católica, pois ela iria se tornar mais aberta ao mundo
moderno e aos problemas éticos (SALLES et al., 2010).
1960 – A igualdade dos diretos civis para todas as pessoas (negros e brancos) é
defendida por Martin Luther King. Além disso, ele pede o término da segregação racial
e do preconceito trabalhista (SALLES et al., 2010).
1961 – A vida sexual e social das mulheres foi transformada com o advento da pílula
anticoncepcional. Com isso, uma Bioética Feminista é criada para defender a autonomia
da mulher em relação ao seu corpo (SALLES et al., 2010).
1964 – A Declaração de Helsinki foi aprovada pela Assembleia Médica Mundial. Esse
documento é visto com uma melhoria realizada no Código de Nuremberg. Devido a isso,
10
BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
seus requisitos de ética médica são utilizados por vários países atualmente (SALLES et
al., 2010).
1968 -A revista científica “New England Journal of Medicine” apresenta uma nova
definição de morte cerebral. Com isso, o conceito de parada cardiorrespiratória é
questionado, estabelecendo intenso debate sobre a origem dos órgãos destinados aos
transplantes. Os temas eutanásia e distanásia também são discutidos devido ao impacto
causado pelo artigo publicado na revista (SALLES et al., 2010).
11
UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
1979 – O livro Ética Prática é publicado por Peter Singer. A obra discute os motivos
pelos quais a vida de todos os seres vivos precisa ser respeitada (SALLES et al., 2010).
2004 – O Centro Universitário São Camilo, sediado na cidade de São Paulo, cria o
primeiro mestrado em Bioética do Brasil (SALLES et al., 2010).
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CAPÍTULO 2
História, principais princípios bioéticos e
atuação da bioética na estética
Processos históricos
A bioética é a ciência que mais cresce em todo o mundo. Ela é um campo que integra
várias matérias cujos pesquisadores chamam de transdisciplinaridade. Ou seja,
é a junção de vários conceitos de disciplinas diferentes. Estimulada pela mídia,
temas como células-tronco, clonagem, aborto, eutanásia, banco de órgão, entre
outros, acabaram por despertar o interesse da sociedade e dos pesquisadores. Os
conhecimentos e reflexões sobre esses temas polêmicos se difundiram pelo mundo
inteiro, transformando a bioética na ciência do momento (SAKAGUTI, 2007).
Não existe um consenso entre os cientistas que trabalham com bioética a respeito de
um acontecimento específico que deu origem a ela. No entanto, existem vários fatores
e contextos históricos que, somados, levaram ao seu surgimento. Dentre os vários
acontecimentos que levaram ao surgimento da bioética podemos destacar a Segunda
Guerra Mundial (SAKAGUTI, 2007).
Além disso, a religião esteve presente no nascimento da bioética, por meio de análises
realizadas e propostas geradas em torno dos avanços tecnológicos alcançados pela área
médica. Na década de 1950, a grande maioria dos professores ou autores de bioética
eram rabinos, pastores ou teólogos católicos (SAKAGUTI, 2007).
Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1950 e 1960, observamos o surgimento
de movimentos de reivindicação dos direitos individuais, tais como: movimentos
feministas, proteção à criança e à juventude, contra a segregação racial, revolução
sexual, entre outros (SAKAGUTI, 2007).
Todos esses movimentos foram fundados devido a dois documentos que surgiram com
o término da Segunda Grande Guerra: O Código de Nuremberg (1947) e a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948) (SAKAGUTI, 2007).
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UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
Nos primórdios do século XX, a relação entre médico e paciente era de total
confidencialidade. Era muito comum o profissional ir até a casa do enfermo realizar
consultas e tratar de todos os membros da família. Por isso, as famílias consultavam-
se com o mesmo médico durantes anos. No entanto, no começo da década de 1960,
essa relação afetuosa mudou devido ao aumento do número de hospitais, à inserção de
equipamentos de diagnósticos e de análises clínicas, das pesquisas clínicas e ao advento
das especializações médicas. A facilidade e a comodidade, aliados ao ponto de vista
econômico de concentrar em um mesmo local todos os profissionais da saúde, onde
poderiam trabalhar juntos para atingir os melhores resultados, ajudaram a mudar essa
relação (SAKAGUTI, 2007).
Dessa forma, o paciente passou a ser tratado como um número de série ou de acordo
com a patologia que portava, perdendo a sua identidade. A mudança na forma de
tratamento dos médicos não mais permitiu estreitar os laços na relação médico-
paciente e a identificação de médico da família foi perdida por esses profissionais
(SAKAGUTI,2007).
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
Durante 1969 foi realizada uma reunião organizada pelo psiquiatra Willard Gaylin
e pelo filósofo Daniel Callahan. Eles reuniram psiquiatras e filósofos para estudar e
elaborar normas a respeito das pesquisas e experimentação no campo da saúde médica.
Esses atos levaram à formação do Institute of Society, Ethics and Life Sciences, com
sede em Hastingon Hundson, Nova Iorque – EUA (SAKAGUTI, 2007).
Somente em 1970 o termo “Bioética” foi utilizado pela primeira vez. Esse fato ocorreu
nos Estados Unidos por meio da publicação do artigo intitulado The sience of survival
escrito pelo oncologista Van Rensselaer Potter. Em 1971, o bioquímico, biólogo e
oncologista publicou um artigo que virou referência na área, Bioethics: bridge to the
future (SAKAGUTI, 2007).
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UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
Princípios bioéticos
Os fundamentos da Bioética ou Ética não são os seus princípios, no entanto, os
princípios éticos norteiam o caminho referente à reflexão ética e representam um
conglomerado de referências e meios que contribuem para a construção da ação ética.
Existem diferentes modelos bioéticos, cada um propõe seus princípios, apresentando-
os em uma determinada ordem. Essa hierarquia não representa uma hegemonia entre
um e outro princípio, representa apenas a ordem na qual foi construída a reflexão ética
(RAMOS e JUNQUEIRA, 2007).
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
Este princípio tem grande importância, pois, em muitos casos, os riscos de causar danos
ao paciente são inseparáveis de determinado procedimento que é destinado a tratar um
tipo de disfunção. Qualquer procedimento estético envolve riscos e o paciente tem que
estar ciente dos possíveis problemas.
Princípio da beneficência
Este princípio da beneficência apoia-se na proposta de que devemos fazer o bem ao
próximo. Quando utilizado por profissionais da estética, o trabalhador tem o dever moral
de zelar pela saúde do paciente, não apenas no que diz respeito à assistência técnica,
mas também deve ser levada em consideração a ética. Ou seja, todos os conhecimentos
e habilidades adquiridos pelo profissional ao longo da sua formação devem ser usados
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UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
Esse princípio necessita de ações positivas por parte do profissional esteta. Faz-se
necessário que o profissional trabalhe para beneficiar o seu paciente. Os procedimentos
que serão realizados precisam ser avaliados e analisados, levando em conta o benefício
versus riscos e/ou custos (LOCH, 2002).
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
O termo deve ser visto como um processo de relacionamento entre as partes, tendo o
profissional de saúde a obrigação de indicar todos os pontos do tratamento e ajudar o
paciente a escolher a melhor opção de acordo com os seus dogmas (LOCH, 2002).
Princípio da justiça
A palavra justiça é derivada do latim “iustitia” e expressa o significado de equidade,
leis, exatidão, bondade, benignidade, justiça. Essa palavra foi introduzida na língua
portuguesa no século XIII. O seu significado também pode ser interpretado como
algo que está em conformidade com o que é de direito, com o que é justo (ÂMBITO
JURÍDICO, 2015).
19
UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
Analise os comportamentos:
Por outro lado, Culver e Gert (1982) dizem que o comportamento parternalista deve
ser empregado somente quando se acredita nos seguintes itens:
De maneira mais clara, as ideias de Culver e Gert explicam que somente devemos agir
paternalisticamente em relação a um paciente quando a intenção for beneficiá-lo e não
ao executor do ato ou a terceiros.
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
Existem duas formas de beneficiar uma pessoa. A primeira é promover algum bem para
o indivíduo, tais como: produzir prazer, liberdade ou oportunidade. A segunda forma
é buscar inibir ou amenizar um mal que está acometendo o paciente, pode ser uma dor
ou incapacidade de realizar algo (COHEN e MARCOLINO, 2002).
Por outro lado, também podemos fazer uma análise do paternalismo baseando-se no
princípio da autonomia. Esse princípio foi formalizado somente em 1947, por meio
do Código de Nuremberg, no qual foram estabelecidas normas para a realização de
pesquisa com seres humanos. Desde então, é obrigatória a apresentação do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido ao indivíduo que participará de determinada
pesquisa laboral (FREITAS e HOSSNE, 1998).
A palavra autonomia tem sua origem no idioma grego em que “auto” significa “próprio” e
“nomos” relaciona-se a “leis, regras”. Ou seja, autonomia significa ter autodeterminação
ou autogoverno sobre as suas próprias decisões que irão afetar a integridade, a saúde,
as relações interpessoais, a vida, e a integridade (FILHO, 2011).
21
UNIDADE I │ BIOÉTICA NA ESTÉTICA
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BIOÉTICA NA ESTÉTICA │ UNIDADE I
nação do mundo com o maior número de pessoas com idade superior aos 70 anos.
Serão cerca de 33 milhões de brasileiros, o que representará aproximadamente 13% da
população (IBGE).
O processo de envelhecimento não é visto com naturalidade por grande parte dos
pacientes. Muitos desejam eternizar a beleza que possuíam na juventude, e aqueles
que se encontram na idade adulta buscam constantemente novas maneiras de burlar
o ciclo natural da vida. Dessa forma, a autoestima do paciente fica abalada, trazendo
insegurança, dúvida e incerteza. Com isso, os tratamentos estéticos surgem como
provedores da resolução dos problemas supracitados (HELOU, 2010).
Logo, o profissional esteta que irá atender seu paciente deve primeiramente realizar
uma anamnese com bastante destreza e respeitar os princípios da Bioética.Muitas
vezes o paciente pode querer fazer determinado procedimento baseado nos resultados
obtidos por um amigo ou familiar. Pode, ainda, ter visto algo nas mídias sociais que
determinado tratamento promete realizar milagre. No entanto, cada organismo tem
suas particularidades e deve sempre ser tratado como um ser único. Assim, é primordial
individualizar os tratamentos estéticos.
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ASPECTOS GERAIS
E CONFECÇÃO
DO TERMO DE UNIDADE II
CONSENTIMENTO
LIVRE E
ESCLARECIDO (TCLE)
CAPÍTULO 1
Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE)
No documento firmado entre as partes ficou estabelecido que o médico iria custear
todas as despesas do pesquisado, além disso, forneceria uma remuneração no valor
de U$ 150,00. O estudo durou um ano e sofreu fortes críticas éticas pela forma como
foi desenvolvido. O pesquisado não recebeu todas as informações necessárias e o seu
envolvimento com o experimento não aconteceu de forma voluntária. No entanto, esse
relato é considerado o vanguardista do TCLE (MINOSSI, 2011).
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ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) │ UNIDADE II
Durante a história da Bioética, observamos que nem sempre houve uma preocupação
com o participante de um experimento ou até mesmo de um procedimento médico.
Existe uma infinidade de relatos com desrespeito causado por cientistas ou médicos
que não se preocupavam com a autonomia das pessoas. Esses fatos envolviam dor,
sofrimento, humilhação e até mesmo mortes. O perfil das pessoas que tinham sua
autonomia privada era de prisioneiros de guerra, pobres, escravos e condenados à
morte (SAKAGUTI e TRINDADE, 2007).
Também podemos descartar a Declaração Universal dos Direitos do Homem que foi
assinada em dezembro de 1948, na cidade de Paris, representando a primeira tentativa
da humanidade em estabelecer paramentos humanitários válidos para todos os
habitantes do planeta, independente de cor, sexo, classe social, religião, língua, entre
outros (SAKAGUTI e TRINDADE, 2007).
No fim dos anos 1950, nos Estados Unidos, vários pacientes começaram a denunciar
pesquisadores que omitiram informações a respeito dos procedimentos. Porém, foi
somente a partir da década de 1960 com a Declaração de Helsinque que os consentimentos
passaram a receber uma análise mais detalhada (SAKAGUTI e TRINDADE, 2007).
Por fim, em 1993, ocorreu a criação das “Diretrizes Éticas Internacionais para
Pesquisas da Área da Saúde Envolvendo Seres Humanos”, documento que promoveu
uma valorização dos TCLE em todas as pesquisas com seres humanos (SAKAGUTI e
TRINDADE, 2007).
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UNIDADE II │ ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Com isso, uma comissão do Conselho Nacional de Saúde foi formada e ouviu diferentes
nichos da população para elaborar um documento detalhado e abrangente. Ao fim do
o
processo, a Resolução n 196/1996 sobre Pesquisas Envolvendo Seres Humanos foi
publicada e encontra-se atualmente em vigor (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).
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ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) │ UNIDADE II
Uma das finalidades do TCLE é servir como uma peça contratual entre o(a) profissional
esteta e o paciente. Conforme os princípios jurídicos, defendendo os direitos das partes
envolvidas na causa junto à justiça e ao conselho de classe do profissional (SAKAGUTI
e TRINDADE, 2007).
Por outro lado, de acordo com uma vertente, o TCLE é um documento informativo
e esclarecedor. Assim, não deveria ser utilizado como instrumento de defesa do
profissional. Para muitos profissionais da saúde que trabalham com procedimentos
minimamente invasivos (injetáveis), essa tática é vista como um desvio da prática
sensata, induzida principalmente por profissionais incompetentes, devido à ameaça de
processos por negligência profissional. Além disso, apesar do paciente ter assinado o
TCLE concordando com o tratamento, nada impede que ele entre na justiça e processe
o profissional esteta em casos de erros ou falta de assistência por parte do profissional
(MINOSSI, 2011).
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UNIDADE II │ ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Elaboração do TCLE
o
De acordo com as normas da resolução n 196/1996, o TCLE é um documento elaborado
pelo pesquisador ou profissional esteta e precisa ter a assinatura ou impressão digital
do paciente e/ou responsável legal e visto do profissional. Em alguns casos também é
utilizada a assinatura de uma testemunha para dar mais credibilidade ao documento.
Além disso, o termo precisa ser elaborado em uma linguagem acessível, de preferência
sem a utilização de termos técnicos e deve apresentar os seguintes itens (SILVA et
al.,2005; SAKAGUTI e TRINDADE, 2007; MINOSSI, 2011):
» contraindicações do tratamento;
» benefícios esperados;
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ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) │ UNIDADE II
» ser direto e breve na redação do texto para que o paciente possa ler todo
o TCLE e absorver todas as informações necessárias;
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REALIZAÇÃO DE
ANAMNESE FACIAL UNIDADE III
E CORPORAL
CAPÍTULO 1
Definição de anamnese e seus
princípios
Uma boa anamnese é aquela com contato entre o profissional de saúde e o paciente.
No entanto, para realizar esse procedimento com destreza é preciso dedicação e tempo
adequado de atendimento. Pede-se para o profissional que antes de começar a consulta
avalie como está seu humor, atenção e disposição. Caso essas três características
apresentem déficit, o atendimento poderá ser prejudicado e a relação cordial entre
profissional esteta e paciente ficará prejudicada. Além disso, cumprimentar o paciente,
ter um tom de voz adequado e olhar direcionado demonstram interesse e dedicação por
parte do profissional em ouvir as queixas do paciente (CARRIÓ, 2012).
» deixar o paciente expor suas queixas livremente. Ouvir com atenção todas
as informações passadas;
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
O profissional esteta deve adotar determinadas atitudes para conduzir uma anamnese
de forma confortável e segura. Para isso, é importante ressaltar os seguintes
comportamentos (SENRA e MORAES, 2012):
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Algumas perguntas são classificadas como essenciais em uma anamnese. Por meio
delas é possível obter informações relevantes sobre a vida do paciente e as expectativas
que tem com a realização dos tratamentos estéticos. Algumas dessas perguntas são:
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
O profissional esteta pode elaborar outros tipos de perguntas de acordo com a sua
experiência e necessidade, pois, cada profissional tem suas particularidades que compõe
a anamnese.
33
UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Essa conduta é extremante importante, pois o profissional tem que saber como está a
saúde do paciente antes de começar os procedimentos. Isso é necessário especialmente
para aqueles que promovem a liberação de lipídios, tais como: intradermoterapia,
ultrassom cavitacional, criolipólise, hidrolipoclasia, entre outros. Dessa maneira, evita-
se uma alteração acentuada nos níveis lipídicos e possíveis patologias.
34
CAPÍTULO 2
Aspectos psíquicos na estética
Existem várias formas de conduzir uma anamnese em estética com ênfase na saúde
mental do paciente e, caso o indivíduo apresente algum distúrbio psicológico, é
contraindicada a realização do procedimento estético, evitando com isso complicações
posteriores (SENRA e MORAES, 2012).
35
UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
O paciente na estética
Os procedimentos estéticos atuais estão alcançando resultados maravilhosos, isto
é inegável. No entanto, quando os procedimentos são mostrados em programas de
televisão ou nas redes sociais muitos pacientes podem adquirir perspectivas irreais
sobre os resultados, em muitos casos os pacientes esperam ficar parecidos com outras
pessoas, em especial celebridades (SENRA e MORAES, 2012).
36
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
anamnese, os sinais e sintomas que serão citados a seguir sejam percebidos (SENRA
e MORAES, 2012):
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
executado de forma perfeita e os resultados sejam ótimos, o paciente pode não ficar
satisfeito (UPTODATE, 2019).
Pacientes com TDC estão preocupados com defeitos inexistentes ou leves na aparência
física de uma ou mais partes do corpo. As preocupações com a aparência são difíceis de
resistir ou controlar e ocorrem por uma média de três a oito horas por dia. As áreas do
corpo são vistas como pouco atraentes, repulsivas, anormais ou deformadas, e alguns
pacientes se descrevem como parecendo uma aberração, um monstro, uma vítima de
queimadura. As preocupações com a aparência são em parte perturbadoras porque
são inaceitáveis na percepção do eu para os outros, e em muitos casos envolvem a
crença de que outras pessoas zombam e rejeitam a pessoa por causa de sua aparência
(UPTODATE, 2019).
A maioria dos pacientes no curso da doença está preocupada com a exposição de várias
áreas do corpo, média de cinco a sete áreas diferentes. No entanto, alguns pacientes
estão excessivamente preocupados com apenas uma área do corpo, enquanto outros
não gostam de praticamente nenhum dos aspectos de sua aparência. As principais
partes do corpo mais detestáveis são (UPTODATE, 2019):
» olhos.
No entanto, qualquer área do corpo pode ser o foco da preocupação. Além disso,
aflições com simetria são comuns, por exemplo: narinas desiguais, olhos em um nível
diferente um do outro (UPTODATE, 2019).
Entre os pacientes com TDC, é mais provável que as mulheres se preocupem com
o peso, tamanho dos quadris, nádegas, seios, pernas e excesso de pelos faciais ou
corporais. Os homens são mais propensos do que as mulheres a se preocuparem com
a queda de cabelo (calvície), tamanho do órgão genital e a ter transtorno dismórfico
muscular, também conhecido como vigorexia (UPTODATE, 2019).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
que uma pessoa tem TDC. Dessa forma, o profissional esteta precisa ficar atento aos
comportamentos que serão relatados a seguir durante a realização da sua anamnese,
segundo a UPTODATE (2019):
39
UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
40
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
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CAPÍTULO 3
Equipamentos utilizados na
anamnese facial
Fotografia
A fotografia digital é uma ferramenta de grande utilidade na estética. Revistas
científicas e muitos profissionais usam essa metodologia para acompanhar a
evolução dos tratamentos. No entanto, para contrastar a fotografia com a realidade,
é imprescindível que o profissional utilize equipamentos de qualidades e tenha
noção dos princípios básicos de fotografia, tais como: iluminação, distância,
ângulo, enquadramento. As corretas utilizações dos princípios básicos de fotografia
atenuam as falhas técnicas e valorizam os resultados obtidos nos tratamentos
estéticos (AZULAY et al., 2010).
Luz de Wood
O físico Robert W. Wood (1868-1955) criou, em 1903, uma lâmpada que é bastante
utilizada em procedimentos estéticos, a Lâmpada de Wood (WOOD, 1919). O
equipamento utiliza um arco de mercúrio de alta pressão, juntamente com um filtro
feito de silicato de bário, com 9% de óxido de níquel (Filtro de Wood). Esse filtro é opaco
a todas as luzes, com exceção das luzes que estão na banda entre 320nm (nanômetros)
e 400nm, com picos de 365nm. No entanto, para que ocorra a fluorescência no tecido,
o comprimento de onda deve estar situando entre 340nm e 400nm (ASAWANONDA e
TAYLOR, 1999).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Com isso, a Luz de Wood, assim que ilumina uma região com grande quantidade de
melanina, o local absorve toda a luz deixando a região que não possui uma quantidade
significante de melanina refletir a luz. Dessa maneira, as variações de pigmentação da
pele tornam-se mais evidentes (AZULAY et al., 2010).
A Luz de Wood pode ser utilizada para diagnosticar disfunções estéticas ligadas à
pigmentação, tais como: hipopigmentação ou hiperpigmentação. Essas alterações
epidérmicas ocorrem devido a alterações na quantidade de melanina (JILSON, 1981).
Figura 1. Na imagem (a), a paciente foi fotografada quando exposta a luz comum. Na imagem (b) a paciente
foi fotografada após ser iluminada pela luz de Wood, com isso, podemos observar com mais detalhes as
hiperpigmentações presentes no nariz e na região da mandíbula.
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Figura 2. Na imagem o paciente foi iluminado com luz comum para a observação do acnes vulgar. Já na
imagem (b) o mesmo paciente foi fotografado com a presença da luz de Wood, mostrando a fluorescência
O uso da Luz de Wood é bastante difundido, com isso, algumas observações referentes à
coloração que a pele apresenta quando exposta a luz são importantes para o diagnóstico
da disfunção estética e posterior tratamento. Além disso, existe uma grande variedade
de aparelhos que utilizam a Luz de Wood, como é o caso do “Dermaview”.
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
» marrom: pigmentação;
» laranja: oleosidade;
Lentes de aumento
As lentes de aumento são comumente utilizadas nos consultórios de estética durante a
avaliação do rosto do paciente, bem como na execução de determinados procedimentos
que necessitam de um aumento de área. No mercado existe uma grande variedade de
lentes e acessórios. Com isso, o profissional deve pesquisar e analisar qual equipamento
vai suprir suas necessidades no consultório.
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CAPÍTULO 4
Principais disfunções estéticas da face
Acnes
A acne é uma dermatose que pode surgir devido a uma alteração no tecido estratificado
pavimento queratinizado. A bactéria Propionibacterium acnes possui como fonte de
alimento as secreções produzidas pelas glândulas sebáceas. Por esse motivo ela pode
entrar em contato com os poros promovendo a inflamação do folículo piloso, causando
lesões que irão levar ao surgimento das acnes. Além disso, hipersecreção das glândulas
sebáceas e liberação de mediadores químicos de inflamação na pele ajudam a promover
o aparecimento das acnes (COSTA et al., 2008; THIBOUTOT et al., 2006).
Por outro lado, não existe um consenso a respeito da classificação das acnes. Porém,
podemos observar a seguinte divisão (MONTEIRO e MOREIRA, 2012):
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Figura 3. Paciente portador de acne vulgar. Há comedões abertos e fechados, porém não estão inflamados.
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Figura 6. Paciente portador de acne conglobata. Neste caso, é observada uma grande quantidade de nódulos
Figura 7. Paciente portador de acnes fulminans. Observamos a presença de pápulas, pústulas, nódulos
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Melasma
O melasma é classificado como uma hipermelanose crônica, caracterizada por
máculas acastanhadas simétricas e assintomáticas em áreas expostas à luz
(fotoexpostas) (SANCHEZ et al., 1981). Atinge principalmente a região frontal da
face e a malar. As mulheres, em especial as gestantes, são as principais vítimas,
no entanto, homens também sofrem com a disfunção estética, porém em menor
quantidade (RIGOPOULOS et al., 2007; BOLANCA et al., 2008). Ele está presente
em todas as raças, particularmente em portadores de fototipos altos que vivem
em regiões com altos índices de radiação ultravioleta (UV) (HASSUN et al., 2008;
VICTOR et al., 2008).
Por outro lado, distúrbios vasculares nos melanócitos que apresentam receptores
de crescimento do endotélio vascular poderiam ser influenciados por elementos
angiogênicos, elevando a vascularização e auxiliando na hiperpigmentação cutânea
(SANCHEZ et al., 1981). Predisposição genética (SANCHEZ et al., 1981) e aumento
da síntese de tirosinase (VICTOR et al., 2004) contribuem para o aparecimento da
disfunção. Sua classificação obedece aos seguintes critérios: características histológicas
(VICTOR et al., 2004), localização do pigmento (epidérmico, dérmico ou misto)
(SALIM et al., 2008; BOLANCA et al., 2008) e disposição topográfica das lesões, bem
como, distribuição da melanina nas camadas da pele através do auxílio da Luz de Wood
(TAMLER et al., 2009).
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Figura 8. Melasma em paciente do sexo feminino. Nas regiões: frontal, temporal, mandibular, mentoniana e
zigomática.
Figura 9. Melasma do tipo extrafacial, apresentando pigmentação castanha na área do pescoço. Nota-se que é
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
As ROS são geradas pelo estresse oxidativo e são responsáveis pela ativação do fator
de crescimento celular e de citocinas inflamatórias. Atuam principalmente na matriz
celular, causando indução de mieloproteinas e degeneração do tecido conjuntivo. As
ROS causam avarias no DNA genômico e mitocondrial, dificultando a regeneração
do organismo. Essa alteração no DNA contribui para a perda dos telômeros (DIAS e
ADRIANO, 2012).
A senescência é causada pelas perdas dos telômeros. Elas constituem a porção final
dos cromossomos, que sofrem encurtamento à medida que as células vão se dividindo.
A perda contínua das sequências de telômeros é um fator limitante para a capacidade
de replicação celular, pois as células com telômeros mais curtos tornam-se instáveis
geneticamente e sofrem apoptose. O encurtamento dos telômeros é acelerado pelo
estresse oxidativo e por inflamação, tendo a dieta como agente participativo nos dois
processos (DIAS e ADRIANO, 2012).
Os radicais livres são responsáveis por causarem lesões nas células que podem ser
prevenidas ou reduzidas via atividades dos antioxidantes, encontrados em muitos
alimentos. Esses podem atuar de forma direta, neutralizando a ação dos radicais livres,
ou de forma indireta, como coparticipantes em sistemas enzimáticos com a função
antioxidante (DIAS e ADRIANO, 2012).
Esses fatores contribuem para o aparecimento das rugas, que são definidas como sulcos
ou pregas presentes na superfície da pele e correspondem aos primeiros sinais de
envelhecimento que o organismo apresenta. Elas são originárias de um processo normal
de envelhecimento, porém são potencializadas por fatores ambientais (epigenéticos)
(BRAND et al., 2009).
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
A glabela é uma das principais regiões afetadas pelas rugas. Ela fica localizada entre
as sobrancelhas e sua contração está relacionada a sentimentos, tais como: raiva,
frustração, irritação, preocupação, cansaço (FINN et al., 2003). Os músculos que
compõem a glabela são os seguintes: corrugadores e orbiculares das pálpebras,
procerus, depressores do supercílio e as fibras inferiores do músculo frontal (SOMMER
e SATTLER, 2001). A atividade exacerbada desses músculos provoca o aparecimento
de linhas hipercinéticas perpendiculares, de acordo com a contração dos músculos.
Dessa maneira, as rugas horizontais, verticais e oblíquas são formadas (MADEIRA e
MARQUES, 2003).
A literatura considera que as rugas da glabela são iguais em grande parte da população,
possuindo apenas uma pequena diferenciação entre os gêneros (os homens têm a pele
mais espessa e maior massa muscular) (DRAELOS, 2006), idade e etnia (AHN et al.,
2000).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Figura 11. Fotoenvelhecimento intenso causando pelo excesso de exposição a raios solares, ocasionando o
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Telangiectasias
São definidos como vasos que medem de 0,1 mm a 1 mm, visíveis a olho nu, pois são
bastante superficiais e representam os capilares, vênulas ou arteríolas dilatadas. As
telangiectasias de origem arteriolar são vermelhas e salientes quando comparadas à
superfície da pele; as vênulares são azuladas e podem apresentar saliência. Já as de origem
capilar são vermelhas no começo, evoluindo para um quando de coloração azulada ou
arroxeada e torna-se saliente devido à pressão hidrostática venosa (CYMROT, 2012).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Rosácea
Rosácea é uma palavra derivada do latim e significa “semelhantes a rosas”. Na clínica
ela é definida como uma afecção crônica da pele, com incidência relativamente alta,
atingindo principalmente a área centro-facial, com ênfase nas regiões malares, nariz,
frontal e mento (QUATERMAN et al., 1997). As mulheres que se encontram na faixa
etária dos 30 aos 50 anos são as pessoas mais afetadas. Adolescentes e idosos não
apresentam rosáceas com frequência (NETO et al., 2006).
Figura 13. Paciente portador de rosácea com eritema e telangiectasia nas bochechas, nariz e na região
nasolabial. Pápulas e pústulas inflamatórias estão ao longo do nariz. Além disso, a ausência de comedões facilita
distinção entre rosácea e acnes.
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Efélides
Efélides são comumente conhecidas como sardas, e compreendem pequenas máculas
benignas castanhas e bem demarcadas encontradas na pele de indivíduos que têm
fototipo entre I e II, especialmente aqueles que possuem pele bem clara com cabelos
louros ou ruivos. Essas disfunções estéticas aparecem no início da infância e vão
diminuindo com o passar dos anos. Além disso, os caucasianos são os mais afetados
pelas efélides com igual distribuição de casos entre homens e mulheres, no entanto,
asiáticos também apresentam efélides (AVRAM et al., 2008).
.
Fonte: Yang et al. (2013).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Flacidez facial
A flacidez facial é ocasionada pela perda progressiva da elasticidade, relaxamento
da estrutura do tecido conjuntivo e aprofundamento das dobras cutâneas, levando à
proeminência dos tecidos submandibular e submentoniano. Como consequência da
união de fatores intrínsecos, como a idade e fatores extrínsecos, como: tabagismo e
exposição à radiação ultravioleta potencializam as chances de desenvolver flacidez
naface (KALIL et al., 2012).
Figura 17. A paciente apresenta flacidez facial. É possível observar que grande parte da sustentação da
Figura 18. Paciente portadora de flacidez na região do pescoço, ocasionada pela idade e por fatores
epigenéticos.
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CAPÍTULO 5
Equipamentos utilizados na anamnese
corporal
Adipômetro
Os adipômetros são equipamentos utilizados para mensuração do tecido adiposo em
diversas partes do corpo. Além disso, são indicados para realizar o acompanhamento da
redução de gordura corporal por ponto localizado. No mercado existem equipamentos
dos mais variados perfis, desde os mais simples que são construídos com plásticos aos
mais complexos feitos com ligas metálicas.
Utilização do adipômetro
» Identifique a região que deseja mensurar de acordo com as referências
anatômicas.
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Fita métrica
Com a fita métrica é possível avaliar as medidas dos pacientes com rapidez e precisão.
No entanto, o seu uso deve seguir alguns princípios quando for realizada a mensuração
da região:
Abdominal
» Utilizar como referência a cicatriz umbilical.
» Fazer uma marcação acima com 5cm de distância da cicatriz para fazer a
mensuração do abdome superior.
» Passar a fita métrica ao redor da cintura por cima da cicatriz para mesurar
o abdome.
» Após a medição, a soma das três medidas deve ser feita, para identificar
a perda de medidas total na região abdominal, em casos de tratamentos
estéticos corporais visando gordura localizada.
Coxas: as coxas das mulheres podem ser medidas a partir de um palmo abaixo do início
da virilha. Já nos homens a mensuração pode ser realizada 20 cm abaixo do quadril.
Observação: a anatomia de cada paciente é própria. Ou seja, ela varia de acordo com
as características de cada indivíduo.
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Balança
As balanças são extremamente úteis para acompanhamento da evolução dos
tratamentos estéticos, em especial aqueles que provocam a redução de gordura
corporal.
Por outro lado, sabemos que a aferição do IMC pode apresentar divergências,
pois, um paciente que tem muita massa muscular magra pode apresentar um
60
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
IMC elevado e neste caso ele não estaria com excesso de gordura corporal.
Destarte, é fundamental que o profissional avalie cada paciente de acordo com
as suas características individuais.
Bioimpedância
Outra metodologia que passou a ser muito utilizada nos consultórios e clínicas
de estética que visam tratamentos de redução de gordura corporal é a análise
de impedância bioelétrica corporal (AIBC) ou popularmente conhecida como
bioimpedância. Esta metodologia serve para determinar a composição corporal do
paciente utilizando parâmetros de interesse clínico, tais como: massa de gordura
corporal (MG), massa livre de gordura (MLG), massa de água intracelular (AIC),
massa de água extracelular (AEC) e massa de água corporal total (ACT) (SILVA et
al., 2018).
61
CAPÍTULO 6
Principais disfunções estéticas corporais
Estrias
Estrias são definidas como cicatrizes atróficas oriundas de um processo inflamatório
linfocítico perivascular superficial e profundo, além da perda de colágeno e de fibras
elásticas da derme. Suas principais características clínicas são as lesões atróficas
lineares, paralelas, no sentido perpendicular ao eixo de maior tensão da pele, podendo
ter simetria e bilateralidade. No começo do processo inflamatório, as estrias apresentam
eritema e prurido. Após alguns meses, adquirem uma tonalidade branco-nacarada
(KALIL et al., 2012).
As mulheres são as principais vítimas das estrias, apresentando uma incidência duas
vezes e meia maior. Elas surgem no começo da puberdade e durante a gravidez. As
regiões mais afetadas são: face lateral dos quadris, glúteos, abdome e mamas. Já nos
homens as áreas que podem apresentar estrias são: parte externa das coxas, região
lombossacra e dorso (KALIL et al., 2012). Além disso, nas gestantes as estrias estão
presentes em 90% dos casos (KORGAVKAR e WANG, 2015).
62
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Figura 19. Paciente portador de estrias vermelhas ocasionadas pela Síndrome de Cushing. As estrias podem cobrir
grandes áreas do corpo, mas isto acontece raramente. Este tipo de caso pode ser ocasionado pelo uso crônico
de corticosteroides ou pela síndrome de Cushing.
Figura 20. Alguns homens e mulheres são propensos a desenvolver estrias na parte superior do braço, abdome,
nádegas e coxas. Essas modificações tendem a ocorrer durante a puberdade, mas também podem ser
observadas com a perda de peso. As estrias novas são vermelhas ou arroxeadas (fase rubra), enquanto estrias
antigas são brancas ou nacaradas (fase alba). Nesta figura temos o caso de uma jovem de 20 anos que
desenvolveu estrias nos glúteos após o uso de prednisona oral (A, B) e uma posterior melhora significativa após
a realização de um tratamento com 3 sessões de microagulhamento associado com o uso tópico de ácido
ascórbio.
Figura 21. Paciente portadora de estrias brancas ou nacaradas (fase Alba) na parte interna da coxa.
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UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
Lipodistrofia ginoide
As lipodistrofias ginoides, também conhecidas popularmente como celulites, são
modificações que acontecem no tecido adiposo e na microcirculação, ocasionadas
por alterações dos tecidos sanguíneos e linfáticos, causando fibroesclerose no tecido
conectivo. A Lipodistrofia ginoide é oriunda de uma série de eventos complexos que
abrangem epiderme, derme e tecido subcutâneo, sendo considerado um acontecimento
degenerativo e não uma inflamação. No entanto, há evidências que sugerem o
envolvimento do estrogênio na formação das celulites. Além disso, fatores como
obesidade, sobrepeso, gordura localizada e flacidez cutânea (KALIL et al., 2012), uso
de contraceptivos hormonais, estresse, estilo de vida sedentário (AVRAM M.M., 2005),
hereditariedade (ROSSI e VERGNANINI et al., 2000), idade sexo (RAO et al., 2005),
disfunções hormonais (MILANI et al., 2006), tabagismo (ROSSI e VERGNANINI et
al.,2000), gravidez (ROSSI; VERGNANINI et al., 2000), ingestão excessiva de cafeína e
bebidas alcoólicas (ROSSI e VERGNANINI et al., 2000), nutrição inadequada (ROSSI
e VERGNANINI et al., 2000), mudanças circulatórias e fatores mecânicos (MILANI et
al., 2006) podem contribuir para o desenvolvimento das celulites.
64
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Figura 22. Desenho esquemático de uma pele saudável e de uma pele afetada por lipodistrofia ginoide.
Na maioria das vezes, o diagnóstico da celulite é feito pela própria paciente que procura
o profissional esteta em busca de tratamento. Com isso, cabe ao profissional realizar
a anamnese e classificar o grau da celulite. Neste caso, durante o exame clínico, o
profissional esteta deve mensurar a circunferência, testar o pinçamento, aferir o peso e
o índice de massa corpórea (IMC), além de documentar em fotografia para fundamentar
a importância para comparação dos resultados pós-tratamento.
A literatura descreve vários métodos para diagnosticar a celulite, tais como: termografia
(MILANI et al., 2008), ultrassom (RONA et al., 2006), ressonância magnética
(QUERLEUX et al., 2002), tomografia computadorizada (ROSSI e VERGNANINI,
2000), laser doppler (RONA et al., 2006), biópsia, xenografia, bioimpedância (ROSSI
e VERGNANINI, 2000) e plicometria (RONA et al., 2006). Porém, na prática clínica
65
UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
da grande maioria dos profissionais estetas, todos esses aparelhos não são utilizados
devido aos altos valores empregados pelos fabricantes.
Flacidez corporal
Flacidez é um acontecimento que ocorre devido à desnutrição e redução das fibras
colágenas e elásticas que sustentam os tecidos do organismo, ocasionando o decaimento
da pele e dos músculos. Este processo acontece de maneira gradual e continua
sofrendo influências de vários fatores, tais como: distúrbios hormonais, sedentarismo,
predisposição genética, gravidez, tabagismo, alimentação desregrada, radiação
ultravioleta, oscilações de peso (BORELLI e CURI, 2012).
A flacidez pode ser classificada em flacidez cutânea e muscular e é combatida por meio
de exercícios anaeróbicos, como musculação; alimentação balanceada; proteção solar
e tratamentos estéticos que estimulem a neocolagênese. Atualmente, existem várias
modalidades de tratamentos que estimulam a neocolagênese, tais como: estímulos
elétricos, térmicos e químicos com associações de outras tecnologias (BORELLI e
CURI, 2012).
Fonte: daniellemacedo.com.br/2015/03/05/abdomen-no-pos-parto-2/.
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
O tecido adiposo possui várias funções, tais como: acúmulo de energia, modelamento
da superfície corporal, proteção contra choques mecânicos, isolamento térmico. Além
disso, ele preenche os espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos órgãos
em suas posições normais. Por fim, o tecido adiposo também tem atividade secretora,
sintetizando diversos tipos de moléculas (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Existem dois tipos de tecido adiposo que têm distribuição corporal, estrutura, fisiologia
e patologia diferentes. Uma variedade é o tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular,
no qual as células, quando completamente desenvolvidas, apresentam apenas uma
gotícula de gordura que ocupa todo o citoplasma celular. E o tecido adiposo pardo, ou
multilocular, formado por células que apresentam várias gotículas lipídicas e numerosas
mitocôndrias (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
O tecido adiposo unilocular forma o panículo adiposo, camada disposta sobre a pele e
que apresenta uma espessura uniforme por todo o corpo do recém-nascido. No entanto,
com o passar da idade, o panículo adiposo tende a desaparecer de certas regiões
e acumula-se em outras. Essa distribuição da gordura corporal é regularizada pelos
hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela camada cortical da glândula
adrenal (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
67
UNIDADE III │ REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL
O acúmulo desses lipídeos que ocorre nos adipócitos é ocasionado principalmente por
triglicerídeos, ou seja, ésteres de ácidos graxos e glicerol. Esse armazenamento ocorre
da seguinte maneira (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004):
As células desse tecido são menores quando comparadas às do tecido adiposo comum,
o citoplasma é rico em gotículas lipídicas e mitocôndrias, cujas cristas são longas, e
acabam por ocupar toda a espessura da organela. Além disso, o tecido multilocular tem
um papel importante na produção de calor, que auxilia bastante os recém-nascidos na
termorregulação (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Gordura localizada
A gordura localizada é definida como uma hiperdistrofia dos adipócitos. Essas células
são encontradas principalmente na região dos flancos, ocasionando abaulamento
devido ao acúmulo excessivo de gordura. Esse tecido adiposo é extremamente resistente
a dietas e exercícios físicos. (PEROZZO et al., 2008; POLI e CAPONI, 2007).
A literatura relata que o acúmulo de gordura na região central do corpo aumenta os riscos
de desenvolvimento de várias doenças, tais como: hiperinsulinemia, hiperlipidemia,
hipertensão, gota, atrite e diabetes mellitus (PITANGA e LESSA,2005).
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REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL │ UNIDADE III
Figura 24. Desenho esquemático dos tipos de gordura localizada: ginoide e androide.
Principais
É armazenada depósitos estão
nas coxas e localizados ao
nas nádegas redor do abdômen
e na parte superior
do corpo
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PRÁTICAS DE
BIOSSEGURANÇA UNIDADE IV
EM UMA CLÍNICA
DE ESTÉTICA
CAPÍTULO 1
Biossegurança e os seus princípios
Definição de biossegurança
Biossegurança pode ser definida como as ações que visam à prevenção, minimização
ou eliminação dos riscos associados às atividades de prestação de serviço, ensino,
pesquisa, produção ou desenvolvimento de tecnologias. Tais riscos podem comprometer
a saúde do trabalhador, do meio ambiente ou da qualidade dos trabalhos realizados.
(TEIXEIRA e VALLE, 1996). Este conceito também está relacionado com normas cujo
objetivo é prevenir acidentes em ambientes ocupacionais, incluindo medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas (COSTA, 1996).
Por isso, técnicas de biossegurança devem ser adotadas pelos profissionais em clínicas
de estética, pois, como determinados procedimentos são microinvasivos, os riscos de
o profissional ser contaminado com material perfurocortante é extremamente elevado,
pois esses materiais facilitam a transmissão de AIDS, hepatites, entre outras doenças.
Além disso, o paciente pode ser contaminado por microrganismos que podem causar
infecções nos procedimentos realizados.
70
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Logo, uma medida relativamente simples como a higienização das mãos é capaz de
reduzir drasticamente a contaminação e o índice de infecções nos procedimentos
(RAMOS, 2009).
A microbiota residente nas mãos é encontrada nas camadas externas da pele, mas
também pode ser localizada nos folículos pilosos, especialmente em torno e sob as unhas
e entre os dedos. Por isso, é extremamente importante manter as unhas curtas e evitar
o uso de adereços durante os procedimentos. As bactérias comumente encontradas na
microbiota são as gram-postivas, tais como: Microcccussp, Staphylococcus epidermidis,
Streptococcus sp. Esses são microrganismos de baixa virulência e raramente causam
infecções, porém podem ocasionar infecções sistêmicas em pacientes imunodeprimidos
e após procedimentos invasivos (RAMOS, 2009).
Em visto disso, a lavagem das mãos com sabonete neutro simples promove facilmente
a redução desses patógenos supracitados, bem como o suor, a oleosidade e as células
mortas. Dessa forma, a sujidade que proporciona a permanência e a proliferação de
microrganismo é eliminada. No entanto, para que o objetivo da técnica de lavagem
seja alcançado, faz-se necessário realizar alguns passos destacados nas figuras abaixo
(ANVISA, 2007).
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UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Figura 26. Aplicar uma quantidade de sabonete líquido suficiente para cobrir todas as partes das mãos.
Figura 28. Esfregar a palma da mão direita contra do dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e repetir o
movimento com a posição trocada das mãos.
72
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Figura 30. Esfregar o dorso da mão direita contra o dorso da mão esquerda, segurando os dedos com
movimento de vai e vem. Repetir novamente o processo com a posição das mãos trocadas.
Figura 31. Esfregar o polegar direito com a ajuda da palma da mão esquerda, realizando movimentos circulares.
Ao término do processo, repetir a operação com a posição das mãos trocadas.
Figura 32. Friccionar as pontas dos dedos e as unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada
em formato de uma concha, realizando movimentos circulares. Ao término do processo, repetir a operação com
a posição das mãos trocadas.
Figura 33. Esfregar o punho esquerdo, com a ajuda da palma da mão direita, realizando movimentos circulares.
Ao término do processo repetir a operação com a posição das mãos trocadas.
73
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Figura 34. Enxaguar as mãos retirando os resíduos de sabonete, tomando o cuidado de evitar o contato das
Figura 35. Por fim, secar as mãos utilizando papel toalha descartável. Começando pelas mãos e seguindo pelos
punhos. No caso de torneiras que são fechadas manualmente, utilizar o papel para fechá-las.
Qualquer tipo de adereço corporal, tais como: anéis, relógios, pulseiras, entre outros,
devem ser retirados para a realização correta da higienização. O procedimento
supracitado é indicado nas seguintes situações (ANVISA, 2007):
74
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
75
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Detergentes comuns
Detergentes enzimáticos
O grande diferencial, como o próprio nome já diz, deste tipo de detergente são as enzimas.
Elas são constituídas por proteínas com capacidade de promover transformações
específicas em outras substâncias bioquímicas, como as gorduras e os açúcares. Dessa
forma, estruturas complexas podem ser modificadas em estruturas simples, facilitando
sua limpeza. As enzimas que constituem esse tipo de detergente são proteases, amilases
e lípases (RAMOS, 2009).
76
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Antissepia e assepsia
O processo pelo qual é realizada a descontaminação de tecidos vivos é denominado
antissepia. E deve ser realizado nas mãos do profissional por meio da lavagem e do uso
de soluções antissépticas. Os pacientes também devem passar por esse processo antes
dos procedimentos estéticos. A assepsia é definida como um conjunto de práticas que
visam manter um organismo livre de microrganismos patogênico (RAMOS, 2009).
Para minimizar o risco de contaminação durante os procedimentos, em especial
naqueles em que a pele do paciente é violada como nos casos de procedimentos
microinvasivos, quando for realizar a antissepia e a assepsia é indicado que o
profissional também utilize o mesmo produto para lavar as suas mãos, pois o risco de
infecção diminui se para todas as etapas for usada a mesma substância.
Desinfecção
Desinfecção é o processo pelo qual são destruídos os microrganismos patogênicos que
estão em uma forma não ativa. Tais patógenos encontram-se, geralmente, em forma
de esporos bacterianos habitando superfícies e instrumentos de trabalho. Para a
desinfecção desses agentes, são utilizados meios físicos e químicos, como será descrito
a seguir (RAMOS, 2009):
Descontaminação
Descontaminação é definida como um processo ou tratamento que torna os
instrumentos utilizados em uma clínica de estética aptos para o uso. Tal processo
não significa necessariamente que o material está seguro, pois o procedimento de
descontaminação pode variar desde uma simples lavagem com água e sabão até uma
esterilização ou desinfecção (BLOCK, 1991).
77
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
A descontaminação prévia é feita por meio da imersão dos insumos com presença de
matéria orgânica, microrganismos e outros resíduos decorrentes do uso na prática
clínica em uma solução desinfetante por tempo de exposição que varie de 15 a 30
minutos, com o objetivo de eliminar ou reduzir os microrganismos presentes, antes
de fazer a limpeza mecânica com água e sabão com a intenção de minimizar os riscos
ocupacionais (SOUZA et al., 1998).
78
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
borracha e certos tipos de plásticos, pois esse composto pode danificá-los. Para a
limpeza desses aparelhos é aconselhado o uso de clorexidina (RAMOS, 2009).
79
CAPÍTULO 2
Técnicas e medidas para prevenção,
redução e tratamento dos acidentes
com materiais perfurocortantes
80
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
A NR 32 também recomenda que: “sempre que existir vacinas eficazes contra agentes
biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, o empregador
deve fornecê-las gratuitamente”, além disso, “o empregador deve assegurar que os
trabalhadores sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos
riscos a que estão expostos por falta ou recusa da vacinação” (BRASIL, 2005).
81
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Faz-se necessário apresentar exames laboratoriais recentes para HIV (até três meses
antes da data do acidente) ou no momento do acidente. Neste caso, a quimioprofilaxia
não é indicada.
Quando há exames que comprovem a infecção pelo vírus HIV ou diagnóstico clínico
da AIDS. De acordo com a gravidade do acidente, deve-se iniciar a quimioprofilaxia
antirretroviral imediatamente.
82
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Toda pessoa que for submetida a exames para comprovação de infecção pelo HIV
deve receber aconselhamento psicólogo pré-teste, durante o qual as seguintes
informações necessitam ser prestadas: os tipos de contaminações existentes,
possibilidade de resultados falsos, janela imunológica do vírus, implicações
de resultados positivos ou negativos, maneiras de prevenção de acidentes
e a importância da realização dos tratamentos para combater a infecção.
Os resultados dos exames são confidenciais e, caso o profissional se recuse a
realizar a bateria de exames, ele deve assinar um termo de responsabilidade,
esclarecendo sua recusa.
Quimioprofilaxia
É definida como sendo a administração de antirretrovirais (ARVs) para profissionais
da saúde que foram feridos e sofreram exposição acidental a material biológico de
pacientes com HIV positivo. A quimioprofilaxia foi proposta inicialmente pela National
Comission on Aids dos EUA em 1993. Já no Brasil a utilização dessa profilaxia foi
preconizada pela Secretária de Saúde do Estado de São Paulo em 1999. O programa
estadual de AIDS e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciaram também, em
1999, um programa para o atendimento de profissionais acidentados com material
biológico. Em 2001, a Coordenação Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde
publicou as recomendações para terapia antirretroviral em adultos e adolescentes
infectados pelo HIV. A quimioprofilaxia apresenta efeitos colaterais, sendo que seu
uso não é indicado quando a exposição de risco de HIV for classificada como de baixo
de risco) (BRASIL, 2017).
83
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Quadro 5. Drogas alternativas que podem ser utilizadas separadamente em tratamentos de urgência para
profissional acidentado.
Quadro 7. Tratamento após contanto com material biológico contaminado possivelmente com hepatite B.
84
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
85
CAPÍTULO 3
Descontaminação dos insumos de uma
clínica de estética
86
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Cadeiras e macas
Após os procedimentos, esses equipamentos devem ser higienizados com água e sabão
caso exista resíduos de fluidos corporais do paciente. Posteriormente, deve-se passar
álcool a 70% glicerinado por toda a superfície para finalizar o processo de higienização,
e deixar que o álcool seque naturalmente (RAMOS, 2009).
» palitos de madeira;
» protetores;
» lençóis descartáveis;
Os produtos mais utilizados para a limpeza e desinfecção das áreas físicas, das mobílias
e dos equipamentos em geral são os sabões ou detergentes neutros, hipoclorito de sódio
a 1% ou diluído a 0,1% e álcool a 70o glicerinado (RAMOS, 2009).
89
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Limpeza do ambiente
90
CAPÍTULO 4
Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) e Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPCs) Utilizados em uma
Clínica de Estética
Luvas
O principal objetivo das luvas é impedir o contato com sangue, secreções, excreções,
mucosas ou regiões do corpo do paciente não íntegros durante determinados
procedimentos. Além disso, são utilizadas na manipulação de artigos contaminados
ou substâncias químicas. Elas podem ser divididas em vários tipos. No entanto, neste
material iremos citar as mais utilizadas na prática clínica, em clínicas de estética, tais
como: luvas descartáveis de látex e luvas de vinil (RAMOS, 2009).
91
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Além das luvas de látex também estão disponíveis no mercado as luvas de vinil, que
se adaptam bem ao formato das mãos e têm alta durabilidade, porém com custo mais
elevado e também são encontradas em caixas de 100 unidades nos tamanhos pequeno,
médio e grande. Elas são utilizadas principalmente por profissionais alérgicos ao látex
(RAMOS, 2009).
Jalecos
A principal função dessas vestimentas é proteger a pele do profissional contra fluidos
corporais, tais como: sangue, secreções e exsudatos. Ademais, previnem a contaminação
por produtos químicos. Os jalecos podem ser confeccionados em diferentes materiais,
porém é necessário que a matéria-prima seja pouco inflamável e de fácil lavagem. Além
disso, é necessário ter mangas compridas com elásticos nos punhos e comprimento até
a altura dos joelhos. Os jalecos não precisam ser obrigatoriamente brancos, porém essa
92
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Os jalecos não devem ser utilizados em locais públicos, tais como restaurantes, ônibus,
metrô, ruas, entre outros, uma vez que essa vestimenta é destinada a ambientes clínicos
e o uso nos locais supracitados eleva o risco de infecções nos procedimentos. Caso o
profissional tenha que levar o avental para lavar em um local fora da clínica, ele deve
ser guardado em uma bolsa durante o transporte. A seguir estão listadas algumas
orientações para correta utilização dos jalecos (RAMOS, 2009).
Máscaras
As máscaras são um instrumento bastante importante na prática clínica, pois protegem
as mucosas da face do profissional contra a inalação de partículas ou aerossóis
contendo microrganismos. Existem vários tipos de máscaras utilizadas como EPIs,
porém, na estética, as indicadas são as descartáveis, pois protegem adequadamente
contra possíveis contaminações biológicas. No entanto, elas não são eficazes para filtrar
substâncias químicas na forma de gases ou vapores. Elas podem ser confeccionadas
de diferentes matérias, tais como: tecido, espuma e papel. Entretanto, têm baixa
capacidade de filtração de partículas e aerossóis. Já as de fibra de vidro e fibras sintéticas
são as mais comumente utilizadas por trabalhadores da saúde e têm boa capacidade de
filtração. Vale ressaltar que as máscaras precisam ser confortáveis, ter boa capacidade
93
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
de contornos faciais, não devem irritar a pele e devem ter alta capacidade de filtração
do ar (RAMOS, 2009).
» deve ter fácil adaptação aos contornos faciais, protegendo nariz e boca;
» a máscara precisa ser trocada quando ficar úmida, pois se molhada perde
a capacidade de filtração. Ademais, no intervalo entre os atendimentos
de cada paciente deve-se também fazer a troca;
» a retirada da máscara deve ser feita apenas após a remoção das luvas e a
lavagem das mãos;
Toucas
As toucas são utilizadas para fornecer uma barreira de proteção física contra a
contaminação por produtos químicos, aerossóis e microrganismos. Além disso,
evitam a queda de cabelos na área de execução do procedimento, porque os cabelos
representam uma importante fonte de contaminação, já que podem conter diferentes
microrganismos. As tocas podem ser confeccionas de tecido ou materiais descartáveis,
as mais comumente utilizadas pelos profissionais (RAMOS, 2010).
94
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
» colocar a touca de forma que ela cubra todo o cabelo e parte das orelhas;
» toucas descartáveis não podem ser guardadas, uma vez que representam
um meio bastante propício para proliferação de microrganismos.
Óculos de proteção
Da mesma forma como as toucas, os óculos são uma barreira de proteção física contra
infecções. Sua principal função é proteger a mucosa ocular dos profissionais do contato
com fluidos contaminados ou substâncias químicas. Os óculos de proteção podem ser
divididos em dois tipos: óculos transparentes e óculos escuros (RAMOS, 2009).
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UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Extintores de incêndio
Os extintores de incêndio são equipamentos cuja finalidade é eliminar ou controlar o
fogo em casos de emergências. Normalmente, são compostos por cilindros que contêm
materiais sob pressão que podem ser levados até o local do incêndio com o objetivo de
realizar a extinção dele. Os extintores devem estar de acordo com as normas brasileiras
do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), e a recarga, manutenção e inspeção
do equipamento supracitado estão regulamentadas na NBR 12962. A recarga deve
ser realizada regularmente em intervalos estabelecidos pelo fabricante, período que
normalmente varia de um a três anos (ABNT,1994; INMETRO, 2000; RAMOS, 2009).
A instalação dos extintores é feita pelo Corpo de Bombeiros, que visita o local e, em
seguida, determinada a quantidade, localização e o tipo que será utilizado. O extintor
deve ser posicionado na parede ou no chão apoiado em um suporte especial. O local no
qual o aparelho está instalado deve ser sinalizado adequadamente com placas, faixas ou
setas. Os extintores não podem ficar acomodados em paredes de escadas, cobertos por
matérias e ter o acesso obstruído (RAMOS, 2009).
96
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Extintores classe A
São indicados para incêndios de matérias sólidos, tais como madeira, papel, tecido,
borrachas. Para essa modalidade é indicado o uso de extintores que contenham água
ou espuma (RAMOS, 2009).
Extintores classe B
Extintores classe C
Extintores classe D
Esta classe é indicada para combater incêndios com metais pirofóricos, tais como
potássio, alumínio, zinco ou titânio. Para combater incêndios com esses elementos os
extintores devem ter agentes especiais, a exemplo do cloreto de sódio (RAMOS, 2009).
97
CAPÍTULO 5
Tipos de resíduos gerados e os tipos de
segregações em clínicas de estéticas
Dessa forma, os RSS são classificados de acordo com seu risco e potencial de
contaminação em cinco grupos, de acordo com a RDC 306 (ANVISA 2004):
» perfurocortantes;
» infectantes;
» químicos;
» recicláveis;
» comuns.
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PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
O gerenciamento dos RSS começa com a separação no momento do uso dos diferentes
resíduos. Dessa forma, cada lixeira deve conter a identificação específica e uma lista
de resíduos que podem ser armazenados nelas. Com isso, deve-se respeitar a etapa do
gerenciamento dos resíduos, que pode ser dividida em: segregação, acondicionamento,
identificação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento
externo, coleta e transporte externos, tratamento e destino final (RAMOS, 2009).
Segregação
Neste momento é feita a separação do resíduo no local da sua geração, de acordo
com as características biológicas, físicas, químicas, seu estado físico e os riscos que
ele apresenta. Logo, os principais objetivos dessas etapas são: reduzir os riscos para a
saúde, reciclar ou reaproveitar e permitir a adoção de procedimentos específicos para o
manejo de cada grupo de rejeitos (RAMOS, 2009).
Acondicionamento
Essa etapa consiste em armazenar adequadamente os resíduos separados em sacos ou
recipientes resistentes que evitem o vazamento, além de proporcionar um transporte
seguro sem o risco de contaminação por parte do trabalhador responsável por essa
etapa. Para isso, os sacos de acondicionamento devem ser alocados em lixeiras com
tampas sem contato manual (RAMOS, 2009).
Identificação
A identificação deve ser específica para cada tipo de lixo gerado. Deve ser fixada nos
sacos de armazenamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos locais de
acondicionamento, em região de fácil observação, com a utilização de símbolos, cores
e frases chamativas, de acordo com os paramentos exigidos pela NBR 7500 (ABNT,
2000; RAMOS, 2009).
Transporte interno
É o transporte do local que foi gerado o resíduo até o ponto no qual os rejeitos serão
armazenados temporariamente com o objetivo de serem entregues para coleta.
O transporte interno deve ser feito em um horário definido previamente, com a
intenção de não atrapalhar o fluxo de pacientes e o trabalho dos profissionais. Cada
99
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Armazenamento temporário
Trata-se de um local específico para armazenar o lixo em um local próximo ao ambiente
no qual foi gerado e ao ponto de entrega para a coleta. Em clínicas de estética, esse
local é importante para o armazenamento de materiais que apresentem risco biológico
e químico, tais como: resíduos perfurocortantes e resíduos químicos. Esses rejeitos
não podem ser armazenados junto com os lixos comum e reciclável, pois o profissional
responsável pela coleta pode se contaminar no transporte, tendo em vista que, as
técnicas de coleta para o lixo biológico e comum são diferentes. Ademais, o descarte
desses materiais também apresenta diferenças (RAMOS, 2009).
Armazenamento externo
É a guarda especial dos resíduos que têm alto poder de contaminação até a etapa de
coleta externa, em um ambiente fora do estabelecimento com um acesso facilitado.
Porém, como em clínicas, o espaço é pequeno e a produção de lixo infectante é modesta
o local de armazenamento externo pode ser semelhante ao armazenamento temporário
de resíduos comuns, desde que o estabelecimento possua um local apropriado para isso
(RAMOS, 2009).
100
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
precisam estar identificados e não devem ficar acondicionados junto com os lixos
comum e reciclável (RAMOS, 2009).
101
UNIDADE IV │ PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA
Fonte: www.astervariedades.com.br/sacos-lixo-infectante-hospitalar-15-30-50-100-e-200-litros-com-100-un
idades/prod-3333647/.
Os resíduos químicos são as substâncias que podem apresentar riscos à saúde pública
ou ao meio ambiente, de acordo com sua corrosividade, reatividade, inflamabilidade,
toxicidade, citogenicidade e explosividade. Geralmente entre esses resíduos gerados
em uma clínica de estética estão: embalagem de produtos cosméticos que apresentam
substâncias tóxicas, tais como amônia, peróxido de hidrogênio, tioglicolato, ácidos
esfoliante, entre outros. EPIs como luvas que entraram em contato com essas
substâncias também são classificadas como resíduos do grupo B (RAMOS, 2009).
Esses resíduos devem ser diferenciados daqueles que poderão ser encaminhados
para a reciclagem. Com isso, precisam ser acondicionados e segregados de forma
isolada. Já os rejeitos no estado líquido podem ser lançados na rede de esgoto ou em
um corpo receptor, desde que as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais e
gestores dos recursos hídricos e saneamento sejam respeitadas. No entanto, solventes
ou outros produtos químicos não podem ser descartados na rede de esgoto. Eles
devem ser armazenados em um recipiente construído com materiais que suportam as
propriedades químicas do rejeito. Além disso, o recipiente deve ter tampa de rosca,
vedação e corpo rígido (RAMOS, 2009).
102
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA │ UNIDADE IV
Os resíduos que fazem parte deste grupo são os mesmos de origem doméstica. Logo,
podem ser acondicionados em sacos plásticos comuns de acordo com a NBR 9190
o
(ABNT, 2000). De acordo com a resolução n 5 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) de 1993, a reciclagem desses resíduos é extremamente recomendada.
Caso a clínica de estética priorize reciclar seu lixo, os resíduos podem ser
acondicionados no local da geração em recipiente específicos para cada tipo de
material, tais como: papel, vidro, plástico, metal. Cada tipo de material tem uma cor
o
específica de recipiente, como relatam as prerrogativas de n 275 do CONAMA de
2001 (RAMOS, 2009).
» papel: azul;
» vidro: verde;
» metal: amarelo;
» plástico: vermelho;
acordo com as diretrizes da NBR 13853 (ABNT, 1997). Além disso, é proibido o
esvaziamento e reaproveitamento desses recipientes. O volume dos reservatórios de
armazenamento deve ser compatível com o volume de lixo gerado pela clínica e seu
descarte deve ser feito quando dois terços da sua capacidade forem atingidos ou o
nível de preenchimento ficar a cinco centímetros de distância da copa do recipiente
(RAMOS, 2009).
Fonte: www.bmbmed.com.br/coletor-para-material-perfurocortante-papelao-descarpack.
104
PROTOCOLOS
MICROINVASIVOS
UTILIZADOS EM UNIDADE V
CLÍNICAS DE
ESTÉTICA
CAPÍTULO 1
Protocolos para Realização de
Intrademoterapia
105
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
de fármacos altamente diluídos, específicos para esta via de utilização. Com isso,
a derme acumula esses fármacos como um reservatório, ativando receptores
dérmicos e liberando as substâncias lentamente na microcirculação. (HERREROS
e MORAES,2011). A técnica tem ação direta no local que se deseja tratar, ou seja,
epiderme, derme e hipoderme, sem apresentar efeitos colaterais adversos (CHOI et
al., 2012).
Este procedimento é indicado para vários tratamentos estéticos, tais como: alopécia,
gordura localizada, rejuvenescimento, hiperpigmentação, melasma, lipodistrofia
ginoide e estrias (MAYA, 2007). No entanto, nos últimos anos foram apresentadas ao
mercado novas formulações de fármacos para aplicação intramuscular, visando outros
tipos de tratamentos, como ganho de massa muscular e emagrecimento corporal.
106
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Metodologia
107
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
» com o auxílio dos dedos polegar e indicador fazer uma pinça anatômica
na região a ser tratada e com a outra mão realizar a punctura com a agulha
de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½);
» a pinça deve ser mantida durante toda a aplicação dos 0,2 ml;
» a aplicação dos fármacos deve ser feita no ângulo de 90o graus e a parte
de plástico da agulha não deve encostar na pele do paciente;
» caso haja algum tipo de sangramento, deve-se fazer pressão com uma
gaze estéril para estanca-lo;
108
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Metodologia
109
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Prova_da_tuberculina#/media/Ficheiro:Mantoux_tuberculin_skin_test.jpg.
» caso haja algum tipo de sangramento, deve-se fazer pressão com uma
gaze estéril para estancá-lo;
Metodologia
» caso haja algum tipo de sangramento deve-se fazer pressão com uma
gaze estéril para estancá-lo;
111
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Metodologia
» caso haja algum tipo de sangramento, deve-se fazer pressão com uma
gaze estéril para estancá-lo;
Metodologia
113
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
» caso haja algum tipo de sangramento, deve-se fazer pressão com uma
gaze estéril para estancá-lo;
114
CAPÍTULO 2
Protocolos para realização de
carboxiterapia
Princípios da carboxiterapia
O uso do dióxido de carbono, conhecido popularmente como gás carbônico (CO2),
como modalidade terapêutica começou na França, no período da Idade Média, com os
banhos de água carbonada em fontes termais. Através da via percutânea, ou seja, pelo
contato direto com a pele, o CO2 pode ser administrado em banhos em água carbonada,
gás seco e vapor úmido, sendo indicado para os tratamentos das seguintes patologias:
doenças cardiocirculatórias, ortopédicas e reumáticas (WOLLINA et al., 2004).
115
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Esse processo é iniciado pelos traumas realizados pela agulha do equipo, ocorrendo
liberação de plaquetas e neutrófilos que irão liberar fatores de crescimento, atuando
diretamente sobre os fibroblastos e queratinócitos. Em seguida, ocorre a substituição dos
neutrófilos por monócitos, momento em que são iniciados os processos de angiogênese,
epitelização e proliferação de fibroblastos, ocorrendo a produção de colágeno tipo III,
elastinas, glicosaminoglicanos e proteoglicanos (LIMA et al., 2013).
Por fim, o colágeno tipo III, é substituído gradativamente pelo colágeno tipo I. Este é
mais estável e duradouro, podendo ficar viável no organismo em um prazo estimado de
cinco a sete anos (AUST, 2008). No entanto, quando a carboxiterapia é feita no tecido
subcutâneo, a agressão é menos intensa, com isso, a neocolagênese tende a ter uma
ação menor. Além disso, há sinais de que a ação isquêmica ocasionada pela compressão
vascular durante o procedimento e a hiperoxigenação secundária poderiam promover a
neocolagênese. O relato desse acontecimento é citado na literatura como a remodelação
dos fibroblatos após passarem por um tempo de anoxia seguido por reoxigenação.
Talvez isso ocorra devido à estimulação dos fatores de crescimento dos fibroblastos
pel da produção de colágeno tipo 1 e pela expressão de metaloproteinase da matriz
(FERNANDES, 2005)
» dor durante a aplicação, que melhora com o término da sessão. Essa dor
é provocada pela distensão dos tecidos e pela baixa temperatura do gás;
116
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Metodologia
» pesar o paciente;
» exemplo de caso:
› 2a sessão: colocar 1,5 ml de CO2 por quilo em cada ponto. Ou seja, 105
ml por ponto. A velocidade de inoculação do gás é de 120 ml/min a 150
ml/min. Se foram feitos cinco pontos de aplicação, no total teremos
inoculado no paciente 525 ml de CO2;
› 3a sessão: colocar 2,0 ml de CO2 por quilo em cada ponto. Ou seja, 140
ml por ponto. A velocidade de inoculação do gás é de 150 ml/min a 200
ml/min. Se foram feitos cinco pontos de aplicação no total teremos
inoculado no paciente 700 ml de CO2;
117
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
De acordo com a literatura, o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500
ml de CO por sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofrer
2
desmaio (BARTOLLETI, 1998; BACCI e LEIBASCHOFF, 2000).
118
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
» com o auxílio dos dedos polegar e indicador, fazer uma pinça anatômica
na região a ser tratada, e com a outra mão realizar a punctura com a
agulha de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½) em um ângulo de 90o graus.
Fonte: drarchie.pt/wp-content/uploads/2019/06/REJUV-carboxit.png
Quadro 13. Resumo do procedimento: tratamento gordura localiza e lipodistrofia ginoide com carboxiterapia.
119
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
O número de puncturas varia de acordo com a região que será tratada, tamanho e
resistência da pele ao deslocamento provocado pelo gás. Além disso, para o tratamento
de estrias, quando maior a velocidade de infusão do gás, melhores serão os resultados
obtidos. No entanto, tal metodologia torna o procedimento dolorido (WANICK, 2012).
Metodologia
120
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
De acordo com a literatura, o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500
ml de CO2 por sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofrer
desmaio (BARTOLLETI, 1998; BACCI e LEIBASCHOFF, 2000).
Fonte: robertadiniz.wordpress.com/2015/10/17/carboxiterapia/
121
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Metodologia
122
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
De acordo com a literatura, o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500
ml de CO por sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofrer
2
desmaio (BARTOLLETI, 1998; BACCI e LEIBASCHOFF, 2000).
123
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Fonte: portalbiocursos.com.br/?u=estrias_-celulites-e-flacidez-podem-ser-combatidas-com-a-carboxiterapia/
Fonte: blog.bcmed.com.br/2018/07/sycor-aparelho-de-carboxiterapia-contra-queda-de-cabelo/.
124
CAPÍTULO 3
Protocolos para aplicação de
toxina botulínica
Contudo, somente em 1990, Jean e Alastair Carruthers relataram pela primeira vez
o uso da toxina botulínica do tipo A para o tratamento de linhas hiperfuncionais
glabelares (CARRUTHERS e CARRUTHERS, 1998). Outros pesquisadores em estudos
subsequentes confirmaram a ação do produto na disfunção estética supracitada e desde
então o produto começou a ter ampla utilização na estética. (KEEN, M. et al., 1994;
CARRUTHERS et al., 2004)
Além disso, a escolha do material deve ser feita de acordo com a marca da toxina
utilizada. Para substâncias que são disponibilizadas no mercado em frascos de 100U,
quando se adotada a diluição para 1mL de NaCl a 0,9% o ideal é utilizar seringas
de insulina de 30U (0,3mL) ou de 50U (0,5 mL) com uma agulha de 13mm x 0,30
mm (30 G x ½). Essas seringas têm a graduação de 0,01 mL, no qual 0,01 mL irão
corresponder a 1U de toxina. Já, para reconstituição em 2 mL de NaCl a 0,9%, é
indicado utilizar seringa de insulina de 100U (1 mL), como graduação de 0,02 mL, na
qual 1U irá corresponder a 0,02 mL. (FILHO e PECORA, 2012).
Comercializado Bergamo
Aprovação 1989 1991 2005 2005 2004
Nome Onabotulínica Abobotulínica Incobutulínica
Potência 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50
126
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Músculo frontal
O músculo frontal atua como levantador das sobrancelhas e tem sua origem na gálea
aponeurótica próximo à sutura coronal, ficando inserido na pele no nível dos supercílios
e suas fibras se cruzam com as fibras dos músculos prócero, corrugador e orbicular dos
olhos. Além disso, não tem inserção óssea e tem dois ventres verticais. No entanto, há
relatos anatômicos que descrevem o músculo com apenas uma porção. (MESKI, 2012;
FAGIEN, 1999).
Glabela
A glabela é conhecida como sendo uma região da face que acomoda os músculos prócerus
e corrugador dos supercílios. Ela está localizada entre as duas sobrancelhas, e sua
contração é relacionada aos seguintes sentimentos: preocupação, frustração, irritação,
raiva e cansaço. Na contração do músculo corrugador do supercílio a sobrancelha é
movida medialmente e para baixo. Além disso, é responsável pela formação das rugas
verticais e glabelares. Tem sua origem na margem medial e supraorbital do osso frontal
e sua inserção é na porção medial do supercílio. Devido a isso, é possível observar
uma ondulação na pele durante a sua contração. Já o prócero é bastante fino, estreito
e superficial. Ele é responsável por abaixar medialmente as sobrancelhas produzindo
rugas transversais acima do ápice nasal. Tem sua origem no periósteo do osso nasal e
inserção na pele na região medial da fonte. Ele é responsável pela formação das rugas
horizontais e sobre o ápice nasal. (MESKI, 2012; FINN et al., 2003; KINZE, 2000;
GOODMAN, 1998).
Região periocular
O músculo orbicular dos olhos está situado abaixo da pele da pálpebra e, ao se contrair,
fecha os olhos. Além disso, é um músculo largo com função de esfíncter com abundantes
inserções cutâneas. A sua origem óssea é próxima ao canto medial do olho e o segmento
medial do músculo atua como depressor do supercílio medial. Já a porção superior atua
como adutor do supercílio. Lateralmente, ele atua como depressor lateral do supercílio
sendo responsável pela formação dos famosos pés de galinha. Por fim, as fibras laterais
inferiores estão curvadas medialmente, com isso, o músculo torna-se um elevador
acessório da bochecha. Por isso, se o tratamento da toxina for feito com altas doses,
pode ocasionar o achatamento da região malar durante o sorriso (MESKI, 2012).
127
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
128
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
A marcação dos pontos deve ser feita em cima da ruga, respeitando o halo
de dispersão da nerotoxina e a anatomia. Essa marcação é feita com caneta
apropriada para tal finalidade ou lápis de olho de cor branca ou preta usado em
maquiagens.
Figura 43. Paciente fazendo contração do músculo frontal para expor as rugas faciais.
Figura 44. Paciente fazendo contração da glabela para exibição das rugas.
Figura 45. Paciente fazendo contração dos músculos da face para exibição das rugas periorbiculares e nasais.
129
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Metodologia
» tirar fotos da região a ser tratada. Neste caso as fotos devem ser feitas
com o paciente fazendo as feições de sorriso forçado, olhando para cima
e braveza;
» diluir a neutrotoxina;
130
CAPÍTULO 4
Protocolo para aplicação de ácido
hialurônico
Características do Biocompatível, não antigênico, não tóxico, não carcinogênico, não teratogênico, estéril, quimicamente
material inerte, não ser modificado por líquidos ou tecidos orgânicos.
Desempenho Reprodutível, durável, seguro, sem migração, capacidade de resistir às tensões mecânicas.
Técnica de aplicação Técnica simples, fácil aplicação.
Aprovado pelas autoridades sanitárias, formulação estável, facilitando o transporte e o armazenamento, boa
Outras informações
relação custo/benefício, reversível.
Técnicas de aplicação
Antes do tratamento, a pele do paciente deve ser limpa, e qualquer vestígio de
maquiagem ou cosmético precisa ser removido utilizando uma loção de limpeza
132
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Cada técnica de aplicação do ácido tem suas particularidades. Com isso, elas são
empregadas de acordo com a necessidade do paciente, cabendo ao profissional durante
a anamnese escolher qual técnica irá suprir as necessidades do procedimento, dentre
as técnicas realizadas comumente nas clínicas de estéticas destacam-se: técnica de
puntura seriada, técnica de injeções lineares, técnica de aplicação em leque, técnica
cruzada ou em malha, técnica da samambaia.
Essa técnica é bastante parecida com a de leque, mas a agulha não entra e sai do tecido
várias vezes pelo mesmo orifício. Os locais das incisões ficam distantes cerca de 1mm
133
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Técnica da samambaia
Essa técnica é utilizada para dar firmeza à pele e não simplesmente preencher o sulco.
O que se observa, quando o preenchimento de um sulco largo é insuficiente para a
técnica linear, é a formação de outra depressão ao lado do que foi preenchido, surgindo
a necessidade de cobrir uma faixa mais larga. A agulha deve ser introduzida por baixo
e pouco antes da linha do sulco, de tal maneira que o traçado corra paralelamente à
superfície e fazendo um ângulo de aproximadamente 90o graus com a ruga. O ácido
é injetado de modo retrógrado, e a maior porção é depositada sob a prega principal
(ODO, 2012).
Posição da agulha
Nos sulcos muito superficiais e superficiais a introdução da agulha na derme é paralela à
epiderme. As cânulas finíssimas de 25G 0,5mm x 40mm são utilizadas com segurança
e podem fazer malhas na subderme paralelas à derme. Essa técnica é indicada para
enrugamento da pele flácida, principalmente no lado do sulco nasogeniano. O ângulo
de introdução da agulha em sulcos médios, profundos e muito profundos é, em
média, de 30o graus a 45o graus. Quando se usa uma agulha muito curta, a posição é
de 45o graus a 90o graus (ODO, 2012).Após introduzir a agulha, deve-se fazer o teste
de lateralidade e profundidade para se ter certeza de que a agulha foi introduzida na
profundidade correta.
134
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
A pressão exercida pelo êmbolo da seringa deve ser cessado antes de retirar a agulha
da pele, pois, o gel não para de fluir imediatamente o que pode ocasionar pequenas
pápulas superficiais de ácido hialurônico. Além disso, não se deve fazer correções em
excesso em áreas de pele fina para não formar nódulos ou cordões visíveis (ODO, 2012).
135
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
O sentido da aplicação não produz diferença nos resultados, mas é indicado iniciar o
procedimento da extremidade do sulco para a porção medial, onde a derme é mais espessa
e necessita de maior quantidade de material devido à profundidade. O profissional pode
ainda usar uma combinação de técnicas para o tratamento de sulcos largos e profundos.
Nesses casos, a escolha do produto deve ser por ácidos que apresentam volumizadores
ou um peso molecular maior. Quando volumizadores são utilizados, pode-se utilizar
cânulas para facilitar o acesso e injeção do material (ODO,2012).
Figura 46. Na imagem A é possível ver o paciente do sexo masculino antes de receber o preenchimento de
136
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Preenchimento labial
No passado, a técnica de preenchimento do lábio era realizada com aplicação sob o
contorno dos lábios e discretamente sob a submucosa labial. No entanto, esse tipo de
aplicação gerava um aspecto de “bico de pato” que se tornou a preocupação das pessoas
que buscavam esse procedimento. Após diversas observações foi desenvolvida uma
técnica que consiste em injetar o ácido hialurônico dentro do músculo orbicular dos
lábios, com o objetivo de recuperar o volume perdido com o avançar da idade ou intuito
de aumentar e enaltecer os lábios finos. Nas situações em que isso ainda não é suficiente,
injetar o ácido na submucosa anterior dos lábios também é indicado. Entretanto,
cada paciente tem suas particularidades, cabe ao profissional adaptar a técnica às
necessidades do paciente. O grande diferencial para obter resultados satisfatórios é
conhecer a anatomia labial, os índices de proporção da boca e sempre observar como
está a função dentária (ANTÔNICO; ANTÔNICO, 2012).
137
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Essa técnica permite fazer três diferentes tipos de tratamentos labiais: definição do
contorno, projeção e aumento do volume dos lábios. Quando o objetivo é melhorar
o contorno labial, o ideal é introduzir a microcânula entre a pele e o vermelhão dos
lábios. Caso a intenção seja melhorar o contorno, a cânula deve ficar entre a pele e o
vermelhão labial fazendo a retroinjeção linear do ácido hialurônico a partir do ápice
do arco do cupido, da região tratada até a região lateral do lábio. Por fim, se o objetivo
do tratamento for a projeção labial, a cânula é acomodada no plano subdérmico, em
direção à mucosa dos lábios, fazendo retroinjeções com o ácido hialurônico.
O tratamento do contorno da região central do lábio inferior é feito por uma incisão
a 25mm de distância do primeiro orifício e aplica-se o produto em retroinjeções.
Caso o objetivo do tratamento seja a correção da comissura labial, deve-se injetar o
ácido hialurônico com retroinjeções auxiliado por uma microcânula para formar uma
base de 25mm de comprimento de um triângulo invertido. Após esse procedimento,
utilizando uma agulha 30G com uma incisão de 7mm de distância da base horizontal,
são feitos três pilares verticais de sustentação formados com retroinjeções do produto.
Aproveitando o mesmo orifício de entrada da cânula é possível tratar rugas periorais,
com a microcânula 30G realizando retroinjeções até a correção da ruga (MUKAMA e
BRAZ, 2011.)
138
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Figura 47. Resultado de preenchimento labial. Na imagem A é possível observar o lábio antes do procedimento e
139
CAPÍTULO 5
Protocolo para criolipólise
140
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Ademais, a gordura fica sequestrada dentro da célula de gordura até ser digerida
e eliminada pela inflamação natural que ocorre sobre ação da paniculite. Devido à
presença de macrófagos ativos carregados de lipídios, isso indica que os adipócitos
foram eliminados por fagocitose. Estudos realizados relatam que, a cada ano, cerca de
10% da gordura corporal é reciclada pelo processo de apoptose das células de gordura.
Dessa forma, é bem provável que as células eliminadas na criolipólise sigam as mesmas
vias de metabolização naturais do organismo (SPALDING et al., 2008).
Metodologia
141
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Figura 48. Paciente do sexo feminino com 44 anos, antes da realização de criolipólise apenas na coxa direita.
142
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Figura 49. Paciente do sexo feminino de com 44 anos, após 16 semanas do procedimento de criolipólise na coxa
direita. Nesta imagem, é fácil observar a perda de gordura localizada na coxa direita, quando comparada com
a imagem anterior. Além disso, na coxa esquerda, a qual não foi submetida ao procedimento, não é observada
143
CAPÍTULO 6
Protocolo para microagulhamento
144
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
Metodologia
» o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de
aplicação e as sensações que pode ter durante o tratamento;
O intervalo entre as sessões deve ser de, no mínimo, de 30 dias. Dessa forma, há
tempo de ocorrer a regeneração tecidual. Além disso, deve-se prever a realização
de no mínimo três sessões para que os resultados esperados sejam alcançados.
145
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
Figura 51. Resultado de tratamento de microagulhamento. Imagem A. Fotografia do perfil direito do paciente,
mostrando em detalhes as cicatrizes de acnes próximas à região do osso zigomático e bochecha. Imagem B.
Foto do perfil direito mostrando o resultado do procedimento após 20 dias do término do tratamento.
Figura 52. Resultado de tratamento de microagulhamento. Imagem A. Fotografia do perfil esquerdo do paciente,
mostrando em detalhes as cicatrizes e acnes ativas próximas à região do osso zigomático e bochecha. Imagem
B. Foto do perfil esquerdo mostrando o resultado do procedimento após 20 dias do término do tratamento.
146
CAPÍTULO 7
Protocolo para Inserção de Fios de
Polidioxanona (PDO)
Os fios de polidioxanona (PDO) podem ser lisos ou com garras. Os fios lisos servem
para produzir colágeno apenas, podendo ser utilizado em qualquer região da face e
corpo que necessite melhorar o aspecto da pele, ou seja, rejuvenescê-la. Os fios de PDO
com garra também produzem colágeno, mas são mais utilizados para dar sustentação
a um tecido, neste caso a flacidez deve se apresentar no grau I, II ou III. Para obter
melhores resultados aplicam-se vários fios em um mesmo ponto ou região. Pacientes
que apresentam um aspecto de rosto, por exemplo, fino sem muita gordura, os fios de
PDO com garra têm melhores resultados, enquanto que faces que apresentam mais
gordura precisam de mais fios para dar sustentação. Todo fio de PDO com garra tende a
ceder alguns milímetros e, quando ocorre a tração, pode tracionar de 1 a 2 cm. A técnica
de fios de PDO não é recomendada para pacientes que quase não tenham gordura no
rosto, pois pode haver complicação, uma vez que o fio deve ser inserido no plano do
sistema músculo aponeurótico superficial (SMAS), profundo da derme (PAUL, 2008).
147
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
uma apresentação, para produzir bastante colágeno na região, por exemplo, nas áreas
de sulco nasogeniano ou até mesmo sulco glabelar (TAVARES et al., 2017).
Fonte: biomedicinaestetica.com.br/flacidez-facial-fios-de-sustentacao-pdo/#.XgVvtEdKhPY
Metodologia
Os fios lisos de PDO apresentam-se inseridos em uma agulha. Após a assepsia do
paciente, foto e marcação da aplicação do fio, deve-se adicionar onde há necessidade
de diminuir rugas finas, melhorar textura da pele e reduzir flacidez. Vira-se o bisel da
agulha para cima com ela inserida no fio e introduz-se a agulha juntamente com o fio na
derme profunda. Segura-se o stop para deixar o fio na pele, enquanto retira-se a agulha.
Nesse momento, se quiser preparar uma mescla de ativos como silício orgânico, fatores
de crescimento, vitamina C (dolorido) e DMAE, pode-se injetar pequenas quantidades
dessa mescla no momento que se retira a agulha fazendo uma retroinjeção. Deixa-se o
fio liso no lugar juntamente com a mescla de ativos para ajudar na produção da síntese
de colágeno. Não há necessidade de passar anestésico nos fios lisos a não ser que o
paciente seja muito sensível, para o que se utiliza um tópico da sua preferência.
Para os fios de PDO com garra, há necessidade de utilizar anestésico tanto tópico
quanto injetável. Para isso, prepare o paciente fazendo a devida assepsia, tire fotos
e faça a marcação dos pontos. Esses pontos são estratégicos para o lifting facial. O
ponto deve ser achado no seu paciente, muitas vezes fica próximo ao osso zigomático
e ao arco da mandíbula. Para achar o ponto onde irá ocorrer a sustentação do tecido,
simule com os dedos o lifting no ponto escolhido, escolha o ponto que melhor ocorrer
a sustentação. Faça um ponto nesse local com um lápis de marcação, é a partir dele que
serão introduzidos os fios com garra. Esses fios são mais calibrosos que os fios lisos, por
148
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
isso, são apresentados dentro de uma cânula e não mais numa agulha, para segurança
do paciente também.
Neste mesmo pertuito podem ser inseridos outros fios, caso seja do interesse para
melhor tração, na face. Não se deve ultrapassar o sulco nasogeniano indo para
o orbicular da boca e também não deve ultrapassar o sulco que se estende para a
marionete indo para o mento. Com uma gaze, passe em toda a região que o fio foi
inserido fazendo movimentos para cima em direção ao pertuito e para baixo em direção
ao ponto de fixação, para que as garras sejam todas abertas e aderidas. Em seguida,
com a parte dos fios que sobram para fora da pele, faça uma tração oposta, puxe-os
em direção contrária. Nesse momento, a pele irá se repuxar. Faça um nó nos fios,
laços de uma a duas passadas no máximo e deixe-os dentro da pele; corte com uma
tesoura estéril as pontas excedentes. Não deve aparecer nada para fora do pertuito.
Logo após, com micropore, esconda as imperfeiçoes juntamente com o pertuito. É
normal após a tração formar pregas de pele, como se fosse um fuxico, deixe-as desse
modo. Com o passar dos dias a pele vai moldando no fio e voltando ao normal. O
149
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
micropore é importante para não deixar exposto o furo e para a paciente não ficar
olhando as pregas. Por isso, é importante fazer as inserções em regiões escondidas.
É normal a região ficar dolorida por até 30 dias, sendo os 7 primeiros dias os piores.
Quando aplicado na face, o paciente pode relatar dificuldade de abrir a boca ou
mastigar, mas é transitório. Nos fios lisos, caso você não consiga colocar todo o fio
dentro da derme, também haverá a necessidade de cortá-lo. Em algumas situações
com o fio liso, em 3 a 5 dias pode aparecer uma pontinha, como se o corpo quisesse
expulsá-lo. Essas pontinhas devem ser cortadas em consultório.
Recomendar ao paciente dormir de 3 a 5 dias de barriga para cima, ficar 72 horas sem
fazer atividade física. Pode tomar banho com o micropore e após 24 horas já pode
aplicar maquiagem e fotoprotetor.
Profissionais utilizam muitas técnicas off-label, como por exemplo, aplicar fios de PDO
com garra na mama para sustentar. Isso não é recomendável devido ao peso da mama.
No entanto, utilizam-se fios de PDO lisos na região da mama para melhorar a flacidez
da pele do local. Muitos pacientes fazem até mesmo essa técnica antes de cirurgias
como remoção de mama ou para elevar a região. Após a aplicação do fio os resultados
observados são muitos mais satisfatórios no pós-operatório.
150
CAPÍTULO 8
PROCEDIMENTO ESTÉTICO INJETÁVEL
PARA MICROVASOS (PEIM)
As complicações que estão associadas a este tratamento estão ligadas a um erro técnico
ou a alta dosagem injetada, que podem ocasionar hiperpigmentação e em casos mais
151
UNIDADE V │ PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA
raros e graves necrose tissular e ulceração, as quais são dolorosas e possuem uma
cicatrização lenta (YIANNAKOPOULOU, 2016). Dependo da gravidade da lesão ela
pode ocasionar um impacto psicológico no paciente, uma vez que grande parte dos
procedimentos de PEIM são realizados com finalidade estética (BRANDÃO; MUSTAFÁ;
COSTA, 2018).
Para os pacientes que visam fins estéticos (telangiectasias, veias reticulares e pequenas
varizes) devem ser cuidadosamente orientados antes do tratamento, pois eles
precisam entender que os resultados do PEIM são imprevisíveis. Em determinados
casos pacientes que possuem condições favoráveis e ideais ao procedimento como os
fototipos I e II podem considerar o resultado obtido como insatisfatório, deste modo
eles necessitam ser informados que as veias vão clarear e se tornar menos perceptíveis.
No entanto, não podem desaparecer por completo, que a hiperpigmentação é uma
complicação relativamente comum e que dependendo do caso varias sessões são
necessárias para alcançar o resultado esperado. Logo, é muito importante que o
profissional faça registros fotográficos antes do procedimento e que realize a revisão
das fotos durante o andamento do tratamento para avaliar junto com o paciente
a evolução do caso. Também é indispensável informar ao paciente outros tipos de
tratamentos alternativos ao PEIM, tais como: radiofrequência, ablasão a laser, ablasão
mecânio-química e remoção cirúrgica (UPTODATE, 2020).
Metodologia
Antes de realizar o tratamento, é fundamental fazer uma avaliação no paciente que
apresenta queixas de telangiectasias, veias reticulares ou de pequenas varizes para ver
se ele apresenta indicação para o tratamento em questão, no caso aplicação de glicose
152
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
a 50% ou 75%. Para isso, o paciente não pode tomar sol na região, apresentar doenças
não tratáveis como diabetes descontrolada, hipertensão, problemas cardíacos em geral
e principalmente problemas relacionados à coagulação. Além disso, caso o paciente
realize o uso de anticoagulantes o médico que prescreveu a medicação deve autorizar a
suspensão dela para a realização de um tratamento tranquilo.
O uso de glicose a 50% deve ser direcionado a pacientes que apresentam diabetes
controlada ou quando o profissional é iniciante na realização do procedimento e
ainda não adquiriu a expertise necessária. Ademais, também é indicado utilizá-la em
pacientes que apresentam fototipos 4 e 5 para que não haja hiperpigmentação. Já que a
glicose 75% é mais potente e apresenta resultados em curto prazo, no entanto, pode vir
a hiperpigmentar mais facilmente, por isso, o profissional precisa ter habilidade para
trabalhar com ela.
Quando o paciente possui indicação para o tratamento deve ser feito de primeiro
momento as fotos sem zoom para não perder o foco do vaso. Fotografar todas as regiões
que serão tratadas. E logo após assinar o TCLE, a anamnese e o termo de prestação de
serviço. Com os primeiros passos concluídos, deixe seu paciente confortável na maca e
prepare os produtos que serão utilizados.
» Par de luvas.
» Gaze.
» Álcool ou clorexidina.
» Ampola de glicose de 50% ou 75% (deixar de 3 a 4 a sua disposição).
» Seringa de 1 ml ou 3 ml.
» Agulha 18g.
» Agulha 30g.
» Micropore.
» Algodão.
Cada ampola de glicose vem geralmente com 3 ml de solução, em uma sessão esta
quantidade é ideal, a não ser que o paciente apresente um grau elevado de vasos então
usa-se mais, em uma única sessão usa-se no máximo 10 ml de glicose, pois já com 3 ml
é referido a paciente se queixar de dor nas pernas.
bisel deve estar sempre para cima e o ângulo deve ser posicionado entre 10° a 20°,
só entre no vaso com o bisel, cuidado para não transfeccionar, e então, suavemente
aplique a glicose, o vaso começará de imediato a ficar branco, desaparecer, se isso não
acontecer é por que o vaso não foi pego, tente então voltar um pouco com a seringa
e aplique novamente, se mesmo assim não acertou, retire a agulha e tente aplicar
em outro ponto. Caso tenha acertado aguarde o vaso desaparecer por completo e só
então retire a agulha. Após retirar a agulha é comum sair um pouco de sangue, com
gaze seca e realizando uma pressão leve, coloque-a no local e aguarde 5 segundos.
O sangue tende a não parar de sair com a gaze molhada, pois ele não coagula, nesse
momento se quiser pode colocar o algodão com o micropore.
Existem algumas situações nas quais o êmbolo é empurrado e o vaso não desaparece
por completo, neste caso a pressão deve ser interrompida, a agulha retirada e realizada
uma nova injeção na região ainda vermelha ou roxa que não foi afetada pela glicose.
Lembre-se que a aplicação deve ser sempre efetuada devagar, o líquido esclerosante
precisa sair da seringa e entrar no vaso de forma lenta caso contrário aumenta-se a
chance de pigmentar a área. Além disso, é muito comum durante a aplicação da glicose
o aparecimento de pápula bem próxima ao bisel, pare imediatamente, assim que
perceber isso, porque pode ocasionar uma hiperpigmentação.
Um vaso quando esclerosado, a coloração que antes era roxa ou vermelha, desaparece
momentaneamente, logo após ela reaparece avermelhada, e pode vir a desaparecer
por definitivo em até 15 dias. Então preste atenção para não aplicar glicose mais de
uma vez em um mesmo vaso, pois isso também pode hiperpigmentar a região. A
hiperpigmentação é a complicação mais comum nessa técnica e quando isso acontece,
mandamos formular um creme clareador para o paciente passar, em algumas situações
a mancha tende a sumir por si só, porém em outros casos realmente há necessidade do
creme.
FÓRMULA DESPIGMENTANTE:
Após a realização do procedimento o paciente deve ser orientado a não deixar a região
tratada exposta ao sol por pelo menos 30 dias, também é normal que local fique roxo,
em vista disso pode ser utilizado hirudoid ou arnica na região. Não é recomendado
usar sapatos de salto alto nos dias seguintes, porém se o paciente quiser usar ele deve
possuir no máximo 5 cm e possuir o solado quadrado. Também é contraindicado que
154
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA │ UNIDADE V
após o procedimento o paciente realize atividade física por 72 horas e que evite ficar
muito tempo em pé ou sentando.
O número de sessões pode variar de acordo com caso, porém o paciente deve retornar
ao consultório após 30 dias. Neste momento é feita a evolução e o profissional junto
com o paciente devem decidir se há ou não a necessidade de uma nova sessão. Sempre
deixando claro que é um tratamento que deve ser feito de forma contínua e que os vasos
reaparecem ao longo do tempo por diversos fatores sejam genéticos, hormonais, estilo
e qualidade de vida, entre tantos outros. Lembrando que homens também procuram
esse procedimento, porém são minorias.
155
RESPONSABILIDADE
LEGAL DO UNIDADE VI
PROFISSIONAL
ESTETA
CAPÍTULO 1
Regulamentação da Biomedicina
Estética
1. Avaliação e acompanhamento.
2. Eletroterapia e eletroestimulação.
3. Laserterapia:
› epilação a laser;
› fototerapia e LED;
156
RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA │ UNIDADE VI
4. Microagulhamento.
5. Peelings químicos:
› superficial;
› médio.
6. Peelings mecânicos:
› hidrodermobrasão;
7. Biotecnologias:
› radiofrequência;
› ultra-cavitação;
› ultrassom dissipado;
› ultrassom focalizado;
› endermologia;
› criolipólise.
› carboxiterapia;
› preenchimentos injetáveis;
› toxina botulínica;
› fios de sustentação.
9. Cosmetologia avançada.
157
UNIDADE VI │ RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA
Observações:
158
RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA │ UNIDADE VI
Além disso, o parágrafo único do art. 927 do Código Civil relata que: “haverá obrigação
de reparar o dano independentemente de culpa”. Ou seja, a culpa não é um fator
primordial do código, essenciais são a conduta humana, o dano ou lesão provocada e o
vínculo de causalidade entre a conduta e o dano (ANGHER, 2015).
159
UNIDADE VI │ RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA
Por fim, a negligência é definida quando o profissional esteta não toma os cuidados
necessários, não assiste a realização do procedimento com a devida cautela e diligência,
agindo com total descuido (OLIVEIRA, 2008). Quando a existência de um dos fatores
supracitados for comprovada em algum procedimento estético, fica caracterizada a
culpa do agente. Ou seja, o profissional esteta deverá reparar o malefício causado ao
paciente, pois sem a intenção acabou por provocar um dano ou lesão.
A culpa do paciente acontece quando o dano realizado for ocasionado pelo próprio
paciente. Exemplo: O profissional esteta recomenda que o paciente não tome sol após
o CO2 fracionado ou peeling para evitar manchas, não obstante, o paciente não segue as
recomendações.
160
RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA │ UNIDADE VI
No caso do profissional esteta o tipo de dano mais evidente que pode provocar é
o dano estético que lesa a beleza física do paciente, comprometendo a harmonia
corporal. Este tipo de lesão pode ser permanente, o que impossibilita a correção do
malefício. Ademais, o dano estético em muitos casos, vem acompanhado de lesões
morais ou materiais, por isso elas são consideradas eventos complexos que devem ser
analisados não somente no âmbito estético, mas também em relação à expectativa
criada pelo procedimento que não foi correspondida (OLIVEIRA, 2008).
A lesão estética no paciente provoca sofrimento, pois esse esperava uma alteração
positiva da sua aparência sem a modificação física maléfica. Entretanto, essa
modificação ocasionou no paciente uma dor moral, além de uma alteração física
desagradável (OLIVEIRA, 2008). Exemplos: cicatrizes, hipercromias, hipocromias,
entre outros.
o
Com a publicação do Código de Defesa do Consumidor pela Lei n 8.078/1990 os
profissionais liberais da saúde e estabelecimentos que prestam serviço, tais como:
clínicas, consultórios, hospitais e laboratórios assaram a ser equiparados a prestadores
de serviços da saúde. O prestador de serviços liberal é aquele que presta serviços
diretamente ao paciente no consultório. Já o prestador de serviços empresarial é aquele
que presta serviços em ambientes empresariais como: clínicas, hospitais, laboratórios.
O art. 14 §4° relata a responsabilidade civil desses profissionais (OLIVEIRA, 2008).
161
UNIDADE VI │ RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA
Por fim, ressaltamos que é de extrema importância que o profissional esteta consulte
um advogado especializado nesta área antes de começar a exercer sua profissão, para
que as dúvidas do âmbito jurídico sejam elucidadas.
› Junta comercial.
162
RESPONSABILIDADE LEGAL DO PROFISSIONAL ESTETA │ UNIDADE VI
22/10/2001.
o
» Lei n 6.360, de 23/9/1976: dispõe sobre a vigilância sanitária de
medicamentos, drogas, cosméticos, saneantes e outros.
Para ter acesso a todas as portarias e leis que regem o campo da estética basta acessar
o site ANVISA e fazer as consultas de interesse. Anvisa: portal.anvisa. gov.br/wps/
portal/anvisa/home.
Além disso, toda empresa que presta serviços ou fornece algum tipo de produto precisa
observar e respeitar as regras que compõe o Código de Defesa do Consumidor (CDC),
publicado em 11 de setembro de 1990, e regulariza as regras que compõem a relação
entre consumidor e fornecedores.
163
Para (não) Finalizar
A estética é uma área que está em constante atualização. Com isso, o profissional que
irá atuar nesse campo deve procurar fazer cursos presenciais e estágios para colocar em
prática os conhecimentos adquiridos na teoria. Apenas a prática irá trazer segurança
e confiança na execução dos procedimentos. A leitura de artigos científicos e livros
especializados irá fundamentar os conhecimentos adquiridos nesta apostila.
164
Referências
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acondicionamento de lixo: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2000.
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