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PRESCRIÇÃO APLICADA A ESTÉTICA

PROFESSORA MICHELLY EGGERT PASCHUINO

Michelly Eggert Paschuino é graduada em Naturologia pela Universidade Anhembi


Morumbi – UAM, especialista em Acupuntura pela Faculdade de Ciências da Saúde –
FACIS IBEHE e mestre em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela
Universidade de Braz Cubas – UBC. Para complementar sua abordagem profissional, se
formou como Master em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de
Programação Neurolinguística – SBPNL, como Master Coach, pelo MBA em Gestão
Empresarial e Coaching da Sociedade Latino Americana de Coaching – SLAC e Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP, e em 2018 concluiu a
especialização em MBA em Estética e Cosmética pelo CEFAI – IBRAMED/UNIFIA em
Amparo – SP.
Atualmente está cursando graduação tecnológica em Estética e Cosmética na
modalidade EaD e a quarta especialização em Cannabis Medicinal pela UNYLEYA, ambos
os cursos com previsão de término em 2024.
Atua há 15 anos como docente, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação da
área da saúde. Tem experiência na área clínica e de pesquisa sobre qualidade de vida,
bem-estar, recuperação e manutenção da saúde, com ênfase em terapias naturais,
complementares e integrativas propostas pela Naturologia.

E-MAIL: natu.coach@tregge.com.br
SITE: www.tregge.com.br
TELEFONE: (11)99498-2223
LATTES: http://lattes.cnpq.br/9462964112505534
Olá,
Seja Bem vindo ao Módulo de Prescrição Aplicada a Estética, neste módulo
vamos debater sobre os assuntos mais atuais sobre os Dermocosméticos,
Endocosméticos (Nutricosméticos), Fitoterápicos e Aromaterápicos como
potencializadores dos tratamentos de estética, orientados principalmente no homecare
para que o paciente faça a manutenção do tratamento, ou mesmo atendendo ao
profissional que tem a necessidade de produtos personalizados que não são vendidos
pelas empresas de Dermocosméticos da contemporaneidade.
Hoje prescrever cosméticos manipulados virou tendência e realmente diferencia o
trabalho do profissional de Estética, uma vez que ele pode oferecer um tratamento
diferenciado aos pacientes, com o que há de mais avançado em parceria com uma
farmácia de manipulação.

PARADIGMAS SOBRE O TERMO PRESCRIÇÃO

O termo prescrição divide opiniões principalmente por se tratar de um termo usual na


medicina, vamos compreender na base, afinal de contas existem dois tipos de
prescrição:

Prescrição médica: também é conhecida como receita médica, onde medicamentos e


orientações médicas são registradas, visando orientar a conduta a ser adotada pelo
paciente.

Prescrição não-médica: se aplica aos outros profissionais no auxílio de grandes áreas:


nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, veterinários.

Basicamente as prescrições não-médicas referem-se à medicamentos de venda livre ou


MIP’s que são os medicamentos isentos de prescrição. Entre eles estão analgésicos,
vitaminas, os antiácidos, os laxantes, os descongestionantes nasais, etc.
As principais normas que versam sobre a prescrição de medicamentos são a Lei Federal
n° 5991, de 17 de dezembro de 1973 e o decreto n°3181, de 23 de setembro de 1999
que regulamenta a Lei n°9787 de 10 de fevereiro de 1999, bem como a Resolução – CFF
n°357 de 20 de abril de 2001 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que descrevem e
orientam sobre boas práticas em farmácia.
No caso dos biomédicos, observe o Artigo 5 da RESOLUÇÃO No - 241, DE 29 DE MAIO DE
2014, onde cita:

Art. 5º - O biomédico que possuir habilitação em Biomedicina


Estética poderá realizar a prescrição de substâncias e outros
produtos para fins estéticos incluindo substâncias biológicas
(toxina botulínica tipo A), substâncias utilizadas na
intradermoterapia (incluindo substâncias eutróficas,
venotróficas e lipolíticas), substâncias classificadas como
correlatos de uso injetável conforme ANVISA, preenchimentos
dérmicos, subcutâneos e supraperiostal (excetuandose o
Polimetilmetacrilato/PMMA), fitoterápicos, nutrientes
(vitaminas, minerais, aminoácidos, bioflavonóides, enzimas e
lactobacilos), seguindo normatizações da ANVISA.

Cabendo aos médicos prescrever medicamentos controlados (tarja preta e vermelha),


antibióticos, etc. No Brasil, a prescrição só é permitida a:

QUEM PODE PRESCREVER?

Observe que a relação de profissões abaixo, possuem seus respectivos Conselhos


Profissionais, bem como leis específicas sobre o ato de prescrever.

Médicos: Somente para uso humano e poder de prescrição ilimitado.


Cirurgiões dentistas: somente para uso odontológico – Lei 5081/66.
Médicos veterinários: Somente para uso veterinário – Lei 5517/68.
Enfermeiros: medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina
aprovada pela instituição de saúde, ou medicamentos fitoterápicos após conclusão de
curso com carga horária de 360 horas – Lei 7498/86; Parecer COREN – BA nº 030/2014.
Farmacêuticos: Medicamentos fitoterápicos, não tarjados e, desde que haja diagnóstico
médico prévio, apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou
normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de
saúde, os medicamentos com tarja – RE 586/2013.
Nutricionistas: Somente fitoterápicos, isentos de prescrição médica e relacionados à
prática do nutricionista – RE 402/2007 do Conselho Federal de Nutricionistas.
Biomédicos: produtos não considerados medicamentos. (Resolução nº 204/2.001 do
Conselho Federal de Biomedicina)
Enfermeiros: medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e de acordo
com rotinas aprovadas pela instituição de saúde em que trabalham ou outras
normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal. (Lei 7.498/86)

PRECISA MESMO SER PRESCRIÇÃO?

Por uma questão de entendimento profissional, sugere-se que profissionais que


trabalhem com orientações de homecare utilizem o termo: INDICAÇÃO
TERAPÊUTICA, conferindo uma recomendação e uma sugestão, e não uma
orientação médica como o termo prescrição socialmente e historicamente sugere.
Vamos entender as palavras do ponto de vista linguístico, observe as definições do
dicionário:
Enfim...
Para prescrever medicamentos, sugerir produtos e tratamentos, independente da
profissão e das permissões legais é necessário ter formação acadêmica adequada na
área da saúde. Portanto, não é qualquer profissional que está habilitado para
prescrição/indicação terapêutica estética, já que durante a formação
adquirem o conhecimento necessário sobre o corpo humano, fisiologia, fisiopatologia e
métodos de tratamento e as reações do mesmo em contato com certas substâncias.
Receitar tratamentos e/ou produtos sem a devida formação e habilitação pode levar o
profissional a responder processo ético. Conselhos profissionais fiscalizam a atuação
irregular e têm o poder de penalizar os seus inscritos quando identificam má conduta
ou recebem denúncia.
Importante salientar que na área da estética há procedimentos invasivos e não
invasivos. Neste módulo abordaremos a formação para aqueles que não submetem o
paciente a processos injetáveis, ou seja, tratamentos não invasivos. Pelo motivo de que
o procedimento invasivo é recomendado, e não sugerido ou prescrito como algo que o
paciente possa comprar mediante a apresentação de um receituário.
Ou seja, técnicos e graduados na área da saúde desde que habilitados podem indicar
produtos como filtro solar, goma de efeito lifting, shake termogênico, cápsulas proage,
bombom da beleza, suco verde detox, e etc, com o objetivo de complementar as
estratégias terapêuticas do que ele realizou em consultório, mediante a uma
capacitação para que o conhecimento técnico necessário seja adquirido para estruturar
um receituário/indicação estética.
A partir dessa formação, o profissional apresentará um diferencial em seu campo de
atuação, potencializando os seus resultados no atendimento de estética facial e também
corporal.
Isso tudo atrelado ao conhecimento de princípios ativos modernos e de dosagens
adequadas, na base cosmética correspondente ao estado cutâneo, de acordo com cada
caso. Oferecendo um atendimento personalizado, seja em consultório ou na
modalidade homecare, essa estratégia gera fidelização do paciente, uma vez que a
oportunidade de ter um produto personalizado, cujos ativos foram pensados visando
atender as necessidades específicas da sua pele, é um fator motivacional que melhora a
adesão do paciente ao tratamento e o fideliza.

A PRESCRIÇÃO/INDICAÇÃO ESTÉTICA PELO PROFISSIONAL ESTETACOSMETÓLOGO

No que se refere a atuação do profissional estetacosmetólogo, a lei n°13.643 que


regulamenta a profissão de técnico, graduação tecnológica e bacharelado em Estética,
aprovada em senado em Abril de 2018; não observamos especificações, orientações
claras e definidas sobre indicações terapêuticas manipuladas, porém os cosméticos
fazem parte da sua atuação profissional como podemos ver no trecho da lei a seguir:

Art. 4º Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o


profissional:
I - graduado em curso de nível superior com concentração
em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por
instituição regular de ensino no Brasil, devidamente
reconhecida pelo Ministério da Educação;
II - graduado em curso de nível superior com concentração
em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por
escola estrangeira, com diploma revalidado no Brasil, por
instituição de ensino devidamente reconhecida pelo
Ministério da Educação.
Art. 5º Compete ao Técnico em Estética:
I - executar procedimentos estéticos faciais, corporais e
capilares, utilizando como recursos de trabalho produtos
cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
II - solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro
profissional que complemente a avaliação estética;
III - observar a prescrição médica ou fisioterápica
apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da
situação, avaliação médica ou fisioterápica.
Art. 6º Compete ao Esteticista e Cosmetólogo, além das
atividades descritas no Art. 5º desta Lei:
I - a responsabilidade técnica pelos centros de estética que
executam e aplicam recursos estéticos, observado o
disposto nesta Lei;
II - a direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de
disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos
com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que
observadas as leis e as normas regulamentadoras da
atividade docente;
III - a auditoria, a consultoria e a assessoria sobre
cosméticos e equipamentos específicos de estética com
registro na Anvisa;
IV - a elaboração de informes, pareceres técnico-
científicos, estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas
ou experimentais relativos à Estética e à Cosmetologia, em
sua área de atuação;
V - a elaboração do programa de atendimento, com base
no quadro do cliente, estabelecendo as técnicas a serem
empregadas e a quantidade de aplicações necessárias;
VI - observar a prescrição médica apresentada pelo cliente,
ou solicitar, após avaliação da situação, prévia prescrição
médica ou fisioterápica.
Art. 7º O Esteticista, no exercício das suas atividades e
atribuições, deve zelar:
I - pela observância a princípios éticos;
II - pela relação de transparência com o cliente, prestando-
lhe o atendimento adequado e informando-o sobre
técnicas, produtos utilizados e orçamento dos serviços;
III - pela segurança dos clientes e das demais pessoas
envolvidas no atendimento, evitando exposição a riscos e
potenciais danos.
Art. 8º O Esteticista deve cumprir e fazer cumprir as normas
relativas à biossegurança e à legislação sanitária.
Art. 9º Regulamento disporá sobre a fiscalização do
exercício da profissão de Esteticista e sobre as adequações
necessárias à observância do disposto nesta Lei.

Fica claro que esse profissional deve seguir as orientações da ANVISA sobre o uso de
cosméticos, aparelhos de eletroterapia e qualquer outro recurso terapêutico.
Ou seja, desde que o profissional tenha formação na área da saúde, e tenha o
conhecimento específico para a indicação de nutricosméticos, cosméticos, fitoterápicos
e aromaterápicos. Este conhecimento específico exige
domínio da forma de
aplicação, dosagem correta, bases de cosméticos, indicação e
contraindicação, frequência de aplicação e tempo de
tratamento.
Outra informação importante que o profissional de estética não deve esquecer é sobre
suas competências profissionais, como consta na CBO 3221-30. Veja um trecho
específico:

Também é função do Esteticista:


[...]
11 - Prescrever cosméticos, cosmecêuticos e óleos essenciais.

Além disso a Lei n°5991/73 prevê que a prescrição médica é obrigatória apenas para
manipulação de medicamentos controlados (antibióticos, psicotrópicos, corticoides,
etc...). Geralmente são os insumos com registro na ANVISA começando com 1. E
segundo a CFF n°467/07 isentando os farmacêuticos a guardar a prescrição médica para
manipular e comercializar cosméticos.
Ou seja, o profissional de estética além de ter autonomia para solicitar essas
manipulações, deve buscar parcerias com farmácias de manipulação, cujo profissional
se mantêm atualizado e atende as suas demandas... E não um que aceite, como se
estivesse fazendo uma boa ação, caridade.
Questione, respalde-se nas leis, na CBO e o mais importante de tudo, seja criterioso em
fazer parceria com uma farmácia que atenda as suas necessidades, e não o contrário.

CONCEITOS BÁSICOS, MAS FUNDAMENTAIS NA COSMETOLOGIA

Eu sei que você já viu essa definição nas aulas de Cosmetologia, mas vamos ampliar os
conceitos. As informações a seguir foram extraídas do site da ANVISA
(http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes) onde as informações
regulamentarias dos cosméticos são definidas:
Vamos compreender:

Os cosméticos são basicamente classificados em 2 graus. Os critérios para esta


classificação foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não
desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso,
áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua
utilização.
Definição de Produtos Grau 1: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes
cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I desta Resolução
e que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja
comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas
quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso.

Definição de Produtos Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes


cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I desta Resolução
e que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de
segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.

EXEMPLOS DE COSMÉTICOS GRAU 1

1. Água de colônia, Água Perfumada, 11. Creme, loção, gel e óleo para as
Perfume e Extrato Aromático mãos (sem ação fotoprotetora, sem
indicação de ação protetora individual
2. Amolecedor de cutícula (não cáustico)
para o trabalho, como equipamento de
3. Aromatizante bucal proteção individual - EPI - e com
finalidade exclusiva de hidratação e/ou
4. Base facial/corporal (sem finalidade
refrescância)
fotoprotetora)
12. Creme, loção, gel e óleos para as
5. Batom labial e brilho labial (sem
pernas (com finalidade exclusiva de
finalidade fotoprotetora)
hidratação e/ou refrescância)
6. Blush/Rouge (sem finalidade
1.3 Creme, loção, gel e óleo para
fotoprotetora)
limpeza facial (exceto para pele acnéica)
7. Condicionador/Creme
14. Creme, loção, gel e óleo para o corpo
rinse/Enxaguatório capilar (exceto os
(exceto os com finalidade específica de
com ação antiqueda, anticaspa e/ou
ação antiestrias, ou anticelulite, sem
outros benefícios específicos que
ação fotoprotetora da pele e com
justifiquem comprovação prévia)
finalidade exclusiva de hidratação e/ou
8. Corretivo facial (sem finalidade refrescância)
fotoprotetora)
15. Creme, loção, gel e óleo para os pés
9. Creme, loção e gel para o rosto (sem (com finalidade exclusiva de hidratação
ação fotoprotetora da pele e com e/ou refrescância)
finalidade exclusiva de hidratação)
16. Delineador para lábios, olhos e
10. Creme, loção, gel e óleo esfoliante sobrancelhas
("peeling") mecânico, corporal e/ou
17. Demaquilante
facial
18. Dentifrício (exceto os com flúor, os 35. Modelador/fixador para
com ação antiplaca, anticárie, sombrancelhas
antitártaro, com indicação para dentes
36. Neutralizante para permanente e
sensíveis e os clareadores químicos)
alisante
19. Depilatório mecânico/epilatório
37. Pó facial (sem finalidade
20. Desodorante axilar (exceto os com fotoprotetora)
ação antitranspirante)
38. Produtos para banho/imersão: sais,
21. Desodorante colônia óleos, cápsulas gelatinosas e banho de
espuma
22. Desodorante corporal (exceto
desodorante íntimo) 39. Produtos para barbear (exceto os
com ação anti-séptica)
23. Desodorante pédico (exceto os com
ação antitranspirante) 40. Produtos para fixar, modelar e/ou
embelezar os cabelos: fixadores, laquês,
24. Enxaguatório bucal aromatizante
reparadores de pontas, óleo capilar,
(exceto os com flúor, ação anti-séptica e
brilhantinas, mousses, cremes e géis
antiplaca)
para modelar e assentar os cabelos,
25. Esmalte, verniz, brilho para unhas restaurador capilar, máscara capilar e
umidificador capilar
26. Fitas para remoção mecânica de
impureza da pele 41. Produtos para pré-barbear (exceto
os com ação anti-séptica)
27. Fortalecedor de unhas
42. Produtos pós-barbear (exceto os
28. Kajal
com ação anti-séptica)
29. Lápis para lábios, olhos e
43. Protetor labial sem fotoprotetor
sobrancelhas
44. Removedor de esmalte
30. Lenço umedecido (exceto os com
ação anti-séptica e/ou outros benefícios 45. Sabonete abrasivo/esfoliante
específicos que justifiquem a mecânico (exceto os com ação anti-
comprovação prévia) séptica ou esfoliante químico)

31. Loção tônica facial (exceto para pele 46. Sabonete facial e/ou corporal
acneica) (exceto os com ação anti-séptica ou
esfoliante químico)
32. Máscara para cílios
47. Sabonete desodorante (exceto os
33. Máscara corporal (com finalidade
com ação anti-séptica)
exclusiva de limpeza e/ou hidratação)
48. Secante de esmalte
34. Máscara facial (exceto para pele
acneica, peeling químico e/ou outros 49. Sombra para as pálpebras
benefícios específicos que justifiquem a
50. Talco/pó (exceto os com ação anti-
comprovação prévia)
séptica)
51. Xampu (exceto os com ação justifiquem comprovação prévia)
antiqueda, anticaspa e/ou outros
benefícios específicos que justifiquem a
Observação: As exceções mencionadas
comprovação prévia)
no item "I) Lista de Tipo de Produtos de
52. Xampu condicionador (exceto os Grau 1" caracterizam os produtos de
com ação antiqueda, anticaspa e/ou Grau 2.
outros benefícios específicos que
Fonte: Anexo II da RDC 211/05

EXEMPLOS DE COSMÉTICOS GRAU 2

1. Água oxigenada 10 a 40 volumes 19. Dentifrício clareador/ clareador


(incluídas as cremosas exceto os dental químico
produtos de uso medicinal)
20. Dentrifrício para dentes sensíveis
2. Antitranspirante axilar
21. Dentifrício infantil
3. Antitranspirante pédico
22. Depilatório químico
4. Ativador/ acelerador de bronzeado
23. Descolorante capilar
5. Batom labial e brilho labial infantil
24. Desodorante antitranspirante axilar
6. Bloqueador Solar/anti-solar
25. Desodorante antitranspirante
7. Blush/ rouge infantil pédico
8 Bronzeador 26. Desodorante de uso íntimo
9. Bronzeador simulatório 27. Enxaguatório bucal antiplaca
10. Clareador da pele 28. Enxaguatório bucal anti-séptico
11. Clareador para as unhas químico 29. Enxaguatório bucal infantil
12. Clareador para cabelos e pêlos do 30. Enxaguatório capilar
corpo anticaspa/antiqueda
13. Colônia infantil 31. Enxaguatório capilar infantil
14. Condicionador anticaspa/antiqueda 32. Enxaguatório capilar colorante /
tonalizante
15. Condicionador infantil
33. Esfoliante "peeling" químico
16. Dentifrício anticárie
34. Esmalte para unhas infantil
17. Dentifrício antiplaca
35. Fixador de cabelo infantil
18. Dentifrício antitártaro
36. Lenços Umedecidos para Higiene 50. Removedor de mancha de nicotina
infantil químico
37. Maquiagem com fotoprotetor 51. Repelente de insetos
38. Produto de limpeza/ higienização 52. Sabonete anti-séptico
infantil
53. Sabonete infantil
39. Produto para alisar e/ ou tingir os
54. Sabonete de uso íntimo
cabelos
55. Talco/amido infantil
40. Produto para área dos olhos (exceto
os de maquiagem e/ou ação hidratante 56. Talco/pó anti-séptico
e/ou demaquilante)
57. Tintura capilar
41. Produto para evitar roer unhas temporária/progressiva/permanente
42. Produto para ondular os cabelos 58. Tônico/loção Capilar
43. Produto para pele acneica 59. Xampu anticaspa/antiqueda
44. Produto para rugas 60. Xampu colorante
45. Produto protetor da pele infantil 61. Xampu condicionador
anticaspa/antiqueda
46. Protetor labial com fotoprotetor
62. Xampu condicionador infantil
47. Protetor solar
63. Xampu infantil
48. Protetor solar infantil
49. Removedor de cutícula
Fonte: Anexo II da RDC 211/05
Toda relação de cosméticos aprovados pela ANVISA está disponível no site:
http://portal.anvisa.gov.br/registros-e-autorizacoes/cosmeticos. Com informações
sobre as empresas e seus respectivos produtos.
Vale reforçar que poderá ser observado que não se faz diferença nesta classificação
sobre cosméticos, dermocosméticos, nutracêuticos e cosmecêuticos. Muito menos para
cosméticos orgânicos, veganos, naturais e biocompatíveis.
Independente da profissão é fundamental que o profissional siga algumas orientações
fundamentais antes de começar a prescrever. Então podemos concluir que:
- Deve seguir as diretrizes da ANVISA.
- Indicar os MIPS (Medicamentos Isentos de Prescrição).
- Ter objetivos Estéticos e Cosméticos na sua prescrição.
- Ter conhecimento prévio e especializado dos recursos (bases, ativos, concentrações,
combinação entre eles de acordo com a pele e a realidade do paciente).
- Suas indicações e contraindicações, frequência de aplicação e tempo de tratamento.
FORMA FARMACÊUTICA

Antes de iniciarmos a nossa jornada rumo ao conhecimento das formulações magistrais


faz-se necessário que você compreenda alguns conhecimentos fundamentais.

A forma farmacêutica é o estado final que as substâncias ativas se apresentam depois


de serem submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua
administração e obter o maior efeito terapêutico desejado, respeitando a área de
aplicação, dosagem de cada ativo, no veículo adequado, para um tratamento específico.

As formas farmacêuticas são classificadas em:

Sólidas – Cápsulas, Sachets, Sachet caps, Supositórios, óvulos.


Semisólidas – Uso tópico - Cremes, pomada, gloss, sérum transdérmico.
Líquidas – xarope, tônicos, florais, óleos, tinturas.

Importante!

A forma farmacêutica, bem como a concentração e a composição dos ativos é de


responsabilidade do prescritor.

A escolha da forma farmacêutica depende principalmente:

• da natureza físico-química do fármaco;


• do mecanismo de ação;
• do local de ação do medicamento;
• da dosagem – quantidade de fármaco na forma farmacêutica.

Cada base cosmética tem um limite para a adição de ativos (%), assim como os ativos
possuem particularidades que exigem domínio do profissional que a indica, como por
exemplo: se o ativo é lipo ou hidrossolúvel, colocá-lo em uma formulação cuja base é
incompatível vai fazer com que o farmacêutico entre em contato com o profissional para
sugerir adaptações, ou simplesmente a farmácia recusa a manipulação.

E as bases biocompatíveis na manipulação?


Pois bem é fundamental você saber que, se você não especificar detalhamente o que
você quer naquela manipulação a farmácia seguirá um padrão.
Quando você indica “Creme neutro” provavelmente eles usarão uma base creme neutra
com petrolatos e parabenos na composição. Base pra shampoo e sabonetes com
sulfatos. Gel de carbopol (base água) que é incompatível com óleos essenciais por
exemplo, e assim vai.
Por esse motivo é fundamental conhecer fornecedores qualificados e atendam as suas
necessidades magistrais. Fornecedores como (ex.) Galena, Biotec, Organic e Florien são
empresas que se dedicam a trazer para o universo magistral bases cosméticas que estão
alinhadas com os dermocosméticos e nutricosméticos biocompatíveis, sem xenobióticos
e disruptores endócrinos.
Para manter-se atualizado, sugiro que você sempre atualize seu menu de ativos
solicitando aos fornecedores o envio do portifólio atualizado, bem como participando
de feiras, webinar e congressos.
Estou deixando pra você alguns fornecedores qualificados no mercado, busque-os nos
sites e nas redes sociais, essa também é uma forma de você se manter atualizado.

Para escolher as bases dos seus cosméticos, muito mais do que conhecer a base e a sua
indicação de acordo com o biotipo cutâneo, é fundamental conhecer seu pH, quantidade
de ativos permitidos e assim fica fácil de você definir quais ativos e qual a proporção na
formulação de acordo com a base.
Veja os exemplos de algumas bases do fornecedor Biotec, no quadro abaixo você
encontra todas essas informações que te permite adicionar de 10 a 50% de ativos na
formulação. Comece pela base e depois pelos ativos indicados para a disfunção que o
paciente apresenta:
BASES FUNCIONAIS – BIOTEC

BASE Características pH Qtde de ativo

Second Skin Creme aniônico/ não iônico. 4,5 a 7 Até 20%


Eudérmica, alípica

Ômega Gold Não iônico Eudérmica, mista e lipídica 3 a 8 Até 25%

Adimax Não iônico, todos os tipos de pele 3a8 Até 50%

Aquabomb Gel opaco, todos os tipos de pele 4,5 a 7 Até 20%

Lecigel Gel incompatível com ácidos 4a8 Variável a


partir de 0,5%

Biosérum Aniônico, líquido límpido 4,5 a 6,5 10%

Veja abaixo algumas bases biocompatíveis que você pode usar nas suas formulações,
sua composição e indicação:

Base Acqua Bomb (Biotec) – veículo funcional que contêm aloe vera, chá verde, extrato
de canela, cálamo, mirra, óleo vegetal de oliva e de argan. Base creme leve, indicada
para todos os tipos de pele, incompatível com ácidos cuja pH seja menor que 4,5.

Espuma de Limpeza Vegetal – Sodium Cocoyl Isethionate SCI

Eco Base Gel-Creme Facial (Organic) – veículo funcional vegano que contêm
ingredientes e ativos biomiméticos à função barreira da pele. Óleo vegetal de rosa
mosqueta, rico em vitamina C, óleo de oliva, hidrolato de gerânio
Phyto Poma (Biotec) – Pomada vegetal com associação de óleos oclusivos e lipídios
funcionais, rico em vitamina E, fitoesteróis e anti-inflamatórios. Incorpora ativos
hidrossolúveis até 10%, melhor com ativos lipossolúveis.

Vital Vegan Clear Micelar (Biovital) – Base transparente micelar e multifuncional para
higienização e boa espumabilidade, com componentes biodegradáveis.

Vegepharma (Pharmaspecial) – Manteiga vegetal rica em ácido graxo linoleico, o mais


compatível com os ácidos graxos da pele. Emoliente e regeneradora, excelente para
incorporar óleos essenciais e extratos vegetais.

Vital Vegan Creme (Biovital) – veículo funcional formuladoo com emulsionantes de


cristais líquidos derivados da oliva, rico em ômegas 3, 6, 7 e 9. Biomimético potencializa
a ação carreadora de ativos.

Vital Vegan Espuma Micelar (Biovital) – Espuma micelar com tensoativos naturais e
derivados do ácido glutâmico e do ácido graxo derivado do coco, que potencializa a
cremosidade da espuma.

Vital Vegan Sérum Leitoso (Biovital) – viscosidade de sérum leitoso, de sensorial fresco.
Rico em ômegas, nutrição e regeneração dérmica, emoliência, favorecendo a proteção
da pele da desidratação e do envelhecimento.

Estou deixando pra você algumas particularidades sobre alguns ativos comumente
utilizados na estética, observe as particularidades sobre Concentração e Propriedades.
Mas aproveito para ressaltar que além das novidades que são lançadas a todo momento
precisamos alinhar a realidade do paciente no que se refere ao tratamento (como a
disponibilidade financeira para investir), além disso fazer parceria com um farmacêutico
especialista em tecnologias cosméticas é fundamental para alavancar o tratamento de
acordo com as novidades que a todo momento são apresentadas.

ATIVOS INDICADOS PARA REPARO DA FUNÇÃO BARREIRA

MELHORADORES DE BARREIRA CUTÃNEA


ATIVO Características pH Concentração

Alantoína Queratolítico, cicatrizante de 4 a 9 0,1 a 5,0


feridas

Alfa bisabolol Antséptico, bactericida, 3 a 11 0,1 a 1,0


antimicótico, cicatrizante.
Inflamações leves e queimaduras

Aveia coloidal Filme de retenção hídrica, 4 a 7 3 a 10


antioxidante, calmante e
antiinflamatório

Bioecolia Restaura a população microbiana 4 a 10 1 a 5%


benéfica da pele.

Cerasomosides Regenerador, antioxidante, inibe 3,5 a 6,5 2a3


em 80% leucócito elastase
(inflamação).

ATIVOS INDICADOS PARA PROTEÇÃO DA LUZ AZUL COM AÇÃO ANTIOXIDANTE

PROTETORES DA LUZ VISÍVEL

ATIVO Características pH Concentração

Physavie Corticoide like - 0,5 a 2%

Pepha Age Scenedesmus rubescens (alga) - 3%

Lumicease Aumenta a sobrevida de células - 2%


expostas a radiação, repara DNA

Dragosine Booster, antiglicante, antipoluição - 0,05 a 0,20%


ATIVOS INDICADOS PARA ENVELHECIMENTO CUTÂNEO:

Ativo INCI Propriedades e

concentração [ ] de aplicação

Ácido glicólico • Glycolic acid Renovação celular, hidratação e


vasodilatação dermoepidérmica, com
estímulo fibroblástico. [ ] 1 a 10% em
dermocosméticos, o pH depende do
objetivo.

Ácido pirúvico • Pyruvic acid Epidermólise (30 a 60 s). Pode alcançar


a derme papilar pelo baixo peso
molecular em até 2 min. Possui forte
abrasão sem toxicidade sistêmica,
porém arde e é doloroso. Aumenta a
oxigenação, nutrição, neocolagênese,
neoelastogênese e a deposição de
ácido hialurônico. [ ] 40 a 50% (quanto
menor o pH, mais abrasivo).

Ácido Retinóico • Tretinoina Aumenta a espessura epidérmica,


incrementa colaneogênese e reduz
metaloproteinase. [ ] 5 a 10% em
cosméticos profissionais (até 8% no
peeling superficial).

Ácido Tricloroacético • Tricholoracetic acid Hidrofílico, lipofílico, estável, de baixa


(TCA) toxicidade, queratolítico,
despigmentante e vasodilatador.
Cuidado com frost (desnaturação de
proteínas da pele), aplicar
pontualmente. Atua na derme papilar.
A [ ] 35% é considerada segura,
dependendo do tempo e do volume.

Vederine • Water Vitamina D-like aumenta os seus


receptores na pele. Em [ ] 3%, há
• Cichorium intybus diminuição da perda transepidermal e
(Chicory) Root Extract recuperação da pele.

Amiporine • Glycerin Proteção contra a radiação ultravioleta


(UVA e UVB) e quimiopreventivas em
• Punica Granatum Fruit fibroblastos dérmicos, inibição de
Extract metaloproteinase de matriz. [ ] 2 a 5%.
Perfection Peptide P3 • Hexanoyl Dipeptide-3 Restaura o processo de descamação na
pele jovem, ideal para peles sensíveis
• Norleucine Acetate aos ácidos. [ ] 0,5 a 3%.

• Lecithin

• Glycerin

• Phenoxyethanol

• Water

Lime Pearl • Glycerin Alfa-hidroxiácido (AHA) estimula a


renovação celular sem irritação
• Water cutânea. [ ] 2% e pH 5,7.

• Microcitrus
Australasica Fruit
Extract

Ácido hialurônico • Sodium hyaluronate Polímero de alto peso molecular,


principal glicosaminoglicana da derme,
• Water promove viscoelasticidade, tem ação
anti-inflamatória e antiedematosa,
promovendo renovação de
queratinócitos, regenerando e
hidratando a pele. [ ] 1 a 5%, pH 5,0 a
7,0.

Ácido lático • Lactic acid Hidratante e antisséptico suave, faz


parte do NMF. Tem ação
antimicrobiana em bases cosméticas e
é usado também para ajustar o pH. [ ]
0,5 a 15%.

Adenin • Adenin Hormônio vegetal que estimula o


crescimento celular e retarda a
senescência, portanto, atrasa e reverte
as mudanças celulares relativas à
idade. Antioxidante, protetor do DNA
dos danos oxidativos e glioxidativos. [ ]
0,005 a 0,1%, pH 7,0 a 7,5.

Alistin - Recupera a epiderme exposta à


radiação ultravioleta e preserva a
capacidade de autodefesa da pele.
Antioxidante de ação prolongada,
antiglicante. Prevenção do
envelhecimento, pode ser associado
ao FPS. [ ] 0,5 a 1,5%, pH 3,0 e 7,0.

Ceramidas Ceramid Hidratação, redução da aspereza da


pele. Ideal para pós-peeling, reparando
a barreira lipídica da epiderme. [ ] 0,05
a 0,5%, pH 3,0.

Coenzima Q10 Ubiquinone Captador de radicais livres,


antioxidante e estabilizador de
membrana. Previne o envelhecimento
cutâneo. [ ] 0,5 a 10%

Coffeeskin • Coffea arabica (coffee) Antioxidante que restaura o equilíbrio


seed extract celular, oferecendo proteção contra o
envelhecimento. Inibe reações
• Succinil Rutin
inflamatórias na pele, é vasoconstritor,
• Siloxanetriol alginate reduz o fluxo sanguíneo da pele
caffeine reativa. Descongestiona a região,
reduzindo edema e a vermelhidão. [ ] 3
• Butylene glycol a 8%.
• Decarboxy carnosine
Dcl

DMAE Dimethyl MEA Atua na liberação de acetilcolina,


estimulando os músculos da face,
causando um efeito tensor,
amenizando linhas de expressão.
Antioxidante, com ação firmante,
tensora e de efeito lifting, estabiliza a
membrana plasmática. [ ] 3 a 10%, pH
3,5 a 7,0.

Pro Xylane - Estimula a síntese de


mucopolissacarídeos na derme e na
epiderme, o que ajuda na elasticidade
e na tonicidade da pele. Favorece a
síntese de glicosaminoglicanas,
colágeno tipo IV e VII, aumentando a
coesão dermoepidérmica. [ ] 3 a 5%.

Idebenona Hydroxydecyl Antioxidante potente que inibe a


ubiquinone peroxidação lipídica, atua nas rugas e
no clareamento da pele. [ ] 0,1 a 1,0%,
pH 6,0 e 7,0.

Iris Iso • Butylene glycol Isoflavonas fitoestrogênicas que


reforçam a barreira cutânea,
• IIris florentina root assegurando a hidratação e
extract diminuindo a profundidade das rugas.
Evita a degradação das proteínas da
matriz extracelular, inibindo
colagenase e elastase. Atua na junção
dermoepidérmica, diminui a perda de
água transepidermal, reduzindo a
profundidade das rugas.

[ ] 3 a 5%, pH 5,0 a 10,0.

Kinetin N6-furfuriladenina Antioxidante, anti-inflamatório,


clareador, faz a síntese de colágeno.
Reduz as rugas e as manchas. Melhora
a aspereza, o brilho e a hidratação da
pele. Retarda o envelhecimento no
fibroblasto, inibe o crescimento dos
queratinócitos, estimula os reparos do
DNA. [ ] 0,001 a 10%, pH 4,8 a 8,0

Leuphasyl Pentapeptide-18 Pentapeptídeo que inibe a contração


da musculatura, mimetiza o
mecanismo de ação das encefalinas,
inibindo a acetilcolina. [ ] 3 a 5%, pH
abaixo de 8,0.

Matrixyl • Glycerin, Butylene • Estimula a síntese de colágeno IV e a


Glycol síntese de glicosaminoglicanas,
suavizando rugas e hidratando a pele. [
• Aqua ] 3 a 8%, pH 5,5 a 7,0.

• Carbomer,
• Polysorbate 20
•Palmitoyl-
Pentapeptide 3

Raffermine Hydrolyzed soy flour Agente firmador, ação biomimética


para glicoproteínas dérmicas,
preservando o fibroblasto, efeito
inibitório da elastase. [ ] 2,0 a 5,0% e
pH 5,0 a 6,5.

Resveratrol 3, 4, 5 - Antioxidante de efeito antiproliferati-


trihidroxiestilbeno vo e fotoprotetor: protege a pele de
danos causados pela exposição UVB,
inibe a metaloproteinase e reduz
eritema. [ ] 2 a 99%

Syn-Coll • Palmitoyl tripetide-3 Repara rugas e marcas de expressão,


mimetiza a sequência de tripeptídeo
• Glycerine da trombospondina-I para ativar o
TGFB, promovendo a formação de
colágeno. [ ] 1 a 3%.

Snap 8 Solution • Acetyl octapeptide-3 Derivado do Argireline, tem atividade


miorrelaxante, minimizando as rítides.
[ ] 3 a 10%, pH 5,0 a 7,0.

Tensine • Triticum vulgare Tensor vegetal instantâneo, perdura


(wheat) protein por até 6 horas. [ ] 3 a 10%, pH acima
de 6,5.

Argireline • Water Botulinum toxin-like menos potente.


Reduz a profundidade das rugas e
• Acetyl hexapeptide-8 sulcos faciais. [ ] até 10%, pH acima de
6,5.

Ureia Urea Constituinte do NMF, desnaturalizante


proteico, promove a hidratação da
queratina e leve queratólise na pele
seca. Ação antimicrobiana e anti-
inflamatória. [ ] 3% para hidratação de
peles sensíveis e [ ] 10% para todos os
demais tipos de pele. Não deve ser
usada por mulheres grávidas (mas, se
usar, [ ] máxima 3%). O pH não deve
ultrapassar 7,0.

Aquaporine Active • Glutamylamidoethyl Derivado do ácido glutâmico que em


indole associação atua nos canais de
aquaporina, aumentando seus genes.
• Silanetriol Trehalose Favorece a hidratação da pele em um
Ether equilíbrio dinâmico da epiderme e da
derme. [ ] 2 a 5%.
• Glycerin

ATIVOS INDICADOS PARA CLAREAMENTO CUTÂNEO:

Ativo INCI Propriedades e concentração [ ] de


aplicação

Ácido azeláico Azelaic acid Inibidor competitivo das enzimas de


oxi-redução; antioxidante. Indicado em
hiperpigmentação pós-inflamatória. [ ]
de 10 a 20%.

Azeloglicina Potassium Azeloyl Clareador, sebonormalizante e


Diglycine antisséptico. [ ] de 5 a 10%.

Ácido fítico Hexafosfato de inositol Antioxidante, quelante de cátions


bivalentes (Cu e Fe); inibidor de
tirosinase. [ ] de 0,5 a 2%.

Ácido glicólico Glicolic acid Ação queratolítica, inibe a coesão de


queratinócitos, gerando esfoliação e
clareamento da pele. [ ] de 2 a 12%
(esfoliação) e [ ] de 50 a 70% (peeling).
Ácido glicirrízico Glicyrrizic acid Anti-inflamatório, anti-irritante, anti-
histamínico. [ ] de 0,1 a 0,2%.

Ácido kójico Kojic acid Quelante de cobre (substrato da


tirosinase). Reduz a eumelanina e
precursores. [ ] de 0,5 a 2%.

Ácido retinóico Retinoic acid Ação queratolítica potente, acelera o


(Tretinoína) turnover celular, gerando esfoliação
efetiva e clareamento da pele. [ ] de
0,01 a 0,1% (esfoliação) e [ ] de 1 a 6%
(peeling).

Antipollon HT Silicato de alumínio Adsorção da melanina depositada na


sintético + Glycyrrhiza pele. Pouco irritativo. [ ] de 0,5 a 5%.
inflata

Acqua licorice PT Glycyrrhiza glabra Inibição da tirosinase; efeito


extract antioxidante similar ao do superóxido
dismutase. [ ] de 0,5 a 1,5%.

Arbutin 4-hydroxyphenyl-b-D- Inibidor competitivo da tirosinase e de


glycopyronoside PAR-2. Glicosídeo derivado da
hidroquinona, sem efeitos citotóxicos.
[ ] de 1 a 3%.

Biowhite Saxifraga sarmentosa Adsorção da melanina depositada na


extract and Vitis vinifera pele. Pouco irritativo. [ ] de 0,1 a 10%.
(grape) fruit extract and
Butylene glycol and
Water and Morus nigra
root extract and
Scutellaria baicalensis
root extract and
Disodium EDTA
Hidroquinona Hidroquinona Inibição potente e irreversível de
tirosinase, induz modificações
estruturais e a degradação de
melanossomas. É citotóxico, fototóxico
e sensibilizante. [ ] de 2 a 10%.

Melawhite Leukocyte extract Inibição de tirosinase e degradação da


melanina formada. [ ] de 2 a 5%.

Melfade J Water and Inibição de tirosinase e degradação da


Arctostaphylos Uva-Ursi melanina formada. [ ] de 2,5 a 8%.
Leaf Extract and Glycerin
and Magnesium Ascorbyl
Phosphate

Mequinol EH Monobenzil éter de Inibição potente da tirosinase, induz


hidroquinona modificações estruturais e a
degradação de melanossomas. É
menos citotóxico que a hidroquinona. [
] de 2 a 15%.

Nanowhite 4-hydroxyphenyl-b-D- Ação antioxidante potente e inibição


glycopyronoside + vit. C, da tirosinase. [ ] de 2 a 5%.
E, F, glutationa e lecitina

Skin Whitening Extrato de Uva-Ursi Degradação da melanina, esfoliação e


Complex biofermentado de quelação do cobre e inibição da
Aspergillus, Extrato de tirosinase. [ ] de 2 a 5%.
Grape Fruit e Arroz
Adenin N-6-furfuriladenina Renovação celular, despigmentante
por inibição suave de tirosinase. Reduz
perda de água transepidérmica
(TEWL).

[ ] de 0,005 a 0,1%.

Dermawhite Ácido kójico + ácido Esfoliação moderada da pele. [ ] de 0,5


cítrico + EDTA dissódico + a 2%.
polissacarídeos e
aminoácidos

Glycosan Ciclodextrin and Liberação gradual de hidroquinona,


Hidroquinona hydroquinone evitando problemas de sensibilização.
Efeito despigmentante prolongado.

[ ] de 1 a 2,5%.

Faz-se necessário que o profissional que visa prescrever cosméticos manipulados,


estude constantemente, pois a cada semestre, novidades são lançadas, ativos são
tirados do mercado... É crucial manter-se atualizado.
Além disso o profissional em parceria com a farmácia de manipulação pode criar
formulações diferenciadas que visem melhor adesão do paciente ao tratamento, como:
Gomas (colágeno), Tabletes efervescentes, Shake ou suco detox, Sopa, Sorvete,
Chocolates, Capuccinos, Strip Orais (até 50mg), etc...

É POSSÍVEL MANIPULAR ÁCIDOS?

Sim, é possível. Porém é fundamental saber a performance do ácido, seu pH, pKa, peso
molecular, base cosmética de afinidade (lipo ou hidrofílica). Além disso o profissional
precisa ter bem definido quais são seus objetivos terapêuticos com o ácido, a ação
esperada é como queratolítico ou queratoplástico? Hidratante ou despigmentante?
Além disso a forma de aplicação desse ácido é de responsabilidade do profissional.
Abaixo você confere um quadro com essas informações:
E para que possamos concluir a linha de raciocínio é de extrema importância reforçar
que qualquer produto manipulado deve ser de uso exclusivo do paciente, até mesmo
aquele que o profissional for usar nos tratamentos personalizados.
Ou seja, o profissional não pode solicitar uma manipulação, de um ácido por exemplo,
em seu nome e usar em diversos pacientes. Ficando ele responsável por solicitar
manipulações em volumes menores ou monodoses para uso exclusivo e durante a
terapêutica escolhida de forma personalizada.
O mesmo se aplica para os nutricosméticos ou polivitamínicos, que apesar da prescrição
focada na estética, também devem ser personalizados desde a sua forma de
apresentação (Cápsulas, cápsulas vegetais, pó, sachets, etc...) até a composição dos seus
ativos.

MEDICAMENTO OU REMÉDIO, VOCÊ SABE A DIFERENÇA?

Provavelmente você já deve ter usado ambas as palavras como se fossem sinônimos,
porém elas possuem significados e abordagens terapêuticas diferentes.
A ideia de remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar
ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar.
Alguns exemplos de remédio são: banho quente ou massagem para diminuir as tensões;
um chá e repouso em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de
atividades físicas para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis;
medicamentos para curar doenças, entre outros.
Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias
(medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem
seguir determinações legais de segurança, eficácia e qualidade.
Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda
não é um medicamento; para isso, deve atender uma série de exigências do Ministério
da Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores.

“Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento.”

Referência:
BRASIL. O que devemos saber sobre medicamentos? Cartilha da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). São Paulo: 2010, 104p.

Agora podemos entrar no universo das formulações magistrais, para que você agregar
cada forma farmacêutica, no seu tratamento com consciência e objetivos terapêuticos
bem definidos.

Pra começar...

Você sabe a diferença entre Nutricosméticos, Nutracêuticos, Cosmecêuticos,


Dermocosméticos, Cosméticos e etc?
NUTRICOSMÉTICOS, NUTRACÊUTICOS, COSMECÊUTICOS,
DERMOCOSMÉTICOS, COSMÉTICOS E AFINS

Para entendermos a diferença entre eles é preciso saber que essas definições não são
claras do ponto de vista da Vigilância Sanitária (ANVISA) que os classifica em 2 graus
apenas.
A primeira diferença é entender o conceito in & out em estética, que preconiza que os
tratamentos podem ser feitos via oral (in) e via tópica (out).

IN OUT
Alimentação Cosméticos
Nutricosméticos Dermocosméticos
Polivitamínicos Cosmecêuticos
Nutracêuticos
Via Oral Uso tópico

Dentro do conceito IN, os nutricosméticos, como são mais habitualmente conhecidos


são suplementos alimentares que são administrados com objetivo estético. Este termo
remete ao conceito alimento (nutrientes + fármaco (cápsula/dosagem) + cosmético
(efeitos esperados na pele) visando potencializar os tratamentos de estética cuidando
do cliente de dentro pra fora, nutrindo o corpo e a pele.
Sua aplicação se deve a necessidade de repor os nutrientes essenciais para a saúde, uma
vez que o comportamento alimentar é insatisfatório em função do crescimento
expansivo dos fast-foods e alimentos rápidos, ricos em carboidratos e açúcares.
Em suma os nutricosméticos são antioxidantes, minerais, aminoácidos, nutrientes,
fitoterápicos e vitaminas. Cada um deles com uma função específica de desacelerar o
envelhecimento, favorecer o emagrecimento, hidratar a pele, fortalecer unhas, cabelos,
tratar a acne, etc.
Muitas vezes os nutricosméticos possuem doses elevadas comparadas com as
necessidades diárias. Faz-se necessário o conhecimento específico visando evitar
superdoses, hipervitaminoses ou ativos que inibem ou são contrários aos efeitos do
tratamento que está sendo realizado.
Veja algumas hipervitaminoses:

HIPERVITAMINOSE
VITAMINA E Aumento no sangramento, diminuição na
produção dos hormônios tireoidianos e
aumento nos níveis de triglicerídeos.
VITAMINA D Desidratação, náuseas, queda de apetite,
constipação, fadiga e fraquezas musculares,
leva também a hiper-concentração de cálcio
no sangue o que pode levar a hiper-calcificação
de ossos e mesmo de tecidos moles como
coração e rins.
VITAMINA A Visão turva, confusão mental, sonolência,
aumento da pressão intracraniana, dor de
cabeça, palidez, maior sensibilidade à luz solar,
entre outros.

Ou seja, para o sucesso de sua aplicação faz necessário o conhecimento dos nutrientes
e a sua combinação, alinhadas ao planejamento terapêutico, para definir doses e tempo
de aplicação.

Como a sua classificação é suplemento alimentar e não como medicamento, a


sua indicação está autorizada para todos os profissionais, assim como para o consumo
próprio do cliente, visto que o acesso a estes produtos é fácil em farmácias.
Vamos ao conceito OUT, que se refere ao uso tópico de cosméticos. Tem-se observado
que o termo cosmético se aplica a um produto simples que pode ser adquirido em
perfumarias, farmácias e supermercados (o que seriam os cosméticos grau 1), na
maioria das vezes ricos em óleo mineral, essências e corantes sintéticos, eles alteram
apenas aparência da pele, limpam, perfumam, hidratam e protegem, agem
superficialmente, mas não tratam o problema, como já explanamos nas bases galênicas
que contêm xenobióticos e petrolatos.
Já os dermocosméticos, também conhecidos por cosmecêuticos, agem mais
profundamente na pele que um cosmético comum, mas com um efeito menor que o de
um medicamento. Ou seja, unimos a alta tecnologia cosmética com ativos concentrados
e produzem efeitos específicos, sendo classificados como cosméticos grau 2 pela
ANVISA, o que faz com quem eles não necessitem de receita médica.
Nestes produtos temos os ativos cosméticos nanoencapsulados, ativos que oxidam
rapidamente são estabilizados, visando melhor desempenho de permeação cutânea e
de atuação em tecidos específicos. Considerados cosméticos de tratamento e não de
embelezamento apenas, atuando na causa do problema por meio de muitos estudos
científicos da sua eficácia.
Existem duas diferenças básicas entre cosméticos e dermocosméticos quanto aos seus
princípios ativos, os princípios ativos dos dermocosméticos são fruto de estudos
científicos, criados em laboratório e suas fórmulas são na maioria das vezes patenteadas
pelo fabricante.

PARTICULARIDADES DOS TRATAMENTOS ESTÉTICO DE USO VIA ORAL


Hoje graças a tecnologia temos a possibilidade de ampliar os tratamentos dos nossos
pacientes recorrendo a formas farmacêuticas diferenciadas que vão além das cápsulas
e sachets, podemos também pensar em:

• Gomas (precursores de colágeno)


• Tabletes efervescentes
• Shake ou suco detox
• Sopa
• Sorvete
• Chocolates
• Strip (até 50mg de ativos)

Essas formas farmacêuticas nos limitam com relação a quantidade de ativos, porém elas
podem favorecer a adesão do paciente ao tratamento por serem diferenciadas, visto
que nem todos os pacientes se adequam ao uso de cápsulas, apresentando algum grau
de dificuldade na sua deglutição.
Isso sem falar nos pacientes veganos que possuem restrição específicas com relação ao
uso de produtos de origem animal, muitas vezes mascarados de vegetal, como é o caso
das capsulas de clorofila.
Para esses casos específicos podemos recorrer às capsulas vegetais, ou de tapioca,
conhecidas como Tapiocaps®. É importante avisar o paciente a ter em mãos o copo com
água no ato de colocar a capsula na boca, pois elas se dissolvem mais rapidamente.
Abaixo estou deixando algumas sugestões de Nutricosméticos que também podem ser
usados como polivitamínicos ou suplemento alimentar, como vimos previamente:

NUTRICOSMÉTICO AÇÕES ALIMENTOS

Flavonoides ou Antioxidante, anti- Uvas, Cerejas, Ameixas


Bioflavonoides inflamatória, antialérgica,
antiviral e anticancerígena.

Isoflavonas – 40mg dia Antioxidante, melhora Soja


linhas finas em mulheres
de meia idade.
Resveratrol Antioxidante, anti- Casca de uva e vinho tinto
obesidade, aumenta a
sensação de saciedade,
taxa metabólica,
antienvelhecimento, anti-
inflamatório.

Vitamina A (Retinol e Antioxidante, estimula a Proteína animal, ovos e


Carotenóides) produção de colágeno e derivados do leite.
elastina,
Alimentos de cores
vermelhas (cenoura,
beterraba, tomate)

Vitamina C (Ácido Antioxidante, hidroxilação Cítricos, morango, kiwi,


ascórbico) - 100 à 300 mg da prolina e lisina, que são folhosos verde escuro.
dia aminoácidos necessários
para estrutura e função do
colágeno, acelera a
cicatrização.

Vitamina E (Tocoferóis) - Antioxidante, anti- Alimentos ricos em


100 à 400 ui envelhecimento, gordura, óleos vegetais
cicatrizante, estimula o (Óleo de Prímula)
sistema imune, diminui os
efeitos nocivos do LDL,
alivia as dores nas mamas
no período menstrual

Ácido elágico – 200mg Inibe a enzima tirosinase, Romã


efeito despigmentante,
inibição tanto da
proliferação de
melanócitos como da
síntese de melanina.
Pycogenol - 75 à 150mg dia Despigmentante, reduz Extrato da casca do pinho
outros sintomas como francês marítimo (Pinus
fadiga, constipação, dor no pinaster)
corpo e ansiedade.

Assim como os Dermocosméticos a área de suplementos alimentares cresce em


exponencial, a todo momento surgem novos ativos, cabendo a você profissional manter-
se atualizado com relação ao que associar ao tratamento dos seus pacientes.
Consulte o material científico e ao catálogo dos fornecedores com os testes clínicos.

QUEBRA DE DOSE E CAPACIDADE DAS CÁPSULAS

Como muitas vezes a dosagem do tratamento estético exige maiores concentrações de


ativos, isso pode fazer com que as cápsulas excedam sua capacidade total e faça com
que o que era pra ser 1 cápsula se transforme em 2 ou mais. É arriscado oferecer um
tratamento com quebra de dose, pois o paciente pode tomar menos do que o
recomendado para ter tratamento por mais tempo, correndo-se o risco de não ter os
resultados almejados e traçados pelo seu tratamento.
Veja abaixo o volume e a quantidade de ativos que cada tamanho de cápsula suporta
para estabelecer limites para os seus tratamentos e evitar quebra de dose. Coloque
todas as observações com relação a possível quebra de dose ou tipo de cápsula no ítem
f.s.a. da sua prescrição/indicação.

CAPACIDADE DAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS


Tamanho da Volume (mL) Peso (mg) Qtde de princípio
cápsula ativo usualmente
empregada
000 1,37 mL Acima de 1000mg Acima de 750mg
(750mg) *

00 0,95 mL (500) * a 1000mg Entre 351 a 500mg


0 0,68mL (400) * a 500mg 251 a 350mg

1 0,50mL (350) * a 400mg 151 a 250mg

2 0,37mL (250) * a 300mg 50 a 150mg

3 0,30mL (200) * a 300mg Até 50mg

4 0,21mL (126) * a 252mg Até 5mg

A NOVA ERA DOS COSMÉTICOS ECOLÓGICOS E BIOCOMPÁTIVEIS

A proposta desses produtos vem alinhada com as mudanças socioeconômicas e culturais


do nosso país e do mundo. Além de serem mais seguros e sustentáveis, preocupam-se
com a saúde, o bem-estar das pessoas e do meio ambiente.
Segundo o projeto de Lei 2906/08, o termo Biocosmético aplica-se a cosméticos com
alta concentração de ativos naturais (fitoterápicos e óleos essenciais), além de não
possuírem derivados do petróleo, bem como não fazer testes em animais, esses
produtos não possuem corantes sintéticos e parabenos, pois se preocupam até com o
momento em que você vai tirar esse produto do corpo e tomar banho, pois há risco de
contaminação dos lençóis freáticos. Em 2019 essa lei foi atualizada e apenas cosméticos
ou ativos cosméticos oriundos da Amazônia podem ser considerados como
Biocosmético.
A marca de um cosmético é importante?
Não tenha dúvidas, mais importante do que isso é saber ler o rótulo, entender a
informação que a empresa disponibiliza no item chamado Composição, sabe as letras
miúdas que ninguém lê? Então, lá está a verdade do seu cosmético.
Os cosméticos habituais não utilizam tal concentração de ativos, algumas até mascaram
que fazem teste em animais, oferecem em seus rótulos extratos naturais, mas a dose de
óleo mineral é tão alta que mesmos se tivessem óleo essencial (p.ex.) na formulação,
sua pele não absorveria, pois ele faz tamponamento dos poros.
Então se depois da composição vem às palavras: Mineral oil ou óleo mineral, paraben
ou parabeno, paraffinum liquidum ou parafina líquida, BHT e EDTA ftalato e petrolatos;
você está passando na pele um cosmético que é ineficaz, além de poluir o meio
ambiente e trazer uma série de prejuízos a pele. A médio e longo prazo, o acúmulo
desses produtos fazem o rosto perder o viço, os cabelos ficarem pesados, sem balanço
e dificulta a absorção de outras substâncias. E esses vilões estão presentes desde
cosméticos faciais, corporais e capilares até em maquiagens como bases, sombras,
batons.
O que eu também quero que você preste muita atenção é que, não é suficiente a
empresa dizer que é ecologicamente correta, faz-se necessário uma certificação. No
Brasil temos dois órgãos que fiscalizam os produtos e sua produção o IBD (Instituto
Biodinâmico) e o Ecocert. Para um cosmético orgânico, é necessário que 95% dos seus
ingredientes sejam orgânicos, gerando o mínimo impacto ambiental possível, desde a
sua produção (agricultura), comercialização (embalagens e sacolas) e descarte de
resíduos.
Vale um alerta, os cosméticos orgânicos não podem ser confundidos com os cosméticos
naturais. A principal diferença está na sua composição durante a produção. Os naturais
são produzidos da maneira convencional, mas apresentam na sua composição
ingredientes extraídos da natureza. Para isso é preciso que o cosmético tenha, pelo
menos um ingrediente derivado de uma substância natural (5%). O restante (95%) é
composto de ingredientes convencionais como água, glicerina, lanolina, manteiga de
cacau, óleo de semente de uva, e etc.
Independentemente de ser orgânico ou natural, o importante são suas escolhas, leia os
rótulos, verifique se os seus cosméticos possuem selos de credibilidade. Se essas
empresas não se preocupam com a sua saúde, pouco devem se preocupar com a do
meio ambiente.
Você sabe a diferença do óleo mineral e do óleo vegetal? Abaixo seguem algumas
diferenças, que vão fazer você olhar o rótulo antes de comprar o seu cosmético.

ÓLEO MINERAL
O óleo mineral é um derivado do petróleo incolor e inodoro, com o poder de formar
uma barreira protetora para a pele, por isso ele é utilizado em sessões de clareamento
dos pelos com produtos químicos, como é o caso do “Banho de Lua” que utiliza pó
descolorante e água oxigenada. Essa combinação é extremamente irritativa para a pele
e o óleo mineral ajuda a fazer essa barreira evitando que essa combinação entre em
contato direto, amenizando a coceira e as reações alérgicas.
Porém ele tem mais malefícios do que benefícios, o óleo mineral pode causar danos a
pele, como o tamponamento dos poros que desencadeia ações comedogênicas e
acneica (traduzindo, cravos e espinhas). Também obstrui as glândulas de excreção da
pele, favorecendo disfunções da camada ácida do tecido. Estas substâncias repelem a
água e impedem a absorção de outros ativos de base hídrica.
Além de só melhorar a aparência da pele superficialmente, o óleo mineral é tóxico, pois
não é biodegradável. Segundo o website da empresa LUBECO, 1 litro de óleo mineral
contamina 100.000 litros de água. Isto significa que por não ser bem absorvido pela pele,
o óleo mineral é eliminado no banho e na lavagem das roupas, contaminando lençóis
freáticos e contribuindo para um ambiente mais poluído.

ÓLEO VEGETAL
Por sua semelhança estrutural ao manto hidro lipídico da pele, os óleos vegetais reagem
melhor com o tecido e permitem que tanto a água, como outros princípios ativos
existentes nos cosméticos aplicados sejam bem absorvidos.
Extraídos principalmente das sementes de plantas, os óleos vegetais aumentam a
proteção da pele contra a perda excessiva de líquidos, permitem a respiração cutânea e
assimilam a luz solar.
Também auxiliam o restabelecimento de peles rachadas e ressecadas, normalizando e
reforçando a estrutura do tecido, por meio da hidratação verdadeira. Ao contrário dos
óleos minerais, os de origem vegetal causam menos reações citotóxicas e alérgicas.
Finalmente, possuem outra característica também muito importante: são
biodegradáveis, não poluem e nem agridem o meio ambiente. Todos os óleos vegetais
são biodegradáveis e podem levar até 28 dias para se decompor, sem agredir a natureza.
Quando aplicado na pele, grande parte do óleo é absorvida pelo tecido e processada
pelas enzimas. O óleo na formulação de cremes serve de base para a diluição de outras
substâncias, são conhecidos como carreadores por levar os produtos ativos, como os
óleos essenciais.

Veja algumas propriedades dos óleos vegetais:

Óleo Vegetal de Amêndoa Doce - Prunus armygdalus


Indicado para peles secas, sensíveis e que expostas ao sol e vento. Ajuda a diminuir
irritações e inflamações, pode ser usado como demaquilante para retirar a maquiagem
e limpar a pele. Muito utilizado por gestantes e pessoas com peles sensíveis por seu
poder de hidratação profunda, protegendo a pele e prevenindo estrias.

Óleo Vegetal de Gergelim - Sesamum indicum


Contém 32% de proteína Natural, vitaminas, minerais e lecitina. Excelente para todos os
tipos de pele, especialmente com problemas de eczema, psoríases e envelhecimento
prematuro da pele. Nos cabelos devolve a vida e o brilho perdido aos fios secos e
quebradiços.Terapeuticamente é lubrificante, emoliente, anti-inflamatório e
restaurador da camada lipídica. É um dos óleos vegetais mais usado na Índia dentro da
Medicina Ayurvédica.
Óleo Vegetal de Semente de Uva - Vitis vinífera
É um óleo leve que é absorvido rapidamente tornando-o excelente para a pele facial e
corporal, sendo indicado para todos os tipos de pele, adstringente leve ajuda a tonificar
a pele, emoliente, hidratante, regenerador celular, revitalizante.
Previne estrias devido a sua elevada concentração de alfa-tocoferol. É um excelente óleo
de massagem, caracterizado como o óleo vegetal mais utilizado pela sua baixa incidência
de reações alérgicas.

Muitas empresas divulgam que utilizam o óleo vegetal na composição de seus


cosméticos, mas omitem a utilização do óleo mineral no mesmo. Se você encontrar na
rotulagem do seu produto as palavras como Paraffinum Liquidum ou Mineral Oil, saiba
que este produto contém óleo mineral na composição. O motivo pelo qual essas
empresas recorrem ao óleo mineral é pelo alto poder de conservação.
Desconfie de óleos bifásicos, trifásicos, envasados em embalagens transparentes,
coloridos, com aromas de frutas e/ou chocolate.
Um consumidor consciente verifica se o cosmético é livre de óleo mineral, parafina e
parabenos. Não esquecendo a importância de utilizar produtos ecologicamente
corretos, e escolher fabricantes que desenvolvam cosméticos científicos preocupados
com o meio-ambiente. Se hoje não nos preocupamos com estes valores, esgotaremos
ainda mais os recursos naturais para suas próximas gerações.
Assim como os óleos essenciais os óleos vegetais são envasados em vidros de cor âmbar,
possuem no rótulo o nome científico e o nome popular de qual planta ele foi extraído,
algumas empresas especificam até o método de extração. Desconfie de empresas que
vendem óleo vegetal em recipientes de plástico branco e mesmo os de cor âmbar, que
não oferecem essas informações importantes no rótulo, como o prazo de validade, e a
afirmação de que são 100% puros.
PRINCÍPIOS ATIVOS FITOBOTÂNICOS

Para falarmos dos ativos cosméticos que potencializam os cosméticos ecologicamente


corretos, precisamos falar de ativos fitobotânicos. Nestes casos estamos falando de duas
grandes ciências que possuem a botânica em sua origem e aprofundam os
conhecimentos por meio dos seus efeitos terapêuticos seja por meio da sua composição
química (farmacognosia) ou pela sua composição aromática e interação com o nosso
sistema olfativo (osmologia).
Vamos especificar 2 ciências neste caso: a Fitoterapia e a Aromaterapia.

FITOTERAPIA

Faz parte da nossa cultura, enraizada nos saberes populares, a conduta de tomar um
“chazinho” de vez em quando. É um chá de boldo para quando exageramos em comidas
pesadas, para aliviar os sintomas da ressaca, é um chá de camomila para acalmar e
auxiliar na digestão, e tantas outras opções...
Escuto muito no consultório os pacientes falarem: “Ah é natural, não vai fazer mal...”
Engana-se quem pensa assim.... Das terapias naturais, a fitoterapia é uma das terapias
integrativas, que mais produz estudos científicos sobre os efeitos terapêuticos, adversos
e os resultados das interações medicamentosas (fitoterápico X fármaco).
No Brasil o CONBRAFITO (Conselho Brasileiro de Fitoterapia), vem desenvolvendo um
trabalho bacana desde 2009 com o intuito de instruir, gerar e atualizar os
conhecimentos sobre as plantas medicinais, promovendo anualmente o Congresso e
cursos de formação em fitoterapia.
Embora sua fonte sejam as plantas medicinais, os fitoterápicos são medicamentos,
utilizados para reestabelecer a homeostase do corpo nos níveis fisiológico e psicológico.
Sua eficácia e margem de segurança de indicação terapêutica e utilização, são validadas
pela etnofarmacologia, documentações científicas publicadas e devidamente
fiscalizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

É vital pontuarmos o conceito: a planta medicinal é a forma como ela é


encontrada na natureza, para beneficiar-se dos seus efeitos terapêuticos, é preciso
conhecê-la, saber onde, como e quando colhê-la, e o fundamental, prepará-la. Quando
a planta medicinal passa pelo processo de industrialização (visando evitar
contaminações por microorganismos, agrotóxicos, padronizar quantidade e a forma
correta de utilização, proporcionando maior segurança) estamos falando dos
fitoterápicos, que devem ser registrados antes de serem comercializados.
Algumas dicas importantes sugeridas pela própria ANVISA
- Buscar informações com os profissionais de saúde;
- Informar ao profissional da saúde qualquer reação desagradável que aconteça
enquanto estiver usando plantas medicinais ou fitoterápicos;
- Observar cuidados especiais com gestantes, lactantes, crianças e idosos;
- Informar ao profissional da saúde que está acompanhando seu caso, se está utilizando
plantas medicinais ou fitoterápicos, principalmente antes de cirurgias;
- Adquirir fitoterápicos apenas em farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância
Sanitária;
- Seguir as orientações da bula e rotulagem;
- Observar a data de validade – Nunca tomar medicamentos vencidos;
- Seguir corretamente os cuidados de armazenamento;
- Ter cuidado ao associar medicamentos, o que pode promover a diminuição dos efeitos
ou provocar reações indesejadas.
- Desconfiar de produtos que prometem curas milagrosas.

EVITE:
Comprar plantas medicinais secas em feiras livres ou em lojas, cuja armazenagem é
desconhecida, elas podem ser foco de fungos e bactérias, além de muitas folhas serem
confundidas quando estão secas.
Desconfie de tinturas, ou extratos que estejam armazenados em recipientes plásticos,
sem o devido registro nos órgãos regulamentadores, bem como o farmacêutico
responsável por aquele lote.

Observe a relação NR5 de 2008 da ANVISA, que versa sobre os fitoterápicos que são
considerados de prescrição médica e os que são classificados como MIPS, assim como
os de uso exclusivamente externo.
Faz-se importante ressaltar que as farmácias de manipulação não possuem uma conduta
padrão com relação ao acesso aos fitoterápicos de uso médico, ou seja, pode ser que
você se depare com farmácias que se recusam a manipular o fitoterápico visto que você
não está habilitado para tal, assim como terá acesso facilitado aos mesmos em outras
farmácias.
NR5-2008

FITOTERÁPICOS E INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

É importante ressaltar que os usuários de fitoterápicos são em sua maioria adultos e


idosos, é comum que utilizem medicamentos alopáticos associados, e como vimos os
fitoterápicos também são medicamentos, por isso precisam do acompanhamento de
um profissional que possa orientar o paciente, principalmente na hora de indicar uma
tintura, cápsula, pomada, ou até mesmo o chá com as plantas escolhidas.
Associá-los pode até não gerar efeito nenhum em alguns casos, mas pode ser que um
anule o efeito do outro ou até mesmo potencialize-os. Observe alguns exemplos abaixo:

Fitoterápicos com efeito laxante (p.ex. Sene, Cáscara Sagrada, Ruibarbo, etc...)
Como o sene é um laxante forte, por diminuir o tempo do trânsito intestinal, pode
interferir diretamente na absorção dos medicamentos que são absorvidos via oral
(cálcio, ferro lítio, digoxina e anticoagulantes orais).

Fitoterápicos com efeito diurético (p.ex. Carqueja, Alcachofra, Cavalinha, etc...)


A Alcachofra potencializa os efeitos diuréticos, diminuindo o volume sanguíneo,
provocando quedas de pressão arterial por hipovolemia, baixos níveis de potássio na
corrente sanguínea.
A Cavalinha é outra planta que precisa ser administrada com cautela em pacientes com
cálculo renal, ou redução da atividade dos rins, ela é rica em silício, o que pode piorar
ou agravar o quadro clínico.
As interações mais graves envolvem os diuréticos como: furosemida e tiazídicos
(Clortalidona, Hidroclorotiazida, Indapamida).

Fitoterápicos com efeito hipoglicemiante (p.ex. Gymena, Ginseng, Gengibre, etc...)


Podem ter um efeito sinérgico com outros agentes hipoglicemiantes. Em um paciente
pouco desinformado, um agente hipoglicemiante de origem vegetal pode provocar
níveis perigosamente reduzidos de glicose no sangue.

O Ginseng (p.ex.) quando administrado com anticoncepcional, pode provocar efeitos


adversos, pois aumenta a atividade estrogênica, tais como dor nas mamas e
sangramento menstrual excessivo.

Fitoterápicos com efeito anticoagulante (p.ex. Ginkgo Biloba, Angélica, Alho, etc...)
Podem aumentar o risco de sangramento em pacientes que utilizam medicamentos
como varfarina, AAS ou outros inibidores da agregação plaquetária. Fitoterápicos que
possuem cumarinas também podem contribuir para a ocorrência de transtornos
hemorrágicos.
Segundo a farmacologista Elizabeth Prado, pacientes que associaram varfarina ou
aspirina com Ginkgo Biloba tiveram hemorragia, mesmo usando doses recomendadas.
O Ginko Biloba também pode reduzir a concentração plasmática do Omeprazol,
medicamento utilizado para o tratamento de úlcera e refluxo.

Fitoterápicos com efeitos sedativos, calmantes e depressores de sistema nervoso


central (Kawa Kawa, Valeriana, Passiflora, etc...)
Podem potencializar os efeitos sedativos de outras drogas utilizadas em associação. A
Passiflora pode interagir com hipnóticos, ansiolíticos, inibidores da MAO, anti-
histamínicos e o álcool, intensificando a sua ação. Já a Valeriana possui ação depressora
do SNC, potencializa o efeito depressor de outros medicamentos alopáticos com a
mesma ação (benzodiazepínicos, barbitúricos, alguns antidepressivos e o álcool).
Alguns estudos observam a administração do óleo essencial de eucalipto com sintomas
de dificuldade de concentração e raciocínio, além de alterações no sistema nervoso, que
podem ser intensificados quando esse tipo de medicamento for associado. Além disso
o óleo também diminui os níveis de açúcar no sangue, e deve ser usado com precaução
em pacientes diabéticos.

Os fitoterápicos podem ser associados aos protocolos estéticos como princípios ativos,
que podem ser apresentados de maneira concentrada (extrato vegetal), em pó ou
isoladamente como pode ser observado abaixo:

FITOFÁRMACO: Substância isolada de vegetal da qual se conhece a característica


química e que desencadeia determinado efeito sobre o sistema biológico. Quando
presente em ma formulação, caracteriza um produto alopático comum, não se tratando
de fitoterápico. Exemplo: papaína 3% em creme base q.s.p. 30g.

MARCADOR FARMACOLÓGICO: Substância contida no vegetal, ou parte deste,


responsável pela atividade farmacológica. Às vezes, pode-se encontrar um grupo de
marcadores e não apenas uma única substância.

MARCADOR FITOQUÍMICO: Substância contida no vegetal, ou parte deste, que o


caracteriza fitoquimicamente. Nem sempre o marcador fitoquímico é também o
marcador farmacológico. Exemplo: Cáscara sagrada = Marcador Fitoquímico e
Farmacológico pertencem a mesma classe = antraquinonas. Peumus boldus = o
Marcador Fitoquímico é a boldina (alcalóide) e os Marcadores farmacológicos para as
atividades colerética e colagoga = Terpenos.

FITOTERÁPICOS COMO ATIVOS COSMÉTICOS - FITOCOSMÉTICA

Dependendo da planta o seu % na formulação pode variar de 2,5 a 5% e pra melhor


permeação os ativos fitoterápicos (também conhecido como extrato vegetal) são
melhores assimilados pela pele quando diluídos em base oleosa (creme, pomada ou óleo
vegetal), porém podem ser aplicados em outras bases (shampoo, gel, sérum e fluídos –
dependendo do objetivo). Na maioria das farmácias de manipulação os fitoterápicos são
adicionados à formulação por meio de extratos alcoólicos ou tinturas como são
conhecidos.
A base de sua formulação deve ser biocompatível e livre de ativos sintéticos ou corantes
artificiais. Além de terem conservantes específicos para esse tipo de produto.
A indicação dos fitoterápicos como chá ou como ativo cosmético em formulações
manipuladas exige que o profissional faça uma especialização na área, ou uma formação
em órgãos validados como o CONBRAFITO.

Veja alguns extratos vegetais que são usados na fitocosmética:


Arnica (Arnica montana) – Anti-inflamatória, antisséptica, descongestionante e
estimulante celular.
Cavalina (Equisetum arvensi) – Ação cicatrizante e tensora da circulação periférica e
superficial.
Calêndula (Calendula officinalis) – anti-inflamatória, antisséptica, adstringente,
emoliente e ativadora da circulação.
Camomila (Matricaria camomila) – anti-inflamatória, antialérgica, descongestionante e
refrescante.
Copaíba (Copaiba sp) – bactericida, fungicida, cicatrizante, antisséptica, anti-
inflamatória e emoliente.

Ao indicar fitoterápicos na forma de infusão ou decocção é fundamental que você


oriente corretamente como o paciente deve preparar esses produtos.

Referência de erva para 1 xícara de chá de 350ml:


1 colher de sopa do fitoterápico escolhido
1 xicara
1 pires para abafar
E a água na temperatura ideal como pode ser observado nas duas descrições abaixo:

INFUSÃO: Para ervas aromáticas e outras plantas ou partes de estrutura frágil, como
flores e folhas.
A água quente (desligar quando começar a fazer pequenas bolhas no fundo) é despejada
sobre 1 colher de sobremesa da erva e em seguida abafada, por dez minutos. Não é
aconselhável ferver a água juntamente com tais ervas, para que não oxidem ou percam
suas propriedades.

DECOCÇÃO: Para raízes, cascas e sementes.


Na cocção, a planta é fervida por pelo menos 5 minutos e abafada por 10 minutos (1
colher de chá para cada xícara de água).

DICAS IMPORTANTES:
Nunca tome um chá mais de 24 horas depois de seu preparo, pois será iniciado o
processo de fermentação.
Recomendamos variar o chá, evitando-se consumir o mesmo chá por mais de trinta dias,
pois o nosso organismo tende a responder cada vez menos.

SOMENTE NUTRICIONISTA PODE INDICAR FITOTERÁPICOS?


No que se refere ao Conselho de Nutrição a Resolução CFN nº 402/2007 que
“Regulamenta a Prescrição Fitoterápica pelos Nutricionistas de Plantas in natura,
Frescas ou como Droga Vegetal, nas suas Diferentes Formas Farmacêuticas e dá outras
providências.” Estabelece no artigo 3 que a prescrição fitoterápica é parte do
procedimento realizado pelo nutricionista na prescrição dietética e, em seu parágrafo
único, estabelece que “As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional
nutricionista são exclusivamente de uso oral, tais como: I – Infuso, II – Decoto, III-
Tintura, IV- Alcoolatura, V- extrato”.
Como foi citado no início deste tópico, não consta na ANVISA orientações que impeçam
o profissional de estética a indicar fitoterápicos, desde que estes sejam de venda livre
ou MIP (medicamentos isentos de prescrição). Em 2016 a ANVISA publicou o Memento
Fitoterápico que auxilia os profissionais a compreenderam informações como dose,
frequência, formas de administração, toxicidade, além de especificar quais são os
fitoterápicos exclusivos de indicação médica ou de venda livre.
Abaixo segue uma lista mais detalhada de alguns fitoterápicos e suas indicações nas
formulações. Para visualizar as informações de maneira ampla consulte os slides.

INCI NOME PARTE INDICAÇÕES MARCADOR CONCENTRAÇÃO OBSERVAÇÂO


POPULAR UTILIZADA TÓPICAS FORMULAÇÃO
Aloe Vera Babosa Gel no Cicatrizante, Polissacarídeos totais 1 a 5% Pode ser
interior da anti- usado como
folha inflamatório, base para
regenerador, formulações
calmante. mais fluídas.
Arnica Arnica Flores Equimoses, Lactonas 1 a 10% Pomada ou
Montana hematomas e sesquiterpênicas totais Gel-creme.
contusões expressas em Não usar em
helenalina feridas
abertas.

Calendula Calêndula Flores Cicatrizante, Flavonóides totais 1 a 10% In-out


officinales anti- expressos em
inflamatório hiperosídeos;
para
ferimentos e
mucosas

Centella Centella Folhas Insuficiência Derivados 1 a 10% In-out


asiática asiatica venosa dos triterpênicos totais
membros expressos em
inferiores asiaticosídeo

Hamamelis Hamamélis Folhas Hemorróidas Taninos 1 a 5% In-out


virginiana externas,
equimoses

Matricaria Camomila Flores Anti- Apigenina -7- 05 a 5% In-out


recutita inflamatório glicosídeo

Serenoa repens Saw Frutos Impede a Ácidos Graxos 3% Prescrição


palmetto produção do médica
hormônio
DHT

Symphytum Confrei Raízes Cicatrizante Alantoína 1% Utilizar por no


officinale em lesões máximo 4-6
abertas semanas/ano.

Camellia Chá verde Folhas Antioxidante, Epigalocatequinagalato 1 a 10% 2,5% em


sinensis proliferação estudos
celular e a mostrou
redução da melhor
apoptose nas estímulo do
células da crescimento
papila capilar
dérmica do quando
folículo comparada ao
piloso minoxidil na
mesma
concentração
Alfa bisabolol - Quimiotipo Antiséptico, Alfa bisabolol 0,1 a 1% Pode-se usar o
de o.e. de antimicótico o.e. com o
Camomila, e propósito de
Rosas, cicatrizante. agregar
Candeia Queimaduras aroma e o
e peles componente
sensibilizadas na
formulação.

Avena Sativa Aveia Cereal antioxidante, Ácidos avênicos A e B, 3 a 10% 7 a 15g


Coloidal calmante ácido pantotênico, adicionado ao
ácido salicílico, banho do
e anti- vitaminas B1 e B2, bebê
inflamatória, beta-glucanas e
na acne
(hipercromia aminoácidos
pós
inflamatória).
Hidratante

Apis mellífera Própolis Resina cicatrizante, Resinas vegetais e Até 10% Cremes,
anti- bálsamos: 50%; cera de loções
inflamatória, abelha: 30%; cremosas,
bactericida, hidro
protetora e óleos essenciais: 10%;
regeneradora grãos de pólen: 5%. alcóolicas ou
de tecidos, Além disso, tônicas, em
flavonóides, vitaminas, shampoos,
calmante de géis, loção de
irritações da enzimas e minerais limpeza,
pele. (alumínio, cálcio, produtos pós-
estrôncio, ferro, barba, pós-
magnésio, silício, depilação,
titânio, bromo
para picadas
e zinco). de inseto,
máscaras
faciais,
sabonetes e
outros
produtos
cosméticos.
Hippocastanum Castanha Castanha Fragilidade 30% de Escina; outras Até 10% In & out
vulgare da índia capilar, saponinas
varizes, (afrodescina,
hemorroidas argirescina,
e edemas por
má criptoescina); taninos
(ácido esculitânico,
circulação, epicatequina,
flebites, leucocianidina,
insuficiência leucodelfinina)
crônica
venal, pele
(dermatite,
eczema,
inflamações
gerais), peso
e dor nas
pernas.
AROMATERAPIA

O termo de origem grega, refere-se ao tratamento por meio dos aromas/fragrâncias,


para equilibrar mente e corpo. Em 1928 René Gattefossé após se queimar, por impulso
mergulhou a mão em um recipiente cheio de óleo de lavanda, e descobrindo as
propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias do óleo essencial mais famoso na
aromaterapia.
Os óleos essenciais são extratos voláteis, que evaporam em contato com o ar, altamente
concentrados encontrados em parte das plantas aromáticas (flores, folhas, raízes, cascas
de frutas), são usados como complemento e como potencializadores terapêuticos, seja
na aromatização de ambientes ou na aplicação tópica (cremes, gel, óleos de massagem,
banhos de imersão e etc).
Os métodos clássicos de produção dos óleos essenciais são: Destilação a vapor, Extração
por prensagem a frio ou Expressão e Destilação por solvente. Extração dos óleos
essenciais depende da parte da planta que oferece as moléculas aromáticas: semente,
raiz, rizoma, resina, madeira, folha, fruto ou flor.
Os óleos essenciais são classificados em 3 notas: cabeça/alta: os cítricos e mentolados
(laranja, hortelã pimenta), coração/média: os florais e folhas (gerânio, manjerona), e
base/baixa: os lenhosos e raízes (cedro, patchouli).

ALTA – CABEÇA MÉDIA – CORAÇÃO BASE - RAIZ

Óleos Leves Óleos Medianos Óleos Densos


Rápida Evaporação Média Evaporação Lenta Evaporação – 5 a 8
horas
São as primeiras a Efeitos balanceadores,
exalarem o aroma equilibradores, harmoniza São fixadoras e favorecem
e nivela. uma evaporação
Tendem a dissipar
progressiva dos demais
rapidamente – 10 a 20 Tempo de evaporação – 3
aromas.
minutos horas em média
Favorecem a conexão com
Animam, estimulam a
a realidade.
mente, energizam e
revigoram, Acalmam, sedam, relaxam
e estabilizam.
Embora a dosagem dos óleos essenciais seja feita em gotas, estamos falando de um
extrato altamente concentrado, por exemplo, para 1 gota de óleo essencial é preciso
em média 30 xícaras da planta, isso justifica o alto custo de alguns óleos, como é o caso
do óleo essencial de rosas (2ml – R$350,00 em média), e também serve de alerta, com
a quantidade a ser utilizada, para isso faz-se necessário a formação em aromaterapia ou
o serviço de consultoria com um profissional qualificado, além da utilização de óleos
essenciais 100% puros, com boa procedência, diluídos e externamente (na pele ou no
ambiente).
Qualquer óleo essencial deve ser envasado em recipiente de vidro escuro (âmbar
ou cobalto – azul), ter o conta gotas fixado ao vidro (para diminuir ao máximo o contato
do óleo com o meio externo e preservar sua qualidade), na etiqueta além do nome
popular, o nome científico, deve ser referenciado o prazo de validade, farmacêutico
responsável, registro na ANVISA e o mais importante deve estar escrito: óleo essencial
puro.

http://harmoniearomaterapia.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/03/Rótulo-OE-
com-marcações-768x541.png

DIFERENÇA DO ÓLEO ESSENCIAL E DA ESSÊNCIA

O óleo essencial é uma vertente da medicina botânica, e contém mais de 300 compostos
químicos diferentes, atuando como um fitoterápico, nas funções fisiológicas do corpo,
e a nível comportamental (mental e emocional). Por exemplo, o óleo essencial de
gerânio é um regulador hormonal, muito utilizado em problemas de pele. Na saúde da
mulher, trabalha a percepção do feminino, além de diminuir os sintomas da Tensão Pré-
Menstrual (TPM).
Já a essência, diferencia-se pelo preço acessível, mas é um composto químico elaborado
em laboratório, 100% sintética, e a sua função é imitar o aroma de plantas, frutas,
chocolate, etc. Além de não produzir efeitos terapêuticos podem gerar alergias
respiratórias e de pele.

ÓLEO ESSENCIAL ESSÊNCIA

ORIGEM Natural Sintética

COMPOSTOS QUÍMICOS Em média 300 por gota de Em média 100 por gota de
óleo essencial. essência.

OBTENÇÃO Destilação Elaborada em laboratório.

UTILIZAÇÃO Aromatização de Apenas aromatiza o


ambientes, uso tópico ambiente

EFEITOS FISIOLÓGICOS Terapêutico, produz Não possui efeitos


efeitos fisiológicos e efeitos terapêuticos, em excesso
comportamentais. pode provocar alergias.

PREÇO Alto investimento Mais acessível

ASPECTOS DA Vidro escuro (âmbar ou Embalagem plástica ou de


EMBALAGEM azul cobalto), tampa com vidro transparentes,
fechamento de rosca, com líquido colorido (azul,
conta gotas, visando evitar verde, rosa), aromas
o contato do óleo com o diferenciados que não
ambiente, rótulo com podem ser destilados
informações indicativas (champagnhe, chocolate,
como demonstrado na morango, bambu, brisa do
figura indicativa de uma mar, etc.), rótulo simples e
empresa de aromaterapia. objetivo, geralmente
Além de constar o registro etiqueta apenas com o
nos órgãos públicos como a nome, sem registro de
ANVISA. órgãos públicos como a
ANVISA.

Ou seja, se o nosso objetivo é promover uma melhora terapêutica, iremos optar pelos
óleos essenciais que atuarão a nível fisiológico e psicológico promovendo uma
abordagem terapêutica multidirecional. As essências só dão cheiro e ainda podem
promover reações alérgicas e resultados indesejados na pele.
Apesar de terem diferenças específicas é comum os profissionais que estão iniciando a
atuação com aromaterapia, confundirem óleo vegetal com óleo essencial. Vamos ver a
diferença:

Ambos são amplamente utilizados na Aromaterapia, mas cada um tem sua função
específica, confira abaixo algumas características gerais:

ÓLEO ESSENCIAL

- Extrato volátil aromático.


- Altamente concentrado.
- Extraído de partes aromáticas de plantas (folhas, flores, cascas, sementes, cascas de
frutas, raízes).
- Possui efeitos terapêuticos sistêmicos (analgésico, termogênico, vasodilatador,
drenante, relaxante, bactericida, fungicida, etc...)
- Atua no comportamento e nas emoções, produzindo efeitos no Sistema Límbico.
- Precisa ser diluído em veículo carreador (creme, gel, óleo vegetal, etc...)
- Também conhecido como ativo aromático.

ÓLEO VEGETAL
- Óleo Hidratante e Carreador, no qual os óleos essenciais são diluídos.
- Extraídos geralmente de sementes e frutos altamente nutritivos (semente de uva,
amêndoa, abacate, coco, gergelim, etc).
- Rico em vitaminas.
- Usado para hidratar a pele do corpo, face e cabelos.
- Favorece o deslizamento nas manobras de massagem.
- Não possui aroma notório ou que impeça a associação dos óleos essenciais.
- Favorece a permeação dos ativos.
- Alguns são usados também na culinária.

Ambos devem ser envasados em vidro de preferência escuro, por serem vegetais,
naturais e sem aditivos sintéticos, podem oxidar rapidamente em contato com a luz e o
ar.

DILUIÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais devem ser diluídos em óleos carreadores, já que estes, além de
conter vitaminas, proteínas e sais minerais, são o veículo perfeito para a diluição e
absorção pela pele. Por serem hidratantes e conterem nutrientes são usados para diluir
os óleos essenciais na aplicação de MASSAGENS e BANHOS. Faça uso seguro de Óleo de
amêndoas doces ou Óleo de semente de uva. Loções e cremes base vegetal sem aroma,
também são apropriados para estas práticas.

Segundo Vera Guedes, a quantidade de óleo essencial considerada segura para uso varia
entre 0,5 a 5%, dependendo das condições da pessoa e também de seu tamanho e peso:

3,5% - 7 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador.


4 % - 8 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador.
4,5% - 9 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador.
5 % - 10 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador.
Exemplos: 1,5% de óleo essencial poderão ser diluídos em:
10 ml de carreador: usar 3 gotas do óleo de tratamento.
50 ml de carreador: usar 15 gotas do óleo de tratamento.
100 ml de carreador: usar 30 gotas do óleo de tratamento.
200 ml de carreador: usar 60 gotas do óleo de tratamento.

Considerações importantes:
Tratamento facial - 0.5%
Crianças e Idosos - 1%
Adulto em geral - 2%
Condições aguda - 3%
Pessoas acima do peso - até 5%

Para uso em cosméticos, o % de diluição é o mesmo, porém os veículos podem ser


variados, indo além da possibilidade do óleo vegetal. Séruns, tônico, gel, creme,
shampoo, etc... A única recomendação é de que visando uma melhor performance de
permeação e interação com os tecidos objetivados os veículos precisam ser
biocompatíveis, orgânicos, naturais ou ecológicos.
Segue um exemplo de diluição para proporções diferentes de veículo, respeitando as
doses de segurança. Reforçando apenas que se a escolha for creme deve-se substituir
ml por gr.
"Segurança e diluição são indissociáveis. Um bom exemplo,
para evitar o risco de alergia da pele, o óleo essencial de
Cravo (bud) deve ser utilizado em baixa porcentagem
0,5%, o óleo essencial de Manjericão Santo (Holy Basil) em
até 1%. Para evitar o risco de fototoxicidade, o óleo
essencial de Limão não deve ser usado mais do que 2%,
enquanto o óleo de Grapefruit poderá ser diluído em até
4%. Saber como calcular diluições é crucial para a prática
segura de aromaterapia. Dizer "diluir antes de utilizar os
OE na pele" não é o aceitável - se trata de uma informação
insuficiente. Você precisa saber que diluições são seguras e
como calculá-las" Robert Tisserand

Óleos essenciais de Lavanda, Camomila Romana, Laranja Doce, Cedro, Pinho, são
exemplos de óleos essenciais considerados seguros que podem respeitar essas questões
de diluição. Podendo ser usados até com 1,0% de diluição para procedimentos faciais (2
gotas em 10ml de base carreadora), como os óleos de Mirra, Sândalo, Patchouli, Ho
Wood, Camomila Romana, Cedro, Cipreste.
Já alguns óleos essenciais possuem contraindicações desconhecidas como o Nardo,
Galbano, Néroli, Petitgrain, Tangerina, Vetiver e devem ser usados dentro da diluição de
segurança e serem observados dentro do período terapêutico.
O tão conhecido óleo essencial de Melaleuca usado na estética e na podologia, muitas
vezes puro na pele, se for usado em concentrações acima de 5% é alergênico e
desequilibra a função barreira, causando ressecamento e hiperqueratose a longo prazo.
Mesmo sendo seguro, deve ser diluído antes de usar na pele.
Outra coisa que precisa ser levada em consideração ao uso dos óleos essenciais na
formulação são as especificidades de cada óleo. Pelos riscos de alergenicidade ou de
toxicidade, alguns terão limites de % de diluição como:

Cardamomo – por conter 1,8 cineol que é um componente que causa broncoespasmos,
contraindicado para quem tem asma e crianças com menos de 2 anos (esse componente
também está em grande quantidade nos óleos essenciais de eucalipto glóbulos e
alecrim).

Hortelã Pimenta – contêm 30% de cetonas, contraindicado para crianças, gestantes,


lactantes.
Jasmim – só deve ser usado em concentração máxima de 0,7%, pois aumenta a pressão
arterial.

Laranja Amarga – diluição máx 1,25%. É Fototóxico, pelo componente furanocumarina


(presente também no limão siciliano e tahiti).

Lemongrass - Interage com alguns medicamentos (anfetanil, metadona, tamoxifeno e


hipoglicemiantes) e é irritativo, usar no máximo até 0,7% (o óleo de Litsea Cubeba
também apresenta as mesmas características por fazer parte da mesma família
botânica)

Manjericão – pode irritar a pele em concentrações acima de 3%.

Angélica – É Fototóxico, usar no máximo 0,8%.

Isso sem fazer em óleos essenciais suja diluição de segurança não chega nem uma gota
em protocolos faciais, o que interfere diretamente na quantidade de base a ser usada.
Como no caso da BERGAMOTA (0,4%), do EUCALIPTO (0,25%), do CRAVO (0,1%) e da
CANELA (0,1%).

Use com consciência!

A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA COM O FARMACÊUTICO


Como no universo da estética e da cosmética as novidades são constantes não basta
você estar alinhado com as novidades, se a farmácia que você vai fazer suas indicações
não se atualiza e traz os ativos e insumos que você precisa.
Isso se aplica para tudo, fitoterápicos, óleos essenciais, essências florais, ativos
cosméticos e nutricosméticos. O farmacêutico por meio de suas competências e
habilidades profissionais irá auxiliar você profissional a fazer as melhores composições
definindo a melhor base, proporções, sensorial e embalagens específicas para as suas
formulações terem a melhor performance.

Siga sempre essas dicas para não errar:


1. Personalização das formulações de acordo com as necessidades de cada
paciente.
2. Definições de bases, conservantes e quais ativos são mais adequados.
3. Embalagens, ph e concentração (%).
4. Sensorial e apresentação do produto final.
5. Escolha um farmacêutico especialista em cosmetologia e que se atualize com
frequência, trazendo esses ativos e novas tecnologias para a farmácia.

Qual é a melhor opção para o paciente/cliente? O cosmético industrializado ou


manipulado?

Antes que você possa tomar suas decisões acompanhe os aspectos positivos e negativos
de cada tipo de cosmético.

Veja o cosmético manipulado:

POSITIVOS NEGATIVOS
Personalização Limitação de indicação de acordo com a
competência profissional
Ajuste individualizado de pH, dosagem, Controle de qualidade pode ser falho
base e conservante

Autonomia profissional Novidades depende do farmacêutico

Formulações puras e exclusivas Baixa validade (3 meses em média)

A embalagem pode ser escolhida A responsabilidade final é do prescritor

Infinitas possibilidades Difícil rastreabilidade


Altos riscos de contaminação
Impossível produzir teste de eficácia,
estabilidade e etc. pra cada formulação.
Difícil associar alta tecnologia cosmética, sem
refletir no valor final

E agora o cosmético industrializado:


POSITIVOS NEGATIVOS
Fácil acesso Não permite personalização*
SAC Sua eficácia refere a estudos gerais
Controle de Qualidade, Teste de Eficácia, Alguns componentes podem ser alergênicos ou
Reprodutividade xenobióticos
Estabilidade $ agregado da marca
Baixa Contaminação Poucas opções para gestantes, lactantes e
puérperas

Fácil Rastreabilidade Novidades produzidas de acordo com nicho de


mercado.

Maior prazo de validade

Manejo de resíduos

Propostas Eco-Ambientais

Ou seja, a resposta é depende, o cosmético industrializado é produzido em escala


respeitando as etapas e as evidências científicas de um perfil geral que define as
especificidades de um cosmético (p.ex. cosméticos para a acne). Como eles são mais
específicos, você provavelmente vai precisar de alguns cosméticos para cuidar de uma
pele com problemas diversos (p.ex. acne e desidratação).
Já o cosmético manipulado permite a personalização para cada pele e paciente, você
pode fazer um hidratante com ativos secativos e anti-inflamatórios para a acne (p.ex.).
Pacientes gestantes e com a pele sensibilizada permite que você em parceria com o
farmacêutico indique formulações seguras e indicadas, como ácidos para clareamento
e até mesmo hidratantes específicos com bases menos irritativas.
Além disso você consegue alinhar com o farmacêutico bases biocompatíveis,
conservantes menos irritativos ou que não tenham efeito como disruptor endócrino,
definir ph, dosagem (%) específicas de acordo com os seus objetivos.
Para encerrarmos nosso módulo, deixo como sugestão alguns modelos de indicações
terapêuticas para serem usadas nas suas indicações estéticas. Foi um prazer passar esse
módulo em vossa companhia, estou à disposição caso precise nos contatos disponíveis
no início desse material didático.
REFERÊNCIAS

GERALDO BRASILEIRO FILHO. Bogliolo Patologia. 9 Ed. 2016.


ELAINE GUIRRO, RINALDO GUIRRO. Fisioterapia Dermato-Funcional. 2010.
PEYREFITTE G., CHIVOT M., MARTIN M.C. Cosmetologia, Biologia Geral, Biologia da Pele.
2013
MARIA PAULINA KEDE, OLEG SABATOVICH. Dermatologia Estética. 2Ed. 2009
GUYTON A.C. Tratado de Fisiologia Médica. 2002
ADILSON COSTA. Tratado Internacional de Cosmecêuticos. 2012.
MARSHALL W., LAPSEY M., DAY A., AYLING R. Bioquímica Clínica, 3 Ed., 2016.
PAMELA C. CHAMPE, RICHARD A. HARVEY. Bioquímica Ilustrada, 5 Ed., 2012.
AULTON M. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2Ed. 2005.
SOUZA V.M, JUNIOR D.A. Ativos Dermatológicos. Ed.Esp. 2009.

SITES
Home - Editora CIA Farmacêutica (ciafarmaceutica.com.br)

Galena Farmacêutica - Vida saudável, longevidade e beleza.

Biotec | (biotecdermo.com.br)

Florien Fitoativos | Distribuidora de insumos, especializada em fitoterápicos.

CURSOS PARA SE ESPECIALIZAR

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Ivone Moser – Estética por saúde, sempre!


MODELO DE INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

Logo, Nome do Profissional,


titulação e n° do
conselho/associação/ sindicato.

Área em branco, onde as indicações


serão escritas.

Meios de contato, endereço, telefone,


e-mail, site.

O profissional pode personalizar esse documento para preenchê-lo em computador e


imprimir com as orientações digitadas (o que facilita a compreensão), depois apenas
carimba e assina, antes de entregar ao cliente.
Independente do produto ou procedimento a ser indicado o profissional deve ler este
documento na presença do cliente em voz alta e dependendo do procedimento a ser a
realizado o profissional pode solicitar por exemplo que o cliente assine uma cópia de
ciência para procedimentos minimamente invasivos como o microagulhamento,
micropigmentação e peelings, nos quais o profissional orienta cuidados pós
procedimento que irão interferir no sucesso do tratamento.
Segue uma sugestão de termo de ciência a anexado na ficha de avaliação do cliente ou
em uma via da indicação terapêutica:
“ Eu ____________________________ estou ciente de que as orientações descritas
neste documento esclarecem as medidas preventivas e de cuidado para que o meu
tratamento tenha o resultado esperado, me comprometo a segui-las de acordo com a
orientação recebida pela profissional. No descumprimento de uma ou mais etapas, as
alterações inestéticas que poderão ocorrer em consequência de minha conduta, são de
minha inteira responsabilidade.
Nome, RG e Assinatura”

Prezada Aline Vasconcelos Duarte*

ORIENTAÇÕES PÓS MICROPIGMENTAÇÂO

• Evitar banhos de sol por até completa cicatrização, usando protetor solar na região e
evitando, ao máximo, o calor (inclusive do secador);

•Não molhar nas primeiras 48 horas a área das sobrancelhas;

•Para higienizar a área, somente soro fisiológico ou água boricada em compressas geladas
pelo menos 2 vezes ao dia nas primeiras 48 horas;

•Não usar sabonete líquido ou qualquer outro produto para lavar ou higienizar o local nas
primeiras 48h;

•Sempre higienize suas mãos antes de qualquer procedimento no local que foi pigmentado
enquanto estiver em fase de cicatrização;

•Passar a pomada _____________ pelo menos 4 vezes ao dia, para manter a área
hidratada.

•Use um produto cicatrizante líquido ou sólido por 5 a 7 dias (2 x ao dia);

•Após o segundo dia, lavar o rosto somente com sabão neutro no máximo 2 vezes por dia;

•Não faça esfoliação com intuito de ajudar a remover as crostas e não coce a área que foi
pigmentada;

•Não usar sauna, não frequentar piscina e mar, nos primeiros 15 dias;

•Não usar maquiagem até a completa cicatrização;

•Não utilizar cremes com ácidos no local;

•Não ingerir bebidas alcoólicas por 15 dias.

*Nome fictício
MODELO DE INDICAÇÃO DE COSMÉTICO

Sra. Vanessa Oliveira Costa* Nome do cliente

Indicação Terapêutica

Especificações do cosmético –
1 – Sérum Hidratante Bio Intensive Care – 30 ml - Bioage
marca, peso.
Recomendação: Aplicar na pele limpa 1 gota em cada área do rosto,
pescoço e colo 2 vezes ao dia (de preferência manhã e noite) por tempo
indeterminado.

2 – BB Cream Hidracolors – Toque Seco/Oil Free – 60gr - FPS 50 – PPD 17


- Arago

Recomendação: Testar a cor do fotoprotetor com a pele limpa e na


região mandibular. Aplicar na pele limpa de face, pescoço e colo o Orientações de como utilizar e
equivalente a uma colher de sobremesa de maneira uniforme, esperar
tempo de tratamento.
completa secagem para aplicação da maquiagem. Reaplicar a cada 3
horas, também no período noturno, por tempo indeterminado.

03/05/2020 Carimbo, Data e Assinatura do


profissional

*Nome fictício

A indicação do homecare ainda é um desafio para profissionais, que não possuem


estratégias de venda e marketing. Uma possibilidade é ter uma loja associada a clínica
ou revender os cosméticos. Assim que o cliente sair da cabine com o protocolo de
tratamento definido, você já pode oferecer os produtos em sequência, se o cliente tiver
fechado o tratamento e tiver os objetivos do tratamento bem definidos, a chance dele
aderir ao homecare é maior.
O cliente precisa entender o propósito do cosmético indicado, e os motivos pelos quais
ele não pode substituir por um cosmético semelhante que ele já tenha em casa. Para
isso o profissional, precisa fazer o papel de educador e explicar as etapas do homecare
que irão garantir o sucesso do tratamento.
Porém a indicação do cosmético ideal irá depender de uma série de fatores:
- Conhecimento de cosmetologia.
- Conhecimento dos ativos cosméticos e possíveis interações com outros cosméticos.
- Escolha do tipo de cosmético alinhado com o tipo de pele do cliente.
- Indicação do cosmético alinhado com a condição financeira do cliente.
- Acessibilidade ao produto.
- Etapas de aplicação.
- Conscientização das consequências de não usar protetor solar (p.ex.).

Participar de Congressos e Workshops promovidos pelas empresas é a melhor forma de


se manter atualizado e por dentro das novidades dos cosméticos. Hoje além dos ativos
nanoencápsulados o que irá garantir melhor permeação e atuação no tecido pretendido,
ativos sensíveis são estabilizados, como é o caso da Vitamina C, além de potentes efeitos
anti-poluição (prevenindo a oxidação celular e a glicação), e o melhor estão mais
semelhantes ao manto hidrolipídico, sendo conhecidos como Cosméticos
Biocompatíveis como vimos anteriormente. Faça suas escolhas conscientemente!
MODELO DE INDICAÇÃO DE NUTRACÊUTICO / POLIVITAMÍNICOS /
NUTRICOSMÉTICOS

Sra. Vanessa Oliveira Costa* Nome do cliente

Indicação Terapêutica

1 – Tratamento para Flacidez ------------------------ 180 cápsulas


Especificações do cosmético –
Exsynutriment® ------------------------------------------- 100mg marca, peso.
Vitamina C ------------------------------------------------- 250mg

Colágeno Hidrolisado ----------------------------------- 500mg

Recomendação – Tomar 1 cápsula com um pouco de água 2 vezes ao dia


logo após as refeições principais, durante 3 meses. Orientações de como utilizar e
tempo de tratamento.

03/05/2020
Carimbo, Data e Assinatura do
profissional

*Nome fictício

As empresas que possuem mg específica para ativos patenteados orientam com relação
a dose máxima e mínima dependendo do objetivo terapêutico. Fique atento para não
utilizar ativos que são contrários na mesma formulação (anti-inflamatórios com
aceleradores do metabolismo, p.ex.), defina um objetivo terapêutico, siga-o dentro da
evolução do cliente e depois mude o protocolo e os objetivos. Ações antagônicas se
anulam e resultam em resultados ineficazes.
Vale lembrar que existem no mercado tamanhos específicos de cápsulas relacionadas a
sua capacidade. Veja abaixo um esquema da capacidade geral de cápsulas gelatinosas
duras, do tamanho 000 a 4. Os valores que estiverem acima dessas referências virão
com manipulações de 2 cápsulas (por exemplo) para cumprir com a mg de cada ativo
solicitado. O que pode gerar confusão na cabeça do cliente no momento de tomar as
cápsulas que ao invés de serem 2 por dia, serão 4.
Outra questão importante é o crescimento constante de pacientes que são adeptos ao
vegetarianismo, para eles as cápsulas de gelatina não são recomendadas por serem de
origem animal, podendo ser substituídas por cápsulas de tapioca (Tapiocaps), porém
você precisa solicitar ao farmacêutico essa especificidade.

CAPACIDADE DAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS

Tamanho da Volume (mL) Peso (mg) Qtde de princípio ativo


cápsula usualmente empregada

000 1,37 mL Acima de 1000mg Acima de 750mg


(750mg) *

00 0,95 mL (500) * a 1000mg Entre 351 a 500mg

0 0,68mL (400) * a 500mg 251 a 350mg

1 0,50mL (350) * a 400mg 151 a 250mg

2 0,37mL (250) * a 300mg 50 a 150mg

3 0,30mL (200) * a 300mg Até 50mg

4 0,21mL (126) * a 252mg Até 5mg

Fonte: http://magistralfarma.blogspot.com.br/2010/03/manipulacao-de-formas-
farmaceuticas_22.html
MODELO DE INDICAÇÃO DE COSMÉTICO MANIPULADO

Sra. Vanessa Oliveira Costa*


Nome do cliente
Indicação Terapêutica

1 – Shampoo Capilar Antiqueda

Shampoo Base q.s.p. ------------------------------------ 200ml

Rosmarinus Officinales oil ----------------------------- 5% Especificações do cosmético –


Extrato vegetal de Camellia sinensis ---------------- 5%
marca, peso.

Ph de estabilidade – 4,5

Recomendação: Lavar os cabelos em dias intercalados 2 vezes, deixando a espuma da


segunda lavagem agindo por 5 minutos antes de enxaguar. Condicionar as pontas do cabelo
como de costume.

2 – Tônico Antiqueda

Solução álcool free qsp --------------------------------- 120mL

Nanofactor® aFG ----------------------------------------- 1%

Nanofactor® VEGF --------------------------------------- 1% Orientações de como utilizar e


Nanofactor® IGF ------------------------------------------ 1% tempo de tratamento.
Capillisil HC ------------------------------------------------- 2%

Cooper peptídeo ------------------------------------------ 1%

Menta piperita oil ----------------------------------------- 2%

Recomendação: Aplicar diariamente no couro cabeludo com o auxílio de um borrifador ou


um algodão úmido com água. Dividir o cabelo em faixas com o auxílio de um pente.
Carimbo, Data e Assinatura do
03/05/2020 profissional

*Nome fictício

CREME LANETTE - BASE

O creme aniônico (Lanette), é uma composição de álcoois graxos superiores e alquil sulfato,
hidratante e emoliente, de baixa oleosidade, de toque suave à alta resistência aos princípios
ativos que requerem veículos com este caráter. É compatível com todos cosméticos e
farmacêuticos que toleram emulsões aniônicas.

Composição: Ceras Auto-Emusionantes, Propilenoglicol, Triglicérides do Ácido Cáprico,


Metilparabenos, Propilparabenos, Imidazolidinil Uréia, Dimeticone, BHT, EDTA Dissódico e Água
Deionizada.
Utilização/Incorporação: Uréia, Hidroquinona, Ácido Salicílico, Alfa Hidroxiácidos, Vitaminas
Lipossolúveis, Óleos Vegetais, Extratos Vegetais, Corticoides, Ácido Retinóico, Coaltar, Ictiol,
Enxofre e outros Princípios Ativos Terapêuticos.

GÉIS

Os géis têm sido muito usados como bases dermatológicas pois possuem bom espalhamento,
são não-gordurosos e podem veicular vários princípios ativos hidrossolúveis e lipossomas. São
mais usados para as peles mistas ou oleosas. O gel-creme são emulsões contendo alta
porcentagem de fase aquosa e baixíssimo conteúdo óleos, estabilizadas pôr colóide hidrófílico.
São também chamados de cremes oil-free. Trata-se de uma preparação que tem sido
largamente utilizada, pois em um gel-creme é possível veicular substancias lipossolúveis, tais
como filtros solares, princípios ativos oleosos, sem que o produto final deixe na pele uma
sensação gordurosa. Podem ser usados em todos os tipos de pele.

Existem várias substâncias que podem formar géis sendo que as mais empregadas como bases
em cosmiatria são: o polímero carboxivinílico (Carbopol 940) fornecido na forma ácida e
neutralizado durante a preparação com uma base, gerando géis com maior viscosidade e pH
entre 6,5 e 7,5; e a hidroxi-etil-celulose (gel de Natrosol) que em concentração adequada
intumesce com a água formando géis de consistência média e de característica não-iônica.

Gel hidrofílico é uma preparação semi-sólida composta de partículas coloidais que não se
sedimentam (ficam dispersas). Geralmente, as substâncias formadoras de géis são polímeros
que, quando dispersos em meio aquoso assumem conformação doadora de viscosidade à
preparação.

O gel não iônico é compatível com a maior parte dos ativos hidrossolúveis usados em cosmiatria,
como o ácido glicólico, que devido ao seu pH muito ácido é incompatível com o gel de Carbopol,
porém não é compatível com ativos lipossolúveis como os óleos essenciais.

O QUE SIGNIFICA Q.S.P.

q.s.p., em química, é a abreviação de 'Quantidade Suficiente Para'. Em Latim, Quantum Satis


para. Este termo é utilizado quando não se tem uma quantidade suficiente de um veículo líquido
ou sólido, ou este varia, para se completar um determinado volume ou massa de uma
formulação. Muito comumente o veículo líquido que completa uma solução é a água, mas pode
ser também um outro solvente como o álcool ou éter. Em sólidos, como nos comprimidos ou
pílulas usa-se por exemplo o amido e o talco, como veículos sólidos. No caso da água como
veículo esta deverá ser destilada, deionizada, desmineralizada, e existe ainda a água Milli-Q.
Estes tipos de água passam por processos que retiram grande parte dos materiais suspensos,
dissolvidos e microrganismos, pois estes podem prejudicar a qualidade do produto final.
Sra. Vanessa Oliveira Costa*
Nome do cliente
Indicação Terapêutica

1 – Creme Hidratante preventivo de estrias para gestantes após o 1° trimestre.

Creme Base Lanette q.s.p. ------------------------------------ 120gr

Rosa rubiginosa vegetal oil ----------------------------------- 5% Especificações do cosmético –


Prunus amigdalus dulcis vegetal oil ------------------------ 10% marca, peso.
Lavandula alternifólia oil -------------------------------------- 1,5%

f.s.a: Acondicionar o cosmético em bisnaga.

Recomendação: Passar 2 vezes ao dia, de preferência após o banho, nas regiões Orientações de como utilizar e
de mamas, abdome, costas, glúteos e interno de coxas até completa absorção.
tempo de tratamento.

03/05/2020

Carimbo, Data e Assinatura do


profissional

*Nome fictício

O QUE SIGNIFICA O TERMO F.S.A.


Nas formulações o termo f.s.a. refere-se a uma orientação ao farmacêutico: “faça
segundo a arte”, e trata-se de orientações específicas solicitadas pelo profissional que
orientam a forma de apresentação do produto manipulado seja o seu
acondicionamento, armazenamento, conservantes, etc.
REFERÊNCIAS:

TEIXEIRA, João Batista Picinini & SANTOS, José Vinicius dos. FITOTERÁPICOS E INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS.

Silveira PF, Bandeira MAM, Arrais PSD. Farmacovigilância e reações adversas às plantas
medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de farmacognosia Brazilian Journal
of Pharmacognosy 18(4): 618-626 Out./Dez. 2008.

Nicoletti MA, Oliveira Júnior MA, Bertasso CC, Caporossi PY, Tavares APL. Principais interações
no uso de medicamentos fitoterápicos.

Bandeira, M.A.M. Plantas Medicinais em Versos: Guia para o desenvolvimento das ações
educativas do Projeto Farmácias Vivas. Fortaleza: Projeto Farmácias Vivas, 2009, 59p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Práticas Integrativas e Complementares; Plantas Medicinais e Fitoterapia na Atenção Básica/
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica – Brasília:
Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 971 de 3 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde Diário Oficial
[da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2006.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário


Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2006.

MATOS, F. J. A., BANDEIRA, M.A.M.. Manual de Orientação Farmacêutica sobre Preparação de


Remédios Caseiros com Plantas Medicinais. Fortaleza: Projeto Farmácias Vivas, 2010, 40p.

MATOS, F. J.A.. Plantas Medicinais: Guia de Seleção e emprego de Plantas usadas em


Fitoterapia no Brasil. 3. Ed. Fortaleza: Ed. UFC, 2007. 263p.

DAVIS,Patrícia: Aromaterapia. São Paulo: Martins Fontes. 1996.


PRICE, Shirley Aromaterapia para doenças comuns. São Paulo. Ed. Campus 2001.

TISSERAND, ROBERT. A arte da Aromaterapia. Ed Pensamento. 2000.

MALUF, Sâmia. Aromaterapia: uma abordagem sistêmica. São Paulo: Ed. do Autor.
2008.

Bolander FF (2006). "Vitamins: not just for enzymes". Curr Opin Investig Drugs. 7 (10): 912–5.
PMID 17086936.

Rohde LE; de Assis MC; Rabelo ER (2007). "Dietary vitamin K intake and anticoagulation in
elderly patients". Curr Opin Clin Nutr Metab Care.

Tolerable Upper Intake Levels For Vitamins And Minerals (PDF), European Food Safety
Authority, 2006

Price, Catherine (2015). Vitamania: Our obsessive quest for nutritional perfection. Penguin
Press. ISBN 978-1594205040.

Código de Ética Médica, instituído pela Resolução CFM nº 1.931/2009, disciplina o exercício da
profissão médica e delimita direitos, deveres e responsabilidades a ela concernentes.

Lei Nº 7.498, de 25 de junho de 1986 - Dispõe sobre a regulamentação do exercício da

Enfermagem e dá outras providências.

Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998 - Aprova o Regulamento Técnico sobre

substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

Resolução RDC nº 87, de 21 de novembro de 2008 - Altera o Regulamento Técnico sobre

as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias.

Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 417, de 29 de setembro de 2004,


que aprova o Código de Ética da Profisão Farmacêutica.

Resolução nº 20, de 05 de maio de 2011 - Dispõe sobre o controle de medicamentos à

base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou

em associação.

Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 586, de 29 de agosto de 2013 -

Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.

Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014 - Dispõe sobre atos do profissional biomédico

com habilitação em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este profissional

para fins estéticos.

Resolução CFN nº 390/2006 – DOU de 22/11/2006 - Regulamenta A Prescrição Dietética

De Suplementos Nutricionais Pelo Nutricionista e dá Outras Providências.

Sites consultados:

http://magistralfarma.blogspot.com.br/2009/02/creme-lanette-farmacotecnica-aplicada.html
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/poster_fitoterapicos.pdf
http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/drgvege.pdf
http://ibeco.com.br/blog/prescricao-estetica-quem-pode-faze-la/

http://www.newbase.com.br/blog/2017/12/15/prescricao-estetica-os-pilares-da-beleza/

http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes

www.esteticaemdebate.blogspot.com.br
Literaturas técnicas. Disponível em www.pharmaspecial.com.br
Literaturas técnicas. Disponível em www.vitalespecialidades.com.br
Literaturas técnicas. Disponível em www.biotecdermo.com.br
Literaturas técnicas. Disponível em www.galena.com.br

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