Você está na página 1de 8

CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO

CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO FINAL
ESTÁGIO EM GESTÃO DE MEDICAMENTOS

ALUNO: SUMAYRA PEREIRA DINIZ

MANAUS – 2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DE FARMÁCIA

RELATÓRIO FINAL
ESTÁGIO EM GESTÃO DE MEDICAMENTOS

ALUNO: SUMAYRA PEREIRA DINIZ

Preceptor de estágio: Prof. Marly Marques de Melo


Coordenador de curso: Prof. MSc. Jonathas Wellington Alves de Sá
Local de Estágio: Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor
Vieira Dourado FMT-DHD

MANAUS – 2022
1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
Em 1970, dois professores da recém criada Faculdade de Medicina do
Amazonas, Heitor Dourado e Carlos Borborema, apoiados por um grupo de
estudantes, deram início a uma instituição destinada exclusivamente ao diagnóstico e
tratamento das Doenças Tropicais no Amazonas. Denominada inicialmente de Clínica
de Doenças Tropicais. Ela funcionou alguns meses com 8 leitos em um anexo
construído inicialmente para ser a lavanderia do Hospital Getúlio Vargas.
Meses depois, a clínica foi transferida para o pavilhão superior daquele
hospital, onde passou a funcionar com 4 enfermarias de 8 leitos cada. Quatro anos
depois, a pequena clínica atingia outras proporções, mudava-se de endereço e de
nome. Já na nova instalação com 1.600 metros quadrados, na Av. Pedro Teixeira,
Dom Pedro I, adquiriu a nova razão social, denominando-se Hospital de Moléstias
Tropicais, com capacidade para 60 leitos.
Em 1979, subiu mais um degrau, transformando-se em Instituto de Medicina
Tropical de Manaus, destinado a desempenhar três funções básicas: Prestar
assistência à saúde; desenvolver pesquisa científica; contribuir para a formação dos
recursos humanos nas áreas de doenças tropicais. No dia 12 de agosto de 1977,
através do Decreto Governamental No 18.073, a instituição de saúde passou a
denominar-se Instituto de Medicina Tropical do Amazonas - IMT-AM. E, no dia 30 de
dezembro de 1998, a lei, n. 2.528, altera a natureza jurídica da instituição para
Fundação de Medicina Tropical-FMT. O Grupo de alunos que apoiou e deu início ao
serviço de diagnóstico e tratamento das doenças Tropicais no Amazonas, hoje na
direção do órgão, vem acompanhando e contribuindo para a consolidação da
instituição como referência na região do país. O marco expressivo, no entanto,
aconteceu e 1988, quando foi elaborado um plano de expansão e reformulação das
instalações físicas, nas áreas de atuação da fundação. No primeiro estágio, construiu-
se um novo hospital com 4.800 metros quadrados subdivididos em cinco blocos.
Também tem em suas instalações, um ambulatório com 14 consultórios médicos,
laboratórios de análises clínicas automatizado, serviços de hemoterapia,
radiodiagnóstico e ultra-sonografia, que dão suporte a diversas áreas de
responsabilidade da Diretoria de Assistência Médica. O Centro de ensino e pesquisa
com 4.000 metros quadrados de área construída, desenvolve suas atividades através
da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Controle de Endemias e demais. Atualmente está
denominada Fundação de Medicina Tropical "Doutor Heitor Vieira Dourado, sendo
considerada centro de referência nacional e mundial para o tratamento de
enfermidades tropicais.
2. CICLO DE ASSITÊNCIA FARMACÊUTICA

Assistência farmacêutica envolve um conjunto de ações voltadas à promoção,


proteção e recuperação da saúde, sendo ela individual e coletiva, tendo o
medicamento como insumo essencial, visando o seu acesso e uso racional. Tais
ações consiste em promover a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de
medicamentos de insumos com a perspectiva para a obtenção de resultados e
melhoria da saúde da população.
O Ciclo de Assistência Farmacêutica é baseada nas etapas de seleção,
programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação. A seleção é
baseada na escolha de medicamentos de acordo com os critérios epidemiológicos,
técnicos e econômicos estabelecidos pela comissão de farmácia e terapêutica. Tem
como principal objetivo contribuir para a promoção do uso racional de medicamentos,
assegurando o acesso de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade.
Na etapa de programação é estimada a quantidade a ser adquirida por um
determinado período de tempo, tem por objetivo identificar quantidade necessária de
medicamentos para o atendimento da demanda da população e evitar compras
desnecessárias. Na etapa de aquisição, se efetiva no processo de compra para suprir
as necessidades em quantidade, qualidade e menor custo efetivo de adquirir
medicamentos. O armazenamento é de acordo com a recepção, ato que verifica se os
medicamentos entregues estão em quantidade e qualidade estabelecida, estocagem é
adequar os produtos em suas respectivas áreas, a conservação é manter os produtos
em condições boas, seguindo os procedimentos técnicos e o controle de estoque com
o objetivo de seguir a aquisição e programação do medicamento para evitar a
superposição do estoque ou desabastecimento do sistema.
Na etapa de distribuição deve garantir rapidez e segurança na entrega, evitando
atraso ou desabastecimento, eficiência e garantindo que os produtos chegarão ao
destinatário na quantidade correta e monitorar sempre esse processo de distribuição.
O início desse processo é a partir de uma solicitação de medicamentos visando
cumprir as necessidades por um determinado período de tempo.
Por fim, a dispensação é o ato do profissional farmacêutico autorizado a
dispensar um ou mais medicamentos ao paciente com a apresentação de uma receita.
É nesse momento que o profissional informa e orienta o paciente o uso racional e
correto desse medicamento.
3. RDC 20 DE MAIO DE 2011

Em função da Resolução RDC nº 20/2011, as farmácias devem registrar a


dispensação de medicamentos antimicrobianos além da retenção da receita.
Salientamos os seguintes itens da resolução acima citado: 1. Para a prescrição de
medicamentos antimicrobianos não há modelo de receita específico. 2. A receita deve
ser prescrita de forma legível, sem rasuras, em 2 (duas) vias e contendo os seguintes
dados obrigatórios: I – identificação do paciente: nome completo, idade e sexo; II –
nome do medicamento ou da substância prescrita sob a forma de Denominação
Comum Brasileira (DCB), dose ou concentração forma farmacêutica, posologia e
quantidade (em algarismos arábicos); III – identificação do emitente: nome do
profissional com sua inscrição no Conselho Regional ou nome da instituição, endereço
completo, telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo); e IV – data de emissão.
Não é necessário a colocação de endereço do paciente na receita. 3. A receita
de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10 (dez) dias a contar da
data de sua emissão. 4. A receita não poderá conter a prescrição de medicamentos
que sejam sujeitos a controle especial. Em função disso ressaltamos que as
prescrições, principalmente que as prescrições, principalmente os pós cirúrgicos, não
devem, conter um antibiótico e um analgésico controlado na mesma prescrição, pois
isso inviabilizará a dispensação de um dos dois medicamentos prescritos, obrigando o
paciente a retornar e solicitar outra prescrição para um dos medicamentos. Demais
medicamentos podem ser prescritos na mesma receita. 5. Não há limitação do número
de itens contendo medicamentos antimicrobianos prescritos por receita. 6. Para
tratamento prolongado a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores
dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão, porém
deverá conter a indicação de uso de contínuo, com a quantidade a ser utilizada para
cada 30 (trinta) dias. 7. No caso de tratamentos relativos aos programas do Ministério
da Saúde que exijam períodos diferentes do mencionado acima, a receita/prescrição e
a dispensação deverão atender às diretrizes do programa.
Os profissionais prescritores devem orientar também a não prescrever
medicamentos de forma abreviada, pois assim dificulta o atendimento podendo gerar
dispensação incorreta dos medicamentos.
4. PORTARIA Nº 344 DE 12 DE MAIO DE 1998

A portaria 344/98 aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e


medicamentos sujeitos a controle especial. Compõem as definições de conceito
relacionado a substâncias e medicamentos, bem como as obrigações legais
relacionadas a produção, uso, transporte, comércio, prescrição e dispensação além
dos medicamentos classificados em lista e em caixas de acordo com as características
comuns aqueles fármacos.
A portaria 344/98 define todos os parâmetros para o fim relacionado aos
medicamentos e substâncias especiais, por isso essa portaria é tão importante.
A notificação da receita é um documento padronizado destinado a notificar os
órgãos responsáveis sobre a prescrição de medicamentos entorpecentes,
psicotrópicos, retinoides e imunossupressores. Esse documento é firmado pelos
profissionais prescritores devidamente qualificados no conselho de classe, sendo eles
médicos, médico veterinário e dentista.
Vale ressaltar que o médico pode emitir notificação da receita para fármacos
de qualquer lista da portaria, sendo que para retinoides de uso sistêmico e
imunossupressores apenas estes profissionais podem emitir notificação da receita.
Licença concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, competente do
Ministério da Saúde, às empresas, instituições e órgãos, para o exercício de atividades
de extração, produção, transformação, fabricação, fracionamento, manipulação,
embalagem, distribuição, transporte, reembalagem, importação e exportação das
substancias constantes das listas da Portaria nº 344 de 12 de maio de 1998 e Portaria
nº 6 de janeiro de 1999 e suas atualizações, bem como medicamentos que as
contenham.
Autorização de Exportação - Documento expedido pela Secretaria de
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS), que consubstancia a
exportação de substâncias constantes das listas "A1" e "A2" (entorpecentes), "A3",
"B1" e "B2" (psicotrópicas), "C3" (imunossupressores) e "D1" (precursores) deste
Regulamento Técnico ou de suas atualizações, bem como os medicamentos que as
contenham. Notificação de Receita - Documento padronizado destinado à notificação
da prescrição de medicamentos: a) entorpecentes (cor amarela), b) psicotrópicos (cor
azul) e c) retinoides de uso sistêmico e imunossupressores (cor branca). A Notificação
concernente aos dois primeiros grupos (a e b) deverá ser firmada por profissional
devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina, no Conselho Regional de
Medicina Veterinária ou no Conselho Regional de Odontologia; a concernente ao
terceiro grupo (c), exclusivamente por profissional devidamente inscrito no Conselho
Regional de Medicina.

5. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS – SDM

O SDM é o ato de dispensação racional de medicamentos aos pacientes,


através do profissional farmacêutico. A principal característica que o SDM deve
possuir é o uso racional da medicação, a sua eficiência, a segurança e de acordo com
o esquema terapêutico que foi prescrito. Seu objetivo é diminuir erros de medicação
que podem ocorrer o erro de administração, como por exemplo.
Os 4 tipos de dispensação que existe:
 Coletivo; os medicamentos são distribuídos a parti de uma solicitação
da enfermagem, onde não são feitos em nome do paciente, mas sim em nome dos
setores.
 Individualizado; medicamento é dispensado em um único
compartimento contendo a medicação para 24 horas.
 Misto; a dispensação é feita pelo farmacêutico para o serviço de
radiologia, ambulatório, emergência mediante a uma prescrição médica.
 Dose Unitária; é distribuído todos os medicamentos, em todas as
formas farmacêuticas sem a necessidade de transferência ou cálculo por parte da
enfermagem.

6. CENTRAL DE ABASTECIEMENTO FARMACÊUTICO – CAF


A CAF é o local onde é desenvolvida atividades voltadas a logística, onde são
armazenados os medicamentos de acordo com a correta recepção, estocagem e
distribuição. É nela que os produtos comprados serão acompanhados de notas fiscais
e conferidos, será realizado os lançamentos de entrada por meio de sistema
informatizado, recebimento de requisição das unidades assistenciais e realização à
dispensação, distribuição e registro de saída.

7. ATIVIDADES REALIZADAS - CAF

Durante o período de estágio programado foi realizado várias atividades na


Central de Abastecimento Farmacêutico, o CAF. Inicialmente o preceptor e
farmacêutico do setor, apresentou e comentou sobre as atividades que são realizadas
no local.
O armazenamento dos medicamentos é organizado em prateleiras por ordem
alfabética e divididos de acordo com a sua forma farmacêutica. Os termolábeis estão
armazenados em uma geladeira exclusiva para os medicamentos que necessitam de
uma temperatura de 2° C a 8°C. Os medicamentos de controle especial estão
armazenados em um armário fechado.
A primeira atividade a ser realizada foi a separação dos medicamentos
solicitado por uma requisição de material que é impressa a partir do sistema
IDOCTOR. Esse material é separado e dispensado para a farmácia ambulatorial e
hospitalar. A separação ocorre por método de conferência, observando a quantidade,
a data de validade e o lote que vem descrito na embalagem. Quando o material é
entregue ao setor que solicitou, ocorre a conferência tanto do quem está recebendo
quanto ao quem está entregando.
Nas atividades técnico-gerenciais foi realizado a entrada de novos
medicamentos no setor, o produto é conferido através das notas fiscais, observando
as características do produto, quantidade, lote, fabricante e a data de validade. Em
seguida, é feito os lançamentos de entrada por meio do sistema IDOCTOR inserindo
todas as informações recolhidas e em seguida o produto é armazenado no estoque.
Outro sistema utilizado é o AJURI, nele é dado a entrada dos medicamentos com nota
fiscal e enviado pela CEMA. O ECOMPRAS, sistema de compras do estado do
Amazonas, nele é retirado informações dos medicamentos (ata, validade da ata,
disponibilidade para compra do produto), informa o fornecedor, valor unitário do
produto e ID do produto. Nesse mesmo sistema é utilizado para emissão do Termo de
Circunstância de Recebimento – TCR, nele consta as informações do produto, da nota
fiscal, quantidade entregue no CAF, número de empenho e valor da compra
(pagamento da nora fiscal).
A cada três meses é solicitado a comora de medicamentos para o
abastecimento do estoque. Essa solicitação, após ser autorizada pelo diretor, é
enviada para o setor de compras onde é gerada a nota de empenho. A nota de
empenho retorna para o CAF que é enviada para o fornecedor, quando o
medicamento chega é feito todos os tramites no sistema, depois de toso esse
processo o documento é encaminhado para o financeiro. Por fim, para controle as
notas de empenho são arquivadas em uma planilha no excel.

Você também pode gostar