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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

FARMÁCIA HOSPITALAR – 2023.2


Discentes: Danilo Cassio Souza Santos e Islane Andrade Oliveira.

Estudo de Caso 1 – Planejamento e Organização da Farmácia Hospitalar

Charleston Ribeiro Pinto1

Com base na reportagem “Hospital é condenado por erro que deixou paciente em
estado vegetativo” do Portal Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios – TJDFT discuta as questões abaixo:

https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2017/maio/hospital-
e-condenado-por-erro-de-enfermagem-ter-deixado-o-paciente-em-estado-
vegetativo

1. Classifique o Hospital Santa Helena quanto aos aspectos de natureza jurídica,


capacidade ou lotação, natureza de assistência, nível de atenção da assistência, corpo
clínico e sistema de edificação. (ver site
https://www.rededorsaoluiz.com.br/hospital/santa-helena).(2,0)

Natureza jurídica é Sociedade Anônima Fechada. O hospital Santa Helena atende


urgência e emergência de natureza de assistência em Clínica Médica, Pediatria,
Ginecologia, Cardiologia, Ortopedia, Cirurgia Geral. Nível de alta complexidade, mas
também serviços de urgência e emergência, isto é, atenção secundária e terciária,
Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 3 – Acreditado com Excelência.
Sobre capacidade ou lotação, a estrutura cirúrgica do Hospital Santa Helena reúne 11
salas amplas, na UTI Adulto é composta por 53 leitos, sendo eles: UTI Cirúrgica (11
leitos), UTI Neurocardiológica (11 leitos), UTI Clínica: 31 leitos. Na UTI Neonatal é
composta por 16 leitos, atendendo a crianças de 0 -28 dias de vida,já a UTI Pediátrica é
composta por 6 leitos, sendo 1 deles isolamento, atendendo a criança de 29 dias – 14
anos , 11 meses e 29 dias. No que tange ao corpo clínico, como prevê a definição do
Conselho Federal de Medicina como “O Corpo Clínico é o conjunto de médicos de uma
instituição com a incumbência de prestar assistência aos pacientes que a procuram,
gozando de autonomia profissional, técnica, científica, política e cultural”, o Hospital
Santa Helena possui: anestesiologia, Cardiologia; Cirurgia Geral; Cirurgia do Aparelho
Digestivo e Bariátrico; Cirurgia Cabeça e Pescoço; Clínica Médica; Dermatologia;
Endocrinologia; Geriatria; Ginecologia; Hematologia; Infectologia; Nefrologia;
Neurologia; Neurocirurgia e Oncologia. Além disso, no sistema de edificação que este
hospital é classificado como Hospital Geral.

Fontes:

1. ONA. Organização Nacional de Acreditação. Disponível em:


<http://www.ona.org.br/Inicial>. Acesso em: 06 de setembro de 2023.

2. RIBEIRO, M. L. B.; RIBEIRO, DILZA TERESINHA AMBRÓS. Conselho Federal de


Medicina. Parecer CFM, n. 4, 2020.

3. EBSERH, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Regimento do Corpo Clínico Médico do Hospital


Universitário de Brasília – HUB/UnB. Disponível em:
https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/hub-unb
/links/documentos-do-site/regimento-interno-do-corpo-clinico-medico.pdf. Acesso em
06 de setembro de 2023.

2. Considerando que Santa Casa de Misericórdia de Franca – Hospital Geral


possui 200 leitos, Pronto-Socorro 24 horas para adultos e crianças, UTI para adultos,
Pediátrica e Neonatal, Centro Cirúrgico, Maternidade e um Centro Médico que oferece
atendimento em mais de 44 especialidades, apresente uma proposta de estrutura
mínima considerada ideal para o Serviço de Farmácia em termos de ambiente
(dimensões da dispensação; e central de abastecimento farmacêutica – CAF) e de
recursos humanos (número de farmacêuticos). Discuta. Cite as referencias utilizadas.
(4,0)

A Farmácia Hospitalar deve conter uma localização com pontos estratégicos para
facilitar os trajetos e com área de livre circulação para a distribuição e recebimento de
medicamentos. Além disso, existem alguns parâmetros mínimos para o funcionamento
de Farmácia Hospitalar tais como o parâmetro para ambientes, a área física tem que
ter um espaço minimamente suficiente para que torne um local organizado e
adequado para todos os setores, e para isso existem até alguns fatores que
condicionam o espaço necessário. Sobretudo, uma das áreas essenciais é a Central de
Abastecimento Farmacêutico (CAF) na qual garante a correta conservação de
medicamentos ,e a área de dispensação (Tabela 1).
Tabela 1.Parâmetros mínimos para ambiente

De acordo com a superfície recomendada das áreas de um departamento de farmácia,


o m2 da zona de dispensação é aconselhável na sala de espera e recepção de pedidos 6
m2, área de preparação 25m2 e área de armazenamento de carrinho de medicamentos
5m2 .

Na unidade de Farmácia Hospital é obrigatório farmacêuticos durante todo horário de


funcionamento e auxiliares em suas determinadas funções e horários adequados para
cada um. E no parâmetros mínimos para recursos humanos o número de
farmacêuticos e auxiliares dependerá das atividades desenvolvidas no hospital (tabela
2).

Tabela 2.Parâmetro mínimo para Recursos Humanos


Fontes:

1. DE INFECÇÃO HOSPITALAR, Coordenação de Controle et al. Guia Básico para a


Farmácia Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 1994.
2. MOLERO, R.; ACOSTA, M. 1.1. Planificación y organización de un Servicio de
Farmacia. 2006.
3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE FARMÁCIA HOSPITALAR – SBRAFH. Padrões
mínimos para farmácia hospitalar e serviços de saúde. São Paulo, 2017

3. Discuta a responsabilidade do Serviço de Farmácia no incidente que levou a


morte da paciente. (2,0)
Resposta: Em relação a responsabilidade do Serviço de Farmácia, uma das
atribuições de profissionais farmacêuticos e obrigação é analisar a prescrição de
medicamentos quanto aos parâmetros legais e técnicos, tais como: dose,
frequência, horário, via de administração, posologia, tempo de tratamento,
compatibilidade, interações medicamentosas potenciais, reações adversas,
duplicidade, formas farmacêuticas adaptadas à condição clínica do paciente, entre
outros aspectos relevantes. Nesse sentido, analisando o caso, verifica-se que a
paciente o paciente portador de Esclerose Lateral Amiotrófica realizou uma
cirurgia e posteriormente o médico prescreveu soro fisiológico SF 0,9% por acesso
venoso, todavia a técnica de enfermagem administrou soro glicosado 50% e na
segunda bolsa, um técnico de enfermagem mesmo percebendo erro de medicação,
optou por aplicar a bolsa do medicamento errado, isso culminou em hipoglicemia,
convulsão, hemorragia cerebral e internamento em terapia intensiva e morte. Com
base nisso, o Serviço de Farmácia cumpriu as atribuições conforme a prescrição,
uma vez que o Soro Fisiológico tem como função primária o controle do balanço
eletrolítico, pressão osmótica e balanço ácido/base, além de ser seguro ao
paciente. Portanto, por conta desses casos, vale enfatizar a importância do Plano
de Segurança ao Paciente para que todos os profissionais otimizem a terapêutica
dos pacientes, neste caso o Serviço de Farmácia tem como responsabilidade
notificar à farmacovigilância ao identificar o erro de medicação e eventos
adversos além de promover reuniões com educação em saúde, erros evitáveis e
reafirmar a importância da comunicação multiprofissional.
Fonte:
1. Ministério da Saúde (BR). Portaria N° 529, de 1 de abril de 2013. Institui o
programa nacional de segurança do paciente (PNSP). Diário Oficial União. 2 abr
2013.

4. Quais estratégias poderiam evitar o erro de medicação citado na reportagem?


Discuta. Cite as referências utilizadas. (2,0)
Resposta:
Existem diversos erros que culminam em erro de medicação como erro de
dispensação, erro de prescrição, erro de armazenamento, erro de preparo, dentre
outros.
A abordagem sistêmica utiliza duas estratégias amplas para mitigar ou prevenir
erros. A primeira é prevenir a fonte inicial do erro. No entanto, isto nem sempre é
possível. A segunda estratégia é introduzir barreiras para manejar os problemas e
riscos do sistema. Exemplos de estratégias de redução de riscos incluem:
protocolos, listas de checagem, conciliação de medicamentos, revisão da
farmacoterapia, comunicação aprimorada entre indivíduos (paciente, médico,
enfermeiro, farmacêutico) e acesso ampliado a informações importantes do
paciente. A eficácia precisa ser avaliada criticamente em termos de resultados
clínicos, emocionais e econômicos. Estas avaliações formam uma área crescente
de avaliação de tecnologias em saúde.
Outras atividades específicas na prática clínica incluem:

• garantir o acesso a medicamentos seguros e eficazes;


• fornecer informações sobre medicamentos;
• revisar a farmacoterapia;
• coletar o histórico de consumo de medicamentos e promover a conciliação de
medicamentos;
• melhorar a adesão aos medicamentos;
• prestar serviços de saúde e bem-estar;
• otimizar o uso de medicamentos;
• prestar serviços de acompanhamento farmacoterapêutico;
• avaliar o estado de saúde dos pacientes;
• prevenir doenças;
• apoiar o autocuidado a autogestão;
• monitorar o impacto da terapia;
• implementar o cuidado em saúde colaborativo;
• notificar e investigar erros de medicação;
• liderar e coordenar práticas seguras no uso de medicamentos;
• contribuir para políticas e procedimentos em torno do uso seguro de
medicamentos.
Fontes:
1. Segurança do paciente: medicação sem danos – o papel do farmacêutico /
International Pharmaceutical Federation; tradução de Aline de Oliveira Magalhães
Mourão e Mariana Martins Gonzaga do Nascimento. – Brasília: Conselho Federal de
Farmácia, 2021.
2. Ministério da Saúde (BR). Portaria N° 529, de 1 de abril de 2013. Institui o programa
nacional de segurança do paciente (PNSP). Diário Oficial União. 2 abr 2013.

1. Prof. Charleston Ribeiro Pinto preparou este caso. Os casos da disciplina servirão exclusivamente como base para discussão em
classe. A situação neste caso é fictício. Todos os direitos reservados ao autor deste caso.

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