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Brasília, de XX de 2016.
Janeiro de 200
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
Agência Nacional de
Vigilância Sanitária
Diretor-Presidente
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Diretores
José Carlos Magalhães da Silva Moutinho
Fernando Mendes Garcia Neto
Jarbas Barbosa da Silva Júnior
Equipe técnica
Ana Clara Ribeiro
André Anderson Carvalho
Fabiana Cristina de Sousa
Heiko Thereza Santana
Helen Norat Siqueira
Humberto Luiz Couto A. de Moura
Lilian de Souza Barros
Luana Teixeira Morelo
Mara Rúbia Santos Gonçalves
Maria Dolores S. da P. Nogueira
Elaboração
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
Fernando de Sá Del Fiol Conselho Federal de Farmácia – CFF
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
Colaboração
Cleide Felicia de Mesquita Ribeiro – GVIMS/GGTES/ANVISA
Fabiana Cristina de Sousa– GVIMS/GGTES/ANVISA
Humberto Luiz Couto Amaral de Moura – GVIMS/GGTES/ANVISA
Lilian de Souza Barros – GVIMS/GGTES/ANVISA
Magda Machado de Miranda Costa – GVIMS/GGTES/ANVISA
Maria Dolores Santos da Purificação Nogueira – GVIMS/GGTES/ANVISA
Revisão e editoração
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
Glossário
Educação Permanente: Aprendizagem no trabalho, onde o aprender e ensinar
se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho.
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2. OBJETIVO ............................................................................................................... 9
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Diretriz Nacional para o Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
ANEXO III – CHECK LISTA PARA PRESCRIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS.......... 2529
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1. INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, em 2014, o primeiro
relatório global sobre a resistência bacteriana a antimicrobianos 1, concluindo
que ela é uma “ameaça global à saúde pública” e recomendando que sejam
desenvolvidas ações para contê-la, entre as quais programas para uso racional
de antimicrobianos.
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seleção, prescrição e dispensação adequados, até auditoria e monitoramento
das prescrições. Nesse sentido, este documento visa orientar os serviços de
saúde do País como desenvolver seus programas de controle de
antimicrobianos.
2. OBJETIVO
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Deve ser definido um coordenador da equipe responsável por reportar à
direção ou comissão focada na qualidade da assistência as necessidades e
resultados relacionados ao Programa. O coordenador, preferencialmente, deve
ser médico infectologista ou treinado em doenças infecciosas, no uso de
antimicrobianos e em microbiologia clínica, além de estar alinhado com a CCIH
e com a Comissão de Farmácia e Terapêutica (A-III)5.
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A elaboração de protocolos clínicos com base em evidências científicas
e em práticas de consensos é de fundamental importância para orientar as
ações de saúde, tanto de técnicos quanto de gestores. Sendo demostrado que
a adoção de protocolos de uso de antimicrobianos é efetiva na promoção do
uso correto desses fármacos (A-I), e por isso, tal estratégia tem sido adotada
em serviços de vários países.
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síndromes clínicas, estabelecendo a seleção, a dose e duração do tratamento
antimicrobiano:
- Infecções comunitárias:
Pneumonia
Infecções do trato respiratório alto
Infecção do trato urinário baixo/cistite
Pielonefrite
Infecção intrabdominal
Infecção de pele/partes moles
Infecções intestinais
Meningite
Osteoarticulares
Endocardite
- Infecções hospitalares
Pneumonia /traqueobronquite
Infecção do trato urinário
Infecção de sítio cirúrgico
Infecção da corrente sanguínea (inclui as relacionada a cateter venoso
central)
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que podem ser disponibilizados pela farmácia ou obtidos por sistemas
eletrônicos atrelados à prescrição.
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A execução do serviço passa pela tomada de decisão e realização de
intervenções farmacêuticas, registradas formalmente no prontuário ou
formulário oficial e pactuadas com o paciente e a equipe multiprofissional.
•Consumo de antimicrobianos:
Dose Definida Diária (DDD): dose padrão diária, segundo OMS, que é a
dose média diária de manutenção habitualmente usada por um adulto,
para a principal indicação terapêutica daquele antimicrobiano.
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Indicadores de processo:
Consequências indesejadas:
•Infecções por Clostridium difficile
•Taxa de infecção/colonização por microrganismos
multirresistentes
•Taxa de resistência a determinado antimicrobiano
3.1.5 Educação
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Deve permear as ações da equipe assistencial nas unidades de saúde,
possibilitando aos indivíduos o aprendizado e conscientização para o uso de
antimicrobianos.
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qualidade da assistência oferecida ao paciente e na maior chance de sucesso
terapêutico.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5 Dellit TH, Owens RC, Mc Gowan JE, Gerding DN, Weinstein RA, Burke
JP et al. Infectious Diseases Society of America and the Society for
Healthcare Epidemiology of America. Guidelines for developing an
institutional program to enhance antimicrobial stewardship. Clin Infect
Dis. 2007;44(2):159-77.
8 Sick AC, Lehmann CU, Tamma PD, Lee CK, Agwu AL. Sustained
savings from a longitudinal cost analysis of an internet-based pre
approval antimicrobial stewardship program. Infect Control Hosp
Epidemiol2013; 34:573–80.
9 Beardsley JR, Williamson JC, Johnson JW, Luther VP, Wrenn RH, Ohl
CC. Show me the money: long-term financial impact of an antimicrobial
stewardship program. Infect Control Hosp Epidemiol 2012;33:398–400.
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ANEXO I – PRINCÍPIOS GERAIS DA
ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM CIRURGIA
Indicação apropriada
Em cirurgias longas, repetir o antibiótico a cada duas horas, se a meia vida for < 1h
(cefalotina ou cefoxitina) e a cada quatro horas se a meia vida for > 1h (cefazolina,
cefuroxima)
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ANEXO II – BOAS PRÁTICAS DE PRESCRIÇÃO DE
ANTIMICROBIANOS
Quando diagnosticar uma infecção, definir qual antibiótico será usado, sua dose e o
intervalo entre elas, sua forma de preparo e administração e duração do tratamento.
Escrever todas essas informações na prescrição visando sua correta interpretação e a
prevenção de erros de medicação.
1 SELEÇÃO DO ANTIMICROBIANO
Presença de alergia;
Gestação - avaliar risco fetal e alterações na distribuição do fármaco;
Aleitamento - avaliar via de eliminação do fármaco e riscos para o lactente;
Extremos de peso corporal - avaliar via de administração adequada e alterações
na distribuição do fármaco;
Extremos etários - avaliar perfil de patógenos, contraindicação de acordo com
faixa-etária, presença de imaturidade ou disfunção renal e/ou hepática,
peculiaridades na distribuição do fármaco;
Presença de comorbidades - avaliar exacerbação do risco de desenvolver
eventos adversos e influência na farmacocinética do fármaco – disfunção
hepática e/ou renal;
Medicamentos utilizados - avaliar interações medicamentosas indesejadas.
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Importante também considerar o histórico do paciente, principalmente com
relação ao uso recente de antimicrobianos, sítio da infecção e tempo de
internação.
Perfil de eliminação, por qual via ocorre e se é eliminado na forma ativa ou não.
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Ao definir o intervalo entre as administrações e tempo de infusão considerar o perfil
de estabilidade em solução do fármaco, e o de segurança infusional (ex.: vancomicina,
administrar lentamente para não ocasionar síndrome do homem vermelho).
Sempre que possível, recorrer ao apoio de farmacêutico clínico para auxílio no ajuste
na posologia inicial do antimicrobiano ou adequações periódicas de acordo com
parâmetros clínicos e laboratoriais.
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Para definir o diluente, levar em consideração o perfil de compatibilidade do fármaco e
dos outros componentes da fórmula farmacêutica (ex.: estabilizadores de pH,
conservantes) que podem variar entre fabricantes. Verificar a compatibilidade em
formulário farmacoterapêutico, bulas do medicamento e com o farmacêutico, para
analisar e definir formas de diluição padronizadas e seguras de acordo com principais
marcas adquiridas no serviço de saúde. Em sistema informatizado de prescrição,
incorporar forma de preparo padronizada visando proporcionar soluções com
compatibilidade, estabilidade e segurança.
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ANEXO III - CHECK LISTA PARA PRESCRIÇÃO DE
ANTIMICROBIANOS
1. Existe a infecção?
Febre não significa que há infecção e necessidade de uso de antimicrobianos. Ela pode ter
causas, como, por exemplo, o hipertireoidismo, alergias, doenças inflamatórias, e outras
situações onde antimicrobianos não terão função terapêutica.
Se sim:
2. Trata-se de uma infecção bacteriana?
Nas infecções respiratórias, a etiologia viral é muito maior do que a bacteriana, não se
justificando o emprego de antimicrobianos. Embora o ideal seja a identificação laboratorial
da bactéria causadora da infecção, muitas vezes isso não é possível e o clínico deve utilizar
dados epidemiológicos e fisiopatológicos para tentar determinar o agente causal. Por
exemplo, nas infecções urinárias o grande envolvido é a E.coli, nas infecções respiratórias
bacterianas é o S.penumoniae.
Se sim:
3. Qual fármaco escolher?
O fármaco deve:
3.1 – Atuar frente ao microrganismo suspeito. Para isso, o uso de guias e consensos é
fundamental, em vista da grande dinâmica de alterações de perfis de sensibilidade e
resistência bacteriana.
3.2 – Atingir o foco infeccioso. É fundamental que a farmacocinética do antibiótico seja
respeitada. Um caso clássico é a eritromicina e o meningococo. O fármaco é
extremamente ativo contra o microrganismo, porém não pode ser utilizado pois não
penetra no Sistema Nervoso Central em virtude de seu tamanho, impedindo seu
emprego em meningites. Há outros casos a considerar, como abcessos, secreções
purulentas, tecidos necrosados que diminuem a concentração do fármaco no foco
infeccioso.
3.3 – Qual via de administração empregar. Naqueles antibióticos com a opção da via oral,
e quando não se tratar de infecções graves, esta deve ser a via escolhida, em virtude
da comodidade a adesão a todo o tratamento prescrito. Nas infecções mais severas ou
quando não há disponibilidade por via oral, as vias endovenosa e intramuscular devem
ser empregadas.
3.4 – Tratamento empregado (dose e tempo)
É fundamental lembrar que o sucesso do tratamento com antimicrobianos depende da
concentração que o fármaco atingir no foco infeccioso. Em virtude disso, os regimes
posológicos devem levar em conta o peso do paciente, meia vida do antibiótico e
idade do paciente. Antimicrobianos com uma ou duas administrações diárias garantem
maior comodidade posológica e maior adesão ao tratamento. O quadro clínico
direciona qual o tempo ideal de tratamento a ser empregado, bem como os consensos
e guias terapêuticos. Oriente os pacientes sobre a importância do cumprimento do
tratamento conforme prescrito, visando evitar o insucesso terapêutico.
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ANEXO IV - Graduação dos níveis de evidência de acordo
com a Infectious Diseases Society of America
Níveis de Evidência
Qualidade da evidência
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