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O objeto a em Lacan
Psicologia sistêmica: em que consiste?
Teste de assertividade de Rathus
Também conhecida como hipótese do cérebro social, a teoria da inteligência de Maquiavel explica por que ocorreu
uma evolução tão rápida do cérebro humano no homo sapiens. Este órgão começou a crescer e a se desenvolver há
cerca de 400.000 anos e se estabilizou há “apenas” 50.000. Como é possível explicar este fenômeno?
Francis de Wall criou o conceito de “inteligência de Maquiavel” em 1982. Durante estes anos realizaram-se inúmeras
pesquisas sobre a conduta social e política dos primatas. Mas foi apenas em 1988 que se elaborou esta teoria tal e
como a conhecemos atualmente. Isso aconteceu graças aos psicólogos Richard W. Byrne e Andrew Whiten,
pesquisadores da Universidade de St. Andrews, na Escócia.
Estes autores publicaram suas descobertas em ‘Inteligência de Maquiavel: experiência social e evolução do intelecto
em macacos, símios e humanos’. Isto supôs o nascimento da teoria da inteligência de Maquiavel. Mas, o que esta
teoria propõe?
Não obstante, o cérebro evoluiu em um ritmo bem mais rápido do que o de outros mamíferos. Em “somente” 25
milhões de anos foram observadas diversas mutações no genoma. Atenção especial merece o neocórtex, a parte mais
desenvolvida do cérebro humano. Assim, cabe perguntar, por que ele se converteu em um órgão extremamente
complexo?
Portanto, segundo estes autores e com o apoio de diversas evidências neuroanatômicas, isto repercutiria no
desenvolvimento da inteligência geral.
Estratégias requeridas
Para os defensores desta ideia, os crescentes e novos problemas sociais demandam a adoção e a melhora de nossas
estratégias com o fim de melhorar nossa adaptação a um meio tão dinâmico como o que nos rodeia. De fato, a
neurofisiologia contribuiu com evidências de que estas astúcias estão principalmente relacionadas com a antecipação
do futuro e a tomada de decisões.
Por essa razão, é aperfeiçoado o domínio de artes como a dissimulação, o engano, a mentira ou a manipulação com o
objetivo de atingir o sucesso social. Por isso, estes recursos são chamados “maquiavélicos”, já que implicam todo tipo
de comportamentos (não necessariamente éticos). Neste ponto podemos observar a associação entre uma pessoa
considerada maquiavélica (personalidade caracterizada pela sociopatia) e a teoria explicada.
Para a teoria da inteligência de Maquiavel, tanto enganar como auxiliar são consideradas condutas socialmente
inteligentes
Assim, o desenvolvimento do cérebro – fruto da evolução social – torna possível que sejamos capazes de controlar
nossas emoções e reconhecer as dos demais. Além disso, facilita que possamos identificar estruturas sociais,
fraternizar com outras pessoas e conhecer o papel que estas desempenham em cada situação. Também nos permite
localizar suas ações facilitando o entendimento das atitudes e intenções dos demais.
Seleção natural e a teoria da inteligência de Maquiavel
Para explicar esta teoria, não podemos deixar de lado o princípio da seleção natural desenvolvido por Charles Darwin. A
convergência entre ambos os postulados reside em que os indivíduos que foram capazes de desenvolver estratégias
sociais e reprodutivas bem-sucedidas são aqueles que chegaram a outro patamar. Isto é, em linhas gerais, as pessoas
com mais habilidades para a vida em sociedade reuniam mais possibilidades de sobreviver.
A teoria da inteligência de Maquiavel mantém pouca relação com outra que recebe grande reconhecimento, mas que
justifica o desenvolvimento cerebral com uma razão prática. Assim, considera que o incremento do volume deste órgão
se deve à necessidade de fazer frente a novos problemas: uso de utensílios, refúgio ou busca de comida.
Esta teoria da inteligência de Maquiavel é, portanto, crucial para entender a relação que existe entre a evolução cerebral
e o nível de desenvolvimento social das espécies. Porque, a posteriori, sustenta que a inteligência se une com um
conjunto de capacidades que permitem ao homem se adaptar constantemente a novas situações em que predomine
sua dimensão social. Obrigado, evolução! Obrigado, plasticidade cerebral!