Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CASO CLÍNICO
- Asma -
Paciente com asma grave, 57 anos, sexo feminino, queixa-se de dispneia e tosse ao amanhecer, afirma
sintomas noturnos 2 x/ semana e uso de salbutamol 100 mcg spray 3x/dia. Apresentou escore do
Teste de Controle da Asma (ACT, Asthma Control Test) igual a 9. Nega outras comorbidades. O mesmo
vem em uso de formoterol + budesonida 12/400 mcg (1 inalação VO 12/12h). Realiza manejo
correto do dispositivo inalatório e controle ambiental. Recentemente chegou ao serviço farmácia com
prescrição contendo o medicamento salmeterol 50 mcg (4 inalações VO 12/12h). Afirma que seu
médico assistente resolveu adicionar um novo medicamento para alcançar um melhor controle da
asma.
QUESTÕES
Fontes:
Explique. (2,0)
Não, existe duplicidade (entre salbutamol, formoterol e salmeterol) que viola a preconização da
1º linha de tratamento: ao invés do último medicamento prescrito ser salmeterol 50 mcg (4
inalações VO 12/12h), deveria ser antagonistas muscarínicos de longa duração (LAMA), pois
Salmeterol é da mesma classe do Formoterol e possui farmacocinética e indicação clínica
semelhante. O paciente grave deve escalar gradualmente na quantidade de medicamento
prescrito e resposta terapêutica, caso não for desejável, adiciona-se mais medicamentos
clinicamente viáveis. Para isso, a existe recomendação da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia sobre paciente asmático grave: necessita tratamento com corticóide inalatório em
dose alta (budesonida ≥ 1.600 µg ou equivalente) associado a uma segunda droga de controle —
(LABA), β2 agonistas de longa duração como Salbutamol, se não obter respostas terapêuticas
desejáveis, adicionar long-acting muscarinic antagonists LAMA como Brometo de Tiotrópio e/ou
antileucotrienos — ou corticoide oral (CO) ≥ 50% dos dias no ano anterior para manter o
controle da doença, ou que, apesar desse tratamento, permanece não controlada devido a sua
gravidade intrínseca. Considerando que a adição de brometo de tiotrópio ao tratamento da asma
grave está indicada preferencialmente antes do uso de imunobiológicos Nos casos mais graves, o
tratamento com um controlador de longo prazo, como um corticóides inalatório, faz-se
necessário para aliviar os sintomas e restaurar a função.
Na prescrição médica do enunciado existem riscos iminentes de eventos futuros, como crises, ou
de perda progressiva da função pulmonar. A satisfação com a capacidade de controlar sintomas e
manter a função respiratória com o uso frequente de um β2-agonista inalatório não significa que
se tenha controlado também o risco de eventos futuros. De fato, o uso de dois ou mais frascos de
β-agonista inalatório por mês é um marcador de maior risco de fatalidade causada por asma.
O início rápido da ação do formoterol permite o uso da combinação de um CSI com esse
β-agonista de longa ação. Diversos trabalhos confirmaram que a administração fixa duas vezes ao
dia associada à inalação de acordo com a necessidade de budesonida e formoterol é tão efetiva
para a prevenção de crises de asma quanto doses quatro vezes maiores de budesonida
administradas duas vezes ao dia usando apenas salbutamol para alívio dos sintomas.
Fontes:
Fontes
1. DE LIMA, Cristiele Nunes; VIEIRA, Adriele Laurinda Silva. ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO
MANEJO DO TRATAMENTO DE PACIENTES ASMÁTICOS: uma revisão integrativa. Scientia Generalis,
v. 2, n. 2, p. 177-197, 2021.
2. DE FARMÁCIA, Conselho Federal. Resolução CFF nº 586, de 29 de Agosto de 2013. Regula a
prescrição farmacêutica e dá outras Providências. Diário Oficial da União, v. 29, 2013.
3. DE FARMÁCIA, CONSELHO FEDERAL. Nota Técnica: perguntas e respostas referentes às
Resoluções do CFF nº 585 e nº 586, de 29 de agosto de 2013. 2013.
1
Prof. Charleston Ribeiro Pinto preparou este caso. Os casos da disciplina servirão exclusivamente como base para discussão em classe. A
situação neste caso é fictício.