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Evidências Farmacológico-Clínicas:
Maria Beatriz Cardoso Ferreira
Roberto Amaral
Monografias:
Alessandra Martini Amorim
Aline Matias de Freitas
Ana Paula Barroso Hofer
Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves
Fabiana Vieira Lacerda Mendes
Simone Oliveira da Rocha
BRONCODILATADORES
Agonistas beta-2 adrenérgicos
Metilxantinas
Anticolinérgicos
ANTIINFLAMATÓRIOS
Glicocorticóides locais
Glicocorticóides sistêmicos
Antagonistas dos receptores de leucotrienos
Inibidores da liberação de histamina
MONOGRAFIAS
Beclometasona
Cromoglicato de sódio
Ipratrópio
Prednisolona
Prednisona
Salbutamol
Salmeterol
BRONCODILATADORES
Roberto Amaral
AGONISTAS BETA-2 ADRENÉRGICOS
INTRODUÇÃO
Agonistas beta-2 adrenérgicos produzem seus efeitos por meio do estímulo da
adenilciclase. O aumento de AMP cíclico promove relaxamento brônquico
independentemente do fator desencadeante da broncoconstrição. Acredita-se ainda
que aqueles agentes apresentem atividade antiinflamatória - mediada por inibição da
liberação dos mediadores da inflamação, aumento da depuração mucociliar e reforço
da integridade vascular1.
Em função dos efeitos adversos (alfa e beta1) dos agonistas não seletivos,
usados até o final dos anos 70, e da ação específica dos agonistas beta-2 em
receptores adrenérgicos da musculatura brônquica, os segundos representam a
principal classe de drogas broncodilatadoras, mundialmente empregadas na asma
brônquica, para alívio de sintomas e prevenção de broncoespasmo induzido por
exercício2. Não obstante, agentes não seletivos continuam sendo utilizados3 e são
objeto de protocolo de revisão da Cochrane Collaboration4
A via preferencial de administração é a inalatória, não havendo diferenças em
relação ao tipo de nebulizador. Segundo recente revisão sistemática5, os
pressurizados permanecem como a solução mais custo efetiva.
Em alguns países, inclusive no Brasil, agonistas beta-2 são disponibilizados
sem prescrição médica6. O uso inadequado mostrou significativo aumento de
mortalidade7. Entretanto, até hoje persistem dúvidas se tal desfecho estaria associado
ao fármaco ou simplesmente teria ocorrido porque os pacientes eram de alto risco
(asma grave descontrolada).
Aqui serão revisadas as evidências que pretendem conduzir ao uso mais
racional de agonistas beta-2 adrenérgicos.
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Evidências sobre intervenções com agonistas beta2-adrenérgicos em asma
Benefício definido
Asma brônquica leve e moderada (agonistas beta2-adrenérgicos inalatórios de ação
intermediária)
Asma brônquica grave (agonistas beta2-adrenérgicos inalatórios de longa ação associados a
corticóide inalatório)
Benefício provável
Asma aguda (agonista beta-2 adrenérgico em nebulização contínua)
Sugerida ineficácia/risco
Asma leve (uso regular ou fixo de agonistas beta-2 adrenérgicos)
Asma aguda (uso intravenoso de agonista beta-2 adrenérgico)
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas
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Em asma grave
Algumas diretrizes1,2 recomendam a utilização de agonistas beta-2
adrenérgicos de ação prolongada associados a corticóides inalatórios para controle de
sintomas, especialmente noturnos, em pacientes com asma grave.
Na asma grave, a adição de salmeterol a esquema fixo de corticóide inalatório
em baixa dosagem foi mais eficaz do que aumento da dose deste e não apresentou
efeitos adversos de monta3.
O receio de que o uso prolongado pudesse deteriorar o controle da asma
conduziu a ensaio-clínico, duplo-cego, controlado por placebo16 que utilizou aerosol de
salmeterol (42 microgramas, em duas vezes ao dia) por 23 semanas em pacientes
(n=480) sem uso continuado de corticóide. Não se evidenciaram hiper-responsividade
brônquica e perda de broncoproteção. Também não houve rebote após o término do
tratamento.
Outros dois ensaios clínicos compararam uso fixo de agonistas beta-2 de longa
ação com placebo em pacientes com asma grave não controlada por corticóide
inalatório (250-2000 microgramas/dia). Evidenciou-se que salmeterol e formoterol
(duas vezes ao dia) melhoraram os escores de qualidade de vida, pico de fluxo e
FEV1 mais do que placebo sem, contudo, alterarem a taxa de exacerbação 17,18.
Ensaios-clínicos 15,19-21 que avaliaram o uso fixo de agonistas beta-2 em 1878
pacientes com asma moderada ou grave, insuficientemente controladas por
corticóides inalatórios (76-1000 microgramas/dia), também demonstraram que
salmeterol é clinicamente superior à duplicação da dose do corticóide inalatório.
Mesmo em pacientes (n=852) em uso de doses baixas ou moderadas de corticóide
inalatório, agonistas beta-2 de longa ação, associados à medicação de resgate,
apresentaram resultados semelhantes sobre função respiratória e controle dos
sintomas22. A redução na taxa de exacerbações só foi conseguida pelo aumento de
até quatro vezes nas doses do corticóide inalatório, o que evidencia a etiologia
inflamatória desta patologia.
Conclusão: Dentre os agonistas beta-2 adrenérgicos de ação longa
selecionou-se salmeterol como referência porque foi o mais testado23.
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BENEFÍCIO PROVÁVEL
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SUGERIDA INEFICÁCIA/RISCO
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METILXANTINAS
Roberto Amaral
INTRODUÇÃO
Metilxantinas, como teofilina e aminofilina (complexo teofilina-etilenodiamino),
vêm sendo utilizados há muitos anos no tratamento de asma aguda tendo sido, em
outros tempos, a mais importante medida na obtenção de broncodilatação1.
Seu mecanismo de ação não está completamente entendido. Três de seus
principais efeitos celulares incluem: inibição da enzima fosfodiesterase com acúmulo
de AMPc, translocação de cálcio e bloqueio do receptor de adenosina2. Afora isto,
parece que participam da fase tardia da doença, modulando inflamação e edema.
Broncodilatação, aumento da atividade mucociliar, diminuição da
permeabilidade da mucosa da via aérea, aumento do nível de catecolaminas
circulantes e da contratilidade diafragmática incluem-se entre seus efeitos3.
Recentemente a teofilina mostrou inibir significativamente broncoconstrição
induzida por alérgenos4,5.
Seus efeitos terapêuticos ocorrem com níveis séricos entre 10-20 mg/dL.
Concentrações superiores a essas podem causar efeitos adversos, tais como diurese,
hipocalemia, insônia, taquicardia, arritmias cardíacas, convulsões e morte súbita.
A estreita janela terapêutica determinante da necessidade de monitorização
constante, os efeitos adversos, principalmente cardiovasculares, e o aparecimento de
broncodilatadores mais potentes e seguros fizeram diminuir seu uso.
Entretanto, o reconhecimento de que xantinas possam estar implicadas na
modulação da inflamação das vias aéreas, verdadeira causa da asma, tem feito
ressurgir o interesse pelas mesmas2,6.
A seguir, analisar-se-ão as evidências que fundamentam o uso de xantinas em
asma brônquica.
Benefício provável
Asma crônica, uso como fármaco de segunda linha independentemente do estágio clínico
Asma aguda, uso em exacerbação que não responde a tratamento padrão, com benefício mais
evidente em crianças
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ANTICOLINÉRGICOS
INTRODUÇÃO
O uso de anticolinérgicos no tratamento de obstrução respiratória remonta há
muitos séculos, com poções que utilizavam plantas contendo derivados da atropina. O
interesse por estas substâncias foi renovado a partir das décadas de 70 e 80 quando
se focalizou a atenção no controle neural da via aérea, particularmente no sistema
parassimpático1.
O tônus do músculo liso da via aérea e a produção de muco são influenciados
pelo sistema nervoso autônomo, tanto simpático quanto parassimpático. A ativação de
receptores muscarínicos pela acetilcolina aumenta tônus brônquico e produção de
muco pelas glândulas submucosas. O tratamento da broncoconstrição mediante
fármacos vagolíticos já está bem estabelecido, embora o efeito desses medicamentos
seja menor do que o produzido por simpaticomiméticos2.
Dos anticolinérgicos disponíveis para tratamento de asma (atropina, brometo
de ipratrópio e glicopirrolato), brometo de ipratrópio é o mais utilizado na prática
clínica3. Sua maior seletividade e a pobre absorção pela mucosa respiratória explicam
a baixa incidência de efeitos adversos ao ser usado inalatoriamente.
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Benefício definido
Asma aguda em adultos
Benefício provável
Asma aguda em crianças
BENEFÍCIO DEFINIDO
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BENEFÍCIO PROVÁVEL
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ANTIINFLAMATÓRIOS
GLICOCORTICÓIDES LOCAIS
Em relação ao uso corticosteróides locais, os principais objetivos da
investigação contemporânea consistem em compará-los aos sistêmicos quanto a
eficácia, custo-efetividade e efeitos adversos.
A seguir relacionam-se as evidências que fundamentam sua indicação em
diferentes doenças.
Benefício definido
Doença pulmonar obstrutiva crônica (sintomas de DPOC)
Rinite alérgica (congestão nasal)
Profilaxia em asma moderada (melhora de função pulmonar e redução de necessidade de
resgate com beta-2 agonista e de chance de exacerbações)
Benefício provável
Sarcoidose pulmonar
Sugerida ineficácia/risco
Asma moderada (aumento de doses de corticóides)
BENEFÍCIO DEFINIDO
Referências bibliográficas:
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BENEFÍCIO PROVÁVEL
Sarcoidose pulmonar
Esta é uma condição comum, de evolução imprevisível.
Revisão sistemática1 de dois ensaios clínicos randomizados (n=66) mostrou
que doses de 0,8-1,2 mg/dia de budesonida inalatória melhoraram sintomas ao fim de
seis meses de tratamento, mas não tiveram efeito sobre alterações radiográficas.
Assim, há evidência restrita de que corticóides inalatórios possam ser prescritos por
curto prazo (não mais de seis meses) para melhorar sintomas, especialmente nos
pacientes que têm principalmente tosse.
Referência bibliográfica:
1. Paramothayan NS, Jones PW. Corticosteroids for pulmonary sarcoidosis (Cochrane Review).
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SUGERIDA INEFICÁCIA
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GLICOCORTICÓIDES SISTÊMICOS
Em geral, não há dúvida sobre a eficácia desses agentes, embora o uso tenha-
se iniciado previamente à análise de evidências e permaneça empírico em algumas
indicações. Estudos contemporâneos comparam diferentes representantes ou
esquemas de administração, determinam a incidência de efeitos adversos sob
determinadas condições e analisam desfechos ainda não examinados.
A seguir relacionam-se as evidências que fundamentam o uso de
corticosteróides sistêmicos em variadas doenças.
Benefício definido
Asma aguda (diminuição de hospitalização e de exacerbações agudas)
Extubação de recém-nascidos (menor necessidade de reintubações)
Tratamento agudo de crupe (melhora nos escores de gravidade)
Pneumonia por P. carinii (menor gravidade)
Benefício provável
Exacerbações agudas de doença pulmonar obstrutiva crônica
Sugerida ineficácia/risco
Síndrome da angústia respiratória do adulto
BENEFÍCIO DEFINIDO
Asma aguda
Metanálise1 de 30 ensaios clínicos randomizados controlados evidenciou que o
uso precoce de corticosteróides reduz as internações hospitalares em adultos (OR
0,47; IC95% 0,27 – 0,79) e crianças (OR 0,06– 0,42) e previne a recidiva de
exacerbações agudas (OR 0,15; IC95% 0,05–0,44). Esteróides orais e intravenosos
parecem ser igualmente eficazes na melhoria da função pulmonar durante as crises.
Revisão sistemática2 de 12 ensaios clínicos controlados por placebo (n=863)
evidenciou que o uso de corticosteróides sistêmicos dentro da primeira hora do
atendimento em sala de emergência diminuiu significativamente a taxa de admissão
hospitalar (OR 0,40; IC 95% 0,21 – 0,78), com NNT de 8 (IC95% 5-21). O benefício foi
mais pronunciado em pacientes sem corticoterapia prévia (OR 0,37; IC 95% 0,19 –
0.70) e naqueles com asma mais grave (OR 0,35; IC 95% 0,21-0,59). Terapia oral em
crianças foi particularmente eficaz (OR 0,24; IC95% 0,11-0,53).
Outra revisão sistemática3 de 7 ensaios clínicos mostrou que corticoterapia, por
vias oral ou intramuscular, diminuiu a taxa de recidiva na primeira semana (OR 0,35;
IC 95% 0,17 – 0,73), efeito que persistiu por três semanas (OR 0,33; IC 95% 0,13 –
0,82). A intervenção diminuiu a necessidade de agonista beta-2 (diferença média
ponderada: -3,3 uso/dia; IC 95% -5,5 a -1,0). Não houve diferença de resposta nos
testes de função pulmonar (diferença da média 0,045; IC95% -0,47 a 0,56) e na
incidência de efeitos adversos nos primeiros 7 a 10 dias (diferença da média 0,03; IC
95% -0,38 a 0,44). Treze pacientes necessitaram ser tratados para evitar uma recidiva.
Ensaio clínico randomizado e duplo cego4, realizado em 66 crianças de 2 a 18
anos de idade, hospitalizadas por asma aguda, comparou prednisona oral (2
mg/kg/dose, duas vezes ao dia) com metilprednisolona intravenosa (1 mg/kg/dose,
quatro vezes ao dia) e placebo. A alta hospitalar ocorreu em 70 e 78 horas, nos
pacientes em uso de prednisona e metilprednisolona, respectivamente (P=0,52). O
tempo necessário para iniciar o tratamento de manutenção com agonistas beta-2 foi
de 59 horas versus 68 horas (P=0,47), respectivamente sob prednisona e
metilprednisolona. Pacientes tratados com prednisona necessitaram oxigênio por 30
horas, em contraste com 52 horas nos que receberam metilprednisolona (P=0,04).
Não houve diferenças significativas entre os fármacos, indicando que o tratamento
oral, mais operacional e de menos custo, tem a mesma eficácia de metilprednisolona
intravenosa.
Em ensaio clínico5 com 32 crianças, dose única de acetato de dexametasona
intramuscular (1,7 mg/kg) e curso de 5 dias de prednisona oral (2 mg/kg/dia)
apresentaram igual eficácia no tratamento de exacerbações de asma.
Em ensaio clínico randomizado e duplo cego6, realizado em 100 crianças a
partir dos cinco anos de idade e com asma aguda grave, compararam-se fluticasona
inalatória e prednisona oral, dadas em doses únicas. Em acompanhamento de 4
horas, verificou-se que as crianças tratadas com prednisona oral aumentaram o
volume expiratório forçado no primeiro minuto (VEF1) mais eficazmente (18,9 %
versus 9,4% ; P< 0,001). Decréscimo de VEF1 ocorreu em 25% das que receberam
fluticasona e em nenhuma daquelas do grupo prednisona (P <0,001). Cinco (10%)
crianças do grupo prednisona foram hospitalizadas, enquanto 16 (31%) do grupo do
corticóide inalatório necessitaram internação (P=0,01).
Em revisão sistemática7 de seis ensaios clínicos realizados em serviços de
emergência (n= 352), avaliou-se a eficácia de corticóides inalatórios precocemente
utilizados no tratamento da asma aguda. Em comparação ao placebo, corticosteróides
inalatórios determinaram melhora pequena, porém significativa, da função respiratória
(8% para pico de fluxo expiratório e 5% para VEF1). Também determinaram menor
necessidade de hospitalização em pacientes que não recebiam concomitantemente
corticóides sistêmicos (OR 0,33; IC95% 0,17-0,64). Com seu uso concomitante, houve
apenas tendência a reduzir a admissão hospitalar (OR 0,45; IC95% 0,18-1,14). Em
análise secundária, procurou-se comparar a eficácia de corticosteróides inalatórios
isolados versus corticosteróides sistêmicos isolados. A heterogeneidade dos
resultados de 4 ensaios clínicos incluídos não permitiu essa análise. Assim, há
insuficiente evidência de que corticoterapia inalatória altere significativamente função
pulmonar e quadro clínico em asma aguda, bem como apresente maior benefício
quando em adição a corticoterapia sistêmica.
Revisão sistemática de 9 ensaios clínicos (n=344)8 demonstrou igual eficácia
quanto às alterações no VEF1 com uso de corticosteróides sistêmicos em doses
baixas (inferiores ou iguais a 80 mg/dia de metilprednisolona ou 400 mg/dia de
hidrocortisona) ou altas (superior a 360 mg/dia de metilprednisolona ou 1800 mg/dia
de hidrocortisona).
Conclusão: Corticóides sistêmicos por via oral – prednisona ou
prednisolona- mostrou maior eficácia que o inalatório e resultado similar ao sistêmico
intravenoso ou intramuscular em asma aguda grave, pelo que são considerados
medicamentos de referência, levando em conta a simplicidade de uso, disponibilidade
e baixo custo. Em crises menos graves, corticóides inalatórios em doses altas e
repetidas têm eficácia igual à de prednisona, podendo servir como alternativas em
crianças com crises freqüentes ou que vomitam o esteróide oral9.
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ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DE LEUCOTRIENOS
Roberto Amaral
Introdução
A asma caracteriza-se pela infiltração da via aérea brônquica por eosinófilos e
neutrófilos e pela produção de mediadores inflamatórios. Dentre os mais potentes
desses mediadores encontram-se os leucotrienos, produtos da via 5-lipoxigenase do
metabolismo do ácido aracdônico, responsáveis por broncoespasmo,
hiperresponsividade brônquica, aumento de secreções, edema de mucosa e migração
de eosinófilos nas vias aéreas. Desta forma, exercem decisivo papel em
broncoconstrição e inflamação, elementos característicos da fisiopatologia da asma1,2.
Agressivo tratamento da inflamação das vias aéreas constitui, atualmente, a
mais importante recomendação no tratamento da asma3,4 .
Como os antiinflamatórios disponíveis - cromoglicato de sódio, nedocromil e
corticosteróides - não apresentam um perfil ideal, seja, respectivamente, por reduzida
eficácia ou indução de efeitos adversos, fármacos que antagonizem a ação dos
leucotrienos nas vias aéreas apresentam potencial promissor, podendo, até mesmo,
constituir-se em alternativa poupadora de corticosteróides. Estes fármacos interferem
na produção de leucotrienos (inibição da 5-lipoxigenase) ou acoplam-se a seus
receptores (antagonistas de receptor de leucotrienos)5.
Apresentam como vantagens a administração oral (uma a duas vezes/dia) e a
ausência de efeitos adversos sobre crescimento e sobre o eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal, observados na corticoterapia sistêmica prolongada. Zileuton6 inibe a síntese
de leucotrienos numa faixa de 70 a 90%, enquanto montelucaste, zafirlucaste e
pranlucaste7 são antagonistas seletivos dos cistenil-receptores.
Um aspecto interessante é que aproximadamente 40% a 45% dos pacientes
asmáticos não respondem ao tratamento com estes fármacos8. Uma das explicações
possíveis é a presença, em alguns pacientes, de mutação no gene da 5-lipoxigenase,
com diminuição de sua expressão e, consequentemente, menor resposta quando a via
está inibida9.
Como classe, antileucotrienos demonstraram eficácia no tratamento de asma
crônica, na prevenção de broncoconstrição induzida por exercício ou por ácido
acetilsalicílico10,11. Seu papel no tratamento das exacerbações agudas ainda precisa
ser definido. Dentre os efeitos adversos significativos, sintomas gastrintestinais e
cefaléia estão relacionados com montelucaste e zafirlucaste. Aumento transitório das
enzimas hepáticas tem sido relatado, principalmente, com zileutom12. Apesar de
alguns autores13 sugerirem seu uso na gravidez, outros os contra-indicam14.
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Benefício provável
Asma crônica e asma induzida por exercício em crianças
Uso crônico em adultos com asma leve a moderada
Benefício desconhecido
Tratamento adicional em asma crônica de crianças
BENEFÍCIO PROVÁVEL
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BENEFÍCIO DESCONHECIDO
Referência bibliográfica
Introdução
Como a asma é considerada uma doença essencialmente inflamatória, o uso
de antiinflamatórios tem sido priorizado no seu tratamento. No manejo da asma em
crianças e adultos, corticosteróides mostram-se os antiinflamatórios mais eficazes. No
entanto, em função de seus potenciais efeitos adversos, outros fármacos com efeitos
antiinflamatórios têm sido investigados. Dentre esses, estão os inibidores da liberação
de histamina, com destaque para cromoglicato de sódio e nedocromil sódico. Embora
menos eficazes do que os corticosteróides1, são indicados em diretrizes internacionais
2,3
como adjuvantes em asma leve e moderada e também na prevenção de asma
desencadeada por exercício ou pela exposição a alérgenos que não possam ser
evitados. Também são usados no tratamento de rinite e conjuntivite alérgicas.
Os dois agentes têm estruturas diferentes e propriedades similares4. Seus
efeitos antiinflamatórios parecem envolver o bloqueio dos canais de cloro 5 e o
recrutamento de eosinófilos, além de modularem, por inibição da via mediada pela IgE,
a liberação de mediadores inflamatórios pelos mastócitos, principalmente histamina6-8.
Também inibem a resposta brônquica precoce e tardia à exposição a alérgenos,
exercício e frio 5,9. Ambos são capazes de reduzir sintomas de asma, melhorar o pico
expiratório máximo matinal e reduzir a necessidade por beta-2 agonista de resgate10,11.
Alguns estudos sugerem que nedocromil seja mais eficaz que cromoglicato no
tratamento da asma6,10,12 e que ambos sejam inferiores aos corticosteróides13,14.
A adesão a tratamento pode ser dificultada pela necessidade de inalação
quatro vezes por dia, embora na terapia de manutenção, na maioria das situações,
duas vezes por dia sejam suficientes15.
Os efeitos adversos são mínimos, sendo relatados tosse, irritação na garganta
e broncoconstrição, associados à administração inalatória de cromoglicato. Nedocromil
não se associa a efeitos adversos significativos, exceto por gosto desagradável na
boca em torno de 10% a 20% do pacientes2,16,17.
Referências bibliográficas
BENEFÍCIO PROVÁVEL
Referências bibliográficas:
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MONOGRAFIAS
BECLOMETASONA
Carla Beatrice Crivellaro Gonçalves
Mecanismo de ação
É hormônio glicocorticóide sintético que controla a síntese protéica, inibe a
migração de leucócitos polimorfonucleares e fibroblastos, reverte a permeabilidade
capilar e estabiliza as lisossomas, assim prevenindo e controlando a inflamação. Inibe
a fosfolipase A2, com isso inibindo a síntese de derivados do ácido araquidônico
(prostaglandinas e leucotrienos). Possui potente ação glicocorticóide (6 a 7 vezes
mais potente que hidrocortisona) e fraca ação mineralocorticóide. Após aplicação
nasal, produz efeito antiinflamatório e vasoconstritor. A potência antiinflamatória tópica
é cerca de 5000 vezes maior que a de hidrocortisona, 500 vezes maior que a de
betametasona ou dexametasona e 5 vezes maior que a de fluocinolona ou
triancinolona.
Indicações
Profilaxia e tratamento de manutenção da asma brônquica em pacientes que
requerem a administração crônica de corticosteróides para controle dos sintomas e
nos não respondem à terapêutica tradicional. Apresenta como vantagens a
possibilidade de redução das doses do corticosteróide sistêmico e a diminuição de
efeitos adversos. Não deve ser usada para tratamento de bronquite não-asmática e
durante crise de asma.
Profilaxia de rinite alérgica e não-alérgica. Prevenção de recorrência de pólipos
nasais após remoção cirúrgica.
A beclometsona inalatória demonstrou algum benefício em prematuros com
alto risco de desenvolvimento de displasia broncopulmonar. Houve melhora dos
sintomas respiratórios em 37% comparativamente ao placebo.
Contra-indicações
Épisódios agudos de asma, asma aguda, hipersensbilidade ao fármaco ou
qualquer ingrediente da formulação, infecções fúngicas sistêmicas.
Em história de tuberculose pulmonar, infecção respiratória, bronquite crônica,
doença viral recente, sangramento nasal.
Precauções
Pode aumentar o risco de desenvolvimento de infecção fatal em indivíduos
expostos a doenças virais, como catapora ou sarampo. Deve ser usado com cautela
em paciente com herpes simples ocular. Por não possuir efeito broncodilatador, não
pode ser usado para alívio rápido de broncoespasmo. Esperar 5 a 10 minutos após o
uso de broncodilatadores inalatórios para então administrar o corticosteróide, pois isto
permite maior penetração da beclometasona nos pulmões. Em crianças o crescimento
deve ser adequadamente monitorado, principalmente se o tratamento é prolongado. A
segurança e a eficácia do uso inalatório oral ou nasal em crianças abaixo de 6 anos
não estão estabelecidas. Usar com precaução em pacientes com função hepática
comprometida. Não se demonstraram efeitos carcinogênico, mutagênico e de redução
na fertilidade. Estudos adequados em grávidas e nutrizes não estão disponíveis. Evitar
a beclometasona durante o primeiro trimestre de gestação. Categoria de risco
gestacional C (FDA).
Reações adversas
> 10%:
Infecção por Candida na boca, irritação e sensação de queimadura na mucosa
nasal, tosse e rouquidão.
DE 1% A 10%:
Xerostomia, ulceração nasal, epistaxe.
< 1%:
Broncoespasmo, disfagia, cefaléia, congestão nasal, perfurações do septo
nasal , rinorréia, erupções, espirros.
Interações medicamentosas
O tabaco pode reduzir os benefícios da beclometasona. Seus efeitos podem
aumentar com fenitoína, flunisolida, broncodilatadores inalatórios e orais.
Farmacocinética
Após a administração intranasal, 41-43% da dose deposita-se na nasofaringe,
ficando 4% retidos na cavidade nasal. Quando é inalada oralmente, 25% a 60% da
dose entram pelas vias aéreas. A absorção pelo pulmão é rápida, alcançando
concentrações de 10 a 20 nanogramas/g após doses de 42 a 84 microgramas. Antes
da absorção é rapidamente hidrolizada pelas esterases pulmonares.
Aproximadamente 90% de uma dose de 4 mg de dipropionato de beclometasona são
absorvidos a partir da suspensão micronizada. A atividade sistêmica é baixa devido ao
metabolismo de primeira passagem.
Liga-se em 87% às proteínas plasmáticas. Não foi determinado se atravessa a
placenta em humanos. Não está definido se ocorre distribuição para o leite. É
rapidamente metabolizado pelas esterases pulmonares, depois pelo fígado ou por
hidrólise enzimática no trato gastrintestinal. Apresenta um metabólito ativo
(beclometasona-17-monopropionato) e metabólitos polares inativos. Após inalação de
4 mg de dipropionato de beclometasona, 12 a 15% são excretados na urina como
droga livre e metabólitos. Há também excreção pelas fezes (36 a 67%). A meia vida
plasmática inicial é de 3 horas e a terminal, de 15 horas.
CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS:
42 microgramas em cada narina, 3 vezes ao dia (252 microgramas/dia).
Via respiratória
CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS:
42 a 84 microgramas, 3 ou 4 vezes ao dia ou 4 inalações, 2 vezes ao dia (dose
total de 168 microgramas). Não exceder 420 microgramas/dia.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Dipropionato de beclometasona:
Aerossol: 10 microgramas/spray, 50 microgramas/spray, 250
microgramas/spray
Suspensão nasal: 0,4 mg/mL
Pó para inalação: 100 microgramas/dose, 200 microgramas/dose, 400
microgramas/dose
Disponíveis no exterior:
Dipropionato de beclometasona:
Aerossol: 42 microgramas/spray, 50 microgramas/spray, 84
microgramas/spray, 100 microgramas/spray, 200 microgramas/spray,
250 microgramas/spray
Pó para inalação: 50 microgramas/dose, 100 microgramas/dose, 200
microgramas/dose, 250 microgramas/dose, 400 microgramas/dose
Aspectos farmacêuticos
É um diéster de beclometasona que ocorre como molécula monoidratada ou
anidra. A forma anidra apresenta-se como pó branco ou branco cremoso, pouco
solúvel em água (5 microgramas/ ml) e um pouco mais em álcool (22 microgramas/ml,
a 25 °C. A forma monoidratada consiste em pó branco a braço cremoso, muito pouco
solúvel em água e facilmente solúvel em álcool. Deve ser protegido da luz. As
preparações para uso nasal e bucal geralmente estão na forma de suspensão
microcristalina e apresentam pH de 4,5 a 7, respectivamente. Devem ser
armazenadas entre 15 e 30 °C, pois, submetidas a temperaturas mais altas, podem
tornar-se impróprias para uso. Tem a seguinte fórmula molecular: C(28)H(37)ClO(7). O
peso molecular é de 521.0.
CROMOGLICATO DE SÓDIO
Sinonímia
1,3-bis (2carboxicromona-5-iloxi)-2- hidroxipropano dissódico
Ácido cromoglícico, Cromolina sódica, Cromoglicato dissódico
Mecanismo de ação
O fármaco corresponde ao sal dissódico derivado da biscromona. Embora o
preciso mecanismo permaneça incerto, acredita-se que a ação principal seja inibir a
liberação de histamina e de outros mediadores da inflamação (leucotrienos, substância
da reação lenta de anafilaxia) sintetizados pelos mastócitos, provavelmente impedindo
a degranulação mastocitária. O fármaco não exibe atividade anti-histamínica
intrínseca, antiinflamatória direta e broncodilatadora. Outras ações que lhe têm sido
atribuídas incluem efeito direto na inervação das vias aéreas superiores e
antagonismo da substância P que está ligada à inibição do fator de ativação
plaquetária (PAF). O fármaco aparentemente também reduz a hiper-reatividade da
membrana brônquica.
Indicações
Profilaxia de asma brônquica moderada e grave. É utilizado no controle de
asma crônica que não responde ao tratamento isolado com agonistas beta2
inalatórios. Mastocitose sistêmica, em combinação com antagonistas histamínicos H1
e H2 (controle de sintomas cutâneos e gastrintestinais) e agentes antimuscarínicos
(controle de diarréia). Tratamento de rinite sazonal e rinite alérgica. Ë utilizado em
combinação com restrição dietética para a prevenção de alergia a alimentos e para
tratamento de doença inflamatória intestinal. A preparação oftálmica é utilizada para
tratamento de conjuntivite alérgica, ceratoconjuntivite vernal, conjuntivite papilífera
gigante e para melhorar a visão borrada em pacientes com síndrome de COGAN de
18 anos de duração. Tratamento da tosse associada ao uso de inibidores da enzima
conversora de angiotensina (IECA).
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao cromoglicato sódico. Crise de asma aguda.
Precauções
Não possui papel no tratamento de ataque agudo de asma.
Graves reações anafiláticas decorrentes do uso do fármaco são raras. O
fármaco não deve ser utilizado em pacientes com grave disfunção hepática ou renal. A
freqüência de administração recomendada não deve ser excedida. A resposta
sintomática ao tratamento (diminuição de prurido, vermelhidão, lacrimejamento etc)
usualmente ocorre dentro de poucos dias, mas tratamento acima de 6 semanas é
algumas vezes requerido. O fármaco deve ser descontinuado com precaução,
particularmente em pacientes que tiveram redução na dosagem de esteróides, uma
vez que a retirada abrupta pode levar a efeito rebote. As apresentações para uso
inalatório devem ser utilizadas com cautela em pacientes com doença arterial
coronariana ou história de arritmias cardíacas, em função do propelente utilizado na
formulação do produto. O fármaco deve ser descontinuado caso ocorra infiltrado
pulmonar com eosinofilia. Alguns pacientes podem apresentar transitoriamente
sensação dolorosa ou ardência após a instilação da solução oftálmica. Lentes de
contato hidrofílicas não devem usadas concomitantemente com o colírio. A segurança
e a eficácia em crianças com menos de seis anos de idade ainda não foi estabelecida.
Não se sabe sobre a passagem placentária e a excreção no leite materno. Categoria B
de risco para a gestação (FDA).
Reações adversas
EM MAIS DE 10% DOS TRATADOS:
Gosto desagradável na boca após a inalação do produto, rouquidão e tosse.
EM 1% A 10% DOS TRATADOS:
Angioedema, xerostomia, disúria, congestão nasal, irritação nasal e vontade de
espirrar. Sensação dolorosa ou ardência transitória após a instilação oftálmica.
EM MENOS DE 1% DOS TRATADOS:
Reações anafiláticas, artralgia, diarréia, tontura, pneumonia eosinofílica, dor de
cabeça, lacrimejamento, sensação de queimação nasal, epistaxe, dor ocular,
miopatia, infiltrados pulmonares, rash cutâneo, urticária, irritação de garganta,
vômitos, respiração ruidosa.
Interações medicamentosas
Não são conhecidas interações medicamentosas importantes com o
cromoglicato sódico.
Farmacocinética
Após inalação, administração intranasal, uso oral e instilação oftálmica, o
fármaco é absorvido em cerca de 8%, 7%, 1% e 0,03%, respectivamente. Não é ativo
por via oral. Após a inalação, penetra os pulmões, de onde é rapidamente absorvido
para a circulação sistêmica. A concentração plasmática máxima ocorre após 15
minutos. O volume de distribuição é de 0,13 l/kg. O fármaco liga-se reversivelmente às
proteínas plasmáticas (em torno de 57%). Não há distribuição significativa em fluido
cérebro-espinhal e placenta. A meia-vida de eliminação é de aproximadamente 80-90
minutos. Cerca de 0,7% a 3% da dose são recuperados na urina dentro de 24 horas e
84% encontram-se no fígado após 3 dias. Cerca de 30 a 50% da dose é excretada
inalterada na urina, o restante pelas fezes e pequenas quantidades são exaladas.
Via oral
Mastocitose sistêmica
NEONATOS E RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO:o fármaco não é recomendado.
CRIANÇAS < 2 ANOS: 20 mg/kg/dia, fracionados em 4 doses, a intervalos
regulares. Dose máxima: 30 mg/kg/dia.
ADULTOS E CRIANÇAS > 12 ANOS: 200 mg, 4 vezes ao dia, a intervalos
regulares, tomados 30 minutos antes das refeições. Não há dose de
manutenção recomendada.
Alergia a alimentos e doença inflamatória intestinal
Via respiratória
Asma
Solução para nebulização:
CRIANÇAS > 2 ANOS E ADULTOS: 20 mg, 4 vezes ao dia, a intervalos regulares.
Spray com doses definidas:
CRIANÇAS ENTRE 5-12 ANOS: 2 inalações, 4 vezes ao dia, a intervalos regulares.
Prevenção de broncoespasmo mediante exercício ou exposição a alergeno na
hora precedente:
Solução para nebulização:
CRIANÇAS > 2 ANOS E ADULTOS: dose única de 20 mg.
Spray com doses definidas:
CRIANÇAS > 5 ANOS E ADULTOS: dose única de 2 inalações.
Via intranasal
Rinite alérgica
CRIANÇAS > 6 ANOS DE IDADE E ADULTOS: 1 inalação em cada narina, 3-4 vezes
ao dia, a intervalos regulares.
Via conjuntival
Conjuntivite
CRIANÇAS > 4 ANOS DE IDADE E ADULTOS : 1 ou 2 gotas em cada olho, 4 a 6
vezes ao dia, a intervalos regulares.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil
Cápsula para inalação 20 mg
Solução para nebulização: 10 mg/ml (2 ml)
Solução nasal: 20 mg/ml (17,5 ml), 40 mg/ml (13 ml)
Lata de 36 mg/g (15 g) e 0,56 g (15,9 g)
Solução oftálmica 2%, 4% (5, 10 ml)
Disponíveis no exterior
Cápsula 100 mg
Inalação oral: 800 mcg/ spray (8,1g)
Solução para nebulização: 10 mg/ml (2 ml)
Solução nasal: 40 mg/ml (13 ml)
Solução oftálmica: 4% (2,5 e 10 ml)
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco, higroscópico e
praticamente sem odor. É livremente solúvel em água, praticamente insolúvel em
álcool, clorofórmio e éter. Deve ser armazenado em recipiente hermeticamente
fechado e protegido da luz. O frasco para inalação (aerossol) deve ser armazenado
entre 15 e 30 oC e não deve ser perfurado ou incinerado. A solução para nebulização
é éstéril, limpa, e incolor. Não deve ser utilizada caso contenha precipitados, devendo
ser armazenada entre 20 e 25 oC e protegida da luz. Esta solução é compatível com
sulfato de metaproterenol, cloridrato de isoproterenol, cloridrato de epinefrina, sulfato
de terbutalina e 20% de solução de acetilcisteína, por, pelo menos, 1 hora após a
mistura. O fármaco não afeta a estabilidade de agentes mucolíticos e
broncodilatadores quando a eles misturado. A solução oftálmica é estéril, limpa,
incolor, de pH 4 a 7. Deve ser armazenada entre 15 e 30 oC e protegida da luz, na
embalagem original. O fármaco para administração oral deve ser armazenado em
recipiente hermeticamente fechado e entre 15 e 30 oC.
IPRATRÓPIO
Aline Matias de Freitas
Mecanismo de ação
É agente anticolinérgico e broncodilatador. Exerce seus efeitos provavelmente
pela inibição competitiva dos receptores colinérgicos no músculo liso dos brônquios
(antagonizando as ações da acetilcolina), desta forma bloqueando a ação
broncoconstritora dos impulsos vagais. Também tem propriedades anti-secretórias.
Quando aplicado diretamente na mucosa nasal inibe as secreções das glândulas
serosas e seromucosas. Tem pequeno ou nenhum efeito na viscosidade salivar,
motilidade ciliar ou taxa de depuração mucociliar, entretanto o uso prolongado
demonstrou diminuição significativa no volume salivar.
Indicações
Tratamento de manutenção de broncoespasmo associado com asma e doença
pulmonar obstrutiva crônica. Tratamento sintomático de rinorréia associada com rinite
perene alérgica e não-alérgica.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a ipratrópio, atropina e seus derivados. Hipersensibilidade à
lecitina de soja ou produtos alimentícios similares, tais como grão de soja ou
amendoim.
Precauções
Usar com cuidado em pacientes com glaucoma de ângulo fechado, hipertrofia
prostática ou obstrução vesical. Cuidado ao administrar à nutriz. Segurança e eficácia
em crianças menores de 12 anos não foram estabelecidas. O fator de risco
gestacional é B (FDA).
Reações adversas
Aerossol para inalação:
Tosse (3% a 5,9%), ressecamento da orofaringe (5%), nervosismo (3,1%),
irritação ao aerossol (1,6% a 3%), tontura, cefaléia, distúrbio gastrintestinal, boca seca,
exacerbação dos sintomas (1% a 3%), náusea (1% a 2,8%), palpitação (1,8%),
erupção cutânea (1,2%), dificuldade na acomodação visual/visão borrada,
ressecamento das secreções (1%), dificuldade urinária, fadiga, insônia, rouquidão,
taquicardia, parestesia, sonolência, dificuldade de coordenação, coceira, urticária,
fogachos, alopecia, constipação, tremor, úlcera mucosal (< 1%).
Solução para inalação:
Taquicardia, palpitações, dor nos olhos, retenção urinária, infecção do trato
urinário, urticária (< 3%). Cefaléia, boca seca e agravamento dos sintomas da doença
pulmonar obstrutiva crônica que são mais comuns com doses acima de 2000
microgramas por dia.
Spray nasal (0,03%):
Cefaléia, infecção do trato respiratório superior (9,8%), epistaxe (7% a 9%),
faringite (8,1%), ressecamento nasal (5,1%), sintomas nasais diversos (3,1%), náusea
(2,2%), irritação nasal, muco tingido de sangue (2%); boca/garganta seca, tontura,
irritação ocular, visão borrada, conjuntivite, rouquidão, tosse e perversão do sabor (<
2%).
Spray nasal (0,06%):
Epistaxe (8,2%), ressecamento nasal (4,8%), boca/garganta seca (1,4%),
congestão nasal (1,1%), perversão do sabor, queimação nasal, conjuntivite, tosse,
tontura, rouquidão, palpitação, faringite, taquicardia, sede, tinido, visão borrada,
retenção urinária (< 1%).
Interações medicamentosas
Aumento de efeito: derivados atropínicos (toxicidade); albuterol
Ipratrópio inibe a resposta broncoconstritora induzida por metacolina inalada.
Procainamida coadministrada com ipratrópio pode resultar em efeitos aditivos
antivagais na condução atrioventricular nodal.
Farmacocinética
Má absorção sistêmica a partir dos sítios de administração. Após inalação
nasal, menos de 20% da dose (84 microgramas por narina) é absorvida
sistemicamente; após nebulização com solução para inalação (2% de uma dose 500
microgramas) ou uso de aerossol (20% de 36 microgramas) as taxas absortivas são
bem menores. Como ocorre com muitos outros medicamentos administrados por
aerossol, cerca de 90% da dose são deglutidos; a maior parte do medicamento não é
absorvida e aparece nas fezes. A quantidade pequena absorvida é depurada do
plasma com meia-vida de cerca de 3 horas. Com inalação, as respostas máximas
geralmente ocorrem em 30 a 90 minutos, e efeitos significativos podem persistir por 4
a 6 horas.
Via respiratória
Asma crônica
ADULTOS:
Aerossol: 2 jatos (36 microgramas), 4 vezes ao dia. Máximo: 12 inalações/ 24
horas.
Solução para nebulização: 500 microgramas, a cada 6 a 8 horas.
Via nasal
Rinite perene
ADULTOS:
Solução nasal a 0,03%: 2 jatos (42 microgramas) em cada narina, 2 ou 3 vezes
ao dia (dose total de 168 a 252 microgramas por dia). A dosagem ótima varia.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Brometo de ipratrópio:
Solução para inalação: 0,25 mg/mL; 2mL, 20mL, 50mL
Solução para inalação: 0,4 mg/mL; 10mL, 15mL
Solução para uso nasal aerosol: 0,3 mg/mL; 15mL, 30mL
Aerossol dosificador: 20 microgramas/jato; 15mL
Disponíveis no exterior:
Brometo de ipratrópio:
Solução para nebulização: 0,2 mg/mL, 0,25 mg/mL
Pó seco para nebulização: 40 microgramas
Aerossol: 18 microgramas/jato, 20 microgramas/jato, 40 microgramas/jato
Solução para uso nasal aerosol: 0,3 mg/ml, 21 microgramas/jato
Solução para uso nasal aerosol: 0,6 mg/ml, 42 microgramas/jato
Aspectos farmacêuticos
O aerossol não deve ser estocado em temperaturas acima de 30ºC ou em
umidade excessiva. A solução para inalação deve ser estocada à temperatura
ambiente entre 15 e 30 ºC. As formulações de aerosol para uso nasal devem ser
estocadas entre 15 e 30ºC.
PREDNISOLONA
Tatiana Chama Borges Luz
Sinonímia
Deltaidrocortisona. Metacortandralona.
Mecanismo de ação
Diminui a inflamação por meio da estabilização dos lisossomas em neutrófilos,
impedindo sua degranulação e a liberação de enzimas proteolíticas que perpetuam a
resposta inflamatória. Além disso, induz a lipocortina que inibe a enzima fosfolipase
A2, responsável pela etapa inicial da síntese de prostaglandinas e leucotrienos. A
síntese protéica parte da ligação desse fármaco a receptores de glicocorticóides
localizados no citoplasma. Após sua ligação, o complexo fármaco-receptor se move
em direção ao núcleo celular onde se une ao DNA, estimulando a transcrição do RNA
mensageiro e a posterior síntese de proteínas e enzimas. Reduz os sintomas da
inflamação sem tratar a causa subjacente. Como imunossupressor, previne ou
suprime reações imunes mediadas por células. Reduz a concentração de linfócitos
dependentes do timo, monócitos e eosinófilos. Diminui a união das imunoglobulinas
aos receptores celulares de superfície e inibe a síntese ou liberação das interleucinas;
assim, diminui a blastogênese dos linfócitos T e a importância da resposta imune
primária.
Indicações
Tratamento de doenças endócrinas, reumáticas, do colágeno, dermatológicas,
oftálmicas, respiratórias, neoplásicas, gastrintestinais, alérgicas, hematológicas,
renais. Útil em hepatopatas incapazes de ativar prednisona.
Contra-indicações
Hipersensibilidade ao fármaco, infecção fúngica sistêmica, infecção viral aguda,
infecção bacteriana sem tratamento.
Precauções
Pode mascarar sinais de infecção e novas infecções podem aparecer durante
seu uso. Pode haver diminuição da resistência e incapacitação dos mecanismos de
defesa em prevenir a disseminação da infecção. Caso uma infecção ocorra durante o
tratamento, é recomendável o pronto tratamento com terapia antimicrobiana. Não se
administram vacinas com vírus vivos durante o tratamento. Pode ser necessário
aumentar a ingestão de proteínas durante tratamento de longo prazo. Recomenda-se
administração a dose mínima eficaz durante o tempo mais curto possível. Pode induzir
osteoporose, principalmente em idosos e mulheres pós-menopáusicas. Tratamento
prolongado com doses farmacológicas pode levar à supressão do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal. Categoria C de risco para gestação. As quantidades excretadas no
leite materno são mínimas segundo alguns autores. Caso haja necessidade de
utilização, recomenda-se administrar logo após a mamada. Em crianças, tratamento
prolongado pode interferir com crescimento estaturoponderal.
Reações adversas
> 10%
Insônia, irritação, aumento do apetite, indigestão.
DE 1% A 10%
Hisurtismo, diabete melito, artralgia, catarata, glaucoma, epistaxe.
> 1%
Distensão abdominal, acne, alcalose metabólica, amenorréia, síndrome de
Cushing, delírio, edema, euforia, fratura, intolerância à glicose, supressão do
crescimento, alucinações, cefaléia, hiperglicemia, hiperpigmentação, reações de
hipersensibilidade, hipertensão, hipocalemia, oscilação de humor, fraqueza muscular,
perda de massa muscular, náusea, osteoporose, pancreatite, úlcera péptica,
supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, pseudotumor cerebral, psicose, dor
epigástrica, atrofia da pele, retenção hídrica e de sódio, esofagite ulcerativa, vertigem,
vômitos.
Interações medicamentosas
Diminuição do efeito do fármaco: barbitúricos, fenitoína, carbamazepina,
primidona, rifampicina.
Aumento do efeito do fármaco: estrógenos conjugados, contraceptivos orais,
cetoconazol.
Aumento do efeito de: asparaginase, aspirina e antiinflamatórios não-
esteroidais (aumento do risco de ulceração), diuréticos tiazídicos (perda excessiva de
potássio), eritromicina (diminuição do metabolismo do fármaco), ciclosporina.
Diminuição do efeito de: hormônio do crescimento, insulina, isoniazida,
tubocurarina, vacinas, anticoagulantes derivados da cumarina, heparina,
estreptoquinase ou uroquinase.
Farmacocinética
Após administração oral é rápida e quase completamente absorvida. Pico
plasmático é atingido em 1 hora. Liga-se em 90 a 95% às proteínas plasmáticas. O
volume de distribuição é de 1.5 l/kg. A meia-vida biológica varia de 18 a 36 horas. A
duração de ação depende de via de administração, solubilidade da forma farmacêutica
utilizada e condições individuais. Sofre metabolização hepática e também na maioria
dos tecidos, originando metabólitos inativos. É eliminada na urina, principalmente sob
forma de glicuronídeos. A meia-vida de eliminação é de cerca de 3 e 5 horas após
administrações oral e intravenosa, respectivamente.
Via oral
Artrite reumatóide
ADULTOS:
5,0 a 7,5 mg/dia. Ajustar a dose caso seja necessário.
Doença de Addison
ADULTOS:
5,0 mg pela manhã e 2, 5 mg à noite
Asma aguda
CRIANÇAS:
1-2 mg/kg/dia, em 1 ou 2 tomadas, por 3 a 5 dias.
Esclerose múltipla
ADULTOS:
200 mg/dia por 1 semana, seguidos por 80 mg, em dias alternados, por 1 mês.
Síndrome nefrótica
CRIANÇAS:
Inicial (primeiros 3 episódios): 2 mg/kg/dia ou 60 mg/m2/dia (máximo 80
mg/dia) em 3 ou 4 tomadas até que o exame de urina se apresente livre de proteína
por 3 dias consecutivos (máximo 28 dias), seguidos de 1 a 5 mg/kg/dose ou 40
mg/m2/dia, em dias alternados, por 4 semanas. Manutenção: 0,5 a 1 mg/kg/dose, em
dias alternados, por 3 a 6 meses.
Via intravenosa
Antiinflamatório, imunossupressor
CRIANÇAS:
0,1-2 mg/kg/dia. Esta dose pode ser dividida em até 4 vezes/dia.
Asma Aguda
CRIANÇAS:
2 a 4 mg/kg/dia, divididos em 3 ou 2 vezes/dia.
Formas Farmacêuticas
Disponível no Brasil:
Prednisolona:
Comprimidos: 5 mg, 20 mg
Solução oral: 1 mg/mL, 3 mg/mL
Acetato de prednisolona:
Suspensão oftálmica: 1,2 mg/mL, 10 mg/mL
Fosfato sódico de prednisolona:
Comprimidos: 5 mg, 20 mg
Solução oral: 1,34 mg/mL, 3 mg/mL
Metilprednisolona:
Comprimidos: 4 mg, 16 mg
Suspensão injetável: 40 mg/mL, 80 mg/mL
Pó para injetável: 40 mg, 125 mg, 500 mg, 1 g, 2 g
Succinato sódico de metilprednisolona:
Pó para injetável: 125 mg, 500 mg, 1 g
Disponíveis no exterior:
Prednisolona:
Comprimidos: 1 mg, 2,5 mg, 5 mg
Comprimido sulcado: 25 mg
Xarope: 1 mg/mL, 3 mg/mL
Acetato de prednisolona:
Suspensão oftálmica: 1,2 mg/mL, 1,25 mg/mL, 10 mg/mL
Injetáveis: 25 mg/mL; 50 mg/mL
Fosfato sódico de prednisolona:
Comprimido sulcado e solúvel: 5 mg
Líquido oral: 1 mg/mL
Solução oftálmica: 1,25 mg/mL, 10 mg/mL
Injeção: 20 mg/mL
Terbutato de prednisolona:
Injeção: 20 mg/mL
Metilprenisolona:
Comprimidos: 4 mg, 16 mg
Comprimidos sulcados: 2 mg, 4 mg, 8 mg, 16 mg, 24 mg, 32 mg
Acetato de metilprednisolona:
Suspensão injetável: 20 mg/mL, 40 mg/mL, 80 mg/mL
Succinato sódico de metilprednisolona:
Pó para injetável: 40 mg, 125 mg, 500 mg, 1 g, 2 g
Aspectos farmacêuticos
É esteróide derivado do núcleo ciclopentanoperidrofenantreno. Em geral é
utilizado como éster (acetato, terbutato) ou sal (fosfato sódico) que in vivo sofre
hidrólise. É considerado glicocorticóide de ação intermediária (12 a 36 horas).
Apresenta-se como pó cristalino, branco ou quase branco, higroscópico e
inodoro. Muito pouco solúvel em água, fracamente solúvel em acetona, levemente
solúvel em diclorometano e clorofórmio, solúvel em álcool, álcool metílico e dioxano.
Deve ser armazenado em recipiente hermeticamente fechado e protegido da luz. O
peso molecular é 360.4.
PREDNISONA
Ana Paula Barroso Hofer
Sinonímia
Deltacortisona; deltaidrocortisona.
Mecanismo de ação
É glicocorticóide sintético que mimetiza ações do cortisol endógeno. Exerce
potente efeito antiinflamatório, estimulando a biossíntese da proteína lipomodulina
que, por sua vez, inibe a ação enzimática da fosfolipase A2. Deste modo é impedida a
liberação do ácido araquidônico e, em consequência, não se formam os seus
metabólitos, como prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, mediadores da
inflamação. Enzimas lipo e proteolíticas são também diminuídas por estabilização de
lisossomas, bem como extravasamento de leucócitos para zonas de lesão. Há
alteração em número de linfócitos e em grau de fibrose. Inibe múltiplos sítios do
sistema imunitário, interferindo tanto na imunidade humoral quanto na celular.
Acredita-se que seus intensos efeitos em doenças da imunidade resultam mais do
bloqueio da resposta inflamatória do que da inibição da resposta imunitária.
Indicações
É usada como terapia de reposição em insuficiência adrenocortical secundária
e hiperplasia adrenal congênita. Como antiinflamatório, é indicada em ampla variedade
de condições: processos inflamatórios agudos; doenças autoimunes (anemia
hemolítica autoimune, púrpura trombocitopênica idiopática, sarcoidose, lúpus
eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, granulomatose de Wegener, polimiosite e
outras); afecções dermatológicas (pênfigo); afecções hematológicas (linfomas e
outras); afecções renais (síndrome nefrótica e outras); afecções respiratórias
(pneumonite não infecciosa, pleuris tuberculoso e outras lesões exsudativas graves,
sarcoidose pulmonar e outras); afecções intestinais (colite ulcerativa, doença de Crohn
e outras); afecções do sistema nervoso central (síndrome de Guillain-Barré e outras);
afecções oculares (uveíte, úlceras de córnea e outras); manifestações alérgicas. É
utilizada, também, em transplantes de órgãos, a fim de evitar a rejeição.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a prednisona. Infecções sistêmicas por fungos. Varicela.
Precauções
Prednisona promove melhora sintomática, sem afetar a evolução da doença
básica. Ao lado de esperados benefícios, há risco de potenciais efeitos adversos,
observados numa variedade de tecidos orgânicos, na dependência de doses
empregadas e, sobretudo, da duração do tratamento. Em uso agudo, são geralmente
bem tolerados. Em tratamento prolongado, surgem efeitos adversos graves, limitantes
da efetividade nas doenças crônicas. Por isso, a terapia corticóide fica reservada a
situações, nas quais, foi comprovada sua real eficácia ou em casos de falha
terapêutica com agentes mais inócuos. Deve ser utilizada com cautela em pacientes
com hipotiroidismo, cirrose, hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, colite
ulcerativa, desordens tromboembólicas e úlcera péptica. Deve-se observar aumento
de peso em adultos e crescimento e desenvolvimento de lactentes e crianças em
terapia prolongada. Em idosos é aconselhável utilizar a menor dose no mais curto
tempo possível. Durante o tratamento, os pacientes não devem ser vacinados contra a
varíola. Pode ativar amebíase latente, recomendando-se tratar a parasitose antes do
início do tratamento corticóide. É necessário aumentar, por vezes, a dose de
prednisona em pacientes com hipertiroidismo, a fim de alcançar o efeito terapêutico
esperado. Quando é feito uso prolongado, a retirada da droga deve ser lenta e
gradual, sob pena de acarretar supressão adrenal de demorada reversão. Categoria
de risco para a gestação: B (FDA).
Reações adversas
A mais completa exteriorização dos efeitos indesejáveis previsíveis resulta no
desenvolvimento da síndrome de Cushing corticoinduzida, manifesta por face
arredondada e obesidade central.
> 10% :
Insônia, agitação, aumento de apetite e indigestão.
DE 1% A 10% :
Hirsutismo, diabete melito, catarata, glaucoma e artralgia.
< 1% :
Distensão abdominal, acne, alcalose, amenorréia, síndrome de Cushing,
delírio, edema, euforia, intolerância à glicose, supressão do crescimento, alucinações,
cefaléia, hiperglicemia, hiperpigmentação, reações de hipersensibilidade, hipertensão,
hipocalemia, oscilações de humor, fraqueza muscular, osteoporose, pancreatite,
úlcera péptica, psicose, retenção de sódio e água, esofagite ulcerativa, atrofia cutânea,
insuficiência adrenal e vertigem.
Interações medicamentosas
Antiácidos e outros anti-secretores gástricos ajudam a prevenir o
desenvolvimento de úlcera péptica. Fenitoína, fenobarbital e rifampicina aumentam a
depuração de prednisona, diminuindo sua eficácia. Anticoncepcionais orais alteram
sua biotransformação e a ligação às proteínas, resultando em depuração diminuída e
meia-vida de eliminação aumentada. Aumenta a excreção dos salicilatos e a
possibilidade de arritmias ou intoxicação digitálica associada a hipopotassemia. Pode
potencializar a replicação dos vírus de vacinas com vírus atenuados, aumentando
assim o risco de o paciente desenvolver a doença viral e/ou diminuir a capacidade de
formação de anticorpos. A prednisona afeta a ação dos anticoagulantes.
Farmacocinética
Administrada por via oral, é rapidamente absorvida do trato gastrintestinal, não
sogrendo interferência de alimentos. Atinge o efeito máximo em 1 a 2 horas. A taxa de
ligação protéica é alta (70%). O metabólito ativo da prednisona liga-se à transcortina e
à albumina. Seu volume de distribuição é de cerca de 0,4 a 1 l/kg. Sofre metabolismo
hepático, quando é reduzida a sua forma biologicamente ativa, a prednisolona. A
meia-vida plasmática é de 2,5 a 3,5 horas e a meia-vida biológica é de 18 a 36 horas.
Excreta-se principalmente pela urina na forma de prednisolona e seus metabólitos
conjugados. É encontrada no leite materno, mas em quantidade insignificante quando
a mãe recebe dose de 20 mg por dia ou menos. A dose recebida pelo lactente pode
ser diminuída, quando a amamentação é realizada 3 a 4 horas após a ingestão do
fármaco pela nutriz.
CRIANÇAS:
0,14 a 2 mg/kg/dia, em dose única diária ou fracionados em até 4 vezes; em
asma aguda: 1-2 mg/kg/dia, em dose única ou fracionada, por 3-5 dias.
ADULTOS:
5 a 60 mg diários, divididos em 1 a 4 vezes por dia.
As necessidades posológicas são variáveis e devem ser individualizadas, tendo
por base a gravidade da doença e a resposta do paciente ao tratamento. Após
observação de resposta favorável, deve-se determinar a dose adequada de
manutenção, mediante a diminuição da dose inicial, realizada por pequenos
decréscimos a intervalos de tempo apropriados, até atingir a menor dose eficaz.
Quando em uso crônico, pode ser administrada em doses matinais (8 horas)
únicas ou em regime de dias alternados.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimidos: 5 mg, 20 mg, 50 mg
Comprimidos revestidos: 5 mg, 20 mg
Disponíveis no exterior:
Comprimidos: 1 mg, 2,5 mg, 5 mg, 10 mg, 20 mg, 50 mg
Comprimidos sulcados: 1 mg, 2,5 mg, 5 mg, 10 mg, 20 mg, 50 mg
Soluções orais: 1 mg/mL, 5 mg/mL
Xarope: 1 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó cristalino, branco ou quase branco e inodoro. Exibe
polimorfismo. Seu peso molecular é de 358,4. Praticamente insolúvel em água, é
levemente solúvel em álcool e clorofórmio. Deve ser armazenada em recipientes
herméticos, protegida da luz e à temperatura ambiente, preferencialmente entre 15 a
300 C.
Suspensão de prednisona 0,5 mg/mL pode ser preparada, utilizando 50 mg de
prednisona, 100 mg de benzoato de sódio e quantidade suficiente de xarope simples
para levar o volume a 100 mL. A suspensão deve ser agitada antes de usar e é
estável por 12 semanas à temperatura ambiente.
SALBUTAMOL
Simone Oliveira da Rocha
Sinonímia
Albuterol
Mecanismo de ação
É um agonista simpatomimético de ação direta com relativa seletividade sobre
os receptores beta-2. Estimula a atividade da adenilciclase, enzima que cataliza a
transformação da adenosina trifosfato ( ATP ) em 3,5 adenosina monofosfato cíclico
( AMP cíclico ). O aumento de AMP cíclico promove o relaxamento da musculatura lisa
dos brônquios, independentemente do fator desencadeante da broncoconstrição.
Postula-se ainda atividade antiinflamatória, exercida por meio da inibição de liberação
de histamina, leucotrienos e prostaglandinas por mastócitos pulmonares. Aumenta a
depuração mucociliar e a integridade vascular.
No útero, tem atividade relaxante da musculatura lisa uterina por aumentar a
ação da enzima adenilciclase nas fibras do miométrio, com conseqüente aumento do
AMP cíclico e diminuição do cálcio livre intracelular.
Indicações
Tratamento de broncoespasmo agudo . Preparação de pacientes para
broncoscopia. Redução da resistência aérea em pacientes submetidos à ventilação
mecânica. Melhoria das condições hemodinâmicas em indivíduos com insuficiência
cardíaca congestiva e choque cardiogênico. Tratamento adjuvante de hipercalemia em
pacientes submetidos à hemodiálise. Controle do trabalho de parto prematuro, entre
24 e 34 semanas.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a salbutamol, aminas adrenérgicas ou qualquer dos seus
componentes; pacientes com hipertireoidismo ou tirotoxicose; taquicardia ou arritmias
cardíacas; estenose subvalvular idiopática da aorta .
Precauções
Cautela em pacientes com hipertireoidismo , diabete melito, sensibilidade a
aminas simpatomiméticas, insuficiência coronariana, hipertensão arterial,
feocromocitoma e histórico de aneurisma. A exposição tópica excessiva pode
exacerbar a hipertensão intra-ocular e provocar o estreitamento agudo do ângulo em
pacientes com glaucoma. Algumas reações adversas podem ocorrer com maior
freqüência em crianças entre 2-5 anos. O uso oral deve ser evitado em idosos devido
aos efeitos adversos. O uso excessivo pode causar tolerância.
O uso oral não tem indicação em trabalho de parto prematuro. Induz
taquicardia e hipoglicemia fetais. Não há relatos de efeitos adversos no lactente.
Categoria de risco para gravidez C ( FDA).
Reações adversas
> 10%:
Tremores neuromusculares, principalmente nas mãos (20%), taquicardia e
palpitações, náuseas.
DE 1% A 10%:
Cefaléia; hipertensão ou hipotensão; nervosismo; hiperatividade; insônia;
obnubilação; estimulação gastrintestinal; vômito; xerostomia; pirose; alterações do
paladar; disúria; tosse; diaforese; fraqueza; câimbras.
< 1%:
Dor no peito; perda de apetite; broncoespasmo paradoxal; urticária ; palidez.
Altas doses de salbutamol reduzem significativamente as concentrações
séricas de potássio, podendo levar a hipocalemia.
Interações medicamentosas
Diminuição dos efeitos: bloqueadores beta adrenérgicos (ex. propranolol )
reduzem os efeitos do salbutamol
Aumento dos efeitos: brometo de ipratrópio (broncodilatação); inibidores da
MAO, antidepressivos tricíclicos, agentes simpatomiméticos e anestésicos inalatórios
(efeitos cardiovasculares), corticóides (hiperglicemia ou hipoglicemia).
Farmacocinética
É bem absorvido por via oral, não sendo afetado pela presença de alimentos.
Por inalação, é absorvido gradualmente nos brônquios e uma porção da fração
deglutida é absorvida no trato gastrintestinal. A biodisponibilidade oral é de 50 – 85%
(43% em mulheres grávidas ), com concentração plasmática máxima atingida entre 2 –
3 horas e duração do efeito de 4- 6 horas . Por via respiratória, o efeito máximo é
atingido entre 0,5 – 2 horas com duração de 3 – 4 horas . A taxa de ligação protéica é
baixa (10%). O volume de distribuição é de cerca de 156 litros em pacientes adultos.
Atravessa a barreira placentária , sendo encontrado também no leite materno. A
metabolização é hepática tendo como resultado um metabólito sulfatado inativo. A
meia vida de eliminação é de 3,7 – 5 horas por via oral e de 3 – 8 horas por inalação,
com excreção renal de 64 – 98%, dos quais cerca de 28% aparecem na urina como
droga não modificada. Cerca de 1,2 - 7% da dose oral e 10,2 - 12% da quantidade
inalada são excretados pelas fezes.
Salbutamol não é removido por hemodiálise.
CRIANÇAS DE 6-12ANOS:
2 mg/dose,3-4 vezes/dia; dose máxima=32 mg/dia (doses divididas).
Broncoespasmo
ADULTOS:
0,25 mg por vias subcutânea ou intramuscular. Pode-se repetir após 15
minutos, se necessário. Este regime pode ser administrado a cada 4 horas.
Por infusão intravenosa contínua: 0,1-0,2 mg, infundidos lentamente. Pode-se
repetir, se necessário. A dose máxima recomendada para cada administração é de 1
ampola. Para tratamento do estado asmático: 5 microgramas/min (10 gotas /minuto de
uma solução contendo 10 microgramas de salbutamol, obtida pela diluição de 1
ampola em 500 ml de solução salina normal ou dextrose 5%).
A dose requerida para o tratamento da insuficiência respiratória pode ser de até
80 microgramas, embora o máximo recomendado seja de 50 microgramas/minuto.
A administração intravenosa deve ser cercada de cuidados intensivos com
monitorização do ECG e dos níveis de potássio sérico. Também é recomendado que
os pacientes recebam oxigênio durante o período de infusão.
CRIANÇAS:
3 – 5 microgramas/kg, por vias subcutânea ou intramuscular.
Em aerossol:
CRIANÇAS E ADULTOS:
90 microgramas/dose
ADULTOS:
2,5 mg, diluídos em 3 ml de cloreto de sódio 0,9%, 3-4 vezes/dia. Esta solução
é administrada por nebulizador. Dose mínima diária 1,25 mg e máxima 60 gotas.
CRIANÇAS:
2,5 mg (0,5 ml de uma solução 0,5%, diluída em 2,5 ml de cloreto de sódio
0,9%), 3-4 vezes /dia.
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Comprimidos: 2 mg, 4 mg
Aerossol: 0,1 mg/dose
Solução para nebulização: 5 mg/mL
Solução oral: 0,4 mg/mL
Xaropes: 0,4 mg/mL, 0,48 mg/mL
Solução injetável: 0,5 mg/mL
Sulfato de salbutamol:
Comprimidos: 2 mg, 2,4 mg, 4 mg, 8 mg
Cápsulas: 0,2 mg, 0,4 mg
Soluções para nebulização: 5 mg/mL, 6 mg/mL
Pó para inalação: 0,2 mg
Aerossol: 0,1 mg/dose
Soluções orais: 0,4 mg/mL, 0,48 mg/mL
Xaropes: 0,4 mg/mL, 0,482 mg/mL, 2,4 mg/mL
Solução injetável: 0,5 mg/mL
Disponíveis no exterior:
Comprimidos de liberação modificada: 4 mg, 8 mg
Cápsula para inalação oral : 0,2 mg
Soluções para nebulização: 0,83 mg/mL, 5 mg/mL
Aerossol: 0,09 mg/dose, 0,1 mg/dose
Sulfato de salbutamol:
Comprimidos: 2 mg, 4 mg
Comprimidos de liberação modificada: 4 mg, 8 mg
Cápsulas de liberação modificada: 4 mg, 8 mg
Cápsulas para inalação oral: 0,2 mg
Solução para nebulização: 0,1 mg/dose, 0,83 mg/mL, 1 mg/mL, 2 mg/mL, 5
mg/mL
Aerossol: 0,1 mg/dose
Pó para nebulização: 0,095 mg/dose, 0,2 mg/dose, 0,4 mg/dose
Solução oral: 0,4 mg/mL
Xarope: 0,4 mg/mL
Solução para infusão intravenosa: 1 mg/mL
Injeção: 0,05 mg/mL, 0,1 mg/mL, 0,5 mg/mL
Aspectos farmacêuticos
Apresenta-se como pó cristalino branco ou quase branco, solúvel em álcool ,
pouco solúvel em água e levemente solúvel em éter. O peso molecular é de 239,3. O
sal de sulfato possui peso molecular de 576,7 e é livremente solúvel em água, pouco
solúvel em álcool, éter e clorofórmio, muito pouco solúvel em diclorometano. 1,2 mg de
sulfato de salbutamol corresponde a 1 mg da base anidra . Ambos devem ser
protegidos da luz.
Os comprimidos e os xaropes devem ser armazenados entre 2 e 25 0C e o
aerossol entre 15 e 30 0C. Este último não deve ser exposto a altas temperaturas por
mais de 1 ou 2 dias devido à presença de fluocarbonetos na formulação, o que
acarreta risco de explosão. Salbutamol solução para nebulização deve ser diluído
antes da administração em solução salina normal , na proporção de 0,5 ml/3 ml,
respectivamente. Esta solução permanece estável por 7 dias à temperatura ambiente
ou sob refrigeração.
SALMETEROL
Fabiana Vieira Lacerda Mendes
Mecanismo de ação
É agonista beta-2 adrenérgico de longa duração. Estimula a atividade da
adenilciclase e o aumento do AMP cíclico, promovendo relaxamento dos músculos dos
brônquios. Por ser beta-2 seletivo tem pequeno efeito sobre o coração. Parece
também suprimir a liberação de leucotrienos e histamina dos mastócitos do tecido
pulmonar, aumentar a função mucociliar, diminuir a permeabilidade microvascular e
inibir a fosfolipase A2.
Indicações
Tratamento de asma brônquica, prevenção de broncoespasmo em pacientes
maiores de 12 anos com obstrução brônquica reversível, bronquite crônica ou
enfisema.
Contra-indicações
Hipersensibilidade a salmeterol, aminas adrenérgicas e/ou componentes da
fórmula. Asma aguda. Crianças menores de 12 anos.
Precauções
Não usar em substituição a corticoesteróide oral ou inalatório. Uso cauteloso
em pacientes com hipertrofia prostática, diabetes, desordens cardiovasculares,
desordens convulsivas, hipertensão, hipertireodismo, tireotoxicose. Suspender uso no
caso de broncoespasmo paradoxal. Risco de efeitos cardiovasculares é maior em
idosos. Uso prudente de bloqueadores betadrenérgicos cardioseletivos (atenolol ou
metoprolol), gravidez e amamentação. Pode ocorrer tolerância com o uso prolongado.
Categoria de risco para a gestação C (FDA).
Reações adversas
> 10%:
Dor de cabeça, faringites.
DE 1% A 10%:
Taquicardia, palpitações, aumento ou diminuição da pressão sangüínea,
arritmia cardíaca, estimulação do sistema nervoso central, hiperatividade, insônia,
malaisa, fraqueza, diarréia, náusea, tremores, mialgias, artralgia, tosse, infecção
respiratória, bronquite.
< 1%:
Reações de hipersensibilidade (rash, urticária, broncoespasmo).
Interações medicamentosas
Diminuição de efeito: betabloqueadores não-seletivos (propranolol)
Aumenta de toxicidade: inibidores da IMAO, antidepressivos tricíclicos.
Associação com diuréticos causa hipocalemia e mudanças no
eletrocardiograma.
Farmacocinética
A administração inalatória é a preferencial. O início da resposta ocorre de 10 a
20 minutos após inalação e o pico plasmático, em 2 a 3 horas. A duração da ação é de
12 horas. A taxa de ligação a proteínas é de 94 a 98%. Extensamente metabolizado
no fígado a ácido hidroxinaftóico. Cerca de 60% são excretados na fezes e a meia-
vida de eliminação de 3 a 4 horas; a do metabólito é de 11 dias.
Prescrição/Cuidados de administração
Via respiratória
Em asma brônquica
ADULTOS:
Aerosol: 50 microgramas, a cada 12 horas.
Pó para inalação: 42 microgramas, a cada 12 horas.
Em doença pulmonar obstrutiva crônica (incluindo bronquites crônicas e
enfisema
ADULTOS:
Aerosol 50 microgramas, no mínimo 30 a 60 minutos antes do exercício.
Pó para inalação: 42 microgramas, no mínimo 30 a 60 minutos antes do
exercício
Formas farmacêuticas
Disponíveis no Brasil:
Spray: 0,025 mg/dose, 0,05 mg/dose
Xinafoato de salmeterol:
Solução propelente: 0,025 mg/dose
Pó para inalação: 0,05 mg/dose
Disponíveis no exterior:
Aerossol dosimetrado: 0,025 mg/dose
Pó para inalação: 0,05 mg/dose
Xinafoato de salmeterol:
Aerossol: 0,021 mg/dose, 0,025 mg/dose
Pó para inalação: 0,05 mg/dose
Aspectos farmacêuticos
Salmeterol tem peso molecular de 415,56. Xinafoato de salmeterol tem peso
molecular de 603,74. É solúvel em metanol, levemente solúvel em etanol, clorofórmio,
isopropanol e água. O aerossol deve ser armazenado entre 15-30ºC e deve ser
agitado antes do uso. O pó para inalação deve ser armazenado à temperatura de 20-
25ºC em local seco, ao abrigo de luz do sol e calor.