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ESTOMATO
LOGIA
INTRODUÇÃO À ESTOMATOLOGIA
Estomatologia é o estudo da boca (stômato = boca, logos = estudo). É conhecido como Propedêutica
Clínica, Semiologia, Diagnóstico Bucal e, também, Medicina Oral.
Semiologia → segundo Viera Romeiro, é o “tratado ou estudo dos exames clínicos. Investiga os sinais e
sintomas da doença, discute os seus mecanismos e valor, coordena e sistematiza todos os elementos para
construir o diagnóstico e, como consequência, deduzir o prognóstico”.
É composta por 3 partes:
1 Semiotécnica: técnica de pesquisar os sinais e sintomas e se resolve na arte de explorar.
2 Propedêutica Clínica: absorve os dados colhidos pela semiotécnica, os pais, após analisados e criticados
no seu valor intrínseco, servem para especificar o diagnóstico e presumir o prognóstico e tratamento.
3 Semiogênese: estuda os mecanismos formadores dos sinais e sintomas em seus mínimos detalhes.
A disciplina é responsável, também, pelo estudo das lesões próprias da mucosa bucal, do complexo
maxilomandibular e órgãos anexos, bem como das repercussões bucais de doenças sistêmicas.
Investigação → procura dos indícios obtidos dos sintomas por meio da anamnese e dos sinais
observados durante o exame físico, formulando hipóteses diagnósticos. Com base nas provas coletadas,
deverá ser solicitado exames complementares necessários para chegar ao diagnóstico final para que seja
possível eleger uma terapêutica efetiva.
Conceitos
Sinais x Sintomas
Sinais: do latim “signalis” = manifestação, indício. Manifestação objetiva, visível e perceptível pelo
paciente e pelo profissional. Ou seja, é um dado objetivo que pode ser observado pelo examinador.
Ex: Mudanças de coloração de um dente ou mucosa, aumento de volume ou temperatura da face,
pequenas elevações nos lábios, que, se não forem visíveis, poderão ser percebidas pelo tato quando
o pressionamos entre os dedos, ulcerações, edemas e inúmeras outras manifestações anormais
constituem-se em sinais.
Sintomas: do grego “symptom” = acontecer. Manifestação subjetiva e indicada pelo paciente. Ou seja, é
uma sensação anormal, subjetiva, referida pelo paciente, não avaliada pelo examinador. Ex: dor, náusea,
astenia, disfagia, prurido, dormência e outros.
Sintomatologia
É o conjunto de sinais e sintomas presentes em uma doença. A Síndrome, por sua vez, significa um conjunto
de sinais e sintomas (sintomatologia) caracterizados por uma doença. Classificação:
1 Comum: algo não característico, como a febre.
2 Patognomônico: sinal cuja presença indica que uma determinada doença está instalada para além de
qualquer dúvida. Exemplo: vesículas em ramalhete do herpes labial (muito característico)
3 Anatômico
4 Reflexo: exemplo: colapso de oclusão ou dor de dente X dor de ouvido (causa distante de onde o
paciente relata o sintoma → mais difícil)
5 Prodrômico: fase que precede o aparecimento de sintomas de uma dada doença, na qual a maioria
dos sinais clínicos são inespecíficos. Exemplo: formigamento que antecede o herpes (anterior à
doença)
Semiologia
Do grego “semion” = sinal. É o estudo dos sinais e sintomas de uma doença. É o levantamento do estado de
saúde ou de doença de um paciente. Métodos Semiológicos:
Exame Clínico: consiste em avaliar o paciente através da inspeção, palpação, ausculta e percussão, com o
auxílio de equipamentos como; estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro, lanterna, lupa,
oftalmoscópio,
Exames por Imagens: exame que permite que os médicos possam ver o interior do corpo.
Exames Histopatológicos: consiste na análise microscópica dos tecidos para a detecção de possíveis lesões
existentes, com a finalidade de informar ao clínico a natureza, a gravidade, a extensão, a evolução e a
intensidade das lesões, além de sugerir ou até mesmo confirmar a causa da afecção. Podem ser: citológico
ou histológico
Exames Laboratoriais: hematológicos, bioquímicos, sorológicos, urina, fezes.
Diagnóstico
É a identificação de uma doença através da investigação de seus sinais e sintomas. É importante porque um
correto diagnóstico permite que se estabeleça o prognóstico e um plano de tratamento (planejamento das
etapas e condutas a serem seguidas pelo profissional de acordo com as necessidades de cada paciente).
1 Direto: com base nos sintomas observados. Ex.: herpes, dente supranumerário, terceiro molar incluso
2 Presuntivo/Provisório/Clínico: utiliza-se de uma criação de hipóteses, por meio de sinais e sintomas
expostos. Ex.: obstrução da glândula submandibular
3 Diferencial: distinguir aquilo que parece ser um diagnóstico do diagnóstico real. Ex.: hemangioma
cavernoso (mucocele, manchas, malformações vasculares)
4 Final: carcinoma espinocelular (através de imagens, azul de toluidina, punção, contraste, biópsia, etc)
Prognóstico
É a previsão que o profissional faz a respeito da Classificação antiga Classificação atual
evolução e da cura de uma doença. Fatores a
considerar (1) dano anatômico e funcional; (2) Ótimo Ruim Favorável
efetividade da terapêutica disponível; (3) condições Bom Péssimo Desfavorável
gerais e psíquicas do paciente. Tipos de prognóstico Regular Sombrio Duvidoso
Tratamento
Específico (etiológico ou casual):
Suporte (ou complementar):
Alternativo:
Proservação
Follow-up. É o acompanhamento periódico, efetuando-se exames clínicos, de imagem e laboratoriais para
monitorar e na qual todas as possibilidades são esperadas.
EXAME CLÍNICO
Exame clínico é aquele que compreende dois processos fundamentais são eles: a história clínica (ou
anamnese), relatada pelo doente, e o exame físico, feito pelo médico.
O exame clínico funciona como uma espécie de ponto de partida para o diagnóstico adequado, ele é de
vital importância para o médico entender qual é a situação geral do paciente, visando obter informações para
um tratamento mais adequado e, consequentemente, bem-sucedido.
Para entendermos um pouco melhor esse assunto, a primeira fase do exame clínico é a anamnese,
momento em que o médico entrevista o paciente visando extrair dele a maior quantidade possível de
informações. Essa é comumente precedida de exames físicos, onde o médico tenta reconhecer as
manifestações que algumas doenças deixam no corpo.
A sintomatologia de uma doença (sinais e sintomas) pode agir como agentes norteadores e indícios de
diagnósticos. Uma entidade que por si só leva ao diagnóstico do processo presente, sendo, portanto, o
elemento patognomônico (que caracteriza a doença).
Critério Diagnostico: é um conjunto de sinais e sintomas clínicos e/ou laboratoriais que, quando
aparecem em conjunto em um paciente, indicam a presença de determinada doença. Isoladamente,
cada um desses dados clínicos ou laboratoriais não teria maior valor
Indício Diagnostico: todo e qualquer sinal ou sintoma clínico ou laboratorial que constitua um desvio
do normal.
Os critérios diagnósticos são compostos por indícios.
Cada vez mais a população procura o serviço de atendimento em saúde bucal precocemente para
atenuar futuros processos mórbidos mesmo sem nenhuma sintomatologia. Por isso se faz necessário um
exame físico sistemático, ordenando e completo junto a uma anamnese eficiente.
Ficha Clínica/Prontuário: instrumento legal de relevante importância, sendo, também, a fonte mais
segura para a obtenção de dados estatísticos epidemiológicos que auxiliam a conhecer melhor a
história natural das doenças.
Deve ser feito de maneira sistemática, ordenada e completa. Tipos de exames clínicos:
(1) Completo: pode ser ativo ou passivo.
a. Ativo: tem-se a indução do paciente a falar. Serve para adultos ou pacientes que não apresentam
comprometimento físico, mental ou emocional.
b. Passivo: o paciente fala naturalmente.
(2) Panorâmico
(3) Emergencial
É composto por:
(1) Anamnese: do grego “anamnesis” = recordação/trazer de volta à memória. Exame subjetivo que consiste
num interrogatório a que se submete o paciente com base no qual se estrutura a história clínica
(2) Exame físico: exame objetivo que tem por finalidade a pesquisa de sinais presentes na anamnese. Aqui
ocorre a palpação, ordenha de glândula salivar etc.
DIAGNÓSTICO > PROGNÓSTICO > PLANEJAMENTO TERAPÊUTICO > PROSERVAÇÃO
Anamnese
É uma entrevista que tem por objetivo trazer de volta à mente todos os fatos relativos ao doente e à
doença → Constrói a história evolutiva da doença, desde suas manifestações prodrômicas até seu estágio de
evolução no momento do exame.
Ocorre com base no diálogo entre paciente e examinador. Visa a obtenção de todas as informações,
presentes e passadas, que possam ser úteis na elaboração do diagnóstico, prognóstico, planejamento
terapêutico e proservação.
É a parte mais importante da clínica médica, pois envolve o núcleo da relação médico-paciente, onde
se apoia a parte principal do trabalho médico. Além disso, preserva o lado humano da medicina e orienta de
forma correta o plano diagnóstico e terapêutico.
Durante a anamnese, ocorre o momento em que se estabelecem as regras subliminares da relação
médico-paciente, que poderão vir a determinar o êxito futuro: do diagnóstico e da aderência ao tratamento,
alicerçadas numa relação de respeito e amizade que deveria ocorrer já na primeira consulta.
Os objetivos da anamnese são, em resumo:
Estabelecer condições para a relação médico-paciente;
Fazer a história clínica e conhecer os fatores pessoais, familiares e socioambientais relacionados com o
paciente;
Estabelecer os aspectos do exame físico que merecem mais investigação;
Definir a estratégia seguida em cada paciente quanto aos exames complementares. É necessário ao
médico ainda saber optar por exames com alta sensibilidade e especificidade;
Escolher procedimentos terapêuticos mais adequados em função dos diagnósticos e do conhecimento
global do paciente.
Para conseguir tal intento, o médico deve fazer uso das seguintes técnicas: facilitação (facilitar o relato do
paciente por meio da postura médica), reflexão, esclarecimento (médico deve procurar definir de maneira
mais clara o que o paciente está relatando), confrontação (mostrar ao paciente algo acerca de suas próprias
palavras ou comportamento), interpretação (observação do médico a partir do que vai anotando sobre o
relato do paciente) e respostas empáticas (intervenção do médico mostrando “empatia”, ou seja,
compreensão e aceitação sobre os relatos).
Princípios da entrevista
Acolhida: deve fazer o paciente se sentir acolhido
Comportamento amigável: deve ser educado, respeitoso, humilde e empático.
Deve evitar a pressa e a correria
Deve promover o bem-estar do paciente: paciente deve estar sentado, na mesma altura do profissional
(45º)
Deve conquistar a confiança do paciente (principalmente com crianças)
Deve-se ter valorização criteriosa das informações obtidas.
Técnicas
Interrogatório completo (anamnese ativa)
Escuta (anamnese passiva) → deve ser registrado na ficha clínica no prontuário
Essa ficha possui valor jurídico, epidemiológico e clínico. Deve ser feitos com responsabilidade e assinado
pelo paciente ou responsável (Lei nº 1314 (jan/51)
Sequência
1 Identificação: ajuda o profissional a ter uma noção básica de quem se está atendendo, facilitando o exame
clínico e a anamnese. São perguntados farotes para tracar um correto perfil epidemiológico e patológico
de algumas doenças e suas incidências: nome completo, endereço completo, gênero (sexo), idade, cor,
peso e altura, estado civil, profissão, procedência
2 Motivo da consulta ou queixa principal: motivo pelo qual o levou à consulta. É importante que seja
registrado com as próprias palavras do paciente.
3 História do motivo da consulta: histórico completo e detalhado da queixa apresentada em toda a sua
evolução temporal e sintomatológica.
Perguntas claras e objetivas
Valorizar as informações prestadas
Auxiliar na ordenação dos fatos
Aprofundar o interrogatório quando surgir uma pista
Linguagem compatível com o nível cultural do paciente
Considerar o estado emocional do paciente
Ambiente deve estar calmo, tranquilo, seguro, sem interrupções.
Cada caso determinará a condição do interrogatório, no entanto há algumas perguntas que são
sistemáticas:
o Tempo de evolução do processo, isto é, quando se iniciou a sintomatologia.
o Como eram no início os sinais e/ou sintomas.
o Ocorreram episódios de exacerbação ou remissão do quadro clínico.
o Recorda-se de algum fato que possa estar ligado ao aparecimento da doença. No caso de
lesões assintomáticas, como era quando percebeu sua existência em relação ao estado atual.
Atentar-se ao diagnostico pré-concebido. Buscar ‘’aquilo que o paciente quer encontrar’’.
4 História médica: fornece informações sobre o estado geral do paciente, passado e presente. É um relato
breve e suscinto das condições de todos os órgãos e sistemas. A conversa pode ter início da última vez
que o paciente foi a uma consulta com o médico. Qual o motivo, qual foi o diagnóstico, qual foi o
tratamento etc.
Sofre de alguma doença?
Possui pressão alta? Tem diabetes?
Faz uso de algum medicamento?
Tem alergia a algum medicamento?
Se tem ou já teve alguma das enfermidades: doenças cardiovasculares, tonturas, anemias, diabetes,
hipertensão, inchado nas articulações, úlcera, tuberculose, sangramento.
Se já foi submetido a alguma cirurgia
Se sofreu variação de peso
Se já fez algum tratamento radioterápico
Gravidez
5 História familiar/Antecedentes familiares: visa obter informações sobre parentes próximos do paciente,
investigando eventual doença herdada ou tendência familiar.
Tem algum parente com câncer?
Tem algum parente com problemas de coração?
Tem algum parente que é diabético?
Tem pressão alta?
7 Hábitos/vícios: todos os hábitos devem ser anotados, quer sejam hábitos nocivos ou higiênicos: tanto seu
tempo como a frequência. Hábitos nocivos como tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e drogas devem
ser minuciosamente determinados quanto ao tipo, tempo de uso, quantidade, variações ou interrupções.
Bebe? Fuma?
Movimentos Mandibulares → Não existe uma ordem obrigatória para o exame das diversas estruturas da
boca; no entanto, ele deve ser completo e metódico. Cada profissional escolhe a sequência com a qual
mais se adapte e deve segui-la rotineiramente
Intrabucal
Semiologia da face (inspeção extrabucal) → certificar que todas as áreas da cavidade bucal estão
clinicamente normais. Deve fazer a inspeção puxando, apalpando
Deve-se, primeiramente, pedir licença ao paciente.
Áreas a ser investigadas: lábio, mucosa jugal, área retromolar, palato duro, palato mole, língua, soalho da
boca, orofaringe, gengiva, glândulas salivares, rebordo (se houver).
Após a inspeção bucal, é feito o odontograma.
Tanto o extra, como o intrabucal → tudo deve ser anotado no prontuário. Desde comprovações a suspeitas.
Quando está tudo normal, anotar “clinicamente normal”.
Odontograma
Trata-se de uma representação gráfica do que é visto nos arcos dentários do paciente. É onde é feita a
demarcação de todos os dentes da arcada dentária superior e inferior do paciente. Para facilitar a
interpretação, os dentes podem ser identificados através do sistema de numeração universal dos dentes ou
letras maiúsculas. Nele são anotados símbolos com significados.
LESÕES FUNDAMENTAIS
Lesões fundamentais são alterações morfológicas que aparecem na mucosa bucal ou na pele assumindo
características clínicas padronizadas e individualizadas.
O conhecimento dessas lesões facilita a formulação de hipóteses diagnósticas, que permitirá o pedido
de um exame complementar específico, quando necessário, para chegar ao diagnóstico final e
consequentemente, adequada terapêutica. Sem esse conhecimento prévio, ele não saberá analisar e dar o
valor intrínseco aos dados obtidos no exame clínicos, que somados aos da anamnese, irão proporcionar a
formulação de hipóteses diagnósticas corretas, além de facilitar a comunicação interprofissional e didática.
Importante lembrar que uma determinada lesão fundamental poderá ser expressa por aspectos clínicos
diversos, a exemplo a afta comum, que é representada por uma ou múltiplas ulcerações.
Não há uma padronização para as lesões fundamentais. As manobras semiotécnicas são essenciais na
avaliação das lesões, entre elas: inspeção visual, palpação, percussão, raspagem, auscultação, olfação e a
vitropressão. Para se descrever uma lesão fundamental é preciso estar atento a todos os detalhes das lesões,
procurando sempre o máximo de precisão e detalhes.
A descrição deve ser completa e conter informações importantes, tais como:
Localização, margens Contorno
Tamanho: medidas, comparações e Número: única ou multiplica.
proserção. Sensibilidade: dor, frio, calor
Limites, inserção/base. Deslizamento: fixo ou móvel. Se profunda,
Cor: homogênia, heterogênea. Branca, superficial, nos planos musculares, etc.
vermelha, pigmentada; Base:
Forma: esférica ou elíptica; Séssil: quando a base da lesão é maior
Consistência: mole, firma, fibroelástica, que o equador: tipo montanha
flutuante, resistente, endurecida. Pedunculada: quando a base da lesão é
Superfície ou textura: lisa, rugosa, moriforme, menor que o equador: tipo cogumelo.
ulcerada ou vegetnante.
Além dos dados clínicos obtidos pelo exame físico, o profissional deve realizar uma anamnese dirigida. Dessa
forma, o cirurgião-dentista deve interrogar:
O tempo de evolução. Os hábitos do paciente.
O histórico de dor. Tratamentos prévios.
Tipos
1. Lesões planas ou elevadas: tem como principal
característica a alteração e/ou que representam
crescimentos sólidos.
Mácula ou Mancha
Placa
Pápula ou Nódulo
As pigmentações endógenas, que abrangem a maioria das lesões pig-mentadas são subdividas em vásculo-
sanguíneas e melânicas, que podem ser hipercrômicas ou hipocrômicas
o HIPERCRÔMICAS: vásculo-sanguínea causadas por uma vasodilatação, produzindo uma coloração
avermelhada (principalmente pelo pigmento da hemoglobina. Ex.: melanose racial, melanoma
maligno
o HIPOCRÔMICAS: palidez devido a isquemia por vasoconstricção capilar. Ex.: vitiligo
Pápula ou Nódulo
Elevação circunscrita, bem delimitada, sólidas, menor que 5 mm de diâmetro podendo ser séssil ou
pediculada.
Pápulas → d < 5mm; Nódulos → 5mm > d > 3cm
Podem ser solitários (únicos) ou múltiplos, estar associados a algum fator irritativo (biofilme bacteriano
ou trauma) ou ter surgimento espontâneo.
Estão incluídas as lesões que se caracterizam pelo crescimento tecidual, incluindo lesões de natureza
reacional/inflamatória e neoplasias, em particular as de natureza benigna. Na maioria dos casos indicam
lesão benigna, mas em alguns casos, trata-se de tumor maligno.
Hipóteses:
o Grânulos de Fordyce o Lesão periférica de células grandes
o Hiperplasia fibrosa inflamatória o Papiloma
o Líquen plano (lesões cutâneas) o Lipoma
o Granuloma piogênico o Fibroa
o Fibroma ossificante periférico o Carcinoma Espinocelular
Placa
Alteração de cor com alteração de superfície. Ou seja, discreta elevação mais ampla em largura que altura.
São sólidas, elevadas ligeiramente do plano mucoso. Possui contorno irregular de consistência mais
endurecida que os tecidos vizinhos.
Hipóteses:
o Queratose Friccional o Sífilis Secundária
o Candidíase Pseudomembranosa o Leucoplasia
o Ceratose Friccional o Mordiscamento crônico
o Líquen Plano
Vesículas
Elevações circunscritas contendo líquido. São localizadas no interior do epitélio ou justapostas a esse,
tendo aproximadamente 3mm de diâmetro.
Abcessos
São similares às vesículas, porém apresentam um material purulento. Possuem diâmetro maior que 1cm.
Acompanha quadro de rubor, calor, dor e tumor.
Úlceras
São lesões em que o tecido epitelial foi totalmente perdido, com exposição do tecido conjuntivo.
Consistem em solução de continuidade da mucosa → atinge o tecido conjuntivo.
Podem ser solitárias ou múltiplas, estar associadas a algum fator irritativo (trauma) ou ser uma
manifestação de doença autoimune, infecciosa ou uma neoplasia maligna,
Erosão
São lesões em que o tecido epitelial foi parcialmente perdido, sem a exposição do tecido conjuntivo.
Perda superficial das camadas mais externas do epitélio, deixando vasos e nervos expostos, mas não tem
exposição completa do conjuntivo.
Apresenta regeneração rápida, sem deixar cicatrizes
Podem ser solitárias ou múltiplas, estar associadas a algum fator irritativo (trauma) ou ser uma
manifestação de doença autoimune, infecciosa ou uma neoplasia maligna,
Hipóteses
o Úlcera traumática (lesões traumáticas) o Lupus Eritematoso
o Candidíase o Pênfigo benigno de mucosas
o Herpes o Pênfigo Vulgar (doenças
o Micoses profundas (doenças imunologicamente mediadas)
infecciosas) o Carcinoma Espinocelular (tumor
o Líquen Plano maligno)
Escaras
São massas de tecidos necróticos produzidas por queimaduras ou corrosivos químicos.
Atrofia
Área de diminuição da espessura e consistência da mucosa. Clinicamente parece com erosão, mas,
histologicamente é a diminuição e não a perda.
Fissura
Apresenta solução de continuidade do epitélio, exposição do conjuntivo. Perda do tecido linear em região
sujeita a pregueamento. Exemplo: língua fissurada.
Fístula
Orifício elevado na superfície mucosa ou na pele de trajeto estreito, saída da secreção purulenta proveniente
de cavidades infectadas. Ex.: abscesso com dreno.
Sulco
Fendas no tecido, podendo ser superficiais ou profundas, lineares, irregulares, transversais ou longitudinais.
Sem exposição do conjuntivo.
Crosta
Ceratização sobre superfícies secas. Produtos secos de exsudato de certas doenças no lábio e na pele. Sua
composição é o ressecamento do pus, sangue, fibrina e restos epiteliais. A cor varia conforme a composição
do exsudato. É o evento da cicatrização da lesão para manter a área protegida para que o tecido subjacente
refaça o tecido.
Papilar
Verrucosas
Petéquia ou Púrpura
Lesão vermelho-arroxeada resultante do extravasamento do sangue.
Pode ser considerada uma variação das pápulas/nódulos
Petéquia (até 2mm), púrpura (maior que 2mm)
Tumor
Lesão sólida com tumefação e aumento de volume sólido, acima de 3cm.
EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares são recursos auxiliares ao diagnóstico, prognóstico, plano terapêutico e
proservação do paciente, frequentemente são indispensáveis para o bom e correto desenvolvimento dos
passos seguintes. Ele é solicitado pelo profissional de saúde após a feita o exame clínico (anamnese + exame
físico). Os dados obtidos do exame do paciente devem direcionar a realização ou solicitação de certo exame
complementar.
É importante que o profissional que esteja solicitando tais exames conheça corretamente o valor e as
limitações do exame solicitado. Tal prática evita, quase sempre, a realização de uma série de exames
dispendiosos, demorados e, com frequência, inúteis. É imperioso que o profissional conheça precisamente o
poder de resolução do exame a ser realizado, isto é, sua capacidade de indicar a presença da alteração
estudada e possibilidade de fornecer resultados falso-positivos e falso-negativos.
Os exames complementares podem ser divididos em:
(1) Inespecíficos: representam, na maioria dos casos, indícios diagnósticos que, somados aos
elementos clínicos, poderão compor um quadro representativo da doença presente
(2) Semiespecíficos: são aqueles que indicam a presença de um processo patológico, mas não sua
natureza e localização. Exemplo: hemograma de doenças infecciosas.
(3) Específicos: são aqueles que, pelo menos teoricamente, deveriam ser positivos exclusivamente na
presença da doença, e sua resolução, portanto, ser de 100%. Exemplo: exames sorológicos são os
mais clássicos.
(3) Por punção: é utilizado seringas “tipo suer”, com agulhas de grosso calibre, inseridas no interior de
lesões ou cavidades ósseas com finalidade de aspirar líquidos e explorar a textura da lesão. O líquido
obtido pode ser distendido em lâmina e examinado ao microscópio como uma citologia.
(4) PAAF :
A escolha da técnica vai depender do tamanho da lesão, localização e inserção. Cabe ao profissional o
discernimento quanto a habilidade para decidir que tipo utilizar, bem como a elaboração de um diagnóstico
clínico prévio.
Hematológico
O exame hematológico é feito através de um hemograma, que é um exame de sangue completo que avalia a
saúde do corpo humano de maneira geral. Através do hemograma, é possível detectar a presença de
desordens como anemia, infecções e leucemia. É fundamental para o monitoramento da saúde, porque
mostram a situação dos órgãos hematopoiéticos e as doenças que podem surgir no sangue.
O que é possível identificar através do exame hematológico?
Níveis dos glóbulos vermelhos, células responsáveis por carregar o oxigênio.
Níveis dos glóbulos brancos, células responsáveis por combater as infecções o corpo humano.
Níveis da hemoglobina, proteína responsável por levar o oxigênio até os glóbulos vermelhos.
Hematócritos, responsáveis por identificar a porcentagem de volume que os glóbulos vermelhos
ocupam no sangue.
Níveis das plaquetas, que ajudam na coagulação do sangue.
Contagem diferencial dos glóbulos brancos.
Volume corpuscular médio, resultado da média dos volumes das células hematológicas.
Concentração de hemoglobina corpuscular média (quantidade de hemoglobina presente nas
hemácias).
Hemograma
Hemograma é o exame laboratorial de rotina que se destina à avaliação quantitativa e qualitativa dos
elementos celulares do sangue. É integrante indispensável de todo o check-up médico, já que pode mostrar
alterações de significado diagnóstico não apenas nas doenças hematológicas, mas, também, em doenças das
mais variadas patogêneses. O hemograma pode ser dividido em três partes: eritrograma, leucograma e
contagem de plaquetas
Eritrograma
Avalia a série eritrocitária do sangue
Valores com níveis inferiores ao valor mínimo de referência → configura-se anemia
Valores com níveis superiores ao valor máximo de referência → configura-se eritrocitose
Objetivos
o Contagem de eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos são uma das células constituintes do
sangue, tal como as plaquetas e glóbulos brancos). Valores de referência:
▪ Homens: 4,5 a 6,0 milhões por microlitro;
▪ Mulheres: 4,0 a 5,5 milhões por microlitro;
o Dosagem de hemoglobina (substância contida nos eritrócitos, responsável pelo transporte de
oxigênio) → índice de capacidade de transporte de oxigênio do tecido. Valores de referência:
▪ Homens: 14 a 18g/100mL
▪ Mulheres: 12 a 16g/100mL
o Hematócrito
o Índices eritrocíticos ou hematimétricos
▪ Volume corpuscular médio (VCM)
▪ Hemoglobina corpuscular média (HCM)
▪ Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
▪ Amplitude de distribuição dos eritrócitos (ADE – RDW Red Cell Distribution Width)
Leucograma
Avalia a série leucocitária. Evidencia alterações quantitativas e/ou morfológicas, as não evidencia alterações
funcionais nos leucócitos. Promove a contagem de leucócitos (glóbulos brancos, os leucócitos são células
oriundas da medula óssea, que atuam como defensoras do organismo contra doenças, quadros infecciosos e
até mesmo alergias). Valores de referência: adulto:
Importante:
O fumo e a obesidade causam importante aumento do número dessas células sanguíneas;
O café, em altas doses, causa leve leucocitose;
Exagero alcoólico, por sua vez, causa leucopenia;
Segundo Failace,3 a interpretação do leucograma deve levar em conta os seguintes postulados:
A contagem de leucócitos varia na população dentro de limites muito amplos.
Cada indivíduo costuma ter sua própria contagem, mais ou menos estável.
A fórmula relativa, com predomínio de neutrófilos sobre linfócitos e pequena percentagem das demais
células, é muito parecida em todas as pessoas.
As alterações do leucograma ocorrem às expensas de uns ou de outros tipos celulares, não de todos ao
mesmo tempo, o que sempre altera a fórmula percentual.
Valores de referência
Leucograma Adultos caucasoides Adultos negros
Leucócitos (por microlitro) 3.800 a
11.000 3.200 a 10.000
Contagem de plaquetas
Os valores de referência para a contagem de plaquetas estão entre 150.000 e 400.000 por microlitro de
sangue. Entretanto, a função hemostática mantém-se satisfatória com contagens acima de 80.000 por
microlitro, de modo que trombocitopenias acima dessa cifra são assintomáticas.
Testes Laboratoriais
Coagulograma
Corresponde a um grupo de exames de sangue solicitado pelo profissional de saúde para avaliar o
processo de coagulação do sangue, identificando qualquer alteração e indicando, assim, o tratamento para a
pessoa de modo a evitar complicações. É diferente do hemograma, que é um método de diagnóstico usado
para análises clínicas, solicitado para avaliar a saúde do paciente. O método é rápido, pouco invasivo e,
geralmente, barato, podendo ser realizado em laboratórios, clínicas ou hospitais.
O objetivo do coagulograma é avaliar a coagulação do sangue. O procedimento pode ser solicitado em
casos de tratamentos que causam sangramento ou no pré-operatório.
Esse exame é solicitado principalmente antes de cirurgias para que seja avaliado o risco do paciente
sofrer hemorragias durante o procedimento.