Você está na página 1de 25

Cistos e

Pseudocistos
FREDERICO CAMARGO
JULIA COELHO

Curso de Medicina – Universidade Federal do Tocantins


109 Norte Av. NS-15, ALCNO-14. Plano Diretor Norte. Bala 1 . Cidade Universitária de Palmas .
CEP 21941-598 . Palmas, TO . Brasil .. www.uft.edu.br
Conceito
• Cistos são formações cavitários, circundadas por epitélio, cujo
produtos da síntese acumulam no seu interior.

Macroscopicamente: são arredondados, nodulares, de consistência


não aumentada, geralmente indolores e de tonalidade semelhante à
pele circunvizinha.

Microscopicamente: revestidos por epitélio, podem conter


queratina, fluidos e/ou células. A localização é dérmica ou raramente
hipodérmica.

A classificação é baseada no tipo de epitélio ou na sua ausência


(pseudocisto): epitélio estratificado escamoso, não estratificado
escamoso e cistos não revestidos por epitélio.

Cistos e pseudocistos
Cisto revestido por epitélio escamoso
estratificado

Cistos epidermoides

• São os cistos mais comuns;


• São raros em crianças e comum em adultos.
• Síndrome de Gardner e síndrome do nevo basocelular.

Cistos e pseudocistos
Cistos epidermoides

Cistos e pseudocistos
Cisto revestido por epitélio escamoso
estratificado

Cistos epidermoides

• São os cistos mais comuns;


• São raros em crianças e comum em adultos.
• Síndrome de Gardner e síndrome do nevo basocelular.

Resultam da proliferação de células epidérmicas produtoras


de queratina no interior da derme. Esta condição pode
originar-se da oclusão do folículo piloso, da implantação de
células epidérmicas na derme por traumatismo ou por células
desprendidas ao longo da vida embrionária.

Cistos e pseudocistos
Cisto revestido por epitélio escamoso
estratificado

Cistos epidermoides

• Apresentam-se como nódulos de dimensões variáveis, desde


milímetros até vários centímetros, móveis em relação aos planos
profundos, únicos ou múltiplos.
• São de coloração da pele normal e esbranquiçados ou
amarelados quando localizados mais superficialmente.
• A localização é intradérmica ou subcutânea, a consistência é dura
ou branda, às vezes com flutuação.
• Em alguns cistos epidermóides, reconhece-se um ponto central
representando o orifício pilossebáceo obstruído que, à expressão
do cisto, elimina material queratinoso.

Cistos e pseudocistos
Cisto revestido por epitélio escamoso
estratificado

Cistos epidermoides

Não há sintomatologia subjetiva exceto ao ocorrer inflamação


secundária, quando se torna eritematoso e doloroso e pode
apresentar flutuação e eliminação de material queratinoso e
purulento de odor rançoso.

Cistos epidermoides ocorrem com frequência na face, fronte, regiões


temporais, pescoço e porção superior do tronco. Os cistos
resultantes de implantação traumática localizam-se mais
frequentemente nas regiões palmares e plantares e nas nádegas.

Cistos e pseudocistos
Histopatologia

A parede do cisto epidermoide é composta por epiderme normal


contendo todas as suas camadas, inclusive a granulosa, sem cones
epiteliais, e o conteúdo é formado por lâminas de queratina. Na
derme, entorno ao cisto, por eliminação do seu conteúdo através de
rupturas da parede cística, pode haver reação inflamatória tipo corpo
estranho.

Cistos e pseudocistos
Tratamento

• Nos cistos epidermoides e pilares até 1 cm de tamanho, faz-se


anestesia intradérmica e pequena incisão.
• Em seguida, expressão forte para procurar eliminar a cápsula
(marsupialização). Curetagem e cauterização com iodo ou ácido
tricloroacético (solução saturada) podem ser feitas se a cápsula
não for eliminada.
• Nos cistos maiores, excisão cirúrgica e retirada da lesão com a
cápsula. Pode ocorrer recidiva se permanecer algum resto da
cápsula. Se houver inflamação, drenagem e expressão são
indicadas.
• Nos ciscos inflamados, infiltração intralesional com triamcinolona
pode ser útil. Nestes casos pode ocorrer a cura da lesão como
decorrência do processo supurativo.
Infecções secundárias podem exigir antibioticoterapia sistêmica.

Cistos e pseudocistos
Cistos pilares ou triquelemais

São ciscos cujo conteúdo é queratina e cuja parede é composta por


epitélio cuja queratinização é semelhante à bainha externa do folículo
piloso.
Os cistos pilares são muito menos comuns que os epidermoides,
correspondendo a apenas 10 a 20% dos cistos cutâneos. São mais
comuns em mulheres.
Eram erroneamente chamados cistos sebáceos.

Cistos e pseudocistos
Patogenia

São frequentemente herdados de modo autossômico dominante.


Derivam da membrana externa da raiz do pelo, da porção entre a
inserção do músculo eretor do pelo e o orifício pilossebáceo e, pelas
características do epitélio desta área, há queratinização abrupta sem
interposição da camada granulosa.

Cistos e pseudocistos
Manifestações clínicas

• São clinicamente semelhantes aos cistos epidermoides,


caracterizando-se por nódulos de localização dérmica, móveis,
que se localizam principalmente no couro cabeludo, ainda que
possam ocorrer, ocasionalmente, na face, pescoço e tronco.
Podem ser únicos, porém, mais comumente são múltiplos.
• Também são normalmente assintomáticos, podendo produzir
sintomas apenas quando, por ruptura do cisto com infecção
secundária, surgem fenômenos inflamatórios

Cistos e pseudocistos
Manifestações clínicas

Cistos e pseudocistos
Histopatologia

• São compostos por parede de células epidérmicas cuboidais, sem


pontes intercelulares e sem camada
granulosa.
• O conteúdo é composto por material queratinoso amorfo, em
disposição lamelar.

Cistos e pseudocistos
Diagnóstico

• A diagnose diferencial deve ser feita da mesma forma que em


relação ao cisto epidermoide. Com este, com as demais lesões
císticas tipo esteatocistoma multiplex e com lipomas.

Cistos e pseudocistos
Diagnóstico

• A diagnose diferencial deve ser feita da mesma forma que em


relação ao cisto epidermoide. Com este, com as demais lesões
císticas tipo esteatocistoma multiplex e com lipomas.

Cistos e pseudocistos
Cisto traumático

É adquirido por trauma em área exposta como mãos e dedos,


quando há introdução na derme de tecido epitelial que produz
queratina (cistos de inclusão). Clinicamente, são nódulos duros,
indolores, com cerca de 0,5 cm de diâmetro.

Cistos e pseudocistos
Cisto traumático

Cistos e pseudocistos
Mucocele (cisto mucoso oral)

Originam-se da ruptura de ductos de glândulas salivares menores


resultando acúmulo de mucina, reação inflamatória e formação de
tecido de granulação em torno ao processo.

Cistos e pseudocistos
Mucocele (cisto mucoso oral)

Cistos e pseudocistos
Histopatologia

• Em meio ao tecido conjuntivo, observam-se áreas de depósitos de


mucina circundados por inflamação crônica, macrófagos contendo
mucina e tecido de granulação.
• Na periferia do processo, pode estar presente duto glandular e as
glândulas salivares podem exibir inflamação crônica e fibrose.
• Na forma superficial, há uma vesícula subepitelial na qual ou em
suas proximidades se abrem dutos salivares.
• A vesícula contem mucina e há infiltrado inflamatório discreto
linfo-histiocitário em torno.

Cistos e pseudocistos
Diagnóstico

• Clínica e histopatológica. Além de outros cistos e tumorações da


cavidade oral nas formas superficiais devem ser lembradas na
diagnose diferencial as doenças vésico-bolhosas imunológicas ou
virais.

Cistos e pseudocistos
Tratamento

• Pode haver regressão espontânea mas, em geral, estes casos são


tratados por cirurgia excisional ou eletrocoagulação ou criocirurgia
ou laser de C02.
• Eventualmente podem ser tentadas infiltrações intralesionais de
triamcinolona.

Cistos e pseudocistos
Cisto Dermoide

• São nódulos subcutâneos CUJO tamanho varia de


1 a 5 centímetros, de consistência branda, localizados nas áreas
de fendas embrionárias, como regiões
periorbitárias, pescoço, região supraesternal, sacral e
perineal.
• A cápsula é epidérmica com anexos rudimentares e a massa
cística é constituída por sebo e queratina, às vezes com pêlos e
excepcionalmente com cartilagens ou osso. A variante comum,
localizada na região sacrococcígea é também chamada
de cisto pilonidal.

O tratamento é a exérese cirúrgica.

Cistos e pseudocistos
Cisto Dermoide

Cistos e pseudocistos

Você também pode gostar