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QUADRO CLÍNICO
Principal sintoma é a dor aguda contínua,
localizada em hipocôndrio direito e/ou
epigastro, podendo irradiar para a escápula.
Maior intensidade no inicio e melhora
Através da dilatação é possível saber o gradual após 24 horas.
possível lugar da obstrução. Se os ductos Náuseas e vômitos podem aparecer e os
intra-hepáticos estiverem dilatados episódios se repetem de dias a meses –
provavelmente há obstrução extra-hepática. intermitente.
3. TC: melhor para visualização de cálculos no Dor esta associada após uma refeição com
colédoco, mas tem menor sensibilidade na alimentos gordurosos ou farta refeição.
vesícula. Ocorre em virtude da presença do cálculo.
4. Colangiorressonância : excelente Sintomas como dispepsia (eructações,
sensibilidade para identificar pequenos plenitude gástrica e náuseas).
cálculos, A maioria dos pacientes são assintomáticos.
5. US Endoscópica: permite a realização de
biópsia quando se suspeita de neoplasias
periambulares. Boa visualização do colédoco COMPLICAÇÕES
e lama biliar.
6. Cintilografia biliar: melhor método de Colecistite aguda;
confirmação de diagnóstico. Injeta contraste Coledocolitíase;
e espera atingir os órgãos como fígado,
Pancreatite Aguda;
vesícula, via biliar e duodeno.
Colangite;
Vesícula em Porcelana (fator de risco Ca);
Íleo Biliar – fistula e obstrução intestinal por NOÇÃO ANATÔMICA
cálculo;
TRATAMENTO
Analgesia da “Cólica Biliar” é uso de
AINES. Ou opioides em dor severa.
Antiespasmódicos para alivio imediato;
Tratamento definitivo é cirúrgico – indicação
por causa da dor ou por histórico de
complicações.
Em assintomático a indicação cirúrgica
ocorre por esses parâmetros: cáculo > 3 mm,
pólipos vesicular, vesícula de porcelana,
doenças hemolíticas.
A cirurgia pode ser aberta (incisão de Kocher
ou paramediana interna direita), comum
realização da dissecção do trígono
hepatocístico (triangulo de Calot).
Tratamento clínico em pacientes que recusam
a operar ou com algum risco cirúrgico
baseia-se em solventes de cálculo de
colesterol (URSO). Ou até litotripsia.
Obs: vesícula localizada em região sub-hepática
profunda.
Colecistite Aguda
INTRODUÇÃO
Processo inflamatório da vesícula, que na A perfuração pode atingir 3 regiões:
maioria das vezes cursa com obstrução do Peritônio e causar um processo
ducto cístico; infeccioso;
Formação de abscesso e contensão da
Aproximadamente 25% dos pacientes com
perfuração;
colelitíase apresentarão essa afecção e surge
Fístula duodenal (mais comum).
quase sempre após episódios repetitivos de
dor; PATOGÊNESE
Acomete principalmente mulheres (3:1) até
50 anos de idade, após essa idade os casos A teoria mais aceita é que o cálculo provoca
entre os sexos tende a se igualar; irritação da parede da vesícula, o que libera
Geralmente inicia com a obstrução do ducto uma enzima (fosfolipase A2). Essa enzima
cístico por um cálculo, o que leva aumento age na lecitina (presente na bile),
da pressão intraluminal, estase da bile, transformando-a em lisolecitina, que é um
comprometimento venoso e linfático, edema, irritante químico e inicia-se o processo
isquemia, ulceração e infecção bacteriana; inflamatório;
Pode evoluir para a perfuração, normalmente Achados histopatológicos demonstram que o
o fundo da vesícula é a área que mais ocorre, indivíduo antes de ter o quadro agudo, já
pois apresenta menor perfusão, sofrendo sofria com a colecistite crônica. Os achados
mais pela isquemia;
são fibrose, infiltrado inflamatório e Seios de Cintilografia das Vias: apresenta maior
Rokitansky-Aschoff; acurácia, sensi 97% e especi 90%. Injeta
Apresenta etiologia multifatorial, mas os tecnécio 99, que de acordo com a captação
cálculos é a principal causa; do órgão, avalia-se a presença de obstrução
A bile é estéril, mas na presença de cálculos ou não;
pode apresentar infecções bacterianas,
principalmente por E. coli, Klebsiella, TRATAMENTO
Enterococcus faecalis, Proteus e Clostridium. Suporte clínico:
1. Internação hospitalar,
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
2. Reposição hídrica,
Paciente típico: mulher, meia idade, já sofreu 3. Analgesia,
antes de dor biliar; 4. Dieta zero,
A dor aumenta gradativamente, localizada 5. ATB terapia de 7 a 10 dias (Gram
abaixo do arco costal, no quadrante superior negativos e anaeróbicos):
direito, pode acontecer que no início do Amoxilina+clavulanato + Ampicilina
quadro a dor localize em região epigástrica (betalactâmico e inibidor da
em virtude das fibras aferenetes viscerais e betalactamase);
com o passar do tempo a dor se localiza em Ceftriaxone + Metronidazol
FD; (cefalosporina de 3 geração +
Pode irradiar para a região escapular; nitromidazólico=anaeróbicos);
Dor estende mais do que 6 horas, o Ciprofloxacina (quinolonas) + Metro
diferencial para a colelitíase. Paciente Tratamento definitivo é cirúrgico,
habituado com a dor, nas maiorias das vezes COLECISTECTOMIA. Via preferencial é
acha que é uma “cólica biliar” e que irá a laparoscópica.
passar. Contraindicações absolutas:
Associação com náuseas, vômitos; coagulopatia não controlada, cirrose
hepática terminal, DPOC não
Febre baixa é o comum, se febre alta
controlado, ICC com FE < 20%.
suspeitar de perfuração;
Baixa mortalidade 0,1%
Ao exame físico nota-se abdome doloroso a
Obs: opção de exceção para pacientes com
palpação em região subcostal direita;
alto risco cirúrgico é a colecistostomia, faz
Sinal de Murphy: inspiração profunda,
drenagem da vesícula por punção percutânea.
palpação e interrupção da respiração se
Não remove a vesícula.
positivo;
Icterícia 10% dos casos – por cálculo ou COMPLICAÇÕES
edema no colédoco, ou Síndrome de Mirizzi.
Perfurações e fístula: quadro geral mais
EXAMES COMPLEMENTARES exacerbado
Laboratório:
1. Leucocitose (12-15k), se muito
alta=perfuração;
2. Aumento discreto de BR, mais do que 4
mg/dl suspeitar de coledocolitíase
associado;
3. Aumento de AST e FA;
4. Aumento de Amilase Sérica;
Ultrassonografia: primeiro exame para
solicitar, especi e sensi de 95%, ótimo para
avaliar cálculos, achados incluem
espessamento da vesícula, edema, cálculos,
líquido perivesicular, Murphy US;
Perfuração livre para a cavidade Clínica associada a pacientes graves, febre
abdominal, peritonite generalizada alta e leucocitose sem explicação. Difícil
associada – mais agudo, primeiros dias; diagnóstico.
Perfuração localizada com a formação de Colecistite Enfisematosa Aguda: 1% dos
um abscesso – mais demorado, segunda casos, gás na parede da vesícula por processo
semana, presença de massa palpável; infecciosos. Característica patognomônica é
Perfuração para dentro de uma víscera aerobilia. Clínica semelhante a colecistite
oca, com a formação de uma fístula – aguda.
duodeno principal órgão; Síndrome de Mirizzi: obstrução do ducto
hepático comum por um cálculo grande
Íleo Biliar: obstrução de intestino delgado impactado no colédoco ou no infundíbulo.
por cálculo biliar grande > 2,5 cm, através de Pode formar fístula biliobiliar.
uma fístula. Ocorre principalmente em
regiões mais estreitas como o íleo terminal.
Nota-se a presença de distensão abdominal
com níveis hidroaéreos no Rx, com aerobilia,
e possível cálculo.
Comum em pacientes > 65 anos, 25% dos
casos de abdome obstrutivo.
TTO: enterotomia proximal, com retirada do
cálculo.