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1. Introdução...................................................................... 3
2. Bases anatômicas e fisiológicas do fígado....... 5
3. Fisiopatologia............................................................... 7
4. Quadro clínico............................................................... 9
5. Diagnóstico.................................................................12
6. Complicações.............................................................15
7. Prognóstico.................................................................20
Referências bibliográficas..........................................23
CIRROSE HEPÁTICA 3
Hepatite C
Cirrose
Hemocromatose Doenças metabólicas Cirrose criptogênica Colangiopatia autoimune
hepática
Colangite esclerosante
Doença de Wilson Álcool
Hepatopatias
Esteatose hepática
da infância
não alcoólica
Deficiência de alfa-1-
antitripsina Fibrose cística Atresia biliar Cisto de colédoco
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Figura 3. Lóbulo hepático - Unidade funcional do fígado. Fonte: Sabiston, 20th ed., 2016.
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O fígado tem o papel de manter ho- No fígado normal, só existe matriz ex-
meostase metabólica do corpo que tracelular (MEC) na capsula hepática
inclui a síntese de proteínas e desto- e ao redor das veias centrais. Na pre-
xificação e excreção de produtos de sença de fatores infamatórios, como
eliminação. Esse órgão possui grande espécies reativas de oxigênio, fatores
reserva funcional, e possui a capaci- de crescimento e citocinas, as célu-
dade de se regenerar. Devido a esse las estreladas podem ser ativadas e
poder de regeneração e a grande re- transformadas em miofibroblastos
serva funcional, muitas vezes o real que produzem MEC, sobretudo com
impacto de uma doença que acomete colágenos tipos I e III. Acredita-se que
o fígado não é evidenciado clinica- são as células de Kupffer ativadas
mente. A unidade funcional do fíga- (tipo de macrófago fígado), hepató-
do são os lóbulos hepáticos, por onde citos lesionados e células endoteliais
passa o sangue proveniente da circu- sinusoidais que produzem esses fato-
lação porta e sistêmica (Figura 3). Em res ativadores das células estreladas.
cada lóbulo há uma tríade portal com- Além disso, células estreladas pos-
posta por ramos da artéria hepática, suem a capacidade de se auto esti-
veia porta e ducto biliar. Os ramos da mular através de citocinas e quimioci-
artéria hepática terminam em sinu- nas produzidas por ela mesma, como
soides hepáticos que são capilares o fator de transformação do cresci-
altamente fenestrados e desprovidos mento b (TGF-b). Com a deposição de
de membrana o que facilita a saída de colágeno no espaço de Disse, ocorre
moléculas do vaso. Além disso, essa a perda de fenestrações dos sinusoi-
unidade funcional possui um espaço des, levando ao espessamento da
que fica entre o sinusoide e o hepa- membrana basal e ao surgimento de
tócito, chamado de Espaço de Disse. alta pressão sinudoidal, além de re-
Nesse local fica as células estreladas duzir a troca natural de solutos por
ou células de Ito que no fígado normal esses espaços. Com o aumento da
tem a função de armazenar vitamina pressão intra-sinusoidal, ocorre o de-
A, mas diante de lesões, são impor- senvolvimento de shunts vasculares
tantes na fisiopatologia da cirrose entre veia porta-veia hepática e arté-
hepática. ria hepática-veia porta. Isso gera uma
pressão anormal dentro do fígado e
3. FISIOPATOLOGIA contribui para a disfunção hepática e
a hipertensão portal. No decorrer da
Como dito anteriormente, existem vá- lesão hepática, ocorre síntese, depo-
rias causas que levam a lesão dos he- sição e reabsorção de componentes
patócitos, como álcool, vírus e toxinas. da MEC e com isso, é possível até a
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Causas da
Ativação das Produção de fatores
cirrose Lesão hepática
células de Ito estimulantes
hepática
Deposição de matriz
extracelular
Perda da fenestração
Nódulos
dos sinusoides Septos fibrosos
parenquimatosos
hepáticos
Irreversibilidade das
ASCITE
alterações
Wilson, pode-se observar distúrbios Além disso, a cirrose pode ser clas-
neurológicos por envolvimento dos sificada em compensada ou descom-
gânglios da base, como distúrbios de pensada, de acordo com sua mani-
movimento, tremores, rigidez e coreia festação clínica.
e o achado mais característico dessa
• Compensada: ocorre na fase ini-
doença que são os Anéis de Kayser-
cial da doença. Geralmente o pa-
-Fleisher que ocorre por deposição de
ciente encontra-se assintomático
cobre na membrana de Descemet do
ou apresenta sintomas inespecí-
olho. Na hemocromatose pode ocor-
ficos como fadiga, perda de peso,
rer pigmentação das áreas da pele ex-
fraqueza e anorexia.
postas ao sol, adquirindo uma colora-
ção cinza metálica, além de artropatia • Descompensada: paciente pode
das pequenas articulações das mãos. apresentar icterícia, prurido, as-
cite (manifestação mais comum
de descompensação), edema de
membros inferiores, diarreia, san-
gramento gastrointestinal (hema-
têmese, hematoquezia, melena),
confusão mental, entre outros.
Ictericia
Encefalopatia hepática
Síndrome CHC
hepatopulmonar Flapping
Síndrome hepatorrenal
Ascite Insuficiência hepática Coagulopatia
CIRROSE
HEPÁTICA
Varizes de esôfago,
Hipertensão portal Ginecomastia Hipoalbuminemia
estômago ou ectópicas
Anasarca
Circulação colateral
Telangectasias Eritema palmar
Desnutrição
Esplenomegalia
congestiva
Anemia
Leucopenia
Trombocitopenia
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Obesidade,
Alcoolismo Doença autoimunes História familiar Drogas e toxinas
hiperlipidemia, diabetes
Fatores de risco
Anamnese
Diagnóstico de certeza
Diagnóstico
Exame físico da Cirrose Biópsia hepática
Padrão ouro
USG abdominal
Tomografia computadorizada
Fibroscan
Ressonância magnética
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Evitar a progressão
Tratar causa base
da doença
Transplante hepático
Síndrome Hepatorrenal
Tratar complicações
MELD≥11
Betabloqueador Paracentese
Restrição de
Ligadura de varizes
sódio na dieta
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SAIBA MAIS!
No Brasil, a inscrição de pacientes para transplante hepático ocorre em uma lista única regio-
nal, regulamentada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) de acordo com a Portaria
541, de 2006 e utiliza o sistema MELD para sua alocação.
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CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PUGH
PONTOS
1 2 3
Complicações
Tratar causa base Exames de imagem
Evitar descompensação
Biopsia hepática
Cirrose
Tratamento Diagnóstico
hepática
Tratar complicações Exames laboratoriais
Anamnese +
Transplante hepático
exame físico
Quadro clínico CAUSAS
Medicamentos e toxinas
Doenças autoimunes
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Townsend CM et al. Sabiston Textbook of Surgery. 20th ed. Philadelphia: Elsevier Saunders,
2016.
Manual de cuidados intensivos em hepatologia / editores Paulo Lisboa Bittencourt, Claudio
Celestino Zollinger, Edmundo Pessoa de Almeida Lopes. -- 2. ed. -- Barueri, SP : Manole,
2017.
KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Barry C. Fibroscan for Fatty Liver Cirrhosis and Fibrosis. In: https://www.medindia.net/pa-
tients/patientinfo/fibroscan-for-fatty-liver-cirrhosis-and-fibrosis.htm. Acesso em março de
2020.
Civan JM. Cirrose. Manuais MSD. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/pro-
fissional/distúrbios-hepáticos-e-biliares/fibrose-e-cirrose/cirrose>. Acesso em: março de
2020.
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