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Cirurgia
Geral
Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Apendicite
O apêndice é uma pequena bolsa, em forma
de tubo e com cerca de 10 cm, que está
ligada à primeira parte do intestino grosso,
próximo ao local onde o intestino delgado e
grosso se ligam. Dessa forma, a sua posição
geralmente é sob a região inferior direita do
abdome.
Fisiopatologia
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
O Peritônio é uma membrana serosa que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre
órgãos abdominais e pélvicos. Entre as suas duas camadas - parietal e visceral - está a
cavidade peritoneal. A função do peritônio é sustentar e proteger os órgãos abdominopelvicos.
Bacteriologia
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Diagnóstico
Exame Físico
- Ruídos intestinais reduzidos
- Sensibilidade focal com retraimento voluntário,
O ponto de McBurney ou ponto apendicular, é
provavelmente, no ponto de McBurney uma região abdominal localizada a 1/3 da
- Local de máxima dor e sensibilidade pode variar distancia ao longo de uma linha traçada da
- Sensibilidade de rebote espinha iliba superior anterior até o umbigo. É
- Dor ao se movimentar, inclusive ao tossir (sinal a área exata que, quando comprimida
profundamente e descomprimida
de Dunphy) bruscamente, desencadeia dor no paciente
- Sinal de Rovsing: dor no QIE durante a palpação que tem indicativo de peritonite causada por
- Sinal obturador: dor com rotação interna do um tipo de abdome agudo (diagnóstico
quadril, sugerindo um apêndice pélvico sindrômico que tem a dor abdominal como
sintoma principal). Geralmente, está associada
- Sinal do iliopsoas: dor na extensão do quadril a um possível diagnóstico de apendicite
direito, típico de apêndice retrocecal aguda. Claro que essa precisão não ocorre em
- Caso haja perfuração, a dor torna-se mais todos os casos, mas esse é um dos principais
intensa, difusa e com espasmo muscular sinais usados até hoje em um quadro suspeito
de inflamação do apêndice.
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
O sinal de Blumberg, realizado no ponto de McBurney, é um dos sinais de irritação peritoneal,
assim como Rovsing, Dunphy, Lapinski, entre outros que auxiliam no diagnóstico.
Caso Clínico
Apresentação da apendicite
- apresenta-se de forma atípica em 50% dos
casos
- 65% das vezes na posição mais baixa do
ceco (sinal de Blumberg +)
Recomendações
- Recomenda-se o uso dos escores AIR e
AAS, que avaliam PCR
- Parâmetros clínicos + USG para melhorar
d ia g n o st ico p ara te ntar re d u z i r a
necessidade de utilizar tomografia
- Pacientes com sinais e sintomas com alto - Quadro clinico de 72h de apendicite aguda
risco, de acordo com os escores e mais representa alto risco
jovens, podem não requerer o diagnostico - Laparoscopia é mais bem indicada e
de imagem e partir direto para a cirurgia tolerada que a cirurgia convencional, caso
- Tomografia com constraste endovenoso o paciente possa ser submetido a anestesia
- Sugere-se ressonância magnética em geral
grávidas, mas primeiramente USG - Paciente só pode receber alta no mesmo da
da cirurgia caso tenha condições para tal,
PCR -
mas habitualmente isso se dá 2 dias depois
Laparoscopia é indicada em casos de
Marcadores Sorológ icos (PCR) per mite
pacientes obesos, gestantes, idosos e outros
classificar:
riscos pois tem recuperação mais rápida
- Alto risco
- Técnica de fechamento: amarrar/ grampear
- Intermediário risco
o corpo do apêndice ou invaginação
- Baixo risco
- Uso de drenos não é recomendado
- Melhor maneira de reduzir o risco de
Diagnóstico de imagem ferida pós operatória é utilizando luva ou
- ultrassom saco protetor
- Ultrassom point of care, feito na sala de - Ao colocar o apêndice para fora de excisão,
urgência por médicos não ele acaba ten do co ntato co m pele,
ultrassonografistas musculatura, etc, ficando mais suscetível a
- Tomografia: maior sensibilidade bactérias
- Na laparoscopia, mesmo usando uma bolsa,
há riscos de contaminação
- recorrência de 27,4% em um ano - Pacientes com perfuração de apendicite
- Requer PCR abaixo de 60, leucocitose aguda de abcesso; pulsão percutânea e
a ba i xo d e 12 0 0 0, to m o g ra fi a s e m depois remoção do apêndice
complicações e fecalito, idade menor de 60 - Administrar um antibiótico de amplo
anos espectro em caso de apêndice complicado
- Melhor tratamento não cirúrgico para n o p ó s o p e rat ó r i o - > u s a r s co r e
apen dicite agu da não co mplica da = intraoperatorio
antibioticoterapia
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Nutrição em Cirurgia
Imagem 2:
Mesmo paciente, em posição ortostática
Ar vai para cima
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Presença de liquido entre as alças (edema)
Válvulas coniventes não aparecem em decúbito dorsal
horizontal
Vias de Administração
- Enteral: SNE (DOBHOFF) em posição
gástrica ou enteral
- Parenteral: NPP (nutrição parenteral
prolongada) central (jugular ou subclávia,
pode ficar por períodos prolongados ) ou
periférica (veia basílica, no máximo 10
dias)
- Controlar laboratorialmente todos os dias
- Uma pessoa pode viver com NPP por anos,
mas isso traz consequências
Avaliação nutricional
- Medidas antropométricas
- Tabelas de peso ideal
- Albumina/ transferrina Gastrostomia: mais indicada em
- Balanço nitrogenado, BN = ingesta - perdas em 24 horas idosos demenciados e
- 2-metil-histidina pacientes neuropatas, para que
ele não aspire. Nela, tubo de
- Imunidade celular
polivinil é introduzido desde as
narinas até o estômago do
paciente para a alimentação,
quando a pessoa não consegue
Balanço Nitrogenado se alimentar por conta própria,
BN = nitrogênio de ingesta – perdas em 24h geralmente isso acontece com
BN + perde menos que ingere (anabolismo) pacientes em coma, com
problemas na deglutição, ou
BN - perde mais que ingere (catabolismo) outras doença como câncer de
BN = INGESTA PROTEICA(g)/6.5 – URÉIA URINÁRIA(g) – 2 x esôfago, por exemplo.
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Nutrientes
Carboidratos
- GLICEMIA DE JEJUM: 70 a 110 mg/dl
• A oferta de glicose inibe a neoglicogênese (400mg/dia) dar glicose na forma de soro
glicosado para não deixar entrar em catabolismo.
• A glicemia não pode ficar baixa por muito tempo para que não queime os neurônios, por isso
que se deve dar glicose na forma de soro glicosado para não deixar entrar em catabolismo.
• Hiperglicemia prolongada:
- disfunção metabólica hepática
- imunodepressão
- cicatrização deficiente
Por esse motivo que é feito controle de glicemia uma vez por dia no indivíduo que está
em NPP.
Lipídeos
Catabolismo:
1a fonte glicogênio hepático
2a fonte músculos
3a fonte lipólise
Indivíduo que está em resposta de fase aguda tem sua glicemia aumentada porque tem-
se um monte de interleucinas agindo e inibindo os receptores de insulina, assim, a glicose
não consegue entrar na célula, causando uma hiperglicemia intensa. Portanto, não é
porque o indivíduo está em hiperglicemia que ele está bem nutrido.
- Inanição: tecido adiposo -> ácidos graxos -> livres -> fígado -> corpos cetonicos
- As gorduras fornecem cerca de 25% das calorias necessárias e inibem a neoglicogênese.
Triglicérides
- 9 kcal/g
- Fonte de ácidos graxos essências (ácido linoleico, alfa-linolênico)
- Presente no óleo de soja e ovos
- TG de cadeia meda nao podem ser usados em cirraticos
- Clareados do plasma e oxidados
Soluções Lipídicas
- Oferta; 2g/kg/dia
- Concentração sérica máxima = 400 mg/dl
- Excesso pode causar disfunção do sistema reticuloendotelial hepático (macrófagos com
acúmulo de gorduras) e pancreatite
- Fazer exames laboratoriais diários para controle
Proteína
- Turn-over (perdas): 250 - 300 mg/dia
- Necessidades diárias: 0,8 g/kg por dia
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
- Estados catabólicos: 2 g/kg/dia ou mais
- Em indivíduos normais seria de 1g/kg/dia
Aminoácidos essenciais :
Cadeia ramificada: metabolizados no músculo esquelético.
Aromáticos: metabolizados no fígado (não pode ser dado a pacientes cirróticos – encefalopatia
hepática).
Os aminoácidos semiessenciais (histidina, arginina, prolina e glutamina), em indivíduos com
catabolismo intenso, passam a ser essenciais.
Oferta de aminoácidos:
• Pacientes com insuficiência renal: Urina muito pouco ou nada, portanto, retém ureia e sódio.
Portanto, esse paciente não pode receber qualquer tipo de proteína para não entrar em uremia.
Existem NPPs especiais que não produzem muita ureia.
Reposição com AA essenciais (menor síntese de ureia) + associação com dextrose hipertônica
(glicose 10%) + restrição de volume (restrição hídrica para não reter sódio e água).
Nutrição Enteral
Nutrição artificial é toda nutrição que SÍNDROME DO INTESTINO CURTO:
Quando utiliza nutrição artificial é Síndrome do intestino curto é analisado pela clínica:
porque está pulando alguma parte da muita diarreia, mas não necessariamente vai apresentar
digestão. desnutrição. O íleo é mais distal (mais a jusante), o íleo é
Sempre que puder, preferir a nutrição responsável por absorver água e sais mineiras.
Enquanto o jejuno é o maior responsável pela absorção
enteral, por ser mais fisiológica do que de nutrientes. Portanto, é pior perder o jejuno do que o
a N P P, i sto p o rq u e p a s s a p e la íleo.
circulação porta. Mas só é possível Nesse sentido, não necessariamente o indivíduo está
caso o intestino esteja funcionante. desnutrido por ter síndrome do intestino curto.
pode causar uma atrofia do fígado e do Com o passar do tempo, os enterócitos vão se
intestino. Exemplos de pacientes que adaptando.
Indicações
✓ paciente com TGI funcionante, mas com baixa aceitação via oral (anorexia)
✓ necessidade de suplementação
proteico-calórica (tumor de esôfago – não consegue se alimentar direito).
Complicações
✓ Úlceras gástricas e esofágicas (refluxo)
✓ Estenose esofágica (refluxo processo
inflamatório que pode estenosar)
✓ Aspiração
✓ Sinusite
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Nutrição Parenteral
• CENTRAL:
- Soluções hipertônicas (>900mOsm/L)
- Veia jugular interna ou veia subclávia
• Terapia primária:
✓ Fechamento de fístulas de TGI -> dar análogo de
somatostatina
✓ Insuficiência renal
✓ Síndrome do intestino curto (<45cm)
✓ Queimaduras: NPP para suprir as perdas
✓ Insuficiência hepática
• NPP de suporte:
✓ Quimioterapia
✓ Enterite actínica: indivíduo que faz
radioterapia na cavidade intestinal, há proliferação
celular intensa, fica sensível e desenvolve processo
inflamatório que pode levar a estenose, ou edema agudo.
✓ Íleo prolongado
✓ Desnutridos candidatos a grandes
cirurgias
• Controle diário:
- Glicemia
- BHE, BTF, PTF
- U/C
- Ca/P
- Mg
- Albumina, TP, TGO, TGP
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
- A Avaliação Focalizada com Sonografia para Trauma (FAST) é o exame de triagem padrão
realizado em pacientes traumatizados e envolve avaliações do pericárdio, busca de
hemopericardio e tamponamento, e do flanco direito, flanco esquerdo e pelve, para procurar
por líquido livre intraperitoneal.
ABCDE do trauma
- A: Vias Aéreas per veas +
e s ta b i l i z a ç ã o d a c o lu n a
cervical e dorso lombar com
colar
- Indicação de entubação
quando começar a cair o
nível de consciência e de
saturação.
- Sinal do guaxinim: fratura
de base do crânio -> fazer
intubação nasotraqueal.
- Hipóxia pode gerar lesão
neurológica grave e morte
em minutos.
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
- B: Ventilação
- Analisar diferenças de expansibilidade do tórax e possíveis restrições
- Frequência e qualidade das respirações
- C: Circulação
- Avaliar pulso carotídeo, se não encontrar -> parada cardiorrespiratória
- Avaliar pressão, pulso, perfusão, cor, temperaturas hemorragias e frequência cardíaca
- Garantir acessos venosos
- Cristalóides: soro fisiológico, ringer lactato
- D: Avaliação Neurológica (Escala da Glasgow)l
• Na avaliação pupilar, devem ser observados e
anotados o diâmetro, a forma e a reação à luz.
• 1.PUPILAS ISOCÓRICAS: Pupilas com o mesmo
diâmetro.
• 2.PUPILAS MIDRIÁTICAS: Quan do ambas
estiverem dilatadas.
• 3.PUPILAS MIÓTICAS: Quando ambas estiverem
contraídas.
• 4.PUPILAS ANISOCÓRICAS: Quando uma pupila
estiver maior que a outra
- E: Exposição
- toque retal para avaliar hemorragias
- Verificar traumas
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Choque Séptico
- Falência circulatória aguda
de causa infecciosa
- Promove vasodilatação devido
à s to x i n a s e c é lu la s
i n fl a m a t ó r i a s dos
microorganismos
- Como compensação, o coração
aumenta a PA, para tentar
mandar sangue para toda a
região dilatada
- Paciente apresenta pulsos
altos
- C h o q u e s é pt i co é u m
subconjunto da sepse com
a u m e nto s i g n i fi ca nte d a
m o r ta li d a d e d e v i d o a
anomalias graves de circulação e/ou metabolismo celular. O choque séptico envolve hipotensão
persistente (definida como a necessidade de vasopressores para manter uma pressão arterial
média ≥ 65 mm Hg e um nível sérico de lactato > 18 mg/dL [2 mmol/L] a despeito de reposição
volêmica adequada).
- Periferia não irá receber sangue e nutrientes adequadamente devido ao fato do fluxo ser
muito rápido e forte, não havendo troca corretamente.
Resposta Hormonal
Catecolaminas
- A d re n a li n a e
n o ra d r e n a li n a
(SNS / m e du la
a d r e n a l ) :
va s o co n st r i ç ã o
periférica
Vasopressina
(ADH)
- S e c r eta d a n a
n e u r o - h i p ó fi s e ,
aumenta a pressão
e reabsorção de
á g u a li v re n o s
t ú b u l o s
contorcidos distais
e nos coletores.
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
- Vasoconstrição mais intensa
ACTH/ Cortisiol
- ACTH secretado na adeno-hipófise, estimula a secreção do cortisol no córtex da suprarrenal
-> anti-inflamatório que promove catabolismo pela ativação da neoglicogenese, promovendo
catabolismo e atrofiamento dos músculos -> aumento da glicemia devido a glicogênese
- Determina maior resistência periférica aos receptores de insulina.
Glucagon/ Insulina
- Equilíbrio tendendo para maior síntese de glucagon, causando diminuição da glicemia e
concentrando a glicose no SNC
- Substâncias inflamatórias inibem os receptores periféricos de insulina, causando resistência a
insulina
- Sistema nervoso central corta o suprimento da periferia
- Há substâncias liberadas pelo órgão comprometido com a função de provocar aumento de
permeabilidade vascular
Mediadores inflamatórios
- Complemento
- Tromboxane
- Prostaciclinas
- Leucotrienos
- Interleucinas 1,2,6
- Caquexinas
- IFN - gama
- TNF
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Balanço Nitrogenado
O balanço nitrogenado é definido como a
diferença de proteínas (toda proteína tem
nitrogênio em sua composição) entre a
quantidade ingerida e perdida pelo
organismo. Como nitrogênio ingerido,
considera-se o da dieta e o reabsorvido de
secreções digestivas e de vias urinárias.
No cômputo do n itro gên io pe rdi do,
considera-se a soma do urinário, fecal e
de perdas obrigatórias como pele, pêlo,
secreções, unha.
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Nas situações onde ocorre carência protéica, há, também, redução intracelular do teor de
aminoácidos livres, tanto essenciais como não essenciais, e diminuição da excreção urinária de
nitrogênio, resultando menor perda orgânica de proteína. Nessa situação clínica, uma menor
quantidade de nitrogênio (proteína) ingerida é necessária para recuperar o equilíbrio
nitrogenado, mas, quando a oferta protéica é maior, o balanço de nitrogênio se positiva mais
rapidamente. Essa maior positividade do balanço nitrogenado pode ser explicada pela
recuperação mais rápida do teor de aminoácidos livres, principalmente no fígado.
Pacientes críticos, portadores de lesão orgânica extensa e, muitas vezes, atingindo mais de um
órgão alvo, apresentam perda nitrogenada aumentada, tornando o balanço nitrogenado in-
tensamente negativo. A oferta nitrogenada pode vir a tornar o balanço equilibrado e, por vezes,
positivo. Tal oferta tem por objetivo não só garantir a oferta das necessidades protéicas basais
do paciente, como também nitrogênio suficiente para reposição das perdas. Se o problema do
paciente estiver relacionado principalmente ao jejum forçado, pela utilização somente de soros
glicosados e fisiológicos, haverá benefício nítido com a introdução de soluções protéicas. Por
outro lado, a oferta nutricional, por mais que pareça estar nutricionalmente correta, por si só
não vai ser suficiente para a cura do paciente. Sempre é necessário cuidar da causa básica, seja
ela infecciosa, traumática ou inflamatória.
O catabolismo das proteínas vai produzir amônia, que vai ser convertida em ureia, que vai ser
eliminada pelos rins.
Portanto, esse metabolismo é controlado principalmente pela excreção de ureia na urina pelo rim
(BALANÇO NITROGENADO). ALBUMINA: retém liquido do intravascular
O teste do balanço nitrogenado ajuda a medir a diferença entre a proteína ingerida pela
alimentação e a eliminada através da urina, dosando a perda dela em 24h.
- Se o resultado está negativo: o paciente está perdendo mais nitrogênio do que está
conseguindo ofertar, logo esse paciente se encontra em catabolismo necessário aumentar a
oferta
- Se esse indivíduo tem um quadro positivo, ele está perdendo menos nitrogênio na urina do que
está ofertando anabolismo. Esse nitrogênio está indo para o músculo (ganhando massa).
Aminoácidos
• Essenciais: fornecer nutrição parenteral – Aspartato
para os pacientes – Asparagina – Glutamina – Glutamato –
– Valina Glicina
– Leucina – Histidina – Prolina – Serina
– Isoleucina
– Lisina
– Metionina • Histidina, Prolina, Glutamina e Arginina
– Fenilalanina tornam-se essenciais
– Treonina • Cisteína e Tirosina dependem da metionina e
– triptofano fenilalanina
• AA de cadeia ramificada são metabolizados
• Não Essenciais: – Alanina no músculo esquelético (Valina, Leucina,
– Arginina Isoleucina)
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Cirurgia - ATD1 10/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
• Os AA essenciais são degradados no fígado • A glutamina produzida no ME é fonte de
(ex : A la n i n a ) e r i n s (ex : g luta m i n a ) , energia para a maioria dos tecidos (rins,
principalmente fibroblastos, leucócitos)
• A Alanina produzida no ME a partir dos AA • Aci dose, sepse , diabete s, infecção,
de cadeia ramificada é usada pelo fígado na denervação, imobilização, trauma estimulam
neoglicogênese a proteólise intracelular de forma contínua
• O fígado converte a Alanina em uréia e • C ate p s i n a s li s o s s o m a i s e prote a s e s
glicose cito plasmáticas depen dente s de ATP
( ubiquit ina-protea so ma) e enzima s
hormônio-dependentes
Pos Operatório
O Íleo paralítico é a parada temporária do peristaltismo intestinal. Ocorre com muita frequência
após cirurgia abdominal, em particular quando os intestinos foram manipulados. Os sintomas são
náuseas, vômitos e desconforto abdominal vago. O diagnóstico baseia-se em resultados
radiográficos e impressões clínicas. O tratamento é de suporte, com aspiração nasogástrica e
líquidos intravenosos (soro EV 3x ao dia).
Assim, não deve dar dieta nesses casos e sim, sonda nasogástrica aberta (reflui impedindo
acúmulos e vômitos).
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Colecistite Aguda
É a inflamação aguda da vesícula biliar que se desenvolve em horas, geralmente como resultado da
obstrução do Ducto cístico por um cálculo (colelitiase) . Os sintomas incluem dor em hipocôndrio
direito do abdome, algumas vezes acompanhada de febre, calafrios, náuseas e vômitos. USG
abdominal detecta os cálculos e algumas vezes a inflamação associada. O tratamento envolve
ministração de antibióticos e a colecistectomia.
A colecistite aguda é a complicação mais comum da colelitíase. Na verdade, ≥ 95% dos pacientes
com colecistite aguda têm colelitíase. Quando um cálculo impacta no ducto cístico e causa
obstrução persistente, ocorre um processo inflamatório agudo. A estase biliar provoca liberação
de enzimas inflamatórias (p. ex., a fosfolipase A, que converte lecitina em lisolecitina, que pode
mediar a inflamação).
A mucosa danificada secreta ainda mais líquidos para dentro da vesícula. A distensão resultante
leva à liberação de mais mediadores inflamatórios (p. ex., prostaglandinas), o que piora a lesão
de mucosa e resulta em isquemia, perpetuando a inflamação. Pode haver infecção bacteriana.
Esse círculo vicioso, se não quebrado, poderá provocar necrose e perfuração da parede.
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Fisiopatologia
A impactação de um cálculo no ducto cístico leva a estase biliar, resultando em um aumento da
pressão intraluminal e danificação da mucosa da vesícula. Esse dano estimula a liberação de
fosfolipase A2, que converte a lecitina, um constituinte normal da bile, em lisolecitina. A
lisolecitina é um irritante químico responsável por desenvolver todo o processo inflamatório da
vesícula biliar.
Quadro Clinico
-Dor contínua em abdome superior, sobretudo em
hipocôndrio direito e epigástrio, podendo irradiar para o
dorso.
Essa dor costuma piorar após ingesta de
alimentos gordurosos, devido ao estímulo de contração
da vesícula biliar.
- Náuseas, vômitos, anorexia e febre
- Não causa icterícia, logo, quando esse sinal clínico
e stá pre sente, devemo s p ensar em o utra s
complicações, como coledocolitíase, colangite ou
síndrome de Mirizzi, por exemplo.
- Raramente, nos casos de maior gravidade, os
pacientes podem apresentar sinais de sepse e peritonite
generalizada.
- Exame físico abdominal: sinal de Murphy pode estar
presente, sugerindo o diagnóstico.
- Positivo quando o paciente interrompe a
inspiração profunda devido uma dor intensa
durante a palpação do ponto cístico, realizada
pelo examinador.
Diagnóstico
- Anamnese
- Exame físico
- Exame laboratorial: leucocitose, com desvio à esquerda e um aumento de amilase sérica. O
aumento das enzimas canaliculares e da bilirrubina não são comuns no quadro de colecistite,
uma vez que, a obstrução está limitada a vesícula biliar.
- Exame de imagem é fundamental para fechar o diagnóstico, sendo a ultrassonografia
abdominal, muitas vezes, suficiente.
- Esse exame pode evidenciar um espessamento da parede da vesícula > 4mm, fluido
pericolecistico e uma sinal de Murphy ultrassonográfico positivo (o ponto cístico é
pressionado pelo transdutor).
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Tratamento
- Internação com suporte clinico + cirurgia (colecistectomia - via aberta convencional ou
laparoscópica)
- Medidas de suporte: analgesia com anti-inflamatórios não esteroidais ou opióides, hidratação,
dieta zero e antibioticoterapia com cobertura para germes gram negativos e anaeróbios.
- Ideal é que seja realizada o mais precocemente possível, uma vez que, diminui a
morbimortalidade e tempo de internação hospitalar.
Caso Clinico
História
• A.G.L, 50 anos, sexo feminino, do lar, natural e
procedente de Santos
• QD: dor contínua no epigástrio há 3 horas.
• HPMA: refere dor contínua no epigástrio há 3 horas,
progressiva em intensidade, sem irradiação, de
moderada intensidade, após ingestão de feijoada com
caipirinha, associada a náuseas e 2 episódios de
vômitos alimentares, mal-estar, empachamento, sem
melhora com antiespasmódico usual. Notou urina pouco
mais escura há 30 minutos
• ISDA: há 3 meses refere dor em cólica no HCD,
irradiada para o ombro direito, de moderada intensidade
40 minutos, após a ingestão de gordurosos, com duração de 20
minutos que melhora com antiespasmódico.
• AP: diabética (tipo 2) e hipertensa, em uso de Metformina 500mg/
dia e Losartana 50mg/dia. Apendicectomizada há 2 anos. IIIG, IIIPN
• AF: mãe diabética e pai hipertenso, vivos e com saúde
Observações:
Dor continua = cólica
Cólica renal = ureteral
Urina mais escura: pode ser colúria, hematuria ou desidratação
Cólica no hipocôndrio direito -> pensar em cólica biliar
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Exame Físico
• REG, obesa, acianótica, anictérica, eupneica, desidratada+/4+, consciente, dor = 7/10.
• PA=180x90mmHg / FC=92,rit / FR=24rpm / Tax=37,9C / Sat O2=92%
• CP e Cor: sem alterações.
• Tórax: diminuição da expansibilidade na base do HTD, MV+ e discretamente diminuído na base
do HTD, sem ruídos adventícios.
• Abdome: cicatriz de McBurney sem alterações, RHA diminuídos, dor à palpação no epigástrio
e HCD, Murphy+, sem visceromegalias.
• Toque retal: normal, com fezes na ampola retal.
• MM: ndn
Observações:
Irregular estado geral, obesa, desidratada
Uma pessoa pode ser ictérica laboratorialmente e anicterica fisicamente, depende do nível de
bilirrubina
Primeiros sinais de icterícia (em ordem): urina, mucosa oral, esclera, pele, fezes mais claras
Hipertensa, taquipneia, febril, hipoxemia
Hipoventilação pulmonar -> pode ser causada pela dor
Murphy +: mão aprofundando no ponto cístico (une linha medio clavicular com rebordo costal),
pede para o paciente inspirar e se ele segurar a inspiração significa que tem sinal de dor ->
vesícula biliar com parede e peritônio inflamado
Cicatriz de MacBurney: 2/3 em direção distal a cicatriz que une…
Diagnósticos - Anatômicos;
- Sindromicos: • Fígado
• Estômago
• Abdome agudo inflamatório (Murphy
+) • Vesícula biliar
• Duodeno
• Abdome agudo obstrutivo (cicatriz de
McBurney) • Papila duodenal
• Colédoco
• Abdome agudo perfurativo (dor no
epigástrio) • Terço distal do esôfago
• Pâncreas
• Abdome agudo isquêmico (decorrente
do processo inflamatório) • Colo direito
• Colo transverso
• Infecciosa (decorrente da febre)
• Peritônio parietal
• Síndrome colestática (decorrente da
colúria) • Pulmões
• Diafragma
• Desidratação secundária
• Rim direito
• Síndrome Metabólica
• Ureter direito
• Diabetes mellitus
• Coração
• Insuficiência Respiratória Aguda
• Sistema imunologico (devido a febre)
• Dispepsia (dificuldade de digestão)
• Tipo ulcera
- Etiologicos
• Tipo discinetica (alteração da
motricidade) -> ex: megaesôfago • Pancreatite aguda alcoólica
chagasico • Pancreatite aguda biliar
• Colelitiase
4
Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Exames Subsidiários
- Hemograma
- Amilasemia
- Lipasemia
- Transaminases (TGO e TGP -
enzimas ce lu lare s ou
parenquimatosas)
- Bilirrubinas
- Enzimas canaliculares (fosfatase
alcalina e gama GP)
- Enzimas cardíacas (troponina) ->
para excluir IAM
- PCR
- Sódio e potássio
- Creatinina (para avaliar rins)
- Gasometria arterial (para avaliar hipoxemia)
- Leucocitose com desvio a esquerda
- Transaminases um pouco elevadas
- Bilirrubina alteradas as custas da
bilirrubina direta
- Excluir pancreatite, hepatite e IAM
Exames de Imagem
- USG de abdome superior, vias biliares e
pâncreas: méto do de imagem mais
recomendado
- RM
- TC
Diagnóstico
- Colecistite aguda litiásica
Sinais inflamatórios locais
1) sinal de murphy
2) Massa/ dor/ sensibilidade no HCD
5
Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Conduta Inicial
- Internar
- Jejum
- Acesso venoso periférico
- Reposição volemia com cristaloide
- Soro fisiológico
- Antibioticoterapia
Tratamento
- Internar
- Jejum
- Acesso venoso periférico
- Reposição volemia com cristaloide
- Soro fisiológico
- Antibioticoterapia
Quando operar?
O mais rápido possível, nas primeiras 24-48h devido a
menores chances de perda sanguíneas, menor tempo
operatório…
Vias de acesso:
- Colecistectomia laparoscopia subcostal (mais estética e
menos dolorosa)
- Pode converter em convencional em até 20% devido ao
risco de lesar a porta, via biliar, artéria hepática ->
causas: inflamação/aderência
- Colangiografia intra-operatoria; abre o cístico, começa a sair bile, coloca um cateter, injeta
contraste com iodo e um faz uma radiografia
- Colecistectomia convencional: incisão subcostal direita
Complicações
- Lesão das vias biliares
Colangite Aguda
A colangite aguda, também conhecida como colangite ascendente, é uma infecção da árvore biliar
potencialmente fatal se não tratada imediatamente. Na maioria dos casos, ocorre devido à
obstrução biliar por cálculos, mas outras causas de obstrução do ducto biliar também podem
ocasionar a colangite, tais como: neoplasias, estreitamentos biliares, infestações parasitárias e
anormalidades congênitas dos ductos biliares.
Fisiopatologia
O corpo humano possui mecanismos de defesa para evitar a entrada de bactérias no trato biliar.
O esfíncter de Oddi atua como uma barreira mecânica efetiva, impedindo o refluxo duodenal e
consequentemente a ascensão de bactérias para as vias biliares. Além disso, a ação da lavagem
contínua da bile associada a atividade bacteriostática dos sais biliares ajuda a manter a
esterilidade biliar, e a secreção de IgA e a mucosa biliar funcionam como antiaderentes,
evitando a colonização bacteriana.
As bactérias são capazes de entrar no trato biliar quando os mecanismos normais de barreira
são interrompidos. A obstrução biliar, por exemplo, aumenta a pressão intrabiliar e leva ao
aumento da permeabilidade dos dúctulos biliares, permitindo a translocação de bactérias e
toxinas da circulação portal para o trato biliar. A pressão elevada também favorece a migração
de bactérias da bile para a circulação sistêmica, aumentando o risco de septicemia.
Quadro Clínico
- Tríade de Charcot: febre + dor abdominal localizada no abdome superior direito + icterícia
- Apenas 50 a 75% dos pacientes com colangite aguda tenham todos os três achados.
- Pentade de Reynolds: Além desses 3, podem apresentar hipotensão e alterações do estado
mental.
- A hipotensão pode ser o único sintoma manifesto em adultos mais velhos ou em pessoas
que tomam glicocorticoides.
- Outras complicações: bacteremia, incluindo abscesso hepático, sepse e choque.
Diagnóstico
O diagnóstico de colangite aguda é feito se um paciente tem evidência de inflamação sistêmica
(com febre e/ou contagem anormal de leucócitos, aumento da proteína C reativa sérica ou outras
alterações sugestivas de inflamação) associada a ambos os seguintes fatores: evidência de
colestase, com bilirrubina ≥ 2 mg/dL ou química hepática anormal (fosfatase alcalina elevada,
gama-glutamil transpeptidase, alanina aminotransferase ou aspartato aminotransferase, até 1,5
1
Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
vezes o limite superior do normal) e imagem com dilatação biliar ou evidência da etiologia
subjacente (por exemplo, estenose, cálculo ou stent).
Tratamento
Pacientes com diagnóstico de colangite aguda devem ser internados para tratamento
hospitalar. Com base na gravidade, os pacientes requerem hidratação intravenosa, correção de
distúrbios eletrolíticos associados, analgésicos para controle da dor e antibioticoterapia. Além
disso, os pacientes devem ser monitorados para disfunção orgânica e choque séptico.
Em geral, os regimes de antibioticoterapia empíricos para infecções intra-abdominais incluem
antimicrobianos com atividade contra estreptococos entéricos, coliformes e anaeróbios. Os
agentes antimicrobianos escolhidos devem ser posteriormente adaptados aos resultados de
cultura e suscetibilidade, quando estiverem disponíveis.
Cerca de 70 a 80% dos pacientes com colangite aguda respondem ao tratamento inicial com
terapia antibiótica. Em pacientes com colangite leve a moderada, a drenagem biliar deve ser
realizada em 24 a 48 horas, mas pacientes com colangite leve a moderada que não respondem
ao tratamento conservador por 24 horas e pacientes com colangite grave (supurativa) requerem
descompressão biliar urgente.
Caso Clinico
História
Doente de 55 anos, feminina, do lar, natural e procedente de Guarujá
QD: dor no HCD há 2 dias
HPMA: dor continua no HCD, de moderada intensidade , irradiada para a região lombar direita,
com náuseas, sem melhora com analgésicos há 2 dias. Hoje refere febre alta, com calafrios e
mal-estar geral. Anorexia desde o início do quadro.
ISDA: ndn.
AP: diabética há 5 anos em uso de Glifage XR 500mg 2x ao dia. IIIG, IIPN,
videocolecistectomizada há 2 anos por colelitíase, sem intercorrências.
2
Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
AF: pai diabético, falecido de câncer gástrico. Mãe viva com saúde. Irmão com cirrose hepática
por hepatite C.
EF: REG, obesa, pálida, ictérica+++, obnubilada, acianótica, desidratada ++. FC=120bpm,rit /
PA=80x60mmHg / FR=24rpm/
CP: hálito cetônico
Tórax: ndn
Cor: BRNF s/sopros
Abd: globoso, flácido, doloroso no HCD, hepatomegalia a 3cm do RCD, com bordos rombos e
regulares, DB-, RHA
Observações
- Tríade de Charcot: dor no HD + febre + icterícia
- Pentade de Reynolds: tríade de Charcot + hipotensão + alteração de nível de consciência
Diagnósticos
- Sindromicos
• Abdome agudo inflamatório
• Síndrome infecciosa
• Choque séptico
• Choque hipovolêmico (desidratação e hipotensão)
• Síndrome colestática aguda extra-hepática -> acolia
• Síndrome da ictérica obstrutiva -> devido a colecistectomia realizada
• Síndrome Iatrogênica: decorrente de erro do profissional de saúde proveniente da
cirurgia de colecistectomia
• Desidratação
• Acidose metabólica -> distúrbio hidroeletrolitico, ma perfusão renal, hálito cetônico
• Diabetes
• Insuficiência hepática aguda
• Insuficiência pré renal ou renal aguda-> perfusão ruim
• Insuficiência respiratória aguda -> taquipneia compensando acidose metabólica
• Síndrome metabólica
• Síndrome neoplásica -> fator de risco: diabetes e obesidade ->
- Anatômicos
• Fígado
• Pâncreas
• Vias biliares
• Pulmão
• Rins
• Peritônio
• Duodeno (papila duodenal/ papila de Vater -> onde implanta colédoco e Ducto pancreático
comum)
• Sistema neurológico: rebaixamento do nível de consciência
• Sistema Cardiovascular (secundariamente)
- Etnológicos
• Colangite aguda ascendente/ supurativa
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
• Pancreatite aguda biliar (mesmo que já tenha
removido a vesícula -> formação de calculo no
colédoco OU pode ter passado calculo pela via
biliar -> calculo resi dual do colédoco OU
coledocolitiase primaria, na via principal)
• Colangiocarcinoma (neoplasia da via biliar)
• Neoplasia pancreática ou da papila duodenal
(adenocarcinoma) ou do duodeno
• Estenose cicatricial das vias biliares
Exames Laboratoriais
Transaminases
Bilirrubina
Fosfatase alcalina
Gama GT
Hemograma
Gasometria arterial
Ureia
Creatinina
Sódio
Potássio
Exames De Imagem
- USG: icterícia obstrutiva -> calculo cresceu
dentro do colédoco (não é costume fazer USG
pos operatória) OU foi esquecido
- RM: colédoco dilatado com dois cálculos
Conduta Clínica
- Internar
- Jejum
- Internação em UTI
- O2 nasal
- Analgesia
- Sonda vesical
- Acesso venoso central
- Antibiótico - cefroaxona
- Droga vasoativa se necessária
- Monitorização dos sinais vitais
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Cirurgia Geral - ATD 1 03/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Conduta Cirúrgica
- C o la n g i o p a n c r e at o g ra fi a r e t r ó g ra d a
e n d o s c ó p ica (C P R E ) - > p a p i loto m ia
endoscópica para o cálculo sair pela papila
duodenal, abre somente o colédoco
- Drena a papila de pus (para evitar sepse) e
remove o cálculo
- Hipertensão da via biliar tem alto risco para
sepse
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Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Choque em Cirurgia
Tipos de Choque
- Hipovolêmico: hemorragia, desidratação
(principalmente em idosos), terceiro
espaço (ex: pancreatite)
- Cardiogênico: IAM, ICC, restrição
(tamponamento)
- Neurogênico: trauma medular
- Séptico: infecção grave, inverso do
choque hipovolêmico.
- Anafilático: resposta inflamatória com
liberação de histamina, vasodilatação
d i s s e m i n a d a , F C a u m e nta d a
(compensação cardíaca) e inotropismo.
Muito parecido com o séptico,
porém apresenta ausência de infecção/
toxinas bacterianas.
1
Cirurgia Geral - ATD 1 Identificação do Choque
10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Choque Cardiogênico
• No exame físico: pálido, hipotérmico (‘suando frio’), hipotensão paradoxal (PA despenca
quando em pé)
- É o mais frequente -> até que se prove o contrário, todo choque é hipovolêmico
- Inicie o tratamento para choque hemorrágico em primeiro lugar: repor volume (soro fisiológico,
hemoglobina, hematócrito de controle)
- Hemorrágico X Não Hemorrágico -> história, exame físico e testes selecionados (ex: sangue)
- Ao atestar ser um choque Cardiogênico: suspender o volume para não piorar o quadro com
soro fisiológico
- Ex: paciente sofreu infarto, está com DC diminuído. Como resposta, o organismo
aumenta a vasoconstrição periferica, ocasionando queda de PS. Inicialmente há um
aumento da PD, mas depois irá tender a zero por zero. Com o ventrículo esquerdo
bombeando menos, haverá um aumento da pressão venosa central (PVC), gerando
aumento da pressão nas veias cavas superior e inferior, bem como represamento de
sangue pelo AD. Ademais, o pulmão ficará congesto, provocando uma insuficiência
cardíaca. Se continuar dando soro fisiológico, essa PVC aumentará ainda mais, visto
que, o irá aumentar o volume de sangue represado, deixando o pulmão ainda mais
congesto
2
Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
- Choque hipovolêmico -> tratar o choque dando volume
- Se a periferia ficar muito tempo contraída, vai ter queda do pH, com aumento do CO2,,
portanto, aumento do HCO3. Nesse caso, aumenta o K+ e, por último, as células entram em
apoptose. Assim, tem que expandir esse indivíduo para evitar que a periferia fique contraída
por muito tempo.
- Se continuar chocado -> cirurgia de controle com compressas no peritônio
- Se resolver dando volume -> chamar Ortopedista -> realizar fixação externa
- Paciente e historia do ocorrido
- Disfunção miocárdica
- Monitoração por ECG
- Pericardiocentese (punção de Marfan)
- USG FAST -> se tem líquido ou não
Choque Neurogênico
- Lesões de crânio isoladas
não levam a choque
- Perda do tônus simpático
- D i m i n u i ç ã o d a PA s e m
au mento da FC o u
vasoconstrição
- Restauração de volume
- Monitoração da PVC
- EX; tiro a queima roupa ->
individuo tetraplégico
3
Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Se tem uma lesão medular, esse mecanismo de
controle é interrompido. A primeira fase é de
choque medular, onde se tem abolição dos
reflexos. Essa fase tem duração variada (pode
ser de 2 a 3 semanas), porque a medula perde
o controle do centro superior e fica paralisada,
assim, o tônus muscular vai desaparecer,
tendo uma vasodilatação.
O tônus vascular periférico é igual à pressão
diastólica.
O que ocorre, é que uma lesão medular a
nível cervical causa uma vasodilatação será do
pescoço para baixo. Em outra caso, se for na
região dorso-lombar, esse indivíduo terá
vasodilatação da cintura para baixo. Todo o tônus dessas regiões será perdido, o indivíduo perde
a sensibilidade.
A pressão diastólica cai porque o controle pelo SNS foi perdido.
OBS: esse é o mesmo mecanismo da anestesia, dependendo no nível medular em que a anestesia
for injetada, causa uma perda do tônus a partir daquele ponto.
O choque neurogênico mais grave é o cervical, porque perde-se o tônus muscular de toda a
região, a pressão diastólica despenca. Recupera esse indivíduo dando volume.
O coração, no choque séptico, por ter uma vasodilatação disseminada, responde aumentando a
FC. Já no choque neurogênico, como a dilatação ocorre por perda do controle do sistema nervoso
simpático, o coração não tem o mesmo estimulo para contrair, como ocorre no séptico, porque o
coração está sendo controlado pelo sistema nervoso parassimpático vago.
Choque Séptico
Fatores de Diferenciação
- Pele quente
- Febre: é uma reação às toxinas bacterianas e à resposta inflamatória. (obs: idoso
normalmente não faz febre, manifesta sepse com confusão mental)
- Pressão de pulso alargada: maior distância entre pressão sistólica e diastólica (diferente do
hipovolêmico)
- História de Contaminação
- Ferimento abdominal penetrante
- Infecção urinária
- Pós operatório
- Pielonefrite
Inicialmente tem uma dilatação disseminada provocada pelas toxinas bacterianas, por outro lado,
se tem um aumento da PS, enquanto a PD cai. O pulso estará bem forte, porque é determinado
pela diferença da PS e PD.
Pressão diastólica cai e pressão sistólica aumenta -> alargamento
Depois, coração começa a perder forca e esses níveis começam a cair
4
Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Caso: Pneumoperitônio
O recesso costofrênico está limpo (dos dois lados). A área cardíaca está um pouquinho
aumentada (mas nada significativo), a traqueia está
um pouco calcificada, um indicativo de que é um
paciente idoso (idoso vai calcificando a traqueia).
O que tem de alterado nesse indivíduo é o
pneumoperitônio, porque tem ar na cavidade
abdominal.
Um paciente recém-operado indica que entrou ar na
cirurgia. Já paciente que não foi operado, é
indicativo de perfuração/lesão de víscera oca, pois
é víscera oca que contém ar dentro.
Indivíduo baleado: borda da lesão queimada ->
deve-se ressecar
Tratamento
- Volume
- Vasoconstritor (noradrenalina)
- Antibiótico de largo espectro
- Corticoides (diminuir a resposta inflamatória periférica)
5
Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Choque Hemorrágico
Essa insuficiência de múltiplos órgãos é vista com oligúria e anúria pela IR, dispneia pela
insuficiência pulmonar, IC pela necessidade de esforço excessivo do coração, e insuficiência
hepática
Choque de hiperfluxo = fluxo muito rápido e as trocas gasosas não são feitas adequadamente -
ex: megacolon tóxico causado por retocolite ulcerativa
Síndrome de Fournier -> tratar com volume, antibiótico, debridar, vasoconstritor (noradrenalina)
Observa-se que até a classe II o organismo consegue conter por mecanismos de compensação.
• MONITORAR:
- Sinais vitais
- Estado do SNC
- Perfusão da pele
- Débito urinário
- PVC
A sonda vesical de demora não deve ser usada quando tem suspeita de lesão de uretra, nos
traumas pélvicos, por exemplo. Nesse caso, se faz uma cistostomia (liga uma sonda diretamente
na bexiga).
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Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
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Cirurgia Geral - ATD 1 10/03/22 Beatriz Assis - XXIII B
Quadro Clínico
– sensação de desmaio;
– pulso rápido;
– dificuldade de respiração, incluindo chiados
no peito, tosse;
– náusea e vômito; O que diferencia do séptico é a ausência de
– dor no estômago; bactérias.
– inchaço nos lábios, língua ou garganta; Pode estar associado a sibilos (sinal de
– placas altas e com coceira na pele broncoconstrição, uma das coisas que a
(urticária); histamina causa).
– pele pálida, fria e úmida;
– tontura, confusão mental, perda da
consciência;
– parada cardíaca.
Tratamento
O tratamento do choque anafilático deve ser
iniciado com rapidez nos serviços de saúde de
urgência e emergência. É importante saber
que, apesar de ser u ma situação de
emergência, é controlável e reversível desde
que diagnosticada e tratada a tempo. O
esclarecimento e a correta orientação do
paciente e de seus familiares, bem como a
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Cirurgia Geral- ATD 1 24/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Trauma Abdominal
Trauma torácico é uma causa importante de morte. Muitos desses doentes morrem após
chegarem ao hospital e, dessas mortes, muitas poderiam ser evitadas através de medidas
diagnósticas e terapêuticas imediatas. Menos de 10 % dos traumatismos fechados do tórax e
somente 15 a 30 % das lesões penetrantes necessitam de tratamento cirúrgico (toracoscopia ou
toracotomia).
Fisiopatologia
As lesões torácicas, podem levar risco de óbito eminente para as vítimas, como: Pneumotórax
hipertensivo, hemotórax maciço e tórax instável.
Pneumotórax hipertensivo – ocorre quando há entrada de ar maciça entre o espaço pleural,
devido a traumas do parede torácica, evolução de um pneumotórax simples ou traumas que
acometam as o parênquima pulmonar. O ar entra para a cavidade pleural sem possibilidade de
sair, colapsando completamente o pulmão. O mediastino é deslocado para o lado oposto,
diminuindo o retorno venoso e comprimindo o pulmão contralateral. O choque decorrente dessa
1
Cirurgia Geral- ATD 1 24/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
situação é consequente à acentuada diminuição do retorno venoso, determinando uma queda do
débito cardíaco, e é denominado choque obstrutivo.
Quadro Clínico
• Pneumotórax hipertensivo- Dor torácica, Dispneia, Desconforto respiratório, Taquicardia,
Hipotensão, Desvio de traqueia, Ausência unilateral de murmúrio, Distensão de veias do
pescoço, Cianose.
• Tórax instável- Movimento paradoxal, Crepitação, Dor torácica intensa.
• Hemotórax maciço- Dispneia, desconforto respiratório, hipotensão, veias do pescoço
colabadas, desvio de traqueia, macicez a percussão torácica.
Diagnóstico
Pneumotórax hipertensivo – Diagnóstico clínico. Pela ausculta de murmúrios vesiculares,
observação de desvio de traqueia, percussão pulmonar.
Tórax instável- Diagnóstico clínico (crepitação, dor, movimento paradoxal da caixa torácica) e em
alguns casos necessita-se de uma radiografia de tórax.
Hemotórax maciço- Diagnóstico clínico. Pela ausculta de murmúrios vesiculares, observação de
desvio de traqueia, percussão pulmonar, sinais de choque hipovolêmico.
Tratamento
Pneumotórax hipertensivo- Para alívio da compressão, pode-se realizar uma toracocentese de
alívio, fazendo uma punção entre as linhas axilar anterior e media, no quinto espaço intercostal.
Mas, o tratamento definitivo consiste na drenagem em selo D´água.
Hemotórax maciço- Drenagem torácica em selo d´água, reposição volêmica com cristaloides e se
necessitar, transfusão de concentrado de hemácias. E, em muitos casos necessita-se de uma
toracotomia.
Tórax instável- Analgesia + Reposição volêmica + Oxigênio suplementar
2
Cirurgia Geral- ATD 1 24/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Caso Clínico
Homem de 23 anos, dirigia só e perdeu controle de seu automóvel que estava na velocidade de
95km/h, em rodovia de asfalto úmido, com colisão frontal contra árvore. Houve dano importante
no veículo com intrusão de lataria no compartimento do passageiro. Usava cinto de segurança e
havia histórico de ingestão alcoólica, mas não de drogas ilícitas.
Chegou à sala de emergência onde foi realizada a avaliação primária.
Politraumatismo - internação
Abrasão -> trauma importante
Raiz do mesentério das alças: onde estão mais fixas
Diagnósticos
Sindromicos:
- politraumatismo
- hemorrágico
-anêmico agudo
- trauma abdominal contuso: hemorrágico, perfurativo, isquêmico
- peritonite
- trauma torácico
- TCE + cervical
- insuficiência renal aguda
- Insuficiência respiratória aguda
Anatômicos:
- parede torácica
- Pulmões
- diafragma
- figado
- Baco
Pâncreas
- rins e bexiga
- alças intestinais/ cólon
- mesentério/ mesocolon
3
Cirurgia Geral- ATD 1 24/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
- encéfalo
- medula cervical
Etiologicos
- fratura de esterno
- hemotorax
- lesao difragmatica
-hemoperitoneo
- ruptura de baco
- ruptura de figad
- lesao duodenal
- lesao pancreática
- avulsão do mesentério/
mesocolon
- trauma renal + bexiga
- trauma encefálico e
medula cervical
- etilismo
Mecanismos de lesão
- compressão direta: víscera sólida (mais
prejudicada, mais sangue) e víscera oca
(gás amortece)
- desaceleração: partes fixasx partes moles
- avulsão: pediculos vasculares (aorta
torácica, pedículo renal, pedículo esplênico)
Medidas Iniciais
- Admiti-lo na internação
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Cirurgia Geral- ATD 1 24/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
TAC de abdome
Classificação do trauma
- Lesão esplênica grau II com uma laceração
Penetrante oU fechado e contuso (esse caso)
de 2 cm sem extravasamento do contraste
Diferenciação: características da lesao
- Ausência pneumoperitônio e de liquido
intraperitoneal
Prevalência das lesões de trauma fechado:
- ausência de outras lesões de vísceras
- Baço(40-45%)
sólidas e ocas
- figado
Conduta e Evolução
- Tratamento conser vador: embolização
transcateter por pulsão na femoral da lesão
esplênica (quan do estável
hemodinamicamente)
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Cirurgia Geral - ATD1 17/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Trauma Torácico
O trauma torácico é uma importante emergência médica com alto grau de mortalidade (de 8,4%
a 47,5%), sendo associado a sintomas como hipoxia, hipercapnia e acidose.
O atendimento inicial consiste na avaliação primária (estabilização dos sinais vitais) + avaliação
secundária + tratamento definitivo. Lado direito do coração, normalmente, é o mais acometido.
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Cirurgia Geral - ATD1 17/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
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Cirurgia Geral - ATD1 17/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Drenagem de Tórax
• Toracocentese: Punção aspirativa de derrames pleurais; reparo no sângulo inferior da Escápula
• Drenagem: 5° espaço intercostal-linha axilar média; Divulsão da musculatura intercostal junto
à borda superior da costela inferior
• Drenos Tubulares multiperfurados ou Pigtail(só nos pequenos pneumotórax)
• Indicações: Empiemas, hemotórax, pneumotórax, quilotórax, pós-toracotomias
Esternotomias
• Total ou parcial
• Indicações: Grandes bócios mergulhantes; acesso aos Vasos da Base, Pericárdio, Coração, Timo,
Traquéia Proximal
• Diérese com serra de Esterno ou formão
• Hemostasia com cera de osso
• Síntese com fios de aço, abrangendo o Esterno
Pneumotórax
Entende-se como o pneumotórax, a retenção e acúmulo de ar livre na parte interna da cavidade
pleural, que vá originar algum grau de colapso pulmonar.
O pneumotórax pode ser classificado em pneumotórax espontâneo (primário e secundário) e
adquirido (traumático). O espontâneo é a forma mais comum, quando tem etiologia primária é
causado pela ruptura das bolhas apicais da superfície pulmonar, já o secundário ocorre em
pacientes com pneumopatias subjacentes.
A forma adquirida, também conhecida como traumático, surge decorrente de traumas abertos
ou fechados, podendo ser ocasionado também por um procedimento intervencionista.
Fisiopatologia
Em situações de normalidade, a pleura parietal e visceral possui uma íntima aposição.
A pressão presente no espaço intrapleural possui flutuações entre -5mmHg a 8mmHg, e é
conhecida como uma pressão subatmosférica, devido às forças de retração elástica do pulmão
em relação a parede torácica.
Quando o ar se acumula nesse espaço intrapleural, devido a perda da pressão normal, gera um
afastamento da pleura visceral à pleura parietal.
Uma vez que a pleura visceral é rompida, o a pressão intrapleural tende a buscar sua
normopressão e acaba ocasionando, por compressão, o colapso pulmonar (parcial ou total) e
compressão do gradil costal. Alterações essas, que são muito evidentes na radiografia torácica.
3
Cirurgia Geral - ATD1 17/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
A presença de enfisema subcutâneo difuso, muitas vezes coexistente com pneumotórax, pode
dificultar a sua visualização na radiografia de tórax. Além disso, pregas subcutâneas, hérnias
transdiafragmáticas, bolhas subpleurais por vezes gigantes podem mimetizar pneumotórax no
Raio-X.
Tratamento
O pneumotórax é uma emergência médica, portanto seu tratamento deve suceder imediatamente
o diagnóstico. Normalmente surge a partir da combinação de 2 fatores: parênquima fibrótico e
ventilação prolongada de alta pressão . Seu tratamento depende de variáveis como gravidade,
progressão e recorrência.
A escolha do tratamento não segue uma regra específica e dependerá da intensidade dos
sintomas, repercussões clínicas e comorbidades associadas. O principal objetivo é eliminar o ar
contido no espaço pleural, na tentativa de reestabelecer expansibilidade pulmonar e reduzir a
chance de recidiva .
Quando o paciente encontra- se estável com pneumotórax de pequeno volume (menor que 3
cm), fora de ventilação mecânica, o tratamento indicado é conservador, com prescrição de
analgésicos e repouso.
Após 3 horas, realização de novos exames e se não houver progressão, dispensar paciente, com
acompanhamento por 24 horas. O uso de oxigênio em alto fluxo para esses pacientes pode
aumentar a reabsorção do pneumotórax, mas necessita de repouso absoluto do paciente.
Em caso de pacientes com pneumotórax volumoso (maior que 3cm) o paciente necessita
hospitalização e o tratamento intervencionista é indicado, a partir da drenagem pleural clássica,
ou com cateteres tipo pig-tail com à válvula de Heimlich e caso não haja re-expansão após o
tratamento intervencionista, pode haver necessidade de drenagem torácica com selo d’água.
Se o pneumotórax for instável o tratamento de eleição é a drenagem torácica, caso não seja
possível realizá-la, pode-se optar pela tentativa de aspiração simples. Se houver identificação de
pneumotórax hipertensivo a descompressão deve ser imediata.
Nos pacientes com pneumotórax secundário, sempre deve ser feita a drenagem pleural, evitando-
se método conservador pelo risco de morte, mesmo que a doença de base esteja controlada o
paciente deve ser hospitalizado para acompanhamento de possíveis complicações associadas à
mesma.
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Cirurgia Geral - ATD1 17/02/22 Beatriz Assis - XXIII B
Toracotomia postero-lateral
Se o paciente chegar em parada, sem pulso carotídeo,
deve-se realizar reanimação com massagem intracorporal
-> abrir no quinto espaço intercostal
- paciente em decúbito lateral
- Início abaixo da Escápula, ao longo do espaço
intercostal; Evitar seccionar músculos Serráteis, Grande
Dorsal e Peitoral Maior, afastando ou divulsionando-os
- Acesso para: Esôfago (Direita), Traquéia, Hilos
Pulmonares, Pulmões, Mediastino Posterior
- Síntese com fios absorvíveis envolvendo ambos arcos
costais
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ANA PAULA – XXII
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CIRURGIA GERAL
Professor João Paulo Espósito
trauma torácico
O FAST mostrou um derrame pericárdico.
O sangue no saco pericárdico é justificado
pelo ferimento, indicando que o indivíduo
Paciente do sexo masculino, 32 anos, vítima
tomou uma facada, atingiu o coração, o
de um FAB (ferimento por arma branca) em
que levou a um vazamento de sangue para
precórdio (região do tórax anterior ao
o pericárdio.
coração, 4-5cm a esquerda do esterno) há
Isso justifica o choque hipovolêmico (pressão
30 minutos.
pinçada → cai a sistólica e sobe a diastólica,
Foi levado ao atendimento pelos colegas
por causa da perda de volume com
que estavam alcoolizados.
consequente dilatação periférica).
Está consciente e respondendo (Glasgow
Contudo, o sangue contido no pericárdio
15).
não é o suficiente para causar uma situação
Orientado em tempo e espaço.
de hipovolemia.
Tem um ferimento corto-contuso em tórax
(parede anterior).
PA = 60 x 40
FC = 140
Saturação = 92%
Ausculta pulmonar = MV + s/ ra
BRhipofoneticos S/S.
→ Importante perguntar o tamanho da
faca.
• EXAMES COMPLEMENTARES:
✓ Hb/Ht → hemograma completo não
interessa, porque não tem quadro O choque é cardiogênico, não hipovolêmico
infeccioso/sepse, quero saber apenas o → pela restrição da expansibilidade
Hb de entrada, o que tende a ser normal, miocárdica (restrição do bombeamento
porque não dá tempo de alterar. cardíaco). Isso porque o coração estará
✓ Amostra de sangue → porque esse restrito, porque estará envolto por um
paciente vai precisar receber sangue. Na espaço preenchido por líquido.
pior das hipóteses, se o paciente estiver Para compensar, o coração irá aumentar a
muito mal, se dá sangue do tipo O-. frequência cardíaca.
✓ Raio-X → é o máximo a ser pedido, O sangue do retorno venoso, que quer
porque é rápido. retornar ao átrio direito, não conseguirá
Não é um paciente indicado para TC entrar, o que vai causar um aumento da
porque esse paciente será operado de pressão venosa central (pressão que se
qualquer jeito. mede com cateter dentro do átrio direito ou
Ferimento corto-contuso e na cava).
hemodinamicamente instável. PVC → medida na cava ou no átrio direito
✓ FAST (ultrassom na sala de emergência) (normalmente é zero, porque o sangue está
→ avaliação focada no trauma. constantemente aspirado).
O FAST inclui: Não é choque hipovolêmico porque o
- goteiras sangue que está dentro do pericárdio não é
- fundo de saco o bastante para causar uma perda de
- recessos costofrênicos (para ver se tem volume significativa. Esse paciente está
derrame) chocado por causa da restrição do
- janela pericárdica → para ver se tem bombeamento do coração. Se fosse choque
derrame pericárdico (na região do processo hipovolêmico, a PVC estaria baixa, porque
xifoide)
ANA PAULA – XXII
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CIRURGIA GERAL
teria menos volume, chegando menos Levando o paciente para o centro cirúrgico,
volume no coração. precisa fazer uma via de acesso:
PVC DIMINUÍDA → sinônimo de hipovolemia toracotomia ântero-lateral (2).
PVC AUMENTADA → represamento de Esternotomia (1) só vale para cirurgia eletiva,
sangue do lado venoso, porque o coração para o trauma é ruim, porque não dá um
não consegue bombear adequadamente acesso adequado às estruturas.
(choque cardiogênico). É causada por um A toracotomia ântero-lateral é a melhor via
tamponamento cardíaco. de acesso por trauma. É melhor ser feito no
Estase jugular será bem evidente → é o sinal quinto espaço intercostal.
mais evidente.