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GASTRO - Intestinos parte 2

Apendicite aguda
- O apëndice é um resquício embionário de uma alça intestinal com luz pequena,
colonizado por bactérias gram negativas entéricas, anaeróbias, que tem as
mesmas camadas tecicuais do intestino. O apêndice é uma alça com um único
ponto de fixacao, na tenia do ceco (musculatura paralela ao sentido do orgao). O
apêndice se posiciona, portanto, posteriormente ao ceco.
- O ponto de projeção do apendice que se localiza na pele é o ponto de Mc
Burney: a intercessão entre o terço distal e mediano da linha entre a cicatriz
umbilical e a fossa ilíaca direita.

• Isso significa que, em 50% das pessoas, o apêndice será encontrado sob
o ponto de Mc Burney, mas, este órgão poderá estar localizado em
qualquer ponto do abdome, ou, até, na pelve.

• A apendicite é a principal causa de abdome agudo inflamatorio e deve ser


a segunda hipotese diagnostica a se considerar em casos de dor não
localizada no ponto de Mc Burney.

- O grande motivo que leva à inflamação do apêndice é a obstrução do fluxo


principalmente por fecalitos (fezes endurecidas e calcificadas), hiperplasia
linfoide, neoplasias ou ascaris.

• A principal causa é a obstrução por fecalito impedindo a drenagem do


conteúdo apendicular ao ceco e propiciando ambiente favorável à
proliferação bacteriana - distensão e proliferação bacteriana -
inflamação polimicrobiana (E. Coli - gram. Negativo; e B fragiles -
anaerobio)

• A irrigação intestinal é, em geral, realizada por vasos mesentericos que


enviam perfurantes para a direção da luz, chegando até a mucosa. O
tecido do apendice se torna edemaciado e os vasos ficam ingurgitados,
com dificuldade em irrigar a mucosa. A diminuição do suprimento arterial
cursa com necrose da parede do apêndice em 12 horas do inicio da
inflamacao.

• A evolução da necrose tecidual é a perfuração da parede do apêndice,


quando o conteúdo é derramado na cavidade peritoneal, o que evolui com
formação de abscesso (se o organismo consegue “conter" e organizar
esse conteudo) ou peritonite difusa.

• O abscesso é a complicação mais comum, pois o perfil


epidemiologico da apendicite é de acometimento de homens
jovens, que tem competência para “organizar" a atividade
inflamatoria e grande poder de recuperação.
• Criancas, idosos e pacientes imunodeprimidos usualmente tem
diagnostico tardio e maior risco de evolução para peritonite
difusa. É nesses pacientes que ocorre a maior mortalidade por
apendicite.

- O quadro clínico é caracterizado por:


• Distensao da alca intestinal causa desconforto - dor visceral difusa, não
localizada - referida de acordo com a origem embrionária do órgão
(intestino médio) na região mesogástrica. Início com dor vaga
mesogástrica.

• Após 12 horas, com inicio da necrose da parede intestinal, há melhor


localização da dor pelo processo de irritação do peritoneo parietal. Dor
em fossa ilíaca direita e positividade do sinal de Blumberg.

• Febre alta, leucocitose, desvio à esquerda são sinais de gravidade e


perfuração.

• Anorexia é um dado extremamente importante: o paciente não tem fome.


• Complicações por formação de abscesso podem envolver massa palpável
(plastrão) ou peritonite difusa.
- O paciente é diagnosticado clinicamente, devendo ser encaminhado à cirurgia.

Sinais clássicos

Sinal de blumberg Dor à descompressao brusca no ponto de Mc Burney

Dor na FID após compressão da FIE por deslocamento


Sinal de Rovsing
de gases com distensão do ceco

Dor em FID que piora com a tosse, pois há aumento da


Sinal de Dunphy
pressão abdominal

Dor hipogastrica com a rotação interna da coxa direita


Sinal do Obturador
flexionada

Esticar o psoas gera dor. Dor à extensão da coxa direita


Sinal do Psoas
com o paciente em decubito esquerdo

Temperatura retal maior que pelo menos 1 grau da


Sinal de Lenander
temperatura axilar

- O diagnostico é clínico, mas pode haver duvida em caso de idosos, mulheres,


criancas, obesos e gestantes.

• Nos casos que necessitam confirmação, o exame clínico deve ser


associado a USG, em crianças e gestantes, e TC, que é o exame padrão
ouro, em idosos, obesos.

- A conduta é sempre cirúrgica, podendo ser realizada de forma aberta ou por


videolaparoscopia.

• A cirurgia nao é necessariamente de urgência, podendo ser de intervalo


caso haja abscesso.
Conduta de acordo com todos os livros clássicos de cirurgia
Nao é aquilo que é visto na prática, mas o que é cobrado em prova

Apendicite precoce Menos de 48 horas ou sem


SIMPLES complicacoes Antibioticoterapia profilattica +
Sem complicações apendicectomia
- nao perfurou
Exame de
Apendicite tardia
imagem deve Antibioticoterapia
Mais de 48 horas de Fleimão
ser feito: Colonoscopia em 4 semanas
evolução (abscesso < 4cm)
USG ou TC Cirurgia de 6 a 8 semanas
para avaliar a
existe risco de Antibioticoterapia
presença de
perfuracao Abscesso Drenagem percutanea
abscesso
> 4cm Colonoscopia em 4 semanas
Cirurgia de 6 a 8 semanas

• A colonoscopia é realizada para descartar a segunda hipótese para esse


acometimento de FID: doença e Crohn.

Doença diverticular do cólon


- "O colon é parrudinho, mas é todo furadinho por artérias perfurantes”
- O bolo intestinal, quanto mais bem formado, menos requer de contração do
intestino para ser eliminado. Um bolo fecal menos espesso exige do intestino
uma forca exagerada para expulsar as fezes, uma pressão intraluminal elevada. A
pressão elevada faz com que haja pulso em zonas frágeis do intestino,
perfuradas por artérias.

- Essa doença nao acomete pessoas jovens, mas evolui cronicamente,


acometendo idosos cuja ingesta não era rica em fibras, com a perda de massa
muscular (proteica) corporal e herniação da mucosa e submucosa para a serosa.
O divertículo não tem camada muscular.

- A formação de divertículos é mais comum no sigmoide de idosos e cursa de


forma assintomática na maioria dos casos.

- O diagnostico de doença diverticular é feito por visualização dos orifícios


diverticulares na colonoscopia ou pela visualização dos contornos diverticulares
no clister opaco.
- Uma pequena parcela dos pacientes com doença diverticular evoluirá para
complicações, sendo duas complicações possíveis: inflamação ou sangramento.
Lembre-se que o divertículo ou inflama ou sangra, não faz os dois.

Inflamação Sangramento

Colon esquerdo - sigmoide Colon direito

Causada por obstrução por fecalito


Causada por trauma da arteriola
perfurante fracionada
Mais comum
- DIVERTICULITE AGUDA
• O divertículo obstruido tem acúmulo de secrecao e proliferação bacteriana
num processo de inflamação da mucosa e submucosa. Como a parede do
divertículo não tem muscular, é extremamente sensível e sofre perfuração
super rápida com extravasamento de conteúdo do lumen diverticular para
a cavidade peritoneal. A inflamação que é percebida pelo paciente é a
inflamação peri-diverticular conforme há derramamento de conteudo.

• Dor em FIE que pode ser insidiosa; diarreia ou constipação (alteracao do


hábito intestinal); febre. É uma apendicite à esquerda no idoso!!

• O diagnostico é clínico, mas, havendo dúvida, TC deve ser realizada.


- Colonoscopia e clister enema nao devem ser realizadas havendo
suspeita de diverticulite pois o contraste baritado poderá extravasar
para a cavidade peritoneal (peritonite química) e o colonoscópio
poderá entrar pelo divertículo, agravando a perfuracao.

- Tomografia computadorizada mostra: intestino preenchido por


contraste oral com imagem hipodensa pericolonica (secrecao) e
extravasamento de ar pelo orifício do divertículo.

• Todo paciente com diagnostico de diverticulite deve fazer colonoscopia


após 4-6 semanas para excluir câncer de retossigmoide. A diverticulite é
indicação de colonoscopia, não imediata, mas deve ser realizada.

• Complicações possíveis sao:


- Abscesso - coleção pericolônica, é a mais comum
- Peritonite difusa - menos comum, porém mais grave
- Fístula - tudo o que está inflamado, tende a colar, aderir ao
conteúdo adjacente. Havendo aderência, um caminho é formado
para drenar a secreção de um lado para o outro, a fístula é esse
caminho. A mais comum é a fístula colovesical.

• Classificação de Hinchey
- Estagio I - abscesso pericólico
- Estagio II - abscesso pélvico
- Estagio III - peritonite purulenta - o fecalito ainda obstrui o orifício
diverticular, impedindo a passagem do conteúdo intestinal para o
peritoneo.

- Estagio IV - peritonite fecal - há passagem de conteúdo fecal para a


cavidade peritoneal pelo orifício diverticular
• Tratamento
Suporte clínico inicial com
Abscesso
Antibiotico (ciprofloxacino + metronidazol)
menor que
Anti-inflamatorio de acto local (mesalazina)
4cm sem
Alguns autores preconizam o uso de probióticos
peritonite
Cirurgia eletiva se imunodeprimido, fístula, abscesso pequeno

Abscesso Drenagem percutânea


maior que Estágios I e II Antibioticoterapia
4cm Cirurgia eletiva

Peritonite Cirurgia de urgência - Colestomia a Hartmann


Estágios III e IV
generalizada Opcao para Estagio III: Lavagem laparoscópica

- Não existe aumento de chance de diverticulite em pacientes com


diverticulite prévia, mas o paciente que tem episódios de
diverticulite de repetição tem, ao que se sabe, inflamação intestinal
persistente, podendo se beneficiar do uso de anti-inflamatório local
cronicamente para evitar recidivas. Alguns autores preceituam,
ainda, o uso de probióticos para prevenir novas crises.
- A cirurgia eletiva é a sigmoidectomia com anastomose primária em
ileoterminal.

- A cirurgia de urgencia é a chamada cirurgia à Hartmann, em que se


faz sigmoidectomia com colostomia terminal e fechamento do coto
retal. Meses após o “esfriar" do processo patológico, realiza-se a
reconstrucao.

- HEMORRAGIA: que será à direita no caso de diverticulos sangrantes.

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA

Angulo de Treitz
Acima do angulo Abaixo do angulo
duodeno-jejunal

Hematêmese Hematoquezia
Clínica
Melena Enterorragia

Frequência 85-90% 10-15%

Em jovens: DII, divertículo de Meckel


Úlceras pepticas gastricas ou
Causas Em adultos (> 50 anos): diverticulite,
duodenais, varizes
anti-displasia ou cancer

Estabilização hemodinâmica
Se não é possível estabilizar, cirurgia (colectomia, no caso da EDB).

Endoscopia digestiva alta para


Conduta afastar hemorragia alta (cateterismo
Endoscopia digestiva alta
nasogástrico é alternativa)
Descartar sangramento hemorroidário

Terapia endoscópica Colonoscopia e terapia endoscópica

• A maioria dos pacientes chega ao hospital após a parada do sangramento,


nesse paciente é possível não encontrar qualquer origem endoscópica ou
lesão à colonoscopia para justificar o sangramento. Neste caso podem ser
realizadas:

- Cintilografia - a mais sensível, detecta sangramentos maiores que


0,1mL/min, mas não permite terapêutica

- Arteriografia - menos sensivel, detecta sangramentos maiores que


0,5 - 1mL/min, mas permite terapêutica imediata.

Pólipos intestinais
- Qualquer crescimento da parede de um órgão para o interior da luz é um pólipo e
é sabido que a principal fonte de câncer colorretal é o adenoma, um pólipo
benigno. Após o desenvolvimento do pólipo benigno, há chances de desenvolver
adenocarcinoma (pólipo maligno).

• O pólipo benigno viloso (que parece uma grama), maior que 2cm e com
displasia grave e o pólipo mais propenso a se tornar um câncer.

• Nem todo pólipo se desenvolverá para se tornar cancer.


Pólipos não neoplasicos Pólipos neoclássicos

Hiperplásicos - muitas celulas normais Adenoma

Hamartomatosos ou juvenis - células normais com


arquitetura de ligação ruim, tecido malformado
Adenocarcinoma
Pólipo inflamatorio - edema da mucosa, aumento
da vascularizacao, celulas inflamatorias

• Encontrado um pólipo, deve ser realizada a polipectomia e análise


histológica
- Síndromes de polipose intestinal
• Síndrome adenomatosa - Polipose Adenomatosa Familiar (PAF)
- Como os enterócitos sao celulas com alto grau de renovação (alto
turnover), existe uma tendência natural à hiperplasia de enterocitos
e produção de polipos. Para conter essa tendência à pólipose é
contida por um gene APC. Pessoas com gene APC mutante não
contam com essa autorregulacao e desenvolvem diversos pólipos
em todo o TGI, evoluindo para câncer colorretal em 100% dos
casos antes dos 40 anos de idade. Retinite pigmentosa é
usualmente associada.

- Proctocolectomia profilatica é indicada quando do diagnóstico para


evitar o desenvolvimento de cancer.
- Variantes:
1. Gardner - dentes extranumerários, osteoma, lipoma;

2. Turcot - tumor no SNC, principalmente meduloblastoma.


• Síndrome hamartomatosa - Sindrome de Peutz-Jeghers
- Múltiplos pólipos acometendo principalmente intestino delgado,
associados a manchas melanoticas. Excesso de melanina em lábios
e gengiva.
- Há risco aumentado de incidência de cancer, não necessariamente
de intestino, mas qualquer tipo de neoplasia.

Cancer colorretal
- Adenocarcinoma colorretal pode ser desenvolvido por três maneiras:
• Forma esporádica - é a forma mais comum e tem como fatores de risco a
idade, historia familiar (parente de primeiro grau), doença inflamatória
intestinal, dieta e hábitos de vida (os mesmos fatores que levam a
coronariopatias)

• Hereditário associado a pólipos - pólipos adenomatosa familiar (PAF)


• Hereditário não-polipose - surge inicialmente como um câncer, Síndrome
de Lynch
- Clínicamente a doenca se manifesta de diversas formas, de acordo com a região
acometida pela neoplasia

• Colon direito - local de acometimento mais comum- recebe muito líquido


do ceco e tem tamanho grande, podendo haver tumoracao extensiva,
palpável ao exame físico. Anemia ferropriva, pelo consumo. Reação
inflamatória no local do tumor gera sintomas como febre.

• Colon esquerdo - Alterações do hábito intestinal


• Reto - distensão do reto pelo tumor gera tenesmo. As fezes passando
pelo tumor podem gerar hematoquezia (evacuacao com raias de sangue).

- Diagnóstico
• Colonoscopia e biópsia (histopatologia) de fragmento da lesão
• Antigeno carcinoembrionário (CEA) é um marcador para acompanhamento
- O tratamento envolve cirurgia, quimio e/ou radioterapia, de acordo com o grau de
gravidade do tumor, o estadiamento.

T - tumor M - metastases N - linfonodos

M0 - sem metastases N0 - nao tem linfonodo regional acometido


à distancia
Igual ao de esôfago e
estomago N1 - de 1 a 3 acometidos
M1 - metastases à
distancia N2 - 4 ou mais
• Cancer de colon: resseccao, colectomia, com margem de segurança e
linfadenectomia. Se houver acometimento de linfonodos (N1/N2),
quimioterapia adjuvante.

• Cancer de reto: avaliar onde esta o tumor.


- (1) Tumores altos (6cm acima da margem anal) tem ressecar
abdominal baixa, via abdome baixo, com anastomose colorretal.

- (2) Tumores baixos (5cm ou menos da margem anal) tem


ressecçao abdominoperineal (Miles) com colostomia definitiva. Se
houver acometimento de linfonodos, há que se realizar quimio/radio
previas.
- Como o cancer retal responde muito bem à quimio antes da
terapêutica cirúrgica definitiva. Esse tipo de tumor pode ser
reduzido antes da intervenção cirurgica. Se for possível mudar o
prognostico cirúrgico através da terapia adjuvante, deve ser feita a
terapia não cirúrgica (quimio/radio neoadjuvantes) antes. Tumores
T2,T3,T4 e N1 devem receber terapia neoadjuvante que, promovera,
provavelmente downstaging da neoplasia. Por exemplo: um tumor
de 4cm de comprimento que esteja se estendendo desde 4 até 8cm
da borda anal, pode ser reduzido com quimio para 2cm e se
estender apenas de 6-8cm, quando passa a não ser necessária a
realização de cirurgia de Miles.

Obstrução intestinal
- Caracterizada pela parada de eliminação de gases e fezes que não é passível de
avaliação pelo exame físico. As consequências dessa parada de eliminação são,
no entanto, perceptíveis ao exame, como:

• Peristalse de luta - aumentada e com timbre metálico


• Dor em cólica
• Distensao da luz intestinal - o paciente deglute ar, ingere alimentos e água,
há hiper-secrecao intestinal e hiperproliferacao bacteriana

- O quadro pode ser de oclusão total, sem qualquer eliminação, ou de suboclusao,


quando há diarreia paradoxal.

- A obstrução pode ser alta ou baixa, o que influencia no quadro clinico:


• Obstrução alta - vomitos precoces, alcalose metabólica
• Obstrução baixa - maior distensão de alças e maior risco de complicações
por isquemia (estrangulamento de alça intestinal), metabolismo anaeróbio
(acidose metabolica), necrose (perfuração).
- A depender do momento em que o paciente está, o paciente apresenta quadros
diferentes. No principio da obstrucao, dor em cólica e peristalse de luta que tenta
vencer a obstrução. Com a progressão do quadro, sofrimento isquemico e
estrangulamento da alça cursam com dor continua e ausência de peristalse.

- É essencial classificar entre: obstrução intestinal ou obstrução mecânica

Obstrucao funcional

Comprometimento da função motora

Ileo paralítico
• Pode acometer todo o intestino
• A principal causa é o pós operatório imediato de cirurgias abdominais (delgado volta em
6-24h e colon pode levar 72h); pode ser drogas, processo inflamatoria, DHE
• Clinica: Distensao, dor, vomitos
• TTO: Excluir qualquer possibilidade de obstrução mecânica; dieta zero, sonda nasogastrica,
corrigir volemia, DHE, suspender drogas (opioide)

Sindrome de Oglivie
• Pseudo-obstrucao colonica aguda
• Somente o colon é atingido
• Pacientes graves, trauma, sepse, inflamação intensa
• Peristalse pode estar presente, associada a dor e distensão
• TTO: excluir causas mecanicas, suporte e NEOSTIGMINA, parassimpaticomimetico, (2,5mg
IV)
• Colonoscopia se distensao maior que 11-13cm para evitar ruptura

Obstrução mecanica

Agente fisico que impede a passagem do transito intestinal.


Tumor, corpo estranho, brida
Aderencias sao a principal causa de obstrução em geral

Delgado
• É o sítio de obstrução mais comum
• Principal causa: bridas, aderências, hernias, cancer, iliobiliar.
• Cirurgia abdominal prévia no andar inferior é o grande fator de risco, pela lesão do peritoneo
que forma traves de fibrose no processo de cicatrizacao.
• Idealmente, a lise das aderencias deve ser realizada por videolaparoscopia.
• Uma vez operado, para o resto da vida há risco de formação de brida.
• Ileo biliar & Sindrome de Bouveret - havendo cálculos biliares (colelitiase) e colecistite
aguda, pode haver fístula entre a vesícula e o duodeno, com passagem dos cálculos para o
duodeno. No ileo distal, mais estrangulado, o calculo fica impactado. Há pneumobilia - ar
Nas vias biliares. Na Síndrome de Bouveret o calculo fica impactado no duodeno ou piloro.
Sao ambos eventos raros.

Colon
• Cancer é a causa mais comum
• Volvo de sigmoide é o mais comum. A alta de sigmoide sofre rotação sobre o próprio eixo.
Pode ocorrer obstrução em alca fechada, oclusão em dois pontos diferentes, sendo um
deles a válvula ileocecal competente, que não permite refluxo, quadro que evolui para
isquemia e necrose muito rapidamente
• Divertículo - quando há diverticulite com inflamação muito discreta, que gera fibrose local
obstrucao.
Obstrução mecanica

Infancia - INTUSSUSCEPCAO
• Principal causa na infancia
• Invaginacao de uma alca intestinal de causa idiomática na criança e com causa identificável
no adulto (cancer, polipo).
• Criança de 3m a 3a, mais de 60% nos primeiros 6 meses de vida.
• Uma onda de peristalse atinge segmento intestinal não totalmente desenvolvido, com a
invaginacao deste segmento
• Dor abdominal, choro incoercivel, massa em aspecto de salsicha, fezes em geleia de
framboesa (isquemia e descamaçao mucosa, muco-sangue)
• Tratamento é redução: enema com bário ou ar, inicialmente, ou cirurgia (casos refratários ou
câncer)
• No adulto, nao caberá tentativa de redução por enema, pois tem causa especifica.

Infancia - OBSTRUCAO POR OUTROS FATORES


• Áscaris - bolo de áscaris
• Bezoar - tricobezoar
• Hernia

- O toque retal deve sempre ser realizado em paciente com obstrução intestinal,
quando se encontram fezes, massas e fecaloma.

• A ausencia de fezes na ampola retal fala a favor de obstrução mecanica.


• Na obstrução funcional, quase sempre, há fezes na ampola retal
- Rotina de abdome agudo deverá também ser realizada sempre que houver
obstrução intestinal - RX tórax + abdome em ortostase e decúbito.

• A rotina de abdome agudo não ajuda a determinar qual é a causa, mas sim
o local da obstrucao.

• Obstrução de delgado - distensão centralizada, organizada na parte


central do abdome, pregas coniventes com aspecto de empilhamento de
moedas. Diâmetro menor.

• Obstrução de colon - dispensa periférica, visualizam-se haustracoes


colonicas. Diâmetro maior.

• Normalmente, a. Rotina radiologica nao é útil para determinar a causa,


exceto no caso do volvo de sigmoide, quando a imagem é muito
característica, contendo: sinal do grao de cafe, sinal do u invertido ou sinal
do bico de passaro.

- Tratamento das obstrucoes intestinais:


• Suporte: sonda nasogastrica (se hiperemese), disturbios hidroeletroliticos,
hidratacao, avaliar necessidade de antibioticoterapia…

• Observar, se a obstrução for parcial e o paciente estiver estável -


observacao por 24-48h - normalmente há regressão espontanea.

• Avaliar cirurgia de imediato em pacientes instáveis com sinais de


estrangulamento, obstrução total.
• No volvo de sigmoide, a conduta é diferente
- Volvo nao complicado: estavel, nao há irritação peritoneal -
descompressao endoscopica (colono ou retossigmoidoscopia) na
tentativa de desfazer a rotacao. A tendência é a recorrencia, então a
sigmoidectomia eletiva deve ser realizada.

- Volvo complicado com estrangulamento, peritonismo - cirurgia


imediata.

Doença vascular intestinal


- Pode ser macrovascular ou microvascular
- Lembrar que
• Tudo que é mesenterica, diz respeito ao delgado
• Arteria mesenterica superior é a arteria que irriga quase todo o delgado
Isquemia mesenterica cronica
Acomete a arteria mesentérica
Macrovascular
Isquemia mesenterica aguda superior

Isquemia colonica (colite Quem sofre é a mucosa, irrigada


Microvascular
isquemica) por vasos perfurantes

- ISQUEMIA MESENTERICA CRONICA


• A causa é aterosclerose
• A clínica é de dor aos esforços - alimentação (angina mesenterica) em
virtude da obstrução parcial das artérias e hipofluxo tecidual. Pode ocorrer
emagrecimento e sinais sistêmicos de aterosclerose (claudicacao
intermitente).

• O diagnostico é feito por angiografia mesenterica.


• O tratamento é por meio de terapia de reperfusao/ revascularização
cirúrgica (jovens) ou por colocação de STENT endovascular (idosos ou
comorbidades).

- ISQUEMIA MESENTERICA AGUDA


• Causas podem ser:
EMBOLIA 50% Fibrilação atrial, IAM recente

VASOCONSTRICCAO 20% Isquemia nao oclusiva

TROMBOSE ARTERIAL 15% Aterosclerose

TROMBOSE VENOSA (5%) Hipercoagulabilidade

• A clínica é de dor abdominal intensa, desproporcional ao exame físico.


Não há sinal de irritação peritoneal. Temperatura retal é menor que a axilar.
• A mortalidade é extremamente alta pois a irritação peritoneal é um achado
tardio.

• TC / angioTC sao os exames mais utilizados para demonstrar sofrimento


isquemico de alcas.

• Angiografia mesenterica é o padrao ouro para confirmar o diagnostico.

TRATAMENTO

Embolectomia ou trombectomia
Embolia ou trombose de Avaliação da vitalidade da alça
arteria mesenterica Remoção do segmento infartado
Papaverina no pos-operatorio para evitar vasoespasmo reflexo

Papaverina intra-arterial para promover vasodilatação


Isquemia nao-oclusiva
Nao havendo melhora, cirurgia

Heparinizacao
Trombose de veia
Se houver sinais de complicacao, irritação peritoneal, refratariedade,
mesentérica
deve ser realizada cirurgia

- COLITE ISQUEMICA - ISQUEMIA COLONICA


• Paciente idoso, que já possui comprometimento da vascularização
mesenterica. Quadro de hipoperfusao associada à deficiente
vascularização gera isquemia que se inicia pela mucosa, suprida pelas
arteriolas perfurantes.

• Normalmente afeta flexura esplênica ou retossigmoide.


• Caracterizada por dor em colica, diarreia mucossanguinolenta, febre,
hipotensão.

• Diagnostico
- Clister opaco mostra sinal das impressões digitais - thumbprinting
- Retossigmoidoscopia ou colonoscopia mostra necrose, edema ou
ulceras, quadro de colite

• Tratamento é clínico e de suporte com correção da hipoperfusao


• Tratamento cirúrgico
- Na fase aguda, quando há peritonite, hemorragia, colite fulminante,
- Nas doenças refratarias ao tratamento clínico (resseccao do
segmento que sofre).

- Em doenças crônicas que evoluem para estenose e obstrução


intestinal, esta indicada a intervenção cirúrgica.

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