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DERMATOLOGIA
TEMA: D. Medica-Clinica (cont)
Microbiologia:
O pediculus humanus e phthirus púbis são insectos
artrópodes sem asas (piolhos), que apresentam um ciclo de
vida que começa com a oviposição (lêndeas), desenvolvimento
de ninfas e eclosão dos insectos. Os piolhos são hematófagos
(alimentam-se de sangue).
Imagens de adulto (à esquerda) e ovos (à direita)
de Pediculus humanus em cabelos humanos
Epidemiologia
A pediculose é uma doença muito contagiosa. Atinge as crianças de
idade inferior a 10 anos (idade escolar), mas pode aparecer em
adolescentes e adultos susceptíveis As pessoas imunodeprimidas
são mais susceptíveis em qualquer idade e podem desenvolver
formas graves.
Transmissão
É transmitida através do contacto directo com uma pessoa infestada
ou com as roupas, chapéus, lençóis, ou pente que a pessoa infestada
tem utilizado.
Factores predisponentes
Condições de falta de higiene pessoal e das roupas, sobretudo em
caso de pediculose do corpo.
Classificação das Pediculoses:
Pediculose do couro cabeludo
Quadro Clínico:
É caracterizada por prurido intenso, lesões devidas a coceira, às vezes pode complicar-
se com sobreinfecção bacteriana. Pode apresentar aumento dos gânglios regionais.
Localização: a infestação é a nível do couro cabeludo e em alguns casos pode afectar
os cílios e a barba em adultos.
Tratamento: loção de
hexacloreto de
benzeno como na
pediculose do couro
cabeludo e evitar
relações sexuais até ser
curado.
ESCABIOSE
A escabiose ou sarna é uma parasitose da pele (ou infestação) muito
contagiosa, caracterizada por prurido intenso e presença de lesões
vesiculo-papulares superficiais com tendência a sobreinfecção
bacteriana.
Etiologia: causada pelo Sarcoptes scabiei.
Factores
predisponentes/agravantes:
Imunodepressão, HIV;
Má higiene;
Dermatite preexistente da pele.
Local de aparecimento
Em adultos e adolescentes: axilas, área periumbilical, pregas
interdigitais, do pulso, punhos, nádegas, pregas genitais, ao redor da
aréolas nas mulheres, no pénis e na área ao redor do umbigo; pode
difundirem-se no tronco e membros.
Em crianças e especialmente em menores de 2 anos: palmas das mãos
e plantas dos pés; em lactentes na face e couro cabeludo, e pescoço.
Medidas de prevenção:
Higiene pessoal rigorosa (banho diário e troca de
roupa suja com a limpa, lavagem da roupa suja).
Lavar roupa, toalhas e lençóis do paciente e expor a
luz do sol.
Controle e eventual tratamento dos familiares ou
pessoas que vivem em contacto com o paciente.
TUNGUÍASE
Conhecida como Matequenha
em Moçambique, é uma
parasitose da pele causada pela
Tunga Penetrans ou “pulga do pé”.
Epidemiologia:
É uma infestação muito
frequente em regiões com solos
arenosos e nas comunidades com
baixas condições de saneamento
e baixo nível sócio-económico,
em que a população anda
descalça.
Microbiologia e Fisiopatologia:
Os hospedeiros da Tunga são: o homem, porco, galinha e
outros animais. As larvas ficam na areia. A fêmea fecundada
penetra na pele através de fissuras como as da planta dos
pés, entre os dedos e ao redor das unhas. A fêmea cola-se
bem e desenvolve em uma formação que parece uma ervilha
branca que está recoberta pela pele.
Quadro clínico
Após 8-12 dias da penetração da Tunga, a infecção começa a
aparecer com sinais de inflamação e com pus no lugar da
penetração e prurido. Em seguida aparecem as lesões de
coceira, os ovos podem sair deixando uma úlcera circular
que pode tornar-se infectada; a confluência de várias úlceras
pode apresentar o aspecto de uma colmeia de abelhas.
Lesões produzidas na pele por Tunga penetrans
Conduta:
Remoção da fêmea utilizando agulhas estéreis
para tirar toda a cápsula em forma de “ervilha”
que contém os ovos sem que se rompa. Lavagem
e desinfecção da úlcera e aplicação de
antibióticos tópicos se sobreinfecção.
Prevenção:
Queimar ou sanear (com substâncias químicas)
as áreas, areias, jardins, infestadas pela Tunga.
Usar sapatos para proteger os pés.
LARVA MIGRANS
Doença causada por parasitas helmintos Ancylostoma
brasiliense e Ancylostoma caninum que é um verme
parasita do cão ou do gato.
Epidemiologia: é uma doença frequente em países com
clima tropical e subtropical, como o caso de Moçambique.
Prevenção:
Uso de chinelos, sapatos e, em coordenação com o sector de
veterinária, desparasitação dos cães e gatos.
BIBLIOGRAFIA
Cook G, Zumla A. Doenças tropicais de Manson
(Manson’s tropical diseases). Elsevier; 2008.