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Estudante:
Estratégias Globais Da Reforma Do Sector Publico Como Caminho Para Boa Gestão Dos
Processos De Políticas Públicas........................................................................................4
Razões da Reforma............................................................................................................6
Âmbito da Reforma...........................................................................................................6
As características da Reforma...........................................................................................6
A natureza da Reforma......................................................................................................7
Conclusão........................................................................................................................14
Referencias Bibliográficas...............................................................................................15
Introdução
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Estratégias Globais Da Reforma Do Sector Publico Como
Caminho Para Boa Gestão Dos Processos De Políticas Públicas
Contexto da Reforma
A segunda fase (1986), início das reformas económicas, revisão profunda do modelo então
vigente e mudança dos princípios básicos que o norteavam, resultando mais tarde a
implementação do Programa de Reabilitação Económica (PRE) que gerou uma mudança
profunda do próprio papel definido para o Estado. Num curto período, o País passou de um
modelo de economia centralizada com base na iniciativa do Estado, para uma economia de
mercado com base na iniciativa privada. Transitou se de um modelo de Estado unitário
centralizado para um Estado unitário, gradualmente descentralizado e no qual foram
consolidadas as relações regulares entre o Executivo e o Parlamento. Monteiro, Óscar (2006)
O contexto da reforma global do sector público, pode ser caracterizado, nas suas vertentes
política, económica, social e institucional actuais, do seguinte modo:
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Razões da Reforma
A necessidade de adequar o conjunto das organizações que integram o sector público para
fazer face aos desafios que se colocam ao Estado Moçambicano.
A permanente legitimação do Estado de Direito nas suas relações com a sociedade como
factor de garantia da soberania, da moçambicanidade e do progresso nacional. Monteiro,
Óscar (2006)
Âmbito da Reforma
O sector público no seu conjunto entendido como o conjunto de instituições e agências que
directa ou indirectamente financiadas pelo Estado têm como objectivo final a provisão de
bens e serviços públicos. Fernandes, Flávio Sátiro (2005)
Falar do sector público no sentido mais amplo, é falar da actividade que é realizada pelo
Governo Central, Ministérios, Governos Provinciais, Direcções Provinciais, Administrações
de Distritos, Direcções Distritais, Postos Administrativos, Autarquias, as Empresas Públicas,
os Institutos Públicos e outras Agências do Estado, todos trabalhando para o benefício da
sociedade Moçambicana. Fernandes, Flávio Sátiro (2005)
Serão ainda objecto da acção da reforma, as formas de relações entre o Estado, a Sociedade
Civil e o Sector Privado no sentido de desenvolvê-las e de potenciar a participação destes na
geração e distribuição da riqueza, segundo critérios de boa governação.
As características da Reforma
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Permanente busca de resultados concretos que tornem claro aos cidadãos que a
Reforma, realmente “faz a diferença”;
Manutenção de uma abordagem selectiva pela definição de áreas prioritárias e
respectiva hierarquização;
Adopção de uma agenda dinâmica, sem que se alterem seus princípios básicos;
Continuidade para além de cada período de mandato de governo;
Ênfase na profissionalização e modernização do sector público.
A natureza da Reforma
A Reforma desejada vai para além das simples mudanças nas estruturas do Aparelho do
Estado e no fluxo de papéis. O principal desafio da reforma, refere-se à mudança da função
dos serviços públicos e sobretudo à mudança da cultura, da atitude e do comportamento dos
funcionários públicos perante o seu trabalho. Fernandes, Flávio Sátiro (2005)
A reforma, pretende que os serviços públicos sejam mais operacionais, orientados para
resultados e com enfoque no cidadão. Este, deverá estar no centro das atenções, pelo que o
sector público deverá estar mais voltado para fora e não para dentro de si mesma.
O plano Quinquenal do Governo 2000-2004 teve como uma das suas principais actividades a
implementação da Reforma do Sector Público (CIRESP, 2005: 5). Nesse âmbito, o período de
2000 a 2001 foi dedicado essencialmente às acções preparatórias que consistiram da criação
dos arranjos institucionais para a coordenação da Reforma, bem como da elaboração da sua
estratégia. No que toca ao primeiro aspecto, destaca-se a criação da CIRESP (Comissão
Interministerial da Reforma do Sector Público) e da UTRESP (Unidade Técnica da Reforma
do Sector Público).
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Papel do Sector Público
Em relação a esta área temática, evidenciou-se a fraca cobertura do aparelho de Estado a todo
o território nacional, carência de legislação complementar (autarquias locais), dificuldade de
registo do património e projectos em curso na sua área de jurisdição, baixa capacidade de
geração de receitas próprias. UTRESP (2005b).
Incompatibilização das Políticas Públicas com os recursos necessários a sua viabilização, falta
de coordenação nas diferentes fases das políticas públicas. UTRESP (2005b).
Gestão Financeira
Os orçamentos públicos não são usados como instrumento de gestão comprometida com
resultados, a elaboração dos orçamentos tende a repetir os exercícios anteriores e acaba não
estando comprometido com a execução de programas e projectos, o fluxo dos fundos
orçamentados para os órgãos locais do Estado é deficiente, o uso de contratos programas
ainda não está institucionalizado, a contabilidade pública não integra todos os fundos
utilizados no sector público, o que deixa espaço a proliferação de fundos extra-orçamentais, as
auditorias e exames financeiros não são regulares e abrangentes, parte significativa da
legislação e das normas que regem a gestão financeira do Estado está desactualizada.
UTRESP (2005b).
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Da mesma forma ficou registado que, “através do modelo em prática, não havia garantia de
incorporação dos bens patrimoniais, no acto da liquidação. Quando os bens são recebidos e
pagos, baseados nos documentos de aquisição usados nos DAFs, não há registo paralelo ou
automático num sistema de inventário do Património do Estado. UTRESP (2005b).
Quanto a esta temática foram identificados os seguintes pontos críticos: a relação de prestação
de contas entre o Executivo, o Legislativo e o Tribunal Administrativo no que concerne ao
exame anual das contas do Estado é deficiente, os poderes e mecanismos para exigir-se o
cumprimento das leis pelas organizações públicas são geralmente fracos, a obtenção de
licença para o exercício de actividade económica exige o cumprimento de 40 passos distintos
e a intervenção de 11 órgãos públicos (o que contribui para a existência de focos de
corrupção), insuficiente ou falta de institucionalização das formas de participação de
representantes da sociedade civil e do sector privado no processo decisório, as acções de
inspecção administrativa estão voltadas apenas para a observância de procedimentos e não
incluem verificação da efectividade e qualidade dos serviços prestados ao cidadão,
procedimentos administrativos complexos - o que dificulta o acesso aos serviços públicos
pelo cidadão e favorece a corrupção. UTRESP (2005b).
O que se constatou, portanto, não foi a ausência de experiências de reformas, mas a ausência
de estratégias sistematizadas que as tivessem conduzido de forma mais consistente e coerente,
no quadro de um processo contínuo, global e controlado, e com um horizonte temporal mais
alargado.
Esta situação teve a sua explicação porque os processos ainda não eram integrados de forma a
permitir à Administração Pública a antecipar-se e estar preparada a responder, cabalmente e a
tempo às exigências impostas pelas directrizes do Governo. CIRESP (2005).
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Face à nova postura que é exigida ao papel do sector público no processo de
desenvolvimento, o Governo concluiu que era absolutamente necessário lançar uma reforma
que seja integrada e participativa e que responda, na verdade, aos problemas imediatos, de
médio e longo prazos que se apresentam como desafios fundamentais no presente e no futuro.
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A Gestão dos Processos de Politicas Públicas e a Pertinência da Reforma
A forma que o Estado encontrou para superar tais problemas, e que se manifestava pertinente,
se consolida na EGRSP e com os seguintes desafios básicos:
A forma como vinha sendo administrada a política pública tem enfrentado mudanças
consideráveis, como já se evidenciou, desde a reformulação da legislação, reforço da
capacidade técnica e desenvolvimento de recursos humanos, até a implementação do
SISTAFE que convergem no sentido de melhorias tangíveis para o sistema da Administração
pública. Chichava, José (2005b).
Tais mudanças por si só não justificam o alcance das metas predefinidas para o processo de
reforma, daí que para além das actividades a implementar, previstas no programa EGRSP,
outros desafios se afiguram como pertinentes.
Os aspectos acima mencionados não são os únicos que poderiam fazer parte de um rol de
medidas ainda por implementar, mas sim, e sem sombra de dúvida, os básicos para que se
possa ter uma administração pública funcionando com agentes que respeitam a política
pública, com formação adequada para o cargo, técnicas de gestão, e menos indícios de
corrupção.
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Conclusão
A implementação da reforma tem sido nos últimos dias tema de acesos debates quer dentro
das instituições públicas quer fora destas, através dos meios de comunicação social, sociedade
civil e o Estado. Este movimento vem mostrar que todas as partes interessadas já participam
(mesmo que alguns grupos de forma tímida o façam) activamente na implementação da
Reforma, o que é muito positivo e pertinente. Chichava, José (2005a).
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Referencias Bibliográficas
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