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Resumo ............................................................................................................................. 2
1. Introdução.................................................................................................................. 5
5. Conclusão ................................................................................................................ 17
Morfologia Diplomática
Ilha de Moçambique,
Janeiro de 2022
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Universidade Lúrio
Morfologia Diplomática
Turma: 1, 2º Grupo
Elementos do grupo:
Ilha de Moçambique,
Janeiro de 2022
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Resumo
No referente trabalho investigativo em alusão, visa abordar sobre as temáticas da Morfologia diplomática e
Patologia Diplomática. Pretendendo assim trazer aspectos relacionados com alguns pressupostos notáveis na
evolução Diplomática, analisar o nível de funcionamento das diversas actividades Diplomáticas e descrever as
implicações patológicas da Diplomacia. afim de, poder compreender a Diplomacia assim como algumas das suas
áreas de aplicação. Com a evolução das sociedades, criaram-se os Estados, que começaram a estabelecer
relações mútuas, surgindo então a necessidade do reconhecimento da actividade diplomática, e os primeiros
registos dessa actividade ocorreram na Grécia antiga. Na Idade média, a partir sobretudo dos séculos X e XI
verifica-se uma intensificação maior da actividade diplomática, ou seja, do emprego de intermediários nos
contactos e negociações entre monarcas e senhores feudais. No início da Idade Moderna, a instituição
diplomática sofreu uma transformação profunda, ganhou uma maior importância e extensão, uma vez que, todas
as grandes potências europeias criaram embaixadas permanentes. Para a realização deste trabalho integrou-se
uma análise intensiva, ou seja, uma análise qualitativa de obras bibliográficas e outros acervos disponíveis. Este
trabalho investigativo é de extrema importância e relevância na medida em que proporcionara conhecimentos
referentes a diplomacia na temática de morfologia diplomática e a sua patologia assim como a aplicação e uso
correcto da diplomacia entre Estados como uma das ferramentas da política externa. Também, coloca-nos em
contacto directo com as fontes didácticas e constitui um valor acrescentado porque encoraja no carácter
investigativo consolidando um espírito crítico sobre a investigação científica.
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1. Introdução
Ao longo dos tempos, o pensamento político e o pensamento jurídico sempre foram o reflexo
das relações entre os homens, os povos, os Estados e as Nações. Foram‐se operando
constantemente transformações estruturais entre os modos de pensar e, consequentemente, na
gestão e formulação dos princípios das relações internacionais.
Perante a evolução das relações internacionais podem mencionar‐se as formas de explicar os
problemas que têm que se enfrentar. É então relevante mencionar a natureza egoísta do
Homem em oposição à sua natureza social; a guerra como estado natural do Homem em
oposição a uma relação de paz e concórdia baseada na amizade e no respeito mútuo, o
equilíbrio entre Estados contra a Sociedade das Nações e, por fim, a subordinação e equilíbrio
natural dos Estados em oposição à igualdade dos Estados como entidades morais. O presente
trabalho enquadra-se no processo avaliativo, referente à cadeira de Negociação e Gestão de
Conflitos e possui como temas em análise: Morfologia Diplomática e Patologia Diplomática.
Portanto, no que se refere a estrutura deste trabalho, ele compreende os elementos pré-
textuais onde encontramos: (Capa, folha de rosto e índice); Textuais onde encontramos:
(Introdução, contextualização, objectivos geral assim como específicos, metodologia e
pergunta de partida e o desenvolvimento do trabalho) e por ultimo a parte pós-textuais onde
encontramos: (Conclusão, perguntas de reflexão e referencias bibliográficas). O objectivo
geral do trabalho é: Compreender de forma sumaria a Diplomacia assim como algumas
das suas áreas de aplicação. E, para a concretização do objectivo geral traçaram-se os
seguintes objectivos específicos:
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2. Pergunta de partida: Quais factores impulsionaram no surgimento assim como nas
transformações evolutivas do uso do termo diplomacia em diversas áreas?
3. Morfologia Diplomática
3.1.Desdobramentos Conceituais
Reflexivamente, vê-se então que, de um modo geral, diplomacia é a condução oficial das
relações internacionais entre Estados por meio de pessoas credenciadas, os diplomatas. Esse
conceito também está associado ao órgão responsável pela execução da política externa.
Diplomacia Antiga é aquela que era realizada no passado, nos tempos clássicos. Esta
diplomacia era marcada pelo secretismo. Desenrolava‐se em ambiente palacianos, longe dos
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olhares indiscretos dos súbditos, divorciada das opiniões públicas e mesmo ausente dos
debates parlamentares. Os próprios tratados internacionais escondiam, com frequência,
cláusulas secretas, como se incluíssem acordos inconfessáveis (Moita, 2006).
Neste cenário, segundo o autor citado no parágrafo anterior, o embaixador era visto então
como o representante de um poder soberano junto de outro poder soberano. Além dele, só o
soldado gozava de idêntica prerrogativa. Do ponto de vista antigo, as relações externas de um
Estado circunscreviam‐se à diplomacia e à guerra. Na situação inevitavelmente conflitual
onde se afrontam interesses nacionais incompatíveis, o antagonismo entre Estados era
susceptível de resolução por via negocial ou através o uso da força armada, e a guerra surgia
com naturalidade. O diplomata e o militar personificam a representação exterior, ora pacífica,
ora violenta.
Adicionalmente, importa suscitar que o embaixador clássico integrava assim um grupo social
bastante homogéneo e elitista, por vezes fechado sobre si próprio e com propensão para
etiquetas e protocolos.
O embaixador clássico/antigo possuía normalmente formação jurídica e até aos nossos dias os
diplomados em Direito têm sido a grande fonte de recrutamento do pessoal diplomático. O
relacionamento de Estado a Estado era visto como interacção de sujeitos de direito
internacional, daí a vantagem da preparação na área jurídica, tanto mais que os tratados eram
a forma corrente de contratualizar as relações intra-estatais, quase sempre bilaterais, mais
raramente multilaterais. Numa visão restritiva do conjunto das relações internacionais,
privilegiava‐se o conhecimento das normas jurídicas e dos procedimentos contratuais entre
Estados soberanos (Moita, 2006).
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3.3.Diplomacia Moderna
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Nesse contexto, elenca o autor citado no parágrafo anterior de que tais práticas geralmente
tem se referido a actividades flagrantemente improdutivas ou mesmo danosas ao interesse
comum de todos os povos.
Historicamente, foi utilizada durante a maior parte da história das relações intra-estatais,
atingindo seu epicentro no século XIX como também foi amplamente utilizada em vários
conflitos, com destaque para aquele que garantiu a unificação alemã em 1870, onde um
sistema de alianças secreto combinada com uma rede de boatos foi a arma utilizada pelo
chanceler alemão Otto von Bismarck para obter a tão sonhada reorganização de seu país
(Moita, 2006).
Analiticamente, embora em alguns casos, este modelo de diplomacia tenha vantagem como
no caso suscitado no terceiro parágrafo deste capítulo, ela tem sido combatida de modo
sistemático desde o final da Primeira Guerra Mundial, a qual acreditam a maioria dos
historiadores que os acordos mantidos secretos, bem como as alianças realizadas contribuem
muito para que haja conflitos entre os Estados.
Sob análise do autor acima, nos tempos anteriores, o conceito de diplomacia aberta esteve
associado à promoção da imagem de um país no exterior. Actualmente, a diplomacia aberta é
entendida não só nessa acepção tradicional, mas também no sentido de maior abertura do
Ministério das Relações Exteriores e da política externa do País à sociedade civil assim como
com aqueles que mantém relações amistosas em um esforço de democratização e
transparência das políticas públicas nacionais e internacionais.
Por isso, no contexto das relações intra-estatais, a Diplomacia aberta refere-se a aquele
desenvolvimento de contactos pacíficos entre os Estados de maneira aberta, no qual os
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objectivos e finalidades das relações são deixadas claras tanto para os representantes assim
como para os próprios povos.
Diferente da secreta, este modelo é vantajoso, pois a maior das vezes os contactos que são
estabelecidos têm sido para assuntos que visam o desenvolvimento de ambas partes em
diversos cenários: político, económico, social até cultural, (Moita, 2006).
Entre os instrumentes plurilaterais encontra-se a diplomacia propriamente dita e esta pode ser
bilateral ou multilateral, conforme se processe entre representantes de dois Estados ou,
colectivamente, entre representantes de vários Estados através de conferências ou
organizações internacionais. (Magalhães, 1996 p. 105)
Importa referir que a ideia de pluralidade pode significar apenas a existência de duas partes e
por conseguinte incluir a bilateralidade, a ideia de multilateralidade traduz a existência de
muitas partes e, por conseguinte, é mais apropriada para contrapor à ideia de bilateralidade.
Deixando de parte estas diferenças de terminologia das distinções que já antes esmiuçámos,
existe uma distinção real em muitos variados aspectos como veremos já á seguir.
Para o nosso contexto Moçambicano, podemos dar dois exemplos de uma diplomacia
Bilateral e Multilateral.
3.5.1. Exemplos:
Dado isso, nos dias 16 e 17 de Junho de 2010, realizou-se, no Brasília, a V Comissão Mista de
Cooperação Brasil-Moçambique. Na ocasião, foram assinados os seguintes acordos:
Fonte: http://maputo.itamaraty.gov.br/pt-br/relacoes_brasil-mocambique.xml.
O Acordo tem como objectivo contribuir para redução e erradicação da pobreza, promover a
cooperação económica e a integração regional dos Estados Membros da SACU e
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Moçambique na economia mundial, melhorar a capacidade dos Estados Membros sobre
matérias relativas a política comercial, comércio, investimento, competitividade, crescimento
económico dos Estados Membros da SACU e Moçambique, bem como, consolidar a
implementação do protocolo relativo ao comércio na Região da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral.
Fonte: http://portalcomercioexterno.gov.mz/pt/trade-agreements.
Com base nos textos supracitados, podemos notar que, o diplomata actua num terreno
essencialmente político onde as considerações de ordem política primam sobre todas as
outras. O estudo da política e da técnica diplomática que ensinam que os elementos em que se
deve basear uma acção diplomática são mais complexos e mais fluidos que aqueles em que se
deve apoiar uma acção puramente jurídica.
(Magalhães, 1996) acrescenta que o treino dos negociantes no sentido de defender interesses
privados muito limitados não constitui certamente uma preparação útil ou conveniente para a
defesa de interesses públicos especialmente quando os seus opositores são pessoas
experimentadas neste domínio. (p.112)
Importa-nos dizer, apoiando-se nas ideais acima expostas, denota-se claramente que apesar
que a actividade diplomática visa a questão do uso da negociação como instrumento, é
imperioso distingui-la com as negociações que vinculam somente o carácter comercial.
Após a queda do muro de Berlim, a imagem mais expressiva sem dúvidas o fim da
bipolaridade e a emergência de relações políticas, económicas, sociais e culturais
globalizadas. A segurança afectou e foi afectada pela globalização. Ao produzir alterações
económicas que se traduzem em mudanças de equilíbrio de poder e ao alterar o ambiente no
qual os Estados-nação se relacionam, a segurança global modificou os padrões de cooperação
e competição entre os Estados.
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A combinação destes diferentes aspectos amplia seriamente os perigos de uma pluralidade de
ameaças transnacionais, desde a proliferação de armas, ataques cibernéticos, violência étnica,
crime global, tráfico de drogas, degradação ambiental, à propagação de doenças infecciosas.
(Penedos, 2014, p. 13)
Na óptica destes autores, uma estratégia de prevenção eficaz exige uma abordagem global que
inclua a adopção pela comunidade internacional, em cooperação com os actores nacionais e
regionais, de medidas, nomeadamente nos domínios político, diplomático, humanitário, de
direitos humanos, de desenvolvimento e institucional, a curto e a longo prazo.
4. Patologia Diplomática
4.1.A Diplomacia Paralela
A actividade diplomática, tal como outras actividades, não está isenta á existência de desvios.
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Para o autor supracitado, na grande maioria dos casos o desprestigio do representante
diplomático oficial que facilmente resulta do emprego de uma agente paralelo, não serve os
interesses do pais em causa. Nenhum Estado desenvolvido e bem organizado aceitará resolver
seja o que for através de diligências praticadas por agentes paralelos sem que receba
confirmação dessas Diligências pelas vias oficiais normais.
Convém-nos ainda fazer uma distinção importante nesta matéria delicada da diplomacia
paralela.
Os agentes paralelos podem ser designados pelo órgão político que tem
legitimidade constitucional para a execução da política externa de um
determinado Estado. Mas pode dar-se o caso, não muito frequente, de tais agentes
paralelos serem utilizados por órgãos políticos que não têm essa legitimidade e
neste caso estaremos perante um caso de patologia diplomática agravada e este
tipo de diplomacia se deverá chamar não apenas de diplomacia paralela, como é o
costume fazer-se, mas sim diplomacia paralela ilegítima. (p. 115-116.)
Repisa ainda o autor que, nunca se encontra justificação para o recurso a agentes paralelos
que só interesses de ordem pessoal, quase sempre inconfessáveis, podem explicar. No campo
interno criam-se, naturalmente, conflitos entre órgãos políticos com as consequentes
perturbações no funcionamento normal da máquina estatal.
George Kennam, um especialista da política soviética, observou, num seu famoso ensaio, que
o processo de consolidação política do regime soviético “nunca foi completado e os homens
do Kremlin continuaram predominantemente absorvidos com a luta para assegurar e tornar
absoluto o poder que assumiram em Novembro de 1917”. (cit. in Magalhães, 1996, p. 118).
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Lord Vansittart que, durante anos foi Secretário-Geral do Foreign Office, no período anterior
à última grande guerra mundial, e que a propósito escreveu, em 1950, estas palavras:
“Hoje a diplomacia de uma crescente parte do mundo é cuidadosamente calculada para criar e
manter más relações. Isto, no entanto, é feito não como mero schadenfreude ou espírito de
rancor. (cit in Magalhães, 1996, p. 119).
O autor ressalta que, frequentemente existem nas missões diplomáticas agentes especializados
de espionagem e contra-espionagem a coberto de um estatuto diplomático. Estes desvios da
normalidade diplomática ocorrem sobretudo em relação às representações diplomáticas das
superpotências e países mais importantes.
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5. Conclusão
Findo trabalho, percebemos que diversas são as concepções que dizem respeito á actividade
diplomática. Os estilos e as tarefas da diplomacia têm variado bastante, mas esta, como um
instrumento da política externa, manteve sempre aquilo que essencialmente é a utilização de
intermediários nas relações entre os detentores do poder político dos diversos Estados. É
evidente que o diplomata da antiguidade, da idade média ou do século XVIII, não actuava da
mesma forma nem as suas funções eram tão complexas como as do diplomata dos nossos
tempos.
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6. Referências Bibliográficas
Magalhães, J. C. (1996). A Diplomacia Pura (2a ed.). Venda Nova: Bertrand Editora.
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