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Código: 708211806
• Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Análise e • Articulação e
Conteúdo discussão domínio do
discurso académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
• Revisão
bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área
de estudo
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 6
3. Conclusão ............................................................................................................................. 11
Objectivo Geral
Objectivos específicos:
Metodologia Usada
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2. Fundamentação teórica
2.1. Conceitualização
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Como resultado da influência nesta região, assiste-se as diferenças entre a região norte
e sul do Zambeze, a norte do Zambeze devido ao impacto da mosca Tsé-Tsé, impediu numa
primeira fase a prática da pecuária, sobretudo o gado bovino e privilegiando a prática da
agricultura, actividades que maioritariamente eram praticadas pelas mulheres, o que teria
originado comunidades matrilineares, estas sociedades desenvolveram-se no norte do Zambeze.
Neste caso as mulheres e que transmitem os apelidos aos descendentes. Nas sociedades
matrilineares as principais decisões da família, como o casamento e resolução de alguns
problemas, são tomadas pelo irmão da mãe (tio materno). Este tipo de sociedade é característico
de algumas regiões das províncias de Tete, Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
O sistema matrilinear confere um certo poder às mulheres, no que diz respeito a manutenção da
guarda dos filhos e herança após o divórcio ou morte do marido. Entretanto, esse poder é simplesmente
formal, porque quem distribuí e toma conta dos filhos do finado é o tio materno. O que indica que a
mulher ainda não é vista socialmente (mesmo em sociedades matrilineares) como uma pessoa que pode
responder por uma família e resolver problemas econômicos. Tanto no sistema matrilinear, como no
patrilinear, a mulher é colocada como submissa, tendo a cozinha como lugar (Collier, 2007).
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2.2.1. Exemplo do povo Macua
É verdade que as mulheres não comandam neste sistema, mas o facto de que todos os
bens e propriedades, terras e habitação de propriedade do casal são bens da mulher, ou ainda da
família da mulher, faz uma grande diferença no peso e equilíbrio que possa exercer no seio do
casal. Não é o homem a fornecer os meios de subsistência da família, mas a família da mulher.
Os Macuas não são matriarcais porquê de qualquer maneira os homens comandam, mas
as mulheres têm mais peso e importância do que na sociedade puramente patrilinear e virilocal,
como no sul de Moçambique, onde são totalmente submissas e subservientes. No Norte ao invés
elas são escutadas.
Os Macuas são exógamos, o que significa que eles não podem se casar com membros
de sua própria linhagem (que é o conjunto de famílias descendentes de um ancestral comum e,
portanto, portadores do mesmo sobrenome). Quando iniciam a se cortejar, as respectivas
famílias fazem uma análise e verificações cuidadosas para garantir que não tenham ancestrais
comuns (sempre na linha materna, pois é aquela que conta); caso existam laços familiares,
mesmo antigos, o casal não pode se casar (Gasparini, 2015).
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E então, a família de uma mulher casada (seu marido e seus filhos) e as famílias de suas
irmãs, são direcionadas / comandadas pelo irmão mais velho.
Fonte: https://www.mmo.co.mz/mulheres-de-mocambique-nampula/
Paralelo ao chefe da aldeia existe a “rainha”, que não tem autoridade direta, mas à qual
é obrigatório consultar em quaisquer decisões importantes a tomar para a comunidade. Esta
mulher é geralmente a irmã mais velha do chefe da aldeia, representa o “ventre” da aldeia e
garante a transmissão e observância da tradição; não deixando nunca se envolver diretamente
nos conflitos e intrigas, ela é o elemento que garante a continuidade em tempos de crise. Ela é
um importante intermediário entre o passado e o futuro, é o conselheiro mais importante do
chefe, que por sua vez, tem um conselho formado por mulheres idosas da aldeia e pelos
conselheiros, que são também aqueles que tornam oficiais os ritos de passagem. É respeitado
e seguido por todos os membros da comunidade (Gasparini, 2015).
Em cada aldeia há uma linhagem “real” e, é a partir dessa linhagem que surgirão os
líderes da aldeia e suas respectivas irmãs rainhas; normalmente se tarda da linhagem cujos
antepassados fundaram a aldeia. Quando um líder morre, o mais provável candidato para
sucedê-lo é o filho de sua irmã mais velha (que em muitos casos é a rainha), obedecendo a regra
de funções de transmissão e bens ao longo da linha materna (Gasparini, 2015).
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3. Conclusão
Longe da intenção de tomar por encerrada a discussão aqui proposta, mas com vistas a
suscitar o debate acerca da sociedade matrilinear em Moçambique, admite-se que a norte do rio
Zambeze, vigora o sistema matrilinear e como resultado disso, a sociedade a descendência nas
famílias segue a linha materna e os filhos herdam os bens e sua posição social através da linha
materna de sua família, e não da linha paterna.
Não quer-se com isso, dizer que, o tio intervém o tempo todo nas decisões da casa; no
cotidiano do casal, em casa pois quem está no poder é sempre o pai, mas quando se trata de
tomar decisões importantes para a família (o tipo de cultivo, quando fazer os ritos de iniciação
das crianças, resolver controvérsias, etc.) é o irmão mais velho da mulher a dar a última palavra.
As crianças obedecem ao pai, mas não pertencem à família do pai, pertencem à família da mãe,
então quando eles querem se casar por exemplo, eles devem consultar o tio.
Diante do exposto, espera-se ter reunido informações que venham a contribuir para
ampliar os actuais níveis de conhecimento quanto ao tema cá abordado e que os resultados
possam servir como referencial para futuras intervenções investigativas em diferentes moldes,
com metodologias que possam esclarecer melhor todas as questões ainda obscuras sobre o
assunto.
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4. Referências Bibliográficas
Collier, E. (2007). Um perfil das relações de género. Edição actualizada de 2006: Para a
igualdade de género em Moçambique. Estocolmo.
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