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OS TEXTOS FUNCIONAIS

Textos funcionais (didácticos ou profissionais) são essencialmente de carácter informativo e


funcional. Eles permitem o registo do essencial para dar informação aos outros. Portanto, é
fundamental que se saiba escrever estes tipos de textos para o melhor funcionamento das
instituições e dos trabalhos do dia-a-dia.

I. SUMÁRIO

Sumário é a enumeração dos títulos das partes que compõem uma obra: capítulos, subcapítulos,
partes das secções, etc.

Características

O sumário dispensa a caracterização (a adjectivação), vai ao essencial (ao central de um


determinado assunto).

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II. RESUMO

1. Introdução

Resumir um texto é cada vez mais uma tarefa quotidiana exigida em diversas circunstâncias. Os
gestores, os políticos, estudantes sem tempo para a leitura de tantas fontes e páginas de
informação precisam, para as suas tomadas de decisão, de dados seguros, mas concisos.

A natureza de alguns trabalhos escritos, quando extensos, como relatórios ou abordagens de


âmbito científico, exige a redacção de um resumo de apresentação (apenas com os pontos-chave e,
em princípio, pela mesma ordem em que se encontram no texto do desenvolvimento – resumo do
essencial).

2. Definições do resumo

O resumo tem várias definições, como podemos observar a seguir:

(i) Resumo é um texto que elabora o escrito do texto fonte, reduzindo-lhe o comprimento
(extensão), mantendo-se o autor (do resumo) em segundo plano, esforçando-se por ser objectivo,
tentando-se criar um sistema corrente e compatível do texto de partida.

(ii) Resumo é um tipo de texto de redacção informativo-referencial que se ocupa de reduzir um


texto às suas ideias principais. Em princípio, o resumo é uma paráfrase e pode-se dizer que dele não
devem fazer parte comentários e engloba duas fases: a compreensão do texto e a elaboração de
um novo texto.

(iii) Resumo é a apresentação concisa das ideias de um texto.

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(iv) Resumo é uma apresentação sintética e selectiva das ideias de um texto, ressaltando-se a
progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto.

Portanto, das várias definições aqui apresentadas, podemos perceber que existe algo em comum
entre elas que tem a ver com a noção segundo a qual: “resumir um texto significa criar um novo
texto mais condensado que utiliza as informações mais importantes do texto original (texto base)”.

3. Objectivos de um resumo

 Dar conta das informações, opiniões, argumentos contidos numa mensagem;


 Apreender o pensamento do autor;
 Partilhar um saber – uma referência;
 Fornecer informações;
 Apresentar provas ou evidências;
 Explicar seus objectivos;
 Explicitar sua metodologia;
 Apontar para uma conclusão.
4. Contracção do texto

Contracção é reduzir, condensar, ou seja tornar o texto mais curto e miniaturizá-lo.

Para a contracção do texto podemos usar as seguintes estratégias discursivas e linguísticas:

a) Opção por construções mais económicas

A supressão de expressões sintéticas ou lexicais cobre-se com o uso de vocabulários genéricos.

Exemplo 1: As disciplinas de Técnicas de Expressão, Matemática Básica, Micro Economia, Técnicas


de Comércio, Introdução ao Direito, MIC são importantes para o meu futuro profissional.

Pode-se substituir por “As disciplinas do meu curso…”

Exemplo 2: O aumento descontrolado da massa monetária em circulação sem a correspondência


equivalente à produção que acaba por conduzir a uma subida geral dos preços e ao agravamento
do custo de vida…

Pode-se substituir por “A inflação…”

b) Expressões englobantes com valor anafórico

O uso de frases complexas, pelo recurso a pronomes relativos gerando orações.

Exemplo: Parte das muralhas de Santarém ruíram em 2001. Estas muralhas testemunhavam o início
da nacionalidade. (15 palavras)

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Pode-se dizer: Parte das muralhas de Santarém que testemunhavam o início da nacionalidade
ruíram em 2001. (14 palavras)

c) Pelo uso de gerúndio

Exemplo: Parte das muralhas de Santarém testemunhando o início da nacionalidade ruíram em


2001. (13 palavras)

d) Manutenção do registo discursivo do texto fonte

É isento de marcas de enumeração do sujeito produtor do resumo.

Usar o mesmo nível de língua do texto original, portanto o adequado ao assunto e à situação.

e) Utilização de articuladores discursivos

Deverão ser usados articuladores discursivos que dêem coesão ao resumo e nele evidenciem e
reproduzam os nexos, isto é, as ligações lógicas com que as ideias principais estejam ligadas ao
texto-fonte.

5. Frases e regras para a elaboração de um resumo

(i) Frases

1. Leitura e compreensão do texto;

2. Levantamento das unidades de significação em cada parágrafo e retirar as repetições,


substituindo-lhes por outras palavras (genéricas);

3. Elaboração do resumo por articulações das unidades de significação já selecionadas.

(ii) Regras

(a) Selecção

Buscar as informações mais importantes do texto fonte ao resumo.

(b) Supressão

Retirar todos os elementos não importantes.

(c) Generalização

É a busca de palavras que tornam global algumas expressões. É possível substituir alguns
elementos, palavras ou até proposições por outros elementos gerais que os incluem. Por exemplo:
banana, laranja, papaia = frutas.

(d) Reconstrução

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A reconstrução do resumo exige o domínio das regras gramaticais e outras gerais. No resumo deve
existir também a coesão e a coerência.

(1) Coesão

É a afinidade que um parágrafo tem com o outro.

(2) Coerência

Toda informação do texto deve coincidir, isto é, não se deve contradizer.

6. Características linguístico-discursivas de um resumo

 Frases pouco extensas;


 Uso das pessoas e dos tempos gramaticais do texto base;
 Terminologia específica com uma linguagem denotativa;
 Ordem dos assuntos de acordo com o texto base;

7. Constituição de planos para elaboração do resumo

A constituição de planos para a elaboração do ressumo comporta-se em dois métodos,


nomeadamente:

a) Método analítico

Este método é usado por indivíduos que não têm conhecimento do conteúdo do texto, devendo ler
parágrafo, fazendo pequenas anotações e, no fim, reconstruir o texto usando regras estabelecidas
para elaboração de um resumo.

b) Métodos por guiões

Aqui é quando o indivíduo tem conhecimento do conteúdo do texto, sendo o guião o seu
conhecimento.

8. Aspectos a ter em conta na elaboração de um resumo

 Ser impessoal;
 Ser claro;
 Ser compreensível;
 Respeitar o pensamento do autor;
 Respeitar a ordem lógica do texto original;
 Evitar copiar o texto de partida, mas também não deve incluir ideias pessoais;
 Evitar usar frases inteiras do texto de partida;
 Não fazer citações;

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 Ter cuidado para não destruir o texto original, isto é, evitar ausências de ligações lógicas
entre palavras e os parágrafos;
 Evitar fazer comentários ou deturpar a informação ou mensagem inicial (base);
 Não conservar uma ideia secundária em detrimento da ideia geral;
 Não atribuir demasiada importância a uma parte do texto em detrimento de outras.

9. Vantagens

 Podemos administrar melhor o tempo de estudo, pois é fácil entender e compreender um


texto resumido em relação a um texto longo;

 Desenvolvem-se capacidades psicomotoras, capacidades de captação da mensagem, sua


articulação e registo em pouco tempo.

10. Desvantagens

 Perde-se o texto-fonte;

 O não cumprimento fiel das regras para a elaboração do resumo traz perturbações do
assunto ou perda da ideia inicial do autor.

11. Conclusões

A – Para ser um bom resumo, deve:

 Ser breve e conter as ideias nucleares e prescindir do acessório;


 Não possuir informações que não existem no texto original;
 Ser composto por uma série de frases inter-relacionadas e não uma simples enumeração de
ideias;
 Não conter citações textuais;
 Não ultrapassar um terço do texto original.

B – Portanto, devem constar do resumo:

 O assunto do texto;
 O objectivo do texto;
 A articulação das ideias;
 As conclusões do autor do texto (objecto do resumo).

C – Assim, o leitor do resumo terá:

 Fácil compreensão do texto;


 Condensação de tempo;
 Fácil captação da mensagem.

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Bibliografia

GUERRA, J.A.F. & VIERRA, J.A.S. Português, Proposta Para Bem Entender e Bem Saber. Porto: Porto
Editora. (s/d).

www.brasilescola.com/redacao/resumo-texto.htm

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III. ACTA

A acta é um relato informativo objectivo e fiel de tudo que acontece numa reunião. Na acta devem
constar todos os factos importantes que ocorrem na reunião. Na sua elaboração deve-se ter em
conta o seguinte:

1. Estrutura e organização da acta


a) Fórmula de abertura
- Data e hora exacta;
- Local de reunião;
- Pessoas convocadas (presentes e ausentes) e sua função;
- Objectivos da reunião.
b) Corpo da acta
Relato dos acontecimentos essenciais de acordo com a ordem pela qual foram tratados no
desenvolvimento dos assuntos agendados.

b) Fórmula de encerramento
- A expressão “Não havendo mais assuntos a tratar…”;
- Assinatura dos responsáveis (Presidente e Secretário/a).
2. Tipo de linguagem
 A acta utiliza uma linguagem clara e objectiva;
 Dependendo do tipo (que pode ser rígida ou funcional/síntese), ela pode escrever-se, por
exemplo, com todos os números por extensão /Acta rígida); os enganos ou erros não se
apagam nem se rasuram. Se eles ocorrerem na acta, escreve-se a palavra digo seguida da
forma correcta;
 Fazem-se riscos em todos os espaços em branco (acta rígida).

3. Características da acta
A acta deve conter:
 O nome do grupo que se reúne, o local a data, a hora, a pessoa ou organismo que convoca,
o nome do orientador da sessão;
 Alista dos presentes/ausentes;
 A aprovação da acta de reunião anterior com eventuais correcções, caso haja erros;

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 As questões tratadas ou as actividades desenvolvidas (e dir-se-á com precisão uma por
uma);
 As observações apresentadas e os factos ocorridos;
 Os projectos elaborados ou as decisões tomadas (se houver votação, deve-se indicar o
número de votos a favor e contra, assim como o número de abstenções);
 A hora em que terminou o evento, assim como a data da reunião seguinte.

MODELO DE UMA ACTA RÍGIDA

Aos …….dias do mês de ………….. de dois mil e …………., pelas ……. Horas, em ……(local), realizou-se
uma reunião de …………………, com a seguinte ordem de trabalho: _______

Ponto Um: …………………………………………………………………………………………………………………….


Ponto dois: …………………………………………………………………………………………………………………..
Estiveram presentes ……………………………, tendo-se registado a ausência de …………………

A reunião foi presidida por …………………………………………………………………………………………… e debruçou-


se sobre os pontos agendados tendo-se concluído que: _______________
Quanto ao ponto um: …………………………………………………………………………………………………..
………………………………………………………………………………………………………………………………………
Ponto dois: …………………………………………………………………………………………………………………..
…………………………………………………………………………………………………………………………………….

E nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão da qual se lavrou a presente acta que, depois
de lida e aprovada, vai ser assinada nos termos da lei (ou por mim que a secretariei e pelo
presidente da mesma._____________________________________

O/A Presidente O/A Secretário/a


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IV. CIRCULAR

Circular é uma forma de correspondência geralmente impressa que é enviada a um grande número
de pessoas. Destina-se, na maioria das vezes, a comunicar sobre um assunto.

Características

Em nenhum caso a circular deve ser muito longa, para não correr o risco de se ver rejeitada por
importuna. Diga-se apenas o indispensável de forma a atrair a atenção.

Objectivos
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As circulares servem muitas vezes para fazer o reclamo do estabelecimento ou de alguns dos seus
artigos em especial. Assim, elas têm como finalidades:

 A fundação de empresas comerciais ou industriais;


 A mudança de domicílio;
 A modificação da firma/escola;
 A transformação da empresa (mudança de natureza judicial);
 A entrada e saída de indivíduos numa instituição (escolar, firma);
 O estabelecimento de sócios;
 A dissolução da sociedade;
 A mudança de ramo de comércio ou a substituição do artigo com que se trabalhava;
 A criação de filiais, sucursais e novas secções;
 A saída de gerentes e outros empregados com posição de destaque e responsabilidades
especiais;
 A visita de um sócio ou de um viajante;
 Preços concorrentes e informações sobre a situação dos mercados;
 As nomeações dos gerentes, representantes e correspondentes.

Exemplo de uma circular

FARPA

Fábrica de Produtos Alimentares, Lda

Sede: Avenida de Moçambique, 8750

Maputo

Sucursal, rua Direita 3345

Quelimane

Maputo, 16 de Maio de 2012

Circular

Assunto: Abertura de uma filial

Exmo(s), Sr(s)/ Senhor(as)

Temos o maior prazer em comunicar a V. Exa(s) que, devido ao grande desenvolvimento que os
nossos negócios têm vindo a abraçar ultimamente no Centro do país, julgamos conveniente, para

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melhor servir os nossos clientes dessa zona, a abertura de uma filial na rua direita, 3345 na cidade
da Beira.

Esperamos portanto que nos continuem honrando com as vossas sempre estimadas ordens, pois as
mesmas continuarão a ser atendidas com aquele zelo e prontidão que formam sempre honra da
nossa firma.

Apresentamos os nossos melhores cumprimentos, subscrevendo-se com estima e consideração.

Anteciosamente

O Gerente

_____________________
(Cascavel dos Santos Nhankubwa)

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V. RELATÓRIO

O relatório é uma exposição escrita (e/ou oral) na qual se descrevem factos verificados numa
pesquisa, ou através de dados constatados da execução de serviços ou de experiências e/ou de
histórias. É geralmente acompanhado de documentos demonstrativos, tais como tabelas, gráficos,
estatísticas e outros.

O conjunto de regras metodológicas e o esquema estrutural a seguir indicado são comuns a todos
os relatórios, independentemente da sua categoria, natureza e/ou complexidade do objecto de
estudo.

Tipos de relatórios

Os relatórios podem ser agrupados em duas categorias, tais como: relatórios de actividades e
relatórios temáticos, dentre os quais se destacam os seguintes:

 Técnico-científicos;
 De Viagem;
 De estágio;
 De visita;
 De actividades;
 Críticos de actividades;
 Curriculares;
 Sobre temas a serem discutidos perante um júri em provas públicas;
 Sobre programas, conteúdos e métodos de ensino de uma disciplina, destinados a serem
apreciados por um júri, administrativamente, ou em provas públicas;
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 Administrativos;
 E de outros fins especiais.

Estrutura de um relatório

1. Cabeçalho

2. Corpo do relatório

3. Conclusão.

No Cabeçalho devem constar:

A data, a origem (onde aconteceu), a natureza (inquérito, avaliação, etc.) e o destinatário.

Nota: Tal como na circular, a exposição do assunto é feita em breves palavras.

No Corpo do relatório, as qualidades requeridas para enunciados dos factos são:

 Honestidade;

 Objectividade e imparcialidade: deve-se tratar de um verdadeiro relato sem que se tome


partido, nem esforçar os factos, muito menos dramatizá-los. Assim, o relato será completo
sem nada omitido de importante para o esclarecimento da questão;

 Utilidade: diz-se apenas o necessário em poucas palavras. Não se deve sobrecarregar o


texto de comentários inoportunos;

 Precisão: escolher-se-ão aspectos dominantes, pondo em relevo o que é significativo, o


resto pode eliminar-se sem receio;

 Método: dever-se-ão classificar os elementos de forma a dar uma perfeita coesão no


conjunto;

 Clareza: esta é a melhor qualidade de um relatório.

Na parte de conclusões, apresenta-se a síntese dos factos, assim como se fazem as propostas ou
sugestões ou ainda recomendações, dependendo do tipo de relatório em causa.

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VI. CURRÍCULUM VITAE (CV)

O Curriculum (currículo) Vitae é o registo da história profissional de um indivíduo. É a sua


propaganda e, como tal, não pode ser apenas um pedaço de papel informativo.

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O CV é um documento que deve ser elaborado para destacar as habilidades e realizações do
indivíduo, anunciando quem o é de maneira elegante e agradável.

Este tipo de texto deve-se construir numa mensagem breve. Não é à toa que quase em muitos
países se utiliza a palavra francesa résumé (que significa resumo) para designar o CV. Normalmente,
o CV chega ao seu potencial empregador antes do indivíduo, daí que quanto melhor impressão
causar a seu respeito, mais oportunidades poderá proporcionar.

O CV é um documento que deve conter um conjunto de dados e informações relacionadas à


pessoa, situação do candidato, formação escolar e actividades não profissionais, indicando o que se
pode fazer, os serviços a que se pode propor a um empregador e o que sabe fazer para um
determinado cargo.

Objectivos do CV

Sendo o primeiro documento que constitui intermediário entre o candidato e o empregador, o


objectivo principal do CV é de levar o candidato ao empregador, de modo este a conhecê-lo,
dando-lhe a oportunidade de uma entrevista e a vaga em si. Assim sendo, o CV desperta interesse e
necessidade de que o seleccionem. Todavia, é importante destacar que o objectivo imediato do CV
não é obter emprego, mas sim uma entrevista.

Deve-se, assim, ter consciência de que, quando apresenta um currículo, o indivíduo não está a pedir
nada, senão oferece alguma coisa. Portanto, com o CV o indivíduo oferece os seus conhecimentos,
a sua experiência para a empresa, literalmente está a oferecer-se para trabalhar, como o acto de
uma venda.

Cuidados a ter na elaboração do CV

 O ideal para um indivíduo sem experiências é que o CV tenha 2 a 3 folhas (sem contar com a
capa, se a tiver), isto para não cansar a pessoa que irá ler, pois ela pode até desistir se tiver
muitas folhas;
 Descrevem-se, colocando seus dados no papel, nome completo, idade, endereço,
documentos, telefone para contacto, etc.; o nome e endereço da empresa onde o indivíduo
trabalha ou trabalhou;
 Relacionam-se as experiências, actividades e conquistas;
 Descrevem-se os cursos, as palestras, práticas e, se estiver a estudar, é sempre bom
mencionar;
 Referem-se as promoções, as datas dos empregos (de preferência, mês e ano), assim como
o cargo (ou o seu equivalente) que o indivíduo ocupa ou ocupou. Se o indivíduo teve

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diferentes cargos ou posições na empresa, isto é importante mencionar, não se esquecendo
também das datas;

Exemplo:
02/1989 – Actual: Companhia Moderna, rua da Mesquita, 890 – Maputo.
Gerente de Engenharia (12/94 – actual);
Engº de Manufactura (04/92 – 12/94);
Assistente de engenharia (02/89 – 04/92);

Nota: O uso da sinceridade, sem omissão nem invenção dos assuntos importantes é uma das
bases na elaboração do CV. Aconselha-se a evitar os erros ortográficos, pois isso conta muito. É
também muito importante colocar-se no fim do CV o telefone para contacto.

Recomendações

 Deve-se evitar fazer o CV à mão, visto que não é muito aceitável pelas empresas, uma vez a
tecnologia esteja quase ao alcance de todos;
 Recomenda-se sempre o uso de um mesmo tipo de letra do começo até ao fim;
 Não se colocam os passatempos, hobbies no CV, que isso não é importante. Mas se na
entrevista lhe for questionado sobre os mesmos, a pessoa fala deles normalmente, mas sem
se alongar muito no assunto, para que o objectivo não seja desviado;
 Evita-se incluir o salário ou quanto a pessoa gostaria de ganhar – deixa-se essa informação
para o momento da entrevista;
 Recomenda-se também uma leitura cuidadosa do CV depois de elaborado para detectar
erros. Aconselha-se, assim, que se peça alguém para o ler, procurando saber a sua opinião.

O que deve conter o currículo?

Sabendo-se que o carácter do CV é conter o máximo de informações sem longitividade, os dados


essenciais são:

(i) Dados pessoais


 Nome e apelido;
 Data de nascimento;
 Idade;
 Nome dos pais e profissões;
 Número de Bilhete de identidade;
 Estado civil;
 Endereço e telefone;
 Carteira de trabalho, situação militar, etc.
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(ii) Habilitações (escolaridade)
 O(s) nome(s) da(s) escola(s), do(s) colégio(s), instituto(s) ou da(s)
faculdade(s)/universidade(s);
 Ano de início das aulas (curso ou grau) e do fim (conclusão);
 O(s) curso(s) que estiver a fazer, se concluiu ou não, tempo (duração).

(iii) Outros cursos profissionais


 Estudos realizados;
 Certificados ou diplomas (ou equivalências);
 Nome(s) do(s) instituto(s), centro(s), etc.;
 Data do início e do fim do(s) curso(s).

(iv) Experiências profissionais


 Experiências profissionais tidas no decurso da vida;
 Nome da(s) empresa(s)/organização(ões) onde o indivíduo trabalhou;
 O período de trabalho;
 Os cargos ocupados;
 As promoções.
(v) Outras experiências
Nesta descrição, o indivíduo pode incluir outros dados e conhecimentos que tiver, como línguas
que fala, por exemplo, outras funções desempenhadas, grau de responsabilidade, aptidões,
disponibilidade, etc.

Observação: A referência dos dados pessoais aparece sempre no princípio. Contudo, a disposição
(ordem) dos outros elementos é feita em função das informações que o indivíduo quer destacar. As
informações importantes ficam no princípio e as menos importantes deixam-se para o fim.

Com base no grau de importância dos elementos a conter no CV, há três maneiras de apresentar a
experiência profissional, como:
(1) Cronológica: que é a citação cronológica das empresas em que se trabalhou. Começa-se da
experiência mais antiga, para a mais recente. Esta forma se faz quando se pretende valorizar a
progressão na carreira. Neste sentido, os dados são colocados cronologicamente, dos mais antigos
aos mais recentes;
(2) Anti-Cronológico ou Invertido: é o oposto do cronológico. Os dados são colocados dos recentes
aos mais antigos. Este tipo é o que as empresas actualmente requerem, principalmente na área
profissional. Este tipo faz-se quando se pretende valorizar a última experiência;
(3) Funcional: relacionam-se as actividades ou funções independentes umas das outras, separadas
por um título. É o modelo mais usual e de fácil leitura, pois rapidamente se seleccionam os dados
mais relevantes para a empresa. Por domínios de experiência, as funções são apresentadas sob
forma de sub-títulos em cada uma delas. Faz-se a descrição das actividades profissionais,
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mencionando eventualmente o nome da empresa. Este tipo de CV é utilizado quando se pretende
omitir uma(s) certa(s) experiência(s). Também se utiliza este tipo de CV nos casos em que há
experiência profissional excessiva.
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VII. CONVOCATÓRIA

A convocatória é um texto normativo utilizado geralmente por instituições/organizações com o


objectivo de oficializar a marcação de reuniões para discussão de assuntos de interesse das
mesmas. O prazo de publicação de uma convocatória obedece a normas aprovadas pelos órgãos
competentes das respectivas instituições. A definição deste prazo tem como objectivo o
conhecimento atempado da realização da reunião por todos os interessados.

O que deve conter uma convocatória?

A convocatória deve conter as seguintes informações:


 O nome da instituição que convoca a reunião;
 A indicação da pessoa ou grupo de pessoas que deverão participar da reunião;
 A data, hora e local da reunião;
 O motivo da reunião (ordem de trabalhos).

Exemplos de convocatórias
República de Moçambique
Escola Secundária Josina Machel

Convocatória

Pede-se ao Encarregado de Educação de Agawega Mucaúque, aluno da 8ª Classe,


turma “B”, para participar duma reunião a realizar-se nesta Escola, às 14,30 horas da
próxima Quarta-Feira, dia 28 de Maio de 2008, na sala 1.26. O motivo desta
convocatória é a falta de assiduidade e comparência às aulas do seu educando.

Escola Secundária Josina Machel, em


Maputo, aos 16 de Maio de 2012
O Director da Escola
_________________
O encarregado da Educação
_____________________

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Exemplo 2
SERIGRAFIA ACADÉMICA

Exmos Senhores:

Fantoche João Artur Bubuta


Maria Huku Awina Nkoso
Isaac Kanlola Cantina Dias

Convocatória
Convocam-se os quadros acima mencionados para uma reunião de operações a ter
lugar no dia 28 de Maio, pelas 19H00, na sala de reuniões desta instituição com a
seguinte agenda de trabalho:
1. Relação das principais questões apresentadas ao longo das reuniões com os
colaboradores;
2. Ponto de situação dos trabalhos de reestruturação;
3. Programa de trabalhos a curto prazo, meses de Maio, Junho e Julho.
Com os melhores cumprimentos!

Maputo, aos 16 de Maio de 2012


O presidente do conselho coordenador
_____________________________
(Akajanga Mbalede Nchomba Xootchela)

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VIII. REQUERIMENTO

O requerimento é um texto de comunicação administrativa, formal e oficial, que consiste em o


cidadão se dirigir a autoridade, solicitando um benefício, isto é, a satisfação de um interesse.

Objectivo
O maior objectivo de um requerimento é fazer formalmente o pedido de satisfação de um benefício
com uma justa causa. Exemplo: Pedido de anulação de matrícula, pedido de certificado de
habilitações literárias, pedido de licença disciplinar, pedido de dispensa, pedido de realização de
exame da segunda época ou chamada, etc.

Características do requerimento
Deve ser dirigido a entidade a que se requer seguindo a seguinte organização:
1. Colocar na parte superior à esquerda:
- O nome da autoridade;
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- O cargo por ele ocupado;
- Órgão requerido.
2. Identificação do requerente:
Deve apresentar todos os dados necessários e convenientes. Exemplo, nome completo, estado civil,
idade, número do Bilhete de Identidade ou outro documentos identificativo, profissão, morada,
nacionalidade, naturalidade, etc.
3. Pedido ou objectivo do requerimento:
Esta parte deve conter circunstâncias, ocorrências e situações anteriores que possam, aos olhos da
autoridade, justificar o pedido.
4. A Expressão "Pede Deferimento":
É a forma de conclusão do requerimento. Deferir é satisfazer o pedido. Usando-se frequentemente
a expressão acima significa que os requerentes esperam que os seus pedidos sejam atendidos. A
resposta do requerimento, geralmente, depende do seu objecto. Se for para o pedido de um
certificado, a reposta poderá ser o próprio certificado; para a anulação da matrícula, a resposta
poderá ser em forma de carta, mas isto tudo terá primeiro o despacho superior.
5. Local, data e assinatura do requerente: são os elementos que terminam o requerimento.

LINGUAGHEM DO REQUERIMENTO
O requerimento deve possuir uma linguagem cuidada, isto é, tem que apresentar uma linguagem
formal. Geralmente usa-se a primeira ou a terceira pessoa gramatical. Assim, usa-se a primeira
pessoa do singular, quando se faz um pedido para uma pessoa menor de 18 anos. Exemplo: um
encarregado de educação que faz o pedido de transferência para o seu educando, usa a primeira
pessoa do singular. E a primeira pessoa do plural, assim como a terceira pessoa tanto do singular
como do plural são usadas por maiores de 18 anos, fazendo um pedido para os seus benefícios.

Uma das estruturas tradicionais do requerimento é:


Após se redigir a autoridade solicitada:
- Deixa-se 3 linhas ou espaços;
- depois vem o pedido ou objectivo do requerimento;
- deixa-se 2 a 3 linhas ou espaços e coloca-se o local e a data;
- deixa-se mais 2 a 3 linhas ou espaços e faz-se a assinatura do requerimento.
NB: A estrutura formal do requerimento é a mesma. Este tipo de texto só difere no conteúdo e na
autoridade a quem se dirige. No geral, as instituições colocam as minutas dos requerimentos que
despacham.

Exemplo de um requerimento:

Exmo Senhor Director da Administração do Parque Imobiliário do Estado (APIE)

Maputo

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Caranguejo Tavira, de 33 anos de idade, solteiro, de nacionalidade moçambicana,
técnico de contas na Mabor de Moçambique, natural da Zambézia, filho de Hassane
Tavira e de Lurdes Nkono, portador do BI nº 100116214H, emitido em Maputo aos 22
de Maio de 2008, residente em Maputo, vem mui respeitosamente requerer a V. Excia
se digne a autorizar a rescisão do seu contrato de arrendamento, da flat 21, situada na
Avenida 24 de Julho, número 231, 5º andar, pelo que,

Pede Deferimento

Maputo, aos 16 de Maio de 2012

Caranguejo Tavira

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IX. REGULAMENTO

REGULAMENTO é um texto normativo de uma instituição, associação ou colectividade de cuja


vontade depende da sua criação, publicação, alteração, revogação.

Objectivos do Regulamento:

- Desenvolver determinados princípios gerais presentes em estatutos orgânicos à vida associativa


nos seus pormenores;
- Regulamentar o funcionamento de uma instituição, associação, colectividade, etc.
- Criar um ambiente de ordem, harmonia e unidade em cada instituição, obedecendo
rigorosamente as actividades do dia-a-dia;
- Mostrar possíveis penalizações que podem tomar-se em virtude de se transgredir alguns itens do
regulamento sem o conhecimento prévio da direcção da dada instituição.

Tipos de Regulamentos
- Regulamentos internos (ou parciais);
- Regulamentos gerais ou externos.
Regulamentos internos: são os que produzem efeito jurídico unicamente no interior da esfera
jurídica da pessoa colectiva, pública cujos órgãos elaboram.

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Regulamentos externos: são os que produzem efeitos jurídicos em relação a outros sujeitos de
direitos diferentes, isto é, em relação a outras pessoas colectivas públicas ou em relação a
particulares. O regulamento geral é o que se destina a vigorar em todo o território nacional. A
política, geralmente, funciona com o regulamento geral.

Estrutura do regulamento

O Regulamento deve ter uma estrutura de capítulos, secção, subsecção, artigos, parágrafos e
alíneas, onde aparecem as designações como Disposições Gerais, Âmbitos, Objecto, Definições,
Obrigações e Direitos, etc.
Aparecem também na estrutura ideal dos escritos, alguns requisitos contextuais como: Preâmbulo
que explica e enquadra juridicamente a razão desse diploma.

Função da linguagem

A função de linguagem predominante no regulamento é informativa e apelativa. Para a elaboração


de um regulamento tem que se basear na Constituição da República que é a Lei mãe. Assim, o
regulamento subordina-se à Lei.
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FIM

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