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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Trabalho:
A Transposição e simplificação didáctica no ensino da geografia e os objectivos do
ensino de geografia

Nome e Código do Estudante:


Belinha Alberto Oza
708214727

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Didáctica de Geografia
Ano de Frequência: 2º Ano

MILANGE, AGOSTO DE 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 8

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 9

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 9

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 9

1.2. Metodologia ................................................................................................................. 9

1. Transposição e Simplificação Didáctica no Ensino da Geografia .................................... 10

1.1. Conceito de Transposição .......................................................................................... 10

1.2. Principais Estratégias de Implementação................................................................... 11

2. Objectivos Específicos da Geografia ................................................................................ 11

3. Objectivos Transdisciplinares ........................................................................................... 12

2. Conclusão .......................................................................................................................... 13

3. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 14

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1. Introdução
Após 30 anos, o sistema educativo sofreu importantes mutações resultantes em dúvida do
alargamento considerável dos efectivos escolares e das novas exigências da sociedade perante
uma escoia inserida num mundo em constante mudança. A educação é um acto com vista ao
futuro. Num mundo onde os saberes se multiplicam sem cessar, onde se diversificam
continuamente, nenhum indivíduo pode nem poderá dominar todos os conhecimentos. O
essencial já não é pois saber cada vez mais, mas antes ter a capacidade de aprender apenas o
que é absolutamente necessário.

Nessa prespectiva, falar da transposição e simplificação didáctica no ensino da geografia é o


principal objectivo deste trabalho. Para que o professor possa trazer os conceitos das ciências
para a sala de aula é preciso que estes passem por um processo de adaptação. Ele em seu
papel mediador do processo de ensino aprendizagem necessita de formas didáticas, pelas
quais os alunos, sujeitos ativos neste processo, assimilaram os fatos geográficos apresentados
em forma de conteúdos, tendo em vista que são os saberes científicos que podem proporcionar
a legitimidade aos ensinamentos em sala de aula.

Com o intuito de alcançar os objectivos traçados, no desenvolvimento do tema descreveremos


os seguintes conceitos: Estratégias de implementação da transposição e Simplificação
didáctica no ensino de Geografia; os objectivos específicos da Geografia; e os objectivos
transdisciplinares. O trabalho obedecera a seguinte estrutura: capa; Folha de Feedback; Folha
para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor; índice; introdução; objectivos;
metodologia; análise e discussão (desenvolvimento); considerações finais (conclusão); e
referencias bibliográficas.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Falar da Transposição e simplificação didáctica no ensino da geografia e os objectivos
do ensino de geografia.

1.1.2. Específicos
Identificar as estratégias de implementação da transposição e Simplificação didáctica
no ensino de Geografia.
Identificar os objectivos específicos da Geografia.
Destacar os objectivos transdisciplinares.

1.2.Metodologia
Metodologia é o percurso percorrido para se alcançar um determinado fim. Para se alcançar os
objectivos traçados, o presente trabalho realizou-se, ou seja, desenvolveu-se com base nas
regras de produção e publicação de trabalhos científicos da Universidade Católica de
Moçambique. Os conteúdos foram desenvolvidos recorrendo-se a leitura de varias obras
literárias, artigos, referências bibliográficas e manuais que abordam assuntos relacionado com
o tema em questão. Como não basta-se, recorreu-se também ao uso da internet.

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1. Transposição e Simplificação Didáctica no Ensino da Geografia
1.1.Conceito de Transposição
O termo transposição didáctica foi introduzido pelo sociólogo Michel Verret em sua tese Le
Temps des Etudes, defendida em 1975 na França. Em 1982, Chevallard e Joshua utilizaram
este conceito no campo de ensino de Matemática para examinar as transformações sofridas
pela noção matemática de distância entre o momento de sua elaboração por Fréchet, em 1906,
e o momento de sua introdução nos programas de geometria franceses, em 1971.

Em 1998, o termo é aprofundado e apresentado com mais consistência por Ives Chevallard em
seu livro, La transposition Didactique: du savoir savant au savoir enseigné (Editions La
Pensée Sauvage, 1998). O significado da palavra transposição de acordo com o
Minidicionário da Língua Portuguesa (FTD, 2007) é transpor; deslocar; pôr em lugar
diferente. No pensamento didáctico, transposição é deslocar o conhecimento para dentro da
escola, para dentro da cultura escolar.

Transposição didáctica é um instrumento através do qual transforma-se o conhecimento


científico em conhecimento escolar, para que possa ser ensinado pelos professores e
aprendido pelos alunos. Philipe Perrenoud (1993, Apud Almeida 2011), define o termo como
a essência do ensinar, ou seja, a acção de fabricar artesanalmente os saberes, tornando-os
ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação no quadro de uma turma, de um ano, de um
horário, de um sistema de comunicação e trabalho (p. 9).

Chevallard, em seu livro La transposition: Didactique du savant au savoir enseigné (1998),


amplia o conceito sobre transposição didática, dizendo que: ..j é composta por três partes
distintas e interligadas: o savoir savant (saber do sábio), que no caso é o saber elaborado pelos
cientistas; o savoir a erisigner (saber a ensinar), que no caso é a parte específica aos
professores e que está diretamente relacionada à didática e à prática de condução de sala de
aula; e por último o savoir ensigné (saber ensinado), aquele que foi absorvido pelo aluno
mediante as adaptações e as transposições feitas pelos cientistas e pelos professores (Almeida,
2011, p. 10).

Logo, a Transposição Didáctica passa a ser um instrumento para que possamos analisar o
movimento do saber sábio, aquele que os cientistas descobrem, para o saber a ensinar, aquele
que está nos livros didácticos, e, por este, ao saber ensinado, aquele que realmente acontece
em sala de aula.

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Ao analisar a passagem do saber sábio para o saber ensinado pela transposição didáctica,
Polidoro e Stigar (2010) enfatizam que, tal passagem, entretanto, não deve ser compreendida
como a transposição do saber no sentido restrito do termo: apenas uma mudança de lugar.
Supõe-se essa passagem como um processo de transformação do saber, que se torna outro em
relação ao saber destinado a ensinar.

1.2. Principais Estratégias de Implementação


Jemuce (s/d) afirma que, o pioneiro deste novo conceito foi o Chevellard Yves, matemático
francês (1985). A transposição didáctica pode-se operar em 4 níveis: No programa de ensino;
No professor Durante a planificação; Na aula; No aluno.

 No programa de ensino: o programa de Ensino (PE), determina os conteúdos de


ensino retendo uma parte do saber científico em função dos objectivos e finalidades
gerais do ensino
 No professor Durante a planificação: o professor, a partir dos métodos, conteúdos e
do programa em si, ele retém uma parte do saber científico em função do tempo
planificado, em função das expectativas dos alunos em dar-lhes respostas, em função
dos objectivos, finalidades da disciplina, conteúdos e, em função da sua interpretação
e dos procedimentos específicos.
 Na aula: é a reconstrução a nível da própria aula. As observações feitas levam a
concluir que os objectivos, métodos e conteúdos também são modificados no decurso
da aula. Este procedimento ocorre em função das dificuldades que os alunos terão, em
função dos meios disponíveis e em função da maneira de dar a aula ou transmitir os
conteúdos.
 No aluno: ocorre a nível do aluno. Este constrói o seu saber através da retenção e
apropriação duma parte dos conteúdos propostos e, segundo a sua maneira e forma de
acção.

2. Objectivos Específicos da Geografia


De acordo com o programa de ensino de geografia os objectivos específicos da geografia são:

 Compreender aspectos essenciais sobre a origem da Terra, segundo teorias Modernas;


 Compreender aspectos importantes que regem o desenvolvimento do planeta Terra;
 Revelar compreensão acerca das particularidades da Natureza e da sociedade ao
analisar fenómenos físicos e geográficos e socioeconómicos;
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 Manifestar compreensão acerca das características gerais do ambiente natural e social
que o circunda;
 Relacionar a existência de interacção entre as condições naturais, ambientais e
humanas na distribuição da população;
 Reconhecer que o desenvolvimento socioeconómico só é possível com a progressiva
eliminação das diferenças relativas ao bem-estar e à qualidade de vida;
 Reconhecer a necessidade de mudança e necessidade de mudança da escala de análise
na compreensão do espaço geográfico.

3. Objectivos Transdisciplinares
De acordo com Almeida (2011), o funcionamento didáctico é formado por uma relação entre
professor – saber – aluno. O saber é a ponte entre o professor e o aluno nessa relação, logo o
saber precisa ser levado ao aluno de uma maneira tranquila e significativa. Para isso, o
professor utilizará a transposição didáctica como prática pedagógica, pois ela é um
instrumento de grande importância no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

Mas não é qualquer conhecimento, é um conhecimento que pode ser ensinado pelo professor e
aprendido pelo aluno. O objectivo final da transposição didáctica é transformar o objecto do
saber do sábio, o saber produzido pelos cientistas, em saber ensinado, que é o saber absorvido
pelo aluno. A transposição didáctica age como mediadora na transformação do saber
científico em saber escolar, facilitando, assim, a aprendizagem do aluno (Almeida, 2011).

O professor não está sozinho nesse processo, apesar de ser uma peça fundamental no desfio
de transformar um conhecimento do saber em um conteúdo didáctico (objecto de ensino),
conta com a participação e ajuda de agentes externos à escola, que dentre outros, estão os
autores de livros didácticos. Esses autores são responsáveis pela transformação do saber
académico ou científico, que fundamenta culturalmente e cientificamente o saber escolar, em
objecto de ensino de uma disciplina específica (Almeida, 2011).

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2. Conclusão
Conclui-se que, o conhecimento é frequentemente produzido fora da escola e esta sujeita a
uma série de adaptações antes de ser aceito para o ensino, como exemplo: objectos
matemáticos criados por matemáticos não são os ensinados na escola. O objecto da teoria da
transposição didáctica é precisamente para descrever e explicar os fenómenos de
transformação do conhecimento de sua produção até o seu ensino.

A teoria da transposição didáctica permite a distinção entre o conhecimento académico


produzido, por exemplo, matemáticos, conhecimento a ser ensinado definido pelo sistema
educacional, o conhecimento ensinado pelo professor e, finalmente, conhecimento adquirido
pelos alunos. Esta obra de transposição é uma construção social feita por diferentes pessoas
dentro de várias instituições: as autoridades políticas, escritores, redactores, professores e suas
associações definem as questões de ensino e escolhem o que deve ser ensinado, bem como
sob que forma.

Este nível de organização institucional é o que Chevallard chama de “noosfera, ele define os
limites, redefine e reorganiza o conhecimento social, contextos históricos ou culturalmente
determinados, que tornam possíveis ou não certas escolhas.

A transposição didáctica é responsável pelas transformações pelas quais devem passar os


saberes para se tornarem escolarizáveis. Sendo assim, podemos chagar a conclusão que no
processo de transposição didáctica há um movimento que parte de mudanças no saber
académico e se institucionaliza em novos textos do saberes, ou seja, propostas curriculares e
livros didácticos, exigindo o tratamento, na sala de aula, de novos conteúdos, com a adopção
de novas práticas de ensino, que é na realidade, o saber efectivamente ensinado.

Contudo, a transposição didáctica exigirá do professor várias competências, que deverão fazer
parte de sua prática pedagógica, para que ele possa criar ações bem pensadas para conduzir os
alunos a uma aprendizagem eficaz.

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3. Referências Bibliográficas
Almeida, Geraldo Peçanha de. (2011). Transposição didáctica: por onde começar? (2ª ed).
São Paulo: Cortez. 71 p.

Bueno, Silveira. (2007). Minidicionário da Língua Portuguesa (2ª ed). São Paulo: FTD.

Jemuce, Luisa. (s/d). Didáctica de Geografia I. Universidade Católica de Moçambique Centro


de Ensino à Distância – CED. Moçambique – Beira.

Monteiro, Ana Maria F. C. (2007). Os saberes que ensinam: o saber escolar IN: Professores
de história: entre saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X. p.81-91.

Pqlidoro, Lurdes de Fátima; Stigar, Robson. (2010). A Transposição Didáctica: a passagem


do saber científico para o saber escolar. Ciberteologia - Revista de Teologia & Cultura, São
Paulo, ed. 27, ano VI, p. 153-159.

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