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Felisberta Cavinga

Hélio Iassine Rachide


Inusi Mustáfa
Rosário Ricardo
Sidónia Eduardo
Suhele Abdala Abibo

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA CONVERSAÇÃO


(Licenciatura em Ensino de Matemática)

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Felisberta Cavinga
Hélio Iassine Rachide
Inusi Mustáfa
Rosário Ricardo
Sidónia Eduardo
Suhele Abdala Abibo

PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA CONVERSAÇÃO


(Licenciatura em Ensino de Matemática)

Trabalho da Cadeira de Técnicas de Expressão


em Língua Portuguesa de Carácter Avaliativo a
ser apresentado ao Departamento de Ciências,
Tecnologia, Engenharia e Matemática. Orientado
pelo Docente: António Catuacha.

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivos.....................................................................................................................3

1.1.1. Geral......................................................................................................................3

1.1.2. Específico..............................................................................................................3

1.2. Metodologia..................................................................................................................3

2. Princípios orientadores da conversação...............................................................................4

2.1. Conceitos básicos Princípio..........................................................................................4

2.2. Conversa.......................................................................................................................4

2.3. Princípios orientadores da conversação........................................................................4

2.3.1. Princípio de cooperação........................................................................................4

2.3.2. Princípio de cortesia..............................................................................................5

2.4. Máximas Conversacionais............................................................................................6

2.4.1. Máxima da Quantidade (seja informativo)...........................................................7

2.4.2. Máxima da Qualidade (seja verdadeiro):..............................................................7

2.4.3. Máxima da Relação (seja relevante).....................................................................8

2.4.4. Máxima do Modo (seja claro)...............................................................................8

3. Conclusão.............................................................................................................................9

4. Referências Bibliográficas.................................................................................................10
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1. Introdução
O estudo de princípios orientadores da conversação é uma importante ferramenta no
desenvolvimento da linguagem. Na sua aplicação vamos encontrar o princípio de cooperação
e precipício de cortesia.

Falar de princípios orientadores da conversação é o principal objectivo deste trabalho. Com o


objectivo de alavancar o tema no seu desenvolvimento, abordaremos os seguintes conteúdos:
princípio de cooperação e princípio de cortesia; máximas convencionais (Quantidade,
Qualidade, Relação e Modo).

O trabalho está estruturado da seguinte forma: capa; contracapa; índice; introdução;


desenvolvimento; conclusão e bibliografia.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Conhecer princípios orientadores da conversação.

1.1.2. Específico
 Especificar princípios orientadores da conversação;
 Identificar máximas convencionais;
 Analisar as máximas convencionais

1.2. Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi utilizada a metodologia de pesquisa
bibliográfica, utilizando a abordagem qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza
como base de dados conteúdos de materiais já publicados em revistas, livros, artigos e teses,
assim como também materiais disponíveis na internet.
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2. Princípios orientadores da conversação


2.1. Conceitos básicos Princípio
Princípio (do latim principium) significa o início, fundamento ou essência de algum
fenómeno. Também definido como a causa primária, o momento, o local ou trecho. Assim
sendo, uma acção ou um conhecimento tem origem. Possivelmente o princípio de algo, seja
como origem ou proposição fundamental, pode ser questionado. Outro sentido possível é a
norma de conduta moral ou legal.

De acordo com Ferreira (1986), “na filosofia, o princípio é uma proposição que se coloca no
início de uma dedução e que não é deduzida de nenhuma outra proposição do sistema
filosófico em questão” (p. 3933).

2.2. Conversa
Conversa é a acção e o efeito de falar entre uma ou mais pessoas. O termo deriva do latim
(Conversa) e costuma ser utilizado como sinónimo de diálogo ou conversação.

A Conversa supõe uma comunicação através de algum tipo de linguagem (oral, gestual e
escrita) implica uma interacção onde duas ou mais pessoas constroem de forma conjunta um
texto. Uma conversa pode ser informal quando gira em torno de vários temas sem qualquer
organização prévia e formal quando, no entanto, requer um protocolo.

2.3. Princípios orientadores da conversação


Princípios orientadores da conversação, baseia-se em dois princípios:

 Princípio de cooperação;
 Princípio de cortesia.

2.3.1. Princípio de cooperação


De acordo com Grice (1982), “o princípio de cooperação é elaborado com base em uma
fórmula geral, assim posto: faça a sua contribuição no momento exigido, visando aos
propósitos comuns e imediatos, de forma consequente em relação aos compromissos
conversacionais estabelecidos” (p. 86).

Numa situação de diálogo, os interlocutores assumem de maneira implícita um contrato


conversacional; um conjunto de normas que regem a conversação. A regra geral desse
contrato, o autor denomina Princípio Cooperativo. Assim sendo, de acordo com o autor, o
princípio de cooperação baseia-se em quatro máximas:
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 Máxima da quantidade;
 Máxima da qualidade;
 Máxima da relação;
 Máxima do modo.

O Princípio Cooperativo indica que o locutor dê a sua contribuição conversacional tal como
requerida, na altura em que ocorre, pelo propósito ou direcção aceitos da troca verbal na qual
está envolvido.

2.3.2. Princípio de cortesia


O princípio de cortesia refere-se ao conjunto de estratégias, de normas de conduta (verbais e
não verbais), estabelecidas pelas sociedades e usadas pelos interlocutores para reduzir e/ou
evitar os conflitos entre si, isto é, para evitar que a troca verbal seja ofensiva ou ameaçadora,
acautelando-se assim os conflitos, e, em simultâneo, garantir um comportamento social
adequado.

Algumas dessas estratégias são as formas de tratamento (Vossa Excelência, o senhor, você,
Sr. António, etc) e as expressões convencionais de cortesia (por favor, obrigado, etc).

Por outro lado, determinados traços de competência comunicativa do falante contribuem


também para o princípio de cortesia:

 Dominar estratégia que evitem a troca verbal ofensiva ou ameaçadora;


 Adaptar o seu discurso ao contexto e as circunstâncias;
 Suavizar determinados conteúdos (mensagens consideradas agressivas).

Além disso, qualquer falante deve respeitar determinadas regras durante a conversão:

 Evitar o silêncio ostensivo;


 Não interromper o seu locutor;
 Revelar atenção, não se mostrar desatento.

Este princípio associa-se o conceito de face, isto é, a auto-imagem pública que o falante
pretende dar de si próprio. Deste modo, o locutor investe na sua imagem social, de modo a
manter a face e a não a perder, constituindo a fala um meio privilegiado de o falante
apresentar uma imagem pessoal positiva ou negativa aos demais indivíduos.
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Todo indivíduo possui duas faces, uma negativa, que corresponde ao “território” e intimidade
de cada um, e outra positiva, que corresponde à imagem valorizante que procuramos
apresentar aos outros.

Dá-se o nome de face positiva ao desejo do locutor de que a sua imagem seja apreciada e
aprovada e, face negativa ao desejo que o mesmo locutor tem de não ser contrariado e
desacreditado.

Assim sendo, considerando que é do interesse dos falantes protegerem a face um do outro, no
pressuposto de que, se A Preserva a de B, B preservará a de A, eles regulam a sua interacção
por meio do ajuste recíproco de comportamentos e adoptam estratégias de mútua cortesia
tendentes a prossecução desse objectivo.

O objectivo do princípio de cortesia é precisamente atenuar estas ameaças. Assim, os


interlocutores procuram observar determinados princípios (atrás referidos) e fazer uso de
diferentes estratégias linguísticas para mitigar as ameaças a face de cada um, procurando
diminuir o impacto dos actos de fala:

Uso de actos de fala indirectos que contribuem para diminuir a ameaça que as ordens, os
pedidos, as pergunta.

Representam a face negativa do interlocutor:


 Cala-te?
 Quem te disse que não existem famílias perfeitas?
 Podes calar-te, por favor?

Actos que podem ameaçar a face positiva do interlocutor são:


 O João recebe críticas por usar roupas transparentes;
 O Pedro pede desculpa e reconhece a falha.

2.4. Máximas Conversacionais


As máximas convencionais são princípios descritivos pelo comportamento dos falantes e
normas especificadas. Ou seja, eles descrevem o raciocínio que os alocutores fazem para
interpretar os enunciados dos locutores. As máximas convencionais constituem a competência
convencional para o falante.
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No processo conversacional os enunciados não podem ser entendidos como frases


desconectadas. Existe uma relação de cooperação entre os interlocutores, isto é, quando um
indivíduo profere um enunciado, ele o faz com um objectivo, e o receptor coopera para que
esse objectivo seja atendido. Dito de outro modo, no processo de interacção há um contrato
que rege o diálogo, no qual os participantes fazem esforços cooperativos para que a
conversação seja bem-sucedida. Assim sendo, as máximas conversacionais estão divididas em
quatro máximas (categoria):

 Máxima da Quantidade;
 Máxima da Qualidade;
 Máxima da Relação;
 Máxima do Modo.

2.4.1. Máxima da Quantidade (seja informativo)


 A sua contribuição contenha o tanto de informação exigida.
 Que sua contribuição não contenha mais informação do que é exigida.

Está máxima, relaciona-se essencialmente com a quantidade de informação, seja informativa


quanto necessário.

Exemplo:
Pedro - O que estás a comer?
João – Amendoim.

2.4.2. Máxima da Qualidade (seja verdadeiro):


 Não afirme o que você pensa ser falso;
 Não afirmar coisa de que você não tem provas;
 Que a sua contribuição seja verídica.

Está máxima, descreve o facto de os falantes devem contribuir comunicativamente de forma


verídica. Não afirmar aquilo que não tem provas suficientes para confirmar a sua veracidade.

Exemplo:
João - Lichinga é a capital de Niassa?
Pedro - sim, ouvi dizer.
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2.4.3. Máxima da Relação (seja relevante)


 Fale o que é concernente ao assunto tratado (seja pertinente).

Está máxima, está ligada com a necessidade de interagir verbalmente de modo pertinente e
relevante, para que se estabeleça uma relação pertinente.

Exemplos:
Paula - Amanhã vou ter teste de Matemática, estudas comigo?
João - Primeiro tenho de almoçar.

2.4.4. Máxima do Modo (seja claro)


 Fale de forma ordenada;
 Evite a obscuridade de expressão;

 Seja breve (evitar a prolixidade desnecessária).

A máxima de Modo, relaciona-se com a forma como os enunciados são apresentados, mais do
que com o seu conteúdo.

Como pode ser observado, cada máxima contém uma ou mais sub-máximas, como ilustra o
quadro abaixo.

QUADRO DE MÁXIMAS CONVENCIONAIS


MÁXIMAS SUB-MÁXIMAS
 A Contribuição Contenha o tanto de informação exigida;
Máxima da Quantidade
 Que a sua contribuição não contenha mais do que é exigida

 Não afirme o que você pensa ser falso;


Máxima da Qualidade  Não afirmar coisas que você não tem provas;
 Que a sua contribuição seja verídica.

 Seja relevante, fale o que é concernente ao assunto tratado


Máxima da Relação
(seja pertinente).
 Fale de forma ordenada;
Máxima do Modo  Evite a obscuridade de expressão;
 Seja breve (evitar a prolixidade desnecessário)

Através da descrição pormenorizada destas máximas, demonstram o carácter altamente


cooperativo da linguagem, algumas das máximas têm um peso maior do que outras em termos
de importância para o sucesso da cooperação comunicativa.
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3. Conclusão
Depois de ter feito o trabalho de pesquisa, chegamos a conclusão que os primeiros
orientadores da conversação, baseiam-se em dois princípios: princípio de cooperação e
precipício de cortesia. Concluímos que as máximas convencionais constituem a competência
convencional para o falante. E, estão divididas em quatro máximas (máxima da quantidade;
máxima da qualidade; máxima da relação e máxima do modo), são princípios descritivos pelo
comportamento dos falantes e normas especificadas. Assim, o respeito pelas máximas
convencionais apresentadas no presente trabalho, tende a ter uma maior importância para a
manutenção do princípio de cooperação.
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4. Referências Bibliográficas
Ferreira. A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa (2ª edição). Rio de Janeiro.
Nova Fronteira. p. 393.

Grice. Paul H. Lógica e conversação. (Trad. João W Geraldi). In: DASCAL. Marcelo (Org.).
Fundamentos metodológicos da linguística (vol. 1V): Pragmática — Problemas,
críticas, Perspectivas da Linguística. Campinas: UNICAMP. 1975.

Guimarães, E. in: Dino Preti e seus temas: oralidade, literatura, mídia e ensino. SP: Cotiez,
2001.

Preti, Dino. (2000). Sociolinguística: Os Níveis de Fala. SP: Cotiez.

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