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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

LÍNGUA INGLESA I

GUARULHOS – SP

1
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3

2 USO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO EM INTERAÇÕES


COMUNICATIVAS DA VIDA COTIDIANA.......... ......................................................... 4

2.1 Estratégias de comunicação em diferentes níveis de formalidade ....................... 4

2.2 Modalidade oral e escrita ...................................................................................... 5

2.2.1 Expressando opinião........................................................................................... 7

2.2.2 Fornecendo instruções...................................................................................... 11

3 OS TIPOS DE FRASES EM INGLÊS ................................................................... 17

3.1 Os detalhes de uma frase em inglês ................................................................... 21

3.2 O sujeito e o predicado ....................................................................................... 24

4 ESTRUTURAS GRAMATICAIS ............................................................................ 26

4.1 Plural dos Substantivos - Plural of Nouns ........................................................... 26

4.2 Os Pronomes (The Pronouns) ............................................................................ 30

4.2.1 Pronomes Pessoais - Personal Pronouns......................................................... 30

4.3 Reconhecendo o verbo e suas apresentações ................................................... 32

4.3.1 Verbos anômalos............................................................................................... 33

4.3.2 Tempos verbais................................................................................................. 37

4.3.3 Modificações do adjetivo: casos comparativos e superlativo............................ 39

4.3.4 Adjetivos de três ou mais sílabas...................................................................... 41

4.3.5 Adjetivos irregulares.......................................................................................... 42

4.3.6 Sujeito verbal ou ação desenvolvida: usos e motivações linguísticas da voz


passiva....................................................................................................................... 42

5 TÉCNICAS DE LEITURA EM INGLÊS ................................................................. 45

5.1 Em que se deve prestar atenção ao ler um texto? ............................................. 46

5.1.1 Técnica de leitura em inglês – Critical Reading................................................. 46

2
5.1.2 Técnica de leitura em inglês – Scanning........................................................... 47

5.1.3 Técnica de leitura em inglês – Skimming.......................................................... 47

5.1.4 Outras técnicas de leitura em inglês que vale a pena conhecer....................... 48

5.2 Passos para uma boa leitura .............................................................................. 50

5.3 Inglês Instrumental – uma técnica que pode ser aplicada na leitura em inglês .. 50

5.4 Como fazer uma análise dos textos pode ajudar na leitura em inglês? .............. 51

5.4.1 Os diferentes tipos de textos............................................................................. 52

5.4.2 A estrutura do parágrafo.................................................................................... 52

5.5 Estratégias de leitura em inglês instrumental...................................................... 53

6 INTRODUÇÃO À LEITURA INTERPRETATIVA DE TEXTOS .............................. 53

6.1 Identificando o tema ............................................................................................ 53

6.2 Identificando subtemas do texto ......................................................................... 55

6.3 Critical reading: leitura crítica e interpretação do texto ....................................... 57

6.3.1 O que o texto diz, faz e significa: em busca da interpretação........................... 58

6.3.2 O objetivo da leitura crítica................................................................................ 58

7 HABILIDADES LINGUÍSTICAS DE AUDIÇÃO, EXPRESSÃO ORAL E


ESCRITA 62

7.1 Estratégias práticas de audição em língua inglesa ............................................. 63

7.2 Estratégias práticas da expressão oral em língua inglesa .................................. 66

7.3 Estratégias práticas da escrita em língua inglesa ............................................... 67

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................................... 70

8.1 Bibliografia Básica .............................................................................................. 70

8.2 Bibliografia Complementar .................................................................................. 70

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 USO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO EM INTERAÇÕES
COMUNICATIVAS DA VIDA COTIDIANA

Seja em nossa língua nativa ou em língua estrangeira, todos temos que nos
comunicar oralmente ou por escrito para que consigamos realizar nossas tarefas
cotidianas. Numa situação de sala de aula, um estudante, por exemplo, precisa utilizar
a linguagem para fazer uma apresentação, participar de uma discussão, elaborar uma
redação, fazer uma prova. Um profissional administrativo, por sua vez, tem que saber
escrever um e-mail comercial, atender uma ligação, elaborar um relatório e,
possivelmente, participar de reuniões e negociações. No nosso dia a dia, utilizamos
gêneros escritos ou orais para interagirmos em sociedade. Isso significa que a
organização da linguagem não é aleatória, mas segue um conjunto de regras
razoavelmente padronizadas que facilita, a quem nos ouve ou lê, ou seja, ao nosso
interlocutor, a compreensão adequada da mensagem.
A utilização desses padrões linguísticos, respeitando, também, o nível de
formalidade, permite a adequação do indivíduo ao seu contexto social e cultural.

2.1 Estratégias de comunicação em diferentes níveis de formalidade

Marcuschi (2008) defende a ideia de que é impossível não se comunicar


verbalmente por algum gênero ou texto. Os gêneros textuais representam muito mais
que tipologias textuais (como a narração, a descrição, a argumentação e a injunção):
estão presentes em nosso cotidiano, em nossa esfera comunicativa, em nosso meio
social, na forma de textos orais ou escritos, e é por meio dos gêneros textuais que nos
socializamos com o meio no qual estamos inseridos.
Por apresentarem estrutura organizacional e linguística convencionalizadas,
os gêneros permitem tanto aos escritores quanto aos leitores uma comunicação mais
efetiva. Por exemplo, as pessoas, em geral, conhecem o gênero “receita culinária” e
sabem que essa está organizada, basicamente, em “ingredientes” e “modo de fazer”.
Assim, se alguém quiser passar-nos os segredos daquela lasanha da vovó, incluirá
esses dois tópicos para que sejamos capazes de realizar o prato. Além disso,
reconheceremos o vocabulário relativo a cada parte a partir de palavras como: bake
(assar), 2 table spoons (2 colheres de sopa), add salt to taste (adicione sal a gosto).

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Utilizando essas formas de linguagem, podemos comunicar-nos de modo
escrito ou oral em variados graus de formalidade, como veremos a seguir.

2.2 Modalidade oral e escrita

Conforme Sangaletti et al. (2018, p. 47), uma das características que difere a
linguagem oral da escrita é o grau de interação dos participantes. Desse modo, na
comunicação escrita, temos maior distância entre os interlocutores e, assim, temos
que utilizar recursos de coerência e coesão, tais como marcadores discursivos (but, fi
nally, moreover), sinônimos para evitar repetições, dentre outros. Entretanto, quando
estamos cara a cara, podemos transmitir nossa mensagem não somente por meio da
fala, mas, também, com a entoação e a linguagem corporal. Podemos, além disso,
interagir com quem falamos, e esse interlocutor pode, por exemplo, pedir que
repitamos a mensagem ou que esclareçamos algum tópico mal compreendido.
Em geral, a linguagem formal é associada à escrita, já que, quando
escrevemos, temos maior tempo disponível para refletir sobre nossa escolha
linguística e utilizar a norma culta. Por outro lado, a linguagem informal é relacionada
à oralidade devido, especialmente, à espontaneidade e à improvisação da fala, visto
que, além da linguagem, utilizamos outros recursos para nos fazer entender.
Entretanto, essa separação não é tão categórica. Há momentos em que a
escrita pode ser muito informal, por exemplo, ao escrever cartões-postais, cartas para
amigos ou mensagens de texto no celular. Também há exemplos em que o inglês
falado pode ser muito formal, como, por exemplo, em um discurso ou palestra.
A linguagem formal e a informal podem estar ligadas a situações comunicativas
específicas e estão associadas a escolhas particulares de gramática e vocabulário,
como você pode ver no Quadro 1, a seguir.

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6
Contrastadas as diferenças no emprego do inglês formal e informal, sempre se
deve estar atento às situações comunicativas que exigem níveis de formalidade
diversos. Por exemplo, um entrevistador que irá questionar uma banda de rock,
utilizará um nível de linguagem diferente no caso de fazer uma entrevista com o
presidente de seu país, não é mesmo?

2.2.1 Expressando opinião

Em várias situações, usamos a linguagem para manifestar nosso ponto de vista


sobre determinado tema. Como cidadãos críticos e participativos de nossa sociedade,
é importante que tenhamos um posicionamento acerca dos fatos que afetam nossa
vida e nossa comunidade. (DAVIDSON, 2006)
Utilizamos vários gêneros argumentativos escritos ou orais, formais ou
informais para expressar nossas convicções. Veja, no Quadro 2, exemplos de gêneros
escritos e orais.

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Também por meio da tecnologia, cada vez mais, podemos expor nossas ideias,
nossos valores e convicções, bem como “ouvir” e discutir a partir da opinião de
terceiros locais ou estabelecidos em qualquer local do globo por meio de fóruns
virtuais, blogs ou das mídias sociais. (MARCUSCHI, 2008)
Cada gênero possui uma organização textual própria e uma linguagem
específica, seja na modalidade oral ou escrita. Para exemplificar isso, vamos analisar
uma carta do leitor (letter to the editor) (Quadro 3), apontando suas características
organizacionais (estruturação) e lexicais (de vocabulário).

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Segundo Antunes (2003), verifique que temos um vocabulário específico para:

 Organizar os argumentos: marcadores de discurso (first of all, secondly,


besides, finally);
 Expressar opinião: I believe, from my point of view, I think;
 Apresentar uma recomendação: (should encourage, should give).

Agora imagine que você irá participar de um debate e precisará posicionar-se,


apresentando seus argumentos, concordando ou discordando, em inglês.
Para auxiliá-lo, o Quadro 4, a seguir, lista as expressões mais comuns para
pedir ou dar opinião. Os termos marcados em negrito são os mais utilizados.

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Agora, no Quadro 5, veja como essas expressões poderiam ser empregadas
em um diálogo.

Segundo Antunes (2003), seja no discurso oral ou escrito, você deve atentar
para a estrutura do gênero (o modo como está organizado), além do vocabulário
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específico que é comumente encontrado nesses textos. Essas expressões irão
auxiliá-lo a debater e expressar seu ponto de vista. Do you see what I mean? (Você
entende o que eu quero dizer?).

2.2.2 Fornecendo instruções

Em nosso cotidiano, estamos constantemente pedindo ou fornecendo


instruções. Como operar aquele celular novo? Como preparar um risoto? Como
preencher um formulário para obter um visto? Antigamente, tínhamos que buscar
essas respostas nos livros, com especialistas no assunto ou perguntando para algum
conhecido. Hoje em dia, a internet resolve isso mais facilmente, não é? Em outros
momentos, precisamos instruir alguém acerca da montagem de um brinquedo ou
mesmo explicar como funciona um aplicativo de celular. Para isso, utilizamos a
estruturação e a linguagem de textos instrutivos.
Textos instrutivos podem ser subdivididos em:

 Injuntivos: quando existe uma orientação, uma recomendação acerca


de um procedimento, como ocorre, por exemplo, num manual de
instrução ou receita culinária;
 Prescritivos: quando existe um caráter coercitivo, como num contrato ou
num edital.

Além dos gêneros instrutivos tipicamente escritos, os manuais de instrução,


muitos outros ocorrem tanto no discurso oral quanto no escrito, tais como informar
como chegar a determinado local; instruir sobre como usar um aparelho; informar
como deverá ser elaborado um trabalho, (SANGALETTI, 2018).
Como todas as situações comunicativas, existe uma certa ritualização, ou seja,
uma maneira ordenada de comunicar a mensagem. Textos instrucionais não fogem à
regra e têm uma organização conhecida, conforme você pode ver a seguir.

 Elementos linguísticos que indicam a sequência do que deve ser feito:


firstly (primeiramente); then (então); next (em seguida); after that (após
isso); finally (finalmente).

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 Formas verbais, como o imperativo, que pode exprimir uma ordem,
orientação ou alerta, no contexto de instruções. É importante não
confundir o modo imperativo (que tem uma função comunicativa) com o
infinitivo verbal (verbo sem conjugação) (Quadro 6).

 Recomendações gerais que indicam o que é, ou não, necessário, o que


é obrigatório e o que não pode ou não deve ser feito. Para certos
comandos, podemos utilizar o modo imperativo, como, por exemplo:
Open the box carefully; Don’t use alcohol to clean the screen

Certos verbos modais são comumente utilizados para esse fim, como:

 Need: precisar (You need/don’t need to.../don’t add sugar);


 Should: dever, como uma recomendação (You should/shouldn’t... add
sugar);
 Have to: dever, como uma obrigação mais branda (You have to/don’t
Have to... add sugar);
 Must: dever, como uma obrigação (You must/mustn’t... add sugar).
(SANGALETTI, 2018)

Em suma, para fornecer instruções, você pode optar entre as várias formas
linguísticas, conforme mostra o Quadro 7.

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Ao escolher as formas linguísticas, a mesma instrução pode ser oferecida de
modo diverso. Veja, no exemplo a seguir, duas orientações de como aplicar um creme
hidratante (moisturizer). Optando pelo modo imperativo, o estilo é mais objetivo e
direto. A preferência pelo uso de modais pode tornar o texto mais polido. Marcadores
discursivos de sequência (first, then, next) tornam o trecho mais coeso. (MARCUSCHI,
2008)

Agora, vamos ver como vários itens linguísticos podem estar presentes em um
manual de instruções de uma máquina de lavar roupas?

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Veja que o manual, primeiramente, fornece a sequência de procedimentos para
que se consiga operar a máquina. A sequência deve ser seguida na ordem
estabelecida, ou seja, em primeiro lugar, deve-se colocar as roupas na máquina,
depois, o sabão liquido ou em pó (liquid or powdered detergent). Em seguida, deverá
ser adicionado a água sanitária (bleach) ou o amaciante (fabric softner) para,
finalmente, escolher o programa e apertar ou selecionar o botão de início (Start).
Essas instruções iniciais garantem o funcionamento do equipamento.
Num segundo momento, são feitas algumas recomendações com verbos
modais (You have to use detergents; You should call our hotline) e imperativos (Don’t
open the machine; please check the Troubleshooting section). O modal must utilizado
na forma negativa (You mustn’t add bleach water...) é mais incisivo, utilizado como um
alerta para que o usuário não coloque água sanitária diretamente nas roupas, evitando
maiores problemas. (DAVIDSON, 2006)
Também podemos dar instruções a partir do discurso oral, o que ocorre,
geralmente, com uma linguagem mais informal.
Veja, no exemplo a seguir, como seria um diálogo entre uma mãe que está
ensinando o filho a preparar uma omelete. As figuras colaboram na compreensão da
sequência.

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Tom: Hey mum can you teach me how to cook an omelet?
Tina: Sure dear. It’s very simple. Go get the ingredients: 2 eggs, salt, butter. Do
you want some filling: cheese, bacon, ham?
Tom: Wow! Cheese and ham would be great!
Tina: OK. Ah! Get a bowl to make the mixture and a skillet to cook it.
Tom: Here you are.
Tina: Now, pay attention. First you must beat the eggs with salt.
Tom: OK, ready.
Tina: Next, heat the butter in the skillet for 2 minutes and then pour in the
mixture.
Tom: That’s easy!
Tina: When the top surface of the eggs in thickened and you can’t see no liquid
egg, flip the omelet and wait until is completely cooked. You should be careful
when you flip it because it can fall apart.
Tom: Let me try! Oops! I’ve ruined it! Sorry mum!
Tina: Easy does it! No worries, I’ll fix that.
Tom: Now I know: I have to fold the omelet and add the filling.
Tina: Great! Now some extra tips: Always add fillings in small pieces because
they can tear the omelet. Bacon should be coooked first and refrigerated fillings
have to be heated.
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Tom: OK I got it! Now, it’s just practice.
Tina: Absolutely

Observe que o diálogo acerca de como preparar uma omelete segue a mesma
estruturação dos textos instrutivos. No caso de uma receita culinária, primeiramente,
os ingredientes, depois, o modo de fazer. (ANTUNES, 2003)
Quanto aos itens linguísticos, o imperativo é muito utilizado. Por exemplo, em
Go get the ingredientes: “Vá pegar os ingredientes”; Get a bowl: “pegue uma tijela”;
Flip the omelete: “Vire a omelete”, seguido dos verbos modais, indicando
recomendação. Por exemplos, You should be careful: “Você deve ter cuidado”; Bacon
should be coooked first and refrigerated fillings have to be heated: “O bacon deve ser
cozido primeiro e os recheios refrigerados devem ser aquecidos”.
Naturalmente, estão presentes uma série de palavras típicas do discurso oral,
tais como Wow (Uau), Great (Maravilha), Absolutely! (Certíssimo!), bem como
expressões idiomáticas: Here you are (Aqui está); I got it (Entendi) Easy does it! (Vai
com calma!).
Como você deve ter verificado, as várias situações comunicativas que
vivenciamos cotidianamente estão cercadas de práticas ritualizadas e são repetidas
pelas gerações. Essa sistematização facilita aos falantes, leitores e escritores a
compreensão dos gêneros que estão presentes em cada atividade. Esses gêneros
vão evoluindo com o passar do tempo, em especial na atualidade, por causa do
desenvolvimento tecnológico. Vemos, por exemplo, que, agora, nossos pontos de
vista podem ser ouvidos ou lidos por pessoas do mundo inteiro pela internet. Você
lembra do famoso livro de receitas? Agora, as instruções escritas também possuem
hiperlinks e as pessoas podem até seguir a receita assistindo a um vídeo. Entretanto,
como você pode notar, as características básicas desse gênero não foram alteradas,
pelo menos por enquanto, de modo que é importante atentar-se a elas.
Para que possamos participar ativamente de nossa comunidade, devemos
conhecer e utilizar os gêneros que dela fazem parte, observando como eles evoluem
e buscando uma constante atualização.

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3 OS TIPOS DE FRASES EM INGLÊS

A língua inglesa se difere de outras línguas por alguns aspectos relevantes e


próprios a ela. Um dos aspectos é referente às palavras, os substantivos e aos
adjetivos, por exemplo. Para student, um substantivo em inglês, o equivalente em
português pode ser “aluno” ou “aluna”. A formação de student e seu sufixo não indica
se é uma palavra masculina ou feminina; sua tradução para o português dependerá
do contexto, da situação em que se utiliza. Os adjetivos também apresentam tais
características: tall é “alto” ou “alta”. Assim, ao falarmos “That student is tall”, a
tradução em português pode ser “Aquele aluno é alto” ou “Aquela aluna é alta”.
Vamos analisar outras frases:

That tall student can play volleyball in our team. (1)


Sujeito: That tall student
Verbo: can play

We invited that tall student to play volleyball in our team. (2)


Sujeito: We
Verbo: invited
Objeto: that tall student

Nesses exemplos, that tall student pode ser tanto o sujeito quanto o objeto nas
frases. As palavras that, “aquele” ou “aquela”, tall, “alto” ou “alta”, e student, “aluno”
ou “aluna”, não têm uma terminação indicando se são masculinas ou femininas ou,
ainda, se juntas podem ocupar a posição de sujeito ou objeto. (SANGALETTI, 2018)
Algumas palavras têm a propriedade de combinar-se, e essa combinação pode
ocupar o lugar de sujeito ou de objeto em uma frase, vindo antes ou depois dos verbos.
Nesses exemplos, antes dos verbos can play (pode jogar) e depois de invited
(convidamos). É o que acontece com that tall student. Essa combinação pode ser
usada nessas posições, pois pronomes como that e adjetivos como tall acompanham
substantivos como student em inglês.
Apesar de só entendermos algumas mensagens dentro de um contexto ou de
uma situação contextual, as frases são formadas desta forma em inglês. A

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compreensão dessas frases é possível porque há uma ordem em que essa
combinação é feita. A palavra central nessa combinação é o substantivo, que pode
ser acompanhado por artigos, adjetivos e alguns pronomes. Veja no Quadro 1, a
seguir, algumas possíveis combinações.

Percebemos que as combinações são possíveis no singular e no plural, mas só


dentro de um contexto entendemos se tratam de masculino ou feminino, algo fácil de
ser identificado. (DAVIDSON, 2006)
Todas as combinações do Quadro 1 podem aparecer em uma frase como
sujeito ou objeto
Vamos analisar novamente as frases 1 e 2:

That tall student can play volleyball in our team.


We invited that tall student to play volleyball in our team

Os verbos na língua inglesa são palavras que apresentam mais variações que
os substantivos, pois podem estar no presente, no passado e no futuro, além de serem
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flexionados no singular e no plural. Os verbos can play e invited estão no presente e
no passado, respectivamente. Can é um verbo auxiliar, usado no presente, e é
acompanhado por um verbo principal no infinitivo. O verbo invited está no passado;
ele é um verbo principal e regular, por isso recebe o sufixo ed para informar seu tempo
passado.
Agrupando as palavras que compõem uma frase (artigos, substantivos,
adjetivos e verbos), formamos uma frase afirmativa, negativa ou interrogativa. As
frases são utilizadas para informar algo ou dizer algo para alguém, além de serem
usadas para transmitir detalhes suficientes para a compreensão da mensagem, dados
essenciais para uma comunicação eficaz. Uma frase escrita também deve começar
sempre com letra maiúscula e terminar com um ponto final, uma exclamação ou uma
interrogação (DAVIDSON, 2006). Essas características fazem parte da formação de
frases em inglês, que apresentam os seguintes tipos:

 Frases declarativas: as frases declarativas podem ser afirmativas ou


negativas, usadas no presente, no passado ou no futuro. Exemplos:
Edward didn’t have time to finish the exam.
We have been there twice.
I study English every day.
Mary can speak four languages.
They won’t go to the party.
 Frases interrogativas: as frases interrogativas têm um ponto de
interrogação no final da pergunta, quando escritas, ou uma entonação
de pergunta, quando pronunciadas. Uma pergunta pode ser feita no
presente, no passado ou no futuro. Exemplos:
Did you see her yesterday?
What do you know about it?
How often do you practise sport?
Have you ever tried Thai food?
How long will you stay there?
 Frases exclamativas: as frases exclamativas geralmente expressam um
sentimento forte sobre o que se sente ou sobre o que se opina.
Exemplos:

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I can’t believe it!
What a nice day!
Oh, I love it!
That’s very kind of you!
Poor little thing!
 Frases imperativas: as frases imperativas são frases que carregam um
verbo no presente porque transmitem ordens ou pedidos no momento
em que a pessoa pronuncia essa ordem ou esse pedido a quem se
dirige: you (você). Exemplos:
Wait here, please.
Be quiet.
Don’t be late tomorrow.
Come in and take a seat.
Don’t enter.

Como podemos ver, as frases podem ser declarativas, interrogativas,


exclamativas ou imperativas. As frases também podem ser simples, compostas ou
complexas, de acordo com as orações que cada frase tem. (SANGALETTI, 2018)

 Frases simples: uma frase simples apresenta apenas um verbo,


contendo apenas uma oração. Exemplos:
Ann wants a new car.
I have forgotten my book.
We’re leaving now.
Have you just arrived?
There must be somebody there.
 Frases compostas: as frases compostas apresentam dois ou mais
verbos, e isso significa que há duas ou mais orações, de acordo com a
quantidade de verbos formando as frases compostas, que geralmente
são coordenadas. Exemplos:
I arrived home and had a shower.
She went to London, but he decided to stay in New York.
They were having breakfast while their boss was working.

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Either she is late, or she is coming tomorrow.
Tom is going to travel next month, and Jude must stay in the office.
 Frases complexas: as frases complexas são frases com dois ou mais
verbos, contendo duas ou mais orações, nas quais uma oração é
independente e a outra é dependente, porque precisa da oração
independente para completar seu sentido. Exemplos:
Betty was leaving home when her phone rang.
They want to tell you the truth because it is important.
George had arrived before I went home.
If we had time, we could speak to you.
We are living in a nice neighborhood although we have to commute every
day.

Os tipos de frases mencionados, segundo Davidson (2006), são compostos


pelas palavras que analisamos no início desta seção: os substantivos, artigos,
adjetivos, verbos e advérbios, por exemplo.
Nas frases do Quadro 2 a seguir, vemos exemplos de frases simples, que
contêm apenas um verbo, uma oração, com complementos como adjetivos e
advérbios, detalhando mais as demais frases.

3.1 Os detalhes de uma frase em inglês

Uma frase envolve alguns elementos que são, basicamente, o sujeito, o verbo
e o objeto. Observando esse sistema de formação de frases, você produz essas frases
e as usa para se comunicar. Lembrando que você deve observar a combinação das
palavras para formar frases em inglês, observe os exemplos abaixo:

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We have this project to execute him?
She hads a pain in the head.
They not went to gym.
I pretend to study more.
Carlo will can to go tomorrow.

Essas frases apresentam problemas de formação e combinação de palavras.


Esses problemas acontecem porque a tradução é feita literalmente e porque
acumulamos regras aplicadas em determinadas situações que não podem ser usadas
dependendo da palavra ou expressão que comunica a mensagem.
Vamos analisar outras frases, começando por *We have this project to execute
him? (Temos um projeto para executar?). Nessa frase há uma interrogação, ou seja,
trata-se de uma pergunta que, na língua inglesa, é diferenciada das formas afirmativas
e negativas pela inversão do sujeito e do verbo auxiliar. A pergunta está no tempo
presente, portanto, é necessário iniciá-la com do. O verbo execute é muito formal para
ser usado na pergunta, de modo que usar um sinônimo como carry out seria mais
apropriado. O pronome him, “o” em português, pronome usado depois de verbos,
sendo sempre um objeto na frase, não está bem empregado porque him como objeto
se refere à pessoa. Como a frase faz referência a um projeto, o correto é usar it. Então,
a pergunta poderia ser feita da seguinte forma: “Do we have a project to carry out? ”.
O segundo exemplo, *She hads a pain in the head (Ela teve uma dor de
cabeça), apresenta uma tradução literal. Não se diz a pain in the head, e sim a
headache. O verbo hads não existe desta forma; o emprego da letra s no final de verbo
em inglês só acontece para he, she e it em verbos conjugados no presente. Como o
verbo “ter” está no passado, ele deve estar na forma had. Então, a frase correta é She
had a headache.
Em *They not went to gym (Eles não foram à academia), temos uma frase
negativa. Frases negativas em inglês sempre pedem um auxiliar negativo, conjugado
no tempo do verbo principal. Como se trata de uma frase no passado, a negação deve
ser feita com o auxiliar didn’t. (ANTUNES, 2003)
O quarto exemplo, *I pretend to study more usa um falso cognato. O verbo
pretend significa “fingir” em português, então o correto é dizer I intend to study more.

22
Caso contrário, a equivalência dessa frase seria: Eu finjo estudar mais. No quinto e
último exemplo, temos *Carlo will can to go tomorrow (Carlo não poderá ir amanhã).
O problema que essa frase tem é em relação aos dois verbos modais: will, auxiliar que
marca o futuro em inglês, e can, auxiliar que equivale a “poder”, ocupam o mesmo
lugar em uma frase. Logo, quando se usa will, não se pode usar can, e vice-versa, de
modo que é preciso fazer uma escolha. Ainda há mais um problema nessa frase:
depois de verbos modais, como will e can, não se usa a preposição to para separá-
los do verbo principal, com algumas exceções. A frase correta é Carlo will go tomorrow
ou Carlo can go tomorrow.
Essas frases são alguns exemplos de problemas que podem aparecer em
relação à combinação de palavras e à construção de frases em inglês: posição do
sujeito e do verbo auxiliar em perguntas, uso de auxiliares em frases negativas, grafia
de palavras parecidas com palavras que fazem parte do idioma de quem está falando
e confusão com as regras do próprio idioma que se está estudando. (SANGALETTI,
2018)
Há ainda outros casos, como a concordância do sujeito, que podem causar
dúvidas ao serem utilizados.
Acompanhe alguns exemplos no Quadro 3.

Nessas frases, há a concordância do sujeito e do verbo em inglês. Palavras


como everybody, anybody, nothing, something (todo mundo, qualquer pessoa, nada,
alguma coisa) sempre concordam com verbos no singular. Nas duas últimas frases,
people e the police (“pessoas” e “a polícia”) pedem verbos no plural. Frases negativas
em inglês podem ser feitas de duas formas: com a negação do verbo ou com a
negação do substantivo, como no exemplo abaixo.

Nothing will happen to you


23
Nothing (“nada”, em português) é uma palavra negativa. Quando usada nas
frases da língua inglesa, os verbos devem ficar afirmativos. Observe os exemplos no
Quadro 4 e a explicação no box Fique Atento logo após.

3.2 O sujeito e o predicado

O sujeito é o elemento de uma frase e é composto por palavras que se referem


a pessoas ou a alguma coisa, assunto, algo a que se quer fazer referência. Os
substantivos geralmente ocupam a posição de sujeito em uma frase, acompanhados
por algum artigo ou pronome. Os adjetivos também acompanham os substantivos em
alguns exemplos. Alguns pronomes em inglês também ocupam a função de sujeito
em uma frase, podendo substituir os substantivos. Veja os seguintes exemplos:

The man in black has just left. (The man in black = sujeito)
He left the party early. (He = sujeito)
That went wrong. (That = sujeito)
My parrot speaks four languages. (My parrot = sujeito)

Nessas frases, reconhecemos os sujeitos the man in black (o homem de preto),


he (ele), that (aquilo) e my parrot (meu papagaio). Note que o verbo sempre concorda
com o sujeito e, nesses exemplos, o sujeito é simples também. (ANTUNES, 2003)
O predicado é o elemento de uma frase e é composto por todas as palavras
que não fazem parte do sujeito. Nas frases anteriores, o predicado está em has just

24
left (acabou de sair); left the party early (deixou a festa cedo); went wrong (deu errado);
speaks four languages (fala quatro línguas). (SANGALETTI, 2018)
O predicado contém verbos que podem pedir complemento direto ou indireto,
chamados objeto direto e objeto indireto. Geralmente, completamos o significado da
maioria dos verbos em inglês, formando, então, o predicado. Há casos em que um
verbo pede os dois complementos: um objeto direto e outro objeto indireto. Entretanto,
há alguns verbos que não precisam de complemento porque são verbos que
apresentam uma ideia completa e seu significado é suficiente para a compreensão
das frases. Esses verbos são intransitivos. Lembre-se que essa variação pode
acontecer em frases simples, compostas ou complexas, como os exemplos que
estudamos no início do capítulo. Veja alguns exemplos no Quadro 5.

Nesses predicados, os verbos usados pedem diferentes complementos. Em


“didn’t sleep well”, o verbo sleep (dormir) não pede complemento, mas é seguido por
um advérbio de modo. Caso o predicado não contenha esse advérbio, a frase fica sem
um detalhe para sua compreensão. Na segunda frase, “will send you a copy”, o verbo
send (enviar) pede dois objetos. You (você) é o objeto direto, porque se trata de uma
pessoa, e a copy (uma cópia) é o objeto direto, porque é algo. Já em “need to go”
(preciso ir), to go é o complemento do verbo need, que pede um complemento para
informar o que o sujeito precisa fazer. Em “read all my e-mails” (li todos meus e-mails),
o verbo read só pede um complemento, all my e-mails, um objeto direto. Por último,
em “lent my book to you” (emprestei meu livro para você), o verbo lent pede um objeto
direto, my book, um objeto, e you, um objeto indireto, seguido da preposição to. O
objeto indireto é uma pessoa.

25
4 ESTRUTURAS GRAMATICAIS

4.1 Plural dos Substantivos - Plural of Nouns

Segundo Antunes (2003), à semelhança do Português, a maioria dos


substantivos tem seu plural formado a partir do acréscimo de "s" ao seu singular:

 One pencil (um lápis)


Eighteen pencils (dezoito lápis)

 One car (um carro)


A garage full of cars (uma garagem cheia de carros)

 Book: books (livros)


 Cat: cats (gatos)
 Computer: computers (computadores)
 Cup: cups (xícaras)
 Garden: gardens (jardins)
 Sweatshirt: sweatshirts (blusões de moletom)
 Table: tables (mesas)
 Week: weeks (semanas)

Exceções? Não poderia deixar de haver! E se pensarmos nos nossos


substantivos em Português, veremos que também existem exceções na formação de
seu plural, o que chamamos de plurais irregulares:

 Rim: rins
 Anel: anéis
 Barril: barris
 Cachecol: cachecóis

26
A seguir, apresentamos uma relação desses casos especiais de formação do
plural em Inglês:
Substantivos que terminam em ch, s, ss, sh, x, z e a maioria dos substantivos
que terminam em o: acrescenta-se es no final. (ANTUNES, 2003)
Exemplos:

One dress - a rack of dresses (uma estante de roupas)


One buzz - many buzzes of many bees (muitos zunidos de muitas abelhas)

-ch:
Church - churches (igrejas)
Match - matches (fósforos)
Watch - watches (relógios)

Exceções: Substantivos que terminam em ch com som de /K/: acrescenta-se


apenas s:
Conch - conchs (conchas)
Monarch - monarchs (monarcas)
Patriarch - patriarchs (patriarcas)
Stomach - stomachs (estômagos)

-s:
Bus - buses (ônibus)

-ss:
Class - classes (aulas)
Glass - glasses (copos)
Kiss - kisses (beijos)

-sh:
brush -brushes (escovas)
crash - crashes (colisões)
flash - flashes (lampejos)

27
wish - wishes (desejos)
-x:
Box - boxes (caixas)
Fox - foxes (raposas)

-z:
Topaz - topazes (topázios)

Exceção: A maioria dos substantivos terminados em somente um z, no entanto, tem


plural em -zzes. Exemplo: quiz - quizzes

-o:
Echo - echoes (ecos)
Superhero - superheroes (super-heróis)
Potato - potatoes (batatas)
Tomato - tomatoes (tomates)

Exceções: Nas formas reduzidas e nos vocábulos de origem estrangeira terminados


em o, porém, acrescenta-se apenas s. (ANTUNES, 2003)

Avocado - avocados (abacates)


Cello - cellos (violoncelos)
Commando - commandos (comandos)
Dynamo - dynamos (dínamos)
Eskimo - Eskimos (Esquimós)
Ghetto - ghettos (guetos)
Kilo - kilos (quilos)
Libretto - librettos (libretos)
Logo - logos (logotipos)
Magneto - magnetos (magnetos)
Photo - photos (fotos)
Piano – pianos
Portfolio – portfolios

28
Radio - radios (rádios)
Solo - solos (solos)
Soprano - sopranos (sopranos)
Studio - studios (estúdios)
Tango - tangos (tangos)
Video - videos (vídeos)
Virtuoso - virtuosos (virtuosos)

As palavras a seguir podem ter o plural em -s ou -es; -es é mais comum:

Buffalo – buffalo (e)s


Mosquito - mosquito (e)s
Tornado - tornado (e)s
Volcano – volcano (e)s (vulcões)

Substantivos que terminam em vogal + y: acrescenta-se somente -s no final.


Exemplos:

Boy - boys (meninos)


Day - days (dias)
Donkey - donkeys (burros)
Essay - essays (ensaios)
Quy - guys (caras, sujeitos, rapazes)
Key - keys (chaves)
Monkey - monkeys (macacos)
Play - plays (peças)
Toy - toys (brinquedos)

Exceção: o plural da palavra soliloquy (monólogo) não segue essa regra,


ficando soliloquies.(ANTUNES, 2003)

Substantivos que terminam em consoante + y: retira-se o y e acrescenta-se -ies.


Observe:

29
4.2 Os Pronomes (The Pronouns)

Pronome é a classe de palavras que acompanha ou substitui um substantivo


ou um outro pronome, indicando sua posição em relação às pessoas do discurso ou
mesmo situando-o no espaço e no tempo. (MARCUSCHI, 2008)
Os pronomes nos ajudam a evitar repetições desnecessárias na fala e na
escrita. São divididos em:

4.2.1 Pronomes Pessoais - Personal Pronouns

Os Pronomes Pessoais referem-se a alguma pessoa, lugar ou objeto específico


e são subdivididos em Pronomes Pessoais do Caso Reto (Sujeito) Subject
Pronouns e Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo (Objeto) Object Pronouns.

30
Os Pronomes Pessoais do Caso Reto desempenham papel
de sujeito (subject) da oração:

Rachel and I go to the park every day. (Eu e Raquel vamos ao parque todos os
dias.)
She is Brazilian. (Ela é Brasileira)

Os Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo desempenham as seguintes funções:

 Objeto direto ou indireto:


Alfred loves her. (Alfredo a ama.)
 Objeto de preposição:
We talked to him last night. (Nós falamos com ele ontem à noite.)

OBSERVAÇÕES:

É indispensável que se saiba claramente a diferença entre sujeito e objeto.


(DAVIDSON, 2006)

We saw him at the bookstore. (Nós o vimos na livraria.)


(s.) (o.)

31
He saw us at the bookstore. (Ele nos viu na livraria.)
(s.) (o.)
I gave you a flower. (Eu lhe dei uma flor.)
(s.) (o.)
You sent me a letter. (Você me mandou uma carta.)
(s.) (o.)

You é Pronome Reto (sujeito/subject pronoun) e também Pronome Oblíquo


(objeto/object pronoun).

You are a beautiful woman. (Você é uma mulher bonita.)


(s.)

He gave some flowers to you. (Ele deu flores a você.)


(o.)

Em Inglês não há omissão do sujeito como pode ocorrer em Português, salvo


em raríssimas exceções e em linguagem muito informal. No caso de sujeito
inexistente, oculto ou indeterminado, devemos empregar it, we ou they.
(SANGALETTI, 2018)

It is easy to play basketball. (É fácil jogar basquete.)


We speak Italian in Italy. (Falamos Italiano na Itália.)
It started to rain. (Começou a chover.)
We will go to the beach in the summer. (Iremos para a praia no verão.)
They always think I am wrong. (Sempre acham que eu estou errado.)

4.3 Reconhecendo o verbo e suas apresentações

Identificar as diferentes formas verbais e as apresentações que as palavras


podem assumir em língua inglesa é primordial para o acesso à informação e ao
conhecimento, em virtude da abundância de informações e materiais disponíveis em
inglês para estudo, atualização, lazer e entretenimento. Ao reconhecer as principais

32
formações verbais e a constituição lexical em inglês, as possibilidades de se
experimentar diferentes realidades se expandem, já que há uma grande oferta de
diversas fontes culturais e intelectuais nessa língua. A maioria dos sujeitos
contemporâneos pode se deparar com textos em língua inglesa mais de uma vez ao
dia durante a sua rotina, como, por exemplo, ao acessar as redes sociais, ao utilizar
algum dispositivo eletrônico, ao interagir com aplicativos de celular, entre outras
possibilidades.

4.3.1 Verbos anômalos

Ao se familiarizarem com as estruturas básicas da língua inglesa, os aprendizes


precisam encontrar uma forma de sistematizar o seu novo conhecimento sobre a
língua. Essa sistematização se constrói por meio do reconhecimento de padrões e do
funcionamento de categorias específicas de cada sistema linguístico. Portanto, para
além de reconhecer o significado das palavras e das possíveis combinações entre
elas, um falante de uma língua estrangeira deve atentar aos padrões intrínsecos a
cada categoria, de modo que entender a classificação própria dos verbos é de extrema
importância.
Para entender o que são e como funcionam os verbos anômalos,
primeiramente, faz-se necessário distinguir os finite dos non-finite verbs. A categoria
dos non-finite verbs compreende os verbos no infinitivo (present e perfect, com ou
sem a partícula to), o particípio presente ou passado e o gerúndio, ou substantivo
verbal. Já a categoria dos finite verbs compreende os verbos que não são non-finite,
ou seja, é uma forma verbal que tem um sujeito (explícito ou implícito) e que pode
funcionar como núcleo de uma oração independente (i.e., pode operar como uma
frase independente). Os finite verbs se diferenciam dos non-finite verbs, que operam
em um grau hierárquico menor na estrutura sintática do sistema linguístico da língua
inglesa.
A seguir, são apresentados exemplos de finite verbs, em negrito, e non-finite
verbs, sublinhados (VAN GELDEREN, 2010):

This sentence is illustrating finite and non-finite verbs.


Esta frase está exemplificando verbos finitos e não finitos.

The dog will have to be trained well.


33
O cachorro deverá ter que ser bem treinado

Tom promised to try to do the work.


Tom prometeu tentar fazer o trabalho.

Considerando os verbos to be, tem-se, como formas non-finite desse verbo: (to)
be, (to) have been, being, been | (to) see, (to) have seen, seing, seen. Já como formas
finite dos mesmos verbos, tem-se: am, is, are, was, were | see, sees, saw.
Quando os finite verbs são utilizados com to, eles são chamados de to infinitive.
Já quando são utilizados sem o to, eles são chamados de bare infinitive. Exemplos de
to infinitive são: to dream (sonhar), to have (ter), to sleep (dormir). Observe que,
embora em português haja três terminações verbais para indicar o infinitivo (-ar, er,
ir), em inglês, essa forma verbal é indicada pelo to em frente aos verbos sem
conjugação. Exemplos de bare infinitive, por sua vez, podem ser encontrados nos
modal verbs, como can, should, may, entre outros. (ANTUNES, 2003)
O Quadro 1, a seguir, apresentada os finite e os non-finite verbs.

34
O termo anômalo é aplicado para as 24 formas dos finite verbs do Quadro 1. A
característica mais evidente dos finite verbs (e, aqui, anômalos) é que eles podem ser
unidos para se contrair com o not para construir a forma negativa (isn’t, weren’t,
haven’t, don’t, didn’t, can’t, shouldn’t, oughtn’t). O termo anômalo é restrito aos finite
verbs que podem ser combinados com not. Assim, o verbo have pode ser considerado
anômalo quando é auxiliar, como em I haven’t done that (Eu não fiz isso), mas não
quando é o verbo principal, como em I have lunch everyday (Eu almoço todos os dias).
No exemplo em que have opera como verbo principal, ele funciona como um ordinary
verb.
Os verbos em forma anômala podem funcionar como verbos de ligação. Nos
exemplos a seguir, os finite verb forms de be e de have são anômalos e verbos de
ligação, porém não são auxiliares (HORNBY, 1975).

She is a teacher.
Ela é professora

The men are busy.


Os homens são/estão ocupados.

Have you any money?


Você tem algum dinheiro?

Jane has two brothers.


Jane tem dois irmãos.

They had a good holiday.


Eles tiveram um bom feriado/boas férias.

Os verbos anômalos podem ter várias funções e são separados em duas


grandes categorias: palavras estruturais e verbos modais. Eles funcionam,
primeiramente, como palavras estruturais de grande importância discursiva. Quando
utilizadas para evitar repetição, as formas anômalas podem ser encontradas, por
exemplo, nas tag questions. Também como palavras estruturais, os verbos anômalos

35
podem ser aplicados em inversões sintáticas, como em Little did they know, referente
a They little knew that (Mal sabiam eles/Mal eles sabiam). Hornby (1975) menciona,
inclusive, que algumas classes específicas de advérbios podem ter a sua posição
definida em frases de acordo com a ocorrência de verbos anômalos nessas estruturas.
Um exemplo disso é a posição intermediária de advérbios que precedem verbos
anômalos não finitos e são seguidos de anômalos finitos (a menos que estes sejam
acentuados stressed). A disposição dos advérbios pode mudar de acordo com o tipo
de verbo anômalo em questão.
Com verbos anômalos não finitos (HORNBY, 1975):

We generally/usually go to school by bus.


Nós geralmente vamos à escola de ônibus.

The sun always rises in the east.


O sol sempre nasce ao leste.

Com verbos anômalos finitos (HORNBY, 1975):

You should always try to be punctual.


Você deveria sempre tentar ser pontual.

We shall soon be there.


Devemos estar logo por aí.

Com um verbo anômalo finite acentuado (tônico; HORNBY, 1975):

We’ve never refused to help.


Nunca nos negamos a ajudar.
We never have refused to help.

Além disso, os verbos anômalos são aplicados para formar modos verbais que
não existem originalmente flexionados em língua inglesa. Quando funcionam dessa

36
forma, são chamados de verbos modais (modal é o adjetivo referente a mode ou mood
em língua inglesa, referente a “modo”). Alguns exemplos de verbos modais são:
Condicional:

I might call her, if I feel like doing it later.


Eu devo ligar para ela, se eu sentir vontade de fazer isso mais tarde.

Subjuntivo:

If she were smarter, she wouldn’t do that.


Se ela fosse mais esperta, não teria feito isso.

4.3.2 Tempos verbais

Existem 12 combinações verbais em língua inglesa ao total, considerando-se


tempo, aspecto e forma verbal. Antes de se fazer uma listagem a fim de apresentar
seus usos, estruturas e exemplos, faz-se necessário diferenciar os conceitos de tempo
e aspecto verbais (tense and aspect), geralmente confundidos ou tomados como
conceitos sinônimos. (MARCUSCHI, 2008)
Entende-se por aspecto verbal a noção de duração da ação expressa pelo
verbo. Existem dois aspectos verbais em língua inglesa: o progressivo ou contínuo
(progressive ou continuous) e o perfeito (perfect). O aspecto progressivo expressa
ações continuadas, que pressupõem uma atividade incessante, repetida com
determinada regularidade e sem interrupção. O aspecto perfeito, por usa vez, é
responsável por expressar a ligação entre dois tempos verbais. Essa ligação pode se
dar por meio de uma ação que tenha ocorrido no passado e que tenha continuidade
até o tempo presente (unindo passado e presente), ou por meio de uma ação do
presente que tenha afeitos previstos para o futuro (unindo presente e futuro). O
aspecto contínuo é marcado pela partícula –ing, unida aos verbos principais das
orações, ao passo que o aspecto perfeito conta com o verbo auxiliar have/has ou had,
acrescido de um verbo no particípio. É o aspecto verbal que permite aos usuários do
inglês compreenderem os eventos da língua e expressá-los de acordo com a sua
percepção.

37
O tempo verbal, por sua vez, determina um ponto específico no tempo ou um
período determinado de tempo (CELCE-MURCIA; LARSEN-FREEMAN, 1999;
MURPHY, 2004). Em termos estritos, existem dois tempos verbais morfologicamente
expressos nos verbos em inglês: passado e presente. Isso porque, embora haja a
ideia de futuro, que vem a ser expressa por verbos auxiliares (p. ex., o caso do will),
esse tempo verbal não é formalmente evidente nas desinências verbais de tempo.
Seguindo essa ideia, Lewis (1986) define o tempo verbal como uma mudança
morfológica expressa na forma do verbo. Assim, uma forma verbal que é expressa
através de um verbo auxiliar não se configuraria como um tempo verbal.
Para melhor compreensão de passado e presente como tempos verbais em
língua inglesa, é interessante relacionar esses tempos em termos de percepção com
relação à noção de distância remoto e próximo. Dessa forma, deve-se considerar três
características importantes: tempo, realidade e registro. O tempo refere-se ao
momento em que uma determinada ação foi performada. Já a realidade considera
alguma relação entre o que está expresso por uma determinada oração através de
um verbo e o real referente a tal fato. Por fim, o registro diz respeito a alguma
adequação discursiva situacional expressa pelo falante através do verbo.
A Figura 1, a seguir, apresenta um esquema com exemplos sobre as noções
acerca de tempo, realidade e registro.

38
Já que uma primeira apresentação sobre os conceitos de tense e aspect foi
desenvolvida, parte-se, agora, para as possíveis combinações verbais, que resultam
em 12 formas para expressar as ações em língua inglesa. Conforme Yule (1998), as
formas verbais em inglês são: simple present, present progressive, simple past, past
progressive, simple future, future progressive, present perfect, present perfect
progressive, past perfect, past perfect progressive, future perfect e future perfect
progressive.
O Quadro 2, a seguir, apresenta as formas verbais em questão, acompanhadas
de exemplos.

4.3.3 Modificações do adjetivo: casos comparativos e superlativo

Em língua inglesa, a classe de palavras que compreende os adjetivos não varia


em gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural). Por esse motivo, o
39
adjetivo beautiful pode significar tanto “bonito” quanto “bonita”, “bonitos” ou “bonitas”.
Desse modo, o contexto discursivo e o substantivo relacionado serão os responsáveis
por determinar de que forma os adjetivos caracterizam as palavras que venham a
acompanhar. Em contrapartida, há a possibilidade de se adaptar os adjetivos em duas
formas: em comparações e em expressões de realidades extremas. A seguir, é
descrito como os casos comparativo e superlativo se constroem e como funcionam
em inglês. (ANTUNES, 2003)
A formação do comparativo em inglês se dá através do sufixo -er, adicionado
após os adjetivos de até duas sílabas, ou através da palavra more previamente aos
adjetivos que apresentem mais de duas sílabas. Em ambos os casos, a palavra than
deve ser inserida logo após o adjetivo, para que a formação do caso comparativo se
dê de forma completa, seguida do objeto de comparação em questão.
Já a formação do superlativo em inglês ocorre através do sufixo -est,
adicionado após os adjetivos de até duas sílabas, ou através da palavra “most”
previamente aos adjetivos que apresentem mais de duas sílabas. Em geral, o artigo
the também é utilizado no superlativo previamente aos adjetivos modificados.
A seguir, são apresentadas algumas regras que são igualmente válidas para
os sufixos -er e -est:

a) São adicionados em adjetivos de até duas sílabas:


Tall → taller than | the tallest
b) Quando adicionados a adjetivos que terminem em molde silábico CVC,
exigem a duplicação da última consoante para serem inseridos à palavra:
Big → bigger than | the biggest
c) Quando adicionados a adjetivos que terminem em E, devem ter o seu e
eliminado:
Simple → simpler than | the simplest
d) Quando adicionados a adjetivos que terminem em Y, precedidos de
consoante, exigem a troca do Y pelo I para serem acoplados às palavras.
Happy → happier than | the happiest

40
4.3.4 Adjetivos de três ou mais sílabas

Os adjetivos com mais de duas sílabas não comportam sufixos como -er ou -
est. Por isso, ao se formar o comparativo e o superlativo em língua inglesa, é preciso
utilizar as palavras more e most para estabelecer esses modos com os adjetivos.
(SANGALETTI, 2018)
Confira, a seguir, alguns exemplos:

 Comfortable (pode ter 3 ou 4 sílabas, a depender da variante linguística):


Sitting on the sofa is more comfortable than sitting on a wooden chair.
(Comparativo)
Sentar-se no sofá é mais confortável do que se sentar em uma cadeira
de madeira
I think my bed isthe most comfortable place in the world. (Superlativo)
Eu acho que a minha cama é o lugar mais confortável do mundo.
 Important (tem 3 sílabas):
Trying to solve the problem is more important than whining about it.
(Comparativo);
Tentar resolver o problema é mais importante do que reclamar sobre ele;
Being happy is the most important goal in life. (Superlativo);
Ser feliz é o objetivo mais importante na vida.
 Expensive (tem 3 sílabas):
Travelling to far places is more expensive than travelling to places close
to you. (Comparativo);
Viajar para lugares distantes é mais caro do que viajar para lugares
próximos de você;
One of the most expensive things in the world is a diamond rock.
(Superlativo);
Uma das coisas mais caras no mundo é uma pedra de diamante.

41
4.3.5 Adjetivos irregulares

Alguns adjetivos não se encaixam nas regras apresentadas e, por esse motivo,
são considerados adjetivos irregulares para a formação de comparativo e superlativo
em língua inglesa. Esses adjetivos são: good, bad, little, much, many e far. O Quadro
3, a seguir, apresenta os comparativos e superlativos desses adjetivos, seguidos de
um exemplo para cada um deles.

4.3.6 Sujeito verbal ou ação desenvolvida: usos e motivações linguísticas da


voz passiva

A voz passiva é uma organização sintática que dá conta de estruturar, em


termos hierárquicos, o sujeito e o objeto em uma oração. É hierárquica, pois, através
dela, é definida a ordem linear na qual tais elementos são apresentados. A ordem
sintática canônica em língua inglesa (assim como no português) é S-V-O (sujeito,
verbo e objeto). Essa ordem, apesar de canônica, não é o único arranjo sintático
possível na língua. Para além de inversões sintáticas estilísticas, há a voz passiva,
uma construção sintática na qual um objeto direto é deslocado para a função de
sujeito. Essa construção recebe este nome devido à função do verbo, que, ao ter
sujeito e objeto deslocados, sofre uma modificação: passa a ter atribuição passiva.
(ANTUNES, 2003)
42
Confira, a seguir, como se dá a estrutura da voz passiva em língua inglesa:

Sujeito da passiva + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo
principal da ação conjugado no particípio + agente da passiva.
A voz passiva é bastante utilizada em linguagem formal, jornalística e
acadêmica. Isso se dá pelo fato de, nessas situações, a ação performada per se ser
hierarquicamente mais relevante do que o sujeito que a operou. Além disso, os
profissionais dessas áreas têm como responsabilidade reportar os fatos da forma mais
impessoal e imparcial ou não enviesada possível. Um exemplo de voz passiva no
discurso jornalístico pode ser conferido na Figura 2. O mais importante, na notícia em
questão, é o número de cidadãos que podem vir a ser infectados, e não quem os pode
infectar, em si. Além disso, sendo o agente infeccioso mundialmente conhecido e
divulgado de forma incessantemente massiva no momento histórico em que se
encontra a reportagem, ele pôde, inclusive, ser omitido funcionamento comum no
agente da passiva. (DAVIDSON, 2006)

43
A voz passiva é construída da seguinte forma: desloca-se o objeto direto para
a posição de sujeito da oração e transforma-se o sujeito da voz ativa em agente da
passiva. Assim, em uma oração como Coronavirus could infect millions of Americans,
tem-se, em sua forma passiva, Millions of Americans could be infected [by
coronavirus]. O agente da passiva pode ser omitido em algumas situações, caso a
sua explicitude na oração seja dispensável. (SANGALETTI, 2018)
Nessa oração, destacam-se os seguintes constituintes:

O Quadro 4, a seguir, apresenta todas as formas conjugadas para a formação


da voz passiva em língua inglesa.

44
Após revisar formas, aspectos e tempos verbais, além de distinguir os casos
comparativos e superlativos, é possível compreender o funcionamento e os usos da
voz passiva em língua inglesa. Toda essa revisão instrumentaliza o conhecimento
para fins acadêmicos e para a formação intelectual em geral. Lembre-se de que é
necessário estar atento à aplicação e aos usos das estruturas revisadas neste
capítulo, principalmente em artigos científicos, textos jornalísticos, na linguagem
empregada em telejornais e na interação entre pessoas. Além disso, deve-se sempre
buscar informações e fontes diversas para complementar os estudos, já que as
possibilidades de combinação de palavras e estruturas para a formação de novas
unidades de sentido são infinitas.

5 TÉCNICAS DE LEITURA EM INGLÊS

Existem diferentes estilos de leitura em inglês para as mais diferentes


situações. Páginas na internet, romances, livros textos, manuais, revistas, jornais e
correspondência são alguns dos muitos exemplos que podemos citar no momento.
Leitores eficientes e efetivos aprendem a usar muitos estilos de leitura para
diferentes propósitos. Já os leitores menos ávidos, podem aprender um pouco sobre
o reading e melhorar a leitura em inglês através dessas técnicas. Portanto, eles trarão
benefícios a todos os estudantes, independentemente do nível de reading de cada
um. (ANTUNES, 2003)
Por exemplo, você pode ler por prazer, para obter informações ou para
completar uma tarefa. Isso quer dizer que cada uma dessas leituras tem uma
finalidade diferente. Para ajudá-lo nessa questão, você pode utilizar diferentes
técnicas de leitura em inglês. Scanning, skimming, e leituras críticas são diferentes
estilos de leituras em inglês.
Se você está procurando por informação, deve-se usar scanning para uma
palavra específica. Se você está explorando ou revendo um documento, deve-se usar
a skimming. E se você tem que traçar uma opinião sobre o texto, utiliza-se da leitura
crítica.
A técnica escolhida em casos como esses irá depender do objetivo da leitura,
é claro. Para isso, preparamos uma explicação dessas três principais técnicas de
leitura em inglês, bem como citaremos no final do texto algumas outras que serão

45
faladas nos próximos posts, cada qual, separadamente. Antes de adentrarmos no
assunto, vamos lembrar um pouco sobre pontos chaves para melhorar sua leitura em
inglês.

5.1 Em que se deve prestar atenção ao ler um texto?

A compreensão do texto lido depende: da capacidade do leitor em relacionar


ideias, estabelecer referências, fazer inferências ou deduções lógicas, identificar
palavras que sinalizam ideias, além da percepção de elementos que colaborem na
compreensão de palavras, como os prefixos e sufixos e não simplesmente, como
muitos acreditam, o conhecimento de vocabulário, ou seja, só o conhecimento de
vocabulário é insuficiente para compreender um texto. (ANTUNES, 2003)
Como a leitura é um processo, para ler de forma mais ativa, rápida e, desse
modo, mais efetiva, procure:

 Quebrar o hábito de ler palavra por palavra;


 Usar seu prévio conhecimento sobre o assunto;
 Dominar as estratégias que fortalecerão este processo;
 Prestar atenção ao contexto em que o texto está colocado;
 Fortalecer as estruturas gramaticais que sustentam a formulação das
ideias apresentadas.

5.1.1 Técnica de leitura em inglês – Critical Reading

Ao final de cada leitura, o bom leitor deve estar atento para tudo o que lhe foi
transmitido através do texto, procurando responder perguntas como: O texto é
interessante? …por que? A leitura do texto acrescentou algo novo aos seus
conhecimentos? O texto foi apresentado de modo objetivo, superficial, profundo,
confuso...? Você discorda ou concorda com as ideias do autor? O autor foi imparcial
ou tendencioso? Você conseguiu captar alguma segunda intenção nas entrelinhas do
texto? Você acrescentaria algo que não foi mencionado?

46
5.1.2 Técnica de leitura em inglês – Scanning

É uma habilidade de leitura em alta velocidade que ajuda o leitor a obter


informação de um texto sem ler cada palavra. É uma rápida visualização do texto
como um scanner faz quando, rapidamente, lê a informação contida naquele espaço.
Scanning envolve mover os olhos de cima para baixo na página, procurando palavras
chaves, frases especificas ou ideias. Ao realizar o scanning procure verificar se o autor
fez uso de organizadores no texto, como: números, letras, passos ou as palavras
primeiro, segundo, próximas. Procure por palavras em negrito, itálico, tamanhos de
fontes ou cores diferentes. O processo de scanning é muito útil para encontrar
informações específicas de, por exemplo, um número de telefone numa lista, uma
palavra num dicionário, uma data de nascimento, ou de falecimento numa biografia,
um endereço ou a fonte para a resposta de uma determinada pergunta sua. Após
“escanear” o documento, você deve usar a técnica de skimming.

5.1.3 Técnica de leitura em inglês – Skimming

O processo de skimming permite ao leitor identificar rapidamente a ideia


principal ou o sentido geral do texto. O uso do skimming é frequente quando a pessoa
tem muito material para ler em pouco tempo. Geralmente a leitura no skimming é
realizada com a velocidade de três a quatro vezes maior que a leitura normal.
Diferentemente do scanning, skimming é mais abrangente; exige conhecimento de
organização de texto, a percepção de dicas de vocabulário, habilidade para inferir
ideias e outras habilidades de leitura mais avançadas. (SANGALETTI, 2018)
Existem muitas estratégias que podem ser usadas ao realizar o skimming.
Algumas pessoas leem o primeiro e o último parágrafo usando títulos, sumários e
outros organizadores na medida que leem a página ou a tela do monitor. Você pode
ler o título, subtítulo, cabeçalhos e ilustrações. Considere ler somente a primeira
sentença de cada parágrafo. Esta técnica é útil quando você está procurando uma
informação especifica em vez de ler para compreender. Skimming funciona bem para
achar datas, nomes, lugares e para revisar figuras e tabelas. Use skimming para

47
encontrar a ideia principal do texto e ver se um artigo pode ser de interesse em sua
pesquisa.
Observações:
Muitas pessoas consideram scanning e skimming como técnicas de pesquisa
do que estratégias de leitura. Entretanto, quando é necessário ler um grande volume
de informação, elas são muito práticas, como exemplo durante a procura de uma
informação específica, de dicas, ou ao revisar informações. Assim, scanning e
skimming auxiliam-no na definição de material que será lido ou descartado

5.1.4 Outras técnicas de leitura em inglês que vale a pena conhecer

Sem que percebemos usamos as técnicas de leitura em inglês e até mesmo


quando vamos ler um texto em nosso idioma. Quando pegamos uma carta logo vemos
que é uma carta pelo fato de como foi escrita, pela sua estrutura. O mesmo acontece
quando estamos lendo uma bula de remédio ou uma lista telefônica. (DAVIDSON,
2006)
Mas o que acontece é que nas escolas não aprendemos a usar essas técnicas
de leitura em inglês, ou seja, para aprender uma língua estrangeira. Simplesmente
aprendemos a ler os textos do começo ao fim, lendo todas as palavras, e quando
chegamos ao final, não entendemos nada.
Portanto, as técnicas de leitura em inglês que mostraremos a seguir estão ou
estiverem presentes durante o seu aprendizado de português, mesmo que você não
te há notado. Por isso, utilizar essas técnicas para melhorar a leitura em inglês é muito
válido.

 Cognates
São comuns na língua inglesa, os cognatos são termos de origem grega ou
latina bastante parecidos com o Português tanto na forma escrita como no significado.
Isso pode ajudá-lo a saber sobre o assunto principal de um texto através das palavras
que conhece ou que são parecidas com o nosso idioma. Contudo, é preciso soma-las
a demais técnicas de leitura em inglês para funcionar, porque existem muitos falsos
cognatos.

48
 Repeated words
Quando certas palavras se repetem várias vezes no texto, mesmo com formas
diferentes, normalmente são importantes para a compreensão. As palavras repetidas
aparecem especialmente na forma de verbos, substantivos e adjetivos e nem sempre
são cognatas.

 Typography
As marcas tipográficas (impressas) são elementos que, no texto, transmitem
informações nem sempre representadas por palavras. Reconhecê-las é um auxílio
bastante útil à leitura. Key words: Aquelas que estão mais de perto associadas
especificamente ao assunto do texto são as palavras-chave, podendo aparecer
repetidas e algumas vezes na forma de sinônimos. Identificar as key words através do
skimming nos leva a ter uma visão geral do texto.

 Prediction
É a atividade pela qual o aluno é levado a prever ou deduzir o conteúdo de um
texto através do título ou de outros elementos tipográficos, como ilustrações, por
exemplo. Quanto mais cultura geral o leitor tiver, mais fácil será a sua prediction. É a
primeira coisa a fazer antes de começar a leitura do texto. É possível, muitas vezes,
antecipar ou prever o conteúdo de um texto, também através do título, de um subtítulo,
gráfico ou figura incluídos. O título, quando bem escolhido, identifica o assunto do
texto de cara.

 Nominal groups
Grupos nominais são expressões de caráter nominal em que prevalecem os
substantivos e adjetivos, cuja ordem na frase ordinariamente não corresponde ao
português. (DAVIDSON, 2006)

 Contextual Reference
É normal existirem no texto elementos de referência que são usados para evitar
repetições e para ligar as sentenças, tornando a leitura mais compreensível e fluente.
Esses elementos aparecem na forma de pronomes diversos:

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 Pessoais: he, she, it, they, etc…
 Demonstrativos: this, that, those, such…
 Relativos: who, whom, whose, that, which…
 Adjetivos possessivos: his, her, our…

5.2 Passos para uma boa leitura

Para extrair o máximo de informação de um texto em inglês, você deve


primeiramente observar seus aspectos visuais do texto, a presença ou ausência de
tabelas, números, gráficos etc., tipos utilizados (negritos, itálicos, sublinhados etc.),
cores utilizadas, se existem textos em negativo (fundo colorido, letras em branco) etc.
Caso seja necessário, você pode fazer anotações no texto. Assim, você
aprenderá a separa os pontos chaves durante uma leitura em inglês. Veja:

 Sublinhe as palavras semelhantes ao português (cognatos);


 As que se repetem e as palavras que você conhece;
 As palavras desconhecidas;
 Tente inferir o significado do contexto imediato (na oração ou
período em que ela se encontra);
 Tente inferir o significado do contexto mediato (oração ou período
anterior e/ou posterior, parágrafo anterior e/ou posterior).

5.3 Inglês Instrumental – uma técnica que pode ser aplicada na leitura em
inglês

Qualquer estudante tem a capacidade de conseguir “ler” em inglês, ou melhor,


pelo menos compreender os pontos principais. A leitura em inglês é uma habilidade
que pode ser desenvolvida em um espaço de tempo relativamente curto.
(MARCUSCHI, 2008)

50
Para aprender a ler em inglês, o aluno deve dominar alguns rudimentos da
estrutura da língua. Este domínio é passivo, ou seja, é necessário apenas que se
saiba identificar as estruturas para obter a compreensão da mensagem.
E o vocabulário, que é a preocupação maior de todos, não constitui
impedimento algum no domínio do idioma. A língua inglesa e a portuguesa possuem
diversos elementos em comum. Os cognatos, palavras de origem latina, como por
exemplo, “communication” (comunicação), “program” (programa), “Machine”
(Maquina), “memory” (memoria) etc. são facilmente identificáveis, como dissemos
anteriormente. Os cognatos representam aproximadamente 20% dos termos entre os
dois idiomas, ou seja, português e inglês, o que ajuda muito no aprendizado e na
melhora do reading.
Por exemplo, no caso do ramo da informática, as 250 palavras mais frequentes
da Língua Inglesa são responsáveis por 57% do total das palavras dos textos
instrumentais desse assunto. Portanto, se vice dominar essas 250 palavras você já
conhece aproximadamente 60% de qualquer texto em inglês instrumental de
informática. Assim, você poderá dominar a leitura em inglês pelo menos em uma
determinada área.
O inglês instrumental, basicamente, serve para isso: conhecer o vocabulário e
as principais informações em inglês de um determinado assunto. Outro bom exemplo
disso são o inglês para negócios, que foca num aprendizado sobre o mundo business.
Juntando-se a essas palavras específicas da área de interesse mais os
cognatos, você terá a possibilidade de identificar 80% do vocabulário dos textos
instrumentais sobre o assunto que quer aprender.

5.4 Como fazer uma análise dos textos pode ajudar na leitura em inglês?

Conhecer os tipos de textos ajudá-los a compreender melhor o contexto daquilo


que você lê, podendo assim ser somado esse conhecimento com as técnicas de leitura
em inglês para potencializar os seus estudos. (ANTUNES, 2003)
Para se estabelecer critérios para uma tipologia de textos, usam-se as funções
da linguagem. Isto é, as diversas finalidades que se atribuem aos enunciados ao
produzi-los. Portanto, a análise do tipo de um texto se faz com base nas funções da
linguagem (referencial, expressiva, conativa, fática, metalinguística e poética).

51
Elas têm sua origem na análise dos elementos que compõem o texto.
Consequentemente, sua utilidade como instrumento para analisarmos os textos que
lemos é muito grande.
No Inglês Instrumental, a função de maior ocorrência é a referencial, pois é
aquela em que o referente é o objeto ou a situação de que a mensagem trata. Esta
função predomina nos manuais técnicos, textos científicos, guias do usuário, anúncios
de emprego, gráficos etc.
Além destas funções, um texto pode ser visto como descritivo, narrativo,
dissertativo ou semiótico.

5.4.1 Os diferentes tipos de textos

O texto descritivo é aquele no qual se apontam as características que compõem


um determinado objeto ou como executar ordenadamente determinada tarefa.
Exemplos: guias do usuário, anúncios de emprego, manuais de equipamentos.
O texto narrativo é o tipo de texto no qual são contados um ou mais fatos que
ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo produtos e/ ou pessoas.
Exemplo: reportagens em revistas especializadas. (DAVIDSON, 2006)
O texto dissertativo é aquele no qual são expostas ideias gerais, seguidas da
apresentação de argumentos que as comprovem. Exemplos: relatórios técnicos,
artigos científicos. Finalmente o texto semiótico é aquele representado por ícones ou
ícones e linguagem. Exemplos: tabelas, mapas, figuras.
Convém ressaltar que pode ocorrer um texto no qual os diferentes aspectos
aparecem. Exemplos: relatório técnico com tabelas e gráficos, um guia do usuário com
figuras.

5.4.2 A estrutura do parágrafo

Na Língua Inglesa, um parágrafo comumente apresenta uma ideia principal.


Esta ideia aparece no início do parágrafo e é seguida por um ou mais argumentos de
sustentação ou exemplos.
A oração que apresenta a ideia principal é chamada de oração tópica. Em
muitos parágrafos, a oração tópica é a primeira. Então, as orações ou períodos

52
seguintes dão exemplos para provar que a oração tópica é verdadeira ou então discute
o tópico com mais detalhes.
No final do parágrafo, há, usualmente, uma oração ou período que conclui a
ideia do parágrafo, ela repete as palavras-chave da oração tópica

5.5 Estratégias de leitura em inglês instrumental

Para entender o texto instrumental e fazer uma boa leitura em inglês, você deve
utilizar duas estratégias: a ascendente e a descendente.
Na ascendente, você deverá processar a informação a partir das unidades
menores (combinação de letras, sílabas, palavras, orações, períodos, parágrafos e
finalmente o significado do texto).
Na descendente, você deverá fazer previsões sobre o significado do texto
baseado no seu conhecimento de mundo e do assunto (verifique no texto as palavras
cognatas e as que você conhece), progredindo gradualmente para as unidades
menores (parágrafos, períodos, orações, palavras, sílabas e combinações de letras).
Utilize as duas estratégias simultaneamente para melhor a compreensão do texto.
O rumo ideal para você aprender ou melhorar sua leitura em inglês é aliar o uso
das técnicas e das estratégias de leitura em inglês para conseguir extrair o máximo
de informação de um texto. (MARCUSCHI, 2008)
Além disso, também é preciso que o estudante conheça um número de
palavras básicas, ou seja, tenho o mínimo de vocabulário exigido. Esse mínimo de
conhecimento seria conhecer o verbo To Be, pronomes, verbos básicos, substantivos
básicos etc. Desta forma, você será capaz de compreender os textos de forma mais
eficiente, melhorando assim a sua leitura em inglês.

6 INTRODUÇÃO À LEITURA INTERPRETATIVA DE TEXTOS

6.1 Identificando o tema

O que é tema? O tema de um texto responde à pergunta “Do que trata este
texto? ” E serve de base para que as ideias sejam desenvolvidas. Chamamos de tema

53
o assunto a ser abordado: ele dará as diretrizes do texto ao expor a ideia principal que
será abordada ao longo do texto.
E por que é importante identificar o tema de um texto? A identificação do tema
é importante para monitorar a sua capacidade de compreensão do conteúdo de um
texto. Afinal, quando você é capaz de identificar o tema, você consegue determinar
mais facilmente a ideia principal do autor do texto. (SANGALETTI, 2018)
Por onde começar? Primeiro, pergunte-se: “Sobre o que trata o texto? ”. A
resposta pode estar no título. Porém, se você achar que o título não deixa o tema
claro, você pode buscar mais informações no subtítulo, além de observar as figuras e
tabelas, que podem lhe dar pistas sobre o assunto do texto a ser lido. Reflita, também,
sobre o gênero textual que você está lendo. É provável que você não encontre uma
receita de bolo de chocolate em um artigo científico, ao menos não como tema
principal. Feito isso, se você ainda estiver incerto sobre o tema, leia a introdução ou o
primeiro parágrafo. Caso o texto tenha apenas um parágrafo de extensão, leia a
primeira e a última frase. Observe, além disso, as palavras que se repetem com
frequência no texto. A ideia é conseguir obter o máximo de informação antes de ler
todo o texto. O tema de um texto é normalmente referido na primeira frase, mas outras
posições também são possíveis. Veja o parágrafo a seguir:

The family heard the siren warning them that the tornado was coming. They
hurried to the cellar. The roar of the tornado was deafening, and the children started
crying. Suddenly it was silent. They waited a while before they went outside to survey
the damage.

Nesse exemplo, o tema o tornado está na primeira frase, mas, no parágrafo a


seguir, o tema aparece na última frase.
The family hurried to the cellar and waited. First, they heard the pounding of the
hailstones. The wind became deafening, and the children started crying. Suddenly it
was silent. They waited a while before they ventured outside to see the damage the
tornado had done.

O tema pode ainda estar implícito, ou seja, presente no texto sem estar
explicitamente declarado. Veja um exemplo no parágrafo a seguir:

54
The sky became dark and threatening. A funnel of dust began forming in the air
and soon reached down to touch the ground. Debris was seen swirling around as
everything was swallowed up, twisted, and then dropped.

Embora a palavra ‘tornado’ não apareça no texto, pela descrição (a tunnel of


dust in the air, debris... swirling, twisted), podemos inferir que se trata de um tornado.

6.2 Identificando subtemas do texto

Segundo Davidson (2006), você pode analisar um texto, de forma geral, de


modo a apreender o seu conteúdo. Para fazer isso, nem sempre é preciso ler o texto
minuciosamente, ao menos não em um primeiro momento. Você pode aplicar
diferentes técnicas para interpretar o conteúdo de um texto de forma generalizada.

55
 Procure o tema no título, subtítulo ou manchete, se houver.
Re-entry students é o tema geral (este tema é abrangente). Existem muitos elementos
na vida de um aluno que pede reingresso na universidade. Quais elementos são
discutidos pelo autor? Para encontrar o tema específico, procure por ideias repetidas
no texto. (ANTUNES, 2003)

 Procure por figuras, palavras em itálico ou destacadas no texto.


Não existem marcações especiais neste texto.

 Leia a primeira e a última frase do parágrafo


Na primeira, o autor utiliza positive effect. Na última, o verbo improve é usado duas
vezes. Com essa breve análise, podemos afirmar que os efeitos positivos dos alunos
de reingresso é um tema específico. Agora, leia todo o parágrafo e veja se o tema
geral e o tema específico se confirmam.

 Procure por palavras ou referências repetidas.


As referências repetidas são ideias que se repetem, mas que não são
necessariamente representadas pelas mesmas palavras. Por exemplo, o autor usa as
palavras help enjoyment e benefits como sinônimos para improve. Veja como o texto

56
não é exclusivamente sobre re-entry students na sala de aula, pois o autor repete as
palavras community, além de private businesses e government agencies.

 Procure por ideias sugeridas no texto.


Busque ideias que aprofundam o tema re-entry students. Por exemplo, o autor oferece
exemplos dos efeitos positivos dos alunos que reingressam na universidade. Ele
afirma que eles são models of dedication and hard work, que eles add a wealth of
information and perspective to a class, que eles become workers with better skills e
better-informed citizens and voters. (ANTUNES, 2003)

6.3 Critical reading: leitura crítica e interpretação do texto

Para os leitores não críticos, o texto é somente um amontoado de fatos; os


leitores não críticos apenas passam os olhos pelo texto ou tentam memorizar seu
conteúdo sem refletir sobre ele. Por outro lado, para os leitores críticos, todo texto
oferece mais do que fatos. Eles oferecem ideias, conhecimento e a visão do autor
sobre o assunto. Os leitores críticos reconhecem não apenas o que o autor do texto
57
diz, mas também como ele diz e como suas ideias são retratadas no texto. Os leitores
críticos ainda reconhecem que cada texto é uma criação única de seu autor. Um leitor
não crítico lê um livro de história para descobrir apenas os fatos ou a interpretação
aceita dos eventos. Já o leitor crítico pode fazer a mesma leitura, mas em busca de
uma perspectiva particular dos fatos, de modo a ter uma compreensão mais ampla
dos fatos.

6.3.1 O que o texto diz, faz e significa: em busca da interpretação

Os leitores não críticos se satisfazem em reconhecer o que o texto diz e em


repetir suas afirmações. Os leitores críticos, no entanto, vão muito além. Após
reconhecer o que o texto diz, eles refletem sobre a maneira como o autor faz para
dizer algo. O texto oferece exemplos? O texto traz argumentos bem embasados? O
texto tenta, de alguma forma, mobilizar ou engajar o leitor? O texto usa de contraste
ou comparação para esclarecer algum ponto? Por fim, os leitores críticos inferem o
significado do texto, como um todo, com base em suas próprias análises.
Os três modos de análise a seguir refletem em três tipos de leitura e discussão:

 O que o texto diz: reformulação (com suas próprias palavras).


 O que o texto faz: descrição.
 O que o texto significa: interpretação.

6.3.2 O objetivo da leitura crítica

A leitura crítica faz com que o leitor amplie seu conhecimento e capacidade de
análise e compreensão. (SANGALETTI, 2018)
Muitos testes, como o SAT, e testes de proficiência, como Toefl e Cambridge,
pedem que o leitor faça uma leitura crítica dos textos. Para tanto, os leitores devem:

 Reconhecer o propósito do autor;


 Compreender os elementos que o autor utilizou para persuadir seu leitor;

58
 Reconhecer se o autor foi tendencioso de alguma forma

Observe que nenhum desses objetivos se refere a algo que esteja só no papel,
somente na junção de palavras e frases de um texto. Cada um desses objetivos requer
que o leitor faça inferências a partir das evidências que o texto traz.

 Reconhecer o propósito envolve inferir uma certa predisposição a


escolher um determinado conteúdo e linguagem.
 Reconhecer o tom do autor e os elementos que ele utiliza para persuadir
seu leitor por meio da classificação da natureza das escolhas da
linguagem empregada.
 Reconhecer se o autor, de alguma forma, foi tendencioso ou propenso a
determinadas escolhas envolve classificar a natureza de padrões de
escolha de um conteúdo ou linguagem.

Em resumo, a leitura crítica não é apenas uma leitura detalhada e cuidadosa;


ler de maneira crítica envolve reconhecer e analisar as evidências apresentadas pelo
autor em seu texto. (SANGALETTI, 2018)
Lembre-se que a leitura crítica pressupõe que cada autor oferece sua
perspectiva do assunto. Assim, a leitura crítica analisa as escolhas feitas pelo autor
em termos de seleção de conteúdo, linguagem e estrutura. Os leitores devem
examinar cada uma dessas três áreas e considerar os efeitos que elas têm no texto
(Figura 2)

59
Veja, a seguir, exemplos de leitura crítica em amostras de artigos científicos.

Trecho do texto:
The aim of the study was to describe how patients perceive involvement in
decisions concerning their own treatment and nursing care.

Sample:
A convenience sample of 12 patients was selected from three mixed-sex
medical wards. The only criterion for inclusion in the study was a willingness to
participate.

Análise: a metodologia empregada é válida?


Um leitor crítico questionaria se o tamanho da amostragem é grande o
suficiente para atender ao objetivo do estudo. Questionaria, também, se a
amostragem era suficientemente representativa de toda a população, uma vez que o
critério para inclusão na amostragem da população talvez tenha criado um grupo
pouco representativo. (DAVIDSON, 2006)

Trecho do texto:

60
Gloom and doom; sadness and madness; melancholy; doldrums; languor;
sorrowfulness depression has many names. Often described as the common cold of
psychiatry, depression is a very common problem and, indeed, it is a rare human being
that does not feel depressed at some time. There are many different types of
depression, with widely differing symptoms. Depression can be unipolar (medical
language for ‘simple’) or bipolar. The latter is also known as manic depression and one
variant of it is manic depressive psychosis. Then there is SADS, or Seasonal Affective
Disorders Syndrome. There is also PPD (post-partum depression) and endogenous
(from within) and reactive depression. This last means you are depressed because
that is how you react to something that has happened to you.

Análise:
O autor parece estar associando sentimentos comuns de tristeza e melancolia
com doenças depressivas como distúrbio bipolar e SADS.
Pergunte-se: isso é factualmente correto? Em uma leitura crítica, é importante
analisar se o conteúdo trazido no texto corresponde aos fatos na realidade. Caso
contrário, seria muito fácil para o autor afirmar o que lhe viesse à cabeça, sem uma
pesquisa mais aprofundada. Se você desconhecer os fatos e se o texto parecer deixar
dúvidas sobre a veracidade das informações, faça uma pesquisa mais aprofundada.
Mas lembre-se: as fontes de sua pesquisa são de extrema importância. Com a
facilidade da internet, as informações se tornaram cada vez mais acessíveis, mas nem
sempre elas são confiáveis. Procure informações de pessoas gabaritadas, ou seja,
que tenham conhecimento sobre o assunto. Se você for pesquisar sobre
medicina/psiquiatria, como no texto deste exemplo, busque informações de médicos
psiquiatras, de sites de associações de psiquiatria e assim por diante.
Ao associar todos esses fatores, o autor pretende causar medo no leitor? Essa
pergunta é um exemplo de questionamento subjetivo. Qual é a intenção do autor? Às
vezes, a intenção do autor fica muito clara no texto, às vezes não. Contudo, tentar
identificar a intenção do autor com seu texto é um exercício importante de se fazer na
leitura crítica. (ANTUNES, 2003)
Ler um texto é diferente de interpretá-lo. Ao ler um texto, você vai além da
codificação das palavras e extrai informações; contudo, isso não quer dizer que você
compreendeu as informações extraídas. Ao interpretar um texto, por outro lado, você

61
dá um passo além: compreende o que foi lido e o que o autor quis dizer com o que
escreveu.
Portanto, procure desenvolver uma leitura crítica dos textos, de modo que a
interpretação do conteúdo leve você a outros patamares de compreensão da
informação. Comece identificando o tema do texto, assim, você iniciará sua leitura
com uma ideia mais clara da mensagem que o autor pretende passar com o texto. Se
for um texto longo, você pode identificar o tema dos parágrafos ou capítulos do texto.
Mas não pare por aí! Para fazer uma leitura mais aprofundada, você deve se perguntar
sobre o conteúdo do texto. Qual a mensagem que o texto quer passar? Como o texto
foi construído? Por que o texto é escrito dessa forma? Além disso, analise as partes
mais significativas do texto e como elas estão inter-relacionadas para formar o todo.

7 HABILIDADES LINGUÍSTICAS DE AUDIÇÃO, EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

Para melhorar a audição e a expressão oral em língua inglesa, deve-se praticar


bastante e prestar atenção na pronúncia, para que se reconheçam os sons da língua,
não só os sons isolados, mas também o som de uma palavra que se junta ao som de
outra, já que na fala encadeada nem todos os fonemas são pronunciados.
Normalmente, os sons finais de uma palavra se ligam aos iniciais da palavra
seguinte. Além disso, a entoação do inglês falado depende da tonicidade das
palavras. Apenas as palavras que carregam significado, como substantivos, verbos,
adjetivos e advérbios são pronunciados claramente, enquanto palavras que contêm
função gramatical (pronomes, artigos, preposições e conjunções) são pronunciadas
de forma quase imperceptível, a menos que se queira, por algum motivo, enfatizá-las.
O ritmo e a acentuação prosódica (ênfase em alguma palavra da fala), além da
entoação crescente ou decrescente, são características do discurso oral em língua
inglesa. Portanto, para aprimorar tanto a audição quanto a expressão oral, deve-se
ouvir o mais possível e procurar falar bastante também. (MARCUSCHI, 2008)
Já o aprimoramento da escrita em língua inglesa requer estudo mais
sistematizado das estruturas gramaticais, vocabulário e gêneros textuais. A prática da
leitura atende bem a esse propósito, e o entendimento do desenvolvimento de textos
de forma estruturada a partir de frase, tópicos frasais, palavras de ligação, introdução,

62
desenvolvimento de parágrafos, conclusão e adequação de vocabulário ao contexto
e ao gênero são fundamentais para que a habilidade da escrita possa avançar em
termos de proficiência linguística.

7.1 Estratégias práticas de audição em língua inglesa

Em uma perspectiva pedagógica, a audição se refere ao “reconhecimento do


discurso oral” ou “entendimento da língua falada” (HUEI-CHUN, 1998). Trata-se de
um processo muito ativo, pois não se lida somente com o que se escuta, mas também
com a combinação daquilo que se escuta com outras informações familiares. É dessa
maneira que esse processo ativo cria significados ao integrar o que se ouve ou se
experiência com dados já existentes em nossas mentes. Esse processo,
normalmente, abrange cinco estágios: escuta, entendimento, rememoração,
avaliação e reação. Essa habilidade integrativa desempenha um papel vital no
processo de aprendizagem de uma língua estrangeira e potencializa a aquisição de
outras habilidades linguísticas, como a fala, principalmente, a leitura e a escrita, ainda
que em menor proporção.
A audição em língua inglesa é a habilidade que trará resultados mais efetivos
em termos de compreensão do idioma e possibilidade de se comunicar oralmente de
forma independente. Sabemos que a prática é a melhor estratégia para que se domine
determinado conhecimento, e com a audição em língua estrangeira não é diferente.
Deve-se maximizar a quantidade de inputs diários, a dose de estímulos em língua
estrangeira que se escuta, ou seja, ouvir podcasts de diferentes assuntos, ouvir
música, assistir filmes e séries, ler em voz alta e gravar a própria voz, assistir vídeo
aulas: todas essas práticas são muito bem-vindas e necessárias para que se avance
na compreensão oral. Pode-se, por exemplo, acordar ouvindo uma música em inglês
e prestar atenção na letra, cantar junto e depois pesquisar se há palavras ou
expressões não conhecidas, a fim de buscar o seu uso e significado. No caminho para
o trabalho, pode-se ouvir notícias em inglês e tomar nota de vocabulário a ser
pesquisado. Na hora do almoço ou de algum intervalo, pode-se ouvir um podcast ou
assistir um vídeo breve sobre assunto de seu interesse. Para finalizar o dia, antes de
dormir, pode assistir a um episódio de uma série, um filme ou mesmo meditação
guiada. Essas diferentes modalidades de estímulos são interessantes, pois além de

63
estimular o cérebro de formas diversas, permitem que se trabalhe com uma variedade
de respostas àqueles estímulos.
As estratégias práticas para se trabalhar a habilidade auditiva se baseiam na
percepção global do áudio, ou seja, o tópico discutido; a combinação fonética que
constrói palavras e sentenças e o uso de inferência e conhecimento anterior para
tornar possível a compreensão do contexto. Esses itens devem ser levados em
consideração e usados de forma equilibrada para garantir que se avance na
habilidade auditiva.
Underwood (1993, p. 21) enfatiza que os objetivos de alguém que se propõe
trabalhar a compreensão oral devem incluir, pelo menos, quatro itens:

 Expor os ouvintes a várias experiências que envolvam a compreensão


oral;
 Fazer com que a compreensão oral tenha um propósito;
 Compreender os processos envolvidos durante a compreensão oral;
 Construir autoconfiança dos ouvintes, de sua própria capacidade de
ouvir.

Em qualquer situação, o primeiro passo para se trabalhar a audição em língua


inglesa acontece antes de se ouvir; é a capacidade de se prever o que será ouvido.
Aqui, entra o conhecimento de mundo do ouvinte, seu conhecimento do tema que será
abordado e também da estrutura da língua e seu vocabulário. Nem sempre se entende
todas as palavras de determinado áudio ou vídeo, ou mesmo de uma conversa em
língua estrangeira, mas o contexto e o conhecimento prévio ajudarão a compreensão
do que está sendo expressado oralmente. A concentração do ouvinte é essencial na
fase da escuta propriamente dita, para que haja o processamento da mensagem.
Aqui, o ouvinte poderá reconhecer marcadores do discurso, conectores, entonação e
a informação que está sendo passada. O ouvinte compara, contrasta e resume
mentalmente o que está sendo dito.
Cabe comentar que, na língua inglesa, nem todas as palavras são
pronunciadas claramente, e muitas delas nem mesmo são pronunciadas. Como
assim? Bem, existem dois tipos de palavras no inglês: as chamadas contentes words,
ou palavras que carregam um significado, como substantivos, adjetivos, verbos,

64
advérbios, e as functional words, ou seja, palavras que têm uma função gramatical,
como artigos, pronomes, preposições e conjunções. Na comunicação oral,
normalmente, apenas as content words são pronunciadas claramente, a menos que
se queira enfatizar uma functional word para trazer um contraste, esclarecer algum
ponto da mensagem. Por exemplo, na frase I até pizza yesterday, normalmente o
pronome I seria dito de forma sutil, a menos que se quisesse enfatizar que eu (I) comi
pizza ontem, e não outra pessoa. Essa particularidade da língua inglesa falada muitas
vezes prejudica o entendimento, bem como a maneira como as palavras soam na fala
conectada, ou seja, uma palavra liga-se a outra e sua pronúncia difere um pouco
daquela que se dá quando a palavra é falada isoladamente. Por isso, o conhecimento
do contexto e dos marcadores de discurso serão grandes aliados na compreensão
oral, já que permitirão a identificação de pontos relevantes e irrelevantes do que se
escuta.
Outro ponto interessante a ser mencionado são as diferentes maneiras de se
escutar. Podemos distinguir pelo menos quatro tipos de audição: inativa, ativa, seletiva
e reflexiva. A primeira delas, a inativa, é apenas ouvir, sem prestar atenção no
conteúdo que está sendo passado. Esse tipo de escuta habitua o ouvido à
musicalidade da língua, ao ritmo e à entonação. Seria uma forma também de audição
incidental, ou seja, quando não se tem o objetivo de escutar e absorver o que se
escuta, mas acaba-se adquirindo vocabulário ou estruturas presentes naquela
amostra sem que se perceba. (HUEI-CHUN, 1998)
A audição ativa, ao contrário da anterior, tem por objetivo compreender o que
se escutou. Por isso, o ouvinte concentra-se no conteúdo que está sendo dito e busca
compreender a mensagem. A audição seletiva, por sua vez, é uma escolha do ouvinte.
Nem todo o conteúdo é absorvido, mas apenas o que se espera ou é interessante
para o ouvinte, não exatamente o que está sendo dito. Já a audição reflexiva exige,
além do esforço de concentração do ouvinte, também o esforço interpretativo e de
observação a respeito da maneira como o conteúdo está sendo expressado.
Quando buscamos aprimorar a habilidade auditiva em língua inglesa, devemos
ter um propósito e treinar os diferentes tipos de escuta. Nossa atenção e concentração
deverão estar direcionadas para a ideia geral, detalhes, partes específicas ou até
mesmo o desenvolvimento das inferências a respeito de determinada amostra. Tomar
notas é outro recurso muito útil para tornar a audição em língua inglesa mais produtiva.

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Dessa forma, aumenta-se o vocabulário, percebe-se as sutilezas de pronúncia e
entonação e aprende-se não só a respeito do assunto abordado, mas também da
riqueza linguística presente naquela amostra. Lembre-se, ao estudar com vídeos e
áudios, de ouvir e assistir mais de uma vez, para que se tire o maior proveito possível
da mensagem passada no que se escuta.

7.2 Estratégias práticas da expressão oral em língua inglesa

A fala é uma habilidade muito valorizada e, talvez, a mais almejada por quem
começa a aprender uma língua estrangeira. A motivação para que se aprenda uma
nova língua é a possibilidade de se comunicar e compreender o que é dito naquele
idioma. E como se pode aprimorar a expressão oral em língua inglesa? Bem, como
você viu antes neste capítulo, a compreensão auditiva é essencial para que se
desenvolva a habilidade de fala. Isso acontece mesmo em nossa língua-mãe. Como
a criança aprende a se comunicar? Ouvindo sua família e outras pessoas falantes de
seu idioma nativo, associando objetos e sentimentos a determinadas palavras.
Sabemos que a aprendizagem de uma língua estrangeira, após determinada idade,
será diferente da aquisição da primeira língua, mas o processo de ouvir será
determinante para o sucesso desse processo. Há diversos estudos que tratam
especificamente desses processos de aquisição e de aprendizagem de língua-
materna (L1) e língua estrangeira (L2), mas não é esse o foco desta seção. O objetivo,
aqui, é discutir estratégias práticas para o aprimoramento da expressão oral em língua
inglesa, sendo que o primeiro ponto é a importância da exposição à língua.
Ouvir sons, palavras, ritmo da fala, sotaques, tons, temas, gramática e
vocabulário, quer assistindo vídeos, filmes, podcasts ou conversando, é uma maneira
de se expor à língua. Buscar compreender a ideia geral e prestar atenção também
aos detalhes nos fazem aumentar o repertório linguístico e nossa capacidade de
expressar ideias. Uma boa ideia é memorizar e repetir o que se ouve em um vídeo ou
áudio, ou mesmo repetir junto com o áudio ou vídeo para que se imite o ritmo e a
pronúncia daquilo que se ouve. (HUEI-CHUN, 1998)
Praticar é a chave para o aprimoramento da expressão oral. Fale com nativos,
não nativos, sozinho, leia em voz alta, descreva fotografias ou faça um resumo mental
de uma matéria, decore histórias ou piadas e conte a alguém, o importante é articular

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os sons e as palavras. Existem vários grupos de conversação na internet e
estrangeiros visitam e, muitas vezes, vivem em nosso país. Não desperdice
oportunidades. Se a sua cidade tem potencial turístico e recebe estrangeiros, procure
conversar com eles, frequente pubs ou outros locais onde possa ter contato direto
com pessoas de outros países. A língua inglesa, hoje em dia, é uma espécie de língua
franca, sendo usada como instrumento de comunicação entre pessoas de diferentes
nacionalidades. Se você gosta de cantar, cante em inglês. Depois observe a letra, leia
em voz alta, verifique vocabulário e estrutura, reflita sobre o conteúdo e converse
consigo mesmo em inglês. Quando estiver na rua observe tudo à sua volta, pensando
em inglês e falando. Parece estranho, mas essas são algumas ideias divertidas para
que você se exponha ao inglês e aumente a sua prática diária.
Segundo Williams e Burden (2000, p. 146), estudos sobre estudantes de língua
estrangeira bem-sucedidos indicam que eles desenvolveram uma série de estratégias
que são selecionadas e adaptadas de acordo com as suas necessidades e com base
nos estudos de aquisição de língua estrangeira. Wenden (1991, p. 15) enfatiza a
importância de aprender a aprender. A autora enfatiza a importância de o indivíduo se
responsabilizar pela sua aprendizagem, porque as características individuais
indicarão a maneira mais adequada de se abordar uma determinada atividade. Por
isso, quando pensamos em melhorar a expressão oral, bem como as outras
habilidades no aprendizado da língua estrangeira, devemos ser criativos e perceber
quais atividades nos deixam mais à vontade, mais motivados a praticar e a aprender.
Uma boa ideia é procurar uma atividade que lhe interesse, como filmes, culinária ou
viagens, e buscar na internet cursos em inglês sobre o assunto. Procure manter
contato com o professor e os colegas, utilizando a língua inglesa como instrumento
de comunicação. Sua curiosidade em relação ao assunto do curso fará com que você
aprenda um vocabulário mais específico, socialize com pessoas de todo o mundo e
divirta-se bastante.

7.3 Estratégias práticas da escrita em língua inglesa

O ato da escrita difere da fala por ser menos espontâneo e mais permanente e
por permitir um planejamento verbal mais cuidadoso. Por este motivo, as convenções
da escrita tendem a ser mais rígidas do que as da conversação e a linguagem usada

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tende a ser mais padronizada (BROUGHTON et al., 1980, p. 116). Escrever
apropriada e eficientemente é uma habilidade da qual muitos de nós não pratica
mesmo em nossa língua materna, mas aprender a produzir textos, respeitando as
convenções da língua e da comunicação, é uma condição para a integração na vida
social e profissional.
De acordo com Kato (1999, p. 91), “[...] a escrita é um processo de descoberta,
e o ponto de vista e as metas do escritor podem mudar a evolução do ato de escrever,
ou seja, o planejamento”. Nessa mesma linha, Antunes (2003) salienta a importância
de se desenvolver uma prática de escrita que considere o leitor, que tenha delimitado
um destinatário e a finalidade ao escrever. Acrescenta que quem escreve, escreve
para alguém ler, não existe a escrita “para nada”, “para nada dizer”. Ainda que
escrevamos para nós mesmos, como você verá nas sugestões a seguir, existe uma
finalidade, que é a de se treinar, praticar e se sentir confortável em se expressar em
língua inglesa por meio da escrita.
Assim como a audição é essencial para a expressão oral, analogamente a
leitura também é para a expressão escrita. O primeiro passo para se escrever bem
em inglês é ler muito nesse idioma. Leia extensivamente, a maior variedade possível
de textos: jornais, revistas, livros, blogs, websites, nos mais diversos gêneros textuais,
como notícias, relatos, ficção, biografia, poesia, teatro, artigos, sinopses, cartas, etc.
Essa variedade vai permitir que você observe modelos que devem ser seguidos por
cada gênero, bem como os registros de linguagem (formal, neutro e informal),
estruturas gramaticais, vocabulário, tom, figuras de linguagem e organização sintática
e semântica. Uma boa ideia é observar as características de gêneros textuais. Como
se deve desenvolver uma resenha, um ensaio ou uma entrevista? Perceber que,
assim como no português, as frases se desenvolvem a partir de um tópico frasal, que
devemos usar conectivos para criar relações entre as frases e os parágrafos, que se
deve introduzir o assunto, desenvolvê-lo e concluí-lo.
Além da leitura, a prática da escrita é a maneira mais eficiente de aprimorar
essa habilidade. Escreva todos os dias, se possível. Faça suas anotações e escreva
recados em inglês. Escreva cartas, e-mails, textos expressando a sua opinião sobre
assuntos do seu dia a dia ou sobre seus estudos, crie um blog, etc. Antes de começar,
pense sobre o tema que vai escrever. Use a técnica do brainstorming, ou seja, escreva
tudo o que vier à sua mente referente ao assunto e depois selecione as ideias que

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considere interessantes. Depois disso, planeje o que vai escrever, qual o gênero, a
quem se destina, vocabulário, exemplos e outros aspectos que você considere
relevantes para a produção do texto. Escreva. Após escrever, leia, revise e corrija
seus textos.
Uma dica interessante é ouvir um podcast e transcrever o que foi dito, fazendo
depois as devidas correções. Escreva resumos, ensaios, descrições, narrativas de
histórias, entrevistas e o que mais a sua imaginação permitir. O mais importante,
assim como em tudo na vida, é praticar para que se possa obter maestria no que se
faz. (HUEI-CHUN, 1998)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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