Você está na página 1de 8

TEXTO 1

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Os elementos da narrativa podem ser divididos em cinco categorias:


Personagem, espaço, narrador, tempo e enredo.

O que é uma narrativa e os elementos da narrativa? A narrativa é em si a


exposição de fatos de forma sequenciada: narrada, contada, que ocorre ao
longo de certo tempo.

ELEMENTOS DA NARRATIVA E SUAS CARACTERÍSTICAS

Uma dica para não esquecer esses elementos é através da sigla “PENTE”:

PERSONAGEM

Qualquer ser que pratica ações em uma história. Podendo ser não apenas
humano como também animais, seres fantásticos, etc.

Os personagens são divididos em 3 categorias:

Principal ou protagonista: Aquele que aparece na maioria dos capítulos da


história e desempenha o papel mais importante. Exemplo: Harry Potter no livro
“Harry Potter e a Pedra Filosofal”
Antagonista: Aquele personagem que atrapalha de algum modo o
protagonista na conquista de seus objetivos. É o rival, vilão da história.
Exemplo: Lorde Voldemort no livro “Harry Potter e a Pedra Filosofal”

Coadjuvantes: Todos aqueles que possuem participação na história, mas que


não aparecem o tempo todo. Estão ali colocados para auxiliar o protagonista
(ou o antagonista). Exemplo: Rony e Hermione no livro “Harry Potter e a Pedra
Filosofal”.

ESPAÇO

Lugar ou lugares onde a narrativa se passa. O lugar desempenha papel


fundamental na história, pois adianta as sensações que o autor pretende
passar. Exemplo: Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts no Livro “Harry
Potter e a Pedra Filosofal”

NARRADOR

O narrador pode ser:

1ª Pessoa: Quando o narrador é um personagem e, por isso participa da


história.

Exemplo:

“Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do
que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e, todavia, é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso.
Julgue-o por si mesmo.” (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Capítulo 1.)

3ª Pessoa: Quando o narrador não é um personagem e está apenas contando


a história.

TEMPO
Existem dois tipos de tempo numa narrativa:

Cronológico: Quando a ordem do tempo segue a ordem do relógio. É


marcado por algumas palavras como: Ontem, semanas depois, ao meio dia,
etc.

Psicológico: É o tempo que ocorre quando o personagem se encontra


sonhando, imaginando, relembrando ou pensando. Trata-se do tempo “interior”
que ocorre dentro dos personagens.

Enredo:

É o “esqueleto” da narrativa e é dividido em três partes:

Introdução: Na qual há aparente harmonia, personagens e lugares são


apresentados.

Conflito: Na qual surge o problema que precisa ser resolvido na história

Desfecho ou Clímax: A parte difícil da história onde o protagonista se arrisca


em nome de resgatar uma harmonia ainda maior do que a que havia no início
da narrativa.

TEXTO 2

PERSONAGEM, ENREDO E CONFLITO

Personagem, enredo e conflito: essa é a trinca do romance, os três pilares que


fazem a história se desenrolar.

A personagem, como já vimos, deve ser o mais humana possível e, para isso,
deve ter uma questão essencial. O enredo se desenvolve quando essa questão
essencial da personagem entra em conflito com os fatos da vida.

O conflito é o que move a história e é o que faz com que o leitor se interesse
pelo seu texto. “Sem conflito, não há romance”, mas é necessário entender o
conflito como uma abstração, não como um embate ou uma luta entre dois.
“Conflito é uma expressão genérica das tensões do ser humano”. Ainda que a
história possa ter personagens contra os quais o seu protagonista tenha
embates, quanto mais abstrato o conflito, mais você vai ter a atenção dos
leitores. Quanto mais universal, mais o leitor vai conseguir se identificar com os
problemas da sua personagem, ainda que o enredo se dê em um tempo e
espaço definidos que podem ser muito diferentes daqueles em que o leitor vive.

A questão essencial vai determinar como o protagonista (ou determinada


personagem) reage aos estímulos ao seu redor, como ela se relaciona com o
enredo. O enredo, por sua vez, deve ser entendido como o sistema no qual
todos os elementos interagem. Tudo que é colocado no enredo deve funcionar
em relação aos outros elementos desse sistema.

Quando você introduz uma personagem nova, o leitor espera que essa
personagem desempenhe algum papel na história. Da mesma forma, os
acontecimentos não devem surgir do nada, devem ser frutos dos eventos
passados. Ou como brinca o professor Assis Brasil, "se uma personagem vai
morrer de câncer no último capítulo, devemos ver uma tosse lá no terceiro". Na
narrativa de ficção, seja romance ou conto, tudo deve se fechar, um episódio
completa o outro. Por isso, pense em personagens, enredo e conflito como um
sistema.

Esse texto foi escrito com base na aula do professor Assis Brasil.

TEXTO 3

TIPOS DE CONFLITO EM NARRATIVAS

Conflitos são os obstáculos que as personagens precisam enfrentar para ter


seus objetivos atendidos.

Eles são o principal recurso para mostrar ao invés de contar. Não diga que o
protagonista é forte, coloque-o em um conflito onde ele possa usar a força. Não
diga que o antagonista é colérico, coloque-o em um conflito onde ele possa
exprimir toda sua fúria.

Ademais, são os conflitos que movem a história para frente. E essa sensação
de progresso é o fator mais importante para manter o seu leitor virando as
páginas. Claro que saber construir cenários e personagens é fundamental, mas
são os conflitos que permitem colocá-los à prova. Os conflitos os relacionam,
os testam e os confrontam. Do resultado, então, é que o progresso é feito.

Em linhas gerais, os conflitos possuem dois grandes objetivos:

1. Gerenciar a tensão

A tensão é criada pela quantidade e pela profundidade dos conflitos. E


gerenciá-la significa diversificar o uso deles. Não é todo o conflito que precisa
ser profundo, e você não precisa manter o protagonista lidando com vários o
tempo todo para sustentar o interesse na trama.

Ainda assim, se sua história estiver muito parada, provavelmente está faltando
conflito. E se sua história estiver muito saturada, difícil de digerir, pode ser que
você esteja abordando conflitos demais ao mesmo tempo. Nesse caso, dê um
descanso ao leitor.

É importante saber administrar os altos e baixos. Enquanto a alta tensão vicia,


os momentos de baixa ajudam a preparar e a enfatizar os de alta.

2. Desenvolver Personagens

Apesar de tudo, os conflitos nada seriam sem as reações das personagens.


Cada um deles, por menor que seja, é uma oportunidade de mostrar quem
suas personagens são e em quem elas estão se transformando.

Por maior que seja a expectativa do conflito, o que define se o resultado foi ou
não satisfatório é a maneira como as personagens lidam com eles.

Aqui você ficar atento para duas coisas: saber qual traço de personalidade
você quer enfatizar, e saber se a reação foi congruente com isso.

É legal se perguntar com frequência se você está tirando o máximo dos


conflitos. Será que você escreveu algum só pra “cumprir tabela”? Se não, por
que você o inseriu na trama? Ele está valorizando o seu mundo e as suas
personagens?
Se achar que falta algo ou que dá para ficar melhor, comece analisando os
tipos de conflitos em uso. Diversificando o tipo, você pode descobrir outra
maneira de entregar o que planejava.

Conflitos Internos e Externos

Essa classificação remete à origem da força de oposição. Ela pode ser tanto
interna à personagem, referente a problemas emocionais e psicológicos,
quanto externos a ela, referente a algo que esteja no ambiente.

Embora seja importante pensar em conflitos sob esse ponto de vista,


procurando sempre equilibrar os dois, é difícil isolá-los completamente. Um
conflito interno possui uma consequência externa e vice-versa. E é essa
dinâmica que ajuda a criar a profundidade do enredo.

Escapar de uma ponte pênsil prestes a desabar é, sem dúvida, um conflito


externo. Mas se isso conseguiu despertar o lado corajoso adormecido na
personagem, houve um reflexo interno.

Pode ser também que a personagem luta contra a decisão de trair ou não um
suposto aliado, porque, embora ele tenha provado que suas intenções não
sejam boas, ela o ama. Apesar dessa dualidade ser um conflito interno, o ato
da traição será externo.

Tipos de Conflitos

1. Personagem contra Personagem

Uma guerra de braço, um duelo de pistolas ou um bate-boca. Um dos lados


pode ser representado tanto por um indivíduo quanto por um grupo, e o embate
pode ser tanto físico quanto psicológico.

É esse o conflito principal da grande maioria dos romances. Seja Harry


enfrentando Voldemort, seja os cinco exércitos lutando ao pé da Montanha
Solitária. Isso sem esquecer dos jogos mentais, como entre Clarice e Hannibal
em O Silêncio dos Inocentes, ou entre Nick e Amy em Garota Exemplar.

2. Personagem contra Natureza


Um animal selvagem, o clima severo, a falta de comida ou qualquer
adversidade imposta pela natureza. O próprio título de O Velho e O Mar já
anuncia os dois lados do conflito que marca o livro inteiro. Pode ser também
encontrado na eterna busca do capitão Ahab pela Moby Dick, ou no drama
vivido por Aron Ralston em 127 horas.

3. Personagem contra Sociedade

Um governo tirano, um preconceito, a adaptação a uma nova cultura ou


qualquer outro confronto que evidencie um padrão social. A personagem pode
tanto sucumbir a ele, como em 1984, rejeitá-lo, como em Dança com Lobos, ou
transformá-lo, como em Jogos Vorazes.

4. Personagem contra Si Mesma

É aqui que os conflitos internos se encaixam. Mesmo que eles sejam causa ou
consequência de um externo que caia em outro grupo, a luta interna é sempre
contra si mesmo. Os livros que trazem esse tipo conflito como principal
geralmente giram em torno de uma importante decisão da personagem.

Isso pode ser visto na procura por uma vocação em O Apanhador no Campo
de Centeio ou no isolamento em O Lobo da Estepe. Nesses dois exemplos o
reflexo externo é um conflito contra a sociedade.

Interessante também é O Médico e O Monstro, em que um dos reflexos


externos continua sendo a personagem contra si mesma.

5. Personagem contra O Sobrenatural

Um monstro à solta ou um terror inimaginável, é algo que foge à compreensão


natural. Muitos o consideram como um caso especial do conflito contra a
natureza. É o atrativo de uma boa parte dos livros de horror, como em A Coisa
ou O Chamado de Cthulhu.

6. Personagem contra Tecnologia

Uma inteligência senciente, uma arma nuclear ou uma máquina do tempo. É


comum que a tecnologia seja usada para evidenciar um conflito maior do que
ela, muitas vezes ligado à própria sociedade. Isso pode ser visto em Admirável
Mundo Novo ou Farenheit 451.
Ainda assim, um conflito direto com a tecnologia aparece com HAL 9000 em
2001:Uma Odisseia no Espaço ou com os robôs nos contos de Eu, Robô.

7. Personagem contra O Destino

Uma profecia, a própria sorte ou qualquer outro confronto originado por forças
maiores. Embora alguns o coloquem em sua própria categoria, ele sempre é
mostrado através de um dos tipos acima. Em A Batalha do Apocalipse, por
exemplo, temos o Dia do Juízo Final como convergente de todos os confrontos,
mas as lutas principais são de personagens contra personagens.

Pensamentos Finais

Os exemplos dados foram de livros que trazem aquele conflito como mais
evidente, mas você já deve ter percebido que muitos deles oscilam entre mais
de um tipo. Mesmo que você eleja um como principal, explore os outros em
seus conflitos secundários.

Os secundários são importantes para aprofundar o cenário e dar novas


dimensões às suas personagens. É difícil explorar esses dois elementos a
fundo se todo o conflito for uma batalha épica entre o bem e o mal.

Você também pode gostar