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ELEMENTOS DA NARRATIVA
Uma dica para não esquecer esses elementos é através da sigla “PENTE”:
PERSONAGEM
Qualquer ser que pratica ações em uma história. Podendo ser não apenas
humano como também animais, seres fantásticos, etc.
ESPAÇO
NARRADOR
Exemplo:
“Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do
que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor
me não creia, e, todavia, é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso.
Julgue-o por si mesmo.” (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás
Cubas, Capítulo 1.)
TEMPO
Existem dois tipos de tempo numa narrativa:
Enredo:
TEXTO 2
A personagem, como já vimos, deve ser o mais humana possível e, para isso,
deve ter uma questão essencial. O enredo se desenvolve quando essa questão
essencial da personagem entra em conflito com os fatos da vida.
O conflito é o que move a história e é o que faz com que o leitor se interesse
pelo seu texto. “Sem conflito, não há romance”, mas é necessário entender o
conflito como uma abstração, não como um embate ou uma luta entre dois.
“Conflito é uma expressão genérica das tensões do ser humano”. Ainda que a
história possa ter personagens contra os quais o seu protagonista tenha
embates, quanto mais abstrato o conflito, mais você vai ter a atenção dos
leitores. Quanto mais universal, mais o leitor vai conseguir se identificar com os
problemas da sua personagem, ainda que o enredo se dê em um tempo e
espaço definidos que podem ser muito diferentes daqueles em que o leitor vive.
Quando você introduz uma personagem nova, o leitor espera que essa
personagem desempenhe algum papel na história. Da mesma forma, os
acontecimentos não devem surgir do nada, devem ser frutos dos eventos
passados. Ou como brinca o professor Assis Brasil, "se uma personagem vai
morrer de câncer no último capítulo, devemos ver uma tosse lá no terceiro". Na
narrativa de ficção, seja romance ou conto, tudo deve se fechar, um episódio
completa o outro. Por isso, pense em personagens, enredo e conflito como um
sistema.
Esse texto foi escrito com base na aula do professor Assis Brasil.
TEXTO 3
Eles são o principal recurso para mostrar ao invés de contar. Não diga que o
protagonista é forte, coloque-o em um conflito onde ele possa usar a força. Não
diga que o antagonista é colérico, coloque-o em um conflito onde ele possa
exprimir toda sua fúria.
Ademais, são os conflitos que movem a história para frente. E essa sensação
de progresso é o fator mais importante para manter o seu leitor virando as
páginas. Claro que saber construir cenários e personagens é fundamental, mas
são os conflitos que permitem colocá-los à prova. Os conflitos os relacionam,
os testam e os confrontam. Do resultado, então, é que o progresso é feito.
1. Gerenciar a tensão
Ainda assim, se sua história estiver muito parada, provavelmente está faltando
conflito. E se sua história estiver muito saturada, difícil de digerir, pode ser que
você esteja abordando conflitos demais ao mesmo tempo. Nesse caso, dê um
descanso ao leitor.
2. Desenvolver Personagens
Por maior que seja a expectativa do conflito, o que define se o resultado foi ou
não satisfatório é a maneira como as personagens lidam com eles.
Aqui você ficar atento para duas coisas: saber qual traço de personalidade
você quer enfatizar, e saber se a reação foi congruente com isso.
Essa classificação remete à origem da força de oposição. Ela pode ser tanto
interna à personagem, referente a problemas emocionais e psicológicos,
quanto externos a ela, referente a algo que esteja no ambiente.
Pode ser também que a personagem luta contra a decisão de trair ou não um
suposto aliado, porque, embora ele tenha provado que suas intenções não
sejam boas, ela o ama. Apesar dessa dualidade ser um conflito interno, o ato
da traição será externo.
Tipos de Conflitos
É aqui que os conflitos internos se encaixam. Mesmo que eles sejam causa ou
consequência de um externo que caia em outro grupo, a luta interna é sempre
contra si mesmo. Os livros que trazem esse tipo conflito como principal
geralmente giram em torno de uma importante decisão da personagem.
Isso pode ser visto na procura por uma vocação em O Apanhador no Campo
de Centeio ou no isolamento em O Lobo da Estepe. Nesses dois exemplos o
reflexo externo é um conflito contra a sociedade.
Uma profecia, a própria sorte ou qualquer outro confronto originado por forças
maiores. Embora alguns o coloquem em sua própria categoria, ele sempre é
mostrado através de um dos tipos acima. Em A Batalha do Apocalipse, por
exemplo, temos o Dia do Juízo Final como convergente de todos os confrontos,
mas as lutas principais são de personagens contra personagens.
Pensamentos Finais
Os exemplos dados foram de livros que trazem aquele conflito como mais
evidente, mas você já deve ter percebido que muitos deles oscilam entre mais
de um tipo. Mesmo que você eleja um como principal, explore os outros em
seus conflitos secundários.