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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA - UNIARAGUAIA
2ª Edição – 2020

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio e para qualquer
fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais.

DIRETORIA GERAL
Professor Mestre Arnaldo Cardoso Freire
DIRETORIA FINANCEIRA
Professora Adriana Cardoso Freire
DIRETORIA ACADÊMICA
Professora Ana Angélica Cardoso Freire
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
Professor Hernalde Menezes
DIRETORIA PEDAGÓGICA:
Professora Mestra Rita de Cássia Rodrigues Del Bianco
VICE-DIRETORIA PEDAGÓGICA
Professor Mestre Hamilcar Pereira e Costa
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Professor Mestre Leandro Vasconcelos Baptista
COORDENAÇÃO GERAL DOS CURSOS TÉCNICOS
Professor Doutor Ronaldo Rosa Júnior
REVISÃO E APROVAÇÃO DE CONTEÚDO
Professor Doutor Ronaldo Rosa Júnior
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
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COORDENAÇÃO E REVISÃO TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO AUDIOVISUAL PARA
EaD, TV E WEB
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COORDENAÇÃO DE EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO DO CONTEÚDO TEXTUAL
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CENTRO UNIVERSITÁRIO ARAGUAIA - UNIARAGUAIA


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NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Polo Goiânia: Unidade Centro
Correio eletrônico: coord.ead@faculdadearaguaia.edu.br
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A AUTORA

ELAINE NICOLODI

Professora no Centro Universitário UniAraguaia e na Secretaria de Estado da


Educação de Goiás. Licenciada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de
Goiás (PUC-GO); Especialista em Leitura e Produção de Texto pela Universidade
Federal de Goiás (UFG); Mestre em Educação (PUC-GO) e Doutora em Educação
(UFG).

E-mail: elainearaguaia12@hotmail.com.

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 7
UNIDADE I – LEITURA DE DIFERENTES TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS ............ 8
1 CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, LINGUAGEM, LEITURA, DISCURSO E TEXTO ................. 8
1.1 O que é Língua/Linguagem .......................................................................................... 8
1.2 Discurso e Texto............................................................................................................. 9
1.3 Tipos e Gêneros Textuais .......................................................................................... 10
2 CONCEITO E ESTRUTURA DE TIPOS TEXTUAIS ........................................................ 11
2.1 Descrição ........................................................................................................................ 11
2.2 Narração.......................................................................................................................... 13
2.3 Dissertação .................................................................................................................... 17
3 TEXTOS JORNALÍSTICOS, ICONOGRÁFICOS E PUBLICITÁRIOS ......................... 19
3.1 Textos Jornalísticos .................................................................................................... 19
3.2 Textos Iconográficos ................................................................................................... 21
3.3 Textos Publicitários ..................................................................................................... 22
ATIVIDADE I ............................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 26

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APRESENTAÇÃO

Caro acadêmico, na intenção de uma formação ampliada, este curso será


oferecido na modalidade de educação a distância, considerando que o uso da
internet, bem como das mais diferentes redes sociais, faz parte do cotidiano da
sociedade atual.
Desse modo, pretende-se oferecer a você uma alternativa para o estudo em
qualquer local que esteja com acesso ao computador/à internet, flexibilizando seu
tempo para os estudos.
Durante um semestre, estaremos distantes fisicamente, mas conectados para
discutirmos, de modo consciente, a importância de mais uma disciplina que faz parte
de sua matriz curricular.
A disciplina Língua Portuguesa Aplicada abrange o estudo de textos relativos
às várias modalidades discursivas, incluindo as etapas de elaboração, aspectos
técnicos e redação; interpretação e elaboração de trabalhos de cunho técnico-
científicos.
Desse modo, é importante que você atinja os seguintes objetivos ao
completar esta disciplina: compreender a importância da linguagem para a
satisfação das necessidades humanas de interação; aprofundar os conhecimentos
em relação ao processo de leitura e interpretação; conhecer a estrutura das
diferentes modalidades discursivas, com ênfase para a linguagem técnico-científica;
fundamentar os conteúdos estudados por meio da elaboração de esquemas,
resumos, resenhas, ensaio, memorial, relatório.
Para que você consiga tais objetivos, a disciplina de Língua Portuguesa
Aplicada apresentará os seguintes conteúdos: na Unidade I, trataremos da Leitura
de Diferentes Tipos e Gêneros Textuais; na Unidade II, Leitura e Síntese
Textual; e na Unidade III, discorreremos sobre Textos Técnico-Científicos.
Para uma boa realização desta disciplina, preparei com dedicação as aulas que
serão utilizadas por você a partir deste momento. Conto com sua leitura atenta e
pormenorizada.
Bom trabalho! Bom semestre.
Um abraço,
a autora.

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UNIDADE I – LEITURA DE DIFERENTES TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS

1 CONCEPÇÃO DE LÍNGUA, LINGUAGEM, LEITURA, DISCURSO E TEXTO

É importante evidenciar-se que um novo paradigma possibilita perceber que a


educação na sociedade tecnológica tem um outro papel e, especificamente, ler e
escrever são atividades indissociáveis e intrinsicamente ligadas ao pensar.
Sendo assim, compreender um texto leva ao aprender a pensar. Esse
processo do pensar não atua apenas no âmbito acadêmico, coletivo, ele está
relacionado ao particular, ao sujeito, à constituição da subjetividade desse sujeito.
Desse modo, é preciso, primeiro, compreender alguns conceitos relacionados
à língua/linguagem para uma efetiva compreensão textual.

1.1 O que é Língua/Linguagem

Sendo o homem um ser social, ele precisa comunicar-se com os outros e é


por meio da linguagem que essa interação acontece cotidianamente. Uma das
formas de uso da linguagem é a língua.
Segundo Ferdinand Saussure (2004, p. 17), “[...] a língua [...] [é], ao mesmo
tempo, um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto de convenções
necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade
nos indivíduos”.
Se a língua é uma convenção criada, é preciso estar atento às regras para o
seu bom uso, uma vez que se um dos falantes não conhecer a língua do outro não
se efetivará a comunicação.
Quando se trata de usar a língua na modalidade escrita, ainda mais rígidas
são as regras, pois é estabelecida uma norma culta oficial para a escrita de
documentos oficiais, acadêmicos, técnico-científicos.
De acordo com Faraco e Tezza (2001, p. 9):

Apesar dessa presença absoluta na nossa vida (ou talvez justamente


por isso), ainda sabemos pouco sobre a linguagem e, em geral,
temos uma relação problemática com ela, principalmente em sua
forma escrita. Isto é, embora não sejamos nada sem a língua, parece
que ela permanece coisa estranha em nossa vida, como se ela não
nos pertencesse.

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Quanto à questão do pensamento e da linguagem, não se pode deixar de
considerar que a linguagem é uma construção social, então, também o próprio
domínio dessa linguagem, a própria autonomia em relação à linguagem, é uma
construção social, feita na interação entre os sujeitos participantes desse processo.

1.2 Discurso e Texto

O discurso é a língua em sua forma concreta, nas situações cotidianas, ou


seja, “um conjunto de regras anônimas, históricas sempre determinadas no tempo
espaço, que definiram em uma dada época, e para uma área social, econômica,
geográfica, ou linguística dada, as condições de exercício da função enunciativa”
(FOUCAULT, 1997, p. 43).
Muitos são os elementos que devem ser considerados na produção dos
discursos:
Dentre os elementos que podem influenciar na produção do discurso,
Orlandi (op.cit.) cita: condições de produção (dizem respeito à
situação em que o discurso se dá, é o momento);
interdiscurso/intradiscurso (diz respeito ao que foi dito e o
intradiscurso ao que está sendo produzido, é o real); paráfrase (é o
‘dizível’, o que está na memória); polissemia (são os diversos
sentidos atribuídos a uma única palavra); ideologia e sujeito (a
ideologia se materializa no discurso, é a visão de mundo, necessária
na relação sujeito língua x história); o dito e o não-dito (há elementos
não-ditos no discurso, mas podem ser facilmente identificados pelo
seu sentido) e a polifonia (são as várias vozes no discurso: o locutor,
o enunciador e o sujeito falante) (SANTOS, 2003).

O texto escrito é a base de nossas leituras acadêmicas, sendo assim, é


preciso compreender, realmente, o que ele é. Em um de seus manuscritos, O
problema do texto na linguística, na filosofia e em outras ciências humanas, Mikhail
Bakhtin (2011, p. 307-8) afirma que

O texto é a realidade imediata (realidade do pensamento e das


vivências) [...]. Onde não há texto não há objeto de pesquisa e
pensamento. [...]
Todo texto tem um sujeito, um autor (o falante, ou quem escreve).
[...]
Dois elementos que determinam o texto como enunciado: a sua ideia
(intenção) e a realização dessa intenção. As inter-relações dinâmicas
desses elementos, a luta entre eles, que determina a índole do texto.

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Desse modo, o leitor precisa ler o texto atentamente, buscando a intenção
do autor para compreendê-lo.
As autoras Koch e Elias (2010, p. 13) afirmam que

[...] no caso do texto escrito, ao contrário do que acontece com o


texto falado, contexto de produção e contexto de recepção, de
maneira geral, não coincidem nem em termos de tempo, nem de
espaço, já que escritor e leitor normalmente não se encontram
copresentes. Por isso, o produtor do texto tem mais tempo para o
planejamento, a execução mais cuidadosa do texto e a revisão, a
‘copidescagem’, sempre que for o caso.

Se o autor teve esse tempo de planejamento para o texto, o leitor não pode
ser apressado, indo ao texto rapidamente só para a busca de informações
pontuais (a menos que seja essa a intenção da leitura), mas deve debruçar-se
nele e ler com cuidado e atenção.
Para uma efetiva leitura e interpretação de um dado texto, é preciso saber o
que será analisado, quem escreveu, em qual situação de produção, se foi para um
público específico. No entanto, antes disso, é necessário saber sobre os diferentes
tipos e gêneros textuais.

1.3 Tipos e Gêneros Textuais

O uso concreto da língua se dá mediante os enunciados (textos). Para nos


comunicarmos, utilizamos uma série desses enunciados, dependendo das razões,
intenções, finalidades, dos mais diversificados assuntos. “Evidentemente, cada
enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora
seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do
discurso” (BAKHTIN, 2011, p. 262).
Há uma grande variação de gêneros discursivos em razão da necessidade
das diversas situações comunicativas a que estamos submetidos, para identificá-los,
é preciso observar a construção composicional (ou seja, sua forma), o conteúdo
temático, o estilo.
Quanto aos tipos textuais, são menos abrangentes e se fazem presentes em
várias situações comunicativas: a narração, a argumentação, a exposição, a
descrição, a injunção.

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Nesta Unidade, iremos observar alguns tipos recorrentes de textos que
aparecem nas mais variadas situações cotidianas de comunicação.

2 CONCEITO E ESTRUTURA DE TIPOS TEXTUAIS

Os tipos textuais constituem sequências de enunciados,

Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de


construção teórica definida pela natureza lingüística de sua
composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
lógicas}. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia
de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição,
descrição, injunção (MARCUSCHI, 2002, p. 12, itálicos no original).

É importante ressaltar que, para facilitar sua compreensão, eles estarão


apresentados separadamente, mas é bastante comum encontrar os tipos em um
mesmo gênero textual, conforme os exemplos a seguir.

2.1 Descrição

O texto descritivo é utilizado quando precisamos descrever algo ou alguém.


Quanto mais detalhes forem apresentados, mais facilmente o leitor terá a
possibilidade de construir uma imagem mental do que está sendo descrito.
Quanto à estrutura do texto descritivo, ele não costuma vir marcado
explicitamente por introdução, desenvolvimento e conclusão, no entanto, pode
seguir, mais ou menos, essa disposição.
Isso quer dizer que, inicialmente, é identificado o objeto ou ser que será
retratado; em seguida, são descritos seus aspectos mais gerais e, também, os mais
singulares (essa caracterização pode ser mais objetiva ou subjetiva, dependendo da
intenção do autor); por fim, conclui-se a descrição.
Para exemplificar, vejamos o texto a seguir.

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TEXTO 1: DESAFIOS DA OCTOGENÁRIA1

Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/go/goiania/historia.htm

Em outubro de 1933 Goiânia era apenas uma placa cravada no vazio do


Cerrado e um projeto na cabeça de seus fundadores, liderados por Pedro Ludovico
Teixeira. Em sua primeira década parecia um grande canteiro de obras. Em 1942 o
projeto ganhou forma e a cidade foi então inaugurada, mas as dificuldades pareciam
intransponíveis.
A segunda década de vida de Goiânia foi de muita luta para atrair moradores,
investimentos privados e, principalmente, para vencer deficiências de sua
infraestrutura básica, como energia elétrica. Ano após ano, a cidade foi se
transformando.
Passou pelos traumas da ditadura militar que cassou os mandatos do
governador e do prefeito, na década de 60, pela forte expansão urbana provocada
pela migração, na década 70, e abriu suas praças para o grito de liberdade de sua
população nos grandes comícios da redemocratização, nos anos 80. Seu
crescimento intensificou-se na direção de seus vizinhos até formar a região
metropolitana de Goiânia.
A capital chega hoje aos 80 anos de idade com cerca de 1,4 milhão de
habitantes, quase 1,1 milhão de veículos e 2.979 prédios comerciais e residenciais.
A cidade que venceu o desafio de se erguer no vazio do Cerrado agora precisa
vencer outros, como o intenso adensamento urbano e as dificuldades de mobilidade.
Neste momento é preciso comemorar seu aniversário, mas juntando energias para
vencer os novos desafios.

1 Jornal O Popular, 24 de outubro de 2013, Editorial.


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O Texto 1 faz uma breve descrição histórica da capital do estado de Goiás –
Goiânia. Neste caso, sobre sua estrutura inicial, até chegar aos 80 anos, em 2013,
com os números que apresentava naquela data.

2.2 Narração

O texto narrativo conta uma história em uma sequência de acontecimentos,


fazem parte da narrativa: espaço (onde); tempo (quando), personagens (quem),
narrador (conta a história), enredo (o que).
A estrutura da narrativa acontece da seguinte maneira: há uma situação
inicial, em que são apresentados as personagens e o espaço; a instalação de um
conflito; a tentativa de solução do conflito; o clímax, que é o ponto de maior tensão,
e o desfecho, quando é resolvido o conflito.

FIGURA 1: Estrutura da Narrativa

Fonte: http://www.lendo.org/termos-literarios-vestibular-enem/

O exemplo a seguir é de texto narrativo. É uma conhecida obra do escritor


goiano José J. Veiga, que nasceu em 1915, em uma fazenda próxima à cidade de
Corumbá de Goiás. Leia, atentamente, e perceba os elementos da narrativa.

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TEXTO 2: A MÁQUINA EXTRAVIADA (JOSÉ J. VEIGA)2

Você sempre pergunta pelas novidades daqui deste sertão, e finalmente


posso lhe contar uma importante. Fique o compadre sabendo que agora temos aqui
uma máquina imponente, que está entusiasmando todo o mundo. Desde que ela
chegou - não me lembro quando, não sou muito bom em lembrar datas - quase não
temos falado em outra coisa; e da maneira que o povo aqui se apaixona até pelos
assuntos mais infantis, é de admirar que ninguém tenha brigado ainda por causa
dela, a não ser os políticos.
A máquina chegou uma tarde, quando as famílias estavam jantando ou
acabando de jantar, e foi descarregada na frente da Prefeitura. Com os gritos dos
choferes e seus ajudantes (a máquina veio em dois ou três caminhões) muita gente
cancelou a sobremesa ou o café e foi ver que algazarra era aquela. Como
geralmente acontece nessas ocasiões, os homens estavam mal-humorados e não
quiseram dar explicações, esbarravam propositalmente nos curiosos, pisavam-lhes
os pés e não pediam desculpa, jogavam pontas de cordas sujas de graxa por cima
deles, quem não quisesse se sujar ou se machucar que saísse do caminho.
Descarregadas as várias partes da máquina, foram elas cobertas com
encerados e os homens entraram num botequim do largo para comer e beber. Muita
gente se amontoou na porta, mas ninguém teve coragem de se aproximar dos
estranhos porque um deles, percebendo essa intenção nos curiosos, de vez em
quando enchia a boca de cerveja e esguichava na direção da porta. Atribuímos essa
esquiva ao cansaço e à fome deles e deixamos as tentativas de aproximação para o
dia seguinte; mas quando os procuramos de manhã cedo na pensão, soubemos que
eles tinham montado mais ou menos a máquina durante a noite e viajado de
madrugada.
A máquina ficou ao relento, sem que ninguém soubesse quem a encomendou
nem para que servia. E claro que cada qual dava o seu palpite, e cada palpite era
tão bom quanto outro.
As crianças, que não são de respeitar mistério, como você sabe, trataram de
aproveitar a novidade. Sem pedir licença a ninguém (e a quem iam pedir?), retiraram
a lona e foram subindo em bando pela máquina acima - até hoje ainda sobem,
2
VEIGA, José. J. Melhores contos de J. J Veiga. Seleção de J. Aderaldo Castello. São Paulo:
Global, 2000.
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brincam de esconder entre os cilindros e colunas, embaraçam-se nos dentes das
engrenagens e fazem um berreiro dos diabos até que apareça alguém para soltá-
las; não adiantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças simplesmente se
apaixonaram pela tal máquina.
Contrariando a opinião de certas pessoas que não quiseram se entusiasmar,
e garantiram que em poucos dias a novidade passaria e a ferrugem tomaria conta do
metal, o interesse do povo ainda não diminuiu. Ninguém passa pelo largo sem ainda
parar diante da máquina, e de cada vez há um detalhe novo a notar.
Até as velhinhas de igreja, que passam de madrugada e de noitinha, tossindo
e rezando, viram o rosto para o lado da máquina e fazem uma curvatura discreta, só
faltam se benzer. Homens abrutalhados, como aquele Clodoaldo seu conhecido, que
se exibe derrubando boi pelos chifres no pátio do mercado, tratam a máquina com
respeito; se um ou outro agarra uma alavanca e sacode com força, ou larga um
pontapé numa das colunas, vê-se logo que são bravatas feitas por honra da firma,
para manter fama de corajoso.
Ninguém sabe mesmo quem encomendou a máquina. O prefeito jura que não
foi ele, e diz que consultou o arquivo e nele não encontrou nenhum documento
autorizando a transação. Mesmo assim não quis lavar as mãos, e de certa forma
encampou a compra quando designou um funcionário para zelar pela máquina.
Devemos reconhecer - aliás, todos reconhecem - que esse funcionário tem
dado boa conta do recado. A qualquer hora do dia, e às vezes também de noite,
podemos vê-lo trepado lá por cima espanando cada vão, cada engrenagem,
desaparecendo aqui para reaparecer ali, assoviando ou cantando, ativo e
incansável. Duas vezes por semana ele aplica kaol nas partes de metal dourado,
esfrega, sua, descansa, esfrega de novo - e a máquina fica faiscando como jóia.
Estamos tão habituados com a presença da máquina ali no largo, que se um
dia ela desabasse, ou se alguém de outra cidade viesse buscá-la, provando com
documentos que tinha direito, eu nem sei o que aconteceria, nem quero pensar.
Ela é o nosso orgulho, e não pense que exagero. Ainda não sabemos para
que ela serve, mas isso já não tem maior importância. Fique sabendo que temos
recebido delegações de outras cidades, do estado e de fora, que vêm aqui para ver
se conseguem comprá-la. Chegam como quem não quer nada, visitam o prefeito,
elogiam a cidade, rodeiam, negaceiam, abrem o jogo: por quanto cederíamos a

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máquina. Felizmente o prefeito é de confiança e é esperto, não cai na conversa
macia.
Em todas as datas cívicas a máquina é agora uma parte importante das
festividades. Você se lembra que antigamente os feriados eram comemorados no
coreto ou no campo de futebol, mas hoje tudo se passa ao pé da máquina. Em
tempo de eleição todos os candidatos querem fazer seus comícios à sombra dela, e
como isso não é possível, alguém tem de sobrar, nem todos se conformam e sempre
surgem conflitos. Felizmente a máquina ainda não foi danificada nesses
esparramos, e espero que não seja.
A única pessoa que ainda não rendeu homenagem à máquina é o vigário,
mas você sabe como ele é ranzinza, e hoje mais ainda, com a idade. Em todo caso,
ainda não tentou nada contra ela, e ai dele. Enquanto ficar nas censuras veladas,
vamos tolerando; é um direito que ele tem. Sei que ele andou falando em castigo,
mas ninguém se impressionou.
Até agora o único acidente de certa gravidade que tivemos foi quando um
caixeiro da loja do velho Adudes (aquele velhinho espigado que passa brilhantina no
bigode, se lembra?) prendeu a perna numa engrenagem da máquina, isso por culpa
dele mesmo. O rapaz andou bebendo em uma serenata, e em vez de ir para casa
achou de dormir em cima da máquina. Não se sabe como, ele subiu à plataforma
mais alta, de madrugada rolou de lá, caiu em cima de uma engrenagem e com o
peso acionou as rodas. Os gritos acordaram a cidade, correu gente para verificar a
causa, foi preciso arranjar uns barrotes e labancas para desandar as rodas que
estavam mordendo a perna do rapaz. Também dessa vez a máquina nada sofreu,
felizmente. Sem a perna e sem o emprego, o imprudente rapaz ajuda na
conservação da máquina, cuidando das partes mais baixas.
Já existe aqui um movimento para declarar a máquina monumento municipal -
por enquanto. O vigário, como sempre, está contra; quer sabe a que seria dedicado
o monumento. Você já viu que homem mais azedo?
Dizem que a máquina já tem feito até milagre, mas isso - aqui para nós - eu
acho que é exagero de gente supersticiosa, e prefiro não ficar falando no assunto.
Eu - e creio que também a grande maioria dos munícipes - não espero dela nada em
particular; para mim basta que ela fique onde está, nos alegrando, nos inspirando,
nos consolando.

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O meu receio é que, quando menos esperarmos, desembarque aqui um moço
de fora, desses despachados, que entendem de tudo, olhe a máquina por fora, por
dentro, pense um pouco e comece a explicar a finalidade dela, e para mostrar que é
habilidoso (eles são sempre muito habilidosos), peça na garagem um jogo de
ferramentas, e sem ligar a nossos protestos se meta por baixo da máquina e
desande a apertar, martelar, engatar, e a máquina comece a trabalhar. Se isso
acontecer, estará quebrado o encanto e não existirá mais máquina.

Com a leitura do Texto 2, é possível visualizar todos os elementos que


compõem um texto narrativo. Neste caso em específico, é observada a presença do
fantástico, com um desfecho curioso. Quem já não criou histórias assim quando
criança? Afinal, contar histórias é uma arte!

2.3 Dissertação

A dissertação é um tipo de texto expositivo, argumentativo ou opinativo a


respeito de um determinado assunto. No texto expositivo, há uma exposição de
ideias, teorias, conceitos, sem, obrigatoriamente, precisar convencer o leitor. No
caso do texto dissertativo argumentativo, pretende-se persuadir o leitor, convencê-lo.
Para compreender melhor, faça a leitura do texto que segue.

TEXTO 3: NA DIREÇÃO CERTA3

A política pública para a cadeia produtiva da soja e do milho adotada pelo


Governo de Goiás para produção, industrialização e exportação, nos parece boa e
segue na direção certa, pois equilibra a cadeia de produção como um todo –
agricultura, indústria de alimentos e bebidas, processamento, fábricas de rações,
avicultura, suinocultura, bovinocultura de corte e de leite, principal objetivo de todo
sistema de produção.
É importante destacar que a regra que define procedimentos para a
exportação de soja em grãos pelas tradings e indústrias instaladas em Goiás vigora

3
ALMEIDA, Antônio. Na direção certa. 10 jun. 2016. Disponível em:
<http://industriagoiana.com.br/?p=110>. Acesso em: 28 maio 2017.
17
desde 2006. As mudanças recentemente implementadas pelo governo goiano, com
a edição do Decreto nº 8.548/16 e a Portaria 126/16-GSF de 07.06.16, buscam
aperfeiçoar as operações comerciais com soja e milho em grãos, equilibrando
produção, mercado e abastecimento interno.
O equilíbrio se dá com a conciliação mais racional da exportação, com o
abastecimento interno e a segurança necessária aos investimentos tanto da
produção no campo, quanto para as diversas indústrias que têm a soja e o milho
como insumos ou matérias-primas, fazendo com que Goiás permaneça na dianteira
nacional da produção e exportação destas commodities.
Com a proximidade das indústrias das fontes de produção, a logística passa a
ser predominantemente de produtos processados. Essa operação cadencia os
fluxos de produção, evitando sua concentração nos meses de fevereiro, março, abril
e maio, beneficiando os vários elos da cadeia produtiva.
O governo de Goiás mantém sua atitude de seriedade na formulação de
políticas públicas e de compromisso com os setores produtivos, estimulando
investimentos no adensamento das cadeias produtivas da agroindústria.
A política pública de Goiás para exportação e industrialização de soja e milho,
ora implementada pelo governo goiano, proporciona muitos benefícios à sociedade
goiana, ao sistema produtivo como um todo e, em especial, garante a continuidade
do processo de industrialização que vem sendo construído pelos goianos desde os
anos de 1950. Por isso, a Fieg apoia as medidas do governador Marconi Perillo e
seus auxiliares em prol da industrialização de Goiás, pelo seu potencial de aumento
da geração de emprego e renda para os agentes econômicos e os trabalhadores
goianos.

Em sua estrutura, o Texto 3 apresenta, na introdução, um ponto de vista


sobre o tema; no desenvolvimento, aparecem os argumentos para a defesa do ponto
de vista; por fim, a conclusão.
Os três tipos de textos (descritivo, narrativo, dissertativo) apresentados são
muito utilizados em várias situações. Portanto, fique sempre atento à estrutura que
deve ser aplicada para cada um deles. O que vale é conseguir que o seu
destinatário, para quem você está dirigindo a mensagem, compreenda suas
intenções.

18
3 TEXTOS JORNALÍSTICOS, ICONOGRÁFICOS E PUBLICITÁRIOS

3.1 Textos Jornalísticos

A linguagem utilizada nos textos jornalísticos precisa ter clareza,


imparcialidade e objetividade. Quanto à estrutura do texto, é importante o uso de
frases curtas e ideias concisas. Entre os textos jornalísticos estão a notícia, que é
um texto informativo e impessoal, utilizando uma linguagem direta e formal. Na
notícia, há um lead (texto inicial que apresenta as principais informações e responde
às questões “o quê?”, “quem?”, “quando?”, “onde?”, “como”, “por quê?”). Após o
lead, segue a notícia completa.
Outro exemplo de texto jornalístico é o editorial, que apresenta a opinião do
dos editores do jornal/da revista. Estruturalmente, é um texto curto, iniciado também
pelo lead, quase sempre aborda um assunto que esteve presente na mídia
recentemente.
Outro texto presente no meio jornalístico é a crônica, que se refere a uma
narrativa subjetiva de acontecimentos e fatos cotidianos. Vejamos um exemplo de
crônica.

TEXTO 4: SER GOIANO4

Ser goiano é carregar uma tristeza telúrica num coração aberto de sorrisos. É
ser dócil e falante, impetuoso e tímido. É dar uma galinha para não entrar na briga e
um nelore para sair dela. É amar o passado, a história, as tradições, sem desprezar
o moderno. É ter latifúndio e viver simplório, comer pequi, guariroba, galinhada e
feijoada, e não estar nem aí para os pratos de fora.
Ser goiano é saber perder um pedaço de terras para Minas, mas não perder o
direito de dizer também uai, este negócio, este trem, quando as palavras se
atropelam no caminho da imaginação.
O goiano da gema vive na cidade com um carro-de-boi cantando na memória.
Acredita na panela cheia, mesmo quando a refeição se resume em abobrinha e
quiabo. Lê poemas de Cora Coralina e sente-se na eterna juventude.

4TELES, José Mendonça Teles. Ser goiano. In: TELES, José Mendonça Teles. Crônicas de
Goiânia. Goiânia: Kelps, 1998.

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Ser goiano é saber cantar música caipira e conversar com Beethoven,
Chopin, Tchaikovsky e Carlos Gomes. É acreditar no sertão como um ser tão
próximo, tão dentro da alma. É carregar um eterno monjolo no coração e ouvir um
berrante tocando longe, bem perto do sentimento.
Ser goiano é possuir um roçado e sentir-se um plantador de soja, tal o amor à
terra que lhe acaricia os pés. É dar tapinha nas costas do amigo, mesmo quando
esse amigo já lhe passou uma rasteira.
O goiano de pé-rachado não despreza uma pamonhada e teima em dizer ei,
trem bão, ao ver a felicidade passar na janela, e exclama viche, quando se assusta
com a presença dela.
Ser goiano é botar os pés uma botina ringideira e dirigir tratores pelas ruas da
cidade. É beber caipirinha no tira-gosto da tarde, com a cerveja na eterna saideira. É
fabricar rapadura, ter um passopreto nos olhos e um santo por devoção.
O goiano histórico sabe que o Araguaia não passa de um "corgo", tal a
familiaridade com os rios. Vive em palacetes e se exila nos botecos da esquina.
Chupa jabuticaba, come bolo de arroz e toma licor de jenipapo. É machista, mas
deixa que a mulher tome conta da casa.
O bom goiano aceita a divisão do Estado, por entender que a alma goiana
permanece eterna na saga do Tocantins.
Ser goiano é saber fundar cidades. É pisar no Universo sem tirar os pés deste
chão parado. É cultivar a goianidade como herança maior. É ser justo, honesto,
religioso e amante da liberdade.
Brasília em terras goianas é gesto de doação, é patriotismo. Simboliza poder.
Mas o goiano não sai por aí contando vantagem.
Ser goiano é olhar para a lua e sonhar, pensar que é queijo e continuar
sonhando, pois entre o queijo e o beijo, a solução goiana é uma rima.

20
3.2 Textos Iconográficos

Na comunicação, são utilizados variados meios. Entre eles, estão os


audiovisuais, pictográficos e simbólicos.

Para Basi (2004), as organizações podem utilizar-se assim de meios


de comunicação audiovisuais: (filmes sonoros, televisão,
demonstrações); pictográficos (pinturas, fotografias, desenhos,
diagramas, mapas, ideografias); escrito-pictográficos (cartazes,
filmes mudos com legendas, gráficos); simbólicos (luzes, bandeiras e
flâmulas, insígnias, sirenes, apitos, buzinas, sinos), ampliando assim
ainda mais suas possibilidades de interação tanto com seu público
interno quanto externo) (ANGELONI, 2010, p. 116, itálicos meus).

FIQUE SABENDO
Insígnias = medalhas, condecorações;
flâmulas = bandeiras, bandeirolas; estandartes.

Os exemplos, a seguir, representam meios de comunicação pictográficos e


simbólicos de representatividade para a cidade de Goiânia, como a fotografia antiga
do Palácio das Esmeraldas em comparação com uma mais atual, representando que
a cidade tem construções características da Art Déco no Brasil.

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O Palácio das Esmeraldas é a residência oficial dos governadores do estado
de Goiás. É um prédio Art Déco, projetado por Atílio Correia Lima e inaugurado em
1937, situado na Praça Cívica, n. 01, Centro.

3.3 Textos Publicitários

Os textos publicitários aparecem nas mais diversas mídias (impressas ou


digitais) na intenção, sobretudo, de divulgar um produto ou apresentar uma ideia.

Segundo Carvalho (2001), o papel da propaganda é importante na


sociedade atual, ocidentalizada e industrializada, pois através dela
podemos perceber as mudanças tanto na esfera do comportamento,
como também da mentalidade dos usuários/receptores. Além disso,
as propagandas funcionam como um meio de comunicação, podendo
transmitir mensagens de renovação, progresso, lazer, juventude,
entre outras inovações proporcionadas pela tecnologia moderna. [...]
De acordo com Sant’Anna (1973), a publicidade é um grande veículo
de comunicação com a massa, cuja finalidade é a de fornecer
informações, desenvolver atitudes e proporcionar benefícios para o
anunciante (no que diz respeito à venda de um produto ou de um
serviço) (SANTOS, 2003).

No caso a seguir, temos o exemplo de mensagem publicitária de uma


empresa que não está vendendo nenhum produto, mas quis prestar uma
homenagem ao aniversário da cidade de Goiânia.

Fonte: http://iltdacomunicacao.com.br/
22
É importante conhecer variados gêneros textuais que circulam nos meios de
comunicação, ficando atento ao tipo de linguagem utilizada, observando a
intencionalidade do discurso.
SAIBA MAIS...

LEITURA

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes


universitários. Petrópolis (RJ): Vozes, 2001.

RESUMO DA UNIDADE I

gênero
discursivo

língua

texto discurso

❖ Entre os tipos textuais temos a descrição (quando descrevemos algo ou


alguém); narração (quando contamos uma história em uma sequência de
acontecimentos, fazem parte da narrativa: espaço (onde); tempo (quando),
personagens (quem), narrador (conta a história), enredo (o que); dissertação
(texto expositivo, argumentativo ou opinativo a respeito de determinado
assunto).
❖ Há também os textos jornalísticos (que utilizam clareza, imparcialidade e
objetividade na linguagem, entre eles, a notícia, o editorial), além da crônica;
textos iconográficos (audiovisuais, pictografias e símbolos); publicitários
(pretendem divulgar um produto ou apresentar uma ideia).

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ATIVIDADE I

1 Fórum de Discussão

Discuta com seus colegas sobre a importância de conhecer variados tipos e gêneros
textuais, reconhecendo suas funções sociocomunicativas, considerando seus
contextos de produção e a diversidade de temáticas.

2 Leia os trechos, a seguir, e relacione as colunas com os tipos textuais.

(I) Narração – elementos: enredo (ação), personagem, tempo e espaço.


(II) Argumentação – busca-se convencer o interlocutor.
(III) Exposição – apresenta-se informação sobre algo específico.
(IV) Descrição – expor com detalhes algo ou alguém.

( ) – Mãe! – lá se foi Quelemente, gritando dentro da noite, até que a água lhe
encheu a boca aberta, lhe tapou o nariz, lhe encheu os olhos arregalados, lhe
entupiu os ouvidos abertos à voz da mãe que não respondia, e foi deixá-lo,
empazinado, nalgum perau distante, abaixo da cachoeira. (Bernardo Élis – Nhola
dos Anjos e a Cheia do Corumbá)

( ) Mesmo com o custo ainda elevado e o tempo de retorno relativamente longo, o


setor de construção sustentável já tem grandes iniciativas. No Rio de Janeiro, na
Cidade Nova, o prédio da Universidade Corporativa da Petrobras é o primeiro
prédio brasileiro de grande porte com certificação LEED. E o bom da onda de
construção verde é que ela não atinge apenas grandes empreendimentos ou é
demandada apenas por grandes empresas.
(http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2009/11/sustentabildiade-na-
construcao-civil.html).

( ) O próprio termo comunicação contém, etmologicamente, o sentido de "colocar


em comum", de compartilhar. Pode-se, hoje, facilmente mostrar que a comunicação
organizacional, tal como é conduzida, visa muito mais o controle e a dominação de
situações e dos empregados do que o "colocar em comum”. (Hélio Augusto de
Magalhães – http://www.comunicacaoempresarial.com.br)

( ) Desde Santo Antônio que ele rondava sá Quirina, procurando sempre ocasião
de lhe mostrar que, apesar dos seus sessenta e cinco anos e meio, um olho de
menos e falta de dente na boca, não era negro para se desprezar assim por um
canto, não – que sustância ainda ele tinha no peito para agüentar com a mulata e
mais a trouxa de sá Quitéria, sua mulher, se ele tinha! (Hugo de Carvalho Ramos –
O Saci).
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A sequência correta é a seguinte.
a) IV – III – II – I
b) III – II – I – IV
c) II – I – III – IV
d) I – II – III - IV

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REFERÊNCIAS

ANGELONI, Maria Terezinha. Comunicação nas organizações da era do


conhecimento. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRADE, M. M. de; HENRIQUES, A. Língua portuguesa: noções básicas para


cursos superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

BAKHTIN, M. N. Estética da criação verbal. São Paulo: M. Fontes, 2011.

FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de textos para estudantes


universitários. Petrópolis: Vozes, 2001.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária,


1997.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São


Paulo: Contexto, 2009.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:


DIONÍSIO, A. P., MACHADO, A. N., BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais &
ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1996.

SANTOS, Lucimara Pereira dos. A polissemia no discurso da propaganda.


In: CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL, 14., 2003, Campinas. Anais [...].
Campinas: Ed. da Unicamp, 22-25 jul. 2003.

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