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Resoluções de Problemas de Olimpı́adas de

Matemática

Linara Stéfani Facini1


André Precioso Marçal1
Lucas José Ferreira1
Antonio Aparecido de Andrade2

XXX SEMANA DA MATEMÁTICA - 22 a 26 de outubro de 2018


IBILCE - UNESP
São José do Rio Preto

1
Alunos do Curso de Matemática – IBILCE – UNESP – São José do Rio Preto.
2
Professor Associado - Departamento de Matemática – IBILCE – UNESP – São José do Rio Preto.
Sumário
1 Resumo 3

2 Introdução 3

3 Paridade 4

4 Congruência e critério de divisibilidade 5

5 Máximo Divisor Comum e Mı́nimo Múltiplo Comum 10

6 Exercı́cios de Lógica 14

7 Exercı́cios Propostos 17

8 Respostas dos Exercı́cios Propostos 19

9 Bibliografia 19

2
1 Resumo
O objetivo desta oficina é apresentar, discutir e resolver problemas de matemática, dos nı́veis
fundamental e médio da educação básica, que aparecem em Olimpı́adas tais como OBMEP -
Olimpı́ada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e OBM - Olimpı́ada Brasileira de
Matemática. Os problemas propostos serão trabalhados através da metodologia de resolução
de problemas. O publico alvo dessa oficina é formado de alunos de graduação de matemática
e professores e alunos da educação básica.

2 Introdução
Nas resoluções de problemas, voltados para Olimpı́adas de Matemática, os assuntos mais
trabalhados são: aritmética, contagem, geometria e lógica. Nesta apostila, vamos explorar de
perto a aritmética e a lógica.
Na aritmética, primeiramente vamos definir o conjunto no qual trabalharemos que são os
naturais que será denotado por N, (N = {0, 1, 2, 3, 4, ...}), e os inteiros que será denotado por
Z, (N = {..., −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, ...}). A ideia dos números naturais surgiu na Pré-História,
quando os nossos ancestrais contavam rebanhos e foi sendo aperfeiçoada pelos Egı́pcios, já que
estavam acontecendo muitos progressos como a construção da pirâmides. Os números inteiros
surgiu da necessidade de obter um fechamento nas propriedades dos naturais, já que 2 − 3, por
exemplo, não estava definido nesse conjunto. Historicamente, com o inı́cio do Renascimento
tivemos a expansão comercial que aumentou o fluxo de dinheiro, assim os comerciantes pre-
cisavam de algo que expressa-se seus lucros e prejuı́zos. Com esses conjuntos, possibilitou-se
o estudo da paridade, do sistema decimal, da divisão euclidiana, do MDC e MMC (máximo
divisor comum e mı́nimo múltiplo comum), dos critérios de divisibilidade e etc.
Visando explorar o raciocı́nio, vamos estudar problemas que trazem com sigo a ideia de
lógica. Esse tipo de exercı́cio vem ganhando frente em concursos públicos e também em
Olı́mpiadas de Matemática por sua simplicidade e ao mesmo tempo dificuldade, pois nem
sempre precisamos de conteúdos complicados de matemática, em geral precisamos ter ideias
que nos levem por caminhos simples que resolvam o problema.

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3 Paridade
A paridade é um conceito bem simples da matemática que classifica os números inteiros em
dois subconjuntos que serão chamados de números pares e números ı́mpares.

Definição 3.1. A paridade é a caracterı́stica de um número ser par ou ı́mpar, assim os


números pares serão aqueles da forma 2k, com k ∈ Z, e os números ı́mpares serão aqueles da
forma 2k + 1, com k ∈ Z.

Para resolver esses tipos de exercı́cios precisamos responder as seguintes perguntas:

• Existem dois números pares consecutivos?

• Exitem dois números ı́mpares consecutivos?

• Existe um número natura que não é par e nem ı́mpar?

• Qual a paridade do resultado da soma?

– ”par”+ ”ı́mpar”?
– ”ı́mpar”+ ”par”?
– Se somarmos uma quantidade par de números ı́mpares?
– Se somarmos uma quantidade ı́mpar de números ı́mpares?

Vamos resolver alguns exemplos sobre esse tema:

Exercı́cio 3.1. Você pode encontrar cinco números ı́mpares cuja soma seja 100? Justifique a
sua resposta.

Solução: Temos 5 números ı́mpares, logo estamos somando uma quantidade ı́mpar de números
ı́mpares. Como visto anteriormente, essa soma será ı́mpar, portanto não pode ser 100, pois 100
é um número par.

Exercı́cio 3.2. Pedro comprou um caderno com 96 folhas e numerou-as de 1 a 192. Vitor
arrancou 25 folhas do caderno de Pedro e somou os 50 números que encontrou escritos nas
folhas. Esta soma poderia ser igual a 1990? Justifique a sua resposta.

Solução: Em cada página do caderno, de um lado está escrito um número ı́mpar e do outro
lado está escrito um número par. Assim Vitor somou 25 números ı́mpares (obtendo um número
ı́mpar) e somou 25 números pares (obtendo um número par). Como a soma de um número
ı́mpar com um número par é um número ı́mpar, esta soma não pode ser igual ao número 1990,
pois esse número é par.

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Exercı́cio 3.3. Sem fazer a conta, determine se o seguinte número é par ou ı́mpar:

3 × (5731 − 3597)2017 + (9876 − 6789)1500

Solução: Vamos analisar o número dado por partes: A diferença 5731−3597 é um número par,
pois é a diferença entre dois números ı́mpares. A potência (5731 − 3597)2017 é um número par,
pois ela representa uma multiplicação de vários números pares. O produto 3 × (5731 − 3597)2017
é par, pois é o resultado da multiplicação de um número ı́mpar por um número par. Na outra
parcela da soma, a diferença 9876 − 6789 é um número ı́mpar, pois é a diferença entre um
par e um ı́mpar. A potência (9876 − 6789)1500 é um número ı́mpar, pois ela representa uma
multiplicação de vários números ı́mpares. Concluı́mos então que na expressão dada, a primeira
parcela da soma é par e a segunda parcela da soma é ı́mpar. O resultado da soma é, portanto,
ı́mpar.

Exercı́cio 3.4. O quadrado de 13 é 169, que tem como algarismo das dezenas o número 6. O
quadrado de outro número tem como algarismo das dezenas o número 7. Quais são os possı́veis
valores para o algarismo das unidades desse quadrado?

Solução: Seja 10a + b o número, sendo b o seu algarismo das unidades. O quadrado do número
é (10a + b)2 = 100a2 + 20ab + b2 . O algarismo das dezenas do quadrado é igual ao algarismo
das dezenas de 20ab + b2 .Como o algarismo das dezenas de 20ab é par, para que o algarismo
das dezenas de 20ab + b2 seja igual a 7 e, portanto, ı́mpar, é necessário que o algarismo das
dezenas de b2 seja ı́mpar. Mas como b ∈ 0, 1, 2, . . . , 9, então b2 é ı́mpar se, e somente se b = 4
ou b=6. Em ambos os casos (b = 4 e b = 6), tem-se que o algarismo das unidades de b2 é 6.
Como o algarismo das unidades do quadrado do número, que é 100a2 + 20ab + b2 , é igual ao
algarismo das unidades de b2 , então o algarismo das unidades do quadrado do número é 6.

4 Congruência e critério de divisibilidade


Os critérios de divisibilidade são regras que permitem verificar se o número inteiro é divisor
de um outro número inteiro, baseando-se em propriedades da sua representação decimal.

Um número inteiro an an−1 an−2 · · · a2 a1 a0 pode ser escrito na base decimal como:
an an−1 an−2 · · · a2 a1 a0 = an ×10n +an−1 ×10n−1 +an−2 ×10n−2 +· · ·+a2 ×102 +a1 ×101 +a0 ×100

Por outro lado, um número inteiro a pode ser decomposto pela divisão euclidiana como:

Com a sendo o dividendo, b divisor, q quociente e r resto, temos a seguinte decomposição:


a = bq + r, com 0 ≤ r < b.

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Definição 4.1. Seja dado um número inteiro m maior do que 1. Dizemos que dois números
inteiros a e b são congruentes módulo m se a e b possuı́rem o mesmo resto quando divididos
por m. Neste caso simbolizaremos esta situação como segue:
a ≡ b (mod m).

Observação 4.1. Quando a e b não são congruentes módulo m, escrevemos a 6≡ b (mod m).

Exemplo 4.1. Alguns exemplos de congruência:

1. 15 ≡ 8 (mod 7), pois o resto das divisões de 15 e de 8 por 7 são os mesmo (iguais a 1).

2. 31 6≡ 29 (mod 3), pois os restos das divisão de 31 por 3 é 1, enquanto o resto da divisão
de 29 por 3 é 2.

Proposição 4.1. Tem-se que a ≡ b (mod m) se, e somente se, m divide b − a.

Demonstração: De fato, pelo algoritmo da divisão, podemos escrever: a = mq1 + r1 e


b = mq2 + r2 , onde 0 ≤ r1 < m e 0 ≤ r2 < m. Sem perda de generalidade, podemos su-
por que r1 ≤ r2 (se o contrário ocorrer, basta trocar os papéis de r1 e r2 ). Assim podemos
escrever: b − a = m(qe − q1 ) + r2 − r1 . Logo, m divide b − a se, e somente se, m divide r2 − r1 .
Por ser 0 ≤ r2 − r1 < m, segue que m divide b − a se, e somente se, r2 − r1 = 0, ou seja, se, e
somente se r2 = r1 .

Proposição 4.2 (Critérios de Congruência). Definido congruência, iremos enunciar alguns


critérios de divisibilidade e demonstrá-los.

• Por 2: O número n é divisı́vel por 2 se, e somente se, a0 é par.


De fato, como 10 ≡ 0(mod 2), segue que ak 10k ≡ 0(mod 2), para todo k > 0. Assim,
n ≡ 0(mod 2) se, e somente se, a0 ≡ 0(mod 2).

• Por 3: O número n é divisı́vel por 3 se, e somente se, a0 + a1 + · · · + an ≡ 0(mod 3).


De fato, como 10 ≡ 1(mod 3), segue que ak 10k ≡ 1(mod 2), para todo k > 0. Assim,
n − a0 ≡ a1 + · · · + an ≡ (mod 3). Portanto, n ≡ 0(mod 3) se, e somente se, a0 + a1 +
· · · + an ≡ 0(mod 3.

• Por 4: O número n é divisı́vel por 4 se, e somente se, a0 + 2a1 n ≡ 0(mod 4).
De fato, como 10 ≡ 2(mod 4), segue que 10k ≡ 0(mod 4), para todo k > 1. Assim,
a2 102 + · · · + ak 10k ≡ 0(mod 4). Agora, a0 + a1 10 ≡ a0 + 2a1 (mod 4). Portanto,
n ≡ a0 + 2a1 (mod 4), ou seja, n ≡ 0(mod 4) se, e somente se, a0 + 2a1 ≡ 0(mod 4).
Neste caso, a0 + 10a1 ≡ 0(mod 4) se, e somente se, a0 + 2a1 ≡ 0(mod 4).

• Por 5: O número n é divisı́vel por 5 se, e somente se, a0 é 0 ou 5.


De fato, como 10 ≡ 0(mod 5), segue que ak 10k ≡ 0(mod 5), para todo k > 0. Assim,
n ≡ 0(mod 5) se, e somente se, a0 ≡ 0(mod 5).

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• Por 6: O número n é divisı́vel por 6 se, e somente se, n é divisı́vel por 2 e 3.
De fato, como n ≡ 0(mod 6) se, e somente se, n ≡ 0(mod 2) e n ≡ 2(mod 3), segue que
6 | n se, e somente se, 2 | n e 3 | n.

• Por 7: O número n é divisı́vel por 7 se, e somente se, a2 a1 a0 − a5 a4 a3 + ... ≡ 0(mod 7)


(Este critério também vale para 11 e 13).
De fato, como (103 ) ≡ −1 (mod 7), segue que (103 )i ≡ (−1)i (mod 7), para todo i > 0.
Assim n ≡ 0 (mod 7) se, e somente se, a2 a1 a0 − a5 a4 a3 + ... ≡ 0(mod 7).

• Por 8: O número n é divisı́vel por 8 se, e somente se, a0 + 2a1 + 4a2 ≡ 0(mod 8).
De fato, como 10 ≡ 2(mod 8), segue que 102 ≡ 4(mod 8) e 10k ≡ 0(mod 8), para todo
k > 2. Assim, n ≡ 0(mod 8) se, e somente se, a0 + 2a1 + 4a2 ≡ 0(mod 8).

• Por 9: O número n é divisı́vel por 9 se, e somente se, a0 + a1 + a2 + · · · + am ≡ 0(mod 9).


De fato, como 10 ≡ 1(mod 9), segue que 10k ≡ 1(mod 9), para todo k > 0. Assim,
n ≡ 0(mod 9) se, e somente se, a0 + a1 + · · · + am ≡ 0(mod 9).

• Por 10: O número n é divisı́vel por 10 se, e somente se, a0 ≡ 0(mod 10).
De fato, como 10 ≡ 0(mod 10), segue que 10k ≡ 0(mod 10), para todo k > 0. Portanto,
n ≡ 0(mod 10) se, e somente se, a0 ≡ 0(mod 10).

• Por 11: O número n é divisı́vel por 11 se, e somente se, a0 − a1 + a2 + · · · + (−1)m am ≡


0(mod 11).
De fato, como 10 ≡ −1(mod 11), segue que 102k ≡ 1(mod 11) e 102k+1 ≡ −1(mof 11),
para todo k > 0. Assim, n ≡ a0 − a1 + a2 − a3 + · · · + (−1)m am ≡ (mod 11). Portanto,
n é divisı́vel por 11 se, e somente se, a0 − a1 + a2 + · · · + (−1)m am é divisı́vel por 11, ou
seja, a0 − a1 + a2 + · · · + (−1)m am ≡ 0(mod11).

Seguem agora os exercı́cios voltados para os critérios de divisibilidade e padrões que são
construı́dos pela divisão euclidiana.

Exercı́cio 4.1. A figura a baixo representa o traçado de uma pista de corrida. Os pontos A,
B, C e D são usados para partidas e chegadas de todas as corridas. As distâncias entre postos
vizinhos, em quilômetros, estão indicadas na figura e as corridas são realizadas no sentido
indicado pela flecha. Por exemplo, uma corrida de 17 quilômetros pode ser realizada com
partida em D e chegada em A.
a) Quais são os pontos de partida e chegada de uma corrida de 14 quilômetros?
b) E para uma corrida de 100 quilômetros, quais são eses postos?
c) Mostre que é possı́vel realizar corridas com extensão igual a qualquer número inteiro de
quilômetros.

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Solução:
a) Uma volta completa em torno de uma pista tem extensão de 1km+2km+6km+4km =
13km. Por isto, para percorrer 14km é preciso dar uma volta completa e percorrer mais 1km.
A única forma de percorrer 1km respeitando-se o sentido da corrida é começando em A e
terminando em B. Portanto a corrida deve começar em A, dar uma volta completa e terminar
em B.
b) Como 100 = 7x13 + 9, uma corrida de 100km corresponde a dar 7 voltas completas na
pista e a percorrer mais 9km. A única forma de percorrer 9km respeitando-se o sentido da
corrida é começando em A e terminando em D. Portanto a corrida deve começar em A, dar 7
voltas completas e terminar em D.
c) Como sugerido nos itens anteriores, a solução do problema está baseada na ideia de dar
uma certa quantidade de voltas sem exceder o comprimento da corrida e depois localizar trechos
convenientes para percorrer a distância restante. Do ponto de vista matemático, este procedi-
mento corresponde a efetuar o algoritmo de divisão com divisor igual a 13. Por uma inspeção
direta, pode-se verificar que é possı́vel executar qualquer corrida com comprimento igual a 1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ou 12km. Se a corrida tem comprimento um múltiplo qualquer de 13km,
podemos começar num ponto, dar um certo número de voltas, e voltar para o mesmo ponto de
partida. E se a corrida tem um comprimento maior que 13, efetuamos a divisão deste número
por 13. O quociente corresponde ao número de voltas e o resto é um pedaço de uma volta de
comprimento de 1km até 12km, que sempre pode ser percorrido, como comentamos anterior-
mente. Por exemplo, se a extensão da corrida é 109 = 8x13 + 5, ela deve começar no posto D,
dar 8 voltas completas, retornando então a D, e depois percorre o trecho de D a B, que tem 5km.

Exercı́cio 4.2. Qual é o algarismo da unidade do número 31 + 32 + 33 + 34 + · · · + 32013 .

Solução: Para calcular o algarismo da casa da unidade da soma 31 + 32 + 33 + 34 + · · · + 32013 ,


precisamos saber qual é o algarismo da casa da unidade de cada parcela da soma. No exercı́cio
anterior vimos que os algarismos das unidades das potências de 3 formam um sequência que
se repete periodicamente (sempre 3, 9, 7 e 1, nessa ordem). Somando esses quatro números
obtemos . Como 20 termina em zero, essa soma não afeta o algarismo da unidade, porque
somar um número que termina em zero com outro número não altera o algarismo da unidade
desse último número.
Assim precisamos apenas saber quantos conjuntos de 4 dessas somas temos na soma dese-
jada, que é 31 + 32 + 33 + 34 + · · · + 32013 . Dividindo 2013 por 4 obtemos quociente 503 e resto
1. Assim, somando as casas das unidades de cada parcela da soma desejada, encontramos 503
somas do tipo e mais uma parcela igual a 3. Isso implica que o algarismo da unidade da soma

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desejada é igual a 3.

Exercı́cio 4.3. Uma faixa quadriculada tem 5 quadradinhos na altura e 250 quadradinhos no
comprimento. Alguns quadradinhos serão pintados de cinza, começando da esquerda, conforme
o modelo ilustrado na figura, e continuando com este padrão até chegar ao final da faixa à
direita. Nesta faixa, quantos quadradinhos não serão pintados?

Solução: Observe que a figura dada no enunciado tem alguma espécie de simetria, algo que
se repete de tempos em tempos. Neste tipo de questão, quando percebemos uma repetição,
algo periódico, precisamos encontrar esse padrão que fica se repetindo infinitamente. Observe
que, neste exercı́cio, para pintar toda a faixa, basta copiar lado-a-lado o retângulo padrão de 5
linhas e 4 colunas mostrado na figura ao lado.
Neste retângulo padrão temos 7 quadradinhos pintados e 13 quadradinhos não pintados.
Precisamos saber quantos retângulos padrão cabem na faixa. A faixa tem 250 colunas e cada
retângulo padrão tem 4 colunas. Da divisão de 250 por 4 temos que 25=4x62+2, e concluı́mos
que na faixa cabem 62 retângulos padrão, sobrando ainda duas colunas.
Nos 62 retângulos padrão temos 62x13=806 quadradinhos não pintados. Falta agora ve-
rificar quais os quadradinhos não pintados nas duas colunas finais da faixa. Ora, essas duas
colunas finas são as duas primeiras colunas do retângulo padrão. Portanto, nessas colunas
temos 6 quadradinhos não pintados. Finalmente, o número de quadradinhos não pintados em
toda a faixa é 806+6=812.

Exercı́cio 4.4. Gustavo fez uma tira com 300 hexágonos, fixando-os pelos lados comuns com
um adesivo redondo, como na figura. Quantos adesivos ele usou?

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Solução:
(Primeira solução) Para fixar o trio de hexágonos 1-2-3, Gustavo usou três adesivos. O
mesmo ocorreu para fixar os demais noventa e nove trios de hexágonos: 4-5-6, 7-8-9, 10-11-12,
..., 298-299-300. Como são 100 trios e 3 adesivos para cada trio, Gustavo usou 100x3=300
adesivos nessa montagem de trios.
Agora, para fixar um trio no outro, Gustavo usou dois adesivos. Como o primeiro trio não
precisou ser fixado a ninguém, Gustavo usou então 99x2=198 adesivos para juntar um trio no
outro. No total, ele usou adesivos.
(Segunda solução) Para fixar os quatro primeiros hexágonos 1-2-3-4, Gustavo usou cinco
adesivos. Na sequência, para fixar os adesivos 4-5-6-7, Gustavo também usou cinco adesivos.
Isso segue até o final da figura montada pelo Gustavo, com exceção da última sequência em
que são usados 2 cartões a menos. Como temos 300 cartões, temos 100 desses conjuntos de
quatro cartões, lembrando que no último desses conjuntos são usados apensas 3 cartões. Daı́
concluı́mos que foram usados 100x5-2=498 adesivos (ou 99x5+3).

5 Máximo Divisor Comum e Mı́nimo Múltiplo Comum


Nesta seção exploraremos o conceito de múltiplos e divisores, obtendo suas principais ideias
para as resoluções de exercı́cios.

Definição 5.1 (MDC). Um número d é o máximo divisor comum de a e b, com a, b ∈ Z se:

• d ≥ 0;

• d|a e d|b;

• Se existir um c ∈ N tal que c|a e c|b, temos que c|d.

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Denotaremos o máximo divisor comum por mdc(a, b), nesse caso mdc(a, b) = d.
Em d|a, lê-se d ”divide”a.

Observação 5.1. Temos as seguintes observações:


1. É imediato que mdc(a, b) = mdc(b, a);

2. O mdc(0, 0) = 0 por convenção;

3. O mdc(a, 1) = 1;

4. Se a 6= 0, então o mdc(a, 0) = |a|;

5. Se a|b, então o mdc(a, b) = |a|.

Definição 5.2. Sejam a, b ∈ Z, se mdc(ab) = 1m dizemos que esses números são primos
entre si, ou seja, entre eles não existe nenhum fator em comum.

Exemplo 5.1. O mdc de 16 e 24 é 8, ou seja, mdc(−16, 24) = mdc(16, −24) = mdc(−16, −24) =
8.

O próximo resultado nos possibilita ver como funciona o algoritmo do mdc de Euclides, que
é uma maneira prática de calcular o mdc.

Proposição 5.1. Sejam a, b, c ∈ Z, então o mdc(a, b) = mdc(a, b − ac).


Demonstração: Seja o mdc(a, b) = d, assim por definição sabemos que d|a e d|b, dessa forma
a = dq1 e b = dq2 , com q1 , q2 ∈ Z. Por outro lado, b − ac = dq2 + dq1 c = d(q2 + q1 c), logo
d|(b − ac). Suponha que exista d0 ∈ N tal que d0 |a e d0 |(b − ac), logo a = d0 m1 e b − ac = d0 m2 ,
isso implica que, b − ac = d0 m2 ⇒ b − d0 m1 c = d0 m2 ⇒ b = d0 (m1 + m2 ) ⇒ d0 |b. Pelo fato de
d0 |a e d0 |b, como d = mdc(a, b), por definição d0 |d. Concluindo a demonstração vimos que d|a e
d|(b − ac), supomos que existia um d0 , cujo d0 |a e d0 |(b − ac) e chegamos que d0 |d, portanto por
definição mdc(a, b − ac) = d.

Observação 5.2. Veja que se tivermos b=ac+r, com 0 ≤ r < a e a, b, c, r ∈ Z, então


mdc(a, b) = mdc(a, b − ac) = mdc(a, r). Podemos fazer isso sucessivas vezes até obtermos
mdc(g, 0) = |g|, g ∈ Z, esse processo é chamado de algoritmo do mdc de Euclides.

Exemplo 5.2. Vamos calcular o mdc(372, 162), para isso montaremos uma tabela que será
descrita da seguinte forma: na segunda linha calcularemos o mdc dos dois primeiros números,
assim o quociente desta divisão será colocado na primeira linha e o resto na terceira linha.
Após isso, o resto passa a ser o divisor e o divisor anterior será o dividendo da nova conta.
Assim calcularemos até chegar no resto 0, portanto o último divisor será o mdc, neste caso
mdc(372, 162) = 6, como segue a figura abaixo:

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Definição 5.3 (MMC). Um número m é o mı́nimo múltiplo comum de a e b, com a, b ∈ Z se:

• m ≥ 0;

• a|m e b|m;

• Se existir um n ∈ N tal que a|n e b|n, temos que m|n.

Denotaremos o mı́nimo múltiplo comum por mmc(a, b), nesse caso mmc(a, b) = m.

Observação 5.3. Temos as seguintes observações:

1. É imediato que mmc(a, b) = mmc(b, a);

2. O mmc(0, 0 = 0) ;

3. O mmc(a, 1) = |a|.

Exemplo 5.3. O mmc de 26 e 18 é 234, ou seja, mdc(−26, 18) = mdc(26, −18) = mdc(−26, −18) =
234.

Proposição 5.2. Para a, b ∈ Z, temos que mdc(a, b) × mmc(a, b) = |a × b|. Em particular se


mdc(a, b) = 1, mmc(a, b) = |a × b|.

Demonstração: Basta considerar o caso em que a ≥ 0 e b ≥ 0. Se a = 0 e b = 0, te-


mos mdc(a, b) = 0 = mmc(a, b) = |a × b|, como querı́amos. Sejam agora a > 0 e b > 0,
e d = mdc(a, b). Lembrando que d > 0, como d|a, d|b], temos d|ab, e dai podemos conside-
ab
rar m = ∈ Z. Vamos provar que m = mmc(a, b). Temos que m > 0, pois a, b > 0 e
a
a b ab
d > 0. Como d|a e d|b, segue que: u = e v = . Assim m = = av = bu. Logo,
d 0 d d
a|m e b|m. Seja m ∈ Z tal que a|m e b|m . Então existem r, s ∈ Z tal que m0 = ar e
0 0

a b a b a a
m0 = br, assim ar = bs ⇒ r = s ⇒ ( )| s ⇒ ( ), então existe t ∈ Z, logo s = t . Logo,
d d d d s d
0 a ba 0
m = bs = b t = t = mt ⇒ m|m .
d d

Definição 5.4 (Números Primos). Um número inteiro p, é chamado de número primo se


as condições se verificam, p 6= 0, p 6= −1 e p 6= 1 e seus únicos divisores são −1, +1, −p e p.

Observação 5.4. Se o número não for primo dizemos que ele é composto.

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Neste momento vamos trabalhar com os seguintes exercı́cios que abordam mdc e mmc em
diferentes situações.

Exercı́cio 5.1. Mariana produziu 108 barras de chocolate branco e 162 barras de chocolate ao
leite.
a) Ela juntou toda a sua produção e colocou 18 barras em cada pacote. Quantos pacotes
foram formados?
b) Se forem colocadas quantidades iguais em cada pacote, sem misturar os tipos de chocolate,
quantas barras, no máximo, poderá haver em cada pacote? Quantos pacotes de chocolate ao
leite foram formados?

Solução:
a) Como a produção total é de 108 + 162 = 270 barras de chocolate e foram colocadas 18
270
barras em cada pacote, então foram formados = 15 pacotes.
18
b) Seja n a quantidade de barras de chocolate em cada pacote. Sejam x e y as quantidades
de pacotes de chocolate branco e de pacotes de chocolate ao leite, respectivamente. Então,
n × x = 108 e n × y = 162. Assim, n é um divisor comum de 108 e 162. Para que n seja
máximo, deve-se tomar n como sendo igual ao mdc(108, 162) = 54, que é a quantidade máxima
de barras em cada pacote. Neste caso, a quantidade de pacotes de chocolate ao leite é igual a
162 162
y= = = 3.
n 54

Exercı́cio 5.2. Precisamos remeter duas encomendas de sabonetes idênticos para dois compra-
dores diferentes. Um pediu 420 sabonetes e o outro pediu 480 sabonetes. Queremos acondicionar
os sabonetes em embalagens idênticas que sirvam para atender aos dois pedidos. Quantos sabo-
netes devem caber em cada uma das embalagens para que possamos atender as duas demandas
utilizando a menor quantidade possı́vel de embalagens?

Solução: Seja n a quantidade de sabonetes que cabem na embalagem. Sejam x e y as quanti-


dades de embalagens a serem enviadas para o primeiro comprador e para o segundo comprador,
respectivamente. Então, n × x = 420 e n × y = 480. Assim, n é um divisor comum de 420
e 480. Para que x e y tenham menor valor possı́vel, deve-se tomar n como sendo igual ao
mdc(420, 480) = 60.

Exercı́cio 5.3. A festa de aniversário de André tem menos do que 120 convidados. Para
o jantar, ele pode dividir os convidados em mesas completas de seis pessoas ou em mesas
completas de sete pessoas. Em ambos os casos, são necessárias mais do que 10 mesas e todos
os convidados ficam em alguma mesa. Quantos são os convidados?

Solução: Como podemos repartir o total de convidados em mesas de 6 ou 7 pessoas, então o


número de convidados é um múltiplo de 6 e de 7. Como mdc(6, 7) = 42, então o número de
convidados é múltiplo de 42. Como o número de convidados é menor do que 120 e os múltiplos
de 42 menores do que 120 são 42 e 84, então só podemos ter 42 ou 84 convidados. Por outro
lado, como são necessárias mais do que 10 mesas, então há mais do que 6 × 10 = 60 convidados.
Logo, o número de convidados é 84.

13
Exercı́cio 5.4. Em um quadro são escritos os 2014 inteiros de 1 até 2014. Permite-se realizar
a seguinte operação: escolher dois números do quadro a e b, apagá-los e escrever em seus lugares
os números mdc(a,b) e mmc(a,b). Essa operação pode ser feita com quaisquer dois números
que estão no quadro, incluindo os números que resultaram de operações anteriores. Determine
qual é a maior quantidade de números 1 que podemos deixar no quadro.
Solução: A maior quantidade de números 1 que podemos deixar no quadro é 1007. Para obter
essa quantidade de números 1, basta tomar os pares de números consecutivos, (1,2), (3,4), (5,6),
..., (2013,2014) e realizar a operação em cada par. Como o máximo divisor comum de números
consecutivos é igual a 1 (explique isso!), cada um dos máximos divisores comuns será igual a
1, gerando-se 1007 números iguais a 1 no quadro. Por outro lado, não é possı́vel obter mais
do que 1007 números iguais a 1 no quadro, pois a quantidade de números pares não se altera
no decorrer das operações. Isso ocorre porque o mdc e o mmc de dois números pares são pares
(explique isso!); o mdc e o mmc de dois números ı́mpares são ı́mpares (explique isso!); e o mdc
e o mmc de um número par e um número ı́mpar é ı́mpar e par, respectivamente (explique isso!).
Assim, inicia-se com 1007 números pares no quadro e sempre haverá 1007 números pares no
quadro, não podendo, portanto, haver mais de 1007 números 1 (que é ı́mpar) no quadro.

6 Exercı́cios de Lógica
Nesta seção vamos abordar a lógica de forma a desenvolver o raciocı́nio e a compreensão
nos diversos exercı́cios.

Exercı́cio 6.1. Em Quixajuba choveu em 10 manhãs e em 17 tardes do mês de janeiro de 2010.


Não choveu em 12 dias. Em quantos dias choveu apenas pela manhã?

Solução: Como não choveu em 12 dias e como Janeiro tem 31 dias, choveu em 31-12=19
dias. Em 17 desses 19 dias choveu à tarde, logo choveu apenas pela manhã em 19-17=2 dias.
Podemos também concluir que choveu apenas à tarde em 19-10=9 dias.
Mais geralmente, podemos raciocinar como segue. Choveu em 19 dias, dos quais em 10
dias choveu pela manhã e em 17 à tarde. Ao efetuar a soma 10+17=27, contamos os dias em
que choveu tanto pela manhã à tarde duas vezes; desse modo, o número de dias em que cho-
veu tanto pela manhã quanto à tarde foi de 10+17-19=8. Logo choveu apenas pela manhã em
10-8=2 dias e choveu apenas à tarde em 17-8=9 dias. O diagrama a seguir conta toda a história.

Exercı́cio 6.2. Joãozinho distribuiu bolas em caixas numeradas de 1 a 2016. Ele fez isso de
forma que o número total de bolas, em quaisquer cinco caixas consecutivas, fosse sempre o

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mesmo. Na figura abaixo estão indicadas as quantidades de bolas em algumas caixas; a figura
também mostra que Joãozinho colocou 3 e 7 bolas em duas caixas vizinhas. Quantas bolas ele
colocou na última caixa?

Solução: Sejam x1 , x2 , x3 , x4 , x5 e x6 as quantidadse de bolas em 6 caixas consecutivas. Como


a soma das quantidades das bolas em 5 caixas consecutivas sempre dá o mesmo resultado, temos
x1 + x2 + x3 + x4 + x5 = x2 + x3 + x4 + x5 + x6 . Daı́ segue que x1 = x6 . Isto significa que duas
caixas cujos números diferem em cinco unidades possuem a mesma quantidade de bolas. Logo
a quantidade de bolas nas caixas forma uma sequência periódica como está ilustrado a seguir.
Como sabemos que em duas caixas consecutivas existem 3 e 7 bolas, nesta ordem, podemos

concluir que y=3 e que x=7. Ou seja, concluı́mos que na caixa 1 existem 7 bolas e na caixa 5
existem 3 bolas.
Portanto, as quantidades de bolas nas caixas formam a seguinte sequencia periódica:
7, 5, 9, 1, 3, 7, 5, 9, 1, 3, 7, 5, 9, 1, 3, 7, 5, 9, 1, 3, . . .
em que o bloco 7, 5, 9, 1, 3 fica se repetindo infinitamente. Para saber a quantidade de
bolas na 2016a caixa, basta dividir 2016 por 5, que é o tamanho do bloco. Como esta divisão
deixa resto 1, vemos que a caixa 2016 tem a mesma quantidade de bolas do que a caixa 1. Esta
quantidade é de 7 bolas.

Exercı́cio 6.3. Quatro times disputaram um torneio de futebol em que cada um jogou uma
vez contra cada um dos outros. Se uma partida terminasse empatada, cada time ganhava um
ponto; caso contrário, o vencedor ganhava três pontos e o perdedor, zero. A tabela mostra a
pontuação final do torneio. Quantos foram os empates?

Solução: Como são quatro times e como cada time jogou uma única vez com cada um dos
outros times, ao todo foram disputadas 6 partidas. Caso não tivesse ocorrido nenhum empate,
em cada partida seriam distribuı́dos 3 pontos, totalizando 6x3=18 pontos. Observe que a cada
empate, esse total é subtraı́do de um, pois em vez de 3 pontos seriam distribuı́dos 2 pontos
(um ponto para cada time que empatou). Somando as pontuações dos quatro times, obtemos

15
5+3+3+2=13 pontos. A diferença 18-13=5 significa, então, que ocorreram 5 empates.

Exercı́cio 6.4. Em uma brincadeira, a mãe de João e Maria combinou que cada um deles
daria uma única resposta correta a três perguntas que ela faria. Ela perguntou:
- Que dia da semana é hoje?
- Hoje é quinta, disse João.
- É sexta, respondeu Maria.
Depois perguntou:
- Que dia da semana será amanhã?
- Segunda, falou João.
- Amanhã será domingo, disse Maria.
Finalmente ela perguntou:
- Que dia da semana foi ontem?
- Terça, respondeu João.
- Quarta, disse Maria.
Em que dia da semana a brincadeira aconteceu?

Solução: A tabela abaixo indica o que João e Maria disseram a respeito do dia da brincadeira
(hoje, no diálogo) em cada pergunta:

Observamos que a resposta correta de João foi para a primeira pergunta “Que dia da semana
é hoje?”. As outras duas respostas de João não podem ser verdadeiras, pois implicariam que
todas as respostas de Maria estariam erradas. De fato, se a resposta correta de João fosse para
a pergunta “Que dia da semana será amanhã?”, ou seja, se o dia seguinte fosse uma segunda-
feira, a conversa teria ocorrido em um domingo e o dia anterior seria um sábado, confirmando
que as três respostas de Maria estariam erradas. Conclusão análoga é encontrada se a resposta
correta de João fosse para a pergunta “Que dia da semana foi ontem?”. Portanto, a conversa
ocorreu em uma quinta-feira.

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7 Exercı́cios Propostos
1. No reino da Frutilândia, existe uma árvore mágica que possui 2005 maças e 2006 tomates.
Todo dia, um garoto sobe na árvore e come duas frutas. Quando ele come duas frutas
iguais, nasce um tomate na árvore; quando ele come duas frutas diferentes, nasce uma
maça. Após alguns dias, restará apenas uma fruta na árvore. Que fruta será?

2. Em um quartel existem 100 soldados e todas as noites, três deles são escolhidos para
trabalhar de sentinela. É possı́vel que após certo tempo um dos soldados tenha trabalhado
com cada um dos outros exatamente uma vez?

3. André fez um quadriculado com 3 linhas e 2017 colunas com casas brancas e cinzas
seguindo o padrão da figura, ou seja, colorindo alternadamente cada quadradinho de
branco ou de cinza. Em seguida, ele escreveu os números naturais nas casas cinza em
ordem crescente, a partir do 1, de cima para baixo e da esquerda para a direita. Observe
abaixo como André começou a escrever os números no quadriculado, sendo que na primeira
linha da figura estão indicados os números das colunas.

a) A coluna 2017 está colorida com um ou com dois quadradinhos cinza?


b) Qual é o número, ou quais são os números, escrito na coluna 2017?
c) Em qual coluna está escrito o número 2017?

4. Maria possui muitas peças, todas iguais, formadas por quatro quadradinhos, como mostra
a figura abaixo. Sem sobrepor peças, ela tenta cobrir todas as casas de vários tabuleiros
quadrados, fazendo coincidir os quadradinhos das peças com os do tabuleiro.

a) Desenhe na figura abaixo uma maneira de cobrir um tabuleiro 4x4 com essas peças.

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b) Explique por que nenhum tabuleiro quadrado pode ser coberto com exatamente vinte
peças.
c) Explique por que Maria nunca conseguirá cobrir um tabuleiro 10x10 com suas peças.

5. Duas engrenagens A e B têm 16 e 28 dentes, respectivamente. Elas estão encaixadas de


modo que um motor ligado à engrenagem A a faz girar no sentido horário e esta faz a
engrenagem B girar no sentido anti-horário. Se a engrenagem A realiza uma revolução
por minuto, após quanto tempo de o motor ter sido ligado as duas engrenagens retornarão
à posição inicial pela primeira vez?

6. Seja um inteiro positivo. Use o Algoritmo de Euclides para calcular mdc(3n + 1, 2n + 1).

7. Certo número deixa resto 1 quando dividido por 3, deixa resto 2 quando dividido por
4, deixa resto 3 quando dividido por 5 e deixa resto 4 quando dividido por 6. Qual é o
menor número inteiro positivo que satisfaz essas propriedades?

8. Eu tenho o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a idade que tu tens. Quando
tiveres a idade que eu tenho, juntos teremos 135 anos. Qual é a minha idade?

9. Cinco meninas não estão totalmente de acordo sobre a data da prova de Matemática.
• Andrea diz que será em agosto, dia 16, segunda-feira;
• Daniela diz que será em agosto, dia 16, terça-feira;
• Fernanda diz que será em setembro, dia 17, terça-feira;
• Patrı́cia diz que será em agosto, dia 17, segunda-feira;
• Tatiane diz que será em setembro, dia 17, segunda-feira.
Somente uma está certa, e as outras acertaram pelo menos uma das informações: mês, o
dia do mês ou o dia da semana. Qual das meninas está certa?

10. Lúcia e Antônio disputaram várias partidas de um jogo no qual cada um começa com 5
pontos. Em cada partida, o vencedor ganha 2 pontos e o derrotado perde 1 ponto, não
havendo empates. Ao final, Lúcia ficou com dez pontos e Antônio ganhou exatamente
três partidas. Quantas partidas eles disputaram ao todo?

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8 Respostas dos Exercı́cios Propostos
1. A última fruta é a maçã.

2. Não é possı́vel.

3. a) Com dois quadradinhos.


b) 3025 e 3026.
c) Na coluna 1345.

4. a) Há apenas duas formas de preencher o quadrado, a menos de rotação.

b) Não existe um tabuleiro quadrado com exatamente 80 quadradinhos.

5. As engrenagens retornarão à posição inicial pela primeira vez após 7 minutos.

6. mdc(3n + 1, 2n + 1) = 1.

7. x=58.

8. 60 anos.

9. Patrı́cia é a única que está certa.

10. 7 partidas.

9 Bibliografia
HOLANDA, Bruno; CHAGAS, Emiliano A. Primeiros passos em Combinatória, Aritmética e
Álgebra. 1 ed. Rio de Janeiro: IMPA/OBMEP, 2018.

HEFEZ, Abramo. Iniciação a Aritmética - http://www.obmep.org.br/apostilas.htm - acesso


em: 14/10/2018.

FOMIN, Dimitri; GENKIN, Sergey; ITENBERG, Ilia. Cı́rculos Matemáticos: A Experiência


Russa. 1 ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2010.

FILHO, Edgard de Alencar. Teoria elementar dos números. São Paulo: Nobel, 1981.

DUTENHEFNER, Francisco; CADAR, Luciana. Encontros de Aritmética. Rio de Janeiro:


Imos.

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