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Um número perfeito é um número natural que é igual à soma dos seus divisores
próprios (exceto ele próprio). Por exemplo, 6 é um número perfeito, pois 6 = 1 + 2 + 3 ;
28 é um número perfeito, pois 28 = 1 + 2 + 4 + 7 + 14 ; 14 não é número perfeito, pois
1 + 2 + 7 = 10 14 .
Dois números são amigos se cada um deles é igual à soma dos divisores próprios
do outro. A descoberta dos números amigos é atribuída à Pitágoras [2]. Por exemplo,
284 e 220 são amigos, pois:
1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 11 + 20 + 22 + 44 + 55 + 110 = 284 ,
• D(284) = 1, 2, 4, 71,142 e 1 + 2 + 4 + 71 + 142 = 220 .
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Carl Bernard Pomerance é um matemático nascido em Joplin, Missouri, EUA. Obteve o doutorado na
Universidade de Harvard em 1972, na qual prova que qualquer número perfeito ímpar tem ao menos 7
fatores primos distintos.
interessante o fato dos números 6 e 28 coincidirem com a soma dos seus divisores
próprios, eles eram considerados perfeitos [1].
Vejamos quais eram os números perfeitos conhecidos até ao fim do século XVIII:
Poucas pessoas imaginam, mas o número 6 ocupa um lugar que não é para
qualquer algarismo. Ele faz parte do seleto grupo de números perfeitos, que se destacam
por serem iguais à soma de seus divisores: 6 pode ser dividido por 1, 2 e 3 que, quando
somados, têm como resultado 6. A descoberta não é nova. Para ser mais preciso, datada
de 2,3 mil anos atrás e faz parte de um dos ramos mais antigos e encantadores da
matemática, a teoria dos números.
Antes disso, Nicômaco de Gerasa (60 – 120), outro matemático grego, deu ares
místicos à estrutura matemática perfeita. Na publicação “Introdução à Aritmética”,
Nicômaco estipulava que se a soma dos divisores de um determinado número fosse
maior que o mesmo, ele deveria ser classificado como “abundante”. Caso contrário, se
fosse um número menor, ele seria “deficiente”. Por algum tempo, suas observações
deixaram marcas no campo de pesquisa e elevaram os números perfeitos a algo divino.
Com o passar dos anos, matemáticos como Pietro Antonio Cataldi (1548-1626),
Leonhard Euler (1707- 1783) e Peter Barlow (1776-1862), também avançaram em
descobertas de outras combinações de algarismos até chegarmos ao total de 51 números
perfeitos conhecidos atualmente. Uma das curiosidades desse grupo é que todos eles são
pares, mas ainda não é possível garantir que não existem números perfeitos ímpares. Por
enquanto, a única coisa que sabemos é que, se existirem, devem ser maiores que 10³⁰⁰,
já que a conjectura foi verificada computacionalmente até esse valor. Contudo existe o
trabalho do matemático Carl Bernard Pomerance, que provou que qualquer número
perfeito ímpar tem ao menos 7 fatores primos distintos.
Ainda que não exista um consenso acadêmico sobre o campo, uma das coisas
mais fascinantes na Matemática é que ela revela maravilhas que são compreensíveis
com o passar do tempo. Quem sabe os encantos que os números perfeitos poderão
revelar no futuro? Só o tempo e os avanços matemáticos poderão responder [4]!
REFERÊNCIAS