Você está na página 1de 258

MECÂNICA

PRETERNATURAL

1
2
3
4
MECÂNICA
PRETERNATURAL
Terceira Edição, 2019
Brasília, DF

Propriedade Intelectal de: Shemsu Tehutí - Escola iniciática


Autor: Jean Nardoto
Diagramação: Julia Marinho e Johnatan Corrêa
Revisão: Johnatan Corrêa

A multiplicação ou venda sem autorização é proíbida e


sujeita a processo legal.

www.shemsutehuti.com

5
SUMÁRIO
_
Introdução - 7
1 - Mecânica Preternatural I- 28
2 - Introdução ao Hiperespaço - 55
3 - Universo Manifesto - 67
4 - Mecânica Preternatural II - 77
5 - Leis Universais- 82
6 - Teorias da Ciência Preternatural- 121
7 - Teorias da Espiritualidade - 129
8 - Abordagem das ciências humanas - 152
9 - Comportamento Preternatural - 177
10 - Hábitos Inteligentes - 205
11 - Bibliografia - 255

6
I N T RODUÇ ÃO

PROPOSTA
Caros leitores, estudiosos, iniciandos e iniciados. O
objetivo da jornada que esse livro inicia é triplo: compilar
conhecimento já publicado, trazer novos conhecimentos
e discutir as possibilidades de novos horizontes nos
campos da espiritualidade. Procuramos aqui detalhar o
máximo possível esses conhecimentos sem nos delongar
excessivamente, pois em outras literaturas é comum
encontramos informações sobre esses mesmos assuntos
com conteúdo superficial e vago ou com linguagem
complexa.
De forma alguma acreditamos encerrar todo o
conhecimento existente apenas nesses volumes, porém
temos o intuito de tratar cada assunto abordado com
profundidade mínima o suficiente para o leitor se aventurar
com segurança naquela área do conhecimento preternatural.

NOMENCLATURA
Os assuntos aqui abordados são muitas vezes
chamados de ocultismo, misticismo, hermetismo,
esoterismo, espiritualidade, espiritualismo e um sem fim de
outros nomes. Aqui, no entanto, todos esses termos serão
denominados como Ciência Preternatural.
Optamos pela nomenclatura pela falta de precisão
de outros termos. O termo espiritualidade, por exemplo, foi
corrompido, estereotipado e usurpado. O termo metanatural

7
se refere a algo para além da física e, como poderão perceber,
estudamos tudo dentro dos limites do mundo natural.
O termo sobrenatural sugere algo para além do natural,
mesmo problema do termo anterior. Já Preternatural se
refere ao próprio mundo natural visto de forma expandida e
melhorada, à parte invisível desse mundo, logo temos nosso
termo campeão. No que se refere ao conteúdo pelo menos,
se resume a Ciências da Espiritualidade mesmo.
Pode parecer uma bobagem iniciarmos já discutindo
terminologias, mas já vimos muitas pessoas se perderem
em discussões infindáveis e infrutíferas meramente por
discordarem da terminologia aplicada. Palavras têm poder
e carregam significado, sendo assim iremos cuidar para que
sejamos o mais precisos possível.

ESPIRITUALIDADE CIÊNCIA E RELIGIÃO


Ainda dentro da temática do termo Ciências da
Espiritualidade. Por quê usamos o termo ciência? Não seria
espiritualidade tudo coisa da religião? Para muitos realmente
é, mas não para nós. A diferença é fundamental. Religiões
são baseadas em dogmas. Dogmas são conceitos imutáveis,
para desafiá-los você teria que fundar uma nova religião. É
por isso que tantas igrejas diferentes aparecem todos os dias.
Já na ciência possuímos uma estruturação do conhecimento
baseado em leis, teorias e hipóteses. Elas possuem diferentes
graus de certeza em suas afirmações e podem ser revistas e
aprimoradas.
Este tipo de pensamento é mais próximo do que você
irá encontrar aqui. A todo momento novas informações vêm
completar ideias antigas sobre o mundo espiritual e sutil,
algumas vêm revisar esses conceitos, e outras até mesmo
vêm mudar estas ideias por completo. Por isso mantenha a
mente sempre aberta por aqui, e principalmente, pense, pense
e discuta, pense e discuta e troque ideias, principalmente
conosco. Gostamos de te ouvir.

8
ESCOLHA DO CONTEÚDO
Um ato espiritual, em nossa definição, é a manipulação
consciente das várias formas de energia. Escolhemos
matérias que tratassem dessas interações energéticas.
Dentro do conteúdo escolhido, procuramos todos os assuntos
que fossem ligados à espiritualidade. Selecionamos todos
assuntos que fossem capazes não só explicar e elucidar
a mecânica do mundo sutil e os meios de sua interação
conosco, mas também assuntos que fizessem o treinamento
do leitor nesta manipulação.
Muitas temáticas possuem natureza dupla. Os
fenômenos aqui apresentados possuem parte de seu
funcionamento já explicado pela ciência comum, neste livro
estudaremos a porção destes fenômenos que diz respeito à
mecânica sutil e energética. Por exemplo, o que normalmente
poderia ser estudado em fitoterapia, na lida com plantas, para
nós, em um volume próprio, será abordado como Herbologia,
pois estaremos aprendendo sobre as interações energéticas
e vibracionais das plantas com seus arredores.
Quase todo ato no universo de uma forma ou de
outra manipula energia em suas diversas densidades.
Nosso objetivo foi selecionar os meios mais conscientes,
consistentes, e eficientes de fazer isso. Porém, ao refletir
sobre o que seria eficiente para cada tipo de pessoa, nos
deparamos com a necessidade de também incluir tópicos
que, por mais ineficientes que sejam num contexto geral,
sejam efetivos para certos indivíduos.
Certamente este é, e será, um trabalho em contínuo
progredir. O volume de conhecimento a ser colocado aqui
é enorme, e futuras edições corrigirão os inevitáveis erros,
falhas e esquecimentos.

9
TERMINOLOGIA
Cada tradição e autor utiliza suas próprias denominações
para as coisas. Aqui vocês verão muitos termos conhecidos
que estaremos usando em outro contexto mais adequado.
Procuramos a utilização mais eficiente para todos os
conceitos e termos que usamos. Muitos dos termos usados
tradicionalmente estão sendo aplicados de forma errônea,
discordando do conceito original ou divergindo da etimologia.
Por isso iremos retificar onde acharmos necessário para que
a utilização da linguagem seja a mais adequada e correta
possível. Sempre que necessário será esclarecida a definição
usada para o termo.
Pedimos que não se apeguem ao seu próprio conceito
do significado de certas palavras e expressões. Muitos são
os usos dados a um mesmo termo e geralmente os mesmos
entram em conflito nas definições que esta ou aquela
tradição dá a uma mesma palavra. Um bom exemplo disso é
o uso intercambiável entre os conceitos de espírito e alma,
algumas religiões usam espírito no lugar de alma e vice-
versa. Não se percam em semântica e nas complicações
linguísticas, não se percam nem mesmo naquilo que vocês
estão acostumados. Tentem enxergar o significado mais
profundo do que tentamos dizer. Dessa forma temos certeza
de que nos entenderemos.

NOSSA TRADIÇÃO
Não nos limitamos a uma linha só, muito menos a
tradições. Inevitavelmente, ao trazer uma nova proposta,
estamos fundando uma nova linha. Trazemos muitos pontos
positivos encontrados em outras tradições, mas também
trazemos novas propostas e abordagens. Sabemos o quanto
o glamour de se estar seguindo uma tradição milenar pode
ser apelativo para alguns de vocês, porém no campo da
espiritualidade não se deixem levar apenas por motivos
ilusórios e superficiais, algumas vezes o que é antigo precisa
de reforma ou está ultrapassado. O fato de estarmos, de uma
certa forma, fundando uma nova tradição não implica que

10
nossos conhecimentos não sejam embasados em pesquisas
e dados sólidos de outros grandes e confiáveis nomes da
literatura.
Se vocês quiserem entender nossa essência basta
entender que tudo o que seguimos só aceita a prática do
bem e encorajamos muito o auto melhoramento. Certamente
nesta introdução não é o momento adequado para explicar
detalhadamente quão forte é nosso renegamento de tudo o
que é das trevas, basta que se entenda que essa é a linha
que seguimos.
Da ritualística trazemos a excitação imagética, onde
os símbolos ajustam o estado mental para a prática da
manipulação energética. Da simpatética extraímos os
símbolos com seus princípios de similaridade criando as
pontes que farão as analogias. Da alquimia trazemos a
verdadeira alquimia anímica, buscamos a transformação de
nossos espíritos em ouro para que nós mesmos sejamos a
pedra filosofal. No animismo (não como se compreende no
espiritismo, mas sim no panteísmo) compreendemos que
todas as coisas existentes possuem força vital de natureza
distinta. Dos paganistas trazemos sua comunhão profunda
com aquilo que nos cerca. No hermetismo concordamos
com a necessidade da discrição de certos conhecimentos,
e dos níveis iniciáticos que todos percorremos naturalmente
à medida que nosso saber se amplia. Compartilhamos da
necessidade da experimentação, existente na espiritualidade
caótica, repletos de um senso profundo de cautela. Do
druidismo e espiritismo trazemos a convicção nas múltiplas
existências. Da Huna trazemos a importância da consciência.
Até mesmo buscamos os aspectos positivos e saudáveis
do uso vontade, priorizado e abordado de outra maneira
na tradição thelêmica. Isso meramente para citar apenas
algumas tradições. Também possuímos novas aplicações
experimentais1, como por exemplo a Espiritualidade
Quântica.
1 Temos a visão de que todo e qualquer experimento deve ser feito com o máximo possível de
cautela. Toda teoria deve ser aprendida antes, todas as variáveis analisadas, para que não se obtenha

11
Muitos abordam a ciência preternatural como algo
inexato partindo da observação da inconstância dos efeitos
obtidos. Aqui nós concebemos ciência espiritual como algo
extremamente exato sendo a inconstância produto do grande
número de variáveis que alteram o resultado final. Como
dissemos antes, nosso ponto de vista vê a espiritualidade
como ciência. Exato! Acreditamos que ela funciona segundo
leis naturais como qualquer outro fenômeno da natureza e
por isso sua mecânica pode ser compreendida, estudada e
duplicada.
O fator “crença” só é considerado na medida em que
afeta o resultado final. Já é provado que nossas expectativas
alteram os resultados de experimentos. Isso foi observado
quando cientistas tentavam provar a natureza de onda ou
de partícula dos fótons. Os fótons sempre se comportaram
de acordo com a expectativa do cientista que comandava o
experimento. Por isso nossas crenças tem o poder de afetar
os resultados, mas isso não significa que elas são a verdade
absoluta.
Ainda dentro da natureza científica da espiritualidade.
Se alguém faz um exercício para bíceps o resultado será
um desenvolvimento desse músculo, independentemente
de a pessoa acreditar na eficácia ou não do exercício. Se
você treinar seu “músculo espiritual” irá desenvolver suas
capacidades do espírito. Assim concebemos a ciência
preternatural: entendemos sua mecânica, aprimoramos seu
uso, e aplicamos de forma prática no auxílio ao próximo.
MOTIVAÇÃO
Vamos às motivações que nos levaram a escrever. Em
primeiro lugar precisávamos de um livro que contivesse a
teoria e prática sistematizada da forma como concebemos.
Pelo tamanho desta presente obra pode-se imaginar o trabalho
hercúleo de se ensinar cada uma dessas coisas a cada pessoa
que nos procura. Por isso, o que partilhamos aqui é o resultado
coletivo dos trabalhos e estudos de nosso grupo.
resultados nefastos.

12
Outro grande incentivo a esse compêndio foi a
observação de certa literatura disponível no mercado. Essa
literatura muitas vezes se apresenta de forma superficial e
incompleta, dando fórmulas, mas não explicando a estrutura
funcional por trás delas, incentivando a crença nos mitos
como sendo reais de uma forma literal e não como o símbolo
que representam. Certamente consideramos isso de grande
risco para o leitor despreparado, e acreditamos que o uso
equivocado desta literatura pode ter resultados nefastos
para o neófito desavisado. Por isso pretendemos oferecer
aqui um conhecimento de base, que preparará o iniciante
para a compreensão e utilização adequada do conhecimento,
incompleto e superficial disponível no mercado.
Como acreditamos que o conhecimento deve ser
partilhado, concordamos em publicar nossa visão das artes
espirituais de forma sistematizada. O que mais desejamos é
que o máximo de grupos, religiosos ou não, fazendo trabalho
de luz, possa se beneficiar do que temos para compartilhar.
No entanto, temos uma consciência muito forte
de que certos conhecimentos não devem ser passados
aleatoriamente e sem acompanhamento, por isso eles não
estarão aqui. Informação pode ser algo poderoso, e perigoso.
Não temos a menor inclinação a ficar fazendo mistério, ou
guardando informações de vocês. Informação deve ser dada
livremente, estamos em uma era que exige isso. Porém, não
podemos ser irresponsáveis de oferecer informações que
possam ser usadas como armas por vocês ou contra vocês.
Por isso decidimos que informações avançadas devem
ser adquiridas diretamente conosco, e após alguns testes
rigorosos de seus conhecimentos e habilidades.
Muitos livros têm o hábito de serem misteriosos
e escritos em códigos. Outros apresentam os fatos
unilateralmente. Outros contém tão pouca informação que
se fôssemos resumir daria quando muito uma página. Outros
ainda são bem escritos, porém superficiais. E por último,
os bons livros não fazem naturalmente conexão uns com

13
os outros e achá-los requer muita pesquisa. Como foi um
trabalho sacrificante achar bons livros, fazer as conexões entre
eles, abranger todos os lados do diamante multifacetado da
ciência preternatural, e ainda por cima espremer o que havia
de interessante nos outros, decidimos coletar o máximo
possível de conhecimento em uma edição só.
Isso nos levou a escrever este livro. Devemos muito a
toda essa bibliografia. Ainda decidimos colocar um pouco
do nosso ponto de vista mesclado com esse conhecimento
admirável. Quando escrevemos esse livro, não nos limitamos
apenas a repetir o conhecimento, mas sim aprofundá-lo e
buscar respostas mais profundas para conhecimentos já
consagrados. Um exemplo disso foi a lei do Karma. Sabemos
de sua existência, sabemos do fator causa e consequência,
mas poucas pessoas estão dispostas a se perguntar como
realmente esta lei funciona ou qual sua mecânica. Por se
tratar de um trabalho de muita reflexão, pesquisa, e debate
filosófica, estaremos abertos a qualquer questionamento a
respeito do livro. Como dissemos anteriormente este não é
o produto final, mas algo em constante evolução. Também
temos a consciência de que este é um trabalho feito por
mais de uma pessoa, por isso apreciamos a interação com
sua opinião, principalmente no que concerne conteúdo que
talvez não tenha sido incluído, exercícios interessantes que
possam ser inseridos, e o compartilhar de sua experiência
pessoal com a vivência proposta aqui.
O último grande motivo para estarmos compartilhando
aquilo que sabemos, é que acreditamos no benefício
coletivo das coisas. Espiritualidade é para nós algo que
deve ser aplicada no benefício da humanidade. Isso deve
ser mais do que uma conquista pessoal, para se tornar uma
forte ferramenta de melhoria da qualidade de vida, no nível
pessoal e coletivo. Temos a concepção de que nada deve
mais permanecer oculto, de que não há mais tempo e nossa
era se finda. O futuro requererá indivíduos espiritualizados e
aptos.

14
Vale lembrar que isso é um livro. Não pregamos
dogmas, não pregamos nada, apresentamos os conceitos e
abordagens que melhor pareceram cumprir nossas metas.
Vocês são livres para discordarem de qualquer coisa
afirmada aqui. Aconselhamos, no entanto, a manter a mente
aberta para novas possibilidades e, assim talvez vocês
enxerguem a lógica daquilo que vocês refutam, assim como
nós enxergamos.

ALGUNS QUESTIONAMENTOS
PROVÁVEIS

DÚVIDA
Chegamos ao ponto onde vocês podem se questionar
sobre se isso tudo é real, ou se é fruto de uma imaginação
fértil. Podemos afirmar de antemão que nossa proposta não
é buscar efeitos fantásticos para matar a curiosidade de
vocês. O que tratamos aqui é muito sério. Estamos lidando
com artes cuja matéria-prima é sutil, mas cujos efeitos são
extremamente palpáveis e sólidos. Vamos usar como exemplo
suas emoções. Elas são imateriais, você não consegue ver,
e mesmo assim psicossomaticamente elas podem trazer
enfermidades em seu corpo físico onde seus efeitos serão
bem concretos. A curiosidade leviana pode até estar lidando
com um mundo que parece inofensivo, invisível e imaterial
como é, mas que poderá ter consequências nefastas.
A comprovação da realidade ou não do que apresentamos
terá de ser precedida de uma percepção mais acurada, mais
sutil, e mais atenta da realidade. Isso será seguido do seu
raciocínio, pois todos os fatos serão apresentados de forma
a vocês entenderem a lógica e o funcionamento do assunto.
Logo, se vocês juntarem os pontos, poderão começar a
perceber a realidade de uma outra maneira.

15
Acreditamos que com os três fatores (percepção, lógica
e experimentação) poderemos chegar a um acordo se essa
meta-realidade é real ou não, sempre lembrando de que os
fenômenos não funcionam exatamente como nas obras de
ficção sobre esse tema.

SEGURANÇA
Se o problema é com os riscos envolvidos, não se
preocupe. Temos a política de não arriscar em nada quando
se trata de espiritualidade. Chegamos a evitar completamente
fatores que possam ser instáveis ou mesmo os que tenham
o mais leve potencial para riscos. Mesmo assim, se vocês
sentirem necessidade, leiam com a cautela que lhe convenha.
Também devemos alertar para outras organizações.
Existem muitos grupos usando diversos nomes, entre eles o
nome coven, que têm o objetivo de praticar em conjunto a
espiritualidade nessa ou naquela forma. Porém, os motivos
que levam alguns membros, e até mesmo alguns dirigentes,
a ingressar em um grupo desses podem ser levianos,
egoístas e até perigosos. No nosso ver, isso ofende o estudo
da espiritualidade, que é um estudo sério e detalhado das
leis sutis que governam nosso universo, e que devem ser
aplicadas com boas intenções. Por isso pedimos um cuidado
enorme antes de se associarem a algum desses grupos.
Não sejam inconsequentes, observem o comportamento
dos líderes, os questionem e investiguem diretamente com
os membros e com os líderes desses grupos quais são as
razões por trás de seus comportamentos. Não julguem
apressadamente, perguntem. Mas como temos sugerido
analisem, ponderem e se precavejam e, só então, tomem
alguma decisão completa.

CIÊNCIA PRETERNATURAL E RELIGIÃO


Será a isso aprovado por Deus? Sem querer entrar

16
em discussões teológicas e doutrinárias vamos colocar
nosso ponto de vista de uma forma simples. Para nós a
oportunidade de nos conhecermos melhor, de buscarmos
nossas virtudes, de ampliarmos nossos conhecimentos, de
vivermos uma vida melhor, e de sermos ainda mais úteis ao
nosso próximo parece ser exatamente o que Deus quereria
para nós. Basta lembrar da parábola dos talentos. Nela, quem
não desenvolveu seus talentos é mal visto. Também devemos
perceber que a manipulação energética é feita por todo tipo
de fé em cada canto do nosso planeta. Então porque não?

O QUE PENSAMOS DE VOCÊ


Acreditamos em você. Acreditamos em todo seu
potencial. Acreditamos em seu poder de mudar o mundo
que o cerca. Acreditamos que todo o universo e seus seres
luminosos também esperam para ver você se desabrochar e
colocar seu nome na história. Para isso estamos aqui. Para
fornecer algumas das ferramentas que você possa precisar.
Quanto ao que se espera de você: coragem, disciplina
e ética. Os motivos para isso são simples. O caminho que
se propõe aqui não é o mais simples nem o mais fácil,
mas o mais eficaz de acordo com nossa opinião. Por isso
mesmo a coragem. Coragem de fazer a alquimia em si, para
depois pretender alterar o mundo à sua volta. Sem disciplina
da mente, do corpo, e do coração é impossível conseguir
resultados plenos em nossa tradição, por isso se prepare
para estudar bastante e praticar para o domínio completo
dos elementos envolvidos em espiritualidade.

É PRECISO SER DO SHEMSU TEHUTI


Você não precisa ser parte de nosso clã para fazer
proveito do que apresentaremos. Como pode perceber
pelo que dissemos acima, existem algumas características
pessoais que trarão maior chances de êxito, porém todas essas

17
características podem ser adquiridas se você se empenhar.
Mas se você quiser trilhar o caminho para se tornar
parte do Shemsu Tehuti, e acessar aqueles conhecimentos
mais delicados que falamos anteriormente, basta nos procurar
para começar seu processo.

O QUE ESPER AR DO CURSO


Este livro faz parte do Curso em Ciência Preternatural
e está divido em matérias, cada matéria um livro. Elas foram
organizadas em ordem de pré-requisitos, ou seja, todo
conhecimento adquirido em uma matéria será essencial para
a próxima.

CURSO EM CIÊNCIA
PRETERNATUR AL
O curso completo é dividido em 12 módulos, mais
1 que é apenas para os iniciandos, Os 12 módulos são
separados em 3 grupos de conhecimentos: Neófito, Elemental
e Guerreiro.

NEÓFITO

1 - MECÂNICA PRETERNATUR AL
Essa matéria lidará com a compreensão geral do
funcionamento do universo que compõe a Espiritualidade.
Aqui se aprenderá sobre a mecânica das principais leis que
regem o mundo sutil. Também será dada uma compreensão
inicial sobre questões fundamentais como Deus, ética, bem
e mal e sobre hábitos preternaturais

18
2 - FOTÔNICA
Veremos nessa matéria os tipos de vibrações e energia,
formas básicas de controle das mesmas, e todo tipo de
ato espiritual que lida exclusivamente com a manipulação
energética e vibracional, bem como toda interação entre
elas, abordam também as principais terapias vibracionais e
energéticas.

3 - ANATOMIA PRETERNATUR AL
Essa disciplina trata do funcionamento energético do
nosso corpo físico bem como dos corpos multidimensionais.
Iremos descrever, também as faculdades preternaturais que
podem aparecer instintivamente e sem treinamento em
alguém, que resultam em interações anímicas e mediúnicas.

4 - HISTÓRIA PRETERNATUR AL
Aqui estudaremos diversos assuntos teóricos ligados à
prática de espiritualidade através das eras. Serão estudadas
várias descrições da criação do universo, os mitos de
vários panteões, várias linhas descritivas da prática da
espiritualidade pelos séculos, serão estudados os livros
sagrados, as bases de várias religiões, personagens ilustres
da espiritualidade e muitos outros assuntos similares.

ELEMENTAL

5 - ESPIRITUALIDADE NATUR AL
Aqui a magia elemental entra em lugar. A natureza
e sua energia inerente e sua manipulação mais simples é
o objeto de estudo aqui. Também tradições que lidam
especificamente com esse tipo de manipulação energética
serão aqui vistas como o druidismo e o xamanismo..

19
6 - HERBOLOGIA
A diferença entre essa matéria e o estudo da fitoterapia
é que aqui estudaremos as propriedades energéticas e sua
interação além de apenas suas propriedades químicas.

7 - GEMOLOGIA
Como em Herbologia, aqui estudaremos os efeitos que
as pedras e os metais têm nos campos energéticos e seus
usos práticos.

8 - CRIPTOZOOLOGIA
Essa seção tratará de todas as diversidade de
habitantes do nosso universo. Aqui serão vista em maior ou
menor detalhe as raças, civilizações e criaturas que povoam
as diversas dimensões.

GUERREIRO

9 - O SER
Aqui estudaremos o as estruturas envolvidas nos
processos mentais, de percepção, consciência, evolução,
personologia e alguns mecanismos práticos das faculdades
preternaturais.

10 - SIMBOLOGIA
Essa parte trata sobre tudo relacionados a símbolos,
sejam eles ativos ou não. Alguns elementos simbólicos
estudados aqui serão também estudados em outras matérias
pois aqui apenas seu aspecto simbólico será estudado.

20
11 - FEITIÇOS
Essa disciplina trata do uso combinado de outras artes
mágicas. Aqui também veremos o uso da voz de maneira
mágica tanto em feitiços quanto em encantos. As artes da
radiônicas, fabricação de objetos mágicos e ritualística o 
serão estudadas nessa seção.

12 - DEFESA PRETERNATUR AL
Nessa seção veremos maneiras eficazes de nos proteger
daqueles que querem violentar nosso livre arbítrio e causar
impactos negativos propositalmente. Aqui estudaremos as
maneiras pelas quais as violação podem ser feitas e suas
contramedidas adequadas de forma aprofundada.

MAGO

Nesta última disciplina teremos os aspectos mais


avançados de todas as outras. Aqui também teremos os
caminhos necessários para se avançar para um novo estágio
dentro da espiritualidade. Os conceitos aqui introduzidos
são por demais avançados sem o conhecimento prévio
adquirido em outras matérias e por isso é nossa última
seção. Trataremos de espiritualidade quântica, imortalidade,
alquimia do ser, entre outras coisas. Também abordaremos
espiritualidades de risco como as com sangue e as sexuais,
por este motivo este módulo é objeto de estudos apenas
para os iniciados.

21
P R E FÁCIO
O CAMINHO DO HERÓI2
“O fogo crepita no círculo de pedras feito pelos homens
do acampamento. Todos estão exaustos da caminhada árdua
através das Terras Ermas. Solenemente, o Ancião que nos
acompanha se levanta e vai até perto da fogueira, portando
seu cetro.
‘Este é o ponto focal, o momentum quântico’ diz o
Ancião. ‘Este é um tempo fora do Tempo. Não foi o acaso
que os trouxe aqui. Sem saber, vocês foram convocados
pois existe uma grande tarefa que espera por vocês. Este
é um tempo há muito profetizado, onde a manutenção do
equilíbrio entre as forças do bem e do mal estará em perigo.
Isso já aconteceu antes, diversas vezes em diversos mundos
distantes. Essas histórias se tornaram nossas lendas e
mitos de tempos remotos. Mas cada vez que os ciclos fazem
com que essas forças opostas se enfrentem, os riscos são
enormes. Agora chegamos ao ponto extremo, pois estamos
no limiar da iluminação planetária ou aniquilação planetária.
O resultado não é certo. Foi para isso que vocês nasceram na
Terra nesse período. Vocês foram guiados a este momento
exato, a este lugar exato, nesta noite específica para este
propósito. Nesses tempos tormentosos as forças da Vida e
Morte convocam seus campeões eternos. Este é o seu destino
– serem os nobres heróis de sua época. A jornada de vocês
é mágica. Vocês reunirão companheiros corajosos, bravos e
verdadeiros, que aparecerão quando tudo parecer perdido.
Serão traídos por aqueles em quem confiaram. Aprenderão
lições dolorosas e valiosas, que os ensinarão o que precisam
aprender. Os mestres das trevas usarão tudo para atingi-los,
e com suas mentiras e decepções podem fazer até seus pais
se voltarem contra vocês. Mas há uma escolha, e ela deve ser
feita. Prosseguir na senda mágica de seu destino, ou desviar-
se do caminho. ’
2 Adaptado de Oberon Zell-Ravenheart

22
No dia seguinte, todos permanecem quietos,
refletindo. O Ancião começa, então, a trilhar seu caminho.
O olhar segue até onde a visão pode alcançar os caminhos
que se desvelam. Os Ventos do Destino sopram as almas de
todos. Um a um todos começam a seguir o Ancião. Porém,
nessa história, o script de cada herói é construído durante
a jornada. ”

23

PREPAR AÇÃO PAR A
QUANDO FOREM ESTUDAR
ESTE LIVRO
No universo existe tanto a luz quanto as trevas.
O conhecimento seja ele qual for, mas principalmente o
conhecimento direcionado e expansivo é um agente da Luz
muito forte, pois liberta as pessoas de seus aprisionamentos
mentais e energéticos e também as capacita para atuarem
firmemente em prol do progresso da humanidade.
Estamos todos em um mundo que é um caldeirão
de pensamentos e vibrações. Eles podem atrapalhar de
uma forma ou de outra os estudos e práticas das matérias
abordadas aqui. Por isso desenvolvemos uma série de
práticas para neutralizar o ambiente e colocar vocês em um
estado mais receptível.

AJUSTANDO O ESTADO MENTAL


Para praticar ou estudar o governo das leis sutis
devemos nos preparar mentalmente. Devemos, portanto, nos
colocar em um estado receptivo. Para isso basta que você se
conecte com o Ser Supremo, seja qual for sua crença, e peça
orientação, sabedoria e proteção.
Em todas as religiões existem preces que são feitas por
todos os integrantes daquela religião. Essas preces integram
a energia coletiva daquela religião e, portanto, possuem a
força de seus devotos. Para acrescentar essa força ao seu
estado mental, sugerimos que optem por uma prece dessas,
de absolutamente qualquer religião que vise o bem, e a
façam antes e depois de iniciarem suas práticas.

ESTADO MENTAL
Agora que as preces acima invocaram todo o tipo

24
de proteção possível é importante que a mente entre em
um estado especial. Esse estado vai possibilitar que vocês
estejam atentos em um nível muito superior durante seu
estudo. Esse estado mental também abrirá as portas para a
experiência multidimensional.
Agora a maneira de se fazer isso. Deixe o ambiente
onde você irá estudar em penumbra. O primeiro passo é
desligar a mente do mundo exterior. Isso pode ser feito com
os olhos fechados onde você irá apenas prestar atenção
na sua respiração e em mais nada, não deixe que nenhum
pensamento ou fator externo lhe desvie da observação de
sua respiração. Você pode se focar em ouvir a respiração,
senti-la, e na sensação do ar entrando em seu sistema. Outro
método é se concentrar na chama de uma vela com a mesma
regra de calar o mundo externo, uma variação do método
com vela é posicionar a vela em frente a um espelho. Um
último método interessante é encher uma vasilha com água
e deixar sua mente se focar nas figuras que aparecem na
superfície da água até que o mundo externo se desligue. Você
saberá a hora de parar pela sensação de paz que vai invadir
você, seus pensamentos serão mais claros e ordenados, e
você se sentirá completamente relaxado.

PROTEGENDO O AMBIENTE
Existem também materiais físicos para sua proteção,
tanto durante o estudo quanto no dia a dia. Um elemento
que você pode levar consigo constantemente são quatro
pedras que juntas fazem uma proteção completa: olho-de-
tigre, obsidiana, ônix, e turmalina negra.
Antes de estudar proteja seu ambiente colocando um
copo com água perto da porta. Você deverá mentalizar que
todos os anjos e elementais presentes podem limpar você
e seu quarto e colocar os detritos energéticos dentro da
água. Quando acabar seus estudos ou meditação, você deve

25
jogar a água do copo em água corrente, pode ser no vaso
sanitário ou na pia com a torneira aberta. Isso deve ser feito
mentalizando a energia negativa indo embora com a água.
Outra proteção obrigatória é um pequeno pote
contendo sal grosso. Você deve mentalizar que o Elemental
do sal grosso irá impedir qualquer espírito de baixa vibração
de entrar naquele ambiente. Pode dizer também em voz
alta “expecto patronum do sal, com reverência te peço
que deixe seu esconderijo no sal e que patrulhe esse
ambiente durante as atividades mágicas planejadas. ”
Outra alternativa que pode ser utilizada até mesmo antes das
orações é a purificação do ambiente pelo sal. Quando você
sentir que o ambiente tem algo de errado ou está carregado
basta você pegar um prato qualquer, colocar uma pequena
quantidade de álcool e colocar um tanto de sal grosso e
colocar fogo. Quanto mais o sal pipocar mais limpeza estará
sendo feita.
Opcionalmente pode se acender uma vela e da mesma
forma que foi pedido ao Elemental do sal que proteja o
ambiente pode ser pedido ao Elemental do fogo que proteja
seu corpo físico.
Agora sente-se confortavelmente no local onde irá
praticar. Feche seus olhos. Invoque a luz azul prateada e
imagine ela descendo em forma de cone do teto e banhando
todo o espaço onde você irá trabalhar. Inspire profundamente
essa luz.

DESFAZENDO A PROTEÇÃO
Faça uma prece de agradecimento ao final do
estudo. “Obrigado a todos os seres que tão amorosamente
prestaram seu auxílio aqui hoje. Que a fonte ilumine suas
vidas abençoadas. Levem consigo a minha gratidão e que
o que tenha restado de vibrações deletérias seja levado por
vossas mãos. Obrigado, obrigado, obrigado! ”

26
_1
MECÂNICA
PRETERNATURAL I

27
M E C Â N IC A
P R E T E R N AT U R A L I
Em primeiro lugar pedimos veementemente sua
paciência. Sabemos que o conteúdo deste primeiro volume é
extremamente denso e que irá necessitar mais de uma leitura
para a sua compreensão. Pedimos que sejam perseverantes
e ao final serão recompensados. Mesmo densa, essa matéria
é fundamental para se entender os princípios daquilo que
ensinaremos nos volumes seguintes.
Nessa matéria iremos ver os conceitos mais básicos
e vitais ao aprendizado mágico. Esses conceitos servirão
como base para todas nossas decisões e atitudes diante dos
conteúdos apresentados. Sem eles, dificilmente qualquer um
atingirá o nível necessário para lidar com estágios avançados
da ciência preternatural.
Obviamente os caminhos descritos se aplicam às
pessoas que escolheram o Bem. Não somos moralistas,
apenas práticos. Se você escolheu o caminho do Bem, então
nesse capítulo irá se defrontar com o porquê dessa escolha
e seus benefícios. Se você preferir o outro caminho, bem,
esse não é um curso para você.
Teremos nessa matéria noções do funcionamento
do universo, o que rege o funcionamento dele e como
nos comportarmos de maneira eficaz diante de todo esse
mecanismo a fim de conquistar nossos objetivos.

28
INTRODUÇÃO À MECÂNICA CÓSMICA
Aqui entenderemos como o universo funciona tanto
de forma macro quanto de forma micro, ou seja, veremos
o funcionamento do universo como um todo e também os
detalhes dessa grande engrenagem. Veremos como nossa
própria evolução está inserida nestes movimentos cósmicos.
Alguns aspectos dos assuntos aqui abordados serão vistos
com mais propriedade e profundidade em outros módulos,
principalmente no módulo de Evolução.
Durante toda nossa vida formulamos perguntas que
nos intrigam. Muitas religiões tentam respondê-las através do
argumento único da fé. Particularmente acreditamos que a fé
é também sinônimo de humildade. Temos certeza absoluta
de que é necessária a humildade para entender que existem
coisas que estão fora do alcance de nossa compreensão.
Mas isso é um estágio transitório. À medida que evoluímos
também nossa compreensão se torna mais ampla, e aquilo
que está fora de nosso alcance agora já não estará no futuro.
Porém, se não fizermos essas perguntas desde já, nunca
acharemos as respostas. É tudo parte de um processo.
Perguntas essenciais revelam inquietações essenciais.
Essa vontade de saber mais é inerente do ser humano e
aqueles que abandonaram sua busca pela compreensão
estão tendo uma morte espiritual, ao menos temporária.

29

ORG A N I ZAÇ ÃO DO
U N I V E R SO

SEPAR AÇÃO ENTRE HIPERESPAÇO E


UNIVERSO MANIFESTO
A existência é dividida em hiperespaço e universo
manifesto. Por universo manifesto entendemos tudo aquilo
que se submete, de uma forma ou outra, aos conceitos de
tempo e de espaço. Portanto, o universo manifesto é tudo o
que existe, dentro de nossa concepção de existência. Basta
por hora entender que existe o hiperespaço onde as leis do
tempo e do espaço não valem, isso mesmo, um lugar (se
é que podemos chamar assim) onde duas coisas podem
ocupar o mesmo espaço e onde passado, presente, e futuro
coexistem simultaneamente.
O universo manifesto é derivado do hiperespaço.
Ele também é conhecido como multiverso, universo
multidimensional. Quando chamamos de universo manifesto
na verdade estamos incluindo todos os universos que derivam
do hiperespaço e todas suas divisões.

30
DE US
Comecemos de cima para baixo. A compreensão de
Deus é importantíssima para entender como funciona o
universo. Acreditamos que a primeira pergunta sempre é
“O que ou quem é Deus? ”. Devo desapontar a todos nessa
primeira pergunta. Temos algumas respostas pragmáticas
que mais nos fazem entender como Deus funciona do que
propriamente quem ou o que é Ele. Usemos a partir de agora
o termo Fonte Suprema3.

CONCEITUAÇÃO

TERMINOLOGIA
Aqui nós chamaremos de Deus a Fonte Suprema,
origem de todas as coisas.
RAZÕES DE ESCOLHA TERMINOLÓGICA
A escolha desse termo evita a interferência da
associação de Deus com qualquer conceito religioso. Como
procuramos uma concepção mais ampla, essa associação
poderia limitar nossa busca da compreensão dessa verdade
máxima que é o conceito da divindade.
Uma outra razão para a escolha é o fato de não
desejarmos que o conceito de Deus seja encarado em uma
concepção antropomórfica onde Deus é um ancião barbudo
sentando em um trono e capaz de sentimentos humanos
como ira e decepção. Como disse muito acertadamente
Ramtha no documentário Quem Somos Nós, porque Deus
3 Leiam a apresentação para entender a escolha desse termo.

31
iria se irritar com os atos de um ser imperfeito, parte de uma
humanidade de bilhões de habitantes em um planeta de um
sistema solar da periferia de uma galáxia em um universo
que possui infinitas galáxias? Pense nisso.
A Fonte Suprema também é uma designação neutra por
não ser nem inerentemente masculina nem inerentemente
feminina. Sabemos que existem tanto defensores ferrenhos
de Deus como tendo polaridade masculina como temos
os defensores da Deusa e de sua polaridade feminina. Por
acreditarmos na Fonte como sendo superior, logo ela não
poderia possuir apenas uma única polaridade e por isso
tanto uma versão tendente ao masculino quanto uma versão
tendente à feminina seria ignorar algum dos aspectos da
fonte.
ALGUMAS OUTRAS TERMINOLOGIAS
Um livro que oferece algumas terminologias bastante
interessantes da Fonte é o livro de Urantia. Partilharemos
com vocês alguns dos termos usados lá pois os mesmos
categorizam nossa visão daquilo que é eterno e supremo de
uma forma interessante.
Segundo o livro Deidade é o termo que designa tudo
o que é sagrado, tudo o que tem origem divina, tudo que
poderia ser associado ao conceito de Deus. Divindade,
segundo o conceito do livro, são os efeitos de manifestação
da deidade. E por último o conceito de Deus que é a
personificação que nós, seres nesta atual fase de evolução,
damos ao que compreendemos da deidade e da divindade
mesclados a uma tendência ao antropomorfismo.

DEFINIÇÃO
“A Fonte Suprema é a causa primeira
de todas as coisas”
A Fonte possui ambas as polaridades e nela se

32
originam todas as manifestações do multiverso. Ela tem
uma suprapersonalidade, ou seja, uma personalidade que
transcende nossos conceitos ainda limitados do que é uma
personalidade. A Fonte é um fenômeno não-local que existe
fora do eixo do tempo-espaço.
Vejamos agora um pouco mais sobre a natureza da
Fonte Suprema.

O QUE É A FONTE

A FONTE NÃO TEVE COMEÇO


Sabemos que a Fonte não tem origem. Isso mesmo,
ninguém a criou e o Big Bang tem apenas relação com
a criação do nosso universo em particular e não com o
surgimento da Fonte Suprema. É sem dúvida um conceito
impossível de se apreciar inteiramente no nível em que
estamos.
A Fonte não foi criada pois se tivesse sido criada logo
quem a criou teria vindo antes dela e seria, portanto, a Fonte.
Esse é um conceito bastante difícil, o conceito de eternidade,
de infinito. A Fonte é absoluta, ela não teve começo e não terá
fim. No entanto ela se modifica e se altera constantemente,
se expande, e interage com as coisas que dela derivam de
formas distintas. A Fonte não está estagnada, mas é a fonte
de todo dinamismo existente, de todo movimento e ação.

A FONTE NÃO PODE SER UMA


ENTIDADE INDIVIDUAL
Se Deus fosse uma entidade individual o universo seria
algo muito injusto. Muitas religiões tentam “humanizar” a
Fonte, atribuindo termos como vontade, ira, agradar, e tantos
outros que só fazem sentido para seres individuais racionais
(às vezes nem tanto) como nós. A Fonte está muito, mas

33
muito acima mesmo de emoções como essas.
Se Deus fosse algo assim, então todos nós seríamos
escravos de um ser que deu a sorte de nascer superior a
absolutamente tudo, e que criou regras por capricho.
Estaríamos vivendo em uma grande tirania.
Mas a Fonte não funciona dessa maneira. Por ser o
princípio e o fim de tudo, a Fonte é a sabedoria encarnada.
Existem sim leis, que fazem parte da organização do mundo
manifesto. Essas leis existem para que não haja caos, não
para que tenhamos de fazer a vontade de um único ser.
Sentimentos rebeldes acometem a todos que acham que
somos obrigados a obedecer a alguém. Se entendermos que
são regras que dão ordem à existência, então cumprimos a
lei sem grandes dificuldades.
RAZÕES PARA LEIS NO UNIVERSO
As leis que regem os mundos não são arbitrárias. Elas
não foram feitas para beneficiar um único indivíduo. Muito
pelo contrário, elas permitem que cada ser tenha liberdade
de expressar-se e de experimentar sem necessariamente ter
de invadir o espaço de outro ser. Obviamente que alguns
optam por dominar outros indivíduos, mas isso não é preciso
e esses seres poderiam facilmente prosseguir em suas
evoluções sem ter de conquistar outros. As leis, portanto,
funcionam para garantia de igualdade de direitos entre os
seres.
Essas regras que organizam a existência são parte
inerente da Fonte, elas fazem parte de sua natureza. Elas
não são coisas que a Fonte decidiu colocar lá ou coisas que
possam ser revogadas quando for conveniente. Na verdade,
essas leis não dependem de nada para sua existência e a
própria Fonte joga conforme suas próprias regras. Não
importa se você acredita nelas ou não, não importa se você
quer quebrar essas regras, não é assim que elas funcionam,
não importa a circunstância, você sempre estará sendo

34
regido por elas.
Existem leis menores e secundárias que podem ser
minimizadas ou até anuladas, mas sua existência permanece.
A lei da gravidade por exemplo. Se você consegue através
de um campo eletromagnético minimizar ou anular os
efeitos da gravidade em você, e dessa forma levitar, isso não
significa que a gravidade sumiu, ou que você não está sob
sua influência, apenas significa que dentro do funcionamento
dessa lei existem possibilidades previstas de anulação
dos efeitos ou de sua atuação, ou seja, você ainda estará
obedecendo todas as regras inerentes a ela.
Existem leis que estão presentes em todas as
realidades, existem leis que são características de uma
dimensão específica, de um universo específico, ou de uma
circunstância específica. Cada conjunto de regras foi planejado
quando aquela realidade foi concebida holograficamente4.
Essas leis possuem uma larga margem de ação.
O indivíduo tem várias possibilidades de se expressar
criativamente e de combinar as propriedades das leis de
forma engenhosa. Por isso a existência dessas leis não inibe
o caos criativo mesmo porque ele é fundamental para a
expansão e diversificação das experiências e das realidades
como você poderá conferir mais a frente.
IRRACIONALIDADES
Portanto, a Fonte não funciona como nós funcionamos.
Perguntas como “como agradar a Deus? ”, “o que faço para
que Deus me perdoe? ”, e “porque Deus está fazendo isso
comigo? ” Não fazem sentido é apenas tentam empurrar
aquilo que é nossa responsabilidade para um indivíduo
fictício que teoricamente está acima de nós. A Fonte não
funciona assim, e junto com o nosso livre arbítrio ela nos
deu a responsabilidade pelos atos. Essas perguntas devem a
partir de agora se tornar “Como posso agir em consonância
com as leis do universo? ”, “Como posso perdoar a mim
4 Vocês verão como isso acontece ainda nessa parte mais adiante

35
mesmo? ” e “Quais são os motivos pela minha atual situação?
O que fiz ou deixei de fazer para que isso aconteça? O que
ainda não aprendi? ”.
COMO POSSO AGRADAR A DEUS
Consideremos essa pergunta por um instante.
Primeiramente, procurar agradar a Fonte é presumir duas
coisas: A Fonte tem objetivos, e esses objetivos podem ser
frustrados. A Fonte não ter objetivos faria dela algo sem
propósito e sem inteligência, mas como sabemos que ela é a
inteligência suprema somos obrigados a aceitar que existam
sim propósitos em suas ações, por mais que esses propósitos
sejam incompreensíveis por nós. Porém, seguindo nossa
lógica vemos que não é possível que qualquer que seja o
objetivo da Fonte possa ser frustrado. Como origem de tudo,
causa primária de todas as coisas, tudo o que se manifesta
é por vontade dela. Logo chegamos à conclusão de que não
possuímos meios de contrariar a Fonte, tudo o que fazemos
beneficia de uma forma ou de outra seus planos, inclusive
nossos erros.
Presumir que algo que nós façamos possa agradar a
algo que possui uma escala tão maior é risível. Ou seja, fazer
as coisas da maneira certa só nos beneficia, já que tudo
beneficia a Fonte. No entanto, acreditamos que se há alguma
maneira de agradar a Fonte essa maneira é percorrendo o
caminho evolucionário e expansivo da forma mais direta,
eficaz, e rápida possível.
Vale lembrar que o fato da Fonte ser beneficiada com
tudo o que acontece não implica que não existam distinções
entre bem e mal, apenas implica que o mal também tem sua
função na ascensão dos seres.
O QUE FAÇO PARA QUE ELA PERDOE MEUS
ERROS?
Isso leva a um questionamento muito importante
similar ao que vimos anteriormente. Se estamos pensando

36
em perdão, então necessariamente estamos pensando em
ofensa. Se existe a necessidade de pedir perdão é porque
alguém foi ofendido. Isso nos leva a seguinte pergunta: Como
podemos ofender a Fonte (ou Deus, se quiser pensar assim)?
A resposta é simples: Não podemos.
É absurda a ideia de que seres como nós possamos
ofender algo supremo e absoluto como a Fonte. Essa ideia
implica em duas coisas: a Fonte possui um ego sensível,
e consideramos as coisas ruins que nos acontecem como
punições.
Na primeira hipótese, a Fonte precisaria ter um ego
sensível para poder ser vulnerável a ofensas. Pensar nessa
possibilidade é uma heresia. Se fôssemos governados por
um ego humano assim, estaríamos vivendo debaixo de uma
tirania de um ser muito pouco melhor do que nós, e vejam
que estamos falando de um reino composto por vários
universos infinitos cada qual com inúmeras dimensões. As
evidências da perfeição que nos cerca demonstra o contrário.
A Fonte não se ofende com nossos erros, apenas observa
nosso aprendizado com eles.
A segunda parte pressupõe que só sofremos quando
algo superior nos pune. Tentem mudar sua concepção desde
já. Quando soltamos uma pedra e essa cai, ela está sendo
punida? Não, ela está apenas se comportando dentro da lei da
gravidade. Quando fazemos algo prejudicial e posteriormente
sofremos, estamos sendo punidos? Não, apenas estamos
fazendo parte do comportamento natural da lei de causa
e efeito. Procurem pensar da seguinte forma quando se
sentirem punidos ou quando não souberem a razão do seu
sofrimento: Estou sofrendo porque existe algo que ainda não
aprendi, aprenderei rápido e o sofrimento cessará.
Existe uma segunda possibilidade para o sofrimento
que não inclui merecimento. Simplesmente outro ser decidiu
cometer um ato de impacto negativo. Neste caso, dado o
seu não merecimento, você ganha crédito. Nunca pensou

37
de onde vem tanta generosidade gratuita que aparece na
sua vida? Tantas situações favoráveis que não são do seu
merecimento aparente? De repente é a compensação
automática de um ato injusto sofrido. Mas por favor, Deus não
é um bancário fazendo sua contabilidade de merecimentos e
não merecimentos. É um processo automático embutido nas
leis que regem nossa existência.

TUDO FAZ PARTE DA FONTE


Tudo o que existe faz parte da Fonte, direta e
indiretamente. Diretamente porque a Fonte a criadora
primeira de tudo que existe. Indiretamente porque tudo
aquilo que nós criamos também faz parte da Fonte, pois
somos em essência parte intrínseca da Fonte.
A Fonte cria de forma holográfica. Ela está fora do espaço
e fora do tempo. De lá criou seu plano arquitetônico para
cada um dos universos existentes. Esses universos criados
estão localizados dentro do espaço-tempo fazem parte do
chamado universo manifesto. Esse universo manifesto é
formado com a energia primordial que faz parte de tudo e
que sai da substância da qual a Fonte é feita. Essa energia
se condensa em vários níveis criando assim as dimensões.
A Fonte divide a si mesma. Ela cria dessa forma as
fagulhas que serão as almas dos indivíduos que participarão
das experiências dos diversos níveis do universo manifesto.
Dessa maneira ela se expande e cria, assim ela faz parte
de tudo o que existe e parte de tudo que somos, pois, a
centelha que nos anima é simultaneamente derivada e parte
integrante da Fonte.
Dizer que tudo faz parte da Fonte não é meramente
panteísmo. A Fonte não é apenas a somatória de tudo o que
existe, mais acertado seria dizer que tudo o que existe é
parte dela porem ela transcende o todo por seu potencial
infinito e absoluto.

38
DO QUE É FEITA A FONTE
A Fonte tem existência substancial. Em outras palavras,
ela é feita de algo, de uma substância. A essa substância
chamaremos anima. Essa substância já foi teorizada pelos
pesquisadores da física quântica em suas descobertas e
investigações sobre o hiperespaço. A anima possui uma
estrutura quase incompreensível para nós nesse estágio,
no entanto ela se comporta de uma maneira que podemos
compreender ao menos metaforicamente. Devemos
evitar simplificações rudimentares e grosseiras ao tentar
compreender a anima
A anima se expande e se multiplica em certas
situações. A Fonte está em plena expansão constantemente.
Na medida em que se expande a Fonte se fragmenta, como
visto anteriormente. Desses fragmentos de anima da Fonte
nossas almas são criadas. Nossas almas estão sempre
conectadas a Fonte e serão sempre parte dela. Como
centelhas individuais as almas têm sua própria expansão de
anima e isso dá características peculiares ao processo de
evolução.

OBJETIVO DA FONTE
Pelo item anterior pode-se deduzir qual é esse objetivo.
Expansão. Não falamos de objetivo como quem fala de
uma meta ou de um desejo, falamos da natureza da Fonte,
falamos de seu propósito. Também não estamos dizendo,
quando usamos a palavra proposito, que a Fonte tem de ter
serventia ou utilidade, a Fonte não tem que servir pra nada,
pois nenhum ser deve ter de justificar sua existência, tudo
apenas é e se comporta segundo sua natureza atual. É disso
que trataremos, de como se comporta a Fonte e o que ela
objetiva.
Como vimos anteriormente a Fonte se expande e com
essa expansão se divide criando centelhas que são as almas

39
dos seres em evolução. Essas almas também se expandem
e assim aceleram e colaboram para a expansão da Fonte,
já que fazem parte intrínseca dela. Lembremos que essa
expansão se realiza pela multiplicação da substância que
chamamos anteriormente de anima. A anima se multiplica
através de dois estímulos específicos: amor e conhecimento.
Esses estímulos vêm das experiências especificas que a
anima tem no universo manifesto através do espírito.

ONDE ESTÁ A FONTE


A Fonte fica no hiperespaço. O hiperespaço é a
dimensão pontecial que está além do espaço e do tempo. Lá
não existe nem o tempo nem o espaço, todas as ações ou
atividades são instantâneas e simultâneas. No hiperespaço
as dimensões são definidas por frequência, fase e amplitude.
Não se preocupem com estes termos ainda, temos um
caminho muito longo a percorrer e muitos desses conceitos
aparecerão e serão mais devidamente explicados nos nossos
estudos. Aqui basta entender que a Fonte se localiza em
uma dimensão que não funciona de nenhuma maneira como
o mundo manifesto que estamos acostumados. Por esse
motivo fenômenos como o da anima podem acontecer, as
almas fazendo parte integrante da Fonte ao mesmo tempo
em que são centelhas individuais.

CONCEPÇÕES DA DIVINDADE
O ser humano, como ser em estado limitado, usa seu
intelecto para conceber e explicar a divindade. Algumas
concepções são bem amplas e outras estruturadas em
dogmas. Vejamos algumas dessas concepções e as
implicações de cada uma delas.

40
ATRIBUIÇÕES
As atribuições mais comuns da divindade incluem
onisciência, onipotência, onipresença, benevolência,
simplicidade divina, zelo sobrenatural, eternidade, e
existência necessária.
Onisciência: é a capacidade de saber tudo
infinitamente, incluindo pensamentos, sentimentos, vida,
passado, presente, futuro, e todo universo.
Onipotência: designa a capacidade de fazer qualquer
coisa.
Onipresença: é a habilidade de se estar em todos os
lugares ao mesmo tempo.
Benevolência: Disposição favorável em relação a
alguém.
Simplicidade divina: Em teologia, simplicidade
divina é o atributo segundo o qual Deus não é constituído
de partes. O ser de Deus é idêntico aos seus atributos. Em
outras palavras, características como onipresença, bondade,
amor, eternidade, e outras, são idênticas ao ser divino e não
qualidades que o definem.
Também Deus é concebido como sendo imaterial (sem
corpo físico), algo que possui uma personalidade, como a
causa para termos de fazer o bem, e como ser supremo.
Todas essas afirmações foram acompanhadas de
grandes defesas filosóficas, porém apresentam diversas
contradições. Deus ser algo imaterial sugere que ele não
possui substância, porém todas as evidências apontam para
um comportamento substancial mesmo que de uma matéria
para nós desconhecida e com funcionamento complexo. Deus
não pode possuir uma personalidade como compreendemos,
pois, isso induziria a um conceito de que vivemos em uma
tirania de um ser semelhante a nós, porém em posição

41
privilegiada. Deus deve ser a origem de tudo, tudo o que
existe deve ter origem em Deus (para nós a Fonte), por isso
tanto o bem quanto o mal tem lugar e propósito na criação
divina.

CONCEITOS FILOSÓFICOS
DEUS DECEPTOR
Na filosofia cartesiana Deus é visto como alguém que
quer iludir e enganar e manipular o homem. Se Deus precisa
manipular alguém, então não é o ser supremo e fonte de
todas as coisas.
DEUS OTIOSUS
No conceito teológico de deus otiosus ele é tido
como um Deus que não se envolve em seu funcionamento
diário. É importante notar aqui que, a parte a associação
com o termo otiosus (ocioso), o conceito de que Deus não
se envolve em questões cotidianas é bem saudável e nos
traz a responsabilidade daquilo que nos cerca. Lembrem-
se de que vivemos debaixo de leis universais, e que temos
de saber como nos comportar diante delas, Deus não está
diretamente envolvido nos resultados de nossas ações.
DEUS ESCONDIDO
Um conceito similar sugerido por São Tomás de Aquino
se refere a Deus escondido. Nesse conceito não pode ser
reconhecido por nada que possamos ver. Somos de opinião
completamente oposta, pois tudo é resultado da Fonte.
A NOVA GERAÇÃO DE DEUSES
Alguns também sugerem que a ideia de um Deus já
se esgotou e que ela é substituída por deuses mais jovens e
ativos. A própria ideia de substituição entra em conflito com
o conceito de entidade suprema.

42
MONOTEÍSMO
Nas religiões monoteístas atuais o termo se refere à
ideia de um ser supremo, infinito, perfeito, criador do universo,
que seria a causa primária e o fim de todas as coisas. Esse
conhecimento supostamente teria sido revelado através dos
textos sagrados: Tanakh (judaísmo), Avesta (zoroastrismo),
Bíblia (cristianismo), Livro de Mórmon (mormonismo), Alcorão
(islamismo), Kitáb-i-Aqdas (bahaismo).
DEÍSMO
Esse pensamento rejeita a religião institucionalizada.
Afirma que a razão é a única maneira de nos assegurarmos
da existência de Deus. Falha ao entender que cada ser é
único, e que cada um possui sua maneira de se relacionar
com o conceito de Deus, mesmo que através da religião
institucionalizada. Nós pregamos o respeito universal pelas
manifestações religiosas. Respeito não necessariamente
significa concordância.
TEÍSMO
Contrapõe-se ao ateísmo, ao deísmo, e ao panteísmo.
Afirma que existe Deus, que esse é um ser absoluta que
transcende tudo, e que interfere no mundo. No teísmo Deus
pode ser compreendido pela razão, não é necessária a
revelação, mas não nega que essa possa existir. É do teísmo
que se desenvolve a teologia.
ATEÍSMO
Nega a existência da divindade ou mesmo atesta a
ausência da crença de que exista a divindade.
AGNOSTICISMO
O agnóstico pode ou não acreditar em Deus, não
acredita que seja possível provar sua existência do mesmo
jeito que é impossível provar sua inexistência. É um termo
usado por quem não segue nenhuma religião.

43
POLITEÍSMO
Crença na existência de várias divindades.
ANIMISMO
Manifestação religiosa imanente a todos os elementos.
PANENTEÍSMO
Afirma que o universo está contido em Deus, mas Deus
é maior do que o universo.
PANTEÍSMO
Deus e o universo coincidem, são a mesma coisa.
ANTROPOMORFISMO
Atribui características humanas a Deus. É um engano
pois dá limites humanos ao pensamento divino e o torna
assim menor do que o absoluto que é.

RELIGIÕES
Muitos argumentam o conhecimento sobre Deus
através dos textos sagrados, outros através de suas
qualidades manifestas no ser humano, outros observando a
natureza e suas criações. Também se defende a observância
de Deus através da evidência científica de uma fonte de
energia ilimitada que poderia explicar a criação do universo
e também através da complexidade do universo tanto em
nível macro quanto microscópico.
CONCEPÇÃO ABRAÂMICA
Inclui a visão cristã da trindade, a definição cabalística
de Deus no misticismo judaico, e os conceitos islâmicos. É
chamada de concepção abraâmica pois o patriarca Abraão
deu origem aos povos que geraram essas três religiões.
HINDUÍSMO

44
Possui diversos pontos de vista do divino que podem
variar por região, seita e casta. Essas visões podem variar
desde o monoteísmo até o politeísmo.
BUDISMO
É uma religião não teísta, porém não ateísta. Não
atribui conceitos a um Deus ou deuses, mas não nega sua
existência.
ESPIRITISMO
Para eles Deus é a inteligência suprema, causa primeira
de todas as coisas, eterno, imutável, imaterial, único,
onipotente e soberanamente justo e bom. Todas as leis da
natureza são leis divinas, pois Deus é seu autor.
Vale notar que o espiritismo confunde eternidade
com imutabilidade. Tudo no universo é dinâmico e em
constante movimento, por isso um Deus que não se modifica
é contrário à própria natureza observável que ele cria, este é
um paradoxo irracional.
MARTINISMO
“vejo o Todo, vejo-me na mente… No céu eu estou,
na terra, nas águas, no ar; estou nos animais, nas plantas.
Estou no útero, antes do útero, após o útero -estou em todos
os lugares.”
TEOSOFIA
Afirma que o universo é essencialmente espiritual e
que o homem deve evoluir para se integrar a Deus.
WICCA
Religião dueteística que crê na Mãe tríplice e no
Deus Cornífero. Essas entidades são muitas vezes vistas
como facetas de uma divindade panteísta maior. São mais
associações simbólicas do que conceitos formados sobre a
divindade.

45
RELIGIÃO MATRIARCAL
Centrada na adoração à Deusa Mãe, associado a ritos
de fertilidade e sacralidade da adoração da natureza e dos
ciclos cósmicos. A projeção da manifestação divina natural
na figura da mulher ou deusa define o conceito do divino
desta religião.

ONIPOTÊNCIA, ONISCIÊNCIA,
ONIPRESENÇA

ONIPOTÊNCIA
A onipotência da Fonte parte do princípio de que todo
o universo manifesto se origina da luz produzida pela anima
e condensada holograficamente desta forma estando sob
seu domínio.

ONISCIÊNCIA
Toda a informação molecular de tudo o que existe
e todo histórico da existência de toda a matéria está no
hiperespaço da Fonte. No hiperespaço também passado,
presente, e futuro coexistem colaborando para a onisciência
da Fonte.

ONIPRESENÇA
Como discutimos antes, tudo faz parte da Fonte direta
ou indiretamente.

46
A N IM A

COMO SE MULTIPLICA
Vimos anteriormente como a Fonte Suprema se expande
no hiperespaço através da anima. Aqui entenderemos melhor
como funciona esse processo.
Devemos aqui explicitar que as descrições a seguir são
simplificações humanas para explicarmos processos ainda
além de nossa possibilidade de compreensão. Entendemos
que a Fonte possui substância, sabemos que essa substância
se expande, e sabemos que se expande mediante certos
estímulos. Nós humanos sabemos disso pela observação de
certos fenômenos e a interligação entre eles.
Os detalhes mais profundos do comportamento dessa
substância, que chamamos aqui de anima, são inexplicáveis
para nós. São inexplicáveis simplesmente porque nossa
mente individual, como nós a percebemos, está no universo
manifesto onde existe fortemente o conceito de tempo e de
espaço. Por isso se torna difícil compreender plenamente
o comportamento de coisas que se encontram em uma
realidade sem tempo e sem espaço: o hiperespaço.
No entanto devemos esquematizar essas observações
por motivos didáticos para compreendermos a Fonte e
para compreendermos adiante o funcionamento de certas
dinâmicas evolucionárias.

ESTÍMULO
47
INTERAÇÃO
A substância que aqui chamamos de anima, se
multiplica mediante certos estímulos assim como organismos
se multiplicam através de estímulos como alimento, luz solar,
e outros. Esses estímulos são todos obtidos pelas interações
com o mundo manifesto. Essa interação se dá através
dos construtos energéticos que a alma cria no multiverso.
Veremos mais a frente quais são esses construtos e como
funcionam, principalmente na parte de anatomia mágica.

NOVOS ESTÍMULOS
Esses estímulos vêm através da experiência que a alma
tem interagindo com as coisas e situações, principalmente
situações do universo manifesto multidimensional. Quanto
mais experiências mais estímulo e maior o crescimento.
Essas experiências, essas interações, são o alimento da
alma, pois fazem a anima se multiplicar.
Uma questão pode ser levantada: se a alma, juntamente
com a Fonte e como parte dela, criou o mundo manifesto
como é que ela pode obter experiências novas? Essa é uma
excelente pergunta com uma resposta simples. A criação
inicial não ficou estática, ela se expandiu, ela se recria
diariamente, ela cria novas coisas. O mundo manifesto se
expande por si só se tornando uma deliciosa complexidade.
Diversas vezes vivemos situações que não planejamos,
isso é sinal de que não apenas vivemos situações em que
projetamos e criamos mas vivemos também situações
que atraímos e outras que interagimos das construções e
atrações de outros seres durante nossas jornadas. A alma e
a Fonte também criam constantemente e isso faz com que
o panorama do mundo manifesto esteja em eterna mutação
dinâmica.
É muito importante que se entenda que o estímulo
nunca cessa nem cessará, a expansão é eterna, sempre

48
haverá novas experiências e novas interações. Afinal, ninguém
jamais interagiu com todas as coisas e pessoas existentes,
não pegou em todas as pedras, não visitou todos os leitos
de rio, não esteve em todas as montanhas nem acariciou
todos os animais. Ainda falta muito para experimentarmos.
E sempre faltará.

QUAIS SÃO OS ESTÍMULOS


Todas as vezes que a anima se multiplica a alma fica
maior. A alma é a individualização de uma parte da fonte
para que se crie um ser. Uma alma maior produz mais luz
que vai se solidificar no multiverso. Dessa forma a Fonte
também está sendo expandida. Quanto mais luz uma alma
consegue solidificar maior o poder que esse indivíduo tem
de fazer as coisas acontecerem ao seu redor.
Em algumas religiões esse fenômeno de maior poder
é chamado de “conquista moral”. Isso quer dizer que temos
dois tipos de pessoas que demonstram poder mensurável
por sobre sua realidade. Algumas pessoas nascem com um
corpo mais preparado para processar energia e por isso
demonstram esses efeitos. Outras, por terem uma alma
maior demonstram os mesmos efeitos ou até maiores, porém
independente do corpo que carregam sua alma produz luz
que se solidifica e produz efeitos no mundo manifesto.
Os dois estímulos observados que fazem com que a
anima se multiplique e aumente o tamanho da alma são o
amor e o conhecimento.

DEFINIÇÃO DE AMOR
Quando falamos de amor aqui, não estamos falando
de qualquer sentimento, estamos falando claramente apenas
de amor. Qualquer tipo de amor. Vejamos um pouco mais
sobre como definir o amor.

49
Quando amamos algo estamos atribuindo valor
profundo ao objeto de nosso amor. Vocês podem pensar que
amam coisas sem valor, mas aquilo não tem valor segundo
quem? Se você ama algo ou alguém aquilo tem valor para
você, mesmo que não tenha valor econômico ou qualquer
outro valor para outras pessoas. Pode-se amar o que se faz,
seu trabalho, uma atividade, o amor pode tomar todo tipo
de forma.

AMOR EGOÍSTA
O amor mesquinho e egoísta, infelizmente, também
pode ser considerado como amor, pois um valor estará sendo
atribuído àquilo. O amor próprio também é considerado
amor. Por isso vemos pessoas egoístas prosperarem, por isso
vemos pessoas de mau caráter, porém com grande poder
pessoal. Isso tudo porque o amor por si mesmo, o amor pelo
dinheiro, o amor pelos prazeres também é amor pois afinal
é uma atribuição de valor. No entanto, esse tipo de amor
tem limites e é muito seleto. Ele exclui a maior parte das
fontes de amor. Isso faz com que essa pessoa tenha certos
limites de expansão de sua alma através desse tipo de amor.
Todavia existem maneiras de esses indivíduos continuarem
a expandir seu poder pessoal roubando a anima de outras
pessoas, mas veremos isso em Defesa Preternatural.

AMOR UNIVERSAL
Esse tipo de amor, tão almejado pelos mais
espiritualizados, acontece quando se atribui valor verdadeiro
a todas as coisas e seres. Existe esse amor por se considerar
a própria existência como o valor inerente do ser. Existir
basta, incluindo coisas inanimadas. Respeito por tudo que
existe. Isso não significa que todos os seres fazem atos
admiráveis ou que estão no mesmo ponto do caminho. Em
um nível profundo somos todos um, partilhamos da mesma
substância de uma Fonte única, todos temos valor apenas por
existirmos, porém estamos em pontos distintos no caminho.

50
Essas diferenças devem ser respeitadas. Não lidamos com a
cobra da mesma maneira que lidamos com um coelho, mas
ambos têm direito à vida e têm sua função e valor dentro do
macrocosmo.

DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO

INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
A primeira distinção a ser feita aqui é entre
conhecimento e informação. Muitas pessoas possuem um
número enorme de dados, mas isso não significa que elas
entendam as implicações dos mesmos. Ter conhecimento
é ter dados, mas também é compreender seu contexto, é
extrapolar conexões, é ter domínio daquela informação por
completo. Ter conhecimento é compreender totalmente algo.

INFORMAÇÃO E SABEDORIA
Aqui existe outra distinção importante. Percebam que
não falamos em nenhum momento sobre conceitos de bem
e mal envolvendo o conhecimento. Não estamos atribuindo
ou analisando esse tipo de valor. O uso ou intenção por
trás do conhecimento não é nosso foco de estudo aqui.
Para o estímulo da anima e expansão da alma basta o
conhecimento em si. Em geral, o bom uso ou o uso benéfico
do conhecimento é chamado de sabedoria.

CONHECIMENTO EGOÍSTA
Como no caso do amor, o conhecimento para fins
egoístas também estimula e expande a anima. Mas como no
outro caso, esse caminho também tem suas limitações. Para
certos tipos de experiência, para certos tipos de aprendizado,
para certos tipos de conhecimento, apenas o abandono de si
mesmo, apenas o altruísmo e abnegação possibilitarão que
os mesmos aconteçam.

51
VISÃO DE HERMES
Para entender melhor quem foi Hermes Trismegisto
dê uma olhada em figuras célebres na parte de História
Preternatural. De forma geral a visão de Hermes dá uma
descrição da saída da centelha divina da Fonte, sua queda
até a mais densa das dimensões e sua ascensão lenta e
evolutiva até que ao final esta chama evolui encontrando seu
caminho até a fonte e assim se reintegrando a ela.
Afirmamos desde já que não cremos ser possível
sermos reabsorvidos pela Fonte e assim deixarmos de existir.
Como dito antes isso seria de acordo apenas comum deus
tirano e vampírico. Acreditamos que nunca realmente saímos
da Fonte já que nossa alma permanece simultaneamente
ligada e independente. Também não endossamos a ideia de
que exista um caminho vertical como o descrito. Não nos
densificamos ao sair da Fonte, já somos manifestos densos
na multidimensionalidade. O que acontece na interpretação
desta visão é a densificação fotônica quer veremos mais à
frente.
Vimos anteriormente sobre a improbabilidade de
um ser obter todas as experiências possíveis presentes no
mundo manifesto. É principalmente sobre esse caminhar
no mundo manifesto que trata a célebre Visão de Hermes.
Nela é descrita a manifestação multidimensional, a alma se
manifesta no multiverso condensando sua luz e criando seu
construto energético (espírito) para interagir, em seguida
densifica esse construto para que o mesmo habite as
dimensões mais densas. Lá as experiências e aprendizados
são mais brutais e menos complexos. À medida que vai se
coletando experiências, a anima se expande e pode assim
gerar mais luz. Essa luz será condensada no mundo manifesto,
em outras palavras, o indivíduo ganha mais possibilidades
de modificar o seu ambiente e possibilidade de criar e
interferir em sua realidade. Com essas novas possibilidades
a agitação molecular causada pela metabolização da energia
tornará mais sutil o indivíduo e assim o fará deslocar-se para

52
dimensões mais leves. Assim ocorre a ascensão descrita na
visão. Para maiores detalhes consulte o anexo deste livro
para ler a visão de forma integral e comentada.
O que queremos frisar aqui é a excelente metáfora
explicando nossa ascensão. Essa visão nos permite
ver figurativamente a expansão pela qual passamos ao
percorrermos nossas experiências. À medida que acumulamos
essas experiências a quantidade de energia que processamos
é maior e consequentemente é maior a agitação molecular
de nosso corpo espiritual, assim gradualmente nos tornamos
mais sutis e assim vamos percorrendo das dimensões mais
densas em direção as mais diáfanas e etéreas. Com a visão de
Hermes vemos a narração da nossa ascensão pelos mundos.
Outro aspecto o interessante é o simbolismo da chegada a
Deus. Certamente em estágios mais avançados do nosso
caminhar nossa integração alma-espírito é muito maior, e
a quantidade de anima que nossa alma possui nos faz ser
verdadeiros deuses e mais adiante teremos uma integração
indescritível com a Fonte.

53
_2
INTRODUÇÃO AO
HIPERESPAÇO

54
I N T RODUÇ ÃO AO H IP E R E SPAÇ O
Nesse capitulo estudaremos um pouco sobre como
funciona o hiperespaco. Nos aprofundaremos nesta questão
na parte de Hermetismo. No entanto é importante que
tenhamos noções preliminares sobre o hiperespaco para
termos nossas mentes abertas para alguns conceitos que
serão apresentados em seções futuras desse livro.

O QUE É HIPERESPACO
De forma resumida vamos aplicar aqui o nosso
entendimento, segundo a teoria das cordas, do que é
hiperespaço. O hiperespaço é o “lugar” onde fica a Fonte
Suprema, o “lugar” de onde se origina tudo que existe
no universo manifesto, é onde ficam guardadas todas as
informações já existentes, é onde residem nossas almas,
é a origem. A seguir vamos entender alguns aspectos do
hiperespaço e vamos nos aprofundar em suas implicações
em estudos futuros.

NOMENCLATUR A
Muitos textos vão chamar o hiperespaco de realidade
virtual pois o hiperespaco trabalha principalmente com o
potencial. Ela é chamada de virtual pois não possui uma
existência física como nós compreendemos, algumas
estruturas hiperespaciais são, às vezes, mais conceitos do
que entidades. Isso quer dizer que essas estruturas funcionam
mais como ideias do que como substância. Isso não revoga
o que vimos sobre a anima, mas vem reforçar sua diferença

55
com aquilo que estamos acostumados.
Outra terminologia usada para denominar o hiperespaco
é vácuo. Não sejam induzidos por essa nomenclatura a
pensar no conceito de vácuo como sendo algo vazio. Na física
quântica o vácuo reúne todas as possibilidades, tudo o que
pode ser criado. Um único ponto no vácuo contém energia
potencial para um novo big bang. Quando vocês pensam no
vácuo do espaço estão pensando apenas em ausência de ar,
porém o vácuo é pleno de ondas e emanações energéticas
de todo o tipo.

AUSÊNCIA DE TEMPO AUSÊNCIA DE ESPAÇO


Partículas elementares são o maior indicio do
hiperespaco pois são capazes de existir em um estado
de não-tempo e não-espaço. Elas compartilham suas
existências com seu próprio passado e próprio futuro. Essas
partículas são percebidas por nos apenas em uma fração de
seu próprio tempo pois elas pulam para dentro e para fora,
simultaneamente, de diferentes estruturas temporais. Isso
quer dizer que essas partículas existem simultaneamente,
ao mesmo tempo, em todos lugares e todos os tempos
que existem. Se você fosse uma dessas partículas, estaria
vivendo agora, ao mesmo tempo, sua infância e sua velhice
e moraria aqui e em Hong Kong, e em Tóquio, e em Sidney,
e no México, de uma só vez.
Manter um compromisso seria um desafio neste mundo,
pois o lugar onde você marcou o encontro poderia estar em
todos os lugares ao mesmo tempo. Quando o espaço deixa
de ser uma variável, quando ele não existe, esse fenômeno
é chamado de não-localidade do evento. Se quiser, pense
no hiperespaco como uma grande encruzilhada onde todos
os caminhos se encontram e todos os tempos coexistem,
dali é possível ir a qualquer lugar em qualquer época. Assim
funciona a ausência de tempo e a ausência de espaço no
hiperespaço.

56
PARTÍCULAS
Como dissemos anteriormente o vácuo é pleno de
energia. É no vácuo que começa o processo onde a matéria,
o espaço, e o tempo se manifestam nas diversas dimensões.
Quando as partículas elementares se manifestam elas
trazem junto conhecimento do hiperespaco. Vemos isso no
processo de holografia onde a luz vai se condensar formando
a matéria e as dimensões, nesse processo ela se condensa de
acordo com um plano arquitetônico holográfico que organiza
essa condensação e dessa forma esta transportando esse
conhecimento a partir do hiperespaco.

TR ANSMISSÃO DA INFORMAÇÃO
O hiperespaco possui estruturas que chamamos
de hipercampos. São essas estruturas que fornecem as
informações e as transportam através das ondas escalares.
Onda escalar é um tipo de onda que se movimenta mais rápido
do que a velocidade da luz. As ondas escalares possuem outras
propriedades além de sua notável velocidade. O hipercampo
não pode ser observado de forma direta por nós, apenas
sabemos que existem pelos efeitos que observamos. Nossa
intenção individual, nossa vontade, pode alterar a interação
do hiperespaco com o mundo manifesto. Nós alteramos
através de nossa intenção os processos holográficos que
materializam as coisas nas dimensões. Isso acontece
pois temos nossa anima, nossa alma que está sediada
no hiperespaço e assim faz a transferência necessária de
informação. Lembrem-se que essa informação é transmitida
em ambos os sentidos, ou seja, podemos também receber
informações importantes vindas do hiperespaco. É dessa
maneira que muitas vezes também sabemos que algo existe no
hiperespaco mesmo sem podermos observar o fenômeno de
forma direta, pois somos seres multidimensionais ancorados
pela alma no hiperespaco. A intenção individual pode alterar
a interação do hiperespaco com o mundo manifesto e

57
assim manifestar e criar eventos na multidimensionalidade.
É através do hiperespaco que toda matéria que existe se
comunica constante e incessantemente. O hiperespaco
envia ondas escalares através dos hipercampos, existem
no universo manifesto tradutores que compreendem o que
essas ondas escalares trazem de informação. O cérebro é
um tradutor de onda escalar e gera seus próprios conectores
de hiperespaco. A forma cilíndrica com extremidades em
campana são nossos conectores com o hiperespaco e com
realidades paralelas. Essa forma energética é conhecida
como ponte de Einstein-Rosen. Outra forma hiperespacial
é o toróide. Quando falamos sobre a não-localidade, ou
seja, a ausência do conceito de espaço, estamos querendo
dizer que partículas com galáxias de distância entre elas
trocam informação instantaneamente. Isso acontece porque
em algum momento ouve uma programação que uniu o
destino dessas partículas, e desde então elas compartilham
informação de maneira instantânea através do hiperespaco.

PRODUÇÃO DE LUZ
O corpo humano também produz luz, são os biofótons
produzidos pelo DNA. A luz interage com as partículas
elementares e contribui para a percepção linear. A luz possui
essência multidimensional. O excesso de tensão de giro
corresponde aos vetores potenciais do vácuo que geram os
campos eletromagnéticos.

NATUREZA DA LUZ E DA ENERGIA

ANIMA GER A FÓTONS


A substância da qual a anima é feita gera luz, ou seja,
fótons. Nossa matéria tridimensional também gera fótons,
os biofótons que discutiremos adiante. A produção de fótons

58
é proporcional à quantidade de anima. O tamanho da alma
indica quanto luz ela pode gerar. A explicação para esse
fenômeno da luz é detalhada exaustivamente nos diversos
textos disponíveis sobre física e mais especificamente sobre
física quântica.
O fóton é uma partícula elementar e é mediador da forca
eletromagnética. É o quantum da radiação eletromagnética.
Quantum é um pacote contínuo de energia que auxilia na
emissão e absorção de energia eletromagnética.

FÓTONS SE ORGANIZAM
A luz se condensa para formar os universos
multidimensionais. Os fótons se organizam de acordo com
as informações contidas no hiperespaço. Vale lembrar que
se o hiperespaço se desabrocha através do desenvolvimento
da anima, e essa se expande com os estímulos emocionais
e intelectuais (amor e conhecimento), então podemos
pressupor que toda informação coletada das experiências
no universo manifesto é uma retroalimentação. Os fótons
se organizam usando o processo holográfico como guia.
Seguindo as informações contidas no plano holográfico os
fótons se organizam para formar as coisas. A velocidade de
vibração e a densidade (quantidade de fótons por medida de
espaço) distinguem as dimensões: quanto menor a velocidade
e maior a densidade mais sólida e menos sutil a dimensão.
Veremos mais sobre dimensões na matéria de Fotônica.

MOVIMENTO E ESTÁTICA
Ainda existem grandes debates no mundo da
física que se deparam confusamente com o princípio de
incerteza de Heisenberg. O princípio de incerteza nos diz
que ao observar qualquer fenômeno o observador está
automaticamente interferindo no processo e por isso nunca

59
se pode saber perfeitamente qual o resultado puro limpo
de um experimento. Existem cientistas que defendem que
a luz é uma partícula, existem cientistas que defendem que
luz é uma onda. Curiosamente nos experimentos feitos para
comprovar que luz é onda ela se comportou como onda, e nos
experimentos que tentavam provar ser luz uma partícula ela
se comportava como tal. Houve até mesmo um experimento
único que provou que a luz se comportava como partícula
para aqueles que esperavam que ela assim o fosse e que
se comportava como onda para os que esperavam que ela
fosse onda.
Para nós ela é ambos. Quando a luz se comporta de
maneira aparentemente estática e se solidifica formando
a matéria, ela está assumindo uma natureza de partícula.
Quando ela, a luz, está em movimento vibracional ela se
comporta como onda. Em outras palavras, a luz forma tudo
o que existe no multiverso, seja solido ou não, denso ou sutil.
Ela forma até mesmo sua personalidade através das inúmeras
maravilhas que ocorrem na impressão eletromagnética no
nosso corpo etérico.
Para resumir o conceito, luz em movimento é onda,
também chamada de energia, luz “estática” é partícula
condensada, também chamada de matéria.

ONDAS E PARTÍCULAS NA FORMAÇÃO DE TUDO O


QUE EXISTE
Vamos adentrar um pouco mais no entendimento de
como tudo é luz. Tudo o que você toca, sente com seu corpo
físico é luz, se comportando como partícula e é agrupada para
formar a matéria. Como partícula o fóton (luz) é responsável
por muitas das propriedades da matéria como, por exemplo, a
estabilidade dos átomos, moléculas e sólidos. Isso acontece
com sua interação com o elétron e o núcleo atômico.
Toda radiação é quantizada em fótons, ou seja, todos

60
os fenômenos energéticos e de ondas são concebidos em
termos de fótons.
A matéria, átomos, está sempre gerando fótons
seja pelo movimento dos elétrons, seja por aceleração de
partículas carregadas, seja pela colisão mútua dos átomos.
Não se preocupem com todos esses conceitos técnicos,
basta entender que a luz gera o mundo e o mundo gera a luz,
um processo de criação constante. Este fato é importante
para que possamos entender futuramente alguns fenômenos
na espiritualidade.
Ao entender que como onda os fótons são os mediadores
dos campos eletromagnéticos, vamos entendendo que
dessa forma é que eles possibilitam que outras partículas
interajam com partículas eletromagnéticas e campos
eletromagnéticos. Isso explica muito do o que acontece
no Magnetismo, Vibração, Lei de Atração, Transfiguração e
outras tantas ciências preternaturais.

FUNÇÃO COMUNICADOR A DALUZ


Pensem em como a maior parte de dados é armazenada
atualmente. HDs, pendrivers, antigas fitas K7, tudo isso
tem algo em comum: armazena e/ou troca dados de forma
elétrica ou magnética. Quando estamos falando de transporte
ou armazenamento de informação estamos falando de
fenômenos eletromagnéticos. A luz, feita de fótons, foi vista
acima como mediadora de fenômenos eletromagnéticos.
Podemos concluir acertadamente que a luz é a grande
responsável pela transmissão de dados e o armazenamento
dos mesmos. Ela transporta os dados através das dimensões
e também para o hiperespaço e deste para as multidimensões.
No hiperespaço essa luz armazena todos os dados coletados
vindos do universo manifesto. Sabendo utilizar a luz podemos
acessar qualquer um desses dados a qualquer momento. Pela
própria natureza flexível dos fenômenos eletromagnéticos,

61
programações, informações, e dados podem ser revisados,
alterados, repostos, e modificados tanto no multiverso quanto
no hiperespaço. Como não existe tempo no hiperespaço isso
significa dizer que podemos alterar informações sobre coisas
que já aconteceram. Isso já foi experimentado pela ciência.
Equivale dizer que você pode não só escrever seu futuro
como reescrever seu passado. Tentador não acham?

TUDO QUE EXISTE É LUZ


Para que fique claro, tudo é luz no mundo manifesto.
Tudo que possui forma, substância, vibração, é luz. Até
antimatéria. O próprio choque anulatório de antimatéria com
matéria produz fótons que são luz. Estamos aqui falando
não de luz moral, ou de sinônimo de benevolência, mas do
aspecto físico da luz. Mas se estendermos nosso conceito
vamos entender que mesmo o que chamamos de mal é
apenas uma manifestação grosseira e de vibração baixa
da ondulação ou agitação molecular da luz. De certa forma
pode-se afirmar que as trevas são apenas ausência de luz,
porem o vácuo é apenas um conceito sem existência. Não
existe vácuo real, apenas vácuo virtual.
Obviamente não significa que porque tudo tem sua
origem na luz que tudo é benéfico ou desejável. Mas tudo
tem sua origem real na luz. Por isso algumas religiões dizem
que tudo serve aos propósitos da divindade. Os construtos
orgânicos também produzem fótons, os biofótons. Isso
indica que produzimos luz constantemente.

LUZ E REALIDADE
Podemos deduzir, baseado nos fatos até agora, que
quanto maior a alma maior o poder que ela tem de alterar a
realidade. Podemos afirmar isso, pois o tamanho da alma tem
relação com a quantidade de anima que ela tem e, portanto,

62
a quantidade de fótons que ela gera. Se considerarmos
que essa luz vai ser condensada para formar a realidade
do universo manifesto, então temos que o “tamanho” da
alma dita: seu poder sobre a realidade. Diversas vertentes
afirmam que construímos nossa realidade constantemente,
e isso é verdade não só pelas decisões e atos que tomamos
e fazemos, mas também pela literal criação concreta das
coisas. A matéria está em mutação constante, e esses
processos ocorrem pelas interações entre os átomos. Vimos
que essas relações são mediadas pelos fótons, logo nossa
produção de fótons interfere em como esses processos
acontecem, estejamos conscientes disso ou não. Em geral
nossas crenças servem como filtro para como os fótons
que produzimos interferem na realidade. A informação de
nossas crenças, pensamentos, e emoções são impregnados
nos fótons, que como vimos transportam informação, e
carregados dessa programação esses fótons partem para
participar da eterna transformação da realidade.
Assim funciona a espiritualidade. Assim podemos
manipular energia para produzir os efeitos desejados. Em
geral praticantes da espiritualidade usam seus biofótons para
fazer tais operações e por isso muitas vezes essas operações
são feitas coletivamente. Falando ainda em operações
lembremos que justamente pelos fótons mediarem processos
eletromagnéticos, toda energia manipulada sofre a influência
da luz.
Se a realidade é organizada pela informação da
luz e essa se impregna com as informações de nossos
pensamentos, chegamos a concluir que se várias pessoas
têm crenças similares sobre a realidade, a realidade se
moldará para se adequar àquela crença. A essa visão coletiva
de realidade chamamos de campo unificado quântico.
Vencer a coletividade em uma época onde
espiritualidade ainda é tida como ficção é bastante difícil, e
por isso os melhores resultados ainda são os que acontecem
em locais limitados e por curto período. É possível

63
também, quando pessoas afins se reúnem, de que suas
animas conjuntamente gerem luz para um proposito único.
Comumente esse ajuntamento de pessoas usa mais os
biofótons do que propriamente luz gerada pela coletividade
de anima, mas isso acontece pela dificuldade em se acessar
o hiperespaço.
Falando ainda de biofótons, alguns corpos são
preparados para gerar mais bioluz do que outros. Não
confundam bioluz com ectoplasma, um não é propriamente
o outro apesar das similaridades e do fato da bioluz ser um
componente do ectoplasma. De qualquer forma, indivíduos
com corpos mais aptos a essa produção de biofótons são
chamados de médiuns, bruxos, e tantos outros nomes que
designam pessoas com habilidades especiais.
Mas não só pessoas com corpos adequados que
podem ter habilidades especiais. Muitas vezes não é o corpo
que é apto, mas o espírito que tem estrutura eletromagnética
desenvolvida e que manipula energia habilmente. Mesmo
que o corpo de um indivíduo desses não gere muita luz,
esse espírito poderá recorrer a sua própria anima da alma
para gerar luz para os efeitos desejados. Esses indivíduos
podem até mesmo vencer o campo unificado e a barreira de
frequência que envolve nosso planeta. Resta a habilidade de
como estar em contato com a alma.
Considere a perspectiva que uma forma de vida
aquática pode ter, a partir dos confins de sua dimensão,
que é a agua. Essa criatura olha para cima, a partir das
profundezas do oceano, e vê pequenas ondulações e ondas
sobre a superfície de seu mundo chamado oceano. Talvez
nossa criatura marinha seja curiosa e se pergunte qual a
causa ou origem das ondulações e ondas que deslizam
sobre a superfície de seu mundo. Se ele for astuto pode já
ter deduzido que a fonte das ondulações não se encontra em
sua dimensão, mas provem de uma que está além da agua e
que se chama ar.

64
Mas porque algumas vezes elas são tumultuosas e
outras calmas? Como tudo isso pode ser tão aleatório e
confuso? Usando um periscópio ele espreita a dimensão
vizinha, mas mesmo assim não vê a causa, pois o ar é
invisível. Apenas se podem observar os efeitos do vento que
é invisível. Ele vê ao longe um barco a vela e advinha que
algo invisível faz propelir a embarcação.
Assim é nossa percepção do hiperespaço. Porem
com essa analogia podemos ver que o acontece em uma
dimensão superior afeta os elementos e ações da dimensão
abaixo dela.

65
_3
UNIVERSO
MANIFESTO

66
U N I V E R SO M A N IF E ST O

CONDENSAÇÃO

RESUMO DA MECÂNICA CÓSMICA


Vamos revisar um pouco o processo onde o hiperespaço
cria o universo manifesto. O hiperespaço é um “lugar”
onde não existe tempo nem espaço. Ao mesmo tempo o
Hiperespaço é onde existem todos os tempos e todos os
espaços. Você pode até se divertir com a última afirmação
e suas implicações, mas ela não é tão importante para o
que veremos agora. No Hiperespaço reside a fonte que a
tudo cria. Essa fonte é constituída por uma substância que
aqui chamamos anima. A anima se expande e multiplica e
se individualiza formando a alma. Portanto, nossa alma é
um fragmento individualizado de anima da Fonte Suprema.
O grande objetivo da alma é se expandir através das
experiências. Para passar por essas experiências a Fonte,
incluindo as almas, criam o mundo manifesto, um lugar para
se ter experiências, um grande laboratório.
Vejamos mais uma vez como isso acontece. A anima
gera e é estimulada por processos eletromagnéticos. Isso
envolve a criação de fótons, ou seja, luz. Esses fótons gerados
pela anima passam por um processo chamado holografia
e assim se organizam, se agrupam, se condensam e se
modificam para formar os universos conhecidos por nós. Os
fótons possuem uma natureza ambivalente, eles podem se
comportar como partícula ou como onda. Ao se comportar

67
como partícula, o fóton forma outras partículas que formarão
em seguida átomos, elétrons e nêutrons que formarão
moléculas que formarão assim todo o mundo da matéria.
Ao se comportar como onda o fóton forma a luz, a radiação,
formas de vibração, formas de energia, e organiza e preside
todas as interações eletromagnéticas. Ao estar intimamente
ligado aos processos eletromagnéticos o fóton tem um
grande papel na formação das moléculas e em sua interação,
também por esse motivo o fóton carrega informação entre os
diversos níveis do universo, entre suas dimensões, e entre o
universo manifesto e o hiperespaço. Seu papel na formação
molecular está no fato de que o ajuntamento de átomos e
seus vários processos envolvendo os elétrons tem natureza
eletromagnética.
Compreendido como o universo se condensa e se
forma? Mais do que isso e teríamos de voltar às aulas de
química do ensino médio, o que não é proposito aqui.

ENERGIA E AGITAÇÃO MOLECULAR


Quanto maior a quantidade de energia em um sistema,
maior é o nível de agitação das moléculas. Essa agitação
define em qual estado da matéria aquelas moléculas estão:
solido, líquido, plasma, etc. A retirada e a adição de energia
podem alterar este estado. Agora imaginem estados da
matéria com cada vez com mais energia, mais sutis, algo
que passe do estado gasoso, do plasma. Que tipo de matéria
estaríamos tendo? Esses são os níveis sutis, a matéria dos
chamados planos espirituais.
A esses planos espirituais onde a matéria se tornou
tão sutil chamamos de dimensões. O estudo mais profundo
das dimensões será feito na matéria Vibração. Por hora basta
entender que em consequência dos níveis de energia e da
agitação molecular a matéria entra em estados que passam
de nossa percepção, ou seja, passa a pertencer à outra

68
dimensão. Existem várias dimensões, várias mesmo. A faixa
vibratória, ou seja, a média de agitação molecular, dita qual
a dimensão pertence aquele corpo.
A evolução espiritual pressupõe uma quantidade maior
de energia sendo transformada, metabolizada e gerada
pelos diversos processos da experiência do espírito no
universo manifesto. Quando o espírito exercita sua vontade,
e manipula energia para fazer essa vontade se cumprir,
quando isso acontece energia está sendo adicionada na
matéria e a agitação molecular se altera. Quando o espírito
interage de forma consciente e profunda com tudo que o
cerca, energia vai e vem, isso aumenta o nível de energia
do sistema molecular. Todas as operações que envolvem o
espírito têm natureza eletromagnética, pois o próprio espírito
é eletromagnético, isso faz com que a matéria se altere,
energia é inserida, agitação molecular muda, muda o estado
dimensional daquela matéria.
Essa separação da ligação entre os átomos, suas faixas
de vibração, a natureza de sua relação com a energia, isso
separa as dimensões, e até universos. Universos diferentes
têm a matéria e a energia, partícula e onda, interagindo e se
comportando de maneiras diferentes.

MULTIVERSO

DIMENSÕES E SUAS TEORIAS


As dimensões são essas camadas onde partícula e
onda, matéria e energia, se comportam de forma similar
e particular. Podemos chamar as dimensões de camadas
estratificadas, como as camadas da atmosfera onde a
densidade do ar dita a separação entre uma e outra. Existem
várias maneiras de se considerar as dimensões, e algumas
linhas consideram dimensões intermediárias como sendo

69
dimensões e as contagens podem variar enormemente. Para
todos os efeitos, em analogia com os fenômenos cromáticos
da luz, iremos considerar as dimensões como sendo 7 e a
partir dessas mais 7, que seriam a próxima oitava, e assim
por diante. Esse assunto será abordado em Vibração, mas
para que se tenha uma ideia preliminar sobre as oitavas basta
lembrar de quando você tenha visto um arco-íris no céu.
Muitas vezes esse arco-íris é acompanhado de um segundo
que é bem mais fraco e leve. Esse segundo seria a segunda
oitava, ou seja, a repetição da sequência de cores pela
segunda vez. Assim também acontece dimensionalmente, a
sequência de dimensões se repete porem em uma faixa mais
acelerada de frequência.

PAR ALELISMO
Essas dimensões são paralelas, elas podem conviver
simultaneamente no mesmo espaço, pois estão em
frequências diferentes. São como as ondas de rádio, elas estão
todas no ar, mas não se misturam, pois estão em frequências
diferentes. Um dos maiores exemplos dessa característica
dimensional é o ser humano, ele vive simultaneamente em 7
dimensões que são ancoradas nos sete chacras. Vivemos e
metabolizamos energia em sete níveis diferentes ao mesmo
tempo, todo o tempo. Essa integração é possível pela
comunicação fotônica, a transmissão de informação feita
pelos fótons. É interessante acrescentar que fótons não tem
massa mensurável, ou seja, não sofrem ação da gravidade,
e por isso se deslocam livres por entre as dimensões,
conectando a todas pela informação e pelos fenômenos
eletromagnéticos.

HOLOGR AFIA

DEFINIÇÃO
Holografia é uma forma de se registrar ou apresentar
uma imagem em três dimensões.O nome holografia vem do

70
grego holos (todo, inteiro) e graphos (sinal, escrita), pois é
um método de registo “integral” com relevo e profundidade.
Os hologramas possuem uma característica única: cada
parte deles possui a informação do todo. Assim, um
pequeno pedaço de um holograma terá informações de
toda a imagem do mesmo holograma completo. Ela poderá
ser vista na íntegra, mas a partir de um ângulo estreito. A
comparação pode ser feita com uma janela: se a cobrirmos,
deixando um pequeno buraco na cobertura, permitiremos
a um espectador continuar a observar a paisagem do outro
lado, de um ângulo muito restrito. Mas ele ainda verá toda
a paisagem pelo buraco.Para nossos propósitos holografia é
o processo onde a luz passa por um “retrato” e o manifesta
multidimensionalmente.

PLANO ARQUITETÔNICO HOLOGR ÁFICO


Vamos ver mais a fundo o que é esse retrato. A esse
retrato chamemos de plano arquitetônico holográfico. Nele
estão contidas todas as informações necessárias para que
a luz forme o universo manifesto. Ele é a base para que
a luz tenha suas ordens de como funcionar, de como se
agrupar, de como se condensar, de como interagir, e todos
os outros processos que vimos ao estudarmos sobre fótons.
Essa informação, esse script, esse projeto arquitetônico,
tem natureza eletromagnética assim como todas as outras
informações que circulam pelos fótons.
No princípio de nosso universo o PAH (plano
arquitetônico holográfico) foi cuidadosamente elaborado
pela Fonte e pelas partes que a compõe. Por conseguinte,
cada alma (individualização da anima da Fonte, fagulha
divina) tem seu próprio PAH, ou seja, você e tudo que te
compõe estão armazenados em forma de PAH na sua alma.
A Fonte, sozinha ou coletivamente, criou tudo usando um
PAH. O processo de formação do PAH de nosso universo está
até mesmo no texto bíblico do gênesis:

71
“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era
sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo;
e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E
disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa
a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas (...) E
disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja
separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez
separação entre as águas que estavam debaixo da expansão
e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi (...)
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num
lugar; e apareça a porção seca; e assim foi (...) E disse Deus:
Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore
frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente
está nela sobre a terra; e assim foi. E a terra produziu erva,
erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore
frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e
viu Deus que era bom (...) E disse Deus: Haja luminares na
expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a
noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados
e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos
céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois
grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e
o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E
Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, E
para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre
a luz e as trevas; e viu Deus que era bom (...) E disse Deus:
Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente;
e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus
criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que
as águas abundantemente produziram conforme as suas
espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu
Deus que era bom. E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai
e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves
se multipliquem na terra (...) E disse Deus: Produza a terra
alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras
da terra conforme a sua espécie; e assim foi. E fez Deus as
feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a
sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie;

72
e viu Deus que era bom. E disse Deus: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”
Hoje apenas modificações, alterações, e adições são
feitas no PAH. Mas isso nos leva a outras questões: Podemos
alterar nosso PAH? Podemos alterar o PAH de alguma coisa
manifesta? Podemos acessar o PAH das coisas para termos
maior entendimento delas? A resposta pra todas e outras
tantas perguntas é SIM. Discutiremos as implicações disso
nas próximas matérias e principalmente em Hermetismo.

PROJETO PAR A A ORGANIZAÇÃO DA LUZ


Uma vez que exista o PAH, seja qual nível for, a anima
gera luz que passara pelo PAH, com isso ela irá se impregnar
pela informação contida e duplicara eletromagneticamente
essa informação. Com essa informação a luz se comportar
da maneira apropriada, seja como partícula, seja como
onda, seja mediando fenômenos eletromagnéticos, seja
transportando informação entre as dimensões e entre essas
e o hiperespaço.
Um fato curioso é que aqueles átomos manterão
aquela programação mesmo sofrendo todas as mutações
comuns ao mundo natural. Isso quer dizer que átomos de
carbono/oxigênio/hidrogênio que fizeram parte de algum
organismo, vão tender a fazer parte sempre de organismos.
Isso significa que átomos que formaram matéria orgânica
sempre vão querer fazer parte de matérias orgânicas, assim
como átomos de hidrogênio e oxigênio que formem água
sempre vão tender a fazer parte de moléculas de água, a não
ser que alguém force a mudança ou mude a programação
original do PAH daquele átomo.
Essa programação atômica é fortemente influenciada
pela interação com o espírito, pois o mesmo tem composição
eletromagnética. Vejamos um pouco mais sobre o espírito.

73
CONSTRUTO DO
ESPÍRITO E ADICIONAIS
(INTRODUÇÃO)

FERR AMENTA DE INTER AÇÃO


MULTIDIMENSIONAL
Vimos até agora como através do mundo manifesto
são coletadas as experiências intelectuais e emocionais que
estimulam e multiplicam a anima. Vamos ver como isso é
feito. A alma cria uma ferramenta para esse propósito. Essa
ferramenta de interação serve para coletar informações,
interagir, criar, e ter todas as experiências no mundo
manifesto. A essa ferramenta chamaremos de espírito.
Inicialmente o espírito é pouco complexo e capaz de poucas
interações, mas à medida que vai acumulando experiências
sua complexidade aumenta e proporcionalmente aumentam
suas capacidades. Veremos em detalhes o processo de
amadurecimento do espírito na matéria Evolução.
Aqui fica nossa distinção entre alma e espírito, no
entanto pode-se achar todo o tipo de definição em outros
lugares, por isso apenas aprendam nossa definição para que
tenhamos uma linguagem em comum, pois isso é apenas
linguagem, a essência da informação que importa.
A alma tem uma ligação direta com o espírito e a
comunicação fotônica acontece constantemente. O espírito,
no entanto, guarda uma cópia em si das informações
coletadas na experiência. São essas experiências que
moldam a programação da personalidade.
Em algumas tradições a alma será chamada de “eu
superior” e a conexão íntima com ela é fortemente incentivada.

NATUREZA ELETROMAGNÉTICA
O espírito possui natureza eletromagnética. Essa

74
natureza faz com que a interação se torne mais fácil e fluida
e agiliza o processo de comunicação fotônica constante
entre espírito e alma. Sua natureza eletromagnética também
funciona para que os fótons sejam impregnados de informação
mais facilmente e dessa maneira possa alterar o universo
a sua volta. Também é sua constituição energética que faz
com que seja possível o espírito habitar corpos orgânicos
mais densos através da conexão com o sistema nervoso que
responde a impulsos elétricos.
O espírito é ancorado em cada dimensão através de
um centro energético chamado chakra. Cada dimensão tem
uma faixa especifica de frequência que torna a energia da
mesma peculiar. Cada tipo de energia é metabolizado por
um chakra especifico conectada a dimensão de origem
daquela frequência. Saberemos mais a respeito em Vibração
e Anatomia Preternatural.

JOGOS UNIVERSAIS

JOGOS, EXPERIÊNCIA E UNIVERSOS


É teorizado que cada universo possui seu próprio
jogo. Esse jogo tem um objetivo central que guia as ações
e experiências. Seria uma maneira de gerar experiências e
experimentos. É afirmado que em nosso universo o objetivo
seria integrar as polaridades, ou seja, encontrar um equilíbrio
na dualidade que é nosso universo manifesto.

75
_4
MECÂNICA
PRETERNATURAL II

76
M E C Â N IC A II

INTRODUÇÃO
Na parte de Mecânica estudaremos 3 aspectos vitais
para o estudo da ciência espiritual: leis universais, teorias
preternaturais, e suas interações.
Na parte anterior obtivemos as noções gerais de como
funciona o cosmos. Agora é hora de entendermos como se
dão as constantes transmutações em nossa realidade do
ponto de vista sutil. Dizemos que é do ponto de vista sutil
pois as causas físicas das constantes mudanças da matéria
já são objeto de estudo das ciências comuns como a física,
química, e a biologia. Aqui veremos as causas invisíveis
para essas mudanças e também estudaremos como se
comportam as interações energéticas e suas mudanças.
Sem a compreensão dessa mecânica o conhecimento a ser
apresentado nas matérias seguintes pode se tornar muito
localizado ou pode até mesmo ser mitificado pelo aluno, ou
seja, pode se tornar um conhecimento de efeito prático sem
a real compreensão das devidas causas e consequências ou
pode acabar se tornando um mito na mente do leitor.
Em leis universais estudaremos os princípios que
regem as interações energéticas e sutis do nosso universo,
com isso poderemos entender o porquê dos fenômenos e
poderemos também usar essas leis ao nosso favor para
realizarmos nossas próprias manipulações energéticas.
Essas leis não são as únicas que regem o universo invisível,
mas são consideradas algumas das mais importantes pela

77
maioria das tradições. Com essa compreensão evitamos
perder tempo contrariando o funcionamento natural dessas
leis quando podemos facilmente usá-las ao nosso favor.
Em teorias preternaturais veremos as várias
concepções vigentes de como funciona a espiritualidade, o
que é, e para que serve. Essa parte servirá principalmente
de referência para os principais pensamentos das tradições.
Vimos na parte anterior exatamente como isso funciona do
ponto de vista da física, porém essas teorias vêm confirmar
ou complementar o conceito.
Em interação veremos efetivamente como acontece a
manipulação energética, quais são os processos por trás da
mesma e como isso pode ser feito de forma consciente.

FERRAMENTAS DA CIÊNCIA
Na ciência espiritual podemos traçar paralelos com o
que a ciência comum desenvolveu no pensamento do homem
moderno. Entre os fatores mais importantes ao se abordar
qualquer coisa na vida e principalmente a espiritualidade
estão: lógica, coerência, consistência e flexibilidade de
pensamento. A ciência tem dois princípios que se assemelham
à nossa proposta: compreender como funcionam as coisas,
e uma vez que se compreende moldá-las para o benefício do
ser humano.
No método científico a primeira etapa é a formulação
de uma hipótese que nada mais é do que uma crença que
se desconfia ser verdadeira. Essa hipótese será testada,
pensada e trabalhada não só para verificar o fenômeno que
ela explica como para prever novos fenômenos, ou seja,
essa hipótese deve explicar outras coisas também. Quando
essa hipótese é sólida o suficiente ela é elevada à lei ou se
incorpora a uma teoria.
Uma lei, para a ciência, é um estatuto que explica

78
de forma simples e concisa um fato bem estabelecido pela
ciência, com hipóteses amplamente testadas e validadas. Já
uma teoria é um conjunto de explicações sobre um certo
tipo de fenômeno, ou um grupo de fenômenos semelhantes.
Por exemplo a Lei da Gravidade é bem curtinha e simples: ela
diz que os corpos se atraem com uma força proporcional às
massas de cada um e inversamente proporcional ao quadrado
da distância entre eles. Já a Teoria da Gravitação é muito
mais ampla e complexa e faz uso da Lei da Gravidade para
explicar os fenômenos relacionados à atração gravitacional.
Uma Lei da Natureza é o mais longe que podemos chegar
com o método científico.

ORIGEM DAS INFORMAÇÕES


Vamos aproveitar para explicar um pouco do método
com o qual escrevemos e de que forma surgem as informações
aqui contidas.
A forma mais habitual acontece quando uma
informação é lida ou ouvida em publicações ou palestras
de pessoas importantes das diversas áreas das ciências
preternaturais. Essas informações são então discutidas
entre buscadores como nós e entre membros do Shemsu
Tehuti onde são levantadas as implicações, ramificações,
e aplicações daqueles novos conhecimentos. Após essa
etapa as mesmas informações junto com as conclusões
tiradas no debate filosófico são reapresentadas a outros
pensadores da área. Munidos destas conclusões formula-
se uma hipótese e se segue a experimentação concreta
onde novos aspectos podem se manifestar e as mesmas
conclusões serão averiguadas. Algumas dessas informações
já chegam universalmente aceitas em forma de leis que
já estavam estabelecidas e foram apenas revisitadas, e
também de teorias e são apenas ajustadas ou revistas pelo
processo de discussão e teste. Devemos lembrar que não é
comum praticantes de espiritualidade ou espiritualistas ou
filósofos da área adotar sistematicamente uma abordagem

79
mais metodológica e por isso tomamos essa tarefa como
essencial em nossa proposta aqui.
Uma outra maneira de aquisição de conhecimento
é feita através da intuição e da comunicação com seres
incorpóreos5. Após o recebimento desta nova informação
todos os outros processos descritos acima são aplicados.

5 Por seres incorpóreos chamamos qualquer entidade sem corpo físico:


espíritos, mestres, guias, elementais, devas elementais, deuses, anjos, etc...

80
_5
LEIS
UNIVERSAIS

81
LE IS U N I V E R SA IS

INTRODUÇÃO
Veremos aqui o que a maioria das tradições considera
como sendo as principais leis que regem o mundo sutil. Da
mesma maneira que o plano físico possui leis que governam
seu funcionamento a dimensão energética, o plano sutil, é
regido por similares leis. Vivemos em um universo organizado
não-caótico. Todo estudo tanto da ciência quanto da grande
ciência comprova a existência de parâmetros dentro dos
quais os fenômenos de todos os tipos ocorrem e a não-
previsibilidade e a aparência caótica de certas coisas apenas
se dá devido à complexidade gerada por um grande número
de variáveis na equação. Em outras palavras, alguns eventos
possuem tantos fatores envolvidos que se tornam, pelo
menos por enquanto, imprevisíveis e com aparência de caos.
A observação durante milhares de anos nos dá a
certeza de que leis governam o mundo sutil, pois as ligações
entre causa e consequência se repetem comprovando dessa
maneira um padrão regido pelo que então se estruturou
como lei.
Da mesma maneira que o estudo das leis da natureza
possibilitaram a ciência a produzir as vantagens e confortos
da tecnologia de todas as áreas, desta maneira podemos nós
também ter o domínio e a compreensão do funcionamento
do mundo sutil e assim sermos precisos nas manipulações
energéticas e artes e dons que adestraremos nos capítulos e
matérias que se seguirão.

82
LE I R É GI A

DEFINIÇÃO
TUDO POSSUI UM MOTIVO.

DESCRIÇÃO GER AL
Essa é a lei das leis, pois descreve que nosso multiverso
possui regras de funcionamento. Nenhum acontecimento é
aleatório. Nada do que acontece em nosso universo é por
acaso. A compreensão disso nos leva a entender que existe
uma explicação para absolutamente tudo, mesmo que ainda
não tenhamos encontrado. A própria essência de tudo é
contrária ao caos. Esta ordem nos permite criar associações
entre causa e efeito. Ações similares denunciam causas em
comum e assim enxergamos a tendência das coisas.
Todo o trabalho da comunidade científica tem
conseguido provar pelo menos uma coisa: tudo tem
explicação. Isso significa que todas as coisas agem
baseadas em uma natureza, um comportamento, uma lei,
um funcionamento. Essencialmente isso quer dizer que não
existe nenhum acontecimento aleatório. A única coisa que
existe são fenômenos que ainda (note a ênfase no “ainda”)
não explicamos e entendemos. Isso se estende e se aplica a
tudo, pois não existem leis arbitrárias que se aplicam a uns
e aos outros não, ou seja, acontecimentos na nossa vida se
comportam também de acordo com esse princípio da não-
aleatoriedade. É curioso como a ciência pode ser contraditória
nesse quesito, ela afirma que a vida se criou por acaso e, no
entanto, estuda com afinco a explicação do funcionamento
de tudo. No nosso ver, ou o universo é aleatório ou não é.
Nosso universo é ordem, e não caos. Toda aparência
de caos é ilusória, a própria matemática afirma. A Teoria
do Caos afirma que toda imprevisibilidade é resultado de
um excesso de variáveis, ou seja, toda explicação para o

83
acontecimento está lá, porém não temos condição de decifrar
as informações. Se mesmo o aparente caos não é aleatório,
então essencialmente vivemos em um universo regido por
ordem, onde cada coisa possui um motivo e uma explicação.
Se o mundo material obedece às regras de comportamento,
se possui natureza de ação, logo o mundo sutil, também
chamado de mundo espiritual e que nada mais é do que
uma extensão deste mundo material, obedecerá às regras de
funcionamento similarmente.
Uma das grandes importâncias dessa lei, assim como
outras que veremos mais tarde, é que o conceito gera novas
leis que aqui chamaremos de subleis. Essas subleis derivam
deste conceito inicial, porém são específicas e têm seu
funcionamento individual. Como derivação, ao entendermos
que todas as coisas possuem um motivo estabelecemos
uma relação entre causa e consequência e assim chegamos
à lei do Karma. Ao deduzirmos que ações possuem reações,
entenderemos que ações similares levam a um caminho
específico que gera a lei do Dharma.
Essa primeira lei é fundamental para todas as outras,
pois com ela entendemos que o universo é governado
e organizado por leis que gerenciam o funcionamento de
todas as coisas. Sabemos, dessa forma, que é possível um
dia entendermos como funciona tudo e assim beneficiar a
todos.

LEI DA AÇÃO: K ARMA


DEFINIÇÃO
TODA AÇÃO TEM UMA REAÇÃO CONTR ÁRIA E
PROPORCIONAL.

QUAL O OBJETIVO DO KARMA


O karma, como tudo, serve para gerar experiências.
Como toda lei o karma é gerador e também regulamentador

84
dessas experiências. Sem essa regulamentação, sem
ordem, seria impossível que qualquer experiência gerasse
conhecimento ou emoção aproveitáveis pela alma. Se
pensarmos em termos científicos, precisamos de um
ambiente controlado para qualquer experimento.
No caso do karma ele diz que toda ação tem uma
reação. Isso significa que toda e qualquer coisa que fazemos
ou que acontece obtém uma resposta, ou seja, tudo que
acontece tem uma consequência. Se pensarmos no nível da
física também temos a lei da ação e reação. Na física se
você dá um soco em uma parede ela “soca” você de volta.
A ação de dar um murro na parede aplica um certo nível
de forca na parede e a resistência da parede ao não sair do
lugar vai devolver essa forca para sua mão, isso é que causa
a provável dor que você terá. Com esse exemplo simples
podemos entender que toda ação provoca uma reação, toda
causa tem uma consequência.
Vimos que o karma tem uma função reguladora de lei,
e uma função como gerador de experiência. A experiência
é uma grande professora, nós aprendemos com ela. O
grande aprendizado aqui é perceber a relação entre causa
e consequência, aprender o que acontece quando fazemos
algo. Podemos fazer essa relação através da experiência
direta ou observando a experiência dos outros.

FUNCIONAMENTO DA LEI
Agora que temos a definição e uma ideia geral do que
é o karma veremos cada conceito envolvido em detalhe.

O QUE É AÇÃO
DEFINIÇÃO
Por ação consideramos qualquer coisa que se faça.

85
Pensamento é ação, sentimento é ação, crença é ação,
qualquer energia ou vibração que se gere também é ação.
Ação é o que gera efeito. Ação é todo e qualquer verbo. Não
estamos falando da qualidade de ação, apenas definindo o
que é ação: tudo e qualquer coisa que gere um efeito, que
tenha uma consequência.

INTENÇÃO
Entendemos o que é a ação. Agora vamos ver sobre
a polarização desta ação. Qualquer atitude (pensamento,
sentimento, crença, energia, vibração) é gerada pela vontade.
A vontade carrega eletromagneticamente essa ação, é a
intenção direcionando a ação. É essa direção, gerada pela
intenção, que modifica o resultado daquela ação. Assim
temos o grande objetivo didático gerador de experiência do
karma. A vontade direciona a ação que terá um resultado
específico. A aprendizagem acontece quando se entende
a relação entre causa e consequência. É a aprendizagem
através da tentativa e erro.
A intenção da ação faz toda a diferença. Cabe a nós
tornar esse processo totalmente consciente para que que
possamos usufruir todas as vantagens e aprendizagens da
correlação entre intenção consciente na ação e consequente
reação planejada. É você moldando seu próprio destino de
forma intencional.

O QUE É REAÇÃO
Existem diversas tipos de consequências para o
que fazemos. Elas podem ser no nível físico, no mental,
no emocional e no espiritual. Com o aprendizado, o
arrependimento, e a evolução pessoal as reações tendem a
ser mais suaves e o processo se altera um pouco. Existem
atos que aparentemente são negativos, mas que produzem

86
efeitos benéficos. Por isso é importante entendermos que a
reação pode ser positiva mesmo que a ação pareça negativa.
Muito importante em todos os casos é a qualidade do impacto
do ato. Em termos gerais tenhamos muita atenção para que
nossas ações sejam de impacto positivo.
Reação é a consequência de um ato. Essa consequência
não é algo parado e neutro, ela é uma ação que devolve o
impacto para quem fez a ação. Lembrando-nos do exemplo
anterior do murro na parede, por mais que a parede não
esmurre de volta a resistência que ela cria é resultado da
ação de esmurrar e cria a reação de impacto na mão de
quem esmurra. Isso pode ser ainda mais complexo se a ação
não é meramente física.
A ação pode provocar uma reação em cadeia cujas
ramificações nem sempre são tão óbvias. Essas reações em
cadeia, ou mesmo reações simples, quando são resultado
de ações mais sutis (pensamentos, emoções, etc.) podem
envolver muito mais do que apenas o retorno do objeto da
ação. A reação pode incluir todos os atos e decisões que a
partir daquele ponto foram influenciados por aquela primeira
ação e são assim contados como uma reação em cadeia.
Isso significa que também o impacto dessa reação em cadeia
sobre terceiros será contado na hora do retorno kármico
àquele que praticou a ação que gerou todo o processo.
Chamamos isso de responsabilidade kármica quântica.

RESPOSTA AUTOMÁTICA
Toda reação kármica deve ser automática. É um
processo natural como o que vemos no exemplo do impacto
da mão na parede. A resistência e o impacto resultante dessa
resistência é algo natural e automático, não existe ninguém
tomando essa decisão de resistir, é parte da natureza. É
um processo similarmente automático no caso de ações e
reações sutis.

87
Vamos pensar na hipótese desta resposta não ser
automática. Se essa resposta não fosse automática, alguém
seria responsável por ela. Se alguém é responsável por ela,
de onde viria a autoridade para tal responsabilidade? Como
ter certeza da ausência de tirania nesse processo? Como
confiar no julgamento de um ser responsável pela decisão
sobre a resposta adequada a uma ação? Essa possibilidade
esbarra nos mesmos questionamentos que fizemos sobre
Deus e tirania divina. Não faz sentido lógico.
A reação à ação é automática e natural e foi planejada
como parte do sistema de leis durante o plano arquitetônico
holográfico original.

SUBJETIVIDADE DO IMPACTO
Se é automático, então como funciona? Vejamos a
subjetividade do impacto para entendermos um pouco mais
sobre a reação kármica e seu funcionamento.
No caso dessa ação ser direcionada a outro ser, o
ponto de vista de quem recebe a ação polariza a mesma. De
uma certa maneira mesmo que não seja direcionada a uma
pessoa específica a opinião que aquela ação gera também
tem valor, mesmo que menor. Isso quer dizer que a maneira
como a pessoa recebe dá valor ou retira valor daquela ação,
ou seja, classifica a ação como boa ou ruim.
Não estamos dizendo que esse ponto de vista do
receptor da ação tem a melhor e única visão sobre aquela
ação, não queremos dizer que essa visão é certa, apenas
dizemos do tamanho da influência da opinião deste receptor.
O real impacto é o impacto emocional. Nada carrega
tanto uma ação de significado quanto a reação emocional
causada em quem recebe a ação. A reação intelectual é um
pouco mais neutra e é carregada de um significado menos
intenso. Isso porque dentro da dualidade do Maya emoção

88
está em movimento e é ativa e intelecto está estático
(ilusoriamente estático) e é passivo. A emoção possui relação
pessoal enquanto a razão é imparcial. Vocês compreenderão
mais sobre isso adiante.

FUNCIONAMENTO DA REAÇÃO KÁRMICA


Vamos entender como essa reação kármica se torna
um evento concreto. Tudo se dá com a programação fotônica
através da vontade. Tanto quem faz quanto quem recebe a
ação a impregna de significado e isso guia energeticamente
a reação. O impacto da ação em quem recebe causa uma
reação que irá impregnar a energia que posteriormente
irá se manifestar em uma situação concreta. A intenção
de quem faz também impregna a ação e contribui para a
manifestação da reação kármica. A intenção pode estar de
acordo com o impacto e assim intensificar a manifestação ou
pode discordar e assim amenizar os efeitos da manifestação
concreta da reação kármica. Por exemplo, a ignorância da
consequência de seus atos irá energeticamente amenizar a
reação kármica, ou mesmo a boa intenção com que se faz
algo irá ter o mesmo efeito.
Existem outros fatores que influenciam a resposta
kármica a uma ação. Outras leis, como a lei da atração,
estão envolvidas e serão analisadas mais profundamente
mais à frente. Também devemos considerar a questão da
responsabilidade kármica quântica.
Outro aspecto importante é a reação em cadeia. A
ação original pode ter repercussões muito além do primeiro
impacto.
Também devemos considerar a variedade de
manifestações que essa reação pode produzir, ou seja, as
formas nas quais essa reação vai se concretizar efetivamente.
Nem sempre a manifestação do retorno, ou comumente
chamado de “pagar karma”, acontecerá de maneira

89
óbvia, muitas vezes será tão sutil que nem será percebida
conscientemente.

O QUE É PROPORCIONAL
Por proporcional, principalmente entendemos a
proporção de consciência e a proporção de alcance. É
sabido que quanto maior a consciência de nossos atos
maior proporção têm os efeitos. É a vontade consciente
intensificando a parte vibratória de uma ação. Proporção de
alcance já foi citado anteriormente e é quando uma ação
tem impacto sobre mais de uma pessoa, ou seja, a ação tem
impacto proporcional ao número de pessoas que ele atinge.
Em outras palavras, a reação é proporcional à intensidade e
ao alcance da ação.
A intenção consciente irá produzir impactos mais
fortes e irá carregar a ação de significado mais do que um ato
involuntário ou “sem querer”. Vibracionalmente, a intenção
já intensifica o impacto, porém, se essa intenção é conhecida
da pessoa que recebe a ação isso faz ainda toda a diferença
pois interferirá, também, no impacto final.
Quando dizemos que a reação é proporcional em
alcance, significa que recebemos o impacto de nossas
ações multiplicado pelo número de pessoas que afetamos
com elas. Cada uma dessas pessoas atingidas positiva ou
negativamente por nossas ações irão vibrar de acordo com
seu impacto pessoal e assim devolverão a energia de nossas
ações que irão se manifestar de acordo com a somatória
de reação de todos os recipientes da ação, aqueles que a
receberam.
As pessoas que são afetadas indiretamente por essa
ação inicial chamamos de recipientes secundários. As
vibrações e energias emitidas por elas em consequência do
ato original também são adicionadas à somatória de reação
de forma proporcional. É o bem ou mal que caminha.

90
Vamos a um exemplo prático. Hitler e as atrocidades
que cometeu durante a Segunda Grande Guerra. Hitler
recebe os efeitos kármicos somados de todas as pessoas
que ele induziu a praticar atos errôneos. Essas foram as más
ações diretas de Hitler, induzir as pessoas e dar ordens para
as abominações cometidas. Porém, de forma secundária,
ele também é o receptor de todas as consequências na vida
de cada uma de suas vítimas indiretas. Até hoje quando
pensamos nos horrores desta guerra pensamos em Hitler
e assim enviamos a ele uma vibração reacionária aos
atos que ele cometeu direta ou indiretamente. As vítimas
do holocausto, no entanto, tinham outras figuras a quem
direcionar sua reação: os próprios soldados e executores. As
vítimas os conheceram de forma direta e os associaram de
forma direta ao que estavam sofrendo. Não existe isenção de
“culpa” meramente porque eles recebiam ordens. Todos eles
receberam sua proporcional reação kármica.
Parece complicado? Não é tanto se você parar para
pensar a respeito, tudo obedece a uma lógica infalível.
Complexo em seus detalhes sim, complicado não. Pense.

O QUE É CONTR ÁRIO


O conceito de movimento contrário na definição da lei
do karma apenas diz respeito à direção e não à polaridade.
Isso quer dizer que quando falamos de contrário estamos
apenas nos referindo ao fato de que a ação “volta” para quem
a praticou, não necessariamente ela é de polaridade oposta.
Quem pratica o bem tem o bem “voltando” e não o mal.
A pessoa que recebe a ação a devolve em sua reação.
Ela recebe o impacto desta ação que vai gerar pensamentos
e emoções que a farão vibrar. A vibração estará carregada
de energia e alterará seu arredor. Esta mesma vibração é
direcionada ao autor da ação. Esse processo causa uma
interação com outras energias e processos vibratórios em

91
seu caminho e irá ao fim se manifestar para quem fez a ação.
Todas as interações sofridas pela vibração e energia
de quem está reagindo interferirá na manifestação desta
reação kármica. São muitos fatores envolvidos que muitas
vezes podem atenuar, intensificar e até adiar o processo da
manifestação. Um dos fatores mais relevantes é a própria
frequência vibratória de quem receberá a manifestação
kármica pois essa faixa específica de frequência irá determinar
por sintonia a maneira como esta manifestação se dará.

K ARMA BOM E K ARMA RUIM


Aqui queremos deixar claro que karma é ação e sua
consequência. Isso pode ser bom, ou pode ser ruim. A
utilização do termo Karma em geral possui um atributo ruim,
mas não é verdade, o karma pode ser bom. Mesmo o karma
ruim será bom no caminho daquele que souber aproveitar
a lição. Existem ainda aqueles que veem o karma como um
saldo bancário: fazer algo bom conta positivamente, fazer
algo ruim tem de pagar. É uma maneira de se enxergar, mas
como vimos acima é uma maneira que ignora muitos dos
detalhes cruciais.
O karma se resume a causas e consequências. Com o
tempo aprendemos a fazer as coisas para ter o resultado que
queremos. Simples assim.

FILOSOFIA DO K ARMA
A lei do karma é razoavelmente conhecida pela maioria
das pessoas, porém muitos mitos de desenvolveram em
torno do termo.
O karma possui abordagens muito específicas
dependendo da tradição ou da religião que o aborda. Algumas
delas encaram o karma como um fardo a ser carregado,

92
como uma cruz pessoal. É bastante comum nesses casos as
pessoas permanecerem em uma situação desconfortável ou
um relacionamento não sadio apenas por considerar aquele
seu karma pessoal. Não existe mudança, não se procura
melhorar a situação. Existe apenas uma resignação com foco
na penitência pessoal. Isso causa estagnação e tudo o que é
parado na natureza morre. Movimento é vida, e foi para ir em
frente que fomos criados.
Outras linhas focam no conceito de karma como
punição. Essas linhas enxergam o karma apenas como um
débito a ser quitado, algo a ser pago, uma sentença para quem
cometeu ato criminoso. Claro que muitas vezes o karma se
manifesta de forma violenta em resposta a atos igualmente
fortes, porém não é a única maneira de se manifestar nem
é apenas a punição de atos ruins, o karma também se
configura como a recompensa de atos de impacto positivo.
Existem ainda afirmações simplistas como “tudo o
que fizer voltará multiplicado por três para você”. Afirmações
e regras assim simplificam o conceito de karma, porém
ignoram suas sutilezas, e muitas vezes são nas sutilezas
que se encontra o verdadeiro aprendizado do processo.
Simplificações são atalhos para evitar que se pense. Sem
pensamento não haverá consciência e sem consciência não
há ascensão no caminho da espiritualidade.

TIPOS DE K ARMA
As tradições também procuram classificar o karma e
desta forma compreender melhor as relações entre causa e
consequência. Abaixo seguem algumas destas classificações,
vale ressaltar que em sua maioria são classificações aplicadas
ao karma ruim:
• Individual: quando é aplicado especificamente
a uma pessoa.
• Familiar: quando é aplicado de tal forma que

93
afeta toda uma família. Por exemplo, no caso de
se ter um membro da família que é viciado em
drogas. Isto traz sofrimento para todos ao redor.
• Regional: quando é aplicado em determinada
região. Temos como exemplo as secas, enchentes
ou outras adversidades climáticas que ocorrem
em determinados lugares e regiões.
• Nacional: é uma ampliação do karma regional.
Temos o exemplo de países que são assolados
pela guerra, ditaduras, misérias, desastres
naturais, etc.
• Mundial: quando é aplicado a toda humanidade.
Temos o exemplo das guerras mundiais e,
atualmente, vemos a imensa degradação e a
progressiva escassez dos recursos naturais,
iminência de guerra nuclear, grandes desastres
naturais, ameaças de epidemias, etc.
• Katância: é o karma mais rigoroso, que é
aplicado aos Mestres, que apesar de suas
inúmeras perfeições, podem cometer erros e ser
penalizados.
• Kamaduro: que é o karma aplicado a erros
graves, assassinatos, emboscadas, torturas, etc.
• Karmasaya: é aplicado quando a pessoa comete
adultério.

CASOS APLICADOS
Vejamos algumas aplicações práticas. Nossos
exemplos aqui envolverão principalmente casos onde se
possa observar a manifestação kármica no ato da encarnação.
As manifestações kármicas serão também analisadas
em profundidade nas outras matérias deste compêndio,
principalmente as relacionadas ao ciclo reencarnatório na
matéria Evolução.
Uma das grandes afirmações usadas pelas tradições

94
para se referir à manifestação kármica é de que se pode
aprender pelo amor ou pela dor. Isso significa dizer que pode
se tirar proveito das lições que aprendemos no karma, e
dessa forma entender velozmente as relações entre causa e
consequência e assim evitar o sofrimento. Em contrapartida
se a pessoa não entende os porquês de seu sofrimento, se
ela continua a praticar os atos que originam seu sofrimento,
então ela sofrerá até que aprenda pela dor. Infelizmente o
segundo caminho é o mais comum.

APRENDENDO PELA DOR


Muitos são os casos onde as pessoas têm de aprender
pela dor. Os casos mais comuns são as mutilações físicas.
O indivíduo abusa em vida e assim danifica seu construto
do espírito. Ao reencarnar esse dano se manifesta no corpo
físico. Danos morais no caráter também se manifestam
na carne. São as consequências dos atos, lei do karma na
prática. Suicídios, abortos e outras problemáticas também
manifestam de forma evidente as consequências kármicas.
Alguns casos, como veremos mais à frente, chegam a
requerer encarnação compulsória para serem solucionados.

APRENDENDO PELO AMOR


De forma similar os indivíduos também aprendem pelo
amor. Ou seja, aprendem com sofrimento mínimo. Aprendem
programando suas vidas com os aprendizados e profissões
que lhes interessam, aceitam e criam suas próprias missões
e dedicações no plano físico. Através de tudo isso amenizam
o sofrimento do aprendizado e até mesmo “ganham” tempo
extra de experiência na carne. Usam as vantagens dos
laços sanguíneos para resolver antigas rivalidades e assim
eliminam boa parte de seus débitos kármicos. Por amor
muitas pessoas também assumem as responsabilidades
familiares para ajudar as pessoas que gostam a evoluir.

95
USO INTELIGENTE DO K ARMA
Como considerações finais é importante dizer que
podemos usar todas as leis apresentadas aqui ao nosso
favor. Por isso vale ressaltar que devemos tornar nossas
atitudes conscientes para que a relação causa-consequência
se dê da maneira que queremos. Nossas ações devem ter o
resultado pretendido para que possamos colher os frutos que
queremos. Sempre que possível devemos prestar atenção
nas lições que as situações nos trazem e questionar sempre
quais são as causas daquele evento para que futuramente
possamos evitar consequências desagradáveis. Em geral
também devemos observar o balanço geral de nossas ações:
em geral elas são de impacto positivo ou negativo?

DHARMA
DEFINIÇÃO
AÇÕES SIMILARES CONVERGEM.
Como toda ação possui uma reação, logo ações similares
vão ter consequências similares. Essas consequências
delineiam um caminho identificável que chamamos Dharma.
Este caminho, esta senda, pode ser visto de várias formas e
diferentes tradições enxergam esta lei de maneiras distintas.
O karma é composto por muitas linhas divergentes
e conflitantes decorrentes das diversas ações harmônicas
e desarmônicas que cometemos. A linha de tendência
resultante de todas essas múltiplas ações aponta numa
determinada direção e assume um determinado propósito
alinhado com a ordem do universo. Essa direção é o Dharma.
Uma das visões preponderantes é de que para atingirmos
o nosso dharma, temos de navegar nas “ondas” revoltas do
karma, até que essas ondas estejam todas alinhadas e não
exista mais diferença entre o karma e o dharma. Quanto

96
mais compreendemos o karma, mais tomamos consciência
do nosso dharma e mais alinhamos nossa vida com ele.

TERMINOLOGIA
O termo dharma é usado das seguintes formas:
• Sinônimo de destino.
• Código de conduta baseado na prática das
virtudes.
• Propósito dos eventos. Para que eles acontecem.
• Dever, missão.
• Caminho para a verdade superior.

97
LE I DA DI N Â M IC A
TUDO ESTÁ EM MOVIMENTO
Mesmo em sua forma fotônica, tudo que existe já
manifesta uma natureza dinâmica, ou seja, está em constante
movimento. Tudo que parece parado é ilusão. Átomos
e partículas subatômicas estão em constante interação,
rochas se transformam através das areias do tempo e nossas
personalidades estão em constante mutação. Esse fluxo é
incessante, eterno, e se aplica a todas as coisas em todos os
níveis. Mesmo coisas que são fixas, como as leis, interagem
e, assim, criam movimento.
IMPLICAÇÕES E DESDOBRAMENTOS
Essa lei traz muitas implicações para o estudo da
espiritualidade. Algumas dessas implicações são as subleis
que se desenvolvem a partir do conceito principal de dinâmica:
Ritmo, Vibração e Atração. Essas três se desenvolvem uma a
partir da outra.
O principal desdobramento deste conceito reside
no fato de que, se tudo já está em movimento, basta uma
mudança de direção, um estímulo, para que as coisas se
manifestem de acordo com nossos desejos. Dessa maneira
não gastamos tanta energia fazendo as coisas andarem, se
soubermos observar, apenas precisamos dar um empurrão
na direção certa.
Outro ponto importante que esse conceito traz é a
esperança. Sim, esperança. Se tudo se move, logo nada
permanece para sempre. As situações que parecem sem
saída, na verdade, já se movem em alguma direção e coisas
boas podem estar caminhando em direções ainda melhores.

98
LEI DO RITMO
TODO MOVIMENTO TENDE A SE REPETIR
CICLICAMENTE
O primeiro conceito a se desdobrar na Lei da Dinâmica
é o da Lei do Ritmo. Se compreendemos que tudo se move
devemos compreender como se dá esse movimento. Podemos
notar que esses movimentos não são aleatórios. Na natureza
as coisas não mudam seus movimentos de uma hora
para outra, elas mantêm uma repetição deste movimento.
Movimentos cíclicos. Essa é a Lei do Ritmo, tudo está em
movimento e esse movimento tende a ser cíclico, a se repetir.
Essa repetição é fundamental para se compreender diversas
coisas na espiritualidade.
PODER DE ANTECIPAÇÃO
Em primeiro lugar a compreensão da Lei do Ritmo nos
dá poder de antecipação. Se as coisas possuem movimentos
cíclicos podemos prevê-las. Ao antecipar os movimentos
podemos usá-los ao nosso favor. Não só podemos antecipar
esses movimentos como podemos compreender melhor a
interação entre as coisas. Sabemos que essas interações
não são aleatórias, e sabemos que os resultados dessas
interações serão os mesmos.
Ainda dentro desta ideia vejamos aplicações práticas
desta compreensão. Se sabemos que tudo se move, e se move
de forma cíclica, vamos pensar como isso pode ocorrer de
forma macro em nossas vidas. Se existem ciclos e esses ciclos
se repetem, então podemos afirmar que existem padrões em
nossas vidas. Nossas vidas estão em movimento e, portanto,
possuem a tendência a serem cíclicas. Logo, nossos dias
possuem um padrão que se repete, nossas semanas também,
nossos meses também, e por consequência também nossos
anos. Pensem nesta mesma época do ano no ano passado.
O que ambos os anos possuem em comum nas mesmas
épocas? Esse padrão se repete em anos anteriores também?

99
Provavelmente eles possuem similaridades, padrões.
Enxergando os padrões cíclicos dos movimentos
podemos nos compreender melhor, compreender as coisas
de forma mais clara, e o mais importante, podemos mudar
aquilo que não desejamos. De forma prática, se sabemos
que tal evento tende a se repetir em determinada época do
ano, basta que a gente procure a causa desta repetição e
mude o “movimento” para que o ciclo se altere para algo que
nos agrade mais.
MUDANÇA DO CICLO
É importante perceber que ciclos só mudam seu ritmo
e movimento mediante interferência, externa ou interna.
Apenas uma intervenção poderá alterar a inércia de um
ciclo. Isso significa que se você quiser que algo mude na
sua vida, você terá de interferir para que qualquer que seja
o ciclo em que vive esse mude para que se movimente na
direção e da maneira que você quer. A inércia do movimento
é algo presente e forte. Este movimento, por força da própria
inércia, permanecerá o mesmo até que um agente o mude.
Essa interferência pode vir da interação com algum
acontecimento externo ou pelo próprio desejo (interno)
de mudança do ciclo. Se você de uma certa maneira volta
sempre ao mesmo lugar, se as situações acontecem sempre
da mesma maneira, isso lhe dá apenas duas formas básicas
de mudar. Ou algo acontece que muda seu ciclo pessoal
ou você decide mudar seu próprio ciclo. Os movimentos
de um verdadeiro cientista do sutil, um verdadeiro mago,
só se movimenta de forma consciente e, principalmente,
intencional.

LEI DA VIBR AÇÃO


TODO MOVIMENTO CÍCLICO GER A VIBR AÇÃO
Vibração, segundo a física, é a perturbação criada

100
pelo movimento no ambiente. Uma pedra que caia em um
lago, um ventilador girando, um avião voando, todos esses
movimentos criam uma perturbação em seus ambientes. A
pedra causa uma agitação (perturbação) na água, as pás do
ventilador e o avião agitam o ar. Isso no plano mais denso.
Em outro nível, movimentos eletromagnéticos e dos átomos
também causam vibração. Também nossos pensamentos
e emoções causam vibração pois alteram fotônicamente
o meio. Adiante, em Alta Espiritualidade (Hermetismo),
veremos esses fenômenos quando estudarmos campos de
torção. Nosso espírito é um construto eletromagnético, ele
está em constante movimento, esse movimento causa uma
agitação no ambiente ao redor do espírito, o espírito gera,
dessa maneira, vibração. O espírito vibra constantemente.
VIBRAÇÃO E FREQUÊNCIA
Quando a perturbação se repete ciclicamente ela possui
frequência. A frequência vibratória de algo ou alguém deriva
da qualidade da vibração. A qualidade da vibração depende
da velocidade e tipo do movimento. A frequência vibratória
é, dessa maneira, o reflexo do estado de evolução de um
espírito. A frequência vibratória é resultado da repetição de
um movimento cíclico, e por isso não se refere a um evento
vibratório isolado.
Vibração emite energia quando é carregada de
intenção, quanto mais forte e consciente a intenção maior
a quantidade de energia transmitida. Note-se transmitida e
não transferida, sendo que partimos do conceito que a Fonte
gera energia sempre.
VIBRAÇÃO E ONDA
A vibração não transporta matéria. Isso quer dizer que,
quando a vibração se resulta pela perturbação causada pelo
movimento, ela se propaga em forma de onda. Isso ocorre da
mesma maneira que uma pedra caindo em um lago. Pode-se
observar as ondas que o impacto gerou, ou seja, a vibração
causada pelo movimento da pedra. No entanto, essas ondas

101
não transportam matéria, a água que estava perto da pedra
no momento do impacto continuará lá e não será levada
junto com a onda. Apenas a vibração se propaga em forma
de onda.
Esta propagação se dá quando a matéria que sofreu a
perturbação inicial transmite essa perturbação para a matéria
que está logo ao lado. É como uma pessoa que tropeça em
um show de rock superlotado. Ela vai esbarrar nas pessoas
ao lado, essas por sua vez vão se desequilibrar e esbarrarão
nas pessoas ao seu lado. A perturbação inicial se propaga
sem que haja transmissão de matéria, a primeira pessoa
a tropeçar não andou até a última a sofrer um empurrão,
apenas os empurrões foram sendo transmitidos de pessoa
a pessoa.
A importância de se entender isso está no fato de que a
propagação em forma de onda da vibração chega muito mais
longe do que se o fenômeno transportasse matéria. Ondas
de rádio e TV se propagam por quilômetros de distância,
de forma razoavelmente fácil. Já o processo de se levar
água de um ponto a outro é muito mais trabalhoso, requer
encanamento e uma manutenção do processo de transporte.
Isso para dizer do alcance de nossas vibrações.
VIBRAÇÃO E ENERGIA
Embora a vibração não transporte matéria ela pode
transportar energia. Energia, de forma simples, é a capacidade
de ação, é a capacidade de se fazer algo. A vibração pode estar
carregada de intenção. A intenção programa fotônicamente
os campos para que o universo se organize e aja de acordo.
Se a energia é capacidade de ação, quando a vibração está
carregada de intenção capaz de modificar a realidade, seja em
que escala for, esta vibração está carregada de capacidade
de ação, logo está carregada de energia. Vibrar pode, então,
transmitir energia capaz de modificar a realidade.
Entenderemos mais sobre vibração na matéria de

102
mesmo nome e veremos as interações sobre energia em uma
matéria também com este nome. É importante perceber que
em Filosofia Natural estamos apresentando vários conceitos
que serão apropriadamente aprofundados em matérias e
assuntos posteriores.
VIBRAÇÃO E KARMA
Você vibra constantemente. Junto com sentimentos
e pensamentos, vibrações são a maior fonte de ação e,
portanto, enorme fonte de Karma. Sim, você produz karma
apenas por existir. Vale lembrar que existir é verbo, uma
ação. Essa ideia não é para ser uma fonte de pânico, ao
contrário, é para lembrar de nossas responsabilidades mais
profundas, e dos caminhos que devemos percorrer para nos
tornar mestres de nossa arte.

LEI DA ATR AÇÃO


TODA VIBR AÇÃO ATR AI SUA SEMELHANTE
HARMÔNICA, CONSONANTE, RESSONANTE OU
IDÊNTICA
VIBRAÇÕES HARMÔNICAS
Vibrações harmônicas são aquelas que, embora sejam
diferentes, trabalham juntas bem. São como as notas de um
acorde musical, são notas diferentes mas criam um resultado
único funcional quando juntas. São como um conjunto de
cores. Tomemos o conjunto de cores quentes como exemplo.
Amarelo, vermelho, laranja, e rosa são cores distintas, mas
que juntas possuem uma atuação harmônica. Um outro
exemplo que funciona são as partes do bolo. Leite, trigo, ovos,
e açúcar são harmônicos. Em termos práticos isso significa
que a vibração atrai outras vibrações com as quais trabalhará
bem. Na nossa vida diária isso acontece quando desejamos
algo, porém outra coisa se manifesta em seu lugar. É como
aquele ditado: “ se você pedir por paciência a vida lhe trará

103
situações para exercitá-la”. Uma vez juntas, essas vibrações
formam um amálgama indivisível que forma um resultado
final único. Aqui cabe dizer também que o dito popular de
“os opostos se atraem” não é necessariamente correto, não
são os opostos que se atraem, mas sim vibrações que podem
ser distintas que acabam se completando harmonicamente.
VIBRAÇÕES CONSONANTES
Consonante, que concorda, que soa junto. São
vibrações semelhantes, que funcionam similarmente. Na
física são frequências que são estáveis juntas. Ainda dentro
da definição da física, vibrações consonantes são aquelas
de maior coincidência de frequências nas ondas parciais e
componentes, e da fusão ou coincidência de padrões. São
vibrações de função similar. Dentro do exemplo do bolo,
seriam farinha de trigo e fubá, ambas com a mesma função
apesar de serem diferentes.
VIBRAÇÕES RESSONANTES
São vibrações que quando juntas se amplificam
mutuamente. Isso significa que por menor que ela seja,
por mais fraca, quando interage com a outra se amplifica
enormemente. São vibrações que “põe lenha na fogueira”
uma da outra.
Em física, ressonância é a tendência de um sistema
a oscilar em máxima amplitude. Nessas frequências, até
mesmo forças pequenas podem produzir vibrações de grande
amplitude, pois o sistema armazena energia vibracional.
O fenômeno da ressonância ocorre com todos os tipos de
vibrações: mecânicas, eletromagnéticas, e ondas quânticas.
A ressonância é semelhante a um eco intensificador. Sempre
que há a possibilidade de troca de energia entre sistemas
oscilantes (vibratórios) esse efeito é de máxima importância.
Também se pode destacar a aplicação na área
da espectroscopia, em que a energia que está sendo

104
emitida pode ser absorvida, refletida ou ainda transmitida,
fornecendo como resultado um espectro que é um gráfico
com a informação da frequência da energia absorvida. Ou
seja, essa vibração deixa rastros identificáveis.
IDÊNTICA
Como dá para imaginar vibrações idênticas possuem
exatamente a mesma frequência. No entanto, esse tipo de
frequência é minoria, atraímos muito mais com as frequências
dos casos anteriores do que em caso de frequências idênticas.
ATRAÇÃO POR SINTONIZAÇÃO
ATR AÍMOS AQUILO NO QUAL A CONSCIÊNCIA
SE SINTONIZA.
O processo de Sintonização será melhor compreendido
na matéria de mesmo nome. Superficialmente podemos
afirmar que se sintonizar é adequar sua vibração para que
se torne um dos casos citados acima.
É vital compreender que nossa consciência, a
consciência do espírito, do indivíduo, é que se sintoniza a
esta ou aquela faixa vibratória. Vocês provavelmente já viram
muitos artigos, livros, e até filme sobre a lei da atração,
mas uma coisa que falta enfatizar é que sua consciência é
quem atrai e forma sua realidade quântica. Porque estamos
dizendo isso? Porque a maior porção da sua consciência é
a sua inconsciência. Claro que estamos lutando para que
sejamos seres conscientes, porém a inconsciência ainda
é a maior porção. Já afirmamos isso antes. Sendo assim,
atraímos coisas que não desejamos conscientemente, mas
que estão programadas no inconsciente para serem assim.
Não importa o quanto desejemos ganhar muito
dinheiro, não adianta ficar vibrando para isso acontecer,
nem mesmo fazer visualizações e quadros com fotos. Se
você estiver inconscientemente programado ou se tiver uma
crença inconsciente que não esteja de acordo com esse

105
cenário, você não atrairá. Vamos desenvolver os métodos
para mudar esse quadro em Defesa Preternatural, pois
programações inconscientes podem ser nossas piores
inimigas. Lembrem-se principalmente de que crenças e
programações inconscientes acontecem por repetição, logo,
para reprogramar vocês terão de descobrir como funciona
a antiga crença ou programação e repetir insistentemente a
nova programação ou crença que desejam.
Você é responsável por tudo que atrai em sua vida.
Seja bom ou não. Por isso insistimos no autoconhecimento.
Apenas dessa maneira é possível aumentar a proporção do
estado de vigília e assim podemos atrair em nossas vidas
apenas aquilo que conscientemente queremos.

106
LE I DA S R E L AÇ ÕE S
TUDO E TODOS SOMOS UM.
A Lei das Relações traz uma afirmação bastante
difundida em diversas tradições. Essa unidade é a chave para
a relação entre todas as coisas e todos os seres. A maneira
como nós enxergamos a ligação entre as coisas, as conexões
que fazemos entre elas, isso é bastante subjetivo, ou seja,
depende do seu ponto de vista. Essas ligações se apresentam
em outras duas subleis que representam a maneira como se
fazem essas associações: Analogia e Escala.
Mas como essas conexões são possíveis? O que liga
tudo? A resposta talvez não pareça simples, mas é. Temos a
mesma origem. Tudo (ou o que chamamos de tudo) é criado
holograficamente pela anima, individual ou coletivamente.
Isso nos une, isso faz com sejamos um. A maneira com que
essa unidade se manifesta é diferente em cada caso. Alguns
casos são bem difíceis de se encontrar a conexão entre duas
coisas, mas um estudioso perspicaz vai conseguir achar o
caminho. Algumas dessas ligações já existem e são evidentes
e observáveis, outras são pontes feitas pela nossa mente e
são criadas para se estabelecer a relação.
Em alguns casos essas relações criadas por nós
acabam por alterar o próprio objeto da relação. Por exemplo,
sabemos que plantas que são benéficas para certos órgãos
possuem uma semelhança com aqueles órgãos, plantas boas
para o coração tem formato de coração, boas para os rins
formato de rins, e por aí vai. O que não sabemos é se essas
plantas têm aquele formato porque nós, a muitos milênios
atrás, fizemos a associação entre órgão e planta e dessa
maneira alteramos a forma original da planta.
Como isso seria possível? Através dos campos de
torção. Campos de torção são um assunto interessantíssimo
que iremos ver mais profundamente em Alta Espiritualidade,

107
e são os responsáveis (entre outras coisas) por armazenar
os dados de estruturas moleculares como é o caso do DNA.
Em um experimento russo, um pato e uma galinha foram
colocados em gaiolas opostas. Entre as gaiolas os russos
instalaram um amplificador emissor de campos de torção
e um amplificador receptor de ondas de torção. O primeiro
pegava os dados do campo de torção do pato, amplificava-os
e os emitia. O segundo recebia os dados de campo de torção,
os amplificava e conduzia ao campo de torção da galinha.
Com o tempo a galinha começou a se alterar fisicamente e
a assumir características de pato. Nós funcionamos como
esse aparelho, nós alteramos e interferimos constantemente
nos campos de torção à nossa volta modificando sua
programação.

ANALOGIAS
POR ANALOGIA E CORRESPONDÊNCIA SE PODE
OBSERVAR ESSA LIGAÇÃO.
Segundo o dicionário analogia é relação, semelhança
de uma coisa com outra. Kant, na Filosofia, considera as
analogias da experiência, princípios que governam a ligação
entre os fenômenos. Por analogia, de acordo com as relações
que existam entre as coisas: raciocinar por analogia. Em
outras palavras, uma analogia é uma comparação que busca
semelhança entre as coisas e situações. Muitas vezes ocorre
através de metáforas, que são usadas para evidenciar essas
semelhanças.
Por analogia é possível perceber a ligação que existe
entre todas as coisas. Essa ligação se manifesta de várias
maneiras. Aqui iremos ver algumas das principais formas
nas quais essas semelhanças se manifestam. Existem
analogias de formato, cor, analogias simbólicas, opositoras,
processuais, de escala, entre outras tantas que você pode
descobrir.

108
MESMA ORIGEM
Certamente que é a maneira mais simples de se criar
uma analogia. Dois elementos que tiveram uma mesma origem
partilham de muitos atributos semelhantes, de frequências
semelhantes, de propriedades semelhantes. Uma rocha
tirada de uma montanha partilha não só das propriedades
minerais, composição química, como também guarda a
memória daquela montanha e sua faixa de frequência. Esse
fenômeno da memória atômica é amplamente pesquisado
pelos cientistas. Pesquisas comprovaram que átomos que
fizeram parte de uma mesma estrutura, que “viveram juntos”,
podem ser separados e, mesmo a grandes distâncias, o que
acontece em um terá repercussão no outro. É um exemplo
de efeito não-local onde a informação do que acontece a
um átomo é transmitida instantaneamente ao outro átomo
através do hiperespaço.
Dessa maneira, usando a força da analogia, um grão
de areia pode servir para que um estudioso acesse todo
um deserto de onde aquela areia veio, uma gota de água se
conecta ao oceano. Por isso uma vela faz as vezes da grande
luz em certas situações, e às vezes basta que você sopre
com uma certa intenção para desencadear uma ventania.

FREQUÊNCIAS AFINS
Ressaltamos que quando usarmos a partir de agora
o termo “frequências afins” estaremos nos referindo às
vibrações harmônicas, consonantes e ressonantes.
Outra analogia muito frequente e uma das mais
abundantes é entre elementos que partilhem de uma
frequência afim. Isso inclui analogias por cor, por polaridade,
e outras. As analogias de cor são muito recorrentes e muitas
pessoas acreditam estarem usando uma simbologia quando
na verdade apenas estão percebendo que aquela cor possui
similaridades de frequência com o elemento análogo. Um bom

109
exemplo é o amarelo. A quase totalidade da luz natural em
nosso planeta é da cor amarela. A frequência de iluminação
é facilmente ligada ao amarelo, ligada ao conhecer através
da luz, ligada à inteligência, ao enxergar que a luz natural
amarela nos proporciona. Muitas dessas relações ficarão
mais evidentes na matéria Vibração, onde estudaremos
frequências, suas relações, e suas consequências.

SIMBOLOGIA
Essa é a categoria de analogia onde nós mesmos
somos responsáveis pela correspondência. Por isso mesmo
o que é visto como análogo para uma pessoa pode não ser
para outra. Claro que existem símbolos que são comuns a
um grande número de pessoas, a toda uma cultura, mas
pode ser que para alguns aquele mesmo símbolo não faça
sentido e por isso a analogia não funcione. O que estamos
enfatizando é que analogias simbólicas não são universais e
automáticas.
Um exemplo de analogia simbólica é a encruzilhada.
A encruzilhada, para muitos, é um lugar que não é nem um
caminho nem outro, mas várias direções, por isso se crê
que represente um entremundos. Essa analogia faz com
que as encruzilhadas sejam usadas por alguns praticantes
do oculto, pois esses veem essa analogia e conseguem se
conectar ao entremundos. Outro símbolo bastante forte é o
círculo. O círculo não tem fim nem começo, por isso é usado
como simbologia do infinito.

ELEMENTOS FÍSICOS EM COMUM


Claro que se ambos elementos possuem substâncias
em comum a analogia é fácil. São muitas vezes esses
elementos em comum que nós identificamos em analogias
de cores, de texturas.

110
A beterraba é considerada boa para o sangue, e
adivinha que cor as duas coisas têm em comum? A beterraba
é usada para o tratamento de anemia pois possui ácido fólico
e ferro, elementos comuns no sangue. Alimentos amargos
são, em geral, bons para o fígado. Um dos principais sucos
produzidos pelo fígado é a bile, que tem gosto amargo. Não
é coincidência.

ANALOGIA PROCESSUAL
Processos também podem ser análogos. Usamos
expressões idiomáticas que frequentemente possuem mais
verdade do que estamos conscientes. Uma delas é quando
falamos em digerir uma ideia. Literalmente o corpo sutil pega
a nova energia, no caso a ideia ou conceito, e metaboliza
igual faria a digestão física, pelo chakra do plexo solar.

ESCALA
ASSIM COMO ACIMA, É ABAIXO.
Nessa sublei vemos que estruturas se repetem de forma
similar tanto em um sistema menor quanto no maior. Esses
sistemas mantêm relação por possuírem essas estruturas em
comum. Os fractais são um exemplo disso. Existe também o
processo de escala associado à analogia simbólica. Entender
como as escalas funcionam também nos ajuda a entender os
ciclos que mencionamos anteriormente.
Quando olhamos microscopicamente um grão de areia
vemos como ele se assemelha a uma rocha completa. O
mesmo acontece com outras estruturas. Uma rocha em uma
montanha vai possuir razoavelmente o mesmo contorno de
um dos picos menores desta montanha que, por conseguinte
também vai possuir um contorno semelhante à montanha
inteira. Os matemáticos descrevem esse efeito como fractal.

111
A geometria fractal estuda e descreve situações que não são
facilmente explicadas pela geometria clássica. Um fractal é
um objeto que pode ser dividido em partes onde cada parte
se assemelha ao objeto original.
A conexão entre esses objetos nos abre um canal de
comunicação entre o micro e o macrocosmo. Por possuir uma
relação de escala, um grão de areia pode estar conectado
a todo um deserto e uma gota de água a todo o oceano.
Conexões dessa espécie são importantes e úteis quando
necessitamos nos conectar a essas estruturas maiores,
mesmo estando longe delas, ou quando precisamos trazer
até nós a frequência dessas estruturas.
O processo de escala também acontece por analogia
simbólica. Isso é muito comum, principalmente na
acupuntura. Nesta arte medicinal milenar considera-se o
formato da orelha e dos pés em associação com o do feto
e assim se encontrou as relações que permitem decidir
onde colocar as agulhas. Neste caso uma parte do corpo se
assemelha ao corpo inteiro, criando um processo de escala,
de fractal, mas também uma analogia simbólica ao associar
o formato.
Ainda dentro da ideia de escala temos um grande
auxílio desta sublei em entender uma outra, a do Ritmo. Como
já sugerimos antes, podemos observar um movimento em
nossas vidas e para isso basta notar sua repetição. No entanto,
muitas vezes queremos mudar o padrão deste movimento e
não conseguimos, não sabemos por onde começar. É nesse
momento que entram as escalas. Reduza a escala do padrão
que quer mudar e observe por uma ótica mais fundamental
como ele funciona. Por exemplo, se o seu ano não ocorre do
jeito que deseja procure observar os padrões que ocorrem
dentro de um mês ou de um dia e provavelmente mudando o
padrão na escala de um dia ou de um mês você conseguirá
alterar todo seu ano. O princípio é este.

112
LE I DA POL A R IDA DE
TODAS AS COISAS SE COMPORTAM DE
FORMA DUAL NESTE MULTIVERSO, SEGUNDO UM
REFERENCIAL.
As coisas agem de forma dual nesse multiverso pela
polarização fotônica que dita o comportamento das criações
holográficas. No entanto, essa polarização é comportamental
e não substancial. Ao percebermos a afirmação anterior
chegamos à conclusão que podemos alterar essa polarização
e que ela é gradiente. A polarização se reflete em todos os
níveis e setores de nossas vidas e este conhecimento possui
uma aplicação prática. Extremos polares são próximos e
oscilam entre si com muita facilidade. Esses extremos e suas
variações dependem de um referencial para que se julgue a
polaridade.
Comecemos revendo a ideia de multiverso. Os cientistas,
principalmente astrofísicos e físicos quânticos, são levados
a chamar nosso universo de multiverso, ou universo do tipo
1, pois existem inúmeras evidências da multiplicidade de
universos, ou seja, de que nosso universo não é “uni”, mas
“multi”. Existem universos do tipo 2, 3, e até 4, mas o nosso
ser do tipo 1 significa que existem vários universos dentro
da enorme bolha espacial aparentemente sem fim que é o
universo. Dentre esses universos levamos em consideração
também a estratificação dimensional, ou seja, a separação
da realidade em camadas que chamamos de dimensões.
Quando falamos da Lei da Polaridade, somos obrigados a
referi-la e limitá-la apenas ao nosso multiverso, pois é possível
e até provável que outros universos tenham funcionamento
totalmente diferente, outras leis, e talvez múltiplas
polaridades. A polaridade, especificamente a bipolaridade de
nosso multiverso, é gerada pelo comportamento duplo que a
luz tem ao se manifestar holograficamente aqui.
Vimos anteriormente em Mecânica Cósmica que

113
os fótons (luz) se comportam tanto como onda quanto
como partícula no nosso multiverso. Essa duplicidade de
comportamento se reflete em tudo. Provavelmente por isso
a anima obtém seus estímulos na interação com o mundo
manifesto também através de dois fatores: fatores emocionais,
fatores racionais. O próprio comportamento duplo do fóton
se reflete nas experiências geradas e transformadas em
estímulos para anima e se reflete no comportamento de
todas as coisas. Comportamento. Comportamento é a ação
do indivíduo, não o indivíduo em si.
É importante separarmos o conceito de comportamento
daquilo que é substancial. A bipolaridade em nosso universo
manifesto é o resultado do comportamento duplo do fóton,
mas a bipolaridade não é o fóton em si. Também devemos
lembrar de que essa polaridade é gradiente, ou seja, é
dividida em graus. Temos graus de negatividade, graus de
positividade, percentuais de cada uma das polaridades em
cada coisa. Mas justamente por essa bipolaridade não ser
inerente às coisas de forma essencial e substancial é que
podemos alterar o comportamento dual e polar.
A essa alteração na polaridade chamamos de
transmutação. Essa habilidade, a de inverter a polaridade de
algo, é essencial para uma vida energética mais saudável
e também essencial para a espiritualidade defensiva.
Certamente veremos a transmutação mais profundamente
no volume sobre Espiritualidade Defensiva, porém em linhas
gerais o ato da transmutação se dá quando se pega algo
que foi lançado contra você e troca a polaridade para que
não tenha consequências mais nocivas, seja isso emocional,
mental, psicológico, energético, vibracional ou qualquer
outra coisa. É como uma moeda. A moeda em si é a essência,
a substância, porém ela pode estar virada para cima na
posição de cara ou de coroa. Para transmutar basta girar a
moeda e a outra face se apresenta. Pensem nisso.
Um aspecto muito interessante da bipolaridade se
apresenta na dualidade Emoção-Razão. Assim como vemos

114
movimento e estática ilusória no comportamento da luz/
fóton como onda e partícula, vemos emoção e razão se
comportando de forma similar. A própria palavra emoção
significa mover para fora (ex movere), ou seja, dentro da
dupla a emoção é quem se move enquanto a neutralidade
racional sugere a estática ilusória. Chamamos de estática
ilusória pois como já vimos na lei da Dinâmica nada está
realmente parado, ou seja, esta imobilidade, esta estática,
é uma ilusão em essência. Por isso caso queiram realmente
mudar o movimento de algo na sua vida, use a emoção que
é quem está em movimento. O processo racional não irá
mudar nada enquanto ele não provocar alguma emoção,
ou seja, enquanto você não sentir aquilo nada acontecerá.
Obviamente o processo racional ajuda a guiar inteligentemente
as emoções e também cria um contexto adequado para que
nossas vidas aconteçam. Nossas emoções são como o motor
do carro enquanto o medo é o freio e o desejo é o acelerador.
Veremos isso mais profundamente em outros volumes deste
compêndio.
Como vimos acima, cada coisa possui duas polaridades,
dois comportamentos antagônicos. Essas manifestações
não são inerentes e nem definem o objeto. Os dois lados da
moeda são uma coisa só por se tratarem de manifestações
comportamentais de um mesmo indivíduo ou coisa. Por isso
esses extremos muitas vezes se tornam a mesma coisa. Um
anel pode ser ao mesmo tempo finito e infinito, bem e mal
podem depender apenas de contexto. Mudar a polaridade
de extremos absolutos é algo mais simples do que parece,
basta perceber o quão rápido amor se torna ódio e vice-
versa.
Isso nos leva a questionar algumas atitudes que
tomamos na vida. Muitas vezes ao tentarmos mudar algum
comportamento, pensamento, crença, ou sentimento
acabamos indo para o extremo oposto. Por dois motivos
a Lei das Polaridades nos ensina sobre a ineficácia disso.
Em primeiro lugar, opostos se anulam, nosso movimento

115
entre extremos acaba sendo movimento algum, nulo, não
saímos verdadeiramente do lugar, apenas transitamos entre
manifestações opostas de uma mesma coisa. Em segundo,
esta lei nos alerta para a separação entre comportamento e
existência, por isso devemos observar o cerne das questões
e fazer mudanças em nível essencial e profundo. Em outras
palavras devemos procurar aquilo que está por trás daquele
comportamento, pensamento, crença ou sentimento. É claro
que sabemos que muitas vezes é necessário transitar entre
extremos para descobrimos o equilíbrio e compreendermos
o “x” da questão, mas isso deve ser feito com consciência.
Por último chegamos ao conceito de Referência
Contextual. A maneira como percebemos a polaridade
comportamental de algo vai depender do contexto no
qual aquele comportamento está inserido. Coisas que
julgaríamos negativas em um contexto são aceitáveis e até
desejáveis em outro. Agressão física pode ser considerado
algo ruim, porém se é usada em autodefesa ou na defesa de
alguém essa mesma agressão é correta. Como a polaridade
se trata de um comportamento, o julgamento sobre o valor
do mesmo necessita de um referencial para dar as bases
nas quais esse julgamento é feito. Chamamos de referência
contextual pois este referencial analisa o contexto no qual
aquele comportamento será analisado polarmente.
Outro aspecto muito importante é o do oposto
potencial. Podemos nos perguntar se é possível nos inclinar
apenas na direção de uma única polaridade. Sim, podemos.
Isso gera o questionamento: Se nos inclinarmos em uma
única polaridade então deixaremos de ser polares? Não, não
deixaremos. Mesmo que nosso comportamento se manifeste
em uma única polaridade a outra oposta não deixa de existir,
ela passa a ser uma polaridade em potencial. Um potencial
não realizado, porém existente. Para deixarmos de ser polares
temos de integrar as polaridades. Esse assunto será discutido
logo a seguir quando formos analisar questões ligadas aos
conceitos de Bem e Mal. Também veremos as implicações

116
sobre integração de polaridades em Alta Espiritualidade.
Em nosso universo manifesto percebemos a polaridade
desde a criação, nas maneiras como o Hiperespaço interage
com nossa realidade, no reflexo desta polaridade em todas
as coisas ao nosso redor e evidentemente no comportamento
dos fótons no universo manifesto. Compreendemos junto
com a polaridade a separação da essência daquilo que é
polar, vemos como o conhecimento da polaridade nos ensina
a transmutar e aprendemos como utilizar o emocional e
o racional ao nosso favor. A lei da polaridade se desdobra
em conceitos que envolvem extremidades polares, contexto
referencial e oposto potencial.

117
LE I DA T R A NSF OR M AÇ ÃO
TUDO PODE SER TR ANSFORMADO.
A matéria é algo maleável. Isso faz sentido sabendo
pela Lei da Dinâmica que tudo está em constante movimento.
Essas transformações acontecem por condensação, por
transmutação, por transformação vibracional, e em casos mais
raros por programação hiperespacial. Essas transformações
demandam um preço para que aconteçam, mas isso não
impede a natureza da transmutabilidade das coisas.
A natureza da matéria é moldável. Isso vem desde
o comportamento curinga do fóton que está pronto para
se tornar o que for necessário no universo manifesto.
Este conceito é aplicável a todas as substâncias de nosso
multiverso, sejam elas emocionais, mentais, vibracionais.
Todas substâncias são transformáveis. Essa transformação
já é descrita indiretamente em outra lei, a Lei da Dinâmica.
A Lei da Dinâmica afirma que as coisas nunca estão
realmente paradas. Logo, essas mesmas coisas devem
estar em constante mutação. Esse conceito de movimento
acaba por revelar a transitoriedade das coisas, ou seja, que
elas estão mudando sempre, seja por movimento seja por
transformação. Isso é fácil de se observar na energia. Energia
elétrica se torna facilmente energia térmica quando usamos
o secador de cabelos, ou pode se transformar de energia
mecânica para elétrica nos moinhos de energia eólica, ou
mesmo de energia química para elétrica no caso de uma
pilha. Várias são as formas que essas transformações
tomam. Na transformação por condensação a substâncias se
agregam para formar novas coisas como no caso do carbono
se tornando diamante. Suas aulas de química no ensino
médio estão repletas de exemplos dessa natureza.
Na transmutação a transformação ocorre por
polarização.,. A transformação vibracional atua alterando

118
a frequência ou amplitude de uma onda. Isso para citar
apenas algumas de tantas outras, inclusive transformações
estudadas pela Física Clássica ou pelo relativismo. Porém
uma das transformações mais sensacionais é a pesquisada
pela Física Quântica: a alteração do programa hiperespacial.
Para aqueles que não imaginam ser possível uma
alteração de informação diretamente no registro na
Fonte, leiam mais sobre o trabalho de Vianna Stibal em
Thetahealing, com a ressalva de que ela não usa o conceito
de reprogramação hiperespacial, mas a mecânica está lá.
Nesta alteração (reprogramação hiperespacial) a
substância não é alterada a partir do universo manifesto,
mas do hiperespaço. A programação das partículas, e, por
conseguinte dos átomos, fica armazenada no hiperespaço e
é o que dita que um átomo de ouro será um átomo de ouro e
um de oxigênio será um átomo de oxigênio. Se for alterado,
esse campo de torção (programação) poderia em tese fazer
com que um átomo de oxigênio (O) se tornar-se um de ouro
(Au). Um experimento foi realizado na Rússia para comprovar
essa teoria. No entanto, essas transformações todas possuem
algumas condições.
E quais condições seriam essas? As condições são
proporcionais ao tipo da transformação. Ao contrário de muitas
linhas em circulação, não se trata de um preço a se pagar.
Pelo menos não dessa forma. Acontece que a maior parte das
transformações, assim como quase qualquer coisa que se
queira fazer em espiritualidade, gasta uma certa quantidade
de energia, exige um esforço (maior ou menor) por parte de
quem opera a transformação, necessita do conhecimento deste
operante e estes fatores são frequentemente proporcionais
à complexidade da transformação e do fenômeno. Esse
é um dos grandes motivos pelos quais nós insistimos na
necessidade da disciplina, do estudo, e do treino, para que
vocês tenham todas as ferramentas necessárias para operar
grandes transformações, para que vocês estejam aptos a
operar grandes fenômenos.

119
_6
TEORIAS DA
CIÊNCIA
PRETERNATURAL

120
T E OR I A S DA CI Ê NCI A
P R E T E R N AT U R A L

I N T RODUÇ ÃO
Nesta seção deste volume veremos sobre discussões
filosóficas, antropológicas e sociais da espiritualidade.
Apresentamos evidências científicas sobre o funcionamento
espiritual e como é possível que nós tenhamos controle
sobre a espiritualidade. No entanto, pretendemos apresentar
outras ideias que possam confirmar nossas afirmações, seja
por oposição ou não ao nosso ponto de vista, e que possam
suplementar e refinar sua visão sobre o tema.
Avisamos de que nem todos os pontos apresentados
são válidos em si mesmos, e é necessário que tenham
discernimento sobre as opiniões de outras linhas e tradições.
Por isso começamos com uma revisão de conceitos-chave
apresentados até agora, para que vocês tenham referencial
para análise do material.

REVISÃO DO CORPO ENERGÉTICO


Nós possuímos um corpo. No presente estado somos
entidades chamadas corpóreas. Mas o que à primeira vista
vemos como sendo o corpo físico é apenas a superfície de
um sistema extremamente mais complexo.
Nós possuímos vários níveis de complexas
redes energéticas que fazem parte de um mecanismo

121
interdependente. Essas redes energéticas são, em sua maioria,
chamadas de corpos sutis. São chamados de vários corpos
porque essas redes funcionam multidimensionalmente.
Os vários níveis de sutileza energética definem que cada
sistema exista em uma dimensão específica. No entanto,
todos esses sistemas coexistem e são interdependentes e
formam, junto com o corpo humano, o veículo que usamos
para nos manifestar como seres individuais.
Por mais que isso possa parecer difícil de entender no
início, basta que saibamos que existem fatores que interferem
diretamente em como esses corpos se comportam e em quão
eficientes eles operam. Esses fatores são manifestações que
pertencem tipicamente à consciência.
Os corpos, inclusive o corpo físico, são profundamente
estimuláveis energeticamente. Fatores energéticos de cada
um dos corpos sutis estão arraigados em nível molecular
no corpo humano. É interessante notar também que cada
um dos corpos sutis gera seu próprio tipo de energia da
mesma maneira que o corpo físico gera bioenergia. Qualquer
alteração no complexo sistema energético desses corpos
causa uma alteração na produção de sua energia respectiva
o que pode em efeito dominó também alterar como o corpo
produz sua bioenergia.
É fácil perceber como que todos esses corpos podem
juntos definir como a energia é gerada e consequentemente
como podem definir a assinatura frequencial específica,
gerando assim um padrão vibratório.

ALMA
Nossas almas são feitas da mesma substância que a
Fonte Suprema. Por isso em tantas religiões ela é chamada
de centelha de vida. Nossa alma é uma parte da Fonte que
foi separada para crescer e multiplicar e, assim, prosseguir
com a expansão da Fonte. Demos à essa substância da Fonte

122
e da Alma o nome de anima. A alma está na não-localidade
atemporal. Para interagir com o plano multidimensional
ela cria algumas ferramentas, entre elas o espírito. Nosso
espírito é um construto energético criado pela alma para
que essa possa interagir com as dimensões. Existem outras
ferramentas que estudaremos mais adiante.
A anima gera a luz que vai materializar as dimensões.
Essa luz é transmitida pelo hiperespaço e se manifesta
no plano multidimensional criando as coisas de forma
holográfica. Quanto mais anima possuímos, mais luz podemos
gerar e mais podemos manifestar nossa vontade no plano
multidimensional. Aí reside a essência da espiritualidade.

ESPÍRITO
Entendemos como a Fonte Suprema é formada pela
anima e como essa substância se multiplica como se fosse
um organismo. Nos informamos de que a Fonte Suprema
com sua anima, assim como as almas que se subdividem
desta Fonte, existem fora do tempo e do espaço além do
plano manifesto multidimensional. Também vimos como a
anima produz luz que pode se comportar tanto como matéria
quanto como onda. Aprendemos que a luz em formato de
onda contém as informações que organizam a luz-matéria.
Em sequência observamos que essa matéria se condensa em
diversas faixas de frequência que cria universos, dimensões
e estados. Por último vemos que a Fonte tem interesse de
que a Alma expanda sua anima. Mas como a Alma, que está
localizada na não-localização atemporal (chega a dar um nó
na cabeça esse tipo de conceito), se expande através das
experiências que colhe no mundo manifesto?
Essa resposta é relativamente simples. A Alma
constrói um mecanismo chamado Espírito. Ele é construído
de luz eletromagnética e é projetado para se manifestar
multidimensionalmente.

123
O espírito é aquilo que com o tempo criará um senso
de individualidade da alma. Ele coletará informações através
das experiências que obtiver. Seu projeto inicial geralmente
é bastante simplório e seu mecanismo energético bastante
simples. À medida que ele passa pelos reinos Mineral,
Vegetal, Animal e Hominal sua “fiação” energética se torna
mais complexa e seu senso de individualidade se solidifica.
Com sua evolução, o espírito se capacita a gerar, manipular,
e conduzir quantidades cada vez maiores de luz e energia.
Dessa forma quanto mais adiantado, mais o espírito é apto a
moldar a realidade à sua volta.
Quando atinge elevado grau, o espírito sai da fase de
evolução individual e passa para a evolução coletiva, onde
seu aprendizado se dá através daquilo que ele faz pelos
outros ao invés de para si. Nessa fase os espíritos se tornam
ou deuses, ou devas elementais, ou seres das hierarquias
angelicais.
Algumas informações extras sobre o espírito.
Primeiramente, em circunstâncias especiais ele pode sim ser
destruído. Em geral a radiação nuclear e a energia atômica
causam um distúrbio tão intenso no plano eletromagnético
que pode danificar profundamente o espírito, que é uma
máquina eletromagnética. A alma, no entanto, é imortal. Em
segundo lugar, a alma não adquire karma, o espírito sim.
Desde que a alma está fora do espaço e tempo, ela não tem
ação que possa causar reação, logo o fenômeno do karma é
do espírito.

CORPO FÍSICO
Nesse ponto já entendemos razoavelmente bem sobre
como funciona o mundo sutil. Agora nos resta discorrer
brevemente sobre a interação desse mundo sutil com a
dimensão física, propriamente falando a terceira dimensão
onde estamos inseridos nesse momento6.
6 Não estamos mais propriamente na 3ª dimensão de forma pura, pois nosso

124
O corpo físico é a ferramenta de interação do espírito
no plano físico. Ao contrário do espírito, o corpo é mortal
(leia-se transitório quando dizemos mortal) por natureza e
deve ser trocado diversas vezes durante a longa existência
do espírito. Infelizmente, por consequências secundarias
da Barreira de Frequência e do DNA suprimido, o corpo
acaba por suprimir lembranças de vidas anteriores. Isso
acaba servindo como um recomeço para que no novo
corpo o Espírito tenha oportunidade de acertar aquilo no
que errou anteriormente. Lembremos que esses processos
servem sempre de coleta de experiência, conhecimento e
aprendizagem para a expansão da anima na Alma.
Mas como o Espírito se conecta ao corpo físico?
Apesar dos detalhes serem bastante complexos, a visão
geral do processo é bastante compreensível. O Espírito
tem principalmente natureza eletromagnética. O cérebro
e sistema nervoso respondem e funcionam com base em
estímulos eletromagnéticos. Logo o Espírito se comunica e
usa o cérebro e sistema nervoso com razoável facilidade. O
sistema nervoso tem um funcionamento quase que totalmente
distinto do resto do mecanismo corporal e é independente.
Dessa forma o meio de interface entre o sistema nervoso e o
resto de corpo é a comunicação química. A química corporal
responde aos estímulos eletromagnéticos do sistema nervoso
mandando, assim, os comandos ao resto do corpo físico.
Em suma, a Alma constrói o Espírito para interagir com o
mundo manifesto. O espírito usa posteriormente o corpo
físico para interagir com a matéria, o espírito se interliga ao
cérebro e ao sistema nervoso que responde a seus estímulos
eletromagnéticos, em consequência o cérebro e o sistema
nervosos passam adiante essas informações ao resto do
corpo físico através da química corporal.

DNA
Além do DNA ser um forte instrumento hiperespacial,
planeta está sofrendo grandes e profundas alterações.

125
ele é o grande responsável por sermos aptos ou não a
espiritualmente. Como vimos anteriormente, o corpo físico
tem um grande papel na interação e manifestação do
espírito na terceira dimensão. Não surpreende, portanto, que
nosso DNA, que carrega toda informação de como nosso
corpo deve ser, seja o grande responsável por definir quanto
potencial temos de fato de performar espiritualidade. O DNA
também é altíssimo gerador de ectoplasma, de fótons e
sua configuração é responsável por boa parte da assinatura
vibracional pois ele vibra e emite onda em todos os níveis,
inclusive o de onda escalar.
Por isso as grandes implicações do cuidado com o corpo,
da memória genética, da ancestralidade, do junk DNA, da
supressão de DNA por parte annunaki, e tantos outros focos
nessa fitinha (não necessariamente dupla) aparentemente
inocente. Não iremos nos delongar pois ele será debate de
inúmeros tópicos ao longo de nossas conversas.
VARIAÇÕES NO DNA HUMANÓIDE
Percebam que aqui usamos o termo humanoide.
Talvez a afirmação que faremos a seguir seja um pouco
chocante para você, mas tudo será detalhadamente
estudado em seu devido tempo. Nem todas as pessoas que
vemos em nosso dia a dia, que se parecem conosco, e que
consideraríamos como normais são humanas de verdade.
Existem diversas variantes somente na espécie humana sem
contar as sementes estelares, visitantes, e principalmente
os paranormais. A ciência já começa a identificar essas
diferenças, o humano contemporâneo já é considerado uma
variante da espécie original e é classificado como homo
sapiens, sapiens. Se esta ideia ainda é muito chocante para
você, coloque-a de lado e continue com seus estudos, mais à
frente elaboraremos essas afirmações para que se encaixem
melhor. Por hora, apenas queremos que abra sua mente para
a possibilidade de uma humanidade com mais variações do
que inicialmente supomos.

126
Não se preocupe se seu corpo possui um DNA que
lhe capacita a manipulação energética. Como já vimos, a
capacidade de manipulação energética é inerente (faz parte
da natureza) tanto ao espírito quanto à alma. Por isso,
você assim como qualquer outra pessoa pode performar
espiritualidade, o que sugerimos é que alguns corpos
facilitam esse processo. Ao estudar espiritualidade, ao
exercitar seu corpo e seu espírito para gerir, conduzir, e
manipular energia, pouco a pouco você estará alterando seu
DNA também, causando uma mutação voluntária. Talvez em
alguns campos você sinta mais dificuldade do que outros,
mas com dedicação qualquer um pode se tornar um grande
mago.

REDE COMPUTADORIZADA
Nosso corpo é como uma máquina, um computador.
O cérebro é o processador que usa os “chips” do sistema
nervoso para mandar informações e ordens através do
“cabeamento” químico. As ordens chegam até o processador
através do “wireless” eletromagnético gerado pelo espírito,
que é o servidor central. Controlando todo esse processo
estamos nós, os verdadeiros “nós”, a alma hiperespacial.

127
_7
TEORIAS DA
ESPIRITUALIDADE

128
T E OR I A S DA
E SPI R I T UA LI DA DE
No Novo Testamento são três magos os primeiros a
dar as boas vindas a Jesus, no Velho Testamento existe
a disputa mágica entre Moisés e os Magos Egípcios. Nos
Vedas, no Bhagavad Gita, no Alcorão, nos diversos textos
sagrados existem relatos similares. Praticamente todas as
religiões mantiveram atividades mágicas ritualísticas, que
se confundem com a própria prática religiosa - a celebração
da Comunhão pelos católicos, a incorporação de entidades
pelos médiuns espíritas, a prece diária do muçulmano
voltado para Meca ou ainda o sigilo riscado no chão pelo
umbandista.
A espiritualidade, segundo seus adeptos, é muitas
vezes descrita como uma ciência que estuda todos os
aspectos do ser humano e da natureza. Trata-se assim de
uma filosofia de vida de aspecto mais elevado e espiritual.
Os magos, utilizando-se de atividades místicas e de
autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a elevação
de potencialidades do ser-humano. A espiritualidade é
também a ciência de simpatia e similaridade mútua, como a
ciência da comunicação direta com as forças sobrenaturais,
um conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza,
intimamente relacionada as disciplinas ditas ocultas, como
o hermetismo do antigo Egito, como a Alquimia, a Gnose, a
Astrologia. No final do século XIX ressurgiu, principalmente
após a publicação do livro A Doutrina Secreta, de Helena
Petrovna Blavatsky e pela atuação da Ordem Hermética do
Amanhecer Dourado (Hermetic Order of the Golden Dawn),
na Inglaterra, que reviveu a espiritualidade ritualística e
cerimonial.

129
Praticantes das várias tradições e religiões que se
utilizam da espiritualidade acreditam que ela funciona
através de um dos princípios básicos que veremos a seguir.
Em geral quem acredita em uma das teorias não acredita nas
outras. Nós incluímos fatores da maioria delas acrescentamos
alguns outros conceitos. Primeiramente vamos apresentar
os elementos comuns das alegações destas várias tradições,
e posteriormente iremos arrematar o conceito com aquilo
que há de mais recente no estudo desta área. Segundo
as várias tradições a Espiritualidade se realiza: através de
forças não detectáveis pela ciência; através da intervenção de
espíritos; através de poder místico; através da manipulação
dos elementos, de energia, ou de símbolos; através da
concentração ou meditação; através da força mágica do
inconsciente; ou através da interligação cósmica.

NOSSO CONCEITO DE
ESPIRITUALIDADE
ESPIRITUALIDADE É O USO CONSCIENTE DAS
CIÊNCIAS PRETERNATUR AIS
USO CONSCIENTE
Note-se que não usamos o termo Religião, que tem
a origem na palavra religar e remonta ao processo de se
conectar à divindade.
Voltando à afirmação lá em cima. Reforçamos o
conceito de uso consciente pois muitas tradições não
utilizam seu conhecimento assim, mas de forma prática.
Nestes casos, os rituais e feitiços e tantas outras coisas são
feitos baseados em fórmulas que não explicam seu próprio
funcionamento. Isso se torna extremamente perigoso para o
praticante e para todos os outros envolvidos. Alguns grupos
chegam a não possuir um código de conduta ou mesmo se
preocupam com a orientação moral e ética de seus membros.
Nós vivemos as leis espirituais a todo instante, e certamente

130
manipulamos energia e usamos essas leis no nosso cotidiano
em nossas experiências e vivências humanas. Mas isso nós
não consideramos ciência preternatural. Consideramos
ciência preternatural quando essas interações acontecem
de forma consciente de forma a saber quais são os fatores
envolvidos na operação e quais os possíveis resultados e
desdobramentos daquele ato.
CIÊNCIAS PRETERNATURAIS
Como vimos anteriormente, nossa abordagem é
essencialmente científica e não dogmática. Como se tratam
de ciências, e ciências sobre planos de existência mais sutis
e ainda indetectáveis pela tecnologia comum, chamamos de
preternaturais.
FORÇAS FÍSICAS E PRETERNATURAIS
Forças físicas são aquelas que podem ser medidas
pela ciência tradicional. Forças preternaturais são aquelas
que não podem ser medidas pela ciência tradicional e que
ainda são descreditadas por muitos cientistas. Algumas das
forças naturais podem ser até mais importantes e fortes do
que certas forças físicas. Até pouco tempo atrás o conceito
grego de Éter era ridicularizado pela ciência até que entraram
em contato com o conceito de Matéria Escura. Pode ser que
muitas das matérias apresentadas aqui possam vir a ser
incorporadas à ciência em algum futuro distante.

ALGUNS PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO DA


ESPIRITUALIDADE
Muitos teorizam sobre a maneira como a espiritualidade
funciona. Praticantes de espiritualidade frequentemente
misturam os vários conceitos e até mesmo inventam
alguns. Visualização e concentração, por exemplo, são
quase universalmente considerados vitais para a prática da
espiritualidade.

131
FORÇAS NÃO DETECTÁVEIS PELA CIÊNCIA
Um dos primeiros princípios aceitos pelos praticantes
é de que a Espiritualidade se utiliza de forças preternaturais
para funcionar. Alguns termos usados para descrever essas
forças são mana, numen, chi ou kundalini, que seriam
variações de uma força preternatural universal como akasha,
éter, fluído universal, ou ka. Essa energia mágica estaria
presente em todas as coisas e principalmente concentrada
em objetos mágicos. Muitos chamam essa força de Poder
Místico. Essas forças podem ser guiadas pela manipulação
da energia, usando diversos meios, ou mesmo usando
símbolos que ajudem a mente a manipular ou símbolos que
possuam configurações geométricas que conduzam energia
por si mesmos.
O conhecimento envolvido neste princípio estará
presente de forma especial nos volumes Vibração, e
Energia. Sua manipulação será vista em Sintonia, Símbolos,
Gemologia, Herbologia, e tantos outros volumes.

INTERVENÇÃO DE ESPÍRITOS
O próximo princípio é o da intervenção dos espíritos.
Segundo esse princípio a espiritualidade é realizada através
da intervenção de forças preternaturais, porém essas
possuem individualidade e consciência. São como forças da
natureza com consciência. Vimos em Mecânica Cósmica que
este conceito se aplica ao Animismo.
Devemos aqui fazer as devidas ressalvas. Em primeiro
lugar este princípio não é o único a gerar espiritualidade.
Nós temos a habilidade de gerar, absorver, metabolizar, e
transformar energia sem ajuda de nenhuma outra entidade.
No entanto, muitas operações podem se beneficiar da ajuda de
entidades incorpóreas. Chamamos de entidades incorpóreas
pois existe uma grande variedade de seres que podem ser
chamados de espíritos: elementais, divindades, demônios,

132
anjos, espíritos desencarnados, djins, devas elementais e
assim por diante. Estudaremos mais profundamente essas
classificações em Seres e Entidade e Evolução.

MANIPULAÇÃO DOS ELEMENTOS


Um dos princípios difundidos se baseia na manipulação
dos elementos, em sua classificação ocidental clássica:
terra, ar, água e fogo. Embora seja parte dos estudos da
espiritualidade, a manipulação em si não é um princípio,
mas uma modalidade.

CONCENTR AÇÃO OU MEDITAÇÃO


A habilidade mental, a organização da mente, sua calma
e eficiência, e sua disciplina, são essenciais para os trabalhos
nas ciências preternaturais. Certamente a concentração
é fundamental, e esta calma mental é tremendamente
beneficiada pela meditação e outras disciplinadoras da
mente. Uma maneira para isso acontecer se utilizada da lei
das analogias, concentrando a atenção no objeto de escolha
até que se estabeleça uma conexão, até que a analogia se
faça. Muitas tradições investem no treino da mente para que
os efeitos sejam potencializados.

FORÇA DO INCONSCIENTE
Algumas vertentes acreditam que devem convencer a
mente subconsciente para que realizar coisas. Este é um
termo bastante usado no meio espiritualista, porém seu
sentido já não é mais utilizado pelas ciências psicológicas,
tendo em vista nosso viés com as terminologias adequadas,
usaremos o termo inconsciente que se mostra mais
adequado. Em algumas práticas se usa da liberação da
mente inconsciente para que ela lance informações e crie

133
automações e assim fazer as alterações que o praticante
deseja. Segundo alguns, energias, espíritos e símbolos fazem
parte da linguagem que o inconsciente entende. Estudaremos
o papel do inconsciente na espiritualidade e suas implicações
vibracionais. Mesmo não sendo um fator único, é um vetor
importante no conhecimento preternatural. Vale lembrar que
há uma diferenciação descrita por Jung entre inconsciente
individual e inconsciente coletivo. Inconsciente coletivo é
uma dimensão coletiva compartilhada de onde surgem os
arquétipos ou modelos antigos.

INTERLIGAÇÃO CÓSMICA
Baseado na Lei das Relações que afirma que todos
somos um. Essa filosofia defende que espiritualidade é a
aplicação da unidade entre si mesmo e o universo. Seguidores
exclusivos deste princípio afirmam que quando nos damos
conta de quanto somos infinitos, eternos, e de possibilidades
sem limite começamos a viver em uníssono com a natureza,
procurando e preservando o equilíbrio de todas as coisas.
Sem dúvida essa união da existência nos permite sermos
infinitos e dessa forma performar espiritualidade.

TRÊS PRINCÍPIOS OPER ACIONAIS DA


ESPIRITUALIDADE
Entender como a Espiritualidade funciona é fundamental,
é fator de consciência. A espiritualidade é operada de várias
maneiras, mas possui elementos comuns nessa diversidade.
Veremos sua atuação no plano físico e nos concentraremos
em como ela se comporta neste plano através destes
elementos comuns. Princípios são conceitos amplos usados
para definir as bases conceituais e de entendimento de uma
área do conhecimento. Aqui apresentaremos três dos mais
importantes, três que seguirão vocês em sua prática para
toda a vida.

134
Falar sobre consciência como princípio operacional seria
uma redundância. Se nossa conceituação de espiritualidade
pressupõe que a mesma deva ser um ato consciente, isso
torna a consciência um pré-requisito para o ato. Por isso
consideramos como princípios operacionais a Vontade, o
Corpo, e o Controle. Mas como funciona a espiritualidade?
A base da resposta para essa pergunta foi apresentada no
conteúdo de Mecânica Cósmica. Vejamos como aqueles
conceitos se aplicam aqui. A espiritualidade é operada de
duas maneiras principais no estágio de evolução em que
nos encontramos, principalmente no plano físico da terceira
dimensão onde interagimos agora. Essas espiritualidades
acontecem ou usando as características e propriedades do
hiperespaço ou as do universo manifesto multidimensional.
Isso equivale à espiritualidade quântica e à espiritualidade
comum.
Falemos primeiramente da espiritualidade comum.
Nela, a realidade é influenciada pela ação eletromagnética
do espírito. Isso se dá, em geral, pela programação
eletromagnética que o espírito faz nos campos atômicos, pela
manipulação das energias e vibrações, e no caso de seres
encarnados também através da utilização do ectoplasma. No
primeiro cenário existe a impressão da vontade do espírito de
forma eletromagnética no mar de campos eletromagnéticos
que é o multiverso. Uma vez programados, esses campos irão
reorganizar o comportamento dos átomos influenciando seus
campos de spin, seus campos de torção, e o comportamento
das camadas de elétrons em volta do núcleo do átomo. Dessa
primeira maneira o espírito molda a realidade.
De uma segunda forma, o espírito gera, metaboliza,
condensa, expande, e direciona diversos tipos de energias e
vibrações. Neste caso a realidade é influenciada e alterada
pela ação destas vibrações e energias. A energia pode ter
inúmeras formas de se expressar e inúmeras formas de ser
emitida e conduzida até seu objetivo, basta ver no plano físico
como a ciência transforma energia elétrica para térmica,

135
cinética para elétrica, ou mesmo a variedade de formas como
a energia é gerada e conduzida até sua utilização. Também as
vibrações possuem diversidade. Quando concentradas elas
agem como partículas, como matéria sólida em proporção
microscópica. A modulação da frequência das vibrações atua
em uma infinidade de campos e nos abre possibilidades pela
atração harmônica, ressonante e consonante. As vibrações,
ou ondas, são muito importantes na espiritualidade, pois são
um excelente meio de transportar energia e principalmente
transportar informações, basta lembrar o uso intenso que
fazemos das ondas de TV e Rádio.
Por último temos o ectoplasma. Essa forma de
bioenergia, de natureza magnética, é largamente usada em
operações de espiritualidade, seja com esta nomenclatura
ou não. Por ser de densidade semifísica, o ectoplasma é
um recurso de ação direta sobre a matéria. É muito usado
em processos mediúnicos, de cura, efeitos físicos como a
telecinésia, e é um dos maiores agentes a serem estudados
no módulo Magnetismo. A ação do ectoplasma é semelhante
a qualquer interação entre elementos físicos comuns, e com
ele fechamos os três maiores agentes da espiritualidade
comum. Vejamos um pouco sobre a espiritualidade quântica.
Na preternaturalidade quântica a alteração provém do
hiperespaço. É uma metodologia incrivelmente mais difícil,
porém de possibilidades também incríveis. Neste tipo de
espiritualidade toda interferência na realidade acontece a
partir do hiperespaço. Essa interferência pode acontecer
utilizando a produção de fótons, o registro hiperespacial,
usando a ausência de tempo e de espaço, ou através da união
de animas. A metodologia desta linha mágica nos oferece
o enorme desafio do acesso ao hiperespaço e do controle
deste acesso.
Ao utilizar a produção de fótons diretamente do
hiperespaço eliminamos a necessidade de qualquer que
seja a energia ou vibração que teríamos de recorrer no outro
método, ou seja, espiritualidade com desgaste zero. Se o

136
desgaste é zero, se a demanda ao corpo e à energia ambiente
é nula, então as possibilidades são muito maiores, podemos
operar sem limites de reserva energética. A única barreira
parra esse método é a quantidade de anima que nossa alma
possui, essa quantidade limitará proporcionalmente quanta
luz pode ser emitida. Existem maneiras de se driblar essa
problemática como veremos mais à frente. Limites sempre vão
existir, pois somos limitados em nosso estado atual, mas isso
ao significa que não possamos esticar esses limites sempre
que possível. Não se esqueçam de que essa luz fotônica
(energia em potencial) pode ser usada tanto quanto energia
e poder de ação quanto como onda que influencia e cria
campos eletromagnéticos ou mesmo como partícula. Mas o
que essas últimas afirmações podem significa? Significa que
esses fótons requisitados diretamente do Hiperespaço estão
em forma neutra e ainda podem se tornar o que quisermos
holograficamente, em forma de energia que causa ação, em
forma de campo que estrutura o contexto dessa ação, ou
mesmo como a própria matéria que sofre ou causa a ação,
isso mesmo, como materialização.
Nosso próximo tópico em Quântica Preternatural é o
registro hiperespacial. Existem campos eletromagnéticos,
chamados de campos de torção, que ditam como os átomos
devem se comportar, como eles devem se ligar uns aos
outros, e sua composição de elétrons, nêutrons e prótons.
Pesquisas apontam que as informações que orientam os
campos de torção estão armazenadas no Hiperespaço. Essas
informações ditariam até mesmo se esses átomos devem
ter a tendência a serem sempre os mesmos elementos. Isso
significa que átomos de carbono que estão programados para
serem diamantes vão possuir a tendência de ser diamante e
os que forem programados para serem parte de compostos
orgânicos também seguirão essa tendência. A Quântica
teoriza que é possível acessar essas informações dos campos
de torção e trocar sua programação. Mesmo estando em fase
experimental, essa teoria abre possibilidades impactantes.
Seria o equivalente a dizer que se conseguíssemos acessar

137
as informações referentes ao campo de torção de um pedaço
de chumbo, e trocássemos, esse chumbo se tornaria ouro,
ou mesmo qualquer outra coisa que você programasse.
Seu valor atômico se alteraria para se equivaler ao do
ouro. Certamente pela lei do Karma enfrentaríamos todas
as consequências e desdobramentos desse ato, elétrons
excedentes teriam de ir para algum lugar criando descargas
elétricas, prótons e nêutrons excedentes ou faltantes teriam
de ir para algum lugar ou vir de algum lugar e a energia
liberada no processo teria seus efeitos, enfim, todos esses
efeitos devem ser previstos e controlados também. Por isso
o alto grau de complexidade. No entanto, as recompensas
são altas.
Quase toda espiritualidade temporal e espacial deve
passar pelo Hiperespaço. A maior parte do que se chama
espiritualidade temporal nada mais é do que uma alteração
da percepção do tempo, um efeito de sincronização de
eventos que te faz economizar certas ações e com isso
economizar tempo, ou se trata da visualização do registro
de eventos que já aconteceram, que foram programados, ou
que tem alta probabilidade de acontecer. Já as experiências
de espiritualidade à distância, ou espiritualidade espacial,
podem consistir no encurtamento de ondas que faz com
que elas tenham maior alcance e por isso consigam criar
fenômenos distantes da pessoa performando o ato, podem
se tratar de acesso às informações de lugares afastados
(visão remota), ou derivam de relações interdimensionais
do Universo Manifesto. Para gerar fenômenos concretos
e absolutos no campo do tempo e do espaço precisamos
transcendê-los e isso só é possível em uma dimensão que
não tenha nem um nem outro. Apenas copiando os efeitos
hiperespaciais observados nas partículas elementares e
ampliando sua escala é que poderemos conquistar feitos
como a bicorporeidade real (estar realmente em dois lugares
ao mesmo tempo), a teleportação, e a viagem no tempo.
Por último, em Quântica Preternatural, vamos abordar

138
a limitação da alma. Cada alma possui uma quantidade
de anima que foi cultivada a partir da individualização da
anima da Fonte (centelha divina). É a partir desta anima que
a alma produz luz a ser utilizada no Universo Manifesto. Isso
significaria que só produzimos uma quantidade limitada de
luz. Porém, existe um fenômeno que oferece alternativas
a essa questão. Quando espíritos possuem afinidade
vibracional muito intensa, suas almas se “aproximam”
e a anima de ambas pode ser compartilhada. Isso ocorre
principalmente em momentos de alta intensidade desta
afinidade, momentos de comunhão. Por isso grupos tem
tanta forca, principalmente se se reúnem ao redor de
uma causa. Neste caso a limitação de produção de luz da
anima de um único indivíduo é superada pela coletividade
em comunhão. Mas não se enganem, essa afinidade nem
sempre é resultado de um processo positivo ou saudável.
Essa afinidade pode ser criada por processos de dominação,
dependência, e fanatismo induzido. Veremos mais de perto
esse tema em Espiritualidade Defensiva.
Antes de adentrarmos introdutoriamente nos
princípios devemos fazer um lembrete. Espiritualidade pode
ser feita sem um instrumento vibratório principal que esteja
na terceira dimensão, mas, como dissemos anteriormente,
estamos estudando sob o ponto de vista de nosso estado
atual. A não ser diante da improbabilidade de que você seja
uma alma penada lendo esse volume, você provavelmente
tem um corpo de carne e este é seu principal veículo para
trabalhar com espiritualidade em seu estado atual.
Agora aos princípios. Eles são adaptações coerentes
de uma metáfora bastante difundida entre muitas tradições
mágicas: o cocheiro, o carro, e os cavalos. Nessa alegoria, os
cavalos representam a forca que impulsiona a espiritualidade,
o carro representa o corpo físico, e o cocheiro representa a
vontade que guia os outros dois. É uma imagem vívida e
que faz muito sentido, mas vamos adaptar para um contexto
mais apurado. Os cavalos são a forca que vai fazer com que

139
a espiritualidade interfira em nossa realidade da maneira
desejada. Qual seria a forma que move a espiritualidade?
O que é que movimenta vibrações, energias, e matéria para
que alguma mudança ocorra? Nossa Vontade. É o nosso
desejo, o nosso propósito, que movimenta todas essas coisas
na hora que decidimos fazer algo. Desde a mais simples
das preces à mais elevada das curas, é nossa Vontade
que requisita das forças de nosso multiverso para que as
coisas aconteçam, magicamente ou não. Se possuímos uma
Vontade, precisamos do veículo através do qual ela irá se
manifestar. O veículo de nossa Vontade, neste momento, é
o corpo físico, mas de uma forma mais ampla é o espírito,
pois este é o veículo que manifesta a vontade da alma no
universo manifesto. Por último temos o cocheiro. Na metáfora
original ele representa à vontade, mas podem perceber que
a Vontade é adequadamente associada à outra parte desta
metáfora. O cocheiro é o princípio que guia, aquele que sabe
onde está indo o carro puxado pelos cavalos. Se o cocheiro
não for habilidoso o carro pode ir na direção errada, ou
bater, ou causar outros tipos de acidentes. É a habilidade do
cocheiro, então, que garante uma viagem desejável. Logo,
nosso último princípio é o da Habilidade.
Como último ponto a apresentarmos antes de vermos
em detalhes os princípios, vamos nos concentrar na nossa
escolha de chamá-los de Operacionais. Pelo tanto que já
vimos até aqui, vocês podem perceber que existem muitas,
mas muitas coisas mesmo envolvidas nos processos da
espiritualidade. Por isso escolhemos o termo operacionais,
pois os princípios abordados são aqueles que participam em
como a espiritualidade funciona.

A VONTADE
A Vontade é a porção emocional da personalidade
individual, sendo a Inteligência a outra metade. Ela é
programada nos campos eletromagnéticos do indivíduo. Por

140
ser a parte emocional, e sendo emoção a polaridade que
se move, esta parte de nossas personalidades é a capaz de
fazer com que as mudanças que desejamos ocorram.
Vamos inicialmente entender o que é a vontade. Segundo
aas definições existentes, vontade é a rejeição ou desejo
diante de um fato, no qual podemos julgar positivamente,
negativamente ou suspender qualquer decisão a respeito.
Vontade também é chamada de intencionalidade. A vontade,
segundo os teólogos, é a liberdade de escolha que representa
nossa dimensão moral, pois se escolhemos o que fazemos
logo somos responsáveis por nossas ações. Vontade é para
onde se direciona nosso desejo. E como nascem nossas
vontades? Nasce da valorização ou desvalorização que damos
às coisas, fatos, experiências. Quando não gostamos de algo,
significa que por algum motivo não queremos ter aquela
experiência, e por isso atribuímos um valor negativo e nosso
desejo se afasta. Quando gostamos de algo o processo é
inverso. Mas como todas as emoções, o desejo também tem
suas gradações. Chamamos de capricho o desejo de baixa
intensidade, desejo algo de média, e vontade, neste nosso
contexto, algo de grande intensidade. A vontade como termo
usado nas tradições mágicas se refere ao desejo aliado a
determinação, à forca de fazer aquele desejo acontecer, a
uma certeza capaz de dobrar a realidade ao nosso querer.
Essa Vontade é o princípio estudado aqui.
A vibração pode ser condensada até o ponto de se
comportar como partícula. Vimos na Lei das Polaridades os
pares Emoção/Razão e Onda/Partícula. A Vontade é o desejo
condensado de tal forma, que suas ondas curtas possuem alto
poder de interferência em outros campos eletromagnéticos,
e pode até mesmo causar impacto físico em proporção à sua
condensação. Essa intensidade deriva do valor que damos a
algo, lembrem-se bem disso.
Quando a forca do desejo se une com do dever, a
Vontade ganha novo significado, nova forca. O senso do
dever é o paralelo racional do desejo, um paralelo mais

141
neutro e ligeiramente indiferente. Usamos a palavra dever
aqui não apenas como um sinônimo de honra, mas como
senso de propriedade e necessidade. O senso de dever
acontece quando sabemos que algo é necessário, quando
sabemos que temos de fazer certa coisa. Afirmamos que
este senso de dever é indiferente, isso acontece por ser
de origem racional. Por exemplo, temos de arrumar as
nossas casas, não precisamos querer isso, não precisamos
necessariamente gostar disso, sabemos que precisa ser feito
e fazemos. É a união entre o senso de dever e o desejo que
tornam a Vontade algo imbatível.
A Vontade possui também diversos níveis com funções
distintas. A Vontade, no nível automático de autopreservação,
cuida para que desejemos as coisas que vão garantir nossa
sobrevivência como querer viver, querer comer, querer
dormir. Algumas pessoas vivem para satisfazer apenas as
demandas deste nível da Vontade, e na verdade cultivam os
prazeres inferiores como sendo prioritários e se esquecendo
de que esta é uma porção básica e primitiva de nossos
desejos. Necessário sim, porém em equilíbrio.
Uma vez atendidas as funções primárias, a Vontade
inicia sua jornada de valores, coletando experiências e
atribuindo às mesmas sentidos positivos ou negativos em
graus diversos. Neste nível são requisitadas a memória
e a imaginação. Aqui a Vontade se configura mais como
tendência, ainda não existe escolha consciente do que se
quer, apenas uma inclinação.
No próximo nível a Vontade já possui dados suficientes
para saber qual valor tem essa ou aquela experiência. Uma
vez dado o valor, sabemos se desejamos mais daquela
experiência ou não. Somos aqui capazes de decidir para
onde vão nossos desejos e podemos aplicar intensidade
para que eles se realizem ou de forma mágica, influenciando
preternaturalmente a realidade, ou de forma comum, com
ações físicas que levarão à conquista do objetivo.

142
Em seu último nível a Vontade se mistura com a
própria identidade do indivíduo. Aqui ela serve para garantir
que a pessoa não seja influenciada pelas emanações mentais
de outra contra sua vontade. Dependendo de sua forca ou
destreza uma Vontade pode se impor sobre outra, seja com
bons ou maus propósitos. Este nível é o que realmente
interessa para a Espiritualidade. Aqui a Vontade pode ser
concentrada, condensada, e as ondas se encurtam e ganham
forca, aqui a Vontade enche suas emanações vibratórias com
energia, aqui a forca dos cavalos se manifesta em proporção
à forca desta Vontade.
Para finalizar, gostaríamos de fazer uma distinção. Nem
sempre forca de vontade é Vontade. Quando falamos sobre
forca de vontade em geral estamos nos referindo à virtude
da persistência. A Vontade se trata de algo mais profundo,
potencialmente mais forte, mas que pode se utilizar da
persistência para conquistar seus objetivos.

O CORPO
Agora que entendemos a forca que nos leva a fazer
algo, vamos ver os meios pelos quais ela se manifesta. Existe
mais de um veículo visto que somos multidimensionais.
Esse veículo se distingue das ferramentas que ele se utiliza
para operar as ações necessárias para atender a Vontade.
Esses veículos da Vontade podem, no entanto, possuir falhas
estruturais que os impedem de funcionar adequadamente.
Vejamos mais sobre as temáticas.
Todos os construtos que a Alma cria no multiverso
manifesto são veículos da Vontade. Nosso veículo mais
observável é sem dúvida o corpo físico, mas já possuímos
outros tipos de corpo físico e temos vários outros corpos
sutis que configuram parte do domínio do espírito. Sobre
corpos físicos anteriores nós veremos em Evolução. Nossos
sete corpos atuais, juntamente com o algoeides, o totem,

143
e o daimon, são os veículos de nossa Vontade maior, a
Vontade da Alma. De forma prática, vamos nos concentrar
primariamente no corpo físico e secundariamente nos
corpos sutis. Por hora, dentro de nossa proposta, basta que
saibam sobre a existência destes corpos multidimensionais,
pois veremos os mesmos em detalhe no volume Anatomia
Mágica.
É importante também distinguir entre veículo e
ferramenta. Veículo é quem faz a ação, ferramenta é
aquilo com o que o veículo faz esta ação. Em um trabalho
cromoterápico de cura, a Vontade comanda que a cura deva
ser feita, as vibrações das cores são a ferramenta, e o veículo
vai utilizar essas vibrações para operar a cura. Outra distinção
é entre veículo, ferramenta e metodologia. Quando vimos
sobre Espiritualidade Comum e Espiritualidade Quântica
estávamos tratando sobre metodologia, não dizia respeito
nem sobre veículo nem sobre ferramenta, apesar de estarem
inclusos no conceito geral.
O veículo pode ser danificado. No caso do corpo físico
sabemos com facilidade quando está avariado. As piores
problemáticas são as relacionadas ao sistema nervoso, ao
sistema endócrino (bioquímica), e à alimentação. Esses são
os piores para a Espiritualidade por incapacitar as funções
de manipulação energética e vibracional do corpo. Alguns
tipos de radiação podem ser nocivos para os corpos sutis,
podendo causar danos extremamente difíceis de se reparar.

O CONTROLE
O Controle envolve ética, antecipação de resultados,
e contextualização. É o princípio que completa o processo
iniciado pela Vontade e pelo Veículo. O Controle visto aqui
não é quando controlamos algo ou alguém, é o autocontrole,
usamos como sinônimo de perícia.
Chegamos em um ponto crucial de nossas análises

144
sobre a Espiritualidade. Os dois princípios anteriores tratam
sobre a possibilidade do ato, mas não fala sobre se devemos
ou não fazê-lo. O Controle existe como forma de decidir para
onde queremos ir com o uso preternatural, o cocheiro guia o
carro, guia os andamentos da Vontade e do Veículo.
Entretanto, devemos adiar as discussões éticas para
um ponto logo à frente nesse volume, por agora vamos
nos concentrar nos efeitos operacionais do Controle. Todos
os atos trazem consequência, costumamos imaginar que
por envolverem coisas invisíveis os atos preternaturais, de
natureza espiritual, tenham consequências muito sutis.
Isso não é verdade, a radiação nuclear é invisível e letal. O
controle é a parte operacional da Espiritualidade que garante
que os resultados serão os desejados, e não acidentais. Mas
como ele acontece?
Os princípios do Controle envolvem o conhecimento,
a disciplina, a prática, e a habilidade. Com o conhecimento
advém a compreensão daquilo que se pretende fazer
e de todas as variáveis envolvidas. A disciplina tratará
sistematicamente aquele conhecimento e aliará à prática
adequada. Ela também influenciará a postura da abordagem
em relação àquele conhecimento. Uma vez que se conhece
pelo menos em parte a prática daquele conhecimento se
terá maior domínio sobre ele e dessa forma será ativada a
disciplina. Com a prática vem a habilidade, a proficiência.
Com a Vontade temos o motivo para a ação mágica,
com o Veículo temos os meios para a ação, com o Controle
temos o contexto. Vocês poderão expandir esses conceitos
para quase qualquer situação da sua vida, por isso são
princípios operacionais. Além de contexto, o Controle
é variável de controle, com ele os resultados tendem a
sair como o esperado. Obviamente não podemos prever
infalivelmente qualquer situação, mas com os conceitos
envolvidos em Controle os resultados têm esperança de
serem os que planejamos.

145
RISCOS DA PR ÁTICA
PRETERNATUR AL
Por mais que este assunto vá ser tratado extensivamente
no volume Defesa Preternatural, queremos alertá-los de
algumas coisas importantes que vão fazer toda a diferença
para seu aprendizado a partir deste volume. Queremos
garantir que vocês tenham um mínimo de consciência antes
de fazerem qualquer coisa, ou experimentarem o que quer
que seja na área preternatural. Esse conhecimento inicial
sobre segurança em Espiritualidade é necessário para
sua tranquilidade, e a nossa, durante o decorrer do que
apresentarmos aqui.

COMO AGIR DE FORMA SEGUR A


Nossos principais conselhos são:
• Esteja sempre consciente na Espiritualidade
• Prefira estar bem
• Constante vigilância, incluindo autovigilância
• Analise as possíveis infrações do que for fazer
• Encontre a solução mais simples para o seu
problema
• Não seja simplista
• Procure a essência, não seja levado pelo
superficial
Nosso primeiro conselho é que vocês estejam sempre
alertas ao fazer qualquer ato preternatural ou que envolva
a espiritualidade, o espiritualismo ou a religião. Quando
falamos em estar conscientes não falamos apenas em saber o
que se está fazendo, mas principalmente falamos de estarem
totalmente sóbrios. Por sobriedade nos referimos a não
estarem sonolentos, sem álcool no sistema (desconsiderar
quando isso envolver uma entidade incorpórea que utiliza o
etílico de outras maneiras, mas não usem como desculpa),

146
ou comidas pesadas, ou durante digestão intensa, ou sob o
efeito de psicotrópicos. Isso evita que vocês façam algo que
possam considerar impensado ou impulsivo mais tarde.
Optem por estar bem, psíquica, mental e
emocionalmente. Muitas pessoas são apegadas às suas
depressões, apegadas aos seus problemas, e preferem se
sentir mal do que solucionar as dificuldades. Sugerimos que
não façam manipulações energéticas ou vibracionais quando
neste estado principalmente porque pela Lei da Dinâmica
vocês terão mais chances de alterar os resultados e de terem
consequências desagradáveis. A exceção para este caso é
quando fazemos atos preternaturais justamente para nos
sentirmos melhor ou para solucionar as problemáticas que
se apresentam.
Quando falamos de vigilância estamos nos referindo a
todo tipo de uso externo de suas habilidades e também uma
vigilância interna sobre os processos que acontecem dentro
de você ao praticar ou realizar atos preternaturais. Isso evita
que interferências externas ou de terceiros influenciem os
resultados. A vigilância interna serve ao mesmo propósito,
a de estar consciente de todos os elementos envolvidos.
Esta autopercepção também serve para observar se existe
alguma influência externa causando interferência no ato.
Ao decidir fazer qualquer coisa preternatural, e na
verdade em qualquer coisa que for fazer na vida, procurem
analisar quais as possíveis consequências de seus atos, quais
leis podem estar em ação, quais as ramificações do que estão
fazendo, e principalmente se o que estão prestes a fazer fere
a liberdade de livre escolha de alguém. É importante que
nenhuma dessas infrações aconteça despercebidamente, se
forem fazer algo que tire a liberdade de alguém ou que tenha
impacto negativo que pelo menos seja de forma consciente,
porém sem nossa aprovação.
Quando falamos sobre soluções simples estamos
chamando a sua atenção para o caminho mais curto e eficaz.

147
Muitas pessoas querem arranjar meios de conseguir o que
desejam e para isso utilizam os recursos mais extravagantes.
Por exemplo, se vocês desejam passar em uma prova, ao
invés de fazer rituais complicadíssimos, estudem. Simples
assim. Se a operação desejada é meramente mágica também
existem meios mais simples de se fazer as coisas. Em uma
hipótese extravagante: você quer parar um carro, ao invés
de usar seus incríveis poderes telecinéticos talvez você
possa lançar uma sugestão para que o motorista pare ou
usar de sincronia para que o sinal feche, possibilidades mais
plausíveis. Pensem em simplicidade.
Sabemos que acabamos de falar para usarem de
simplicidade, mas agora nos defrontamos com o paradoxo
deste tópico. Apesar de ser melhor que busquem a solução
mais simples, não aconselhamos que sejam simplistas. Em
outras palavras, estamos dizendo para você ser simples e
eficiente, mas não para você ser apressado e tentar encontrar
a resposta para sua necessidade de forma impensada. Ao
procurar soluções simples e eficazes não desprezem a
complexidade inerente da questão.
Como último conselho, atenham-se a coisas realmente
importantes.

PERIGOS DE CERTAS PROPOSTAS


Como este volume possui caráter introdutório,
pois oferece os pré-requisitos necessários para a prática
preternatural saudável, resolvemos apresentar alguns tipos
de procedimentos mais perigos e arriscados. Aconselhamos
evitá-los totalmente até estarem mais avançados em seu
conhecimento e prática arcanos. Talvez devam evitar a vida
toda, pois não vale a pena e dá para viver toda uma vida sem
nunca precisar desses recursos. No volume de Hermetismo
iremos estudar algumas destas práticas. As restantes não
estudadas são as práticas desaconselhadas ou mesmo

148
abolidas de nosso cotidiano.
As práticas mais perigosas envolvem sangue, morte,
sêmen, placenta e sexo. Todas essas possuem elementos em
comum que as tornam inseguras, e muitas vezes nocivas:
sua densidade energética, as faixas vibratórias onde operam,
e os seres associados a essas energias e vibrações. Não
entraremos em detalhes da mecânica do funcionamento
de cada uma delas, não é nosso propósito aqui, mas
apresentaremos alguns dados que serão suficientes para que
entendam nossos avisos.
Iniciemos com a energia associada a essas operações.
Uma das principais características destas energias é sua
densidade. Essa densidade é justamente o que procuram
os que se utilizam delas, porém ela também pode ser a
causa de muitas dores advindas deste uso. Essa densidade
é demasiadamente perto do plano físico e tem grande
influência neste plano, por isso é comum encontrarmos
relatos destas energias produzindo reações concretas, na
maioria das vezes indesejadas. A razão de sua densidade
advém de sua associação com fluídos de grande poder vital
(sangue, sêmen, placenta) ou com processos extremamente
intensos (sexo, morte).
As faixas vibratórias também adicionam à problemática.
Alguns desses elementos estão intimamente ligados a
eventos dos prazeres da carne, e se não forem feitos com
finalidades mais elevadas, fatalmente irão modular sua
frequência para junto dos princípios animalescos que
ainda residem em nós. Já eventos de morte trazem duas
complicações vibratórias. Por evento de morte nos referimos
principalmente a sacrifícios e espiritualidade em cemitérios
e funerais. A primeira complicação se trata da dor gerada
pelo falecimento naqueles que ficam. Essa dor produz um
tipo específico de vibração desagradável. A segunda vem da
dor e confusão daquele espírito que morreu. Muitos deles
não sabem lidar com os traumas da morte, e muitos são
aqueles que não sabem nem ao menos que morreram. Essas

149
vibrações podem causar grande desvio nos resultados do
ato mágico e podem alterar o estado vibracional do operante
de forma preocupante.
Por último vamos analisar quais são os seres e entidades
que se associam a estas energias e vibrações. Em sua
grande maioria são seres que ainda são fortemente ligados
à carne, e que roubam oportunidades de sentir novamente
alguns dos prazeres aos quais estavam acostumados, alguns
destes prazeres bastante violentos. Várias destas tendências
mais violentas podem se manifestar na forma de apetite por
sangue. Esses seres atraídos por essas situações comumente
são parte da operação e são utilizados para realizar algum
serviço específico em troca da oportunidade de estar em
contato com aquelas situações e energias. Em outro cenário,
essas entidades são atraídas de qualquer forma, e ao invés de
trabalhar para o operador, dominam o mesmo em processo
de possessão.
Por todas essas razões aconselhamos que evitem
qualquer ritual que envolva os aspectos citados, no mínimo
até terem perícia o suficiente para lidar com as consequências.
Ao praticarem tais coisas vocês estarão se expondo a esses
tipos de energia, sintonizando sua vibração a essas faixas de
frequência e se associando a este tipo de entidade. Pensem
nisso.

150
_8
ABORDAGEM
DAS CIÊNCIAS
HUMANAS

151
A BOR DAG E M DA S CI Ê NCI A S
HUMANAS

VISÃO GER AL
Magia, segundo a maioria das fontes, é a arte de
alterar coisas tanto por formas sobrenaturais quanto pelo
conhecimento das leis naturais ocultas e desconhecidas da
ciência. A magia tem sido praticada em todas as culturas,
e pretende alterar o mundo de forma parecida à religião. A
magia, no entanto, é mais focada em chegar aos resultados
do que o culto religioso.
Magia é frequentemente vista com suspeita por muitas
pessoas e foi, durante muito tempo, praticada em segredo.
Como parte de muitas religiões, a magia foi associada
diretamente com elas e desta maneira foi considerada
opositora do cristianismo. Por isso a grande resistência de
muitos em considerar a espiritualidade como uma ciência
séria que aborda o mundo espiritual da mesma maneira que
os cientistas tradicionais abordam o mundo físico. Muitas
linhas também confundem suas crenças e seus dogmas
e acabam ligando suas afirmações sobre espiritualidade
a eles, o que agrava ainda mais a opinião dos céticos. Por
outro lado, muitos magos na história e até hoje conseguem
facilmente conciliar suas práticas e seus estudos mágicos às
religiões às quais pertencem suas fés. Segundo nosso ponto
de vista, isso acontece porque magia é o estudo das leis que
governam o mundo sutil.

152
Magos ocidentais modernos geralmente afirmam que
o propósito principal da magia é o crescimento espiritual.
Muitos são os que veem a magia ritual em termos puramente
psicológicos, como uma ferramenta de autossugestão que
possibilita contato com a mente inconsciente. Perspectivas
modernas na teoria da espiritualidade tendem a seguir duas
visões que também correspondem a concepções antigas.
O primeiro concebe espiritualidade como resultado de
uma afinidade universal dentro da natureza, onde causa e
consequência estão unidos de forma ao mago produzir seus
efeitos à distância. Se algo é feito aqui um resultado acontece
em algum outro lugar. O outro acredita que esses resultados
são causados por espíritos que estejam colaborando com o
mago.

ETIMOLOGIA
A palavra magia deriva do latim magicus vindo do
adjetivo grego mágicos usado em referência às práticas dos
magoi que eram os sacerdotes astrólogos zoroastristas. A
primeira vez que o termos magos aparece é em Heráclito.

ELEMENTOS COMUNS DA PR ÁTICA MÁGICA


Boa parte destes elementos serão analisados mais
profundamente no volume sobre Espiritualidade Ritual. A
seguir veremos uma abordagem mais conceitual e acadêmica
do que a prática que será encontrada no volume mencionado.

RITUAIS
“UM RITUAL É UM CONJUNTO DE GESTOS, PALAVR AS E
FORMALIDADES, GER ALMENTE IMBUÍDOS DE UM VALOR SIMBÓLICO,
CUJA PERFORMANCE É, USUALMENTE, PRESCRITA E CODIFICADA POR
UMA RELIGIÃO OU PELAS TR ADIÇÕES DA COMUNIDADE.”

153
Rituais mágicos são ações e falas usadas para se
trabalhar a espiritualidade. Bronislaw Malinowski diz que
a linguagem usada em rituais é arcaica e fora do comum,
o que ajuda a pessoa a acreditar no ritual. S.J. Tambiah
observa que mesmo os poderes de um ritual sendo atribuídos
apenas às palavras, essas só funcionam em um contexto de
ações especiais. Essas ações especiais consistem de gestos,
feitos muitas vezes com objetos especiais em um momento
e lugar em particular. É comum a purificação dos objetos,
localização, e de quem performa o ritual.
J. L. Austin diz que a felicidade é necessária para
performar invocações, ou seja, invocações bem-sucedidas
onde o ritual consegue obter o efeito afirmado. Por exemplo,
uma cerimônia de casamento pode ser entendida como
ritual porque apenas performando apropriadamente o ritual
é que o casamento pode acontecer. Émile Durkheim enfatiza
a importância dos rituais como ferramenta para conseguir
um ânimo de várias pessoas, o que ajuda a unificação social.
Psicólogos, no entanto, comparam a supervalorização
dos pequenos gestos ritualísticos com o foco que os
obsessivos-compulsivos dão aos mesmos gestos. Segundo
eles isso distorce a concepção dos rituais pois enfatiza mais
a performance do que a conexão entre ritual e objetivo.
Ritual é um conjunto de ações com objetivo específico,
o efeito depende do indivíduo.

SÍMBOLOS MÁGICOS
SÍMBOLO É SEMPRE ALGO QUE REPRESENTA
OUTR A COISA PAR A ALGUÉM.
Sýmbolon (σύμβολον) designa um tipo de signo em que
o significante representa algo abstrato. Ou seja, a realidade
concreta representa um conceito abstrato como religiões,
nações, quantidades de tempo ou matéria, etc. Isso acontece

154
por força de convenção, semelhança, ou contiguidade
semântica, como no caso da cruz que representa o
Cristianismo, porque ela é uma parte do todo que é imagem
do Cristo morto.
Muitas linhas mágicas usam símbolos acreditando que
eles têm poder por si mesmos. Como veremos no volume
sobre símbolos, isso é verdade para alguns deles pelo
funcionamento de sua própria geometria e as respectivas
implicações quânticas desta geometria relacionada com o
fluxo de energia. Porém isso não se aplica necessariamente
a todos os símbolos.
Alguns acreditam que conceitos ligados à simbologia
mágica podem ser mal aplicados, mesmo sendo leis gerais
do pensamento. O antropólogo Sir James Frazer afirma que
os símbolos são usados de duas maneiras: pelo princípio da
similaridade, e pelo princípio do contágio. Ele posteriormente
associa esses princípios com a espiritualidade simpatética e a
espiritualidade contagiosa. Vamos entender esses princípios.

PRINCÍPO DA SIMILARIDADE
Este princípio é parte da espiritualidade simpatética
e é conhecido como Associação de Ideias. Essa associação
acontece quando um resultado é ligado a uma ação. Quando
isso acontece a ação é a responsável pelo resultado. Nesta
linha de pensamento se alguém repetir a ação é esperado
que o mesmo resultado aconteça. Vimos isso claramente na
Lei do Karma. Mas esse pensamento pode ser distorcido. Na
verdade, muitas tradições distorcem desavergonhadamente
essa Lei e esse princípio. Vejamos um exemplo de como
essa associação pode ser distorcida:
Todas as vezes que o galo canta logo depois o sol
nasce. Logo, o canto do galo faz o sol nascer. Se eu fizer o
galo cantar posso controlar o nascer do sol.

155
Este é um exemplo de como uma associação pode ser
distorcida pela ignorância dos fatos. A causalidade é inferida
(concluída) onde não deveria. Antes das associações serem
feitas os fatores de causa e de consequência devem ser
profundamente analisados. Vocês podem estar surpresos
de que algumas pessoas possam chegar a conclusões tão
absurdas, mas se pensarem bem e observarem poderão
descobrir inferências errôneas tão chocantes quanto essa
em muitos dos dogmas e das crenças de grandes tradições.

PRINCÍPIO DO CONTÁGIO
Neste caso o Princípio do Contágio afirma que uma vez
que dois objetos tenham tido contato entre si eles continuarão
a afetar um ao outro mesmo depois de separados. Isso pode
se tornar verdade dependendo do uso da Lei das Analogias
e das formas usadas para criar os laços que unirão esses
objetos. Alguns usos deste princípio podem não ser efetivos,
principalmente se são feitos sem um conhecimento mais
profundo das analogias.

LINGUAGEM MÁGICA
O uso de palavras em espiritualidade, qualquer que
seja a forma, é comum para guiar a energia do mago. S. J.
Tambiah fala em seu livro, “The Magic Power of Words”, que
essa conexão entre linguagem e espiritualidade se dá pela
crença de que as palavras têm a habilidade de influenciar
o universo. Partindo do pressuposto de que palavras são
pensamentos concretizados em forma física, essa afirmação
possui fundamento. Malinowski acredita que esse poder
sobre a realidade começa no poder que o homem ganha ao
poder usar a linguagem para descrever seu mundo.
O “discurso mágico”, o uso das palavras em um ato
de espiritualidade, pode se tornar um ato ritual tão ou mais

156
importante quanto ações não-verbais. Mas nem todas as
palavras são consideradas mágicas. É necessário contexto
para que sejam consideradas assim. Para serem mágicas,
as palavras devem ser usadas como símbolos para emoções
e para criar emoções, devem ser emotivas. Linguagem
metafórica e simbólica geralmente é mais utilizada como
linguagem mágica do que qualquer outra.
Algumas dos formatos linguísticos mais usados em
espiritualidade são: orações, feitiços verbais, encantamentos,
canções, bênçãos e cânticos. Modos “sagrados” de linguagem
usualmente se utilizam de linguagem arcaica ou de línguas
antigas. Neste sentido, estudiosos afirmam que a linguagem
mágica viola a principal função da língua: a comunicação.
Esses recursos, entretanto, são usados para desconectar
a linguagem mágica daquela usada no dia a dia, e assim
excitar a imaginação e a fé daqueles que se utilizam dela, se
tornando símbolos que guiam a energia do praticante.

MAGOS
O mago é qualquer praticante consciente de
espiritualidade. Mesmo que não se denomine assim, se
um indivíduo faz uso do conhecimento estruturado da
espiritualidade para qualquer que seja o fim, este indivíduo
é um mago.
Tradicionalmente este conhecimento é passado de um
mago para outro, seja através de um aprendiz, seja dentro
de uma família, ou até mesmo através de uma transação
comercial onde o conhecimento é transferido em troca
de dinheiro. Comumente, este conhecimento é guardado
com muito ciúmes pelo seu detentor, e pode variar desde
conhecimento ritual até instruções sobre invocações divinas.
Muitos magos tratam seu conhecimento como uma posse
sua.
O simples ato de se ter conhecimento na espiritualidade

157
não é suficiente para garantir a operabilidade de um ato.
Disciplina e treino são necessários para que as manipulações
vibracionais e energéticas sejam possíveis. Em algumas
tradições certos objetos são considerados imprescindíveis
para esse êxito. Entre os Azande, não só é necessário ter os
objetos mágicos como também o conhecimento sobre como
usá-los.
Marcas de nascença, experiências de quase morte,
traumas durante a vida. Em diversas culturas isso são
evidências que classificam o indivíduo como um mago, ou
como tendo poderes mágicos. Lembremos de que, dentro
do conceito de mago como alguém que faz uso consciente
da ciência da espiritualidade, não são eventos ou atributos
físicos que dão o título de mago a alguém.
Iniciações são cerimônias usadas para diferenciar um
mago de uma pessoa comum. Nesses ritos os praticantes de
espiritualidade estabelecem sua relação com o sobrenatural
e anunciam sua entrada naquela tradição específica.
Frequentemente esses ritos de iniciação simulam morte e
renascimento. Iniciações não são obrigatórias para que alguém
seja um mago. Dentro da definição apresentada, basta que
se estude e se pratique a ciência da espiritualidade de forma
consciente. Muitos são os que nos perguntam se necessitam
se associar a algum grupo, pois ouviram que apenas pessoas
iniciadas são capazes de fazer espiritualidade. Isso não é
verdade. Ao usar conscientemente as leis governantes do
mundo sutil você está fazendo magia. Não é necessário ser
iniciado ou associado. No entanto, caso isso realmente seja
importante para você, a auto iniciação é sempre uma opção,
pois pode marcar seu compromisso para com os estudos e
a prática preternatural.
Em diferentes culturas, vários tipos de denominação
são dadas aos praticantes de espiritualidade baseadas em
suas habilidades, suas fontes de “poder”, e em considerações
morais. Vimos algumas destas classificações na introdução
deste volume.

158
BRUX ARIA
Em sociedades não-científicas, um ataque mágico é
tido como uma ideologia que explica um acontecimento ruim
para uma pessoa ou mesmo para a sociedade. Em contexto
histórico e antropológico isso é comumente chamado de
bruxaria ou feitiçaria. O malefício é visto como um traço
biológico ou uma habilidade adquirida. Membros conhecidos
da comunidade podem ser acusados de serem bruxas, ou as
bruxas podem ser vistas como sobrenaturais, como entidades
não humanas. Em tempos antigos essas acusações levaram
à execução de dezenas de milhares de pessoas que foram
acusadas de terem pactos com Satan. Os acusados de serem
bruxos satânicos eram muitas vezes praticantes de simples
curandeirismo ou de outras formas inocentes e inofensivas
de espiritualidade.

TEORIAS HUMANISTAS DA ESPIRITUALIDADE

ORIGENS ANTROPOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS

DEFINIÇÕES ANTROPOLÓGICAS
As mais importantes perspectivas antropológicas
da espiritualidade são a funcionalista, simbolista e
intelectualista. Essas três perspectivas são usadas para
descrever como espiritualidade funciona na sociedade. A
perspectiva funcionalista afirma que a espiritualidade tem
função na sociedade pois todos os aspectos da sociedade
são cheios de significado e interrelacionados. A perspectiva
simbolista pesquisa o sentido sutil dos rituais e mitos que
definem a sociedade e lida com questões filosóficas sobre
porque coisas ruins acontecem a pessoas boas. Finalmente
a perspectiva intelectualista encaram a espiritualidade como
sendo lógica, porém baseada em um entendimento errôneo
do mundo. Chamamos esta perspectiva de cética pois parte
do princípio de que a espiritualidade é um engano.

159
PENSAMENTO PRETERNATURAL
Na antropologia, psicologia, e ciências da cognição o
termo “pensamento espiritualista” se refere ao raciocínio não-
científico envolvendo pensamento associativo equivocado. A
afirmação de que a mente pode alterar o mundo físico é
considerado um pensamento associativo equivocado.
Vale ressaltar que considerar as afirmações
espiritualistas como sendo associações equivocadas mostra
uma abordagem muito estreita e fechada e essencialmente
não-científica. A ciência nunca teve o objetivo de ditar o que é
possível ou não, mas de entender através de uma abordagem
aberta e sistemática como funcionam a s coisas. A tentativa de
algumas modalidades científicas em negar apressadamente
eventos observáveis e de arranjarem respostas simplistas
para os fenômenos mostra uma inclinação à criação de um
novo dogma, um dogma científico onde somos obrigados a
ter crenças ao invés de fatos e onde qualquer ameaça a essas
crenças será brutalmente caçada como foram caçados e
executados os inimigos das religiões vigentes e no poder em
cada uma das eras. Reforçamos nossas afirmações perante
o simples fato de que experimentos da Física esbarraram
no princípio de incerteza de Heisenberg ao tentarem provar
que o fóton é partícula ou que ele é onda e observando que
os resultados eram consequência direta do condutor da
experiência. Se isso não demonstra conexão entre mente e
mundo físico então não sabemos que outras provas as nobres
ciências acima necessitam para mudar a afirmação de que
mente influenciando matéria é um pensamento associativo
equivocado.

TEORIAS PSICOLÓGICAS DA ESPIRITUALIDADE


As teorias psicológicas da espiritualidade tratam
espiritualidade como um fenômeno individual que tem o
objetivo de atender a necessidades individuais, em oposição
ao fenômeno social que serve um propósito coletivo. Teorias

160
mais radicais variam entre considerar espiritualidade como
uma neurose (J. G. Frazer) até espiritualidade como má ciência,
ou mesmo espiritualidade como válvula para ansiedade. No
entanto, personalidades como Freud explicaram que a teoria
espiritualista de associação meramente explica os caminhos
através dos quais a espiritualidade vem; ela não explica
sua verdadeira essência, e erroneamente essa teoria troca
as leis da natureza por leis psicológicas. Freud prossegue
enfatizando que a verdadeira espiritualidade reside na
Vontade, que é a razão pela qual o homem transformou a
face da Terra. Esse motor impulsiona o homem a atender
seus desejos e é a base para todo ato mágico.
A crença de que alguém possa influenciar os poderes
sobrenaturais através de prece, sacrifício ou invocação
remete às religiões pré-históricas e está presente em registro
antigos como os textos das pirâmides egípcias e os Vedas
hindus.

ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO
A magia, a espiritualidade e a ciência preternatural
podem estar tão submersas em certas religiões que podem
se confundir com elas. Isso tende a se distinguir da religião
mais no mundo ocidental do que no oriente onde faz parte
fundamental das religiões. Da perspectiva intelectualista e
funcionalista, a espiritualidade se assemelha mais à ciência.
Na perspectiva simbolista a espiritualidade é mais parecida
com a religião.

TEÓRICOS DA ESPIRITUALIDADE
É importante notar que se tratam das opiniões
pessoais de estudiosos da espiritualidade do ponto de
vista da antropologia, sociologia, psicologia, e ciências da
cognição. Os pontos de vista são apenas o que eles acham
que espiritualidade e, na verdade poucos deles chegaram

161
sequer a praticar espiritualidade. Também vale ressaltar
que a abordagem usada é a da espiritualidade ritual e acaba
excluindo das análises outros tipos da espiritualidade.
MARCEL MAUSS
Mauss faz um paralelo entre espiritualidade e religião e
espiritualidade e ciência. Ele considera os três fatores como
sendo fenômenos sociais. Os ritos fazem espiritualidade e
religião semelhantes enquanto publicidade, objetivos morais
e metafísicos, e coletividade fazem a religião se distinguir
da espiritualidade. Aquilo que Mauss considera aproximar
espiritualidade da ciência é o objetivo em comum do
resultado concreto. A ciência se distingue, segundo Mauss,
da Espiritualidade por ser baseada na experimentação e
desenvolvimento, o que não se aplica a maioria dos magos
sérios.
TAMBIAH
De acordo com Tambiah, espiritualidade, ciência, e
religião todas tem sua própria “qualidade de racionalidade”,
e têm sido influenciadas pela política e ideologia. Tambiah
também acredita que as percepções destas três ideias
têm evoluído ao longo do tempo como resultado do
pensamento ocidental. As linhas de demarcação entre
essas ideias dependem da perspectiva de uma variedade de
antropologistas, mas Tambiah tem suas próprias opiniões
quanto à espiritualidade, ciência e religião.
Para ele, religião é baseada em uma comunidade
organizada (igreja), e supostamente deve envolver todos os
aspectos da vida. Na religião, o homem tem obrigações com
um poder externo e ele deve ser submisso a esse poder.
Religião é efetiva e atrativa porque é geralmente exclusiva
e fortemente pessoal. Também por influenciar todos os
aspectos da vida, religião é conveniente no senso da
moralidade e noções de comportamento aceitável que são
impostos por Deus e pelo sobrenatural.

162
Ciência, por outro lado, sugere uma clara divisão
entre natureza e sobrenatural, fazendo seu papel muito
menos abrangente do que o da religião. Nela a humanidade
teria muito mais controle sobre os eventos. Ciência é uma
disciplina desenvolvida, ou seja, argumentos lógicos são
criados e podem ser mudados. Ciência pode ser estendida
enquanto religião é concreta e absoluta.
Espiritualidade é a menos aceita das três disciplinas
na sociedade ocidental, e constitui em uma ideia única.
Tambiah afirma que espiritualidade é uma ação estritamente
ritualística que implementa forças e objetos que vêm de fora
do domínio dos deuses e do sobrenatural. Esses objetos e
eventos são intrinsicamente eficazes, então o sobrenatural é
desnecessário. Para alguns, inclusive gregos, espiritualidade
era considerada “proto-ciência”. Espiritualidade tem outra
importância, histórica.
Muito do debate entre religião e espiritualidade se
originou durante a Reforma Protestante. A Igreja Católica
foi atacada pela sua doutrina da transubstanciação. A
transubstanciação foi considerada um tipo de sacramento
mágico. Além disso, a possibilidade de qualquer coisa
acontecer fora do propósito de Deus foi negada. Feitiços
eram vistos como ineficientes e blasfêmicos, pois a religião
requeria a crença em um agente consciente que poderia ser
convencido de mudar através da prece e da súplica. Prece
era a única maneira de efetivamente mudar positivamente
algo. A Reforma Protestante foi um momento significante na
história do pensamento mágico pois providenciou o ímpeto
para um entendimento sistemático do mundo. Nesse sistema
não havia espaço para a espiritualidade e suas práticas.
Também a renascença foi importante.
BRONISLAW MALINOWSKI
Em seu ensaio “Espiritualidade, Ciência e Religião”
Malinowski defende que cada pessoa, não importa quão
primitiva seja, usa tanto espiritualidade quanto ciência.

163
Para criar essa distinção ele categoriza em sagrado e
profano ou espiritualidade/religião e ciência. Ele teoriza
que os sentimentos de reverência e espanto se baseiam na
observação da natureza e na dependência de sua regularidade.
Essa observação e análise sobre a natureza é um tipo de
ciência. Espiritualidade e ciência ambas têm objetivos
definidos para ajudar o ser humano em seus instintos, suas
necessidades e suas buscas. Ambas também são baseadas
em conhecimento, espiritualidade é o conhecimento de si
mesmo e da emoção enquanto a ciência é o conhecimento
da natureza.
Para Malinowski, espiritualidade e ciência servem para
a mesma função na sociedade com a diferença de que a
espiritualidade foca no poder pessoal e a religião no poder da
divindade. Para ele espiritualidade é algo fechado e religião
algo aberto à comunidade.
ROBIN HORTON
Ele compara o pensamento mágico e religioso de
culturas não modernizadas com o pensamento científico
ocidental. Ele defende que ambos são aplicações do
pensamento teorético. O pensamento teorético é explicado
por oito características principais:
1. A maior parte das experiências humanas podem
ser explicadas pelo senso comum. A teoria vem
explicar as forças que operam por trás deste
senso comum.
2. Teorias também ajudam a colocar eventos
em um contexto casual que é maior do que o
contexto que o senso comum pode oferecer.
3. Senso comum e teoria possuem papéis
complementares no cotidiano.
4. Níveis de teoria variam com o contexto.
5. Teorias analisam aspectos dos eventos do senso
comum, os tornam abstratos, e os reintegram
para o uso.

164
6. A teoria é geralmente criada por uma analogia
entre o inexplicável e um fenômeno familiar.
7. Nesta analogia apenas um aspecto limitado do
fenômeno familiar é incorporado no modelo.
8. Teorias são modificadas para se adequar cada
vez melhor à explicação.

HISTÓRIA

ANTIGO EGITO
Espiritualidade era usada para proteção contra
divindades enraivecidas, fantasmas ciumentos, e demônios
e feiticeiros estrangeiros. Eles eram culpados por doenças,
acidentes, pobreza e infertilidade.

ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Os magos prototípicos eram uma classe sacerdotal. Os
magi do zoroastrismo e sua reputação, aliada com a do Antigo
Egito, forneceu os moldes para o hermetismo e a religião
helênica. Espiritualidade na Grécia era vista negativamente
por ser estrangeira, porém com o tempo ganhou conotações
ambivalentes sendo dividida em espiritualidade boa e
espiritualidade má.
Os mistérios gregos possuíam fortes componentes
mágicos, e no Egito, um grande número de registros foram
achados em grego, cóptico e demótico. Essas fontes contêm
muito da tradição mágica que viria fazer parte da cultura
mágica ocidental, principalmente sobre espiritualidade
cerimonial. Foi achado em seu conteúdo sobre: uso de
palavras mágicas para comandar espíritos, uso de varinhas
nos rituais, uso do círculo mágico para proteção, uso de
símbolo e sigilos para invocação e evocação de espíritos.

165
O uso de médiuns também é documentado nesses textos.
Muitos feitiços requerem o uso de uma criança dentro do
círculo mágico para agir como condutor das mensagens dos
espíritos.
No tempo dos imperadores romanos houve um
renascimento de práticas associadas ao neoplatonismo sob
a ótica teúrgica. A prática da espiritualidade foi banida de
Roma, posteriormente, e o codex theodosianus diz que
não existe proteção para a punição de qualquer mago ou
pessoa imbuída de espiritualidade. No entanto os cézares
mantinham um grupo de astrólogos particular que continham
um sortilégio de especialistas em diversas categorias de
espiritualidade.

IDADE MÉDIA
Acredita-se que muitos estudiosos da Idade Média
eram magos. A prática da espiritualidade era extremamente
desencorajada pela igreja, mas permaneceu bastante ativa
na religião dos camponeses através do período medieval.
Houve um sincretismo entre pensamento mágico e dogma
cristão, expressado em práticas como o duelo judicial e
a veneração de relíquias. Em muitos casos, relíquias se
tornaram amuletos, e muitas igrejas procuraram adquirir
exemplares raros, esperando, dessa maneira, se tornarem
pontos de peregrinação. Isso levou a um lucrativo mercado
de relíquias. Contos dos efeitos miraculosos de relíquias de
santos foram mais tarde compilados em coleções populares
como a Lenda Dourada (Jacobus de Voragine) ou o Dialogus
miraculorum (Caesar of Heisterback).
A partir do século XIII, a cabala judaica exerceu
influência sobre o ocultismo cristão, dando nascimento
aos primeiros grimórios dos estudiosos do ocultismo
que se envolveriam na espiritualidade da Renascença. A
demonologia e angeologia contidas nos primeiros grimórios

166
nos dão pistas de uma vida cheia de rituais sagrados e
símbolos cristãos. Essas disciplinas aconselhavam o mago a
se tornar mais forte com jejum, oração e sacramentos, para
que usando os nomes sagrados de Deus ele pudesse usar os
poderes divinos para fazer com que demônios aparecessem
e o servissem em seus objetivos. Astrólogos do século XIII
incluem Johannes de Sacrobosco e Guido Bonatti.

RENASCENÇA
O humanismo da renascença viu um ressurgimento no
hermetismo e no neoplatonismo e em suas variedades de
espiritualidade cerimonial. No entanto, também muitas das
artes mágicas foram substituídas: astrologia por astronomia,
alquimia pela química, e assim por diante.
Algumas foram legalmente proibidas por Johannes
Hartlied: espiritualidade negra, demonologia, geomancia,
hidromancia, aeromancia, piromancia, quiromancia e
escapulimancia. Embora proibidas, tanto nobres quanto
burgueses eram fascinados por essas artes pois eram
associadas às suas origens árabes, judaicas, ciganas e
egípcias. Havia muita incerteza ao se distinguir entre
superstição, ocultismo, ritual, ou conhecimento escolástico.
Tensões intelectuais e espirituais explodiram na forma da
caça às bruxas, reforçada pela Reforma, principalmente na
Alemanha, Inglaterra e Escócia.

BARROCO
Até o século XVII o estudo das artes ocultas ainda era
respeitável. Apenas gradualmente este estudo foi dividido
em ciência natural, ocultismo e superstição. Foi a entrada
da Era da Razão e por isso a espiritualidade foi abandonada
junto com a prática de caça às bruxas, um processo que
se completou por volta de 1730. Pessoas como Christian

167
Thomasius começam a defender a inutilidade da proibição
contra a espiritualidade já que é um absurdo que a mesma
existisse. Na Inglaterra essas leis foram revogadas em 1735
e os charlatões começaram a ser enquadrados como artistas
performáticos sem licença.
No entanto permanece uma frase muito interessante
do período:
“Isaac Newton não foi o primeiro da Era da Razão,
mas o último dos magos. ” (John Maynard Keynes)

ROMANTISMO
Na Europa e Rússia, entre os anos de 1776 a 1781,
Jacob Philadelphia performou atos de espiritualidade com
aparência de exibição científica. O Barão Carl Reichenbach
experimentava nessa época com sua força ódica e foi
uma tentativa de criar uma ponte entre espiritualidade e
ciência. O interesse pela espiritualidade foi renovado a
partir da segunda metade do século XIX onde a atração
por espiritualidades exóticas era aguçada. Isso se deve em
grande parte ao neocolonialismo que colocou o ocidente em
contato com a Índia e o Egito, cujas mitologias começaram
a figurar nos textos mágicos da época. Muitas organizações
ligadas à espiritualidade também floresceram nesta época
como a Golden Dawn, a Sociedade Teosófica, e a Maçonaria.

ESPIRITUALIDADE EM CONTEXTOS CULTUR AIS

ANIMISMO E RELIGIÃO POPULAR


Ocorrências de formas xamânicas de contato com o
mundo espiritual são registradas desde as tribos aborígenes
da Australi, os Maori da Nova Zelândia, as tribos das florestas

168
tropicais da América do Sul, tribos africanas, até os grupos
tribais pagãos na Europa. Esse contato parece ser universal
no desenvolvimento inicial das comunidades humanas. Muito
da escrita pictórica dos egípcios e babilônicos parecem
derivar deste mesmo princípio.
O xamanismo praticado pelos índios americanos era
chamado de “medicina”. Além de cura, esses xamãs também
fabricavam roupas, pinturas, escudos, e outros artigos que
deveriam proteger os guerreiros.
As tradições mágicas sofreram alterações quando
comunidades nômades se tornaram civilizações com domínio
da agricultura. Esse assentamento acabou por transformar o
posto de ancião da tribo naquilo que conhecemos como reis e
governantes. Obviamente os xamãs se tornaram sacerdotes.
Esse papel não mudou apenas no nome. Xamãs serviam a
comunidade e apelavam ao mundo espiritual, sacerdotes
servem ao mundo espiritual coordenando a comunidade.
Essencialmente diferente. Infelizmente se trata de uma
usurpação do poder pois afasta a espiritualidade daquele
que a pratica. A partir deste ponto é que se inicia o uso do
ritual elaborado.

ESPIRITUALIDADE NO HIDUÍSMO
Uma das principais formas de espiritualidade na Índia é
o mantra usado na forma de feitiços e maldições. Também o
tantra é bastante utilizado em espiritualidade ritual. Acredita-
se na cultura hindu que muitos sábios adquiriram poderes
sobrenaturais através da meditação, mas é dito que a maioria
deles escolhe não os usar para se focar na transcendência.
Siddhars, são considerados santos na Índia e em sua maioria
são da denominação Saivaite do Tamil Nadu. Eles defendem
uma variação incomum de Sadhana, ou seja, uma prática
não ortodoxa de liberação. Muitos siddhars foram relatados
performando milagres. A seita dos aghoris consomem carne

169
humana em busca de imortalidade, algo muito similar à
lenda do wendigo na América do Norte.

MAGIA OCIDENTAL
Em geral, o século XX tem visto um rápido crescimento
no interesse público pelas várias formas da prática da magia.
Este interesse tem se refletido na criação de inúmeras
tradições e organizações de caráter tanto religioso quanto
filosófico.
Na Inglaterra, as antigas leis contra bruxaria foram
repelidas em 1951. Em 1954 Gerald Gardner publicou o
Witchcraft Today no qual ele revela a existência de um culto
pré-cristão europeu. Embora polêmico, Gardner é o mais
importante fundador da Wicca e combinou magia e religião
de uma maneira que levou as pessoas a questionarem os
limites entre ambas. A religião de Gardner, assim como muitas
outras, floresceram nos anos 60 e 70 com a contracultura
e os hippies. Com esses movimentos culturais houve um
renovado interesse em espiritualidade, divinação e outras
práticas do oculto. As várias ramificações do neopaganismo
e de outras “religiões da terra” tendem a combinar práticas
de magia e religião. A contracultura feminista reviveu o culto
à deusa e acabou por se associar a muitos dos conceitos
gardnerianos que acabaram se influenciando mutuamente.
A prática da magia no ocidente é bastante variada. Dentre
todas essas tradições, conceitos e usos da espiritualidade
tendem a variar mesmo dentro de uma mesma tradição
mágica e até mesmo entre indivíduos. A Ordem Hermética da
Aurora Dourada (Golden Dawn), Aleister Crowley, a thelema
e suas variações, influências de Eliphas Levi, todas são
comumente associadas com o reaparecimento da tradição
mágica na língua inglesa do século XX. Processos similares
ocorreram também na França e na Alemanha. As tradições
ocidentais que valorizam os elementos naturais, as estações,

170
e a relação do praticante com a Terra, Gaia, ou Deusa
Primordial, derivaram desses grupos e são considerados
Neopagãos.
Por motivos gemátricos, Aleister Crowley preferiu o uso
da escrita magick ao invés de magic (magia em inglês). Ele
a definiu como sendo a ciência e arte de causar mudanças
de acordo com a vontade. Nesta definição ele inclui atos
“mundanos” de mudança tanto quanto considera a magia
ritual. Gematria é o método de análise das palavras atribuindo
um valor numérico definido a cada letra. É conhecido como
numerologia judaica. O cientista Isaac Newton utilizava a
gematria nos estudos.
Dentro do ocidente, a crença na espiritualidade é
geralmente considerada supersticiosa, embora seja defendido
que algumas práticas mágicas utilizam princípios psicológicos
e têm o propósito de promover mudanças internas pessoais
nos praticantes. Técnicas de visualização, por exemplo, são
tão usadas pelos praticantes de espiritualidade quanto em
outros campos como psicologia e treinamento esportivo.

MAGIA E MONOTEÍSMO
Oficialmente, o cristianismo e o islamismo caracterizam
a magia como bruxaria proibida e possuem vários níveis
de punição para os que são pegos praticando tais coisas.
O judaísmo e o zoroastrismo possuem uma posição mais
ambivalente quanto a isso. Algumas correntes monoteístas
declaram todas as manifestações de magia como sendo
truques, ilusão, e nada mais do que charlatanismo desonesto.

JUDAÍSMO
No judaísmo, a Torá proíbe os judeus de serem
supersticiosos, de se envolver com astrologia, de proferir
encantamentos, de consultar médiuns ou videntes, proíbe o

171
contato com os mortos, o transe para prever eventos futuros
e a performance de atos de magia. No entanto, muitos
estudiosos veem os aspectos cabalísticos do judaísmo
medieval como sendo apenas floreios das práticas greco-
romanas de magia. Por exemplo o Sefer Raziel HaMalach é
um texto astro-mágico baseado em um manual de magia
chamado Sefer há-Razim e que teria sido passado pelo anjo
Raziel a Adão após este ter sido expulso do Éden. Outra obra
famosa é datada dos tempo de Abraão e se chama Sefer
Yetzirah.
Muito da literatura apocalíptica tem origem na
afirmação de que este conhecimento mágico, divinatório e
astrológico foi transmitido aos humanos no passado mítico
pelos anjos Aza e Azaz’el que caíram do Paraíso, como
descrito em Genesis 6:4. No entanto, a cabala genuína foi
desenvolvida para o aprofundamento nos aspectos ocultos
e místicos da Torá, que é o livro dado a Moisés por Deus no
Monte Sinai. A cabala, portanto, não deveria ser confundida
com práticas supersticiosas que contradigam eticamente os
valores tradicionais judeus.

CRISTIANISMO
Desde o seu início, o cristianismo viu com suspeita a
magia. Embora tenha sido vista sob esta ótica, nunca existiu
uma decisão final sobre práticas a serem permitidas (uso de
relíquias ou água benta) e sobre práticas a serem proibidas
(necromancia, goetia). Essa discussão se aprofundou durante
a caça às bruxas. Alguns defendem que toda prática mágica
é blasfêmia e outros que a magia natural não é pecado.
O catequismo católico permite a profecia inspirada mas
rejeita todas as formas de divinação. A seção nas práticas de
magia e feitiçaria é ainda menos definitiva pois caracteriza
apenas como sendo desaconselhável a tentativa de dominar
poderes ocultos para se ter poder sobrenatural sobre outras
pessoas, pois isso é considerado gravemente contrário à

172
virtude da religião. Alguns argumentam que o “evangelho da
prosperidade” representa um retorno ao pensamento mágico
dentro do cristianismo. Também o cristianismo gnóstico
possui forte tendência mística, porém voltada à teurgia.

ISLAMISMO
A problemática de uma magia islâmica é dupla. Por um
lado, a magia é proibida pelos líderes ortodoxos e opiniões
legais. Por outro lado, traduzir vários termos árabes como
“magia” causa toda uma série de problemas que ainda não
possuem respostas claras.
O Alcorão fala sobre magia aparente, que na verdade
são milagres permitidos por Allah, e fala sobre magia real. A
segunda forma de magia é atribuída a espíritos malignos que
ensinaram os homens com propósitos obscuros. Mas existe
um sistema dentro do islamismo que se chama Sihr. Neste
sistema o mago pode agir através do controle de espíritos
(djinn). Esse sistema alega que todos os espíritos foram
criados por Allah e por isso não seria errôneo controla-los.
Outro conceito intrigante é o barakah, ou poder de bênção,
que no caso do profeta Maomé foi passado também para seus
descendentes masculinos, o que sugere um fator genético
hereditário. A crença entre os islâmicos é de que Maomé foi
a pessoa que Allah escolheu para ter a maior quantidade
de poder de benção (barakah) entre todos os humanos.
Barakah é uma energia que pode ser transmitida com ou
sem a vontade do possuidor, pelo contato, principalmente
através da saliva que seria a portadora do barakah, porém
essa energia também seria encontrada em rochas, árvores,
água e animais como o cavalo.

VARIEDADE NA PR ÁTICA MÁGICA


O tipo mais conhecido de magia é o feitiço. O feitiço

173
constitui em uma fórmula que tem por objetivo conseguir
um efeito específico. Feitiços podem ser falados, escritos
ou fisicamente construídos usando ingredientes específicos.
A falha de um feitiço geralmente é atribuída ao erro de se
seguir as instruções do feitiço, as circunstâncias ou mesmo
a falta de habilidade mágica, seja através da falta da Vontade
ou por fraude. Richard Kieckhefer divide os feitiços em:
psicológicas e ilusórias. A primeira é quando o mago quer
alterar algo na mente de outra pessoa e a segunda refere-se
à manifestação de algo. Veremos mais sobre feitiços em um
volume mais adiante. Outra prática comum é a divinação, a
arte de se revelar informações sobre passado, presente ou
futuro. A lida com espíritos é chamada de necromancia e
possui muitas variantes.
As variações da prática mágica também podem ser
categorizadas pelas técnicas envolvidas. Outra classificação
é a de magia contagiosa e magia simpatética que podem
ocorrer juntas em um trabalho mágico. Magia contagiosa usa
elementos físicos que já estiveram em contato com a pessoa
ou coisa que o mago tenta influenciar. Magia simpatética é
o uso de imagens ou objetos físicos que pareçam com a
pessoa ou coisa que se quer influenciar, um exemplo disso é
a boneca vodu. A magia pode também ser dividida em Alta e
Baixa Magia e em Magia Manifesta e Magia Sutil.

TR ADIÇÕES MÁGICAS
A classificação da magia por tradições é o método mais
comum. Uma tradição é uma corrente mágica, conjunto de
crenças e práticas associadas a um grupo específico e que
é transmitido a cada indivíduo que segue tal linha de ação.
Algumas tradições são mais fechadas enquanto outras são
mais ecléticas e sincréticas. Veremos mais sobre Tradições
Mágicas no volume História da Magia.
Algumas das mais importantes tradições são a

174
Alquimia, Animismo, Asatru, Benedicaria, Magia Negra, Bön,
Candomblé, Magia Cerimonial, Magia do Caos, Druidismo,
Tradição Feri, Vodu Haitiano, Cabala Hermética, Hermetismo,
Hoodoo, Huna, Cabala, Vudu da Lusiania, Naqual, Obeah,
Onmyodo, Palo, Pow-wow, Pisiconautas, Quimbanda, Reiki,
Santeria, Satanismo, Seid, Setianismo, Shinto, Magia Sexual,
Taoísmo, Thelema, Vodu Africano, Xamanismo, Shinto, Magia
de Sigilos, Tantra, Bruxaria, Wicca, culto Zos Kia.

175
_9
COMPORTAMENTO
PRETERNATURAL

176
C OM POR TA M E N T O
P R E T E R N AT U R A L

INTRODUÇÃO
Nesta última seção teremos algumas discussões
sobre os aspectos práticos da Espiritualidade no cotidiano,
principalmente abordando questionamentos éticos e
aplicações no dia a dia. Seria irresponsável de nossa parte
prosseguir com nossos estudos sem mencionarmos alguns
importantes parâmetros de julgamento entre certo e errado,
entre outras discussões éticas. Também não seria justo nos
esquecermos de mencionar alguns fatores de hábito diário
que poderão amplificar e otimizar suas capacidades em
Espiritualidade.

VA L OR E S

BEM E MAL
Dentre os assuntos pré-requisitos para o treinamento
preternatural, nenhum outro é tão bom guia ético de nossas
ações do que as discussões sobre conceitos de Bem e Mal.
As distinções entre os dois não são tão simples, mas também
não são terrivelmente difíceis. No entanto, vamos evitar
sermos simplistas na abordagem de algo tão importante.
Os conceitos claros sobre Mal evitam que cometamos
a maior parte dos erros de julgamento. Talvez seja a falta de
uma definição sólida que induza ao engano os membros de

177
tantas tradições e religiões. Bem e Mal envolvem o uso de
livre arbítrio e o impacto de nossas ações. Existem razões
para as pessoas praticarem tanto um quanto o outro, mas
não existe o mal ou o bem puro. Existem também aqueles
que têm pretensão de cometer seus atos de forma impune,
grande engano. Vejamos um pouco mais obre o assunto

CONCEITUAÇÃO
O que diferencia o Bem do Mal? Pode ser uma mesma
ação ser boa em um contexto e má em outro? Como saber
qual dos dois você pratica mais?
Vocês podem perceber que as perguntas em volta em
volta do tema são inúmeras e suas implicações complexas.
Quando pensamos no assunto, entretanto, percebemos
que algumas características, algumas similaridades, são
recorrentes. São essas estruturas que vão nos ajudar a
entender melhor a distinção entre Bem e Mal, e dessa
maneira criar o conceito sólido que poderá ser tão útil.
Embora estejamos buscando conceito claro tentamos evitar
cair no maniqueísmo7. As distinções entre bem e mal não
são brancos e pretos, na verdade são tonalidades de cinza,
algumas bem mais claras, algumas bem mais escuras.
Este tema que estamos abordando não é algo que diz
respeito só à conduta ética e à moral, também é fundamental
para a Espiritualidade e para as ciências preternaturais. Em
primeiríssimo lugar podemos evitar consequências kármicas
indesejadas quando podemos classificar adequadamente
nossas ações, principalmente as de impacto preternatural.
Também, sabendo as implicações da prática do bem e da
prática do mal, vocês poderão decidir com quais pessoas e
seres querem se associar, pois estarão aptos a perceber a
tendência de suas ações. Sem esses conceitos bem claros, é
fácil cometer erros.
7 O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propa-
gada por Maniqueu, que divide o mundo simplesmente entre Bem e Mal.

178
As definições que cercam a ideia de Bem e Mal
são variadas, muitas vezes imprecisas e até confusas.
As Tradições e religiões oferecem muita complexidade e
frequentemente estão mais preocupadas em controlar a
conduta de seus adeptos em questões especificas, e muitas
vezes irrelevantes.
Procuramos aqui criar um conceito mais simples, mas
não simplista, que fosse útil e prático para que usássemos
como guia para nossas ações. Garantimos que não se tratou
de tarefa fácil, e provavelmente é um trabalho que passará
pela colaboração de muitas outras pessoas ainda.
O primeiro passo foi identificar os pontos em comum
nos diversos tópicos deste tema. O mais importante em
comum desses pontos é a inviolabilidade do livre arbítrio, ou
seja, fazer algo contra a vontade de alguém. Essa violação
pode ocorrer de várias formas e ao final desta seção o
veremos melhor. O importante é saber que violar a vontade
de outra pessoa é sumariamente condenado por quase todas
as religiões e afins. Impedir que alguém faça suas próprias
escolhas é o mesmo que escravizá-la.
No entanto, ao decidirmos que o livre arbítrio era um
ponto central nas definições de bem e mal, percebemos que
algumas outras situações configuravam como sendo “más”,
mas não tinham relação com o livre arbítrio. Essas situações
em geral envolviam o impacto de algo em alguém. Ou seja,
não só não devemos violar o livre arbítrio como nossas ações
não devem causar impacto negativo. Quando falamos que
alguém foi “mau” ou que “fez o mal” falamos de situações
que fossem ruins para a outra pessoa e estamos no fundo
dizendo que aquilo teve impacto negativo.
Com isso podemos identificar os dois elementos que
formam a conceituação sobre Mal: quebra do livre arbítrio e
impacto negativo

179
DEFINIÇÃO
“MAL É TODA QUALIDADE DE COMPORTAMENTO
QUE FERE O LIVRE ARBÍTRIO E OU TEM IMPACTO
NEGATIVO”
“BEM É TODA QUALIDADE DE COMPORTAMENTO
DE IMPACTO POSITIVO QUE RESPEITA O LIVRE
ARBÍTRIO”
Observando a definição percebemos que os dois
elementos que compõe o mal não necessariamente estão
juntos. Existe a quebra do livre arbítrio sem impacto negativo
e vice e versa. Também vemos que se trata de qualidade de
comportamento, de polaridade. Percebam que diferentemente
do Mal, ambos os fatores atrelados, portanto não basta o
impacto positivo se ele não respeita o livre arbítrio e também
apenas o respeito a ele não configura como Bem.

A FILOSOFIA DO BEM E MAL


Em religião, ética e filosofia esses dois conceitos estão
ligados à atribuição de valor positivo ou negativo a objetos,
desejos e comportamentos. Correntes filosóficas tendem a
considerar esses valores de forma absoluta.
Não há consenso se o bem ou o mal são próprios do ser
humano. Para alguns a natureza do bem é baseado no amor
natural, vínculos e afetos que se desenvolvem nos primeiros
estágios do desenvolvimento da pessoa, para outros é um
produto do conhecimento da verdade. Para essas correntes
o mal é uma aberração derivada da imperfeição humana.
Também é teorizado que o Mal possa ser consequência de
se dar liberdade de escolha ao indivíduo. Nos parece que
essa última afirmação tenta justificar a retirada do poder
de escolha do indivíduo para se apoderar de sua vontade
em prol de um suposto benefício ao mesmo. Derivando da
afirmação de que o conhecimento da verdade gera o Bem,

180
o oposto, a ignorância, gera o Mal para certos pensadores.
Em contextos filosóficos a bondade moral estaria ligada
ao conceito de amor e mais amplamente à natureza de Deus
como uma infinita projeção de amor que se manifestaria de
maneira positiva na vida das pessoas. Isso significaria que
as coisas ruins, ou aparentemente ruins, nas nossas vidas
não viriam da divindade o que consiste em um erro, pois
muitas vezes devemos aprender pela dor. Bem e Mal como
conceitos absolutos vieram substituir o conceito de desejável
e indesejável apenas recentemente, por volta de 400 a.C.
Hoje, os conceitos de Bem e Mal se fundem com aquilo
que a sociedade e cultura de um lugar específico acredita
como certo e errado. Existe o declínio do questionamento
sério sobre o que é desejável e o que é indesejável,
permanece apenas o que os conceitos, ou pré-conceitos da
sociedade ditam como tal. Nós devemos sempre olhar além
das meras regras, além das convenções, procurar a essência
do certo e errado e o porquê, questionar costumes que se
impõe apenas por hábito e questionar costumes que estão
se estabelecendo no presente também. Pensar é o dever de
qualquer um adentrando de forma séria sua espiritualidade
ou o estudo de qualquer ciência preternatural.

LIVRE ARBÍTRIO
Vejamos um pouco sobre o que é o livre arbítrio.
Segundo a maioria das definições, livre arbítrio significa
a liberdade de escolha, liberdade de decisão. Em geral, o
termo se aplica à capacidade de escolha entre o certo e o
errado, quando esses (certo e errado) são conscientemente
conhecidos, ou seja, quando sabemos que aquilo é certo ou
errado. Isso pressupõe a existência e a necessidade de uma
consciência para haver essa liberdade de escolha, pois, de
outra maneira, se não soubermos o que é certo e o que é
errado não teríamos verdadeiramente como escolher.

181
Outro ponto enfatizado pelas linhas filosóficas é o da
possibilidade da escolha. Neste ponto é afirmado que se
alguém não tiver opção de escolha, se esta pessoa não tem
outra alternativa a não ser seguir aquele caminho, então não
há livre arbítrio de fato pois não existe escolha a ser feita.
Obviamente a livre escolha é relativa, pois é limitada pela
livre escolha de outros indivíduos e pelas leis que governam
nosso universo. A livre escolha também levanta questões
quanto à responsabilidade moral e a natureza das pessoas.
No primeiro caso a livre escolha é fundamental para
determinar o grau de responsabilidade de alguém, se essa
pessoa não tinha escolha então não tinha responsabilidade
por seus atos. Isso influencia a carga kármica.
No segundo caso existem algumas implicações
teológicas relacionadas ao livre arbítrio. Algumas religiões
afirmam que o homem é criado bom ou mal de acordo com
a vontade superior da divindade. Isso seria afirmar que a
pessoa não tem livre escolha, já que ela foi criada para agir
daquela maneira. Achamos a ideia absurda. O livre arbítrio
ou livre escolha existe, é limitado pela consciência do fato
e pela possibilidade de escolha. Ele pode ser violado por
outros, mas isso configura em ato moralmente condenável.
Se existe, então não somos fadados ao bem e ao mal por
obra do destino, na verdade escolhemos nossas ações, que
podem ser enquadradas em boas ou más.

IMPACTO NEGATIVO
Em nossas definições já analisamos a parte que diz
respeito ao livre arbítrio. Vejamos agora a parte que se
relaciona com o impacto negativo.
COMPORTAMENTO DE IMPACTO NEGATIVO É
TODA AÇÃO QUE TR AZ ALGUM PREJUÍZO
Este prejuízo pode ser em qualquer nível, físico,

182
emocional, psicológico, mental, ou mesmo espiritual. Este
impacto não necessariamente só acontece a terceiros, pode
ser auto infligido. Isso significa que podemos causar mal a
nós mesmos quando as consequências do que fazemos nos
faz mal e nos traz prejuízos. O único prejudicado pode ser só
você, mas ainda assim essa ação nociva configura como Mal.
Muitos falam da simples definição: faça aos outros
aquilo que queria que fizessem a você. Infelizmente essa
situação não se aplica mais tão adequadamente nos dias
de hoje. As pessoas têm desenvolvido sérios problemas
comportamentais de autopunição, autodesprezo, falta de
autoestima, falta de autopreservação, e ligam pouco para sua
própria dignidade muitas vezes. Se esperarmos que pessoas
apresentando essas características tratem os outros como
a elas mesmas, então teremos um verdadeiro caos. Por isso
oferecemos um conceito mais específico e menos simplista.

RAZÕES PARA O BEM E O MAL


Quando estudamos esta temática, inevitavelmente
ocorre o questionamento das razões por trás do Mal e do Bem.
Tentaremos aqui analisar algumas dessas possíveis causas
de comportamento procurando evitar clichês e afirmações
simplistas. Ao apresentar essas razões estaremos incluindo
razões também para o Impacto Negativo e Impacto Positivo.
MAL
As principais razões que encontramos para o mal
são: egoísmo, falta de autocontrole, revolta e inconsciência.
Todas essas razões se subdividem em outras. No egoísmo o
indivíduo comete o mal ao agir baseado em uma importância
exagerada de si mesmo em relação ao que o cerca. Na falta
de autocontrole, o indivíduo acaba praticando o mal por
não conseguir conter alguns impulsos seus que em certos
contextos se configuram como mal. Vários dos motivos que
levam alguém a fazer o Mal são gerados pelos sentimentos

183
de vingança nascidos de situações adversas vividas pela
pessoa. Por último, a falta de consciência nos leva a praticar
o mal sem saber.

EGOÍSMO
Egoísmo é definido como hábito ou atitude de se
colocar em primeiro lugar, seja interesse, opinião ou
desejos. Isso pode ser em desfavor ou não dos outros à sua
volta. Existe muita controvérsia a respeito de se o egoísmo
é algo adquirido como hábito ou se é parte do ser humano.
Biologicamente somos egoístas, pois existe a tendência
orgânica de se associar apenas àqueles parceiros (as) que
perpetuarão a espécie, um gene egoísta. Sendo assim, o
altruísmo (contrário do egoísmo) é uma virtude tipicamente
do homem que suplantou sua condição animal.
Um dos primeiros derivados do egoísmo é o
egocentrismo. O egocentrismo é definido como a
característica daqueles que possuem a ilusão de serem o
centro das coisas. Se colocando desta forma, o indivíduo
atribui a si mesmo um valor mais alto do que qualquer outra
coisa que o cerca. Sendo assim, ele passa a acreditar que a
realização de seus desejos, do mais simples capricho até o
sonho mais alto, deva ser realizado devido à importância que
dá a si mesmo. O egocentrismo se difere do egoísmo pois o
egoísta nem sempre tem a ilusão de ser o centro das coisas,
muitas vezes agindo fortemente para moldar o mundo à sua
volta justamente para que ele seja o centro das coisas, ou
seja, o egoísta não parte do pressuposto de ser o centro das
coisas, mas sim do desejo de ser o centro das coisas.
Apesar de ser usado quase como sinônimo de
egocêntrico o termo “autocentrado” nos sugere algo mais
equilibrado. A pessoa autocentrada, em nosso ver, é aquela
que sabe se priorizar de forma adequada, que sabe seu valor
sem se colocar acima do restante. Vale, dentro do equilíbrio
da noção da importância de si mesmo, lembrar do aviso dado

184
nos voos de que “primeiro coloque a máscara de oxigênio
em si para depois assistir outras pessoas”. Dessa forma,
vemos que apenas depois de nos ajudarmos é que estamos
em condições de ajudar outros. Mas isso não significa nos
colocar desmedidamente acima das outras pessoas.
Como derivação de se colocar em primeiro lugar temos
o domínio sobre os outros para atingir os objetivos. Isso se
chama Abuso de Poder. Poder é a “habilidade de impor a
sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem
de alguma maneira”. No caso de não haver resistência, não
existe quebra de livre arbítrio, embora possa haver impacto
negativo. No caso de haver resistência por parte daquele
que sofre o Poder a questão é completamente diferente pois
existe a quebra da livre vontade. O abuso do poder é quando
existe a imposição do mesmo não importando os custos ou
consequências. O abuso se manifesta pelo uso da força ou
por meios ilegais de manifestar esse Poder. A manifestação
suprema do abuso de poder é a escravidão. A escravidão
pode se manifestar em diversas maneiras, e muitas vezes
toda uma família pode ser refém ou escrava de um Pai tirânico
por exemplo. Essas noções de Poder podem ser muito sutis,
pessoas aparentemente fracas podem possuir Poder sobre
outras aparentemente fortes, como exemplo disso temos
o uso da sedução feminina utilizado pelas mulheres nos
tempos em que eram tratadas com inferioridade.
Outra causa do Mal associado ao egoísmo é a
inconsequência. Esse termo se refere ao ato de se fazer
algo sem se importar com as consequências. Essa falta de
importância deriva do fato que o indivíduo não se interessa
a quem seus atos possam prejudicar desde que ele consiga
o que quer. Muitas vezes ele nem mesmo se interessa se
seus atos prejudicam a si mesmo, o foco está na satisfação
do desejo, e quanto mais imediata essa satisfação melhor.
Deste processo derivam boa parte dos males que assolam
nossa existência.
Ao ser autoindulgente, derivação do egoísmo, um dos

185
grandes efeitos colaterais é a manutenção do status quo,
a manutenção da zona de conforto. Essa é uma afirmação
complicada para significar algo simples, estamos apenas
dizendo que a pessoa egoísta também é em geral preguiçosa.
Não necessariamente preguiçosa para as coisas que as
interessam, mas uma preguiça que se refere a qualquer
esforço que esteja ligado a algo que não as interesse de
forma direta, mesmo que seja algo correto e desejável. Em
outras palavras, é a preguiça de mudar para algo melhor,
a preguiça de sair da zona de conforto para se fazer algo
correto.

REVOLTA
Um sentimento que costuma incitar muitas atitudes
comportamentais más é a revolta. A revolta é um termo
genérico que indica vários graus de um sentimento. Ela
está associada à inconformidade, sentimento de injustiça,
e não aceitação. Esses sentimentos se tornam rebeldia,
insubordinação e consequentemente vingança, como reação
às situações que geraram a revolta inicial.
Obviamente tudo isso é fruto de uma falta de
compreensão das Leis Universais. Com a compreensão
entendemos o que gera e causa as situações que vivemos, e
mesmo elas não sendo justas, ou causadas gratuitamente por
outras pessoas, sabemos como lidar com elas. No entanto,
algumas pessoas desconhecem esse processo e se deixam
levar por sentimentos de retribuição “olho por olho”. Mesmo
que reprimidos, esses sentimentos acabam se manifestando,
seja na forma do shadenfreude, na forma dos vários tipos de
sadismo, ou na vingança propriamente dita.
Shadenfreude é o termo em alemão usado
ocidentalmente para descrever a pessoa que sente alegria
com a desgraça alheia, o prazer obtido no problema dos
outros. Infelizmente é uma prática muito comum em toda
sociedade ocidental e assume formas sutis que passam

186
desapercebidas. É uma fonte de mal tremenda, talvez uma das
mais constantes e sutis. Para entendermos, vamos analisar
alguns dos casos considerados Shadenfreude. Desde as
risadas que damos quando o palhaço de circo escorrega na
casca de banana até o prazer de pessoas com os problemas
de certas celebridades, o prazer com a separação de um
casal perfeito, todos são exemplos deste sentimento nunca
comentado, mas generalizado na população. Uma simples
fofoca contém traços de shadenfreude. Aristóteles já chamava
esse comportamento de epikhairekakia. Schadenfreude
seduz porque é uma vingança que acontece sem qualquer
esforço, quem se satisfaz não é o causador do problema.
A sensação é como a conquista de um inimigo. Nietzsche
considerava o sentimento perigoso porque o indivíduo não
fez nada para “merecer” a satisfação. Uma vitória recebida
sem qualquer competição não pode ser nada mais do que
uma satisfação virtual. Nietzsche chegou até mesmo a
hipotetizar que sentimentos de inferioridade intensificam
o schadenfreude, o que foi recentemente confirmado por
estudos na psicologia. O shadenfreude é uma causa do mal
por motivos sutis e motivos secundários. Dentre os motivos
sutis estão envolvidas complicações emocionais, vibracionais,
energéticas, lembrem-se que todo verbo é ação, desejar é
ação que coloca também em movimento a lei da atração,
pensar e julgar também são ações. Secundariamente o prazer
pelo escândalo das celebridades e artigos do gênero incitam
profissionais da comunicação a perseguir essas pessoas e
muitas vezes a destruir suas vidas e suas carreiras. Injusto ou
não, não é de nossa conta suas vidas pessoais, esse prazer
Big Brother / Reality Show que temos é indevido e causa
de muitos males.
Muitas vezes não nos contentamos e apenas assistir,
nossa vingança deve acontecer pelas nossas mãos. O
sentimento de prazer advindo disso chama-se sadismo. O
sádico é aquele que sente prazer em fazer o outro sofrer.
Muitas vezes são pessoas que foram lesadas, boicotadas
nos seus desejos e “descontam” no próximo. Geralmente,

187
receberam pouco dos pais na afetividade, na atenção, no
cuidado, no respeito, e isso foi reforçado ao longo da vida
através de outras perdas e problemas. Essas pessoas ecoam
essas adversidades nos que estão ao redor. Isso não significa
que invariavelmente todos aqueles que passaram por isso
desenvolvem esse tipo de comportamento, mas estamos
tratando aqui apenas esse comportamento sádico de desejar
que o outro sinta, o que ele já sentiu. O sadismo também
é comumente relacionado na área sexual. No sadismo
existe um certo prazer em ver o outro sem a possibilidade
de conquistar o que deseja, e sem atingir a felicidade que
almeja. Muito sutilmente é uma busca de diminuir a própria
infelicidade, pois quando o outro perde ele se sente melhor.
Na área familiar isso muitas vezes ocorre em relação aos
filhos, como: “Eu não tinha carro, você também não precisa.
“Eu não segui a carreira que eu queria, você também pode
escolher qualquer coisa. ” Muitas vezes, isso traz escondido
um comportamento frustrado, disfarçado em uma máscara
de ser durão, realista, etc. Deleitar-se na infelicidade do outro,
é sem dúvida a maior prova de desamor. Desnecessário dizer
que o sadismo é gerador do mal, afinal não só ele contém
a parcela referente ao prazer no sofrimento alheio e de
vingança como também parcela que executa a vingança que
causará a dor.

FALTA DE AUTOCONTROLE
Muitas vezes não erramos porque queremos. É
o famoso “foi sem querer”. Podemos errar por sermos
impulsivos, por não conseguirmos evitar aquela atitude.
É a falta de autocontrole. Autocontrole é definido como o
controle sobre nossas emoções e desejos, quando isso não
acontece podemos acabar praticando atos indesejáveis. Não
necessariamente todo ato que foge a nosso autocontrole
será mau, apenas aqueles que ferirem o livre arbítrio de
outra pessoa e/ou tiverem impacto negativo para os outros
ou para si. Porém, como estamos tratando das causas
para comportamentos que possam ser considerados maus

188
listamos a falta de autocontrole como uma das geradoras
destes comportamentos.
Quando não gerenciamos bem nossas emoções
podemos fazer “besteira”. Sentimentos como raiva, tristeza,
ou até mesmo alegria exagerada podem nos fazer cometer
atos impensados com consequências de impacto negativo.
Da mesma forma, desejos desgovernados nos levam a
cometer atos dos quais podemos nos arrepender. Imaginem
se vocês matassem alguém toda vez que uma pessoa tirasse
sua paciência. Parece incrível, mas existem pessoas que
fazem isso, e nós mesmos fazemos coisas semelhantes em
menor escala quando um desejo nosso precisa ser atendido.
Esta falta de autocontrole pode ter origem no corpo
físico. Deficiências no sistema nervoso podem estar
diretamente ligadas à incapacidade de se controlar e desta
forma de prevenir uma ação indesejada. Para entender isso
recomendamos ao menos uma leitura superficial sobre
psicopatia, perversão, neurose e psicose. Tópicos sobre
esses temas são facilmente encontrados na internet e
enciclopédias online.

INCONSCIÊNCIA
Vejamos o último conjunto de causas. A falta de
consciência é uma grande fonte de comportamentos
equivocados. Seja por desconhecer as consequências de
alguns atos, seja por falta de referências que ajudem a
diferenciar Bem de Mal. O fato é que todos nós cometemos
erros sem nos darmos conta. Também cometemos enganos
quando deixamos outros decidirem por nós, quando nos
deixamos levar por outros. Obviamente a temática do mal
cometido por ignorância nos coloca para pensar sobre as
implicações no retorno kármico. Vejamos um pouco mais
sobre o assunto.
A primeira forma de mal inconsciente é a forma pura.

189
Quando não sabemos que o que estamos fazendo é errado.
Claramente percebemos que existem diversos graus de
inconsciência presentes nas razões para o Mal apresentadas
anteriormente, mas não como aqui.
Outra forma comum de erros inconscientes acontece
quando nos deixamos influenciar por outros. A esse
comportamento chamamos de conduta gregária. Conduta
gregária é a tendência que temos de estarmos misturados
com outras pessoas sem distinção e sem controle de espécie
alguma. Quando se está em grupo ou entre a multidão.
Poucas pessoas se atreveriam a sair na rua e jogar pedras
contra alguém, mas isso as vezes acontece se por exemplo
em uma manifestação pública alguém fica exaltado por
causa do entusiasmo e termina jogando pedras junto com
a multidão ainda que depois venha a se perguntar porque
fez aquilo. O ser humano comporta-se de forma diferente
quando em grupo e faz coisas que nunca faria sozinho. Não
necessariamente a companhia de um grupo faz com que nos
comportemos assim, mas a influência das companhias das
quais nos cercamos certamente nos influencia a fazermos
coisas que talvez conscientemente não quiséssemos. Até
mesmo o shadenfreude pode acontecer por conduta gregária
como quando uma pessoa vem a nós e começa a falar mal
sobre outra pessoa, se não estamos atentos começamos
a falar mal desta pessoa também, ainda que até aquele
momento não tivéssemos nada contra ela ou talvez nem a
conheçamos. Não aceitem nada sem antes analisar se isto
contribuirá com algo positivo e moral em sua vida. Com a
conduta gregária acabamos fazendo o mal por influência e
inconsciência. Não se esqueçam de que o comportamento
gregário é um fenômeno que se aplica tanto para companhias
do mundo físico quanto para companhias espirituais.
Vimos anteriormente que uma pessoa que não tem
escolha não tem livre arbítrio. Vimos também que o mal
consiste tanto na quebra da livre escolha quanto no impacto
negativo das ações. Isso implica que mesmo não sabendo o

190
que estamos fazendo somos responsáveis por nossos atos.
No entanto, se vocês lembrarem da Lei do Karma vão saber
que a intenção é parte integrante da vibração que gerará o
retorno kármico, ou seja, a inconsciência traz consequências
que são atenuadas pelas circunstâncias da ignorância.
BEM
Nos propomos aqui a uma tarefa um pouco diferente:
convencer vocês a fazer o bem. Não vamos apenas dizer para
vocês fazerem o que é certo, vamos mostrar as vantagens
disso. Assim como tivemos as razões para o Mal, temos aqui
as razões para o Bem. Elas incluem liberdade real, o uso do
conhecimento de causa e consequência, a busca pelo retorno
proporcional, e em alguns casos a satisfação pessoal.
Quando falamos de liberdade real, estamos falando
de ações que não deixam nenhum compromisso para
depois, nenhum resíduo. Por mais fácil que seja fazer
ações equivocadas, existe sempre o preço kármico das
consequências dessas ações. Existem aqueles que vão
fazer de tudo para evitar essas consequências, mas o
máximo que fazem é adiá-las, e geralmente acumulam ainda
mais karma negativo no processo de se esquivar de suas
responsabilidades. Ao cometer atos irresponsáveis, pode se
ter a ilusão de uma liberdade de se fazer o que quiser, mas
como podem perceber são ações com retornos indesejados
que trarão prejuízos para que as fazem. Liberdade real é
agir sabendo que nada ficou para trás, que não existem
dívidas posteriores a serem pagas. Fazer atos de impacto
positivo e que não quebram a livre escolha proporcionam
essa liberdade real.
Outra causa para o Bem é a perícia na utilização dos
processos de causa e consequência. É o oposto dos processos
de inconsciência que levam ao mal. Aqui, a consciência
dos efeitos que uma ação causa nos permite evitar causar
impactos negativos e obter os resultados que queremos de
forma limpa e sem resultados inesperados e indesejáveis.

191
Ainda dentro da temática da consciência. Se conhecemos
de verdade os processos de causa e consequência, podemos
obter mais que apenas resultados de forma limpa, podemos
obter os benefícios do retorno proporcional. O retorno
proporcional é parte integrante do conceito da Lei do Karma.
Por isso se vocês tiverem consciência e fizerem coisas para
benefício próprio sem danos, vocês estarão praticando a
liberdade real, mas se além disso vocês planejarem seus
atos para ter um impacto positivo nos outros, para benefício
dos outros, vocês terão o retorno proporcional do bem que
estão fazendo. Dessa forma o Bem possui os benefícios de
voltar multiplicado proporcionalmente a quem o faz.
Por último temos os casso das pessoas que sentem
prazer em fazer o Bem. Neste caso o Bem é feito por
autossatisfação. É uma situação ideal, pois traz todos os
benefícios vistos anteriormente e ainda o prazer da satisfação
pessoal. Não é o mais forte dos argumentos ou motivos
que oferecemos para convencer alguém a fazer o Bem, mas
certamente uma vez desenvolvido é causa das mais fortes.
Vamos dar ainda um motivo bônus. As energias,
frequências e possibilidades que se abrem com a prática do
bem, dentro das ciências preternaturais, fazem com que o
praticante do bem tenha possibilidades que o praticante do
mal jamais tenha. Existe em primeiro lugar uma disciplina
adquirida na prática do bem que permite um controle
espiritual sem equivalentes nos praticantes das sombras.
Eles têm adeptos extremamente hábeis, mas isso encontra
um limite, a luz não. A prática do Bem, ao ter um retorno
proporcional tão grande e atrair as pessoas de forma tão
positiva, acaba por emaranhar as centelhas a nível de
anima e permite o praticante a gerar uma quantidade de
luz inimaginável, coisa que um indivíduo sem conexão com
a coletividade, sem emaranhado positivo na anima, jamais
vai conseguir. O uso dessa quantidade de luz vai manifestar
verdadeiros milagres e vai forçar a estrutura do espírito a
se fortalecer anatomicamente como nada mais conseguiria.

192
Isso entre tantas outras coisas. Veremos a fundo essas
possibilidades em Hermetismo.

A IMPUREZA DO MAL
Chegamos em um ponto crucial de nossas discussões.
O que iremos abordar agora entra em desafio com aquilo que
afirmam muitas religiões. Elas falam de um Mal absolutista
e de um Bem absolutista; falam de seres e entidades
inerentemente boas e más, ou seja, completamente más e
completamente boas por natureza. Com o que conhecemos
da natureza através das ciências, arcanas ou não, vemos que
esse tipo de afirmação não faz o menor sentido. Para nós o
Bem e o Mal são relativos. Vejamos porquê.
Procurem relembrar alguns dos pontos principais da
Lei das Polaridades. Número 1: fótons tendem a se comportar
de forma ambivalente. Número 2: nesta forma ambivalente
existe substância e existe comportamento. Número 3: a
substância não possui polaridade, apenas o comportamento
é polar, a substância se comporta de forma polar, mas não é
em si polar. Basta ligar as informações.
Bem e Mal não podem ser absolutos porque não são
substância, são comportamentos. Sabemos que os dois se
opõe e se anulam. Isso são características de polaridades,
e polaridades são comportamentos. Algumas pessoas
poderiam alegar que prótons e elétrons são substância, e que
são polares, no entanto estas são estruturas formadas por
partículas subatômicas não polares, ou seja, são partículas
subatômicas (substância) se comportando de forma polar.
Aplicando esse conceito na presente temática, podemos
concluir que Bem e Mal são comportamentos polares, e
que estão sujeitos aos contextos e atribuições de valores
envolvidos na situação. Isso significa que certo e errado
dependem do ponto de vista. Ser agressivo é negativo, se
defender em situações extremas é positivo. Um pai agindo
de forma totalmente igual com dois filhos pode estar fazendo

193
bem a um, e mal a outro, dependendo do impacto dessas
ações sobre eles.
Ainda que sejam comportamentos polares, esses dois
fatores coexistem complementarmente nos extremos. É como
o símbolo do Tao, do yin yang. Enquanto um existe o outro
também existe. Embora coexistam, não necessariamente
ambos se manifestam. Como vimos na Lei das Polaridades,
enquanto um dos extremos se manifesta o outro permanece
em estado latente, em potencial. Uma pessoa que faz o bem
continua tendo a capacidade de fazer o mal, apenas decide
não fazê-lo.
As implicações do Bem e Mal serem comportamento, e
não algo fixo, são muitas e positivas. A principal delas é a de
que ninguém é condenado a ser bom ou mau eternamente.
É a possibilidade eterna de redenção, possibilidade de
voltar atrás e mudar suas atitudes. Imaginem seres como
anjos e demônios8 condenados em suas atitudes por todas
eternidade, sem os méritos ou culpas por suas ações. Mas
não é assim que funciona, o mais abissal dos seres sempre
terá a possibilidade de mudar de lado. Infelizmente isso
também serve para o mais luminoso dos seres. Mesmo
sendo possível nem sempre é provável que o indivíduo vá
mudar seus comportamentos arraigados pelo uso e hábito,
por isso sempre acreditem na possibilidade de melhora
das pessoas. Mas tenham em mente de que é um processo
lento e de que pode frustrar suas expectativas se elas forem
irrealistas. A possibilidade da redenção não exime o ser das
responsabilidades por seus atos.

ADIANDO A MANIFESTAÇÃO DO
RETORNO KÁRMICO
Devemos agora adereçar um assunto, mais por força
de refutar alegações enganosas do que qualquer outra coisa.
Se vocês tiverem lido tudo até aqui, e pensarem, já terão
8 Veremos mais sobre eles em Evolução e Seres e Entidades.

194
descoberto por vocês mesmos a inverdade das alegações. No
entanto, o dever nos obriga a esclarecer esse ponto. Como
diz o subtítulo, e sem mais demoras, estamos aqui para dizer
que não é possível fugir indefinidamente das consequências
dos seus atos. Sabemos que este ponto foi reforçado outras
vezes no decorrer do texto. Mas existem tradições e grupos e
pessoas que alegam poder fazer exatamente isso. Essas são
bravatas. Se alegarem isso a vocês, prestem atenção dobrada.
Essa é uma afirmação que visa principalmente conquistar
seguidores com a promessa de um caminho mais fácil onde
suas ações não terão consequência. Mas isso é uma ilusão.
É justamente por essa indução equivocada que decidimos
colocar nosso aviso dentro das discussões de Bem e Mal.
Leis não podem ser anuladas. Elas podem ser
contornadas ou evitadas por um determinado espaço de
tempo, mas não indeterminadamente. Vejamos a lei da
gravidade. Você pode voar de diversas maneiras, mas se
você se mantiver no campo de ação de um corpo celeste
continuará a sofrer sua ação gravitacional e continuará
a gastar energia para manter o voo. Simples assim, você
terá de gastar energia enquanto quiser evitar os efeitos da
gravidade, mas jamais poderá anulá-la ou impedir que ela
exerça sua força sobre você. Não se esqueçam deste simples
pedaço de lógica quando ouvirem alguém afirmar tal coisa.

CONVITE À INTERFERÊNCIA
Falamos tanto sobre a quebra da livre escolha, então
vocês devem estar se perguntando quando é certo interferir.
Quando a outra pessoa pede. Isso abre a precedência para
que vocês interfiram para ajudar aquela pessoa. Obviamente
não se deve entender um convite específico como uma
brecha para se fazer o que quiser na vida daquela pessoa. Ao
menor sinal de desconforto do outro vocês devem cessar a
interferência, por mais difícil que isso pareça. Outra maneira
de interferir na vida de alguém, para ajudar, é impedindo que
qualquer ação externa possa ferir a livre escolha daquele

195
indivíduo. Veremos mais sobre isso em Defesa Preternatural.
Lastimavelmente esse mesmo convite pode ser usado
como brecha para pessoas mal-intencionadas. Essas pessoas
abusam dos limites do convite inicial, distorcem as situações
para que se encaixem no contexto que lhes convém e a partir
daí agem de forma a se beneficiar. Alguns são especialistas
que conseguem abusar dessas brechas e até mesmo agir
sem impacto negativo evitando, assim, retorno negativo.
Fica o questionamento moral disso.

DOIS CASOS APLICADOS


Para terminar nossos apontamentos sobre Bem e Mal, é
justo vermos a aplicação desses conceitos em alguns casos.
Para não transformarmos esta parte em um longo tratado
deste tema, escolhemos dois casos aplicados de forma a
apresentar algumas problemáticas interessantes.

A LIVRE VONTADE DO OUTRO FERE A SUA


Este é um caso comum que vemos com frequência em
ambientes familiares ou com pessoas de natureza passiva.
Aqui temos a situação onde respeitar a livre escolha do outro
significa ferir o seu próprio direito. Alguns tomam decisões e
atitudes baseados nas expectativas que se têm deles, mesmo
que signifique suas próprias infelicidades. É um ciclo que
consome a si mesmo. Por exemplo, se um filho escolhe uma
profissão apenas para agradar o pai, certamente sua frustação
e infelicidade futuras irão por tornar o pai também infeliz e
dessa forma o sacrifício do filho terá sido em vão. Ao não
escolher a profissão que o pai esperava, o filho estará usando
seu legítimo direito de livre escolha sobre sua própria vida.
Esse é um ato completamente livre de Mal, pois é baseado no
direito de livre arbítrio e sem impacto negativo. A decisão ou
tristeza do pai não configura como sendo impacto negativo
pois ele mesmo decidiu projetar expectativas em seu filho e
decidiu atrelar sua própria felicidade ao cumprimento dessas
expectativas. Ao cedermos à vontade dos outros não estamos

196
abrindo mão de nossas responsabilidades. Colocar nossas
decisões nas mãos dos outros não tira esse peso de nós. De
certa forma este é um mal que fazemos a nós mesmos por
adiar nossa própria evolução. No fim, livre arbítrio é mais
dever do que direito.

ORAÇÃO CONTRÁRIA
Uma outra maneira muito comum de cometer enganos
é a prece mal colocada. Existem formas de prece que
interferem tremendamente com o livre arbítrio alheio e
também tem impacto negativo na vida de quem recebe a
prece. A isso chamamos de oração contrária. Veremos bem
mais sobre ela em Defesa Preternatural, mas vejamos alguns
pontos preliminares. Se a oração é por demais específica,
pode acabar interferindo negativamente. Se pedir algo contra
os desejos do outro, então estará violando a livre escolha.
Essa é uma forma bem-intencionada de mal, mas é mal ainda
assim.
Esse caso ilustra claramente de que não há justificativa
para o Mal. Os fins não justificam os meios. Não importa se
vocês têm o Bem em mente, se o que fizerem violar algum
dos aspectos já discutidos estarão conseguindo o oposto do
que pretendem.

ÉTICA E MOR AL
Uma vez definidos os conceitos de Bem e Mal, vamos
tentar desembaraçar dois termos muito importantes: Ética e
Moral. Eles são a aplicação prática de nossa vontade de não
praticar o Mal. Em outras palavras, quando seguimos uma
conduta ética e nos guiamos pelo nosso compasso moral,
estamos tentando praticar o Bem.
Mas. Moral e Ética são a mesma coisa? Quando as
praticamos estamos automaticamente fazendo o Bem? Esses

197
são valores absolutos?
A origem de ambos os conceitos está no termo grego
ethos. Na Grécia haviam dois significados para essa palavra.
O primeiro se referia ao universo íntimo e pessoal de valores
e o segundo, ethica, aos valores aplicados no convívio em
sociedade. Vamos começar pelo primeiro conceito.
O ethos é o que consideramos moral. São nossos
próprios valores internos. É a diferença, para nós mesmos,
do que é certo e errado nas nossas intenções, decisões e
ações pessoais. Percebam que é tudo subjetivo, pessoal,
individual. Vocês podem até compartilhar desses valores
com outras pessoas, como é o caso de culturas, religiões
e valores sociais. No entanto, pessoalmente discordamos
daquelas correntes que acreditam que valores morais são
todos importados do meio externo. Se fosse assim não
haveriam tantos atos de rebeldia quebras de paradigma
que no geral foram os grandes responsáveis pela quebra do
status quo e pela evolução planetária.
De uma maneira geral, a moral é aquilo que te compele
a fazer algo que talvez não quisesse fazer, um estimulante da
vontade guiado por parâmetros internos de certo e errado,
sendo eles importados ou não, para que vocês façam algo
que considerem bom.
A ética já considera, de forma racional e contextualizada,
os valores e comportamentos quando estes se inserem em
um contexto de coletividade. Ela tomou um perfil muito mais
claro depois da revolução industrial, com profissões claras
e definidas e que necessitavam de parâmetros objetivos de
comportamento padronizado. Aqui vale um senso comum e
lógico de certo e errado, sem os ditames importados pela
cultura, ou os dogmas da religião ou os conceitos pessoais e
subjetivos de certo e errado.
Ao filtrar nossas vontades, na busca em fazer o Bem,
temos o seguinte processo. As limitações daquilo que é ilegal

198
e não podemos fazer. Aquelas coisas que queremos fazer,
mas por não serem éticas não devemos fazer. Por último,
coisas que nos sentimos compelidos a fazer por serem nossa
obrigação moral pessoal.
Ao passar por todos esses filtros, não estamos isentos
de que nossos atos tenham impacto negativo o que afetem
na livre escolha de outra pessoa.

INTRODUÇÃO À ALQUIMIA
A alquimia é a arte mágica que buscava a criação da
pedra filosofal e do elixir da longa vida. O dom de transformar
em ouro qualquer metal e um líquido capaz de curar todos
os males e de prolongar a vida. A alquimia é um de nossos
assuntos em Hermetismo. No entanto, achamos positivo
apresentar alguns conceitos introdutórios. Essa apresentação
servirá a diversos objetivos. O primeiro deles é de que com a
prática destes conceitos vocês estarão prontos para entender
a Alquimia quando chegarmos lá. Esses conceitos também
ajudarão nas disciplinas que veremos a partir daqui. Os
conceitos introdutórios da Alquimia pertencem a esta seção
pois são fatores comportamentais.
Quase todos os textos alquímicos concordam, para
fazer ouro vocês devem ser de ouro. A afirmação é de que
apenas uma pessoa de valor conseguirá produzir a pedra
e o elixir. Estes textos oferecem diversos processos de
purificação para preparar o adepto. Vamos apresentar aqui
uma ideia concisa desta preparação. Nós consideramos
os pontos alquímicos de preparação como sendo uma
verdadeira filosofia de vida.

RESPONSABILIDADE PESSOAL
O primeiro ponto é a Responsabilidade Pessoal.
Ações comuns têm efeitos comuns e ordinários, ações

199
preternaturais possuem efeitos extraordinários. Por isso a
primeira exigência é ética, o uso responsável das ciências
preternaturais, do conhecimento arcano, do mundo espiritual.
É a responsabilidade prévia de decidir se algo deve ou não ser
feito, afinal a responsabilidade posterior ao ato é inevitável
mediante a ação da Lei do Karma.
Um texto muito interessante a respeito da importância
desta responsabilidade é uma das falas do personagem Ian
Malcolm do livro Jurassic Park (p. 153 e 164). Ele fala sobre
o foco das pessoas na possibilidade de se fazer algo, e não
se as pessoas devem fazer algo. Um dos argumentos destas
pessoas é que se elas não o fizerem alguém fará no lugar
delas. Descobertas e conquistas são inevitáveis, então elas
preferem ser as primeiras. Porém cada ato muda o mundo,
e pode deixar muitos efeitos secundários indesejáveis.
Ele fala sobre o conhecimento quando desprovido de
responsabilidade pessoal ser como uma fortuna herdada, o
herdeiro se perde nela. A maior parte dos tipos de poder
requer sacrifícios da pessoa que quer esse poder. São exigidos
aprendizado e disciplina por anos. O que quer que seja,
presidente de uma companhia, mestre de artes marciais, um
guru, vocês devem colocar muito esforço para conquistar,
devem desistir de muitas coisas, se esforçar, praticar, e tem
de querer muito. Uma vez conquistado, esse poder não pode
ser transferido, faz parte de vocês e de sua disciplina. Porém,
quando alguém adquire um poder assim também aprende a
usá-lo bem. Por exemplo, um artista marcial que aprenda a
matar com suas próprias mãos também aprende a não usar
essa habilidade de forma errada. A disciplina de adquirir tal
poder transforma você a ponto de você não abusar dele. Mas
alguns tipos de poder não são assim, são como uma fortuna
herdada, algo sem sacrifício ou disciplina. O conhecimento
pode ser assim. Vocês podem ler o que outros descobriram
e escreveram, podem usar suas fórmulas, tudo de forma
indiscriminada. Pode ser até que vocês progridam de forma
muito rápida. Mas isso tudo é feito sem a maestria por sobre
o que se está aprendendo, feito sem a humildade necessária.

200
Justamente em vista destes pontos citados acima,
nós nos sentimos compelidos a inserir a terceira seção
deste primeiro volume. Nos volumes que se seguem vocês
se depararão com conhecimentos e exercícios que de
outra maneira levariam muitos anos de pesquisa, muitas
iniciações em diferentes tradições e muita prática e filosofia
para chegar a algumas conclusões. Por isso apostamos na
inteligência e sinceridade de coração de vocês, para agirem
com responsabilidade proporcional ao esforço real de
conquista desse conhecimento.

BUSCA DAS VIRTUDES


A segunda parte refere-se à busca das Virtudes.
Além de agir de forma responsável com a espiritualidade,
é necessária a purificação pelo melhoramento. Aqui nos
referimos à purificação relacionada à extração daquilo que
há de melhor em certo material, como é feito com o ouro.
Não falamos da impureza em termos religiosos. Por isso a
busca das virtudes é essencial, ela traz à tona o que existe de
melhor em nós e transforma nossos defeitos em qualidades,
metais comuns em ouro.
Para sermos capazes de buscar essas virtudes é
necessário um pré-requisito: o autoconhecimento. Sem se
conhecer intimamente, o indivíduo não tem condições de
avaliar quais virtudes ele tem que devam ser amplificadas
e quais ele não tem que devam ser adquiridas, ou mesmo
aqueles defeitos que possam ser transformados em
qualidades. O autoconhecimento está intimamente ligado
ao estado de vigília constante. Ela significa prestar atenção
em todas suas ações, estar alerta a tudo, e dessa forma
se conhecer. O estado de vigília constante também serve
para sua Responsabilidade Pessoal pois antecipa suas ações
tornando possível passá-las pelo filtro ético.
Parte do processo da busca das virtudes, junto com o
Autoconhecimento e a Vigília Constante, é a Reforma Íntima.

201
Vocês podem se conhecer e estarem atentos, porém se não
agirem efetivamente para mudar o que deve ser mudado,
não terá nenhuma serventia o conhecimento ou busca das
virtudes. A Reforma é a aplicação efetiva da busca pelas
Virtudes, a aplicação na prática desse conceito.

COMPROMISSO COM A COLETIVIDADE


Esse é o terceiro passo a ser implementado. Isso
significa que suas conquistas serão usadas não apenas
para o seu benefício, mas também para todo aquele que
puder se beneficiar delas. Dizemos essa última parte pois
sabemos que temos limites no quanto podemos ajudar os
outros. Infelizmente nossa ajuda não alcança a todos que
gostaríamos e temos de saber lidar com isso para não
prejudicar nosso próprio caminho. Da mesma forma sabemos
que nem todas as pessoas estão em condições de serem
ajudadas, algumas nem mesmo querem ser ajudadas ou
sabem que podem ser ajudadas. Ressaltamos aqui também
que essas conquistas serão suas, e dessa maneira foram
feitas para serem usufruídas por vocês, com inteligência e
responsabilidade. Cada conquista preternatural deve trazer
benefícios palpáveis nas suas vidas, trazer alegria e paz, e
ser desfrutada por vocês ao máximo. As vantagens para o
próximo devem vir junto das vantagens para vocês em suas
vitórias.

MUDANÇA DE PARADIGMA
Esta é a última etapa, a mudança de paradigma.
Paradigma são valores e “preconceitos” que cada ser humano
detém em seu inconsciente. Paradigma é um padrão, um
modelo no qual as coisas têm de se encaixar. Um exemplo
de paradigma foi a crença de que a Terra era o centro do
universo, todas as teorias científicas eram construídas
partindo desse pressuposto e por isso chegavam a conclusões
tremendamente diferentes das coisas. Abandonar paradigmas,

202
essas visões de mundo que temos, pode ser um processo
difícil e doloroso. Somos estranhamente apegados às nossas
ideias sobre o mundo, talvez por buscar segurança. Desafiar
a ideia de vida que fazemos é uma problemática. Trocar
nossas visões de mundo por outras mais otimistas, amplas,
sensatas, e inteligentes é um desafio, um desafio delicioso.
Existe um senso de liberdade quando nos alforriamos de
nossos próprios modelos de vida. Desafiem-se, preparem-
se para tomar a pílula vermelha e descobrir o que existe no
fundo da toca do coelho.

203
_10
HÁBITOS
INTELIGENTES

204
H Á BI T O S I N T E LIG E N T E S

INTRODUÇÃO
É curioso como são subestimados os temas como os
abordados nessa última parte de Mecânica Preternatural. Esse
é um engano comum tanto entre novos aprendizes que não
imaginam que questões éticas e cotidianas estão envolvidas
em espiritualidade, quanto entre antigos estudiosos que
às vezes se ocupam de assuntos mais complexos e se
esquecem de fatores base. Enquanto questões sobre bem e
mal e sobre éticas nos ajudam a decidir qual caminho tomar
em uma ação mágica ou mesmo se a ação sequer deve ser
feita, os assuntos abordados aqui são importantes para
que possamos estar aptos para performar às manipulações
energéticas necessárias na espiritualidade.
Seja qual for seu objetivo final, é difícil que queira
estudar espiritualidade sem desejar obter ao menos
algum resultado. Provavelmente este primeiro volume, e
principalmente esta parte que iremos abordar agora, é o que
separará o curioso daquele que realmente quer estudar as
grandes artes. Neste capítulo iremos apresentar os principais
fatores cotidianos que transformarão você na ferramenta
ideal para suas realizações. São fatores bastante corriqueiros
com explicações bastante preternaturais. Portanto, se você
busca resultados concretos e maximizados, pondere com
atenção o que apresentaremos nessa seção.
Como vimos anteriormente, somos um sistema
multidimensional de origem hiperespacial. Esse sistema
precisa estar funcionando bem e em equilíbrio para que as

205
interações aconteçam de forma ideal. Quando falamos de
interações estamos nos referindo à produção, metabolização,
e uso das energias disponíveis. Por isso não se espantem
em descobrir que boa parte de nossas sugestões se refiram
ao bom funcionamento do corpo físico e dos campos
vibracionais.
Para um assunto avançado que veremos, a Alquimia, os
hábitos apresentados aqui são pré-requisitos da construção
da pedra filosofal.
Acreditamos que, postas em pratica, essas sugestões
tem um grande potencial de transformá-los nas ferramentas
ideais. Antes de prosseguir, queremos alertar de que não
somos radicais em nossas sugestões, queremos apenas que
considerem o que estamos apresentando e que, caso ocorra
alguma das citadas situações, você não desespere e encare
essa “transgressão” de forma natural, desde que não se
instale em hábito negativo.

INTRODUÇÃO A MULTIPLICIDADE DOS CORPOS


Antes de discutirmos casos específicos, vamos
entender em linhas gerais o funcionamento de nossos vários
corpos multidimensionais.
Cada um desses corpos está em uma faixa de
frequência vibracional específica. Isso significa que cada um
deles está em uma dimensão e que metaboliza certo tipo
de energia específica. Esses corpos, inclusive o corpo físico,
estão alinhados, conectados, e ancorados na sequência que
chamamos de chakras. Os chakras são como embaixadas
destes nossos corpos presentes em outras dimensões. Eles
são os centros que metabolizam as faixas de frequência
energética específicas a cada dimensão. Todos esses
corpos estão interligados e se comunicam instantânea e
constantemente. Eles tendem a manter o equilíbrio entre si.
Com essas informações em mente, vamos entender

206
dois principais aspectos da interação entre esses corpos:
eles transferem energia entre si e a energia flui em uma
ordem especifica.
Quando um dos corpos multidimensionais entra em
depleção (queda de energia) os corpos imediatamente antes
e depois doam energia para equilibrar o sistema. Caso a
queda seja grande, todo o sistema perde, e essa deficiência
se manifesta de acordo. Isso significa que quando um sofre
todos sofrem. Quando o problema se manifesta no corpo
físico ele adoece, mesmo a origem da queda energética sendo
em outro corpo, quando no corpo etérico causa desânimo
e depressão, no corpo emocional alterações irracionais
do humor, no corpo mental alterações na capacidade de
raciocínio e assim por diante.
Quanto à ordem, isso é importante não só para
entendermos como a depleção pode influenciar, mas
também de como a energia deve fluir e como esses centros
energéticos devem ser “alimentados”. Segundo a maior parte
das fontes, essa alimentação acontece do corpo mais denso
para o menos denso, de baixo para cima. Esse caminho é
conhecido como o kundalini nas tradições orientais e possui
tendências a bloqueios ou represamento energético nos
chakras esplênico e cardíaco. Veremos mais em detalhe no
volume sobre Anatomia Preternatural.
É importante entender que existe uma conexão
constante e vital que liga você do solo, passando pelos
chakras, e indo em direção ao céu. Uma corrente em direção
oposta também sai do céu, percorre seus centros energéticos
e deságua no solo. Somos uma grande autopista de mão
dupla onde a energia percorre de forma rápida e intensa em
ambas as direções. Isso se comporta dessa forma quando o
sistema está em plena harmonia e a energia está fluindo em
todas as direções. Em geral a energia flui de baixo para cima,
alimentando os chakras mais densos para depois alimentar
os mais sutis, contanto que eles estejam desbloqueados e
operando normalmente.

207
PRIMEIRO CONJUNTO DE
HÁBITOS - CORPO FÍSICO

IMPORTÂNCIA
Comecemos com os hábitos ligados ao primeiro de
nossos corpos. Vamos começar entendendo porque ele
é tão importante. Os dois fatores que interessam ao tema
abordado aqui são conectados a interação com o plano físico
e o mecanismo de interação eletromagnética entre o espírito
e o corpo.
O corpo físico é o meio pelo qual nós interagimos
com este plano material de existência. Para seres em estágio
evolutivo como o nosso, interações no plano material são
essenciais para adquirirmos conhecimentos e emoções
primários. A energia densa deste plano é mais perceptível
para aqueles que não desenvolveram uma percepção mais
sutil das coisas, daí a importância desta interação física no
sucesso de nossa evolução. Para uma interação perfeita
precisamos de uma ferramenta adequada. Esse foi o critério
para a seleção de nossas sugestões de hábito.
Como vimos anteriormente nosso espírito é um
construto eletromagnético, logo fala uma linguagem também
eletromagnética. Qual parte de nossos corpos respondem
a este tipo de estímulo? O sistema nervoso. É ao sistema
nervoso que nosso espírito está ligado e através do qual
controla o corpo. Por sua vez o sistema nervoso usa a
bioquímica tanto para conduzir seus impulsos quanto para
controlar o corpo. Por isso o equilíbrio dessa química é vital
para uma interação e comunicação adequadas. Veremos
mais profundamente este tema em Anatomia Mágica.
A eficiência de nosso funcionamento no plano físico
e a comunicação perfeita entre espírito, sistema nervoso
e corpo são os objetivos que guiam nossas sugestões de
comportamento aqui.

208
FICHA
Tipo de alimentação: alimento físico.
Variação alimentar: sabores salgados, doce, azedo,
amargo, picante.
Sinais de desequilíbrio: doença.
Responsabilidade energética: sobrevivência.
Fatores de equilíbrio: alimentação balanceada,
suplementação, respiração correta, exercício físico, sono,
higiene.

HÁBITOS
CICLO CIRCADIANO
Nosso primeiro tema é o ciclo circadiano, o ciclo do
sono. Costumamos subestimar a importância do sono e os
indícios que ele nos dá sobre nossa saúde física e nossa saúde
psíquica. O ciclo do sono guarda a chave para muitos processos
fundamentais da química dos neurotransmissores. Durante
o sono também passamos por processos enormemente
benéficos no fenômeno de desdobramento noturno onde
vivenciamos muitas das experiências espirituais. Também
ligado ao benéfico hábito de um sono regulado temos as
vantagens e importâncias do período que chamamos de sono
profundo, entre elas a prevenção dos efeitos do estresse e
suas consequências na eficiência cotidiana.
Quando falamos de química cerebral falamos de
neurotransmissores. Eles são regulados hormonalmente,
utilizando diretamente aminoácidos da alimentação ou
através de síntese corporal. Alguns dos mais importantes
são regulados pela quantidade de sono e pelo horário onde
esse sono acontece. Muitos desses neurotransmissores
são produzidos pelo corpo mediante exposição à luz solar,

209
mesmo que indireta. Pessoas que passam a maior parte do
tempo em ambientes fechados, expostos à luz artificial, não
recebem o estímulo necessário para sintetizar dentro de
si alguns desses neurotransmissores. Também quando se
acorda muito tarde essa exposição diminui e o corpo não
produz a quantidade necessária.
Quando esses neurotransmissores estão insuficientes,
muitos processos são impedidos de funcionar corretamente
e a melatonina que regula o sono se torna cada vez mais
ineficaz e o hormônio do estresse se torna cada vez mais
presente. Claramente se torna um círculo vicioso com o
único resultado de minar as forças do corpo, deixando-o
cada vez mais em desequilíbrio.
Essa exposição solar é fundamental. Pode se notar
que países com maior exposição ao sol tendem a ser muito
mais alegres, mesmo vivendo em condições gerais não
ideais. Já nos países de clima temperado, os períodos de
baixa luminosidade são associados a surtos de depressão na
população local. A exposição solar também está conectada
com a fixação de certas vitaminas e sais minerais, como o
cálcio, no corpo humano.
Não só a hora em que acordamos, e com isso o tempo
de exposição solar, como também o tempo de sono interferem
no bom funcionamento do corpo, sem ambos o corpo sai
do seu funcionamento ideal. Com o corpo em desequilíbrio
hormonal e em estado de desgaste, não demora muito a
aparecerem os efeitos na psique.
A inteligência começa a se comprometer, e a eficiência
decai drasticamente. Existem inúmeros relatos e estudos
dos efeitos prejudiciais do descontrole do ciclo do sono.
Sem dúvida não estamos querendo ditar quais são a hora
certa de se acordar e de dormir, muito menos ditando
quantas horas são adequadas para o repouso, pois isso varia
consideravelmente de organismo para organismo. Estamos
apenas alertando para uma exposição solar razoável e para

210
um tempo adequado de horas de sono para que seu sistema
hormonal esteja em bom funcionamento e para a boa saúde
de seu sistema nervoso. Como dependemos deste sistema
nervoso para poder interagir adequadamente no mundo físico,
então o mesmo deve estar em seu pleno funcionamento.
O período de sono também possui importância
espiritual. É de conhecimento comum que nós nos
desdobramos durante o sono, ou seja, deixamos nosso
corpo físico e percorremos os planos astrais interagindo e
aprendendo muitas das coisas que serão necessárias durante
o dia. Esse processo é parte integral de nosso crescimento
e de nossa saúde espiritual. Quando dormimos muito pouco
esse processo é atrapalhado ou interrompido trazendo
consequências para nosso aprendizado e nossa evolução.
Ainda dentro da temática do sono vejamos alguns
fatores relacionados ao sono profundo. Esse estágio do
nosso sono é o que realmente nos descansa mentalmente.
Ele ocorre apenas depois de um certo número de horas de
sono e leva outras tantas para terminar seu ciclo. O desgaste
causado pela falta do sono profundo causa um aumento
significativo no nível de cortisol no organismo e o cortisol
envenena nossos sistemas. Para entender a gravidade
do envenenamento do cortisol vejamos o processo que
ocorre com o salmão. Esse peixe faz o caminho de volta,
rio acima, para o local de seu nascimento com a intenção
de se reproduzir. Uma vez que o salmão faz isso ele morre.
Cientistas averiguaram se a morte se dava pela exaustão
do processo e descobriram que na verdade o peixe morre
por envenenamento por cortisol derivado do estresse
da jornada. Com isso eles diminuíram a produção deste
hormônio em alguns indivíduos que conseguiram sobreviver
ao ciclo de retorno rio acima. No mundo atual sofremos por
envenenamento por cortisol todo o momento, e parte dele
vem da falta de adequação do ciclo circadiano, do processo
do sono.

211
ALIMENTAÇÃO
A alimentação é a base da nutrição do corpo físico.
Como veremos adiante. Cada corpo se nutre de uma maneira
diferente e no caso do corpo físico é o alimento que ele ingere
que o nutre. Também deste alimento vem as substâncias
que formarão os neurotransmissores e todos os outros
componentes da química biológica. Com a alimentação
adequada nosso veículo físico funciona de maneira ideal e
muitas problemáticas de origem espiritual, ou até mesmo
ataques, são evitadas quando o corpo está forte e resistente.
Quando nos alimentamos em excesso e sofremos de
obesidade, a gordura desequilibra a produção de hormônios
que por sua vez desequilibram os neurotransmissores,
processo que incapacita o funcionamento do sistema
nervoso para a real manifestação do espírito no plano físico.
Complexo não?
Um último fator de importância é a transferência trófica.
Os níveis tróficos se tratam da transferência de energia vital
na cadeia alimentar, a planta possuindo o maior nível trófico
por ser o ser que extrai diretamente a energia do sol. Os
níveis tróficos são importantes para a real transferência de
vitalidade para nossos corpos.
Obviamente a ciência humana possui muita informação
disponível a respeito da nutrição adequada, em termos físicos.
Iremos apresentar alguns dados preternaturais e outros já
comumente tratados nas revistas especializadas em nutrição
e esportes. Caso vocês tenham já muita instrução no que
diz respeito às publicações cientificas, pedimos desculpas
por estarmos repetindo aqui muitos dos fatores básicos
de alimentação, mas escrevemos para todos os tipos de
pessoas, e algumas delas podem não ter tido ainda acesso
a esses dados.
ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA
Primeiro vejamos algumas sugestões sobre uma
alimentação equilibrada. O segredo reside nos alimentos

212
certos, nas quantidades corretas, administrados no
momento adequado. Simples de entender, mas não de fazer.
Aconselhamos que se informe, a quantidade disponível de
informação é avassaladora.
Muitas vezes o que acontece é que desenvolvemos
distúrbios alimentares, como a obesidade, justamente por
acharmos que estamos nos alimentando, mas no fundo não
estamos fazendo exatamente isso. Não estamos nutrindo
nossos corpos com alimentos com vitalidade, ou frescos,
ou naturais o suficiente. Em nossa bibliografia está listado
um livro de nome Método Gabriel que aborda muito
inteligentemente esse assunto. Além de não comermos
alimentos que realmente deem aquilo que nosso corpo
precisa, também não o fazemos com a frequência necessária,
às vezes a mais, às vezes a menos.
SUPLEMENTAÇÃO
É possível que a suplementação seja aconselhada em
certos casos. Com honestidade, acreditamos serem muitos
os casos. Este é o subproduto do estilo de vida atual, onde
as demandas desgastam mais rápido do que somos capazes
de repor.
Acompanhamento médico é sempre bom, mas a
medicina moderna é extremamente míope em muitos
quesitos e manchada pela tendência a tratar da doença e não
da saúde. Também, e aqui entram as teorias da conspiração,
há de se considerar a influência da indústria farmacêutica e
alimentícia no paradigma médico atual. Basta se perguntar
quem paga pela pesquisa médica das universidades.
De qualquer forma, existem diversos médicos idôneos
e com pensamento progressista a quem vocês podem
recorrer, além da medicinal alternativa. Um canal do YouTube
extremamente confiável, e lamentavelmente na língua
inglesa, é o do Doutor Eric Berg, no que tange suplementação
principalmente, mas também saúde em geral.

213
CORPO ALIMENTADO E PROTEÇÃO ESPIRITUAL
Um corpo fortalecido por uma nutrição adequada é
resistente às interferências indesejadas. Isso parece óbvio,
mas o corpo bem alimentado é mais resistente também no
plano espiritual. Evidente, mas muitos negligenciam isso.
A verdade é que cada um de nossos corpos devem ser
fortes em um planeta onde muitos querem subjugar nossa
vontade. São vários os fatores da Espiritualidade Defensiva
que começam no corpo físico. Vejamos alguns deles.
Quando deixamos o sistema nervoso forte, ingerindo a
quantidade suficiente de aminoácidos, e por consequência o
suprimento suficiente de neurotransmissores, o instrumento
de nossa Vontade tem ação plena. Vemos muitos casos onde
um sistema nervoso, físico, impede o espírito de se manifestar.
São as conhecidas demências, síndromes, e outras doenças
mentais. Na maioria desses casos o funcionamento do
espírito está intacto, mas ele não consegue se manifestar
adequadamente, pois o sistema nervoso imperfeito não
responde aos estímulos eletromagnéticos. Com esse sistema
funcionando a pleno vapor, nossa Vontade está apta a se
defender de quase todos os tipos de influências e domínios
espirituais.
O bom funcionamento hormonal também é parte do
processo de defesa preternatural. Isso por dois motivos. O
primeiro deles é que os hormônios regulam nossos humores,
que influenciam nossas reais emoções. O segundo é que os
reguladores de hormônios, as glândulas, são verdadeiras
“embaixadas” físicas dos centros multidimensionais
energéticos conhecidos como chackras. Essas glândulas
endócrinas curiosamente estão completamente alinhadas
aos 7 chackras. Veremos muito mais sobre esse assunto em
Anatomia Preternatural.
As emoções são parte importante de Espiritualidade
Defensiva pois são usadas com muita frequência como
brechas para ataques e domínios. Aumentando e suavizando

214
emoções, seres mal-intencionados manipulam suas vítimas.
Esse processo é apenas facilitado quando um desequilíbrio
hormonal que altere o humor, causando tendência à
intensificação de certas emoções, fazendo com que a pessoa
haja de uma certa maneira que em outra circunstância não
se comportar-se da mesma forma.
Já os chackras são de interesse destes seres pois
são responsáveis por interações vibracionais e energéticas
importantes. Ataques vibracionais são bastante similares
aos emocionais, pois também trabalham com intensificação
e suavização. Esses ataques funcionam para manipular e/ou
prejudicar as pessoas utilizando fortemente as propriedades
vibracionais da Lei da Atração contra a própria pessoa.
Energeticamente os chackras podem sofrer com o excesso
ou falta de energia, o primeiro causando represamento ou
“superaquecimento” do sistema, o segundo nos vários tipos
de vampirismo.
Um último fator relacionado à proteção preternatural
e à alimentação do corpo físico é a produção de bioenergia.
Ela, a bioenergia, pode ter natureza elétrica ou magnética.
O tipo mais comum de bioenergia é a magnética, conhecida
como ectoplasma. O ectoplasma é largamente usado em
várias operações preternaturais e serve, na parte defensiva,
para selar o campo áurico e realizar as rotinas de limpeza
e transmutação energética. Sem alimentação apropriada o
corpo físico não consegue produzir esta bioenergia de forma
satisfatória.
TRANSFERÊNCIA TRÓFICA
Outro processo importante ligado à alimentação é a
transferência trófica. Essa é a passagem de energia entre
os seres vivos de um ecossistema. Os seres capazes de se
auto alimentar por fotossíntese ou quimiossíntese reúnem a
energia. Existem os seres que se alimentam desses produtores
e outros que se alimentam desses. A planta produz seu
próprio alimento, o gafanhoto come a planta, o rato come

215
o gafanhoto, a cobra come o rato, o falcão come a cobra.
Conforme se aumenta o nível trófico, ou seja, quanto mais
distante do nível produtor estivermos, menor é a quantidade
de energia e maior é o grau de toxinas no organismo. Isso
ocorre porque parte da energia é mantida no organismo
e parte é perdida. Também ocorre esse processo no que
diz respeito à energia vital. Justamente por esse motivo,
pelo bem energético de vocês, aconselhamos a busca por
alimentos frescos que ainda possuam sua vitalidade no auge.
Além da demora entre a coleta do alimento e o consumo
do mesmo, existe outro fator que destrói drasticamente a
energia vital dele: industrialização. Aqui usamos o termo para
indicar a adição de químicas e conservantes, sintetização de
alimentos não naturais, e tratamento químico industrial do
alimento. Esses produtos disponíveis abundantemente nos
mercados, dizem fornecer nutrientes, mas esses são vazios
de energia vital. Seu corpo pode estar passando fome de
energia vital e vai responder à altura.
Sabemos que driblar os problemas que acabamos
de citar pode ser muito complicado, e caro. Infelizmente os
chamados produtos orgânicos custam terrivelmente mais.
Sugerimos a ingestão de brotos de alfafa que são vendidos
germinando das sementes e podem ser encontrados
facilmente ou a ingestão de clorela, que é simples de se
cultivar em casa.
O PODER DA ÁGUA E DO AR
Ainda dentro do assunto de substâncias que nos
alimentam é bom não nos esquecermos da água e do ar. Dentro
de discussões nutricionais, vemos menos frequentemente
a menção sobre a importância da água e quase nunca
do ar, no entanto suas utilidades físicas e preternaturais
são tremendas. Para entender o valor delas basta pensar:
Quantos dias podemos ficar sem comer? Alguns. E sem
beber? Quanto tempo pode ficar sem respirar?

216
A alimentação seria inútil sem o processo respiratório.
O oxigênio é necessário para a obtenção de energia dos
alimentos, somos seres aeróbicos. O ar é presente de forma
protagonista na maior parte das religiões, o sopro de vida, as
potentes divindades associadas ao céu. Na cultura oriental a
respiração é mágica, muito importante pois é a responsável
por trazer energia vital (prana/éter) para dentro de nosso
corpo físico de forma abundante. A técnica desenvolvida por
eles para fazer isso de forma consciente se chama pranayama.
Boa capacidade respiratória também é responsável por um
bom desempenho orgânico.
Quanto à água, não nos estenderemos sobre suas
funções orgânicas, isso já é muito abordado pela ciência. Nos
concentremos então em suas propriedades preternaturais.
A água tem uma estrutura que permite ser programada
vibracionalmente, energeticamente, e fluidicamente com
facilidade. Um experimento foi feito para provar isso. O
cientista japonês Masaru Emoto expôs várias amostras
de uma mesma água a estímulos vibracionais diferentes,
principalmente da voz falada, congelou essa água e a
fotografou. Os resultados são impressionantes, a vibração
alterou os cristais de gelo. Nosso corpo é feito em sua maior
parte por água. Imagine as alterações possíveis se o corpo
for exposto às vibrações certas. A água também é elemento
de transmutação e limpeza, e para que ela faça isso dentro
de nós deve-se ingerir a quantidade certa na frequência certa.
Qual é essa medida certa é assunto de debate posterior. Para
sermos sensatos e ponderados em nossas informações aqui,
apenas digamos que se vocês tomarem um bom gole a cada
meia hora estarão no caminho certo. Nunca se esqueçam de
programar a água antes de ingeri-la.

EXERCÍCIO FÍSICO
Uma parte essencial de hábitos inteligentes
preternaturais do corpo material é o exercício físico.
Além dos benefícios já conhecidos para a saúde, ele é

217
recomendado para a saúde e bom funcionamento espiritual,
mens sana corpore sano vale em via de mão dupla. No caso
das filosofias orientais, a prática do exercício físico é até
associada diretamente à prática espiritual, como é o caso da
yoga e do chi kung. Vejamos alguns aspectos metafísicos do
exercício.
BENEFÍCIOS HORMONAIS
O exercício físico colabora no equilíbrio hormonal pois
estimula a produção de muitos de nossos hormônios. Vimos
anteriormente a importância mágica dos hormônios. Um dos
principais hormônios estimulados pelo exercício físico é a
endorfina. A endorfina tem grande papel na Lei da Atração
pois é responsável pelo bem-estar que sentimos e dessa
maneira responsável por atrairmos coisas positivas.
Poderíamos passar um volume inteiro falando sobre
os hormônios e sua contrapartida preternatural, e vamos,
em Anatomia Preternatural. Aguardem.
PRODUÇÃO DE BIOENERGIA
A produção de bioenergia, que também já citamos,
é dependente de um corpo forte. Quanto mais resistência
tem um corpo, mais apto a produzir essa bioenergia ele é.
Poderíamos também afirmar o contrário, que um corpo com
facilidade para produzir bioenergia precisa ser forte para a
produzir adequadamente. Para se ter uma ideia, em casos
onde o uso de ectoplasma foi muito intenso, foi registrada a
perda de até dois quilos. Vê-se claramente a necessidade de
um corpo resistente.
BENEFÍCIOS NA SAÚDE
Vejamos os aspectos de saúde ligados ao exercício
físico. Mais uma vez não vamos nos delongar, pois a temática
é amplamente discutida nos meios de comunicação e tem
influência indireta preternatural. Ainda assim, gostaríamos
de ressaltar alguns pontos. O exercício aumenta sua
resistência imunológica, ou seja, você fica menos doente.

218
Com a atividade a vitalidade se mantém, seu corpo gosta
de ser usado, a ferramenta que não é usada enferruja. Essa
vitalidade vai se refletir em rejuvenescimento; tendões e
pele e músculos vão se firmar e suas aparências serão mais
jovens. O exercício físico também é muito importante para
prevenção de complicações na melhor idade, principalmente
contra quedas.
BENEFÍCIOS ESTÉTICOS
Chegamos a um dos benefícios mais evidentes da
atividade física, mas também um dos menos associados às
práticas preternaturais. Sem dúvida que quando modelamos
nossos corpos nossa autoestima aumenta. Com essa estima
nos tornamos mais confiantes e muita coisa deriva disso.
Em primeiro lugar nossa saúde emocional se fortalece,
vimos como as emoções são importantes na Espiritualidade,
especialmente na Espiritualidade Defensiva. Com a
autoestima a Vontade se fortifica. Existem benefícios também
para nosso caminho evolutivo. Quando estamos em paz com
nossa imagem nos tornamos mais sociáveis, interagimos
mais, e dessa forma expandimos mais rapidamente.
ALONGAMENTO
Um último aspecto a ser levantado aqui é a prática
do alongamento na atividade física. Neste caso não existem
benefícios apenas para a agilidade e para a prevenção de
lesões, mas também para o sistema nervoso. Com esse
fortalecimento ganhamos todas as vantagens já ditas de um
sistema nervoso plenamente operante.

TÓXICOS
ALTERADORES DE CONSCIÊNCIA
Entramos aqui em águas delicadas. Independentemente
da vasta publicação na área médica concernindo alteradores
de consciência, existem aqueles que defendem ferozmente

219
seu uso. Dentre os argumentos mais comuns estão o uso
medicinal, a abertura da consciência, a desinibição, a
amplificação dos dons psíquicos e experiências místicas.
Por serem substâncias que atuam diretamente no
sistema nervoso, boa parte das experiências geradas
são induzidas, geradas pelos efeitos farmacológicos e
totalmente irreais. São como delírios e alucinações. Delírios
e alucinações são todas as doenças que levam uma pessoa a
ouvir, enxergar e pensar que está vivenciando uma situação
inexistente, o que pode levar a pessoa a um quadro de
agitação ou agressividade, ou ambos.
Podem ser causados por doenças, remédios e também
por drogas lícitas e ilícitas. As doenças de fígado, hemorragias
e isquemias cerebrais podem levar a delírio sífilis, encefalites
e meningite também. Epilepsias do lobo frontal e temporal
levam o indivíduo a ouvir e enxergar coisas que não existem.
Remédios para doença de Parkinson e corticoides podem
levar os pacientes a delírio. Alguns tumores cerebrais levam
a delírio, mas não é comum. Quadros psiquiátricos, com
bastante frequência, têm delírios que podem se apresentar
desde lógicos e bem estruturados até quadros bem pouco
elaborados.
Como se pode perceber podem ser bastante reais
para quem está vivenciando, porém, totalmente induzidas
no sistema nervoso pelos diversos processos descritos.
Infelizmente as irrealidades produzidas pelos alteradores são
frequentemente prazerosas. O uso medicinal dos alteradores
não será discutido aqui, deixemos que a comunidade médica
científica publique.
Chamamos aqui essas substâncias de alteradores de
consciência, pois atuam no sistema nervoso e alteram seu
estado para produzir um número de efeitos. Essa alteração
é o ponto chave do que falaremos aqui porque é no sistema
nervoso que reside a conexão espírito – matéria.

220
Ainda sobre o assunto, vale questionar com honestidade
se o uso que certas pessoas fazem é realmente medicinal ou
apenas uma desculpa.
Quanto às alegações das amplificações psíquicas e
experiências místicas, não podemos negar efeitos observados,
principalmente com o uso de ervas xamânicas. Acreditamos,
no entanto, que o ponto evolutivo em que estamos dispensa
a necessidade desses recursos. É dito em textos sobre
anatomia preternatural que o nível de percepção sutil é
proporcional à exposição e metalocalização de energia,
ou seja, sua própria busca espiritual irá proporcionar a sua
amplificação psíquica que irá gerar as experiências místicas
que desejam. Pular etapas sugere os perigos descritos
anteriormente em Responsabilidade Pessoal. A conquista
gradual permite autocontrole e disciplina proporcionais.
Usar os alteradores para desinibição também pode
ser uma problemática. Algumas inibições existem por um
motivo. Tomemos por exemplo a raiva. Se agíssemos de
acordo com nossas vontades durante um ataque de ira
cometeríamos atrocidades que são impedidas exatamente
porque as inibições certas estão no lugar. Ao usar substâncias
para remover algumas inibições mal colocadas estamos
nos arriscando fortemente ao remover algumas que são
essenciais de permanecerem intocadas.
Ainda revendo algumas alegações sobre o aumento
de performances também existem algumas considerações
a serem feitas. Dentro do mundo esportivo temos alguns
exemplos que podem esclarecer o que significa este aumento
de performance. O envolvimento com o uso de produtos
dopantes causa prejuízos de corpo e mente, criando uma
situação desmoralizadora. O uso destes produtos acarreta no
atleta impotência sexual, câncer, envelhecimento precoce, e
desequilíbrio hormonal. Doping se conceitua como método
de alterar o desempenho do atleta e por consequência sua
saúde. A melhor condição para melhorar o desempenho
em qualquer atividade é a motivação, o positivismo, o

221
treinamento, a disciplina. São inúmeros os males do doping.
Existem cinco tipos de classes anabólicos:
estimulantes, analgésicos narcóticos, agentes anabolizantes,
diuréticos e hormônios peptídicos e análogos. Estimulantes
são substâncias que apresentam um efeito direto no sistema
nervoso central, como aumenta o batimento cardíaco e do
metabolismo do organismo, pode gerar um enfarto e outras
consequências tais como: a falta de apetite, a hipertensão
arterial, palpitações e arritmias cardíacas, alucinações e
diminuição da sensação de fadiga. Além disso em alguns
casos os estimulantes podem provocar a morte. Analgésicos
narcóticos atuam no sistema nervoso central e mascaram
a sensação de cansaço e dor, fazendo com que a pessoa
ultrapasse seus limites, tendo graves consequências de
lesões. Alguns efeitos colaterais como náuseas, vômitos,
depressões, insônia são provocados pelo uso dessa droga.
Concluindo, qualquer uso de doping, para melhora de
performance é totalmente prejudicial à saúde, encurtando
de forma precoce a vida do atleta. Nenhuma pesquisa ou
evidência empírica mostra que os riscos são menores que as
recompensas. Os dopantes estão à disposição de todos, trata-
se de uma decisão pessoal. É como um carro envenenado,
uma performance aumentada artificialmente permite que ele
faça mais, porém o desgaste e danos diminuem a vida útil.
Resumindo, qualquer que seja a alegação ou objetivo é
fundamental que o uso seja preciso e que ao menos o objetivo
seja alcançado e que valha a pena. Com tanta coisa que
pode sair errado, com tantos riscos envolvidos, é importante
que tudo seja feito da maneira mais correta possível, basta
ver na literatura especializada as consequências nefastas se
algo não sai como planejado.
Como nosso objetivo aqui não é um tratado sobre
alteradores de consciência, vamos evitar colocar todos os
dados científicos sobre eles. No entanto vocês podem dispor
de farta literatura sobre o assunto. Em suas pesquisas online
vão poder encontrar muitos textos falando sobre os males

222
dos vários tipos de alteradores, com o nome de drogas é
claro, e também poderão achar algumas pesquisas sobre os
pontos positivos das mesmas.
Segundo nosso entendimento nas ciências
preternaturais possuímos também alguns contras. O primeiro
deles é o fator de risco já tão enfatizado acima. Em segundo
lugar, as interferências e alterações no sistema nervoso que é
a ponte entre espírito e matéria. Infelizmente é uma conexão
que funciona em ambas as direções. Temos vastos relatos de
danos no tecido nervoso durante o período em que estavam
conectados ao espírito na encarnação, danos esses que
tiveram profundos reflexos na camada éterica do espírito,
chamado de períspirito pelos espíritas. Danos nos tecidos
nervosos por suicídios, abusos de substâncias, ou acidentes,
são transferidos e então portados pelo espírito até sua próxima
incursão na carne, seja por incorporação ou encarnação. Em
terceiro lugar temos a problemática vibracional da égregora
envolvida no tráfico e dependência de alguns alteradores.
Neste caso, o alterador está conectado vibracionalmente
com as operações criminosas que acontecem para traficar
aqueles que são legalmente proibidos. Também estão ligados
a vibração coletiva daqueles que têm sua vida destruída pelo
abuso e dependência.
Vamos ver um pouco sobre alguns alteradores que nem
sempre são considerados. Primeiramente cabe uma distinção
entre alteradores de consciência e indutores de consciência.
A diferença entre os dois é a intensidade da interferência.
Temos muito menos contraindicações e riscos no uso de
indutores. Os indutores mais conhecidos são as frequências
sonoras, estimuladoras de ondas alfa, teta e delta, e processos
de transe como os comuns utilizados nas religiões de matriz
afroamericana através dos instrumentos de percussão e
cânticos. No entanto, existem ambos os processos descritos
anteriormente em suas versões alteradoras. No primeiro
caso são frequências sonoras aliadas a estímulos sonoros e
visuais que simulam os efeitos de conhecidos psicotrópicos.

223
Similares nos transes, na mecânica, mas não em intensidade,
existem os processos de fervor religioso que inspiram certos
tipos de histeria coletiva que altera o estado natural do
sistema nervoso.
TÓXICOS DESCONSIDERADOS
Alguns tóxicos, apesar do envenenamento que
causam no organismo, foram socialmente e culturalmente
incorporados ao modo de vida ocidental e infelizmente
pouco a pouco também estão sendo observados no modo de
vida oriental. Por já fazerem parte do nosso dia-a-dia essas
substâncias passam despercebidas. São elas principalmente
as formas refinadas do açúcar e da farinha, conservantes de
industrias alimentícia, e as modalidades de poluições.
Até 300 anos atrás não se usava aditivos doces para
nada. Não tínhamos necessidade de adoçar nossas bebidas.
Doces eram feitos sim, mas sem adição de nada, os próprios
ingredientes, as frutas, o mel, eram os ingredientes que
adocicavam a iguaria. Mesmo o mel era utilizado mais
como remédio do que propriamente algo doce. O açúcar é
uma invenção razoavelmente recente. O Processo de seu
refinamento envolve o uso de muitos produtos químicos,
clarificantes, antiumectantes, agentes de moagem. O caldo
da cana original vira um produto artificial, dele se retira a
fibra e outras partes naturais tornando-a o que é chamado por
muitos de não-alimento. O açúcar é uma injeção de glicose
concentrada, uma superabundância de energia química que
está muito acima das necessidades reais. Esse excesso causa
estresse metabólico, excesso de gordura, envelhecimento
precoce por estorvo metabólico, sobrecarga do pâncreas,
depressão do sistema imunológico, e desmineralização.
Walter Willet chega a afirmar que o açúcar é um alimento
calórico e sem nenhum valor nutricional. Sabemos que nos
dias de hoje o açúcar é quase impossível de se evitar, então
apoiamos apenas um equilibrar, evitar excessos, trocar o
açúcar por suas formas orgânicas, ou açúcar mascavo, e
tentar de uma certa forma conciliar todas essas coisas.

224
Outro refinado que passa desapercebido é a farinha de
trigo. O processo de refinamento é similar ao do açúcar e ao
da cocaína e os dois são considerados os grandes equívocos
alimentícios da ciência. Todos os três são considerados
viciantes. O refinamento da farinha de trigo possui as
mesmas desvantagens do refinamento do açúcar. Entre essas
desvantagens destacam-se os picos de insulina que podem
gerar mudanças de humor, cansaço excessivo, e até crises
depressivas. Aqui valem as mesmas considerações que
fizemos sobre o açúcar, conciliação é a melhor alternativa.
Vale lembrar também que nosso corpo considera as químicas
adicionais do processo de refinamento como verdadeiros
venenos e começa a agir como se estive sendo intoxicado
em pequenas doses, pensem nisso.
Menos intoxicante que os anteriores, mas digno de
nota é o leite. Devemos levar em consideração que o leite de
vaca, que é o que consumimos com mais frequência, é feito
para um animal de meia tonelada que atinge sua maturidade
em três anos, logo sua composição não pode ser jamais
completamente adequada aos humanos. Na humanidade
50% de brancos, 85% de negros e 100% de asiáticos possuem
intolerância à lactose. O leite possui hormônios diferenciados
daquele que necessitamos, principalmente aqueles que,
juntamente com outros produtos químicos, são usados no
tratamento dos animais. Leite pode causar também nefrose
em muitos infantes. Para os defensores, lembrem-se das
inúmeras fontes alternativas de cálcio, para os sensatos,
pensem em ao menos dosar o consumo excessivo.

DEPENDÊNCIAS QUÍMICAS
Por incrível que pareça, não estamos aqui focados
nas dependências de drogas, afinal sobre esse tipo de
dependência já existem informações abundantes. Na
verdade, nosso intuito é alertar para outras dependências
pouco mencionadas ou até ignoradas, mas que podem
causar dependências de moderadas à severas.

225
Nossa primeira dependência a ser tratada é a
dependência de remédios. Várias substâncias legalmente
aprovadas na indústria farmacêutica podem causar
dependência. É claro que essas possibilidades estão descritas
na bula e por isso é tão importante seguir as orientações
do médico que receitou aquele remédio. Para sermos bem
honestos, em geral não obedecemos essas orientações e
muito menos lemos a bula. Remédios tarja preta são assim
classificados por causarem dependência caso sejam usados
de forma contínua. Neste caso não ultrapassem o período
recomendado de uso e revertam à uma versão tarja vermelha
daquele medicamento. Alguns outros remédios não possuem
tarja preta, são aparentemente inocentes, mas podem
causar dependência como é o caso de muitos remédios para
congestão nasal. Dentre nossas considerações, deixamos de
fora as dependências emocionais e psicológicas ligadas a
medicações por serem mais pertinentes a outras temáticas,
no entanto, vale ficar o alerta de que existem esses outros
tipos de dependência causados pelos remédios.
Nosso próximo viciador é a cafeína. Essa aparece em
diversas formas, chás, café, refrigerantes, chimarrão, guaraná
e derivados. A cafeína pode causar dependência das mais
fortes e perigosamente fica disfarçada em vários produtos.
Por esses motivos e pelos perigos da alta dosagem de cafeína,
devemos estar alertas para quando ela se esconde.
Uma outra substância é ainda menos considerada
como viciante, principalmente poder ser produzida pelo
nosso próprio corpo: a adrenalina. Ela é um hormônio e
neurotransmissor. Em momentos de estresse ela prepara o
organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração,
eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai
outros. Isso pode acontecer devido a condições do meio
ambiente que ameacem o corpo física ou psicologicamente,
como no caso da ansiedade. Uma grande problemática é de
que em busca da adrenalina as pessoas acabam procurando
situações cada vez mais perigosas e caso aconteçam

226
fatalidades, essas são enquadradas como caso de suicídio.
Isso acontece, pois, o suicídio, espiritualmente falando, é
a morte causada por uma situação procurada pela própria
pessoa.
Não só o perigo pode viciar como também o prazer.
A endorfina liberada nos processos de prazer pode provocar
uma busca obsessiva por ela. Nos processos de prazer
não se incluem apenas os óbvios estímulos sexuais como
também outros como exercício físico, que libera sim
endorfina, processos artísticos, e também alguns alimentos
como o chocolate e os carboidratos. As endorfinas é um
grupo de 20 tipos de hormônio neurotransmissores. Por
causar dependência, e dessa forma retirar nosso poder de
escolha, alertamos para essas substâncias que estão entre
nós despercebidas, sejam orgânicas ou não.
Um terceiro hormônio já tornado letal pela sociedade
moderna é a dopamina. Esse é o hormônio da recompensa.
Toda vez que fazemos algo considerado positivo pelo nosso
cérebro, o corpo libera dopamina como forma de recompensa
química. No entanto, na história da sociedade moderna,
primeiro com videogames e depois com redes sociais, nos
tornamos acostumados a recompensas pequenas de cada
vez mais curto prazo, com liberações de dopamina, e nos
viciamos nela. Esse é o mesmo vício que os caça-níqueis
(proibidos no Brasil) causam em pessoas em Las Vegas. Por
isso o vício em videogames é considerado epidemia real e
concreta e já levou a óbito diversas pessoas.

HIGIENE
Aqui queremos introduzir o conceito de higiene como
algo muito além de tomar banho e escovar os dentes. No
sentido que apresentamos, higiene se torna instrumento de
saúde em todos os corpos. Neste aspecto, ela mantém o
fluxo de energia adequado, recicla as impurezas, conserta

227
vibrações fora do lugar. É para isso que ela serve. Veremos
aspectos da higiene em quase todos os corpos. Vejamos
alguns detalhes simples da higiene do corpo físico.
Certamente não acreditamos ser necessário reforçar a
necessidade da higiene pessoal, quantidade de banhos por
dia, asseio, ou sobre sua higiene bucal. No entanto, existem
algumas curiosidades que podem interessar vocês. O banho
além de reciclar nossa energia também serve como fonte
de proteção preternatural. Ao tomarmos banho quente o
calor da água abre nossos chackras e assim sua limpeza
vibracional e energética fica mais fácil. De fato, espiritualistas
orientais acreditam que a água encanada quente pode ser
um dos principais fatores que contribuíram para o aumento
da longevidade humana. Um outro truque é manter o hábito
de terminar o banho com uma chuveirada fria para que os
chackras se fechem e se protejam após terem sido abertos e
limpos.
Muitos dos descuidos que apresentamos acabam por
abalar nossa saúde e dessa forma acabam por interferir no
bom funcionamento do instrumento que é o corpo humano.
Descuidos esses como, por exemplo, o fato de ter roupas
jogadas em um chão não limpo, principalmente se esse chão
é o do banheiro e a roupa é roupa íntima. A limpeza, que
tanto nos parece paranoia de nossos pais quando somos mais
jovens, é fator vital para a manutenção do corpo saudável.
Um último fato que pode lhes interessar é o fator
vibracional da falta de higiene. A roupa não lavada, a
casa suja, e a bagunça, impedem a reciclagem natural de
vibrações e energias. Isso faz com que exista estagnação,
como água de pântano, parada, que acaba se tornando
imprópria. Certamente essas vibrações estagnadas e/ou não
recicladas nos fazem mal e atraem todo tipo de entidade de
baixa frequência e forma-pensamento daninha.
Com essas considerações terminamos a lista de
sugestões para hábitos saudáveis do corpo físico.

228
SEGUNDO CONJUNTO DE
HÁBITOS - CORPO ETÉRICO
IMPORTÂNCIA
O corpo etérico terá seu funcionamento detalhado
em Anatomia Preternatural. Entretanto, vejamos algumas de
suas importâncias. Primeiramente, ele é o corpo sutil mais
próximo do plano físico.
Por isso vejamos hábitos para manter a saúde dele.

FICHA
Tipo de alimentação: energia natural/vital básica.
Variação alimentar: energia do fogo/solar, energia da
água, energia e terra/mata, energia do ar.
Sinais de desequilíbrio: falta de vitalidade, depressão,
similares.
Responsabilidade energética: vitalidade, centro dos
prazeres sensórios.
Fatores de equilíbrio: interação regular com a natureza,
organização espacial, diversão saudável, reciclagem
energética.

HÁBITOS
NATUREZA
Falemos aqui da alimentação básica desse corpo.
A energia que flui dos elementos básicos da natureza é a
nutrição essencial do etérico, vitalidade que flui da natureza
para o chakra esplênico. O ideal é que se interaja diariamente

229
com elementos naturais, de preferência em situações onde
os quatro estejam presentes.
Essa exposição à energia elemental é fundamental
para todos os casos de queda de vitalidade. Por ser o “chakra
dos prazeres”, seu desequilíbrio está associado à perda de
alegria, perda da vontade de viver, perda de ânimo para fazer
as coisas e perda da vitalidade do viço. Sem energia elemental
o corpo pode estar forte, mas o espírito estará fraco. Esse
enfraquecimento certamente nos deixa vulneráveis.
Por esses motivos, sugerimos esta interação frequente
com a natureza. Façam seus exercícios físicos ao ar livre e já
estarão aliando mais de um bom hábito, se for durante o dia
melhor ainda pois estarão saciando sua cota de exposição
solar.

CULPA
Esta é a grande bloqueadora do fluxo de energia
deste corpo sutil. Quando bloqueado, o chakra impede
que a corrente energética flua naturalmente para os outros
dessa forma engarrafando a distribuição. A culpa pode se
apresentar de várias maneiras e se manifestar de diversas
formas, até mesmo como autopunição. Culpa não é algo
reservado apenas à coisas ruins, também sentimos culpa por
coisas boas, podemos nos sentir culpados por termos mais
que os outros, por termos mais sucesso que nossos amigos
e familiares ou até por sermos melhores, mais talentosos ou
mais bonitos. Em ordem de desbloquear o caminho desta
energia vital, precisamos analisar fira e objetivamente nossas
culpas e nos libertar delas.

DIVERSÃO
Aqui reside grande segredo da alimentação etérica.
É necessário se divertir, ter alegria de viver. Não estamos
usando o termo diversão como sinônimo de entretenimento,

230
na verdade é uma atitude de vida. Alimentar seu etérico e
desfrutar sua profissão, desfrutar seus estudos, ter hobbies
e passatempos, é buscar algo para se fazer quando se
está parado, é abraçar a vida e vivê-la intensamente. Isso
alimentará seu corpo etérico de maneira que terá um vigor e
vitalidade incomparáveis.

FLUXO
Assim como vocês devem se alimentar, também
devem manter o fluxo para que tudo se beneficie. Energia e
vibração devem estar sempre em movimento. A cabala afirma
que a prosperidade, assim como todas as outras coisas, é
comparável ao Mar da Galiléia e o Mar Morto. O primeiro recebe
as águas de degelo das montanhas e na outra extremidade
libera um fluxo de água que se torna o rio Jordão. O segundo
recebe as águas do rio Jordão e lá se encerra o fluxo. O Mar
da Galiléia traz abundância para a região enquanto o Mar
Morto, bem, é morto. Essa é a analogia usada para ilustrar a
necessidade do fluxo.
Nossos pertences sofrem o mesmo processo, se não
fluem, se não usados nunca, eles “morrem” e estagnam a
energia do ambiente. Tenham o hábito de se desfazer daquilo
que não usam mais, para que possam receber novas coisas.
Esses processos se estendem a outros aspectos da vida,
processos emperrados podem estar esperando que vocês
realizem essa reciclagem.
Outra maneira de manter a energia fluindo é mantendo
todas as coisas organizadas. Quando nossas coisas estão
organizadas as vibrações semelhantes ficam agrupadas.
Dessa maneira, processos da Lei da Atração e fluxos de energia
fluem mais adequadamente. Outra maneira interessante de
manter o fluxo vibracional do ambiente é através da técnica
oriental do feng shui, que organiza o espaço e os objetos nele
contidos de forma a facilitar o fluxo e equilíbrio das diversas
frequências.

231
Um último alerta que fazemos é quanto ao poder de
atração dessa estagnação e suas consequências. Energias não
recicladas, objetos que lembrem processos antigos que devem
permanecer no passado, tudo isso pode acorrentar vocês caso
não criem o hábito de reciclar energética e vibracionalmente
objetos, processos e apegos. Provavelmente, pela Lei da
Atração, estarão fadados a repetir os processos que estão
ligados aos itens não reciclados. Também a estagnação, a
desordem, e similares atraem entidades incorpóreas que
vibram nesta mesma frequência.

ROUPA E VITALIDADE
Em conjunto com os hábitos que vimos acima em
Fluxo, vejamos os benefícios etéricos ligados ao vestuário. A
vitalidade ligada ao corpo etérico está intimamente associada
à diversidade de vibrações positivas as quais nos expomos,
incluindo a variedade de frequência de cores que usamos em
nossas roupas. Quanto menos estivermos apegados a uma
cor só, mais positivo será.

232
TERCEIRO CONJUNTO DE
HÁBITOS - CORPO ASTR AL
IMPORTÂNCIA
O Corpo Astral é o grande metabolizador de
interações ectoplásmicas e também onde se processa a
porção eletromagnética da memória e da aquisição de
novas informações. Se torna ponto essencial dos fenômenos
mediúnicos e do funcionamento da inteligência primitiva.

FICHA
Tipos de alimentação: memória, dados
Variação alimentar: Memória declarativa, Memória
imediata, Memória de curto prazo, Memória de longo prazo,
Memória de procedimentos.
Sinais de desequilíbrio: problemas com a memória,
problemas na região do estômago.
Responsabilidade energética: processamento de dados.
Fatores de equilíbrio: renovação/aquisição/descarte de
dados, e interação mediúnica.

HÁBITOS
MOTIVOS VIBRACIONAIS
Vamos ver alguns das razões para seguirmos as
sugestões dadas até aqui sob o ponto de vista vibracional.
Esses motivos vibracionais também servirão para as sugestões
de hábitos que se seguirão. Em primeiro lugar, se elevarem
seus padrões vibratórios vocês estarão aptos a atraírem o que
realmente querem, usando os princípios aprendidos na Lei
da Atração. Essa frequência mais alta conquistada permite a

233
conexão com o bem-estar do universo. Esse bem-estar é uma
frequência alta que flui constantemente em nosso universo
manifesto.
Com a frequência elevada, com os corpos metabolizando
da maneira certa, e os chakras fluindo adequadamente, fica
disponível para nós uma quantidade muito maior de energia
para todas as operações.

MEMÓRIA
TIPOS DE MEMÓRIA
A memória é a capacidade de adquirir, guardar, e
recuperar informações em um certo momento. A memória
focaliza coisas específicas e requer grande quantidade
de energia mental. Guardamos dois tipos de informações
básicas: o registro de que algo aconteceu (evento), e
o registro de como esse evento aconteceu (modo). Na
memória de evento (memória declarativa) podemos nos
lembrar de forma específica (memória episódica) ou de
forma geral (memória semântica). A memória de modo (não-
declarativa) não é consciente e inclui processos automáticos.
Infelizmente é muito mais duradoura e pode perpetuar nossas
programações. Memória, segundo diversos estudiosos, é
a base do conhecimento e por isso precisa ser trabalhada
e estimulada. É através dela que damos significado ao
cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante
a vida. A ciência demorou algumas décadas para confirmar
que a memória é independente das funções de linguagem, da
atenção e da percepção.
A Memória declarativa se divide em imediata, curto
prazo, e longo prazo. Memória imediata é a memória que
dura poucos segundos. Um exemplo é a capacidade de
repetir imediatamente um número de telefone que é dito.
Após um tempo esquecemos completamente sem deixar
“traços”. Memória de curto prazo é a memória com duração
de minutos, como quando lembramos de eventos que

234
acabaram de acontecer. Neste caso existe a formação de
traços de memória durante o Período de Consolidação. Em
caso da memória com duração de dias, meses, e anos temos
a memória de longo prazo.
Ao contrário da Memória declarativa, Memória
de procedimentos é a capacidade de reter e processar
informações que não podem ser verbalizadas, como tocar
um instrumento ou andar de bicicleta. Ela é mais estável,
mais difícil de ser perdida.
DESCARTE
Muitas vezes não consideramos que descartar coisas é
tão essencial aos ciclos vitais tanto quanto a ingestão. Para
perceber essa importância, basta imaginarmos como seria
comer e nunca irmos ao banheiro. Percebem a importância
agora?
Isso se reflete também nos campos sutis, pois
precisamos descartar as coisas para que tudo flua. Essa regra
vale também para memórias. Nos apegamos excessivamente
a certas lembranças e informações, e muitas delas já não
possuem utilidade. Para que o copo encha é preciso que ele
esteja vazio. Deixem que informações inúteis se vão para que
novas possam ser assimiladas. Usem o processo do ciclo
natural de assimilação e descarte para que a memória esteja
sempre no auge.
ASSIMILAÇÃO
A lei do uso e desuso se adéqua no contexto dos corpos
multidimensionais, quanto mais os usamos e exercitamos,
mais forte eles ficam, do contrário atrofiam. Por isso devemos
cuidar da assimilação de novas memórias.
Como fazer isso? Assimilando novos dados. Lendo
mais, fazendo mais, vivendo mais. Procurando ampliar
as experiências, procurando diversifica-las. Estudando e
aprendendo.

235
EXCESSOS
Algumas vezes os excessos de informações que temos
de processar podem gerar sobrecarga no plexo solar, que é o
chakra responsável pelo corpo astral e se localiza na região
do estômago. Os reflexos desta sobrecarga são sentidos
principalmente nessa área. É comum esse engarrafamento
energético se apresentar em forma de náusea, aumento de
apetite, falta de apetite, e até diarreia. Para evitar isso procure
fazer com que a energia represada se espalhe o mais rápido
possível.

ECTOPLASMA
O ectoplasma, como foi dito anteriormente, é uma
bioenergia de polaridade magnética produzida pelo corpo
físico. Essa energia é largamente utilizada em interações com
entidades incorpóreas (processos mediúnicos), em quase
todos os tipos de psicocinese, em Defesa Preternatural, e em
processos de cura.
Essa importante bioenergia é principalmente
metabolizada pelo corpo astral em seu centro, o plexo solar.
Por isso é importante que todos os conceitos de assimilação,
descarte, e represamento sejam adaptados e aplicados à
metabolização de ectoplasma.
Ele é gerado por nossos corpos, mas deve ser gerado
com a mesma frequência com a qual nossos corpos devem
ser alimentados. Para evitar seu congestionamento, o
ectoplasma tem de ser utilizado com a mesma regularidade
com a qual é produzido. Para usar seu ectoplasma é simples.
Faça trabalhos voluntários e espirituais, esse tipo de contato
com outros seres humanos, ou animais e plantas, faz com
que vocês doem ectoplasma. Outras maneiras de liberar e
doar ectoplasma é abraçando outras pessoas, dando carinho
físico, sendo atencioso, e por incrível que pareça, sorrindo.

236
QUARTO CONJUNTO DE
HÁBITOS – CORPO EMOCIONAL
IMPORTÂNCIA
O Corpo Emocional metaboliza toda informação
eletromagnética e vibracional derivadas e geradas pelas
emoções. Todas as frequências emocionais são geradas,
absorvidas, e metabolizadas pelo chakra cardíaco, que é o
centro energético do Corpo Emocional.
Outro aspecto importante é o fato de que o Corpo
Emocional é a ponte entre os três corpos mais densos e os
três mais sutis. Se este corpo estiver bloqueado, o fluxo de
alimentação energética-vibracional será prejudicado.
Vimos na Lei das Polaridades que a emoção é a
polaridade que está em movimento. Um corpo emocional
saudável fará com que suas emoções os conduzam para
onde realmente querem ir.

FICHA
Tipo de alimentação: emoções e sentimentos, tanto os
próprios quanto os direcionados a nós.
Variação alimentar: admiração, adoração, alegria, alívio,
anseio, ansiedade, apreciação estética, arrebatamento, calma,
confusão, desejo, dor empática, espanto, estranhamento,
excitação, horror, inveja, interesse, medo, nojo, nostalgia,
raiva, romance, satisfação, surpresa, tédio e tristeza.
Sinais de desequilíbrio: apatia emocional, psicopatia,
emoções trocadas, sobrecarga emocional.
Responsabilidade energética: metabolização das
emoções.
Fatores de equilíbrio: auto alimentação, filtro emocional,
reciclagem, dieta emocional, variedade sentimental.

237
HÁBITOS
AMOR PRÓPRIO
Gostaríamos de introduzir alguns conceitos sobre
alimentação que são aplicáveis aqui. Primeiro, nutrição é
no senso mais comum estar alimentado adequadamente. Já
subnutrição é estar abaixo dessa adequação e a supernutrição
é o consumo acima do necessário. Por último, desnutrição é
o quadro clínico causado pelas sub ou supernutrição.
Em casos de desnutrição causada por subnutrição,
o paciente não pode ser submetido a uma alimentação
intensa logo de início pois o corpo não conseguirá assimilar
e consequentemente expelirá o alimento. Para os casos de
desnutrição é dado o alimento mais básico, o soro fisiológico,
para só então serem administrados outros alimentos.
Conosco também é assim. Sem a presença dos
alimentos sutis mais básicos não temos como processar
energias mais complexas. Muitas vezes possuímos bloqueios
no corpo emocional por não estarmos conseguindo processar
energias e vibrações emocionais, justamente na falta da
emoção mais simples de todas: o amor próprio.
O amor por si mesmo é a forma mais básica e mais
saudável de nutrição emocional, e tristemente é também a
que nós frequentemente mais negligenciamos. Vale a pena
não confundir amor próprio com ego inflado. Pessoas cheias
de si costumam ter até menos amor próprio do que a maioria.
As maneiras de desenvolver o amor próprio serão
desenvolvidas e explicadas mais à frente nesta obra. Por
enquanto sugerimos que tenham mais carinho e apreço por
si mesmos. Procurem características que admirem em si,
comecem a se amar por essas características. Com certeza,
pouco a pouco, irão descobrir mais coisas para amar e desta
forma terão um processo emocional saudável, assim como
um corpo emocional forte e um chakra cardíaco funcional.

238
FONTES PROGRAMADAS
Por vários motivos, escolhemos as pessoas de quem
desejamos um retorno emocional. São essas pessoas que
esperamos que nos amem, que nos admirem, que nos
desejem, ou seja, que nos abasteçam de amor/emoção. São
elas também que escolhemos para amar, para dedicar nossas
emoções e sentimentos.
Porém, podem ocorrer processos de programação9.
Quando isso acontece, começamos a agir mediante a crença
de que essas pessoas que escolhemos são as únicas fontes
possíveis de amor. Isso exclui muitas outras possibilidades,
e a situação só piora caso essa pessoa escolhida saia de
nossas vidas. Quando a programação é muito profunda,
essas saídas podem representar um vazamento emocional
que só será resolvida com amor próprio e a desprogramação
dessa crença.
Por isso sempre se abram para fontes alternativas de
amor. Se abram para amar e serem amados.

FILTRO
Programações não ocorrem apenas nas escolhas de
nossas fontes emocionais, mas também em como nos sentimos
e em como interpretamos as emoções dos outros. Quando
sempre nos sentimos da mesma forma, esses sentimentos
se automatizam e se programam se manifestando sozinhos
mesmo que fora de contexto. Também automatizamos
o impacto que recebemos das ações, pensamentos,
sentimentos, e opiniões dos outros.
Temos de aprender a filtrar aquilo que sentimos e aquilo
que recebemos dos outros. Filtrar é adequar ao contexto,
analisar se o que sentimos e recebemos é real e se está
proporcional à situação. Filtrar também é escolher. Podemos
9 Ver mais sobre programação em Defesa Preternatural.

239
escolher a perspectiva das coisas, podemos ver o copo meio
cheio ou meio vazio, podemos sim escolher a maneira como
nos sentimos.
Usem o filtro. Escolham suas emoções.

DESAPEGO
Quase dentro da mesma ideia de programação e
dentro das sugestões que demos em Introdução à Alquimia,
sugerimos que desapeguem dos seus hábitos emocionais.
Mantenham apenas aqueles que lhes interessem, usem os
filtros para decidir quais são eles.
Desapeguem de seus hábitos emocionais, escolham e
tenham uma vida saudável.

VARIEDADE NA DIETA
Como consequência do pensamento anterior, onde
desapegos de hábitos emocionais deixaram para trás
sentimentos que não servem, também temos de nos abrir
a outros sentimentos, a uma variedade maior de emoções
positivas.
Esta diversidade positiva possui consequentemente a
vantagem de ampliar a faixa de frequências. Cada emoção
tem sua própria frequência vibratória. Com a variedade vocês
terão acesso a um número maior dessas frequências. É como
ter uma televisão com muito mais canais.

MEDO
Vimos na Lei das Polaridades que as coisas se comportam
de forma dual. Vimos também que emoção e intelecto são
comportamentos polares, reflexos do movimento e “estática”
dos fótons quando estão em forma de onda ou de partícula.

240
Também dentro da emoção possuímos duplas polares. A que
nos interessa aqui é a dupla Desejo VS. Medo. Desejo é a
emoção que nos impulsiona a agir, que nos faz correr atrás,
que causa movimento. Se o desejo é nosso “acelerador” então
o Medo é nosso “freio”. O medo é a emoção que nos impede
de fazer as coisas, que contém nossos impulsos negativos e
que, de certa forma, regula nosso comportamento. Mas isso
quando em equilíbrio.
Quando em desequilíbrio, o medo é o grande
bloqueador das emoções. Ele nos freia quando está aplicado
inadequadamente, e como as emoções são responsáveis
pelo movimento, quando o medo atua ficamos estagnados.
Espiritualmente ficamos também sem o impulso necessário
para alterar nossa realidade. O medo também bloqueia o
fluxo saudável entre os corpos e chackras.
Alguns de vocês devem estar se perguntando como
é possível a estagnação se vimos na Lei da Dinâmica que
tudo está em movimento. A real estagnação é ilusória. O que
chamamos aqui de estagnação é o movimento curto que
volta sempre ao mesmo ponto próximo, ou seja, o ciclo que
não sai do lugar.
E qual é o oposto do medo? Certamente não é a
coragem. Coragem é agir mesmo na presença do medo, é
um sentimento de superação. A coragem é a emoção que
vai causar movimento mesmo que o medo esteja com o “pé
no freio”. No entanto, sozinha a coragem não irá vencer o
medo. Aliada à coragem é necessária a prática para que o
hábito daquele medo se dissolva, e também a racionalização
do processo para mostrar porque é desnecessário.
Coloquem-se em movimento através da coragem e
superação dos bloqueios e impedimentos do medo.
“O medo de perder tira a vontade de vencer”

241
QUINTO CONJUNTO DE
HÁBITOS – CORPO MENTAL
IMPORTÂNCIA
Vimos como nossa inteligência primitiva coleta dados
e automatiza processos no Corpo Astral. No entanto, a
associação entre esses dados e a contextualização desses
conceitos é considerada já uma inteligência intermediária.
A responsabilidade eletromagnética e sutil fica por conta do
Corpo Mental.
A mente intermediária é quem contextualiza as
emoções é aquela que vai medir, dosar e qualificar a emoção
e o respectivo movimento causado por ela. É a razão quem
guia. Também nesse corpo se processam a comunicação e
interação com outros seres. O chakra laríngeo é o responsável
pelos processos orais.
O avanço da civilização, o progresso científico, esses são
metabolizados preternaturalmente aqui. O conhecimento é a
interação entre as ideias, e essas conexões são gerenciadas
neste corpo.

FICHA
Tipo de alimentação: pensamentos, ideias,
comunicação.
Variação alimentar: inteligência lógico-matemática,
inteligência linguística, inteligência musical, inteligência
espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência
intrapessoal, inteligência interpessoal, e inteligência
naturalista.
Sinais de desequilíbrio: dificuldades de raciocínio,
problemas na associação de ideias, falhas de lógica,
dificuldades de aprendizado, problemas de comunicação ou

242
expressão de ideias, desorganização mental.
Responsabilidade energética: organização e associação
de dados.
Fatores de equilíbrio: equilíbrio entre síntese e análise,
exercício do raciocínio e da lógica, desapego de ideias,
exposição a outros jeitos de pensar, superação do labirinto,
prática do processo de interação

HÁBITOS

SÍNTESE E ANÁLISE
SÍNTESE
O poder de síntese é importantíssimo para qualquer
espiritualista, pois representa a capacidade de se entender
os aspectos estruturais das coisas. É a compreensão do
macrocosmo, da estrutura sobre a qual são acrescentados os
detalhes e os processos mais complexos.
Resumir e simplificar. Dessa maneira conseguir ter a
visão do processo geral. Criando essas estruturas de base
podemos moldar o suporte para colocarmos seguramente
nossas ideias, sabendo que funcionarão da maneira que
queremos. É necessário o processo de síntese para depois
haver o de análise.
Quando simplificamos as coisas, as relações entre
elas se evidenciam. Dessa maneira conseguimos organizar
nossos pensamentos e nos expressar de forma intencional,
da maneira que queremos.
É quando sintetizamos que conseguimos ver as
estruturas e as relações entre as coisas, quando vemos
as estruturas conseguimos coordenar e organizar suas
interações, e assim nascem as sistematizações. Elas são peça
fundamental na disciplina, e mais importante, na disciplina
mental.

243
ANÁLISE
A análise é o processo oposto da síntese. Enquanto
um simplifica o outro detalha. Uma vez que temos a
estrutura, podemos adorná-la de processos mais complexos.
A análise é interessante para complementar a síntese, para
o detalhamento da estrutura sintética. Sem o processo
de detalhamento fornecido, corremos o risco de sermos
simplistas.

INTELIGÊNCIAS
TIPOS
A inteligência Lógico-matemática é a habilidade para
se deduzir e solucionar problemas, em geral matemáticos ou
lógicos. Esse tipo de inteligência faz a relação entre coisas e
ideias e conclui quais são seus princípios, como funcionam.
A inteligência Linguística trata da relação entre palavras
e seus significados. Este tipo de inteligência é responsável
pela interação entre significados e como eles agrupam para
servir à comunicação entre as pessoas.
No caso da inteligência espacial o mundo é
compreendido de forma precisa através da visão. Com ela, as
pessoas podem brincar com as percepções e as experiências
visuais. Por incrível que pareça, essa também é uma
inteligência extremamente presente em jogadores de xadrez.
A Corporal-cinestésica traduz-se na maior capacidade
de controlar e coordenar movimentos do corpo.
Enquanto a inteligência Intrapessoal lida com se
conhecer a Interpessoal expressa a habilidade de entender
as intenções, motivações e desejos dos outros.
A inteligência Naturalista compreende e organiza
fenômenos e padrões da natureza. Isso inclui reconhecer
e classificar plantas, animais, minerais, incluindo toda a

244
variedade de fauna, flora, meio-ambiente e seus componentes.
Existe a inteligência existencial mas veremos ela mais
à frente.
EXERCÍCIO
É dito que a mente é o músculo mais forte de todos,
logo deve ser exercitado como qualquer outro. A medicina já
afirma que a prática do raciocínio previne muitas das doenças
degenerativas do cérebro.
A mente forte e exercitada é peça fundamental para a
manifestação da Vontade em todo ato preternatural. É uma
mente sagaz e disciplinada que viabiliza feitos que de outra
forma seriam impossíveis. Existem muitas formas de manter
a mente exercitada e forte, e consequentemente o Corpo
Mental e o chakra laríngeo. A lógica e o raciocínio devem ser
estimulados.
Lembrem-se, no entanto, de que as conclusões que
chegamos com nossa lógica não são infalíveis. Eles são
condicionados por programações, pré-conceitos, e por falta
de dados e assim podem ser bastante distorcidos. Por isso
exercitem suas mentes com toda flexibilidade possível.

DESAPEGO
Prisão de ventre é algo bastante desconfortável. Pois
esse é exatamente o efeito que o apego à suas ideias fazem
com seu Corpo Mental. Uma mente engessada e pouco flexível
faz isso com vocês, bloqueia o fluxo, limita as frequências
acessadas, na verdade limita vocês como um todo.
Temos duas maneiras principais de possuirmos
uma mente mais flexível. A primeira é nos acostumando a
pensar em mais de uma possibilidade sempre. É importante
que vejamos vários ângulos, várias possibilidades, e
principalmente, várias soluções. Isso garante que tenhamos,

245
no mínimo, mais chances de sucesso em tudo. Também
garante uma funcionalidade maior de nossa mente e um
acesso mais amplo de frequências.
A segunda é se expondo aos pensamentos de outras
pessoas, lendo o que elas escrevem e tentando se abrir às
suas óticas, aos seus pontos de vista, se abrir a um jeito
diferente de ser e enxergar.

LABIRINTO
Aconselhamos também que prestem atenção às suas
mentes, elas podem ser suas piores inimigas. São ferramentas
incríveis, e ainda assim podem se virar contra vocês. Isso
acontece pelo próprio funcionamento da mente. Uma de suas
habilidades é a auto justificação, ou seja, a argumentação
que permite manter a programação no lugar. Por mais errado
que um pensamento seja, se estivermos programados com
ele, então a mente fará de tudo para proteger a existência
dessa programação. É quando o labirinto entra em ação.
Chamamos de labirinto as artimanhas que a mente cria para
proteger suas programações. Elas podem aparecer como
distrações, como vícios psicológicos, aparecer na forma de
indecisão ou como pensamentos sem fim que não levam a
lugar algum e apenas servem para nos distanciar daquela
programação ameaçada.
“A mente é a maior armadilha de todas” – Hefestos

COMUNICAÇÃO
O último hábito a vermos é a importância de se
comunicar. A expressão verbal, em sua forma ideal, acontece
mediante a organização estruturada dos pensamentos, do
contrário o receptor da mensagem terá dificuldades em nos
entender. A compreensão do real impacto de cada palavra
e a organização das estruturas da linguagem exercitam
e adestram nossas mentes e causam todos os benefícios
citados anteriormente e que são tão desejáveis.

246
SEXTO CONJUNTO DE HÁBITOS
- CORPO ESPIRITUAL

IMPORTÂNCIA
Nosso penúltimo corpo também é um dos mais
importantes para a espiritualidade. Isso porque ele é o
responsável pela percepção dos mundos sutis e a interação
com eles. Como veremos no próximo volume, essa percepção
e interação serão necessários para o acesso e interpretação
de informação eletromagnética e para o mediunismo.
Por ser o corpo que metaboliza o emocional mais
complexo ele também é responsável pelas sensações
de certo e errado, pelo sentido interno de moral e ética.
Emoções como fé, amor universal, sentimentos como paz,
bem-estar profundo, todos esses são absorvidos, gerados, e
processados no Corpo Espiritual. Lembrem-se que estamos
falando do processamento sutil desses fatores, todos eles
possuem, de uma forma ou de outra, contrapartidas nos
outros corpos, inclusive o físico.
Por ser um corpo de natureza emocional, ele é um dos
responsáveis por nosso movimento. No caso, pelo movimento
de evolução, pela expansão e melhoramento.

FICHA
Tipos de alimentação: crenças, emoções transcendentais.
Variação alimentar: em estudo.
Sinais de desequilíbrio: crenças limitantes, egoísmo,
perturbação (falta de paz), incredulidade crônica, bloqueio da
percepção sutil, embrutecimento.
Responsabilidade energética: processamento de emoções
complexas.
Fatores de Equilíbrio: flexibilidade de crença, atividades
altruístas, sensibilização, práticas espirituais.

247
HÁBITOS
CRENÇA
Nossas crenças passam pelo mesmo processo análogos
que já vimos em corpos anteriores. Devemos adquirir novas
crenças, da maneira mais variada e flexível possível, devemos
gerar crença, e devemos nos livrar daquelas que já não
servem mais.
Quando falamos em crenças, não necessariamente
estamos falando de crenças religiosas. Nossos pontos de
vista, como enxergamos as coisas, isso se cristaliza e se
transforma em crença. Por exemplo, uma pessoa que tenha tido
muitos relacionamentos desastrosos pode desenvolver uma
crença de que o amor não existe da mesma maneira alguém
rejeitado e humilhado repetidamente pode desenvolver a
crença de que não é merecedor. Devemos estar em busca de
novas crenças, de novas verdades que pautem nossas vidas,
devemos buscar novos paradigmas que mais adequadamente
expliquem as coisas. Ao ensinar, ao compartilhar a nossa
ética com os outros, estamos gerando crença. Geramos
crença também quando prestamos atenção as coisas dessa
forma fundamentos opiniões sólidas que se cristalizarão em
crenças.
Obviamente, se estamos à procura de novos e melhores
paradigmas, de novas opiniões sobre as coisas, elas deverão
substituir as antigas crenças. Por isso não se apeguem ao
que vocês “acham”, não se apeguem a primeira impressão
ou conclusão tirada nas situações, permitam que “verdades “
melhores e mais adequadas venham à superfície e substituam
as menos preciosas.

ATIVIDADE ALTRUISTA
Por atividade altruísta compreendemos atividades que
não sejam focadas em você, mas em uma coletividade. O

248
benefício deve ser coletivo. Claramente a mais evidente delas
são aquelas atividades que coloquem vocês em interação
com outras pessoas.
Outra maneira de refazer isso é defendendo uma
causa. Se vocês se dedicarem as causas em que acreditarem,
estarão fortalecimento seu cargo espiritual e o seu chakra
frontal. Ao trabalharam em prol do que acredita estarão
fortalecendo essa crença e também e estão beneficiando
direta e indiretamente ás pessoas que se emprenham na
mesma causa e àquelas impactados por ela.
Indo ainda mais fundo na atividade altruísta temos o
trabalho beneficente, aquele tipo em que verdadeiramente
o benefício é do próximo e da coletividade. Nos exemplos
anteriores existia ainda a possibilidade de benefícios pessoais
paralelos ao da coletividade. Já aqui o foco do trabalho
voluntario é todo no outro.
Atividades altruístas expandem nossos horizontes,
aumentam nossas capacidades energéticas, interferem
positivamente em nossa frequência vibratória. Esse
fortalecimento de corpo espiritual é a chave para se abrir as
portas para a percepção e interação com os planos sutis e
claramente fundamental para as práticas espirituais.

SENSIBILIZAÇÃO
A falta de sensibilidade nos afasta das realidades sutis
experimentais pelo corpo espiritual. O embrutecimento gera
um foco excessivo naquele que é material. Não é preciso ser
um gênio para saber que esse processo é prejudicial para
quem deseja dominar forças preternaturais e mesmo para
a saúde holística dos corpos multidimensionais de qualquer
pessoa.
Para sensibilizar, ou ressensibilizar, existem três etapas
simples que podem ser exercitados. Na primeira fase devem-

249
se observar pequenas coisas, deve-se começar a valorizar
o sutil. O aprendizado aqui é a valorização dos pequenos
gestos, o desfrute dos momentos simples é às vezes curtos,
porém profundos. Esse hábito irá sutilizar suas percepções e
sensibilizá-los.
Na segunda etapa sugerimos que procurem a beleza
das coisas e comecem a observá-la. Nem sempre essa beleza
está evidente, nas procurem e ela estará La. É mais simples
se começarem observando a beleza da paisagem, de um pôr
do sol, ou de flores e animais.
Por fim aplique essa nova sensibilidade na forma de
delicadeza ao tratar com as coisas e pessoas. O modo como
preservamos coisas, cuidamos dos nossos pertences, e
manipulamos objetos, demostram nossa sensibilidade. Da
mesma forma essa sensibilidade se traduz na cordialidade
com as pessoas no dia a dia nos “Bom dia “e “obrigado “que
dizemos, e principalmente no cuidado que temos com nossas
palavras para que sejam respeitosas e gentis e diplomáticas.
A elegância de nosso tratamento com os outros revela nossa
sensibilidade interior.

PRÁTICAS ESPIRITUAIS
A prática da espiritualidade também é fundamental
para o fortalecimento deste corpo pois se trata exatamente do
tipo de interação pelo qual ele é responsável. Essa interação
através da prática da espiritualidade acontece por meios
comuns e às vezes inusitadas.
O meio mais comum de prática da espiritualidade é a
prece. Praticamente todas as religiões possuem sua forma de
prece. Ela é a maneira do indivíduo se conectar à força maior
de sua crença. Para fortalecer seu chakra frontal (ajna), para
seu Corpo Espiritual funcionar bem, para o aumento de suas
habilidades em espiritualidade intensificarem com a interação
preternatural, para tudo isso se utilizem da prece. Ela pode

250
ser da sua maneira, com ou sem fórmulas, ela funcionará
desde que seu objetivo seja conectar-se ao plano sutil.
Claro que este exercício pode se dar de outras formas.
Como vimos na seção sobre Deus, as pessoas encontraram
muitas maneiras de se conectar à divindade. Se vocês se
sentem conectados ao divino celebrando as passagens
sazonais, ótimo, se é participando de celebrações rituais de
instituições tradicionais, ótimo, se é ao ficarem em silêncio
olhando para o entardecer, ótimo. O que importa é a conexão
frequente com o divino que reside em tudo.
Por último, abram-se para sua intuição e para que os
habitantes incorpóreos das realidades sutis se comuniquem
com vocês. Essa comunicação pode acontecer de forma
direta, mas também na forma de intuição ou na forma de
inspiração. Abrir esse canal de comunicação fortalece a
ponte de interação entre os planos material e espiritual.

251
SÉTIMO CONJUNTO DE HÁBITOS
- CORPO ÁTMICO
IMPORTÂNCIA
Assim como o Corpo Espiritual lida com o emocional
complexo, o Corpo Átmico é responsável pelo mental superior,
pelos processos intelectuais mais complexos e profundos,
com a contextualização mais ampla e de escala maior. A
interação entre as informações acontece em contato estreito
com o hiperespaço e com todo o armazenamento de dados
que lá existe. Grande importância tem o Corpo Átmico ao
gerenciar esse tráfego de informações.
Por ser um corpo em dimensão acima das básicas
(etérica e astral) e das intermediárias (emocional e mental) e
até mesmo do Espiritual, é nele que reside nossa verdadeira
personalidade, a nossa porção mais próxima da alma à qual
temos acesso hoje em nossa condição. Aqui se manifesta
quem realmente somos como um todo.
Ele é o responsável pelas frequências mais elevadas e
intensas. Essa é nossa porção com acesso mais sutil.

FICHA
Tipo de alimentação: informações hiperespaciais.
Variação alimentar: em estudo.
Sinais de desequilíbrio: incoerência existencial.
Responsabilidade energética: processamento do
intelecto complexo superior.
Fatores de equilíbrio: autoconhecimento, integração
multidimensional.

252
HÁBITOS
Neste corpo nos limitamos a um único conselho: se
integre através do autoconhecimento. Usem de várias técnicas
de meditação para se conhecer mais profundamente. Esse
conhecimento irá coloca-los em contato mais intenso com
seus verdadeiros eus. A meditação irá integrá-los, irá alinhar
seus vários corpos, e dessa forma se tornar um ser unificado.

253
_11
BIBLIOGRAFIA

254
BIBLIOGR AFIA

A MENTE MARAVILHOSA. Schandenfreude.


Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/
schadenfreude/>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

ANGELIS, Isabelle. A aplicação da Teoria das Inteligências


Múltiplas de Howard Gardner como proposta didática para a
prática da gramática nas aulas de língua estrangeira. 2017.
108 f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Letras da Universidade
do Porto. 2017. Disponível em: < https://repositorio-aberto.up.pt/
bitstream/10216/109159/2/233184.pdf> Acesso em: 03 jun. 2018. 15:35.

BRITTO, Ilma A. Sobre Delírios e Alucinações. 2004.


São Paulo: Rev. bras. ter. comport. cogn.  vol.6  no.1  2004.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1517-55452004000100007> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

DICIO. Egoismo. Disponível em: <https://www.


dicio.com.br/egoismo/>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

_______Egocentrismo. Disponível em: <https://www.


dicio.com.br/egocentrismo/>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

DICIONÁRIO INFORMAL. Diferença entre


egocentrismo e egoismo. Disponível em: <https://www.
d i c i o n a r i o i n f o r m a l . c o m . b r/d i f e r e n c a - e n t r e /e g o c e n t r i s m o/
ego%C3%ADsmo/>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

DIVINA CIÊNCIA. As Leis de Karma e Darma.


Disponível em: <http://www.divinaciencia.com/licao.
php?cmd=1&id=22>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

DUBRO,P; LAPIERRE, D. Evolução Elegante,


a expansão da consciência. São Paulo: Madras, 2014.

255
FUNDAÇÃO URANTIA. O Livro de Urântia.   Illinois,
2007. Disponível em: <https://www.urantia.org/pt/o-
livro-de-urantia/ler> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

GOSWAMI, Amit. Ativista quântico: principios da fisica quantica


para mudar o mundo e a nós mesmos. São Paulo – Goya, 2015.

______________ Criatividade Quântica: como


despertar o nosso potencial criativo. São Paulo: Aleph, 2008.

______________ O universo autoconsciente: como a consciencia


cria o mundo material. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 2002.

INICIADOS, Três. O Kybalion. Rio de Janeiro: Arcanum Editora, 2017.

INSTITUTO DE PESQUISAS PROJECIOLÓGICAS E


BIOENERGÉTICAS. Sintonia Espiritual no dia-a-dia. Disponível
em: <http://www.ippb.org.br/textos/revista-online/maisa-intelisano/
sintonia-espiritual-no-dia-a-dia>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Científica e


Tecnológica. 2009. Disponível em: <http://www.dsce.fee.
unicamp.br/~antenor/mod2.pdf> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

QUEM SOMOS nós?. Direção: William Arntz, 2004.


146 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=JBSCanzPAfY> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

RAVENHEART, Oberon Zell. Grimorio para


o Aprendiz de Feiticeiro. São Paulo: Madras, 2011.

RIVELLES, Victor O. A teoria de cordas e a unificação das


forças da natureza. 2007. 7 f. Universidade de São Paulo. 2007.
Artigo. Disponível em: <http://www1.fisica.org.br/fne/phocadownload/
Vol08-Num1/v08n01a031.pdf> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

SIGNIFICADOS. Ética e moral. Disponível em: <www.


significados.com.br/etica-e-moral>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

SCHURÉ, Édouard. Os Grandes Iniciados esboço da História


Secreta das Religiões. Edições Eletrônicas Lumensana Luiz Edgar de
Carvalho, 2006. Disponível em: <https://www.gdpatriarcajaco.org.
br/livros/OsGrandesIniciados.pdf> Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

256
TRISMEGISTO, Hermes. A Tábua
de Esmeralda.Clube de Autores, 2017.

WIKIPEDIA. Ética. Disponível em: <https://pt.wikipedia.


org/wiki/%C3%89tica>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

__________Moral. Disponível em: <https://


pt.wikipedia.org/wiki/Moral>. Acesso em: 13 ago. 2019. 21:32.

257
258

Você também pode gostar