Você está na página 1de 6

Relatório – Experimento 4 – 2020.

2
Lançamento Vertical
Edilton Costa Alves - 170002365

1 Introdução Teórica
A equação de Bernoulli associa as variações de pressões com as
variações de velocidades. Ela indica que onde quer que a velocidade seja
relativamente alta, a pressão deve ser relativamente baixa, e onde quer que a
velocidade seja relativamente baixa, a pressão deve ser relativamente alta,
gerando uma substancial sustentação. Esta equação só é válida para fluídos
incompressíveis, fluídos não viscosos, em regime permanente e fluxo não
turbulento.

A equação de Bernoulli relaciona a pressão, a velocidade e a altura de


quaisquer dois pontos (1 e 2) em um fluxo constante de fluido de densidade ρ. A
equação de Bernoulli é normalmente escrita da seguinte forma,

1 2 1 2 (1)
P 1 + pgh1 + p1 v 1 =P 2 + pgh2+ p v 2
2 2

-----S------

Figura 1: Sistema de Vazão Lateral

As variáveis P1,v1, h1, referem-se à pressão, velocidade e altura do


fluido no ponto 1, ao passo que as variáveis P 2, v2, h2, referem-se à pressão,
velocidade e altura do fluido no ponto 2, como visto no diagrama abaixo.
Para garantir que a variação de pressão deste sistema de vazão lateral
seja sempre positiva definimos:

Δ P= P2−P 1
Sabendo que h=h1−h2 , temos:
2 2 (2)
P 2 −P1 v −v 1
=(h1 −h2)−( 2 )
μg 2. g
2 2 (3)
v −v 1
Δ P= μ g . h− μ ( 2 )
2

Após observações, verificamos que os valores do alcance de escoamento


S não se alteram quando obtidos sobre escoamento contínuo ou descontínuo,
permitindo assim, a utilização da equação da continuidade [4], resultando em:

a (4)
v1 = v
A 2

sendo a e A a área do orifício circular lateral e a área da secção transversal


de escoamento interno respectivamente. Considerando que o alcance de escoamento
não depende da resistência do ar, temos:

S=v 2 .t (5)
que é justamente uma das equações do lançamento horizontal de corpos rígidos, em
2. h2
que t=
Desta forma:
√ g
representa o tempo de queda do ponto 2 até a base do recipiente.

g (6)
v 2=S .
√ 2. h2
Substituindo a equação (6) na equação (4), temos:
a g (7)
v 1 =S .

A 2. h2
Substituindo as equações (6) e (7) na equação (3), concluimos que:

(8)

(9)

Sendo assim, temos que ∆P = ∆P(h, S), onde h é a altura da quantidade


dinâmica e h2 é a altura da quantidade estática de fluido no sistema.

1.1 Erro Experimental Absoluto

Ao apresentar um resultado experimental, faz-se necessário evidenciar


a margem de erro deste valor. Um dos princípios básicos da física diz: “Não se
pode medir uma grandeza física com precisão absoluta”, ou seja, “qualquer
medição, por mais bem feita que seja, é sempre aproximada”. O Erro Experimental
Absoluto é dado pela soma dos erros Instrumental e Aleatório, onde o erro
instrumental é definido como sendo a metade da menor precisão do instrumento
utilizado, e o erro aleatório como as variações das medidas obtidas pelo desvio
padrão (σ) dado por:

O valor de (σ)
fornece uma idéia sobre a incerteza padrão (incerteza típica) de qualquer
medida, tendo como base o conjunto das N medidas.

O parâmetro (σ)pode ser interpretado como sendo a incerteza que se


pode esperar, dentro de certa probabilidade, se uma (N+1)-ésima medição viesse a
ser realizada, quando já se conhece o que ocorreu nas N medições anteriores. O
desvio padrão amostral indica uma boa avaliação sobre a distribuição das
medidas, em torno do valor médio.

1.2 Propagação de erro

Na maioria dos experimentos, a medição de uma grandeza de interesse é


feita de maneira indireta, sendo esta grandeza obtida a partir de medidas de n
grandezas primárias {a1, a2, a3,... an}.
O cálculo é feito a partir de uma função conhecida das grandezas
primárias A e B, representadas por A= Ā ± ∆ A e B= B̄ ± ∆ B . Em linguagem
formal teremos:
Propagação de erro para Adição: C=( Ā+ B̄)±(∆ A+∆ B)
Propagação de erro para Subtração: C=( Ā− B̄)± (∆ A+∆ B)

Propagação de erro paraMultiplicação: C=( Ā B̄)±( B̄ ∆ A + Ā ∆ B)

1.3 Imprecisão

A imprecisão é calculada comparando-se o valor do erro absoluto ∆X com


o valor da melhor estimativa, determinando o erro relativo percentual:

∆X
E= 100

2. Objetivos
Ilustrar o princípio de Bernoulli demonstrando a relação entre a
altura h de um fluido e o seu alcance S, observando por fim a variação de
pressão entre os pontos 1 e 2.
3. Materiais utilizados
Neste experimento foram utilizados:
Trena 15 metros ( erro = 0,05 cm)
Furadeira com broca
Garrafa PET (2 litros)
Água filtrada

4. Procedimentos
Foi realizado a marcação das alturas na garrafa PET, após o corte e
retirada da parte superior;

Efetuou-se um furo na altura de 5 cm da base da garrafa e deixou o


furo, inicialmente, tapado com uma fita adesiva, porém durante a coleta de
dados, utilizou-se o dedo para tapar e liberar o fluxo de água;

Realizou o enchimento da garrafa PET com agua filtrada até o limite da


borda;

Realizou as medições dos o alcance do escoamento horizontal com uma


trena; O procedimento foi realizado 5 vezes a fim de realizar o tratamento
estatístico e buscar diminuir os erros experimentais e instrumentais;

Foi realizado as anotações dos dados obtidos em uma tabela com os


valores referentes a altura marcada na garrafa.

5. Dados Experimentais
h1 (cm) s1 (cm) s2 (cm) s3 (cm) s4 (cm) s5 (cm)
10,00 ± 0,05 6,31 ± 0,05 6,28 ± 0,05 6,23 ± 0,05 6,23 ± 0,05 6,25 ± 0,05
15,00 ± 0,05 9,26 ± 0,05 9,31 ± 0,05 9,27 ± 0,05 9,32 ± 0,05 9,29 ± 0,05
20,00 ± 0,05 12,42 ± 0,05 12,43 ± 0,05 12,40 ± 0,05 12,41 ± 0,05 12,39 ± 0,05
25,00 ± 0,05 15,53 ± 0,05 15,54 ± 0,05 15,49 ± 0,05 15,55 ± 0,05 15,54 ± 0,05
30,00 ± 0,05 19,06 ± 0,05 19,11 ± 0,05 19,08 ± 0,05 19,14 ± 0,05 19,06 ± 0,05
Tabela 1: Tabela de valores de alcance (Sx) em função da altura (hx)

6. Análise de Dados
Após a coleta de dados para as 5 alturas, foram obtidos os valores
médios da distância alcançada.
h1 (cm) smédio (cm)
10,00 ± 0,05 6,26 ± 0,05
15,00 ± 0,05 9,29 ± 0,05
20,00 ± 0,05 12,41 ± 0,05
25,00 ± 0,05 15,53 ± 0,05
30,00 ± 0,05 19,09 ± 0,05
Tabela 2: Tabela de valores de alcance (Smédio) em função da altura (hx)
Os pontos relativos ao alcance médio em função da altura foram
plotados e apresentados na Figura 2.

25
Alcance em função da Altura

20
Alcance (cm)

15

10

0
5 10 15 20 25 30 35
Altura (cm)

Ainda a partir dos dados médios, realizamos uma regressão para


encontrar a curva que melhor se ajuste, optando-se pela curva linear devido ao
seu formato.
Foi feito o ajuste da curva chegando aos valores ótimos para os
parâmetros A e B iguais a:
A = 0.6380
B = − 0.2440
Coeficiente de correlação linear 0.9995
Coeficiente de determinação 0.9991
Erro relativo médio, 1.0744 %

Resultando na Equação Experimental s(h)= 0.6380h − 0.2440

(Figura 3)
Para comparação com a parte teórica, foram tomados os valores dos
parâmetros. Onde os valores medidos para o experimento foram:
h2 =(5,00±0,05)cm
a2 =(12,43 ± 0,05)×10−2 cm2
A2 =(77,84 ± 0,05)cm2

Ainda realizamos a obtenção da equação teórica do experimento, como


sendo S (h)= √ 20. h−100 , e apresentando os valores obtidos experimentalmente e
através das equações teóricas e experimental.

h1 (cm) sTeórico (cm) SExperimental (cm) sObservado (cm)


10,00 ± 0,05 10,00 ± 0,05 6,14 ± 0,05 6,26 ± 0,05
15,00 ± 0,05 14,14 ± 0,05 9,33 ± 0,05 9,29 ± 0,05
20,00 ± 0,05 17,32 ± 0,05 12,52 ± 0,05 12,41 ± 0,05
25,00 ± 0,05 20,00 ± 0,05 15,71 ± 0,05 15,53 ± 0,05
30,00 ± 0,05 22,36 ± 0,05 18,90 ± 0,05 19,09 ± 0,05
Tabela 3: Tabela de valores do alcance observado, teórico e experimental em
função da altura (h)

7. Conclusões

Do experimento foi possível observar a existência de uma relação linear


entre a altura do fluido na garrafa e seu alcance horizontal provocado pela ação
da gravidade. Os valores teóricos e experimentais apresentaram uma variação
importante, mas que, pode ter sido provocada pela manipulação instrumental nas
medidas aferidas. Foi observado uma discrepância considerável, isso se deve a
inexatidão do experimento, como por exemplo, nas medições a olho nu e também por
desconsiderar o fato de que a Equação Bernoulli utilizada no experimento é
aplicada para escoamentos sem viscosidade, o que não é observa do na prática,
mesmo que se tenha utilizado água filtrada, há de se considerar algum nível de
influência na passagem do fluido pelo orifício. Faz-se importante evidenciar
que, para o mesmo fluido (água filtrada), a relação de linearidade se manteve.

Referencias Bibliográficas

[1] Halliday, David; Renisck, Robert; Walker, Jeal, Fundamentos da Física,


vol.1. Rio de Janeiro, LTC(2008). 8 edição.
[2] Young & Freedman. Física 1: Mecânica,. 12a ed., 2008.
http://www2.bioqmed.ufrj.br/ciencia/Descongelando.htm
[3] http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce5702/medicao.pdf
[4] https://pt.planetcalc.com/

Você também pode gostar