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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS

CURSO: ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE HIDRÁULICA

Prof. Ms. Walter

DISCENTES: Avila Felipe


Elson Júnior
Jefferson Queiroz
Marina Jales
Rodrigo César

BANCADA DE DESCARGA LIVRE

1. Introdução
A bancada de conjuntos de jatos livres é definida por seu conceito de
escoamento em bocais. Neste sentido, o simulador de jato livre é um equipamento
de finalidade experimental que projeta o escoamento de um líquido através de um
orifício ou bocal, no qual este jato é direcionado para locais onde o escoamento não
será afetado pelas condições externas (STRÖHER et al, 2012). Com o crescimento
da população e a distribuição pluviométrica, a obtenção de conhecimento sobre as
condições hídricas faz-se necessária. Na engenharia, entender sobre o tema resulta
em planejamento calculado sobre construções hidráulicas aplicados em canais,
vertedores, bueiros, barragens, comportas, entre outros. Por outro lado, para um
funcionamento a contento destas estruturas se faz necessário aprofundar os
estudos sobre a dinâmica da água, tanto em repouso no interior dos reservatórios,
quanto na sua dinâmica ao ser liberada para distribuição (SILVINO et al, 2007).

2. Fundamentação teórica

O escoamento do tipo jato livre ocorre quando um fluido é expandido por


meio de um bocal ou orifício para um ambiente no qual o escoamento não é
diretamente afetado por um contorno fixo (STRÖHER et al., 2012).

Bocal é um tubo curto adaptado a um orifício (Figura 01). Tem, quase


sempre, secção transversal circular e é disposto normalmente à parede dos
reservatórios. Serve para regularizar e dirigir o jato. É um dispositivo que apresenta
uma redução progressiva de área, de modo a apresentar o jato de saída já no seu
diâmetro final, sem a formação da vena contracta.
Figura 01

Fonte: Apostila de Hidráulica – Profº Ademar Cordero (2010)

Os bocais geralmente são classificados em:

● Cilíndricos: interiores e exteriores;


● Cônicos: convergentes e divergentes.

Define-se como orifício uma abertura, de forma geométrica definida, praticada


na parede, ou no fundo de um reservatório, ou conduto sob pressão, que possibilita
o escoamento de um fluido, a figura 03 ilustra um corte transversal de um tanque
onde pode-se identificar o orifício.

Figura 03

Fonte: Manual de Hidráulica (1973)

Os orifícios podem ser classificados quanto:

● Forma em circulares, retangulares etc.;


● Plano do orifício em relação à superfície livre do líquido: vertical,
horizontal, perpendicular etc.;
● Quanto a espessura da parede na qual está inserida a abertura:
parede fina ou delgada e de parede grossa ou espessa;
A equação de Bernoulli fornece uma expressão para a conservação da
energia para o escoamento permanente de um fluido entre dois pontos quaisquer do
trajeto, dada por:

Onde:

Z1 é a altura na posição 1;

V1 é a velocidade do escoamento na posição 1;

g é a aceleração da gravidade;

p1 é a pressão a qual o fluido está submetido na posição 1;

γ é o peso específico do fluido que está escoando;

Hm é a altura manométrica;

Z2 é a altura na posição 1;

V2 é a velocidade do escoamento na posição 1;

p2 é a pressão a qual o fluido está submetido na posição 1;

γ é o peso específico do fluido que está escoando;

Hp é a perda de carga entre as posições 1 e 2;

Para o caso onde se avalia um jato livre, a expressão da conservação de


energia se resume à equação de Torricelli:
Onde,

h é a altura referente à altura do fluido até o bocal;

v -> Velocidade (m/s)

g -> Aceleração da Gravidade (m/s2)

H -> Altura da coluna em metros (m)

Para determinação da velocidade real utilizamos a informação coletada


sobre o alcance do jato pelo tempo de queda da água do respectivo bico (altura H)
até o nível 0:

(eq. 2)

Onde,

Cv é o coeficiente de velocidade;

Vr é a velocidade real do fluido na posição 2;

Vt é a velocidade teórica do fluido na posição 2;

Onde Cv=0,985, valor mais utilizado, oriundo da relação entre o diâmetro do orifício
e a perda de carga hidráulica. Logo a velocidade real sera dado pela equação:

(eq. 2.1)

Vr= Cv* √ 2 gh

Pode-se calcular a vazão teórica que escoa através da área do orifício

da fórmula a seguir:

[6]
Onde,

Qt é a vazão teórica;

A vena contracta é um estreitamento das linhas de corrente de um fluido após


um alargamento súbito da largura do canal de escoamento. Ele foi descrito
primeiramente por Torricelli em 1643, e acontece porque o fluxo não pode mudar de
direção tão rapidamente a ponto de preencher todo o espaço disponível, o que
resulta em separação interna de fluxo no local. Portanto a área real de escoamento
é numericamente menor do que, surgindo a necessidade de determinar o
coeficiente de contração , que é a relação entre a área transversal do jato (Ac) e a
área de orifício (Ao) :

[7]

Onde,

Cc é o coeficiente de contração;

Ac é a área real de escoamento;

A0 é a área do orifício;

Então a vazão real é dada por:

[8]

Onde,

Qr é a vazão real;

Atribuindo a um novo coeficiente, temos:

[9]
[10]

Onde,

Cd é o coeficiente que relaciona Cc e Cv;

Quanto ao alcance horizontal a expressão para trajetória de uma partícula em


lançamento de projéteis é dada por:

[11]

Onde,

Y representa a altura da partícula;

X representa a posição da partícula;

θ é o ângulo de projeção da partícula;

Ao aplicar a equação acima no caso de jatos livres, o ângulo de projeção é zero, já


que a descarga se dá de modo horizontal, restando apenas:

[12]

Se considerarmos o ponto Xp que representa o local onde o jato atingiu a


plataforma do aparato experimental, (Xp) é nulo, uma vez que é considerado o eixo
de coordenadas passando neste ponto. Então analisando a fórmula acima pode-se
encontrar a velocidade V02.

[13]
Segundo SILVA (2013), as principais aplicações dos jatos livres de grande
importância na hidráulica são: Tomadas d´água em sistemas de abastecimentos,
projetos de irrigação e drenagem, projetos hidrelétricos, estações de tratamento de
água e de esgotos, sistema de alimentação de combustíveis de veículos
automotores, queimadores industriais e em fogões domésticos, irrigação por
aspersão.

3. Metodologia

Primeiramente realizamos o experimento usando um bico , posteriormente abrindo


os outros dois um de cada vez. Assim como o experimento preconiza, mantemos o nível
constante, medimos a vazão através da proveta e do cronômetro e como já tínhamos a área
do extravasor medimos a velocidade.

Como matéria experimental utilizamos apenas três bicos, não havendo a troca por
diâmetros similares, para determinação dos dados pretendidos.

a. Materiais

● Paquímetro;

● Tanque graduado;

● Água;

● Bomba hidráulica;

● Registro de gaveta

● Proveta graduada

● Cronômetro;

● Bicos de diferentes diâmetros;


Inicialmente, para elaborar o experimento, investigou-se o diâmetro do bocal. Para
isso, é utilizado um paquímetro (um instrumento para medir medidas de precisão).

A medição detalhada do diâmetro é muito importante, pois permite o cálculo de


vazão e velocidade, permitindo comparações entre sua vazão e o alcance do jato.

Posteriormente, com o auxílio de uma bomba hidráulica, o tanque é preenchido com


o fluido em estudo. Uma questão relacionada é o nível de água, por isso é necessário
regular a quantidade de água que entra no sistema e sai do bocal para mantê-lo constante
em estado de fluxo permanente.

Com o fluido constante, foi registrado à altura da coluna de líquido em relação à


escala do tanque e avaliado o alcance do jato.

Para o cálculo da vazão, foi utilizada uma proveta graduada com capacidade de 1L.
Para isso, foi cronometrado o tempo para o enchimento de um determinado nível de fluido,
sendo assim possível a determinação da vazão real.

Figura 1 -Bicos da bancada de Jato Livre.

Fonte: Elaborado pelos autores. (2022)

Figura 2 - Comportamento do jato de água.


Fonte: Elaborado pelos autores. (2022)

Figura 3 - Régua para medir a distância horizontal do jato de água

Fonte: Elaborado pelos autores. (2022)


4. Resultados

O ensaio foi realizado conforme a metodologia apresentada. Sendo coletado:

- Yp (altura da coluna de água que escoou no experimento);

- Xp (distância horizontal que a água atingiu após a abertura do escape);

- A (Área da base do reservatório de água);

- ∆V (volume de água escoado no intervalo de tempo);

- Qr (vazão), V2R (velocidade real da água);

- h (altura da coluna de água),

- V2T (velocidade Teórica da água)

A velocidade real do escoamento foi obtida a partir do deslocamento horizontal que


o fluido realizou e do tempo necessário para o mesmo. Já para calcular a velocidade teórica
foi aplicada a equação de Bernoulli2, considerou-se g=9,8 m/s² (aceleração da gravidade)

Para o primeiro Bico, bico 01 temos um diâmetro interno de 12 mm e um alcance


horizontal de 840 mm, com uma coluna de água constante a h=890mm, calcula-se a
velocidade teórica e a velocidade real de acordo como foi descrito na fundamentação
teórica, mas foi utilizada uma calculadora de software para otimizar o processo, foi feito
somente uma leitura para cada orifício, utilizando uma potência na bomba que nos
entregasse uma altura constante no reservatório, a fim de que durante a extração do
alcance do jato livre houvesse o mínimo de variação, dessa forma anotamos os dados da
tabela a seguir:

5. Conclusão
Os bicos 01 e 02 e 03 não apresentaram semelhança de comportamento, como
demonstraram os dados coletados uma vez que as velocidades e a vazão variam de acordo
com a altura da coluna de água, e, por consequência, variam de acordo com a pressão a
qual estavam expostos. Dessa forma, obtivemos pois foi variado somente a altura devido a
posição do jato, pois segundo o laboratorista, não haveria como fazer a troca do bico para
verificarmos a variação da velocidade e das propriedades do jatos, referente a variação no
diâmetro do bico.

Com relação ao bico de 0,8cm , após a coleta de dados, percebeu-se um


comportamento diferente dos demais, justamente por conta de o bico ter um diâmetro
consideravelmente menor do que os outros dois. Dessa maneira, apesar do aumento da
velocidade não foi observado um aumento no alcance, mas como supracitado não houve
comparação com outros bicos.

6. Referências bibliográficas

- AZEVEDO NETTO, J. M., et alli. Manual de Hidráulica, Ed. Edgard Blucher Ltda, 8ª
Edição, São Paulo, 1998. - BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2008. 431 p.

- ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e


Aplicações. 2. ed. Porto Alegre: McGraw Hill, 2007. 816 p.

- POTTER, Merle C.; WIGGERT, David C.. MECÂNICA DOS FLUIDOS. 3. ed. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2004. 658 p. MECHANICS OF FLUIDS THIRD EDITION.

- YOUNG, Donald F.; MUNSON, Bruce R.; OKIISHI, Theodore H.. UMA INTRODUÇÃO
CONCISA À MECÂNICA DOS FLUIDOS. 4. ed. São Paulo: Blucher, 2005. 372 p. A BRIEF
INTRODUCTION TO FLUID MECHANICS.

- WHITE, Frank M. Mecânica dos Fluidos. 6. ed. Porto Alegre: McGraw Hill, 2011. 880 p.

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