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FACULDADE DE ENGENHARIA
2° ANO, I SEMESTRE
Discente: Docente:
FACULDADE DE ENGENHARIA
2° ANO, I SEMESTRE
RESUMO....................................................................................................................... VIII
ABSTRACT .....................................................................................................................IX
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
4. Conclusão .................................................................................................................. 40
5. Bibliografia................................................................................................................ 41
LISTA DE SÍMBOLOS
Q = caudal (m3/s)
V
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 13. Profundidade média dos canais. Fonte: Paschoal Silvestre .................................... 24
Figura 16. Escoamento com variação de profundidade. Fonte: ANDREOLI (1965) .............. 28
VI
ÍNDICE DE TABELAS
VII
RESUMO
Os condutos livres estão sujeitos à pressão atmosférica, pelo menos em um ponto da sua
seção do escoamento. Eles também são denominados canais e normalmente apresentam uma
superfície livre de água, em contacto com a atmosfera. Os cursos d'água naturais constituem
o melhor exemplo de condutos livres. Além dos rios e canais, funcionam como condutos
livres os colectores de esgotos, as galerias de água pluviais, os túneis-canais, as calhas,
canaletas, etc. São, pois considerados canais todos os condutos que conduzem águas com
uma superfície livre, com seção aberta ou fechada. Os cursos de águas naturais constituem o
melhor exemplo de condutos livres, além dos rios e canais, funcionam como condutos livres
os colectores de esgotos, as galeiras de águas pluviais. A superfície livre pode variar no
espaço e no tempo, consequentemente os parâmetros hidráulicos (profundidade, largura,
declividade, etc.) também podem variar. Apresentam grande variabilidade na forma e
rugosidade das paredes.
VIII
ABSTRACT
IX
1. INTRODUÇÃO
Em muitas oportunidades, o problema não se limita apenas à provisão de água para uns
domésticos e industrias, mas estende-se à agricultura e a pecuária , as quais dependem da
quantidade e da distribuição das chuvas. Tais sejam as exigências locais, as precipitações
atmosféricas devem ser completadas pela irrigação. Em outros casos, os rios e os lagos
formam notável rede hidroviária para transporte de passageiros e mercadorias. Os
mesmos rios e lagos são utilizados como corpos receptores dos refugos industrias e
humanos.
10
1.1.OBJECTIVOS
1.2.Objectivo Geral
1.3.Objectivos específicos
• Classificar os condutos;
• Caracterizar o escoamento
1.4.METODOLOGIA
Para o sucesso deste trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica , segundo Fonseca( 2002,
pág:32), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas e publicadas por meio escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos ,
páginas de web sites, etc.
11
2. CONDUTOS LIVRES
Os escoamentos em condutos livres diferem dos que ocorrem em condutos forçados porque o
gradiente de pressão não é relevante. Nesses condutos, os escoamentos são mais complexos e
com resolução mais sofisticada, pois as variáveis são interdependentes com variação no
tempo e espaço. Uma importante característica da hidráulica dos canais além da superfície
livre, é a deformidade desta. Nos condutos livres, ao contrário do que ocorre nos forçados, a
veia líquido tem liberdade de se modificar para que seja mantido o equilíbrio dinâmico.
Dessa forma a deformidade da superfície livre dá origem a fenómenos desconhecidos nos
condutos forçados, como o ressalto hidráulico, o remanso etc...
Os canais são projectados usualmente em uma das quatro formas geométricas seguintes:
Rectangular, trapezoidal, triangular e semi-circular, sendo a forma trapezoidal a mais
utilizada.
12
2.2.CASOS TÍPICOS DE CONDUTOS LIVRES
13
Seção ou área molhada (A): seção transversal perpendicular à direcção de escoamento que é
ocupada pelo líquido.
Profundidade hidráulica (yh ): Razão entre a área molhada (A) e a largura superficial (B).
Quando as secções têm forma geométrica definida (caso dos canais artificiais) podem ser
matematicamente expressos pelas suas dimensões e profundidade da água. Para as secções
14
irregulares, como a dos canais naturais, não é fácil o cálculo e usam-se curvas para
representar as relações entre as dimensões dos canais e respectivas profundidades.
1
m
b D
𝐴
Rh = raio hidráulico é o quociente entre a área molhada e o perímetro molhado Rh =𝑃
𝑚
Área (A) – é a seção plana do canal, normal a direcção geral da corrente líquida;
15
Seção molhada (A) - parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido. Os elementos
geométricos da seção molhada são:
16
bs.: = 2.arccos (1− 2.h/D) , onde deve ser calculado em radianos.
Em canais abertos e fechados, deve-se prever uma folga de 20 a 30% de sua altura, acima do
nível d’água máximo do projecto. Este acréscimo representa uma margem de segurança
contra possíveis elevações do nível dá água acima do calculado, o que poderia causar
trasbordamento
Os rios e ribeiras são o melhor exemplo de condutos livres. Além deles, os canais de
irrigação, os colectores de esgotos, os aquedutos, etc. funcionam também sob regime livre.
Apesar das semelhanças entre os dois regimes os problemas apresentados pelos canais são de
mais difícil resolução porque a superfície livre (SL) pode variar no espaço e no tempo e
portanto variam também a profundidade de escoamento, o caudal, sendo a inclinação do
fundo e a inclinação da superfície grandezas interdependentes. São de difícil obtenção os
dados experimentais sobre condutos livres.
Em condutos forçados a secção circular é a mais usual, o mesmo não sucedendo com os
condutos livres. Os condutos livres, quando de pequena secção são circulares. Os grandes
aquedutos apresentam a forma ovóide. Os canais escavados em terra apresentam secção
trapezoidal, a maioria das vezes semi – hexagonal. Os canais abertos na rocha são de forma
rectangular com a largura igual a duas vezes a altura. As calhas de madeira, aço ou cerâmica
são geralmente circulares.
17
2.7.SECÇÕES RECTANGULARES E TRAPEZOIDAIS
18
Figura 7. Secção rectangular. Fonte: Adão Wagner
19
2.8.DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES NOS CANAIS
Nos canais o atrito entre a SL e o ar e a resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo
originam diferenças de velocidades.
A determinação das várias velocidades em diferentes pontos de uma secção transversal é feita
por via experimental.
SL
A velocidade máxima será encontrada na vertical VV' no centro da secção transversal e num
ponto abaixo da SL. As curvas que unem pontos de igual velocidade são as isotáquicas.
20
A velocidade máxima, numa vertical da secção transversal, aparece entre os valores 0,05y e
0,25 y.A velocidade média, que é utilizada para o cálculo do caudal, é a média das
velocidades à profundidade 0,20y e 0,80y ou seja é a velocidade à profundidade 0,6y.
Os condutos livres apresentam as mais variadas formas, (como por exemplo os rios) e podem
funcionar com várias profundidades. Há necessidade de se introduzirem novos parâmetros
para melhor se fazer o seu estudo.
O perímetro molhado é a linha que limita a secção molhada junto às paredes e no fundo, não
abrangendo a SL.
Área
SL
Perímetro molhado
2.9.TIPOS DE ESCOAMENTO
Permanente Q = constante
• Uniforme
21
• Velocidade média constante
• Profundidade constante
Variado
• Gradualmente ou Bruscamente
• Secção e velocidade média variáveis com o espaço
Linhas de corrente
Os diâmetros dos tubos, em regime à pressão são pequenos quando comparados com as
respectivas alturas piezométricas. A diferença de pressão entre os pontos superior e inferior
da secção é pequena e é dispensada na prática. Já nos canais, a diferença de pressões entre a
superfície livre e o fundo numa secção qualquer não pode ser desprezada.
A distribuição das pressões na secção recta de um conduto livre á linear e obedece à lei
hidrostática.
22
y
d
p = γ ⋅d (1.1)
ou seja:
p = γ ⋅ y ⋅cos(θ) (1.2)
A distribuição das pressões nas secções transversais do conduto livre segue a Lei Hidrostática
mesmo nos escoamentos não paralelos onde a divergência ou convergência das linhas de
corrente não forem muito acentuadas
Profundidade média A forma das secções dos canais apresenta grande variedade, motivo
porque tem que se definir uma profundidade média.
23
Figura 13. Profundidade média dos canais. Fonte: Paschoal Silvestre
Em que:
𝐴
ym = 𝐵 (1.3)
Sendo:
3.1.Energia específica
Em qualquer secção transversal de um canal a carga média é a soma das três cargas
𝑈2
H = z + y + 2.𝑔 (1.4)
24
(z + y) define a linha piezométrica, quando coincide com a superfície livre denomina-se
gradiente hidráulico:
i = m/m
Gradiente hidráulico:
Energia especifica é a quantidade de energia por unidade de peso do liquido, medida a partir
do canal. É representada por:
𝑈2
E = y + 2.𝑔 (1.5)
𝑦𝑚 𝑈2
E=y+ × (2.𝑦 ) (1.6)
2 𝑚
𝑈2
A expressão é o factor cinético do escoamento e a sua raiz quadrada é o Numero g de
2.𝑦𝑚
Froude:
𝑈2
λ= (1.7)
2.𝑦𝑚
𝑈
Fr = (1.8)
√𝑔𝑦𝑚
Sendo:
25
𝐴
ym = (1.9)
𝐵
𝑦𝑚
E=y+ ×Fr2 (1.10)
2
o numero de Froude Fr é muito importante no estudo de canais pois permite definir regimes
de escoamento dinamicamente semelhantes.
3.3.Regimes de escoamento
𝑈2
E = y + 2.g (1.11)
Ou
𝑄
E = y + 2 g.𝐴2 (1.12)
𝑄
E = y + 2 g.𝑓(𝑦)2 (1.13)
26
Figura 15. Variação da energia específica. Fonte: ANDREOLI (1965)
𝑄
U=𝐴 (1.14)
27
➢ Há um valor mínimo Ec da energia específica correspondente ao valor da energia
crítica Ec.
➢ Para cada valor da energia específica existem dois valores recíprocos Es e Ec
referentes a duas profundidades ys e yi ou seja existem dois regimes de escoamento
(regimes recíprocos).
Para:
28
Sendo:
𝑈2 𝑈
λ=g y ou Fr= (1.16)
√g.𝑦𝑚
3.4.Escoamento critico
𝑄2
E = y + 2 g.𝐴2 (1.17)
dE 𝒅 𝑄2
= (𝑦 + ) (1.18)
dy 𝒅𝒚 2 g.𝐴2
𝑄2 𝑑𝐴
× 𝑑𝑦 = 1 (1.19)
g.𝐴3
Como:
𝑑𝐴
=𝐵 (1.20)
𝑑𝑦
𝑄3 𝐴3
= (1.21)
g 𝐵
Como:
Q = A⋅U (1.22)
𝐴
ym = 𝐵 (1.23)
Temos:
𝑈
=1 (1.24)
√g.𝑦𝑚
29
No regime critico o factor cinético e o número de Froude são iguais à unidade, O escoamento
no regime critico não é estável porque a menor mudança de energia especifica provoca
alteração na profundidade da água no canal e, com ela, uma mudança no regime de
escoamento.
𝑈2
= ym (1.25)
g
Podemos escrever:
𝑈2 𝑦𝑚
= (1.26)
2.g 2
e concluir que no regime critico a carga cinética é igual a metade da profundidade media. Se
o canal for rectangular B = b e considerando um caudal por unidade de largura:
𝑄
q=𝑏 (1.27)
A = b⋅ yc (1.28)
Teremos:
3 𝑞2
yc= √ g (1.30)
3
yc = 0.48.√𝑞 2 (1.31)
30
3.5.MOVIMENTO UNIFORME
Em canais naturais (rios) raramente ocorre o movimento uniforme, mas costuma admitir-se
em cálculos para fins práticos.
O movimento uniforme verifica-se após uma zona de transição que coincide com a zona de
entrada no canal. Igualmente na parte final, onde há mudança de declividade ou secção,
verificase uma zona de transição onde o movimento não é uniforme.
I = H1 - H2 (1.32)
31
Figura 17. Perda de carga em canais. Fonte: ANDREOLI (1965)
𝑈12 𝑈22
I = (𝑧1 + 𝑦1 + ) -(𝑧2 + 𝑦2 + ) (1.33)
2.g 2.g
y1 = y2 e U1 = U2 (1.34)
Então:
I = z1 - z2 (1.35)
𝐼 𝑍1 −𝑍2
I = 𝐿= = sin 𝜃 (1.36)
𝐿
Em pequenas declividades θ<5° (como é o caso dos canais) o valor da declividade do fundo
confunde-se com o da perda de carga.
𝑓 𝑈2
J = 𝐷 × 2.g (1.37)
32
e o raio hidráulico para condutos circulares é dado por:
𝐴 𝐷
Rh = 𝑃 = (1.38)
4
e substituindo:
𝑓 𝑈2
I= 4.𝑅 × 2.g (1.39)
ℎ
Ou seja:
8g
U = √ 𝑓 × √𝑅ℎ. 𝑖 (1.40)
sendo:
8g
C =√ 𝑓 (1.41)
temos:
U = C. √𝑅ℎ. 𝑖 (1.42)
Conhecida como a fórmula de Chezy em que C é o factor de resistência, válido para condutos
circulares.
87
C= γ (1.43)
1+
𝑅ℎ.
1⁄
𝑅ℎ 6
C= (1.44)
𝑛
U = C. √𝑅ℎ. 𝑖
33
temos a formula de Manning:
1 2⁄ 1⁄
U= × 𝑅ℎ 3 × 𝑖 2 (1.45)
𝑛
Sendo:
U -velocidade (m/s);
𝐴
Rh -raio hidráulico Rh = 𝑃 (m)
34
A fórmula de Manning tem as seguintes expressões para condutos circulares funcionando
com a secção cheia:
2 1
0.397.𝑈 ⁄3 .𝑖 ⁄2
U= (1.46)
𝑛
8 1
0.312.𝑈 ⁄3 .𝑖 ⁄2
U= (1.47)
𝑛
2⁄ 1⁄
U= k.𝑅ℎ 3.𝑖 2 (1.48)
3.8.ESCOAMENTO UNIFORME
I = sin(𝜃) (1.49)
0.666 0.5
𝑅ℎ .𝑖
Q= ×𝐴 (1.51)
𝑛
Sendo:
𝐴
Rh - raio hidráulico Rh = 𝑃 (m);
Área da secção;
35
∆𝐻
I - inclinação do leito i = ;
𝐿
n- coeficiente de Manning.
𝑓 𝑈2
J = 𝐷 × 2.g (1.52)
Dh = 4. Rh (1.53)
Com as fórmulas não se consegue achar directamente a profundidade uniforme ou normal yn.
3.9.CAPACIDADE DE TRANSPORTE
ou de Manning
1 2⁄
Q= × 𝑅ℎ 3 × 𝑖 0.5 .A (1.55)
𝑛
2⁄
𝐴.𝑅ℎ 3 𝑄
= (1.56)
𝑛 √𝐼
Sendo:
36
I - inclinação do fundo
i -tan(𝜃)
Figura 18.Curva de capacidade de transporte para canais rectangulares ou trapezoidais. Fonte: Paschoal Silvestre
Exercícios
Exercícios extraídos de: Frank M. White, Mecânica dos Fluidos, 6ª ed. Porto Alegre: AMGH,
2011.
Resolução
𝐴
𝑅ℎ =
𝑃𝑚
𝑛𝜋𝑅 2
𝑅ℎ = 2
2𝑛𝜋𝑅
2
Logo
𝐷 2
𝑅ℎ = = 2 = 0.5𝑚
2
2 2
37
A vazão em cada tubo é dada pela equação
𝑄 = 𝑉𝐴
Onde
𝑅ℎ2⁄3 𝑆01⁄2
𝑉=
𝑛
𝑅ℎ2 3 𝑆01⁄2
⁄
𝑄 = 5𝑉𝐴 = 5 𝐴
𝑛
(0.5)2 3 (𝑡𝑎𝑛0.25)1 2 𝜋𝑅 2
⁄ ⁄
𝑄=5
𝑛 2
𝑄 = 23.31 𝑚2 /𝑠
𝑅ℎ2 3 𝑆01⁄2 𝜋𝑅 2
⁄
𝑄=
𝑛 2
𝑅ℎ = 𝑅⁄2
Logo
2⁄3
(𝑅⁄2) 𝑆01⁄2 𝜋𝑅 2
𝑄=
𝑛 2
𝜋(𝑅)8⁄3 𝑆01⁄2
𝑄=
25⁄2 𝑛
38
25⁄2 𝑛𝑄
𝑅 8⁄3 =
𝜋𝑆01⁄2
3⁄ 25⁄2 𝑛𝑄 3⁄
(𝑅 8⁄3 ) 8 =( ) 8
𝜋𝑆01⁄2
𝑛𝑄 3/8
𝑅 = 25⁄2 ( )
𝜋𝑆01⁄2
Substituindo temos
𝑅 = 1.92𝑚
𝐷 = 2𝑅
𝐷 = 1.92 ∗ 2
𝐷 = 3.84𝑚
Resolução
𝐴 𝑦𝑏
𝑅ℎ = =
𝑃𝑚 2𝑦 + 𝑏
𝑅ℎ2 3 𝑆01⁄2
⁄
𝑄 = 5𝑉𝐴 = 5 𝐴
𝑛
39
4. CONCLUSÃO
Conclui-se que condutos livres estão sujeitos à pressão atmosférica, pelo menos em um ponto
da sua seção do escoamento. Eles também são denominados canais e normalmente
apresentam uma superfície livre de água, em contacto com a atmosfera
Os cursos d'água naturais constituem o melhor exemplo de condutos livres. Além dos rios e
canais, funcionam como condutos livres os colectores de esgotos, as galerias de água
pluviais, os túneis-canais, as calhas, canaletas, etc.
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5. BIBLIOGRAFIA
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