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Concepção e Funcionamento de Canais

Canal

É uma vala artificial que pode ou não estar revestida de material que lhe dê sustentação
cuja finalidade é a passagem da água.

Concepção
Os canais são projetados normalmente em uma das quatro formas geométricas
seguintes: Retangular, trapezoidal, triangular e semi-circular, sendo a forma trapezoidal
a mais utilizada.

Elementos característicos da seção de um canal

Área (A) – é a seção plana do canal, normal a direção geral da corrente líquída;
Seção molhada (A) - parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido;

Os elementos geométricos da seção molhada são:


- Profundidade (h) - altura do líquido acima do fundo do canal;
- Área molhada (Am): é a área da seção molhada;
- Perímetro molhado (P) - comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto;
- Largura Superficial (B) - largura da superfície em contato com a atmosfera;
- Raio hidráulico (R) - relação entre a área molhada e perímetro molhado;
- Profundidade Hidráulica - relação entre a área molhada e a largura superficial.
Nos canais o atrito entre a superfície livre e o ar e a resistência oferecida pelas
paredes e pelo fundo originam diferenças de velocidades, tendo um valor mínimo, junto
ao fundo do canal, e máximo, próximo à superfície livre da água. Devido essa variação
da velocidade com a profundidade, trabalha-se com a velocidade média.
Distribuição da velocidade em função do canal

Em condições normais, ocorre nos canais um movimento uniforme, ou seja, a


velocidade média da água é constante ao longo do canal.
No caso da equação da continuidade:

Onde:
Q = Vazão ( m3/s );
A = Área da seção molhada (m2);
V = Velocidade de escoamento ( m/s );
A área é determinada geometricamente e a velocidade pode ser medida no local ou,
na maioria dos casos, determinada através de equações. Há varias equações para o
calculo da velocidade média da água em um canal, porém as mais usadas são as de
Chezy, Strickler e Manning.
As equações de Strickler e Manning podem ser escritas da seguinte forma:
Onde:
K = Coeficiente de rugosidade de Strickler;
R = Raio hidráulico ( m );
R = A / P ( P = Perímetro molhado );
J = Declividade do fundo ( mm );
n = Coeficiente de rugosidade de Manning.

Canal trapeizodal utilizando o método de tentativas

Um projeto de irrigação requer 1.500 litros/s de água, que deverá ser conduzida por um
canal de concreto, com bom acabamento (K = 80). A declividade do canal deverá ser de
1 %0 e sua seção trapezoidal com talude de 1 : 0,5 ( V : H ). Qual deve ser a altura útil
do canal, se sua base for de 60 cm.

Dados:
Canal de seção trapezoidal
Q = 1.500 litros / s = 1,5 m3 / s
K = 80 ( coef. de rugosidade de
STRICKLER )
J = 1 %o = 0,1 % = 0,001 m/m
m = 0,5 ( talude da parede do canal )
b = 60 cm = 0,6 metros.
h=?

Q = A.V ( Eq. Continuidade)


V = K.R2/3.J1/2 (Eq. de Strickler)
Portanto: Q = A.K.R2/3.J1/2
Resolvendo pelo Método da Tentativa, devemos encontrar um valor de h que
satisfaça a condição de: A.R2/3=0,593. Para isto, montamos a seguinte tabela auxiliar:

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