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Instituto de Tecnologia
Disciplina: Hidráulica Aplicada
Prof. M.Sc. Rodrigo Rodrigues
1. Hidrometria
No caso de riachos, córregos, para que toda a água aflua para o recipiente, às vezes
torna-se necessária a construção de um pequeno dique de terra a fim de que o recipiente possa
entrar livremente à jusante do dique; neste caso a água é conduzida ao recipiente através de uma
calha qualquer (telha, pedaço de tubo, bambu, etc.). A figura 1, a seguir ilustra essa situação.
No laboratório de hidráulica, a medição direta da vazão pode ser feita num tanque ou
reservatório de dimensões conhecidas (tanque volumétrico). Pode-se, ainda, empregar uma
balança (medição pelo peso), determinando-se a vazão da seguinte forma:
∴ ∴
.
Este método é aplicável a pequenas vazões ( 10 / ); devem ser feitas pelo menos
três medições do tempo e trabalhar com a média.
2.2. Orifícios
2.2.1. Classificação
Quanto às dimensões: pequenos (quando suas dimensões forem muito menores do que a
profundidade e que se encontram; na prática, /3) e grandes ( /3);
3
Quanto à natureza das paredes: parede delgada (a veia líquida toca apenas a face interna
da parede do reservatório; ) e parede espessa (nesse caso, a veia líquida toca
quase toda a parede do reservatório; ; nesse caso, é incluído nos estudos dos
bocais);
Experimentalmente, constata-se que o jato d’água se contrai logo após sair do orifício.
Assim, há um coeficiente de contração dado por:
2 2
Como a área do reservatório é muito maior do que a área do orifício, pode-se considerar
0. A pressão tanto no reservatório quanto no orifício é a pressão atmosférica, portanto,
0. Assim, a aplicação da equação de Bernoulli se reduz a:
. . . 2
. . 2
Exercício 1: Qual a velocidade do jato e qual a descarga de um orifício padrão (Cv = 0,98 e
Cc = 0,61), com 6 cm de diâmetro, situado na parede vertical de um reservatório, com o
centro 3 m abaixo da superfície da água?
5
Exercício 2: Qual o diâmetro que deve ser dado a uma comporta circular de coeficiente de
vazão 0,62 e com o centro a 3 m abaixo do nível do reservatório, para que a mesma dê
escoamento de 200 l/s?
. . 2
Exercício 4: Dado o seguinte esquema de orifício afogado, qual a vazão que escoa no
orifício, sabendo que A = 2,4 cm2, Cc = 0,6, Cv = 0,98, h0 = 5 cm e h1 = 2,5 cm.
6
. . 2
. . 2 .
Onde AR é a área do reservatório. Como esse volume é o mesmo que sai pelo reservatório, tem-
se:
. . . 2 .
Portanto,
.
. . 2
/
. . 2
2. / /
. . 2
Exercício 5: Um tanque retangular de base 5 m x 1,2 m, contém uma lâmina d’água de 1,2
metros de altura. Sabendo-se que para esvaziar o tanque através de um orifício de 100
mm, localizado no fundo do mesmo, gastam-se 10 minutos, calcule o coeficiente de
descarga desse orifício.
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2.3. Bocais
Os bocais são peças tubulares adaptadas aos orifícios com a finalidade de dirigir o jato.
Podem ser classificados em:
Para se determinar a vazão nos bocais, se aplica a fórmula geral deduzida anteriormente
para os orifícios pequenos:
. . 2
São passagens feitas no alto de uma parede por onde a água escoa livremente,
apresentando, portanto, a superfície sujeita à pressão atmosférica.
2.4.1. Classificação
Com contração:
/
1,838 . 0,1 .
/
1,838 . 0,2 .
O vertedor trapezoidal deve possuir inclinação de 4:1 para compensar o efeito das
contrações laterais. Este tipo de vertedor também é denominado de vertedor Cipoletti. Para
determinar a vazão neste tipo de dispositivo, utiliza-se a fórmula:
/
1,86. .
Exercício 9: Determine qual deve ser a largura da soleira de um vertedor trapezoidal para
medir uma vazão de 1700 l/s com uma carga hidráulica de 50 cm.
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2.4.5. Vertedor Retangular de Parede Espessa
Neste caso, a espessura da parede é suficiente para que se estabeleça o paralelismo entre
os filetes, ou seja, a linhas de corrente sejam paralelas, que confere uma distribuição hidrostática
de pressões.
/
0,385. 2 . . .
Exercício 10: Determinar a vazão que escoa em um vertedor retangular que apresenta
largura de soleira de 20 cm, carga hidráulica de 15 cm e espessura da parede igual a 12
cm. Considere o coeficiente de vazão igual a 0,91.
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2.5. Medidores de Regime Crítico
Os medidores de regime crítico mais conhecidos são os medidores Parshall, ou, mais
comumente, as chamadas calhas Parshall. A calha Parshall consta basicamente de três seções:
uma seção com paredes laterais convergentes e o fundo nivelado, uma seção com paredes
paralelas (garganta) e o fundo com declividade, e uma seção (à jusante) com paredes laterais
divergentes e o fundo em aclive. A garganta atua como uma seção de controle, onde ocorrem
velocidade e altura de escoamento críticas, que permitem a determinação da vazão com precisão
com uma única leitura do nível de água na seção convergente da calha.
.
Em que Q = vazão (m3/s); Ho = altura do nível d’água no ponto 0 (m); e n são
coeficientes que variam de acordo com o tamanho da calha (ver Tabela 1). Esta carga pode ser
medida com uma régua junto à parede ou através de um poço lateral de medição que se
comunica com o Parshall.
Segundo Azevedo Netto (1998), o tamanho do medidor Parshall mais conveniente para
qualquer gama de vazão envolve considerações, como largura de canal existente, profundidade
da água nesse canal, perda de carga admissível, possibilidade de vazões futuras diferentes, etc.
Exercício 11: Determinar a vazão que escoa em uma calha Parshall de 3’ (0,915 m) cuja
leitura da carga hidráulica no ponto determinado é de 0,52 m.
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2.6. Medidores Diferenciais para Tubulações
∆
2 2
2 ∆
4 4
2 ∆
2 ∆
2 ∆
. .
4
1
√∆
, . . .
2.6.1. Venturi
∆
. .
1 2
y
.
x
2.6.2. Diafragma
Figura 20 – Diafragma.
2.8. Rotâmetros
Para cada vazão existe uma altura correspondente do flutuador, uma vez que a área da
passagem existente entre o flutuador e as paredes do tubo varia.
Figura 22 – Rotâmetro.
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2.9. Hidrômetros
Figura 23 – Hidrômetro.
Em que:
3. Determinação da Velocidade
3.1. Flutuadores
Este método possui pouca precisão, sendo usado normalmente em cursos d'água onde é
impraticável a medição por outros métodos.
A determinação do tempo que o flutuador leva para percorrer o trecho escolhido deve
ser feita pelo menos três vezes, usando-se a média.
Figura 24 – Flutuadores.
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3.2. Molinetes
Uma estação hidrométrica é uma seção do rio, com dispositivos de medição do nível da
água (réguas linimétricas ou linígrafas, devidamente referidos a uma cota conhecida e
materializada no terreno), facilidades para medição de vazão (botes, pontes, etc.) e estruturas
artificiais de controle, se for necessário.
As escalas, no caso de não serem de placas de ferro, devem ser pintadas de branco
pelo menos uma vez ao ano;
Quando as escalas forem fixadas em estacas, verificações de nivelamento deverão
ser feitas pelo menos duas vezes ao ano;
As seções de medição deverão ser livres de vegetação junto às margens;
Os observadores terão sob sua responsabilidade as réguas, os RNs, as estacas
existentes no posto fluviométricos e todos os demais equipamentos deixados no
local;
As equipes que visitarem um posto fluviométrico, procedendo ou não a medição de
descarga, devem enviar relatórios para informar o estado do posto.
Bibliografia
AZEVEDO NETO, J. M. (1998). Manual de Hidráulica. 669p. São Paulo. Ed. Edgard
Blucher.
PORTO, R.M. (1998). Hidráulica Básica. 519p. São Carlos (SP). Ed. EESC/USP.