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HIDRÁULICA 2

ORIFÍCIOS
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https://youtu.be/xsbqjAlpcE4
HIDROMETRIA
HIDROMETRIA é a parte da Hidráulica que trata
de assuntos tais como:
◼ Medição das vazões;
◼ Velocidade dos líquidos em tubos ou canais;
◼ Profundidade e variação do nível da água;
◼ Medida das seções de escoamento e das
pressões;
◼ Ensaio de bombas e turbinas.
MEDIÇÃO DAS VAZÕES: MÉTODO
DIRETO
Volume( v )
Vazão(Q ) =
Tempo(T )

O volume v pode ser dado em litros ou


metros cúbicos e o tempo T em minutos ou
segundos, dependendo da magnitude da
vazão medida.
Mede-se o tempo necessário para que
a água preencha completamente um
reservatório com volume conhecido.
MEDIÇÃO DAS VAZÕES: MÉTODO
DIRETO
Aplicação do método direto:

Pequenas descargas, tais


como nascentes, canalizações de
pequeno diâmetro e em
laboratório para medir a vazão
de aspersores e gotejadores.
V
Obs.: Quanto maior o tempo de
determinação, maior a precisão.
T=?
ORIFÍCIOS
O que são?
São aberturas de perímetro fechado e forma geométrica
definida, feitas abaixo da superfície livre da água.

Onde são usados?


Em paredes de reservatórios, de pequenos tanques, canais ou
canalizações.

Para que servem?


Para medir e controlar a vazão.
ORIFÍCIOS

ORIFÍCIO JUNTO AO FUNDO DO RESERVATÓRIO


VELOCIDADE TEÓRICA DA
ÁGUA EM UM ORIFÍCIO

A1, V1, patm 2


V1 patm V 2 2 patm
+ +h= +
2g  2g 

h 2
V2
A2, V2, patm h=
2g
V 2 = 2 gh
Obs.: Q = V2.A2
ORIFÍCIOS

USO DE ORIFÍCIO NA
MEDIÇÃO DE VAZÃO
ORIFÍCIO USADO EM MEDIÇÃO DE
VAZÃO DE POÇO
ORIFÍCIOS: TAMANHOS
Quanto às dimensões:

Pequeno:
Quando suas dimensões
forem muito menores que a
h
profundidade h em que se
encontra.
Na prática, quando: d
d  h/3.
ORIFÍCIOS: TAMANHOS

Grande:

quando d > h/3, sendo


d a altura do orifício. h

d
ORIFÍCIOS: FORMAS
Retangular; circular; triangular, etc.

ORIFÍCIO CIRCULAR ORIFÍCIO RETANGULAR


ORIFÍCIOS: NATUREZA DAS PAREDES

Parede delgada (e < d):

A veia líquida toca apenas


a face interna da parede do d
reservatório.

e
ORIFÍCIOS: NATUREZA DAS PAREDES

Parede espessa (e  d):


e
O jato toca quase toda a
parede do reservatório.
Esse caso será visto no d
estudo dos bocais.
SEÇÃO CONTRAÍDA
As partículas fluidas afluem
ao orifício, vindas de todas as
direções, em trajetórias curvilíneas.
Ao atravessarem a seção do
orifício continuam a se mover em
trajetórias curvilíneas.
As partículas não mudam
bruscamente de direção, obrigando
o jato a contrair-se um pouco além
do orifício.
Causa: A inércia das partículas de
água que continuam a convergir
depois de tocar as bordas do
orifício.
SEÇÃO CONTRAÍDA

CONTRAÇÃO DA VEIA LÍQUIDA


SEÇÃO CONTRAÍDA

Podemos calcular o
coeficiente de contração (CC),
que expressa a redução no
diâmetro do jato:

CC = Ac / A

◼Ac = área da seção contraída


◼A = área do orifício.
QUANTO À POSIÇÃO DA PAREDE

◼ Vertical
◼ Inclinada,
◼ Inclinada para jusante
◼ Parede horizontal.
h
OBS: Quando a parede é
horizontal e h < 3d surge o
vórtice, que afeta o d
coeficiente de descarga.
ORIFÍCIOS - CLASSIFICAÇÃO:
CONTRAÇÃO DA VEIA LÍQUIDA

CONTRAÇÃO COMPLETA CONTRAÇÃO INCOMPLETA


(EM TODAS AS FACES DO (SÓ NA PARTE DE CIMA DO
ORIFÍCIO) ORIFÍCIO)
CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd
PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA

Para orifícios retangulares, Cd assume o


valor de C’d, como mostrado abaixo:
C’d = Cd. (1 + 0,15.k)
perímetro da parte em que há supressão da contração
k=
perímetro total do orifício

b
Perímetro total = 2.(a+b)
a
CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd
PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA

b
k=
2.(a + b )

a+b
k=
2.(a + b )
2.a + b
k=
2.(a + b )
CORREÇÃO DO COEFICIENTE Cd
PARA CONTRAÇÃO INCOMPLETA
Para orifícios circulares, temos:
C’d = Cd. (1 + 0,13.k)
◼ Para orifícios junto a uma parede lateral, k =
0,25;
◼ Para orifícios junto ao fundo, k = 0,25;
◼ Para orifícios junto ao fundo e a uma parede
lateral, k = 0,50;
◼ Para orifícios junto ao fundo e a duas
paredes laterais, k = 0,75.
VELOCIDADE REAL
Na prática a velocidade real (Vr) na
seção contraída é menor que a velocidade
teórica (Vt) devido a:
◼ Atrito externo;
◼ Viscosidade.

Chama-se de Cv (coeficiente de velocidade) a


relação entre Vr e Vt.
VELOCIDADE REAL
Cv=
Vr
V r =Cv.Vt
Vt
Cv é determinado experimentalmente e é
função do diâmetro do orifício (d), da carga
hidráulica (h) e da forma do orifício. Na prática pode-
se adotar Cv = 0,985.
Definindo como coeficiente de descarga (Cd) ao
produto Cv x Cc, temos:
Cd = Cv . Cc
Na prática adota-se Cd = 0,61
VELOCIDADE REAL
Vt = Cd . 2 gh
Esta equação dá a velocidade real do jato
no ponto 2.
Lembrando que Vazão = velocidade x área
(Q = V.A, portanto V = Q/A), temos:

Q = Cd . A. 2 gh VAZÃO REAL ATRAVÉS


DO ORIFÍCIO
EXERCÍCIOS

◼ 1) Qual a velocidade do jato e qual a descarga


de um orifício padrão (cv = 0,98 e cd = 0,61),
com 6 cm de diâmetro, situado na parede
vertical de um reservatório, com o centro 3 m
abaixo da superfície da água ?
◼ 2) Qual o diâmetro que deve ser dado a uma
comporta circular de coeficiente de vazão 0,62
e como centro a 2 m abaixo do nível do
reservatório, para que a mesma dê
escoamento de 500 l/s ?
◼ 3) A velocidade na seção contraída do jato que sai de
um orifício de 5 cm de diâmetro, sob uma carga de
4,5 m é de 9,1 m/s. Qual o valor dos coeficientes de
velocidade, contração e descarga, sabendo-se que a
vazão é de 11,2 l/s.
◼ 4) Um tanque fechado é dividido em duas partes que
se comunicam por um orifício de 5cm de diâmetro.
Num dos compartimentos o nível da água fica a 2,4 m
do centro do orifício e, no espaço acima da superfície,
a pressão é de 1,4 Kgf/cm2; no outro compartimento,
o orifício fica descoberto, e a pressão indicada por um
vacuômetro é de 25 cm de Hg. Calcular a velocidade
do jato e a descarga no orifício sendo cv = 0,97 e cd =
0,61.
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES

Quando h1 é
muito diferente de h2,
o uso da altura média h1
h2 h
de água h sobre o
centro do orifício de
diâmetro D para o
cálculo da vazão, não é D
recomendado.
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES

Razão:
A velocidade da água no centro de
um orifício grande é diferente da
velocidade média do fluxo neste orifício.
Chamando de D o diâmetro, diz-se
que um orifício é grande quando:
H < 2D
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES
Orifício retangular grande
(projeção)

h1
h2 h

dh

L
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES

Como calcular a vazão de um orifício grande?

É possível calcular a vazão que escoa


através de uma seção de área infinitesimal dS do
orifício grande:
dS = L.dh

Esta seção reduzida é um orifício pequeno. Então


vale a equação:
Q = Cd .S . 2 gh
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES

Fazendo S = L.h, a vazão através de dS será:

dQ = Cd .L.dh 2 gh

Se a vazão através da área dS pode ser


dada pela equação acima, então, integrando-se a
mesma entre os limites h1 e h2, teremos a vazão
total do orifício.
VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES
h1
Q = Cd .L. 2 g  h .dh
h2

.Cd .L. 2. g .(h 23 / 2 − h13 / 2 )


2
Q=
3

2  h 23 / 2 − h13 / 2 
ou Q = .Cd .S . 2. g . 
3  h 2 − h1 

EQUAÇÕES DA VAZÃO EM ORIFÍCIOS GRANDES


ESCOAMENTO COM NÍVEL
VARIÁVEL
Durante o esvaziamento de um
reservatório por meio de um orifício de
pequena dimensão, a altura h diminui com o
tempo.
Com a redução de h, a vazão Q também
irá decrescendo.
Problema: Como determinar o tempo para
esvaziar ou retirar um volume v do
reservatório?
ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL

Num pequeno intervalo de tempo dt a vazão que


passa pelo orifício será:

Q = Cd .S . 2 gh

E o volume infinitesimal escoado será:

dv = Cd .S . 2 gh .dt
Obs: Lembrar que v = Q . t
ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL

Nesse mesmo intervalo de tempo, o nível de


água no reservatório baixará de uma altura dh,
o que corresponde ao volume:

dv = Ar.dh

S = área do orifício (m2);


Ar = área do reservatório (m2);
t = tempo necessário par o esvaziamento (s).
ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL

Igualando as duas Ar .dh = Cd .S . 2. g .h .dt


expressões que fornecem
o volume, podemos isolar Ar.dh
o valor de dt: dt =
Cd .S . 2. g.h

h1
Ar
 .dh
−1 / 2
Integrando-se a t= h
Cd .S . 2. g h2
expressão entre dois
níveis, h1 e h2, obtemos
o valor de t. t=
2. Ar
(h11/ 2 − h21/ 2 )
Cd .S . 2. g
ESCOAMENTO COM NÍVEL VARIÁVEL

Quando o esvaziamento é completo,


h2 = 0 e h1 = h

Expressão aproximada,
já que quando h < 3
2. Ar vezes o diâmetro do
t = . h
Cd .S . 2. g orifício, este não poderia
mais ser considerado
pequeno.
ESVAZIAMENTO DE RESERVATÓRIOS:
EQUAÇÃO SIMPLIFICADA

O tempo para o esvaziamento


total de um reservatório de área
constante, através de um orifício
pequeno, pode ser estimado através
hi da equação:
d T = 2Vi / Qi

Vi o volume inicial de líquido


hi contido no reservatório;

Qi a vazão inicial que ocorre quando


h = hi (altura de água no início do
esvaziamento).

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