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Orifícios,

bocais, tubos
curtos e
vertedores
Orifícios são perfurações, geralmente de forma geométrica
definida, feitas abaixo da superfície livre do líquido em
paredes de reservatórios, tanques canais ou canalizações.
Vertedores são aberturas que alcançam a superfície do
líquido.
Escoamento em orifícios
• classificação dos orifícios:
• quanto à forma:
• circulares,
• retangulares,
• Triangulares, etc;
• quantas dimensões relativas:
• pequenos e grandes;
• quanto à natureza das paredes:
• delgadas e espessas
Teorema de Torricelli
Orifícios pequenos (diâmetro 1/10 da profundidade h ) em paredes delgadas
Em orifícios pequenos pode-se admitir que todas as partículas
atravessam orifício animadas da mesma velocidade, sob a mesma carga h.
𝐴2
𝐶𝑐 =
𝐴
O coeficiente de contração Cc da veia é a
relação entre a área da sessão contraída e a
área do orifício.
O valor médio prático de Cc é 0,62.
Experimentalmente, constata-se que os filetes líquidos tocam as bordas de
um orifício e continua convergir depois de passarem por este, até uma seção
A2, no qual o jato terá uma área sensivelmente menor que a do orifício.
A seção A2 é denominada seção contraída (vena contracta).
Teorema Geral de Bernoulli

𝑣02 𝑝𝑎 𝑣12 𝑝1 𝑣22 𝑝2


+ +ℎ = + = +
2𝑔 𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔 𝛾

Se p2 = pa
𝑝𝑎 − 𝑝2
𝑣2 = 2𝑔 ( ℎ + ) 𝑣2 = 2𝑔ℎ
𝛾
A velocidade v2 teórica não leva em consideração as perdas de cargas
existentes. A velocidade real v2,R é menor que a velocidade teórica e,
por isso, é necessário um coeficiente de correção, o coeficiente de
redução de velocidade Cv (menor que a unidade).
𝑣2,𝑅
𝐶𝑣 =
𝑣2
𝑄 = 𝐴 ∗ 𝑣 = 𝐴2 ∗ 𝑣2,𝑅 = 𝐴1 ∗ 𝐶𝑐 ∗ 𝐶𝑣 ∗ 2𝑔ℎ
𝑄 = 𝐴 ∗ 𝑣 = 𝐴2 ∗ 𝑣2,𝑅 = 𝐴1 ∗ 𝐶𝑐 ∗ 𝐶𝑣 ∗ 2𝑔ℎ

O coeficiente de descarga ou de vazão será dado pelo produto


𝐶𝑐 ∗ 𝐶𝑣

𝐶𝑑 = 𝐶𝑐 ∗ 𝐶𝑣

Fórmula geral para orifícios pequenos:

𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔ℎ
Orifícios afogados aberto em paredes verticais delgadas
Orifício está afogado quando havia escorre quando a veia escoa em massa
líquida
A expressão de Torricelli pode ser mantida, porém, a carga h será a diferença
entre as cargas montante e jusante.
Os coeficientes de descarga são ligeiramente inferiores aos coeficientes para
orifícios com descarga livre ponto considera-se no entanto essa diferença
desprezível
Orifícios de grandes dimensões
Orifício sob cargas reduzidas
No caso de orifícios grandes, as partículas já não podem ser consideradas,
atravessando uma parede, animadas a mesma velocidade.
Dessa forma não temos como considerar não se pode considerar uma carga
única h.
Sendo b a largura do orifício e h a carga sobre um trecho elementar de
espessura dh, a carga para esse trecho elementar será:
𝑑𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑ℎ ∗ 2𝑔ℎ
A vazão de todo o orifício será obtida pela integração da expressão entre os
limites h1 e h2 (cargas correspondentes ao topo e à base do orifício,
respectivamente).
ℎ2
𝑄 = න 𝐶𝑑 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑ℎ ∗ 2𝑔ℎ
ℎ1

1
ℎ2
𝐶𝑑 ∗ 𝑏 ∗ 2𝑔 ‫׬‬ℎ ∗ ℎ ∗ 𝑑ℎ
2
1

2 3/2 3/2
𝑄= ∗ 𝐶𝑑 ∗ 𝑏 ∗ 2𝑔 ∗ (ℎ2 − ℎ1 ) , sendo 𝐴 = 𝑏 ∗ (ℎ2 − ℎ1 )
3

3/2 3/2
2 ℎ2 − ℎ1
𝑄= ∗ 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔 ∗
3 ℎ2 −ℎ1
Contração incompleta da veia
Para posições particulares dos orifícios, a contração da veia pode ser afetada,
modificada ou mesmo suprimida, alterando-se a vazão.
Para que a contração seja completa, é preciso que o orifício esteja localizado a uma
distância do fundo ou das paredes laterais, pelo menos igual há 2 vezes a sua
menor dimensão.
Nessas condições, aplica se um coeficiente de descarga C’d corrigido

𝐶′𝑑 = 𝐶𝑑 ∗ 1 + 0,15 ∗ 𝑘 para orifícios retangulares


𝐶′𝑑 = 𝐶𝑑 ∗ 1 + 0,13 ∗ 𝑘 para orifícios circulares

• k = 0,25 para um orifício junto a uma parede lateral


• k = 0,25 para um orifício junto ao fundo
• k = 0,50 para um orifício junto ao fundo e a uma parede lateral
• k = 0,75 para um orifício junto ao fundo e duas parede lateral
Perda de carga nos orifícios
vt – velocidade teórica (Torricelli)
2 2
𝑣𝑡𝑣2,𝑅
ℎ𝑓 = −
2𝑔 2𝑔
2
1 𝑣2
ℎ𝑓 = − 1 ∗
𝐶𝑣2 2𝑔

Aplicável a Adufas e Comportas


Escoamento com nível variável
se o nível não for constante, a altura h passará a diminuir com o tempo, em função
do escoamento pelo orifício. Com a redução da carga, a descarga através do orifício
também diminuirá.
Sendo A = área do orifício
AR = área do reservatório (superfície)
t = tempo necessário para o seu esvaziamento, em segundos .
num pequeno intervalo de tempo DT, a vazão será:
𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔ℎ
E o volume descarregado,
𝑉 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔ℎ ∗ 𝑑𝑡
Neste intervalo de tempo, o nível de água no reservatório baixará dh:
𝑉 = 𝐴𝑅 ∗ 𝑑ℎ
logo, 𝐴𝑅 ∗ 𝑑ℎ = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔ℎ ∗ 𝑑𝑡
Isolando dt:
𝐴𝑅 ∗𝑑ℎ
𝑑𝑡 =
𝐶𝑑 ∗𝐴 ∗ 2𝑔ℎ

e integrando-se entre os níveis h1 e h2


𝐴𝑅 ℎ1 −1/2
𝑑𝑡 = ‫ ׬‬ℎ 𝑑ℎ
𝐶𝑑 ∗𝐴 ∗ 2𝑔 ℎ2
obtém-se
𝐴𝑅 ℎ2 −1/2
𝑡= ‫ ׬‬ℎ 𝑑ℎ
𝐶𝑑 ∗𝐴 ∗ 2𝑔 ℎ1

2∗𝐴𝑅 −1/2 −1/2


𝑡= ∗ (ℎ1 − ℎ2 )
𝐶𝑑 ∗𝐴 ∗ 2𝑔

para o esvaziamento completo, h2 = 0 e h1 = h :

2 ∗ 𝐴𝑅
𝑡= ∗ ℎ
𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔
Bocais
bocais são peças especiais adaptadas aos orifícios ou extremidades de
tubos e mangueiras. Têm como função dirigir o jato. Seu comprimento
está compreendido geralmente entre 1,5 e 3 vezes o diâmetro nominal
(DN) do orifício.
A partir daí:
3 a 500 DN – tubulações muito curtas
500 a 4000 DN – tubulações curtas
acima de 4000 DN – tubulações longas
Classificação dos bocais
Interiores ou reentrantes
Cilíndricos
Exteriores
Convergentes
Interiores ou reentrantes
Divergentes
Cônicos
Convergentes
Exteriores
Divergentes
Vazão nos bocais
𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔ℎ

bocais cilíndricos – nos bocais cilíndricos a contração ocorre no interior


destes locais bocais
𝐶𝑑 = 0,5 (reentrante)
𝐶𝑑 = 0,82 (exterior)

bocais cônicos – os bocais cônicos podem ser divergentes ou convergentes


Para bocais convergentes, a descarga máxima ocorre para o ângulo Θ = 13°
30’ e Cd =0,94.
Tubos divergentes com pequena sessão inicial convergente, denominam-se
Venturi.
Experiência de Venturi
Parece paradoxal o fato de a vazão se elevar com adição de um bocal,
pois, com o bocal novo, novos pontos para perdas de energia são
criados .
A pressão média existente na coroa de depressão, que envolve a veia
líquida dentro do bocal, é menor que a pressão atmosférica. Isso foi
verificado por Venturi, que introduziu naquela parte um tubo de vidro
observando-se que a pressão era igual ao valor 0,75 x h1 com um limite
teórico de uma atmosfera (10 m.c.a.).
Tubos curtos

L = 0, orifícios L = DN, orifícios


L = 2DN, bocais L = 3DN, bocais

Quando o comprimento L ultrapassa um grande número de vezes DN,


encontra-se o caso das tubulações
L > n * DN
• Tubos muito curtos: 3DN – 500DN
• Tubos curtos até 4000 DIN
Perda de carga nos orifícios e bocais
1 𝑣22 1 𝑣22 𝑣22
Δℎ1 = −1 ∗ , sendo Cv = 0,82 → Δℎ1 = −1 ∗ ≈ 0,5 ∗
𝐶𝑣2 2𝑔 0,822 2𝑔 2𝑔

Perda de carga nas tubulações retilíneas


em uma tubulação retilínea, além da perda localizada na entrada e da carga
correspondente a velocidade, existe ainda a perda por atrito ao longo das peças
(hf). Sendo assim a perda total de carga h será:

𝑣22 𝑣22
ℎ = 0,5 ∗ + + ℎ𝑓
2𝑔 2𝑔
𝑣22 𝑣22 𝑓 ∗𝐿 ∗ 𝑣 2
ℎ = 0,5 ∗ + +
2𝑔 2𝑔 𝐷𝑁 ∗2𝑔
onde f – coeficiente de atrito.
Condições de entrada nos tubos
• escoamento em regime laminar

• Perfil de equilíbrio : L = 0,13 x Re x DN

• escoamento em regime turbulento 𝑳


= 𝟏𝟎 𝑪𝒅 = 𝟎, 𝟕𝟕
𝑫𝑵
𝑳
= 𝟐𝟎 𝑪𝒅 = 𝟎, 𝟕𝟑
𝑫𝑵
𝑳
= 𝟑𝟎 𝑪𝒅 = 𝟎, 𝟕𝟎
𝑫𝑵
𝑳
= 𝟒𝟎 𝑪𝒅 = 𝟎, 𝟔𝟔
𝑫𝑵
𝑳
= 𝟔𝟎 𝑪𝒅 = 𝟎, 𝟔𝟎
𝑫𝑵
Em uma fábrica encontra-se a instalação indicada no esquema,
compreendendo 2 tanques de chapas metálicas em comunicação por
um orifício circular de diâmetro igual a “d”, seguido de uma descarga
para a atmosfera através de um orifício quadrado com um lado de 0,1
metros, rente ao fundo. Determine o valor máximo de d, para que não
haja transbordamento no segundo tanque.
Em uma estação de tratamento de água, existem 2 decantadores de
5,50 x 16,50 m e 3,50 m de profundidade. Para limpeza e reparos,
qualquer uma dessas unidades pode ser esvaziada por meio de uma
comporta quadrada de 0,30 m de lado, instalada junto ao fundo do
decantador. A espessura da parede é de 0,25 m.
Calcular a vazão inicial na comporta e determinar o tempo necessário
para o esvaziamento do decantador.

2 ∗ 𝐴𝑅
𝑡= ∗ ℎ
𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 2𝑔
Vamos ver qual será o momento dos jatos de distribuidor rotativo de
com 4 braços de 60 cm e tendo cada uma dessas bocas 1 cm de
diâmetro. Vamos considerar a pressão de trabalho igual a 20 mca

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