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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

Disciplina: Mecânica dos Fluidos


Docente: Ivana Braga
Discente: Matheus Gimenes Rosa da Silva
Data: 29/04/2021

Resumo - ESCOAMENTO INTERNO VISCOSO E INCOMPRESSÍVEL

O escoamento de um fluido pode ser classificado como interno ou externo, se


está ocorrendo dentro de algum duto ou sob a superfície de um corpo. Além disso, o
regime de escoamento em um tubo (laminar ou turbulento) é determinado pelo
número de Reynolds.

ρ𝑉𝐷
𝑅𝑒 = µ

Em que se Re < 2300, o escoamento é laminar, 2300<Re<4000 o escoamento está


em transição, e Re>4000 é turbulento.
O escoamento laminar é aquele no qual o fluido escoa em lâminas ou
camadas, não há mistura macroscópica de camadas adjacentes de fluido. O
escoamento turbulento por sua vez, é caracterizado pelas flutuações de velocidade
e pelo movimento altamente desordenado.
Durante o escoamento interno em um tubo circular com velocidade constante,
a região na qual os efeitos das forças de cisalhamento são sentidas é chamada de
camada limite. Já a região de escoamento irrotacional, é a parte que a velocidade
permanece constante e que os efeitos da viscosidade são desprezíveis.
A região da entrada do tubo até o ponto em que o perfil de velocidade está
completamente desenvolvido é chamada de região de entrada hidrodinâmica e o
seu comprimento é Lh.
No escoamento laminar, o comprimento de entrada é dado
aproximadamente por:

𝐿ℎ, 𝑙𝑎𝑚𝑖𝑛𝑎𝑟
𝐷
≈0, 05 𝑅𝑒
No escoamento turbulento, o comprimento de entrada é muito mais curto,
desse modo, a dependência do número de Reynolds é mais fraca, logo, em muitos
escoamentos de tubo torna-se insignificante para além de 10 diâmetros e o valor é
aproximado para:
𝐿ℎ, 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑢𝑙𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐷
≈10
Para o escoamento laminar, estacionário de um fluido incompressível com
propriedades constantes na região completamente desenvolvida de um tubo circular
reto a perda de pressão, decorrente da eficiência da bomba ou turbina, pode ser
definida por:
2
𝐿 ρ𝑉𝑚𝑒𝑑
∆𝑃𝐿 = 𝑓 𝐷 2
2
ρ𝑉𝑚𝑒𝑑
onde é a pressão dinâmica e f é o fator de atrito Darcy:
2
8τ𝑤
𝑓 = 2
ρ𝑉𝑚𝑒𝑑

Para o tubo circular com escoamento laminar:


64µ 64
𝑓 = = 𝑅𝑒
ρ𝐷𝑉 𝑚𝑒𝑑

De modo semelhante, a perda de carga é definida por:


2
∆𝑃𝐿 𝐿 𝑉𝑚𝑒𝑑
ℎ𝐿 = ρ𝑔
= 𝑓 𝐷 2𝑔

A velocidade média do escoamento laminar em um tubo horizontal é:


2
∆𝑃 𝐷
𝑉𝑚𝑒𝑑 = 32μ𝐿

Como o perfil de velocidade é dado por:


2
𝑟
𝑢(𝑟) = 2𝑉𝑚𝑒𝑑 (1 − 2 )
𝑅

, a velocidade máxima ocorre quando r=0, assim a velocidade média do escoamento


laminar completamente desenvolvido em um tubo é a metade da velocidade
máxima.

𝑢𝑚𝑎𝑥 = 2𝑉𝑚𝑒𝑑

O escoamento turbulento é o mais comum na prática da engenharia. É


caracterizado por flutuações aleatórias e rápidas de regiões em redemoinho de
fluido, chamadas de vórtices, em todo o escoamento. Os vórtices em redemoinho
transportam massa, momento e energia para outras regiões do escoamento muito
mais rapidamente do que a difusão molecular, aumentando muito a transferência de
massa, momento e calor. A tensão de cisalhamento total pode ser expressa por:
τ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = τ𝑙𝑎𝑚 + τ𝑡𝑢𝑟𝑏

Seguindo o modelo de turbulência sugerido por Joseph Boussinesq, a tensão


de cisalhamento turbulenta pode ser expressa por:

δ𝑢'
τ𝑡𝑢𝑟𝑏 = − ρ𝑢'𝑣' =µ
𝑡 δ𝑦

onde μt é a viscosidade de vórtice ou viscosidade turbulenta, que contribui para o


transporte de momentos pelos vórtices turbulentos. Assim, a tensão de cisalhamento
total pode ser expressa como:

δ𝑢 δ𝑢
τ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =(µ + µ𝑡 ) = ρ (ν + ν𝑡)
δ𝑦 δ𝑦

onde νt = μt / ρ é a viscosidade cinemática de vórtice ou viscosidade cinemática


turbulenta.
Existem inúmeros perfis de velocidades empíricos para o escoamento
turbulento em tubos. Entre ele, o mais simples e conhecido é o perfil de velocidade
da lei de potência, expresso por:

𝑢 𝑦 1/𝑛 𝑟 1/𝑛
𝑢𝑚𝑎𝑥
= (𝑅) = (1 − 𝑅
)

No escoamento turbulento completamente desenvolvido, o fator de atrito


depende do número de Reynolds e da rugosidade relativa ε/D. O fator de atrito do
escoamento turbulento é dado pela equação de Colebrook, expressa como:

1 ε/𝐷 2,51
= − 2, 0 𝑙𝑜𝑔( 3,7
+ )
𝑓 𝑅𝑒 𝑓

O gráfico dessa equação é conhecido como diagrama de Moody.


As perdas menores, em geral, são expressas em termos do coeficiente de
perda KL. Logo, a perda de carga é determinada por:
2
𝑉
ℎ𝐿 = 𝐾𝐿
2𝑔

Em rede de tubulações em série, a vazão permanece constante através de


todo o sistema, independente do diâmetro do tubo individual. A perda de carga total
é igual à soma das perdas de carga dos tubos individuais.
Para um tubo que se divide em tubos paralelos, a vazão é a soma das vazões
dos tubos individuais, e a perda de pressão de cada tubo individual é igual, sabendo
que a pressão é constante em todos os tubos individuais.
Acerca da medição de vazão e velocidade, sabe-se que há diversos
medidores capazes de medir essas grandezas. Tais como, a sonda de Pitot,
medidores de vazão por deslocamento positivo, medidores de vazão tipo turbina, de
área variável, ultrassônicos, eletromagnéticos, de vórtice, entre outros métodos.

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