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ENGENHARIA MECÂNICA
Tomo 1
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 1 – CQA/UNIP
ENGENHARIA MECÂNICA
TOMO 1
1
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 1 – CQA/UNIP
Questão 1
Questão 1.1
A figura mostra, esquematicamente, uma turbina de alta rotação que aciona um gerador
através de um redutor com engrenagens helicoidais.
O gerador opera com rotação de 50 rad/s (478 rpm) a uma potência de 280 kW. O diâmetro
do eixo de acionamento do gerador deve ser dimensionado pelo Critério de Tresca (mais
conservativo), utilizando um fator de segurança igual a π. O material do eixo é o aço de alta
resistência ASTM-A242 cuja resistência ao escoamento medida no ensaio de tração vale 350
MPa. Considerando o eixo sujeito a torção pura (máx=T.R/J, na qual J=.R4/2) e
desprezando qualquer perda no sistema de transmissão, seu diâmetro mínimo, em mm,
deve ser
A. 20
B. 40
C. 60
D. 80
E. 100
1. Introdução teórica
seja:
𝜏
𝑃=
△𝑡
|𝐹 | ∙ |𝑑 | ∙ cos 𝜃
𝑃=
△𝑡
|𝑑 |
Lembrando que é o módulo da velocidade 𝑣 do corpo, a potência é:
△𝑡
𝑃 = |𝐹 | ∙ |𝑣| ∙ cos 𝜃
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⃗⃗⃗⃗ ∧ 𝑅⃗
𝑣=𝜛
⃗⃗⃗⃗ ∧ 𝑅⃗ | ∙ cos 𝜃
𝑃 = |𝐹 | ∙ |𝜛
⃗⃗⃗⃗ ∧ 𝑅⃗ | = |𝜛
|𝜛 ⃗⃗⃗⃗ | ∙ |𝑅⃗ |
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potência é:
⃗ | ∙ |𝜛
𝑃 = |𝑇 ⃗⃗⃗⃗ | ⃗|= 𝑃
|𝑇 |𝜛
⃗⃗⃗⃗ |
Segundo Riley (2003), o critério de Tresca tem como premissa limitar a máxima
tensão de cisalhamento que ocorre em um ponto, a fim de que neste não haja deformação
plástica. Essa premissa tem como suporte o fato de que o principal mecanismo de
deformação plástica é o mecanismo de escorregamento, que está associado à tensão de
cisalhamento.
De acordo com Hibbeler (2004), as tensões principais em uma torção possuem o
mesmo valor e sinais contrários. O valor dessas tensões é igual ao da tensão de
cisalhamento máxima. Isso pode ser observado na figura 3.
Figura 3. Tensões principais no círculo de Mohr de uma barra solicitada à torção (MILFONT, 2009).
𝜎1 = −𝜎3 = 𝜏𝑚á𝑥
𝜎𝑒𝑞 = 𝜎1 − 𝜎3
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𝜎 𝜎𝑒 𝜎𝑒 𝜎𝑒
𝑠 = 𝜎𝑒 = 𝜎 ou 𝜎𝑒𝑞 = ==> 𝜎1 − 𝜎3 =
𝑒𝑞 1 −𝜎3 𝑠 𝑠
2. Indicações bibliográficas
FRANÇA, L. N. F.; MATSUMURA, A Z. Mecânica Geral. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.
HALLIDAY, D. Fundamentos de Física: Mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2009, v. 1.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. São Paulo: Pearson, 2004.
JUVINALL, R. C.; MARSHEK, K. M. Fundamentos do projeto de componentes de
máquinas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
RILEY, W. F.; STURGES, L. D.; MORRIS, D. H. Mecânica dos materiais. Rio de Janeiro:
LTC, 2003.
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que a resposta A fosse correta, seria necessário que a potência
fornecida ao sistema fosse igual a 35 kW. Se o leitor, equivocadamente, considerasse que a
velocidade angular fosse igual à rotação em Hz, o resultado seria aproximadamente 20 mm.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que a resposta B fosse correta, a possibilidade mais evidente seria
entender que o problema pede o diâmetro do eixo e não o raio. Outra possibilidade que
fornece resultado aproximado é considerar, equivocamente, o momento de torção como
sendo:
𝑘𝑁𝑚
280
𝑇= 𝑠 = 44,6𝑘𝑁𝑚
𝑟𝑎𝑑
2𝜋 𝑠
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C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que a resposta C fosse correta, uma possibilidade seria considerar a
resposta como sendo o diâmetro e o dimensionamento como 𝜎𝑒𝑞 = 𝜁𝑚á𝑥 .
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Com os dados fornecidos, o momento de torção no eixo é 5,6 kNm,
conforme indicado nos cálculos a seguir.
𝑘𝑁𝑚
𝑃 280 𝑠
𝑇= = = 5,6𝑘𝑁𝑚 = 5,6 × 106 𝑁𝑚𝑚
𝜔 𝑟𝑎𝑑
50 𝑠
Com esse valor e com as expressões fornecidas no exercício (ζmáx=T.R/J, na qual J=π.R4/2),
ζmáx fica:
5,6 × 106 𝑁𝑚𝑚 × 𝑅 11,2 × 106
𝜁𝑚á𝑥 = = 𝑁𝑚𝑚
𝜋 × 𝑅4 𝜋 × 𝑅3
2
Segundo Tresca, a tensão equivalente (𝜎𝑒𝑞 ) pode ser escrita como 𝜎𝑒𝑞 = 𝜎1 − 𝜎3 . No caso da
torção pura, como 𝜎1 = −𝜎3 = 𝜏𝑚á𝑥 , temos que 𝜎𝑒𝑞 = 𝜎1 − 𝜎3 = 2 × 𝜁𝑚á𝑥 . Sendo assim:
22,4 × 106
𝜎𝑒𝑞 = 𝑁𝑚𝑚
𝜋 × 𝑅3
Utilizando o fator de segurança igual a 𝜋, e indicando a tensão de escoamento por 𝜎𝑒 , o
dimensionamento fica:
22,4 × 106 𝜎𝑒
𝜎𝑒𝑞 = 3
𝑁𝑚𝑚 =
𝜋×𝑅 𝜋
𝑁
22,4 × 106 350
𝑁𝑚𝑚 = 𝑚𝑚2
𝜋×𝑅 3 𝜋
𝑅 = 40𝑚𝑚
Logo, o diâmetro é d = 2.R = 2.40 = 80 mm.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A possibilidade que forneceria um resultado aproximado seria considerar a
resposta como sendo o diâmetro e a tensão limite de escoamento como sendo metade do
valor fornecido.
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Questão 2
Questão 2.2
Durante um teste de aterrissagem em pista molhada, foram medidas as deformações
específicas em um ponto da fuselagem de um avião, utilizando extensômetros elétricos
(strain gages), e as tensões correspondentes foram calculadas, resultando nos valores,
expressos em MPa, apresentados na figura.
Com base nessas tensões e considerando o material da fuselagem elástico linear, conclui-se
que este é um ponto sujeito a um (a)
A. Cisalhamento puro.
B. Estado uniaxial de tensão.
C. Estado plano de deformações.
D. Tensão cisalhante máxima superior a 5 MPa.
E. Tensão normal máxima de tração igual a 10 MPa.
1. Introdução teórica
Estado de tensões
𝜎𝑦 − 𝜎𝑥
𝜏= 𝑠𝑒𝑛2𝜃 + 𝜏𝑥𝑦 𝑐𝑜𝑠2𝜃
2
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tensão normal que forma ângulo com a direção x e é a tensão de cisalhamento atuante
no plano cuja normal é a direção de (GERE, 2003).
Por serem expressões cíclicas, possuem valores máximos e valores mínimos que,
segundo Gere (2003), valem:
𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2
𝜎1 = + √( 2
) + 𝜏𝑥𝑦
2 2
𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2
𝜎2 = − √( 2
) + 𝜏𝑥𝑦
2 2
𝜎𝑥 − 𝜎𝑦 2
𝜏𝑚á𝑥 = √( 2
) + 𝜏𝑥𝑦
2
máximo
X
xy 2j
2 y 1
x
-xy Y
mínimo
Figura 2. Círculo de Mohr (adaptado de NORTON, 2004).
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2. Indicações bibliográficas
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(MPa)
9.04
5.00
(MPa)
5.00
5.00 10.00
6.57 11.51
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No cisalhamento puro, a tensão normal média é igual a zero. Na figura 3, a
tensão normal média é igual a 2,5 MPa.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A figura do enunciado mostra um estado plano de tensões. Para que fosse
um estado uniaxial de tensões, seria necessário que apenas existisse uma das tensões de
direção perpendicular à aresta do quadrado (ou a de 10 MPa ou a de -5 MPa).
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A figura do enunciado mostra um estado plano de tensões.
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA.
Para que a tensão xy=5 MPa seja máxima, é necessário que as tensões normais
indicadas tenham o mesmo valor.
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A figura mostra um estado plano de tensões com x=10 MPa, y=-5 MPa e xy=5 MPa.
Quando esses valores são substituídos na expressão que fornece a tensão de
cisalhamento máxima, temos:
𝜎𝑥 −𝜎𝑦 2 10−(−5) 2
𝜏𝑚á𝑥 = √( 2
) + 𝜏𝑥𝑦 𝜏𝑚á𝑥 = √( ) + 52 𝜏𝑚á𝑥 = 9,01 MPa
2 2
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA.
Para que a tensão de 10 MPa seja máxima, é necessário que no plano cuja normal é a
direção da tensão a tensão de cisalhamento seja nula e isso não está mostrado na figura
do enunciado.
Quando substituímos os valores das tensões da figura do enunciado na expressão da
tensão máxima, encontramos:
10+(−5) 10−(−5) 2
𝜎1 = + √( ) + 52 𝜎1 = 2,5 + 9,01 𝜎1 = 11,51 𝑀𝑃𝑎.
2 2
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Questão 3
Questão 3.3
No estado plano de tensões, as tensões principais σ1 e σ2 podem ser utilizadas para efeito
de dimensionamento e análise de falhas em componentes estruturais. No gráfico, estão
representados os eixos relativos a essas tensões principais e as curvas de limite de
resistência, segundo os critérios de Tresca e de Von Mises, onde Y representa a tensão de
escoamento do material.
1. Introdução teórica
Critérios de resistência
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De acordo com essa teoria, não ocorrerá falha quando o estado de tensões produzir
as tensões principais (σ1 e σ2) tais que, ao serem representadas no gráfico, forem
coordenadas de um ponto dentro do polígono.
A teoria da máxima energia de distorção baseia-se no fato de que qualquer material
elástico sujeito a determinado estado de tensões sofre variação de forma e/ou volume. A
energia necessária para essa deformação fica armazenada como energia elástica
(HIBBELER, 2004).
Essa teoria relaciona a energia de deformação absorvida no regime elástico de um
ensaio de tração com a armazenada no corpo pelo estado de tensões a que ele está
submetido. Existe a falha quando a energia de distorção por unidade de volume material é
igual ou ultrapassa a energia de distorção por unidade de volume do mesmo material em
um ensaio de tração simples.
Quando se traça, para um estado plano de tensões, um gráfico semelhante ao da
teoria de Tresca, obtém-se uma elipse como a mostrada na figura 2.
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Figura 3. Gráfico da teoria de Tresca comparado ao da teoria de Von Mises (adaptado de JUVINALL, 2008).
2. Indicações bibliográficas
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. As tensões σ1 = σY/2 e σ2 = -σy/2 apresentadas no gráfico que mostra as
regiões de falha (figura 4) produzem um ponto dentro da região compreendida pela elipse.
Para essa situação, segundo o critério de Von Mises, não ocorre falha.
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B – Alternativa incorreta
JUSTIFICATIVA. A condição de falha para o critério de Von Mises é que o ponto esteja fora
da área compreendida pela elipse. Um ponto fora do polígono de seis lados pode não estar
fora da área delimitada pela elipse. Existe uma região entre a elipse e o polígono em que,
segundo o critério de Von Mises, não ocorre falha.
C – Alternativa incorreta
JUSTIFICATIVA. A figura 5 mostra um ponto gerado por tensões, sendo uma delas maior
Figura 5. Regiões de falha para os critérios de Tresca e Von Mises com uma das tensões pricipais maior do que y.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Um ponto sujeito às tensões σ1 = σY e σ2 = -σy falha no critério de Tresca,
pois essas tensões geram um ponto no gráfico fora da região limitada pelo polígono de seis
lados. Isso é observado na figura 6.
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Figura 6. Regiões de falha para os critérios de Tresca e Von Mises com tensões pricipais y e -y.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Um ponto entre o polígono de seis lados e a elipse representa uma
condição de falha para o critério de Tresca e não representa uma condição de falha pelo
critério de Von Mises.
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Questão 4
Questão 4.4
Os aços ABNT 1020 não são temperáveis. Isto ocorre por que:
A. É baixo o teor de carbono desses aços, e o cotovelo da curva TTT toca o eixo das
ordenadas.
B. Trincam-se quando submetidos a um resfriamento rápido.
C. Possuem elementos de liga que deslocam o cotovelo da curva TTT para a esquerda.
D. Só possuem fase austenítica.
E. Somente os aços-ligas são passíveis de têmpera, pois os aços comuns ao carbono não
são.
1. Introdução teórica
1.1. Aços
4
Questão 26 – Enade 2008.
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Curva TTT
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Têmpera
(a) (b)
Figura 5. Diagramas TTT para aços hipoeutetoide (a) e eutetoide (b) (CHIAVERINI, 2005).
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2. Indicações bibliográficas
NBR NM ISO 4948-1; 2000 - Classificação dos aços não ligados e ligados.
ASKELAND, D. R. Ciência e Engenharia dos Materiais. São Paulo: Cengage Learning,
2008.
CALLISTER Jr., W. D. Ciência e Engenharia de Materiais – uma introdução. Rio de
Janeiro: LTC, 2008.
CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e
Materiais, 2005.
COLPAERT, H. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. São Paulo: Edgard
Blucher, 2008.
FREIRE, J. M. Materiais de construção mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 1983
PADILHA, A. F.; Materiais de Engenharia – microestrutura e propriedades. São Paulo:
Hemus, 2007.
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Como o aço ABNT 1020 é um aço ao carbono com 0,20% de carbono, é um
aço hipoeutetoide. Nesse tipo de aço, a curva para início da transformação desloca-se para a
esquerda e toca o eixo das temperaturas, fazendo com que, mesmo em velocidades de
resfriamento muito altas, ocorra a transformação de fase da austenita.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Segundo Freire (1983), a origem das trincas provocadas pelo resfriamento
está associada à velocidade do resfriamento, podendo aparecer em qualquer liga,
independentemente do teor de carbono.
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C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os aços ABNT-1020 são os chamados aços ao carbono, não havendo
elementos de liga que provocam alteração no comportamento mecânico do material. Os
elementos encontrados, além do Fe e do C, estão em porcentagens tais que são
considerados impurezas (NBR NM ISO 4948-1;2000). A posição das curvas no diagrama TTT
depende exclusivamente do teor de C.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Para que um aço possua fase austenítica na temperatura ambiente é
necessário que a transformação de fase não ocorra. Quando isto acontece, há martensita na
estrutura, característica dos materiais temperáveis.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os aços ao carbono são passíveis de têmpera, dependendo do teor de
carbono na liga.
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Questão 5
Questão 5.5
O alumínio é um metal que, em volume de produção, só é superado pelos ferrosos. Analise
as afirmações a seguir sobre esse material.
I. Apresenta baixa condutividade térmica e, por isso, é usado como matéria-prima para
fabricação de panelas.
II. Tem grande aplicação na indústria aeronáutica por possuir baixa relação
resistência/peso.
III. Trata-se de um metal com baixo ponto de fusão e, portanto, não é recomendado em
aplicações com temperaturas superiores a 150°C.
IV. Possui boa resistência à corrosão, com aplicação na construção civil e na indústria
automotiva, e pode ser 100% reciclado.
Estão corretas as afirmações
A. I e III, apenas.
B. II e III, apenas.
D. I, II e IV, apenas.
1. Introdução teórica
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W
Condutividade Térmica ( ) 237 50 4,74
m.K
Comparado ao aço, o alumínio possui ponto de fusão bem mais baixo, massa
específica menor e limite de resistência inferior. A relação entre o limite de resistência e a
massa específica para o alumínio é 29,6x10-3 e para o aço é 51,2x10-3.
As ligas de alumínio podem ser trabalhadas, chegando a possuir limites de resistência
em torno de 200 MPa (DIETER, 1999). Nessa situação, a relação entre o limite de resistência
e a massa específica é igual a 74,1x10-3, 44,73% maior do que o do aço.
Como todo metal, o alumínio é passível de reciclagem, pois pode ser fundido
novamente e, a partir do produto fundido, constroem-se novas peças e equipamentos
(CALLISTER, 2008).
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2. Indicações bibliográficas
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ao contrário da afirmativa I, o alumínio apresenta boa condutividade
térmica (4,74 vezes a do aço) e, exatamente por isso, é usado na fabricação de panelas.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Ao contrário da afirmativa II, a aplicação na aeronáutica se dá pelo fato de
a relação resistência/massa ser maior do que a da maioria dos materiais.
C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A afirmativa III está correta, na medida em que o ponto de fusão é
relativamente baixo. A afirmativa IV mostra que a formação da camada passiva impede a
penetração do oxigênio, fazendo com que o alumínio apresente elevada resistência à
corrosão.
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D e E – Alternativas incorretas.
JUSTIFICATIVA. Ao contrário da afirmativa I, o alumínio apresenta boa condutividade
térmica e, exatamente por isso, é usado na fabricação de panelas. Ao contrário da afirmativa
II, a aplicação na aeronáutica se dá pelo fato de a relação resistência/massa ser maior que a
da maioria dos materiais.
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Questão 6
Questão 6.6
O gráfico abaixo representa a curva tensão x deformação de um determinado aço, obtida
em um teste de tração.
1. Introdução teórica
Ensaio de tração
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Nesse ensaio, são utilizados corpos de prova padronizados, como o mostrado no item
(b) da figura 1, em equipamentos chamados máquinas de ensaios de tração, que provocam
um afastamento de suas extremidades, de maneira lenta e progressiva. O item (a) da figura
1 é um desses equipamentos (EMIC, 2010).
(a) (b)
Figura 1. (a) Máquina universal de ensaios (EMIC, 2010) – (b) Corpos de prova para ensaio de tração (adaptado de
SOUZA, 2000).
Aplica-se uma carga de tração que cresce com o tempo, até que ocorra a ruptura do
corpo de prova. Durante o ensaio, é medido o alongamento (L) que o corpo de prova sofre
e a resistência ao avanço (Q), correspondente a cada alongamento (SOUZA, 2000).
Q ΔL
σ= ε=
π×d20 L0
4
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Na figura 3, é possível distinguir duas regiões: a região elástica (que ocorre antes do
escoamento) e a região plástica (que ocorre após a região elástica e vai até a ruptura).
Na região elástica, pressupõe-se que a ausência de esforço está relacionada à
ausência de deformação. Nessa região vale a Lei de Hooke, que afirma ser a tensão (σ)
proporcional à deformação (). A proporcionalidade entre a tensão e a deformação é dada
por uma característica do material, chamada de módulo de elasticidade (E). A expressão da
Lei de Hooke é:
𝜎 =𝐸×𝜀
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2. Indicações bibliográficas
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A tensão no ponto C não corresponde ao limite de proporcionalidade. O
limite de proporcionalidade está sobre a reta que representa a Lei de Hooke, dentro da
região elástica, indicado pelo ponto B. O ponto C está no limite da região de escoamento.
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B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A fratura não ocorre no ponto D. O ponto D marca o limite de resistência
do material. A fratura ocorre no ponto E.
C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O módulo de elasticidade do material pode ser obtido pela inclinação do
trecho AB. A proporcionalidade entre a tensão e a deformação é dada por uma característica
do material chamada de módulo de elasticidade (E). A expressão da Lei de Hooke é escrita
como (SOUZA, 2000):
𝜎 =𝐸×𝜀
tg=/=E
Figura 4. Determinação do módulo de elasticidade pela inclinação do trecho reto de um diagrama tensão–deformação.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O limite elástico do material não ocorre no ponto E; nesse ponto ocorre a
fratura.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No gráfico apresentado, a região de escoamento é aquela logo após o
ponto C, terminando no início da curva que tem como máximo o ponto D e encerra-se no
ponto E. O limite de escoamento, em geral, é marcado como sendo o menor valor
encontrado na região de escoamento. O ponto D marca o limite de resistência do material.
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Questão 7
Questão 7.7
Os aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos não permitem o endurecimento por meio de
têmpera.
PORQUE
Nos aços inoxidáveis ferríticos, independentemente da velocidade de resfriamento, a
estrutura é sempre ferrítica e, nos aços inoxidáveis austeníticos, a presença do níquel como
elemento de liga estabiliza a austenita.
Analisando essas afirmativas, conclui-se que
A. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
D. A primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
E. As duas afirmativas são falsas.
6
1. Introdução teórica
Aços inoxidáveis
Os aços com teor elevado de cromo (11% ou mais) oferecem resistência à corrosão
muito maior que as apresentadas pelos aços carbono comuns, sendo chamados de aços
inoxidáveis (SCHAKELFORD, 2008).
Em função de sua microestrutura básica, encontrada na temperatura ambiente, eles
podem ser classificados em martensíticos, ferríticos ou austeníticos.
Os aços martensíticos, após resfriamento rápido a partir da zona de solubilização,
apresentam estrutura caracterizada pela presença de martensita. Em geral, possuem entre
12 e 17% de cromo e entre 0,1 e 0,5% de carbono. Uma característica apresentada por
esses aços é o fato deles serem ferromagnéticos (SCHAKELFORD, 2008).
Os aços inoxidáveis martensíticos sofrem a operação de têmpera, que transforma a
ferrita em austenita e a esta última em martensita durante o resfriamento. Após a têmpera,
o carbono forma parte da fase martensítica e não está disponível para ser precipitado como
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carboneto de cromo. Ou seja, a resistência à corrosão desses aços está vinculada à têmpera
(CHIAVERINI, 2005). A figura 1 é uma micrografia de um aço inoxidável martensítico na
qual é possível observar apenas grãos de martensita.
Dos três tipos de aço, o austenítico é aquele que apresenta a maior resistência à
corrosão e a mais baixa taxa de escoamento, sendo indicado para o trabalho a frio (FREIRE,
1983).
2. Indicações bibliográficas
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Nos ferríticos, ocorre a transformação de fase, independentemente da
velocidade de resfriamento, e sua estrutura será sempre ferrítica. Nos austeníticos, cuja
porcentagem de carbono não ultrapassa 0,25%, a presença do níquel, que varia entre 3,5 e
14%, estabiliza a austenita, não permitindo que ela se transforme em ferrita, mantendo-se
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B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O que transforma um aço inoxidável ferrítico em austenítico é a presença
do níquel na sua composição química. Assim, a segunda afirmação justifica a primeira.
C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As duas afirmativas são verdadeiras.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As duas afirmativas são verdadeiras.
E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. As duas afirmativas são verdadeiras.
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Questões 8 e 9
Questão 8.8
Considere o diagrama de equilíbrio Fe-C para teores de carbono até 6,7%, mostrado na
figura a seguir.
a. 7
40
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Questão 9. 9
Considere o diagrama de equilíbrio Fe-C para teores de carbono até 6,7%, mostrado na
figura a seguir.
ESTÃO
Os ferros fundidos denominados hipoeutetoides são ligas de Fe-C que possuem teor de
carbono entre, aproximadamente, 2,0 e 4,3%.
PORQUE
A liga binária Fe-C com teor de carbono de 4,3% corresponde à liga de mais baixo ponto de
solidificação ou fusão (temperatura de 1148 °C), sendo esta liga denominada eutética.
Analisando essas afirmativas, conclui-se que
A. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
B. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
C. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
D. A primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.
E. As duas afirmativas são falsas.
8
1. Introdução teórica
9
42
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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 1 – CQA/UNIP
As ligas com teor inferior a 2,11% de C são chamadas de aços e as ligas com teor
superior são chamadas de ferro fundido (CHIAVERINI, 1986).
Quando o teor de carbono é igual a 0,8%, a liga é eutetoide e sua microestrutura é
chamada de perlita (camadas de ferrita alternadas com camadas de carboneto de ferro).
Quando se analisam as ligas ferro-carbono que constituem os aços, com o teor de
0,8% de carbono, elas apresentam comportamento semelhante ao comportamento eutético,
sendo chamadas de ligas eutetoides.
Em função do teor de carbono, é possível classificar os aços em três tipos, conforme
segue abaixo (CHIAVERINI, 2005).
Aços hipoeutetoides: possuem teor de carbono inferior a 0,8%.
Aços eutetoides: possuem teor de carbono igual a 0,8%.
Aços hipereutetoides: possuem teor de carbono superior a 0,8%.
As estruturas encontradas nesses aços são as descritas a seguir.
Nos aços hipoeutetoides: grãos de ferrita e grãos de perlita, como os observados na
figura 3.
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Observação: nos grãos de perlita, é possível observar a ferrita (parte clara) e o composto
Fe3C (parte escura).
Nos aços hipereutetoides: grãos de perlita, com o composto Fe3C depositado no contorno
dos grãos (cementita), como observado na figura 5.
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2. Indicações bibliográficas
Questão 8.
A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A austenita não é um carboneto contendo 2,11% de carbono. A austenita é
uma solução de carbono na fase do ferro. Essa solução é encontrada acima de 723 oC,
tendo como limite máximo 2,11% de solubilização, que ocorre a 1148 oC.
B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A cementita é o composto formado entre o carbono e o ferro (Fe3C) nos
aços hipereutetoides, depositada nos contornos dos grãos.
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C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Trata-se de um diagrama Fe-Fe3C, pois, no estado sólido, o carbono e o
ferro são praticamente insolúveis e formam o Fe3C.
D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A solubilidade do carbono na austenita é máxima a 1148 °C e corresponde
a 2,11% de carbono.
E – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Esse é, de fato, um diagrama Fe-Fe3C, visto que a sua extremidade direita
corresponde a 6,7% de carbono, que é a composição aproximada do carboneto de ferro
Fe3C.
Questão 9.
A e B – Alternativas incorretas.
JUSTIFICATIVA. A primeira afirmativa está incorreta porque a liga eutetoide apresenta teor
de carbono igual a 0,8% e está dentro da faixa na qual são encontrados os aços. Os ferros
fundidos podem ser hipoeutéticos (teor de carbono entre 2% e 4,3%), eutéticos (teor de
carbono igual a 4,3%) ou hipereutéticos (teor de carbono superior a 4,3%).
C e E – Alternativas incorretas.
JUSTIFICATIVA. A primeira afirmativa está incorreta: a liga eutetoide apresenta teor de
carbono igual a 0,8% e está dentro da faixa na qual são encontrados os aços. A segunda
afirmativa está correta: o ponto eutético das ligas Fe-Fe3C ocorre com teor de carbono de
4,3% em temperatura aproximada de 1147 oC.
D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A primeira afirmativa está incorreta: a liga eutetoide apresenta teor de
carbono igual a 0,8% e está dentro da faixa na qual são encontrados os aços. A segunda
afirmativa está correta, pois o ponto eutético das ligas Fe-Fe3C ocorre com teor de carbono
de 4,3% em temperatura aproximada de 1147 oC.
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Questão 10
Questão 10.10
Uma transmissão, formada por duas engrenagens e utilizada para aumentar a velocidade
angular, tem seu eixo de entrada conectado a um motor que gira a 300 rpm e fornece 31,4
kW de potência mecânica. Considerando que as engrenagens possuem 50 e 10 dentes e que
a eficiência da transmissão é 0,8, calcule o torque na engrenagem menor.
1. Introdução teórica
Figura 1. Transmissão por engrenagens cilíndricas de dentes retos (adaptado de JUVINALL, 2008).
dp dc
v=Wp × =Wc ×
2 2
Wp dc
=
Wc dp
W=2×π×n
Wp 2πnp dc
= =
Wc 2πnc dp
dc Wp np
= =
dp Wc nc
d = m×z
dc zc wp np
= = =
dp zp wc nc
P
T=
W
Ps =ηxPe
2. Indicações bibliográficas
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3. Solução da questão
Como é desejado que a rotação sofra aumento (nc > np), é necessário que zp seja
maior que zc. Assim, a rotação de saída fica:
zc np
=
zp nc
10 300𝑟𝑝𝑚
= nc =1500 rpm
50 𝑛𝑐
P P
Como T= e W=2×π×n T= .
W 2×π×n
𝑃𝑐
𝑇c =
2 × π × nc
𝑁𝑚
0,8 × 31,4 × 103 𝑠
𝑇c =
1500 1
2 × π × 60 s
𝑇c =160 𝑁𝑚
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ÍNDICE REMISSIVO
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