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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

ENGENHARIA MECÂNICA

MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO

Tomo 5

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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP

ENGENHARIA MECÂNICA

MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO

TOMO 5

Christiane Mazur Doi


Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências
(Tecnologia Nuclear), Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com
Aperfeiçoamento em Estatística. Especialização em Língua Portuguesa e
Literatura em curso. Professora titular da Universidade Paulista.

José Carlos Morilla


Doutor em Engenharia de Materiais, Mestre em Engenharia de Materiais e
em Engenharia de Produção, Especialista em Engenharia Metalúrgica e Física
e Engenheiro Mecânico, com MBA em Gestão de Empresas. Professor
adjunto da Universidade Paulista.

Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial não


pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa, por
escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP -
UNIVERSIDADE PAULISTA.

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Questão 1
Questão 1.1
Basicamente, a finalidade de um aparelho de ar condicionado é extrair o calor de uma fonte
quente, rejeitando-o para o ambiente externo. Existem diversas formas e tabelas que
possibilitam a estimativa da carga térmica, para que o sistema seja especificado de forma
correta e adequada. Nessas condições, para determinar a carga térmica, deve(m)-se levar
em consideração, além do volume da sala,
I. a incidência de ventos laterais.
II. a superfície de janelas e portas.
III. o número de pessoas que ocupam constantemente o recinto.
IV. a estimativa da potência de outros aparelhos elétricos/eletrônicos que existam no local.
É correto apenas o que se afirma em
A. I e III.
B. II e IV.
C. I, II e III.
D. I, III e IV.
E. II, III e IV.

1. Introdução teórica

Carga térmica

Carga térmica é o calor fornecido ou extraído de um meio, por unidade de tempo,


para manter as condições desejadas (IOSHIMOTO, 2011).
De acordo com Britto (2010), para a determinação da carga térmica de um sistema
devemos identificar as fontes de dissipação de calor e encontrar os escoamentos e as
condições necessárias para efetuar a troca térmica entre o sistema e o meio circundante.
No Brasil, a ABNT, por meio da norma NBR 16401-1:2008, recomenda a
determinação da carga térmica pelos métodos da ASHRAE (American Society of Heating,
Refrigeration and Air Conditioning Engineers). Esses métodos são conhecidos como TFM
(Transfer Function Method) e RTS (Radiant Time Series).
Independentemente da metodologia aplicada, devem ser avaliadas as transferências
de calor a partir dos limites do sistema (paredes, janelas, forros, piso etc.), a energia

1Questão 21 – Enade 2011.


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irradiada a partir do exterior (insolação) e a carga térmica oriunda da dissipação de calor


ocorrida dentro do sistema (ocupação, equipamentos, iluminação, utilidades etc.).
Quando pensamos nos limites do sistema, devemos considerar a orientação solar
das fachadas, os coeficientes de transmissão de calor dos materiais que as compõem, sua
área, a área das janelas, a temperatura externa etc. (NBR 16401-1:2008).
Com relação à carga térmica interna do sistema, devem ser considerados o número
esperado de pessoas no recinto, o tipo e a potência da iluminação instalada, o calor
dissipado pelos equipamentos instalados, as infiltrações de ar externo que podem ocorrer
pelo uso de portas etc. (NBR 16401-1:2008).

2. Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. De acordo com Britto (2010), independentemente da metodologia aplicada
em uma edificação, devem ser avaliadas as transferências de calor a partir dos limites do
sistema (paredes, janelas, forros, piso etc.).

II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NBR 16401-1:2008, quando se pensa nos limites do
sistema, devem-se considerar a orientação solar das fachadas, os coeficientes de
transmissão de calor dos materiais que as compõem, sua área, a área das janelas, a
temperatura externa etc.

III – Afirmativa correta.


JUSTIFICATIVA. Com relação à carga térmica interna do sistema, devem ser considerados o
número esperado de pessoas no recinto, o tipo e a potência da iluminação instalada, o calor
dissipado pelos equipamentos instalados, as infiltrações de ar externo que podem ocorrer
pelo uso de portas etc. (NBR 16401-1:2008).

IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Com relação à carga térmica interna do sistema, devem ser considerados o
número esperado de pessoas no recinto, o tipo e a potência da iluminação instalada, o calor
dissipado pelos equipamentos instalados, as infiltrações de ar externo que podem ocorrer
pelo uso de portas etc. (NBR 16401-1:2008).

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Alternativa correta: E.

3. Indicações bibliográficas

 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-1. Rio de Janeiro, 2008.


 BRITTO, J. F. A psicrometria e a carga térmica – Parte 1. SBCC, São José dos Campos,
número 46, maio/junho 2010. Disponível em <http://www.sbcc.
com.br/revistas_pdfs/ed%2046/36.42.psicometria.pdf>. Acesso em 21 dez. 2011.
 IOSHIMOTO E.; PRADO, R. T. A. Carga térmica. Disponível em
<http://pcc261.pcc.usp.br/Carga%20Térmica%2006-00%20internet.pdf>. Acesso em 21
dez. 2011.

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Questão 2
Questão 2.2
O rotor principal de uma máquina apresentou vibração excessiva causada pelo
desbalanceamento das massas que giram conjuntamente. Na figura, tem-se uma
representação desse rotor rígido e das três massas, que giram a uma velocidade angular w
constante.

Se as cotas da figura estão em mm e as massas pesam m1 = 20 N, m2 = 30 N e m3 = 15 N,


com r1 = 100 mm, r2 = 80 mm e r3 = 80 mm, qual o valor da distância axial “a”, medida a
partir da posição axial da massa m2, que deve ser adicionada à massa balanceadora?
A. 42,86 mm.
B. 75 mm.
C. 90 mm.
D. 150 mm.
E. 300 mm.

1. Introdução teórica

Balanceamento de rotores

Quando se coloca uma peça assimétrica em rotação, surgem forças radiais que
podem não ser equilibradas, causando problemas de vibração e de fadiga. Balancear uma
peça é alterar sua distribuição de massa de modo a equilibrar essas forças.
Quando um corpo de massa m gira com velocidade angular em torno de um eixo de
raio r (figura 1a), a força de inércia F, radial (figura 1b) no eixo, é dada por:

2Questão 32 – Enade 2011.


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Figura 1a. Massa em rotação.


Figura 1b. Força de inércia para uma massa em rotação.

Para um sistema de massas mi = m1; m2; m3; ....mn, cada uma girando em torno de
eixos com raios r1; r2; r3; ....rn, respectivamente (figura 2a), as forças de inércia Fi radiais no
eixo (figura 2b) são dadas por:

Figura 2a. Massas em rotação.


Figura 2b. Força de inércia para um sistema de massas em rotação.

No eixo, as forças radiais Fi atuantes fazem com que apareçam esforços de flexão que
provocam oscilações, que, dependendo das intensidades, podem causar sua ruína.
Um sistema está balanceado quando a força resultante e o momento do sistema
forem iguais a zero (RIPPER NETO, 2007).
Tomando-se o sistema de referência y e z, destacado na figura 3b, um sistema de
massas mi = m1; m2; m3; ....mn em rotação está em equilíbrio quando:

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Nas equações anteriores, é o componente em y de Fi, é o componente em z de

Fi e é a posição em x da massa mi.

Figura 3a. Massas em rotação.


Figura 3b. Força de inércia para um sistema de massas em rotação com o sistema de referência destacado.

Sabendo-se que , temos:

Como todas as massas apresentam a mesma velocidade angular, temos:

Como as massas mi são quantidades escalares, temos:

Observamos que e são os componentes do raio r em y e z, respectivamente.

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2. Solução da questão

Para equilibrar o sistema, é aplicada uma massa m, que gira com raio r em relação ao
eixo de rotação. Essa massa está aplicada à distância a da massa m2, como mostra a figura
4.
m2 m
a
90
50

r2

r
r3

r1
m3
m1
Figura 4. Massas do desbalanceamento e a massa balanceadora.

As massas girantes aplicam no rotor as forças indicadas na figura 5.

F2 F
a
90
50

F3
F1
Figura 5. Forças aplicadas no rotor pelas massas girantes.

Cada força é determinada por e, para que exista equilíbrio estático, é

necessário que:

Observando a figura 6 e o sistema de referência apresentado, temos:

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F2 a F
90
50
x

F3
F1

Figura 6. Forças aplicadas no rotor pelas massas girantes com o sistema de referência.

Sabendo-se que a massa de um corpo é o quociente entre seu peso e a aceleração da


gravidade ( ), as massas , e podem ser determinadas por:

Assim:

Para que exista equilíbrio dinâmico, é necessário que:

Usando-se o sistema de referência apresentado na figura 6, encontramos:

Alternativa correta: E.

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Observação. O problema não fornece as massas e a aceleração da gravidade (g). Como


todas as massas estão sob a ação da mesma aceleração da gravidade, o uso do peso nas
equações da solução do problema não altera o resultado, já que todos os elementos são
divididos por g.

3. Indicações bibliográficas

 NIGRO, F. E. B. Balanceamento de rotores. Disponível em


<http://sites.poli.usp.br/d/pme2341/Documentos/Balanceamento.pdf>. Acesso em 08
fev. 2012.
 RIPPER NETO, A. P. Vibrações mecânicas. Rio de Janeiro: E-papers, 2007.

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Questão 3
Questão 3.3
Em um ensaio de resposta em frequência de uma suspensão veicular, foi realizada uma
varredura em frequência, tendo sido o sistema excitado com uma força do tipo
F=Fo.cos(ωt). Para cada frequência com que se excitou a estrutura, mediu-se o
deslocamento x(ω), resultando no gráfico de resposta de frequência mostrado a seguir.

Modelando a suspensão como um sistema massa–mola de um grau de liberdade, a equação


matemática para a resposta em frequência é:

em que k, c e m são os parâmetros que caracterizam estrutura, a saber, constante elástica,


amortecimento e massa, respectivamente. Ao analisar o gráfico e utilizando a equação da
resposta em frequência, é possível identificar o valor da frequência de ressonância da
estrutura (ωn) e calcular os parâmetros k, c, e m.
Nessa situação, quais os valores corretos desses parâmetros?
A. ωn = 11 rad/s; k = 500 N/m; m = 4,132 kg e c = 56,82 Ns/m.
B. ωn = 11 rad/s; k = 500 N/m; m = 41,32 kg e c = 5,20 Ns/m.
C. ωn = 11 rad/s; k = 5 000 N/m; m = 41,32 kg e c = 56,82 Ns/m.
D. ωn = 12 rad/s; k = 5 000 N/m; m = 34,72 kg e c = 5,20 Ns/m.
E. ωn = 12 rad/s; k = 5 000 N/m; m = 34,72 kg e c = 52,08 Ns/m

3Questão 16 – Enade 2011.


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1. Introdução teórica

Vibrações

Vibração é todo movimento periódico de um corpo, ou de um sistema de corpos


interligados, em torno de uma posição de equilíbrio. As vibrações podem ser classificadas
em livres ou forçadas (HIBBELER, 2005).
As vibrações livres são aquelas que ocorrem quando o movimento se mantém por
forças restauradoras gravitacionais ou elásticas. As vibrações forçadas são aquelas nas quais
o movimento mantém-se mediante aplicação de força periódica ou intermitente (MERIAM,
1999).
Sejam livres ou forçadas, as vibrações podem ser amortecidas ou não. A vibração não
amortecida pode continuar indefinidamente. Já a amortecida tende a se extinguir.
A figura 1 mostra um corpo de massa m em vibração livre sem amortecimento,
sujeito à força restauradora linear F.

mola de
constante
igual a k x

m
F

x mg

kx

N
Figura 1. Corpo em vibração livre sem amortecimento.
Fonte. MERIAM, 1999 (com adaptações).

A equação do movimento do corpo da figura 1 é , sendo que

Logo,

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Nas equações dadas, é a posição do corpo, que depende do tempo t, k é a

constante elástica da mola e é a derivada de segunda ordem da função posição, ou seja, é

a aceleração do corpo.

A constante  n é chamada de frequência angular natural ou pulsação natural e é

expressa em rad/s. A ela, é possível associar uma frequência fn, dada em Hertz (Hz), por:

Em vibração forçada, o sistema entra em ressonância quando a frequência de


excitação da força externa é igual à frequência natural do sistema. Nessa situação, a
amplitude do movimento é cada vez maior. A figura 2 ilustra o que ocorre com a amplitude
do movimento em função da relação entre a frequência de excitação da força e a frequência
natural do sistema.

amplitude

/n
1 2 3
Figura 2. Amplitude versus relação entre frequência de excitação e frequência natural.
Fonte. SOUZA, 2007 (com adaptações).

Notamos, na figura 2, que, quanto mais próxima da unidade é essa relação, maior é
a amplitude do movimento.
Em todo sistema amortecido, a amplitude da vibração diminui com o tempo (MERIAM,
1999). Isso pode ser observado na figura 3, que ilustra um exemplo de vibração livre com
amortecimento.

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Figura 3. Vibração amortecida.


Fonte. MERIAM, 1999 (com adaptações).

2. Solução da questão

A frequência de ressonância é determinada pela observação do gráfico fornecido na


questão. Na frequência de ressonância, ocorre o maior deslocamento. Assim, pela figura 4,
temos que a frequência de ressonância é igual a 12 rad/s.

Figura 4. Gráfico de resposta de frequência com a frequência de ressonância em destaque.

Para a determinação das constantes k, m e c, é possível tomarmos três pontos no


gráfico, como os mostrados na figura 5.

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Figura 5. Seleção dos pontos no gráfico de resposta de frequência.

a) Para 

Com a expressão fornecida no problema, temos o que segue.

b) Para 

Com a expressão fornecida no problema, temos o que segue.

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Como , temos:

(A)

c) Para 

Com a expressão fornecida no problema, temos o que segue.

Como , temos:

(B)

As expressões (A) e (B) formam um sistema de duas equações com duas incógnitas (c) e
(m), que, resolvido, fornece:

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Alternativa correta: E.

3. Indicações bibliográficas

 HIBBELER, R. C. Dinâmica – Mecânica para Engenharia. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
 MERIAM, J. L., KRAIGE, L. G.; Mecânica – Dinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
 RAO, S. S. Vibrações mecânicas. São Paulo: Pearson, 2009.
 SOUZA, M. G.; CICOGNA, T. R. CHIQUITO, A. J. Excitação dos modos normais de um
sistema usando um motor desbalanceado. Rev. Bras. Ensino Fís. v. 29, n.1 São Paulo
2007.

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Questão 4
Questão 4.4
Os modelos mais precisos de sistemas físicos são não lineares. Exemplo disso é o sistema de
um pêndulo simples, definido como uma partícula de massa m (desprezível), suspenso por
um fio inextensível de comprimento L, cuja equação diferencial que descreve o movimento
do pêndulo é:

A resolução da equação é simplificada por linearização (em função da amplitude), resultando


em:

Isso ocorre quando se supõe θ aproximadamente igual a


A. 0 rad.
B. rad.

C. rad.

D. rad.

E. rad.

1. Introdução teórica

Pêndulo simples

O pêndulo simples é composto pelo conjunto de uma massa m suspensa por um fio
de comprimento L, que tem massa desprezível em relação à massa m (HALLIDAY, 2009).
Quando a massa é abandonada a partir de uma posição inclinada, que forma ângulo 
em relação à vertical, ela passa a oscilar em torno da posição vertical, descrevendo como
trajetória um arco de raio L (MUKAI, 2012).
A figura 1 mostra um pêndulo simples no instante em que a massa m é abandonada.

4Questão 33 – Enade 2011.

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 T (força de tração no fio)

Px m (massa da esfera)
Py

P (peso da esfera)

Figura 1. Pêndulo simples.


Fonte. MUKAI, 2012 (com adaptações).

O período T de oscilação é o tempo que a massa leva para sair de um ponto e voltar
a ele, percorrendo o mesmo arco na ida e na volta (RAMALHO, 2008).
A ação da gravidade faz com que apareça no sistema a força P, que é a força peso,
determinada por:

Na equação anterior, g é a aceleração da gravidade.


Como P é uma quantidade vetorial, podemos considerar seus componentes Px e Py,
mostrados na figura 1. Observamos que o ângulo entre P e Py é . Com base nas
informações, temos:

O componente Py é equilibrado pela tração do fio e, por isso, não provoca nenhum
tipo de deslocamento na massa. Com base nessa observação, verificamos que não há
deslocamento da massa na direção do fio (MUKAI, 2012). O deslocamento da massa ocorre
na direção tangente ao arco e é fruto da ação de Px.
A ação da gravidade provoca, na massa, aceleração na direção x (ax). De acordo com
a segunda lei de Newton:

Como , temos:

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Devemos lembrar que a aceleração provoca variação na velocidade:

Como é a velocidade tangencial de um movimento de rotação com raio L, isto

é, ,e , podemos escrever:

Igualando as expressões de , encontramos:

Para ângulos pequenos ( ), o seno do ângulo confunde-se com o próprio

ângulo em radianos, isto é, . Com base nessas informações, a expressão torna-se:

2. Solução da questão

A linearização da expressão do movimento do pêndulo simples só ocorre para ângulos


menores do que 15º ( rad).

Alternativa correta: A.

3. Indicações bibliográficas

 HALLIDAY, D. RESNICK, R. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2009, v. 2.

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 MUKAI, H.; FERNANDES, P. R. G. Pêndulo simples. Disponível em


<http://www.paulomoscon.com/estudos/P%C3%AAndulo%20Simples%20B.pdf>. Acesso
em 08 fev. 2012.
 RAMALHO JR., F.; FERRARO, N. G., SOARES, P. A. T. Fundamentos da Física. São Paulo:
Moderna, 2008, v. 2.

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Questão 5
Questão 5.5
Um acoplamento rígido tipo flange, conforme mostrado na figura, será usado para acoplar
um motor elétrico de 135 kW e 900 rpm a um redutor de engrenagens do sistema de tração
de uma esteira de transporte de calcário moído. Cada um dos flanges é fixado à respectiva
ponta de eixo por meio de chaveta e o acoplamento é realizado utilizando-se oito parafusos
igualmente espaçados, distribuídos segundo um círculo de diâmetro d = 300 mm, conforme
mostrado na figura a seguir.

Nessa configuração, qual é a força cisalhante agindo sobre cada parafuso?


A.

B.

C.

D.

E.

1. Introdução teórica

União por parafusos

Segundo Shigley (2010), em uma união por parafusos sujeita a um momento, como
mostra a figura 1, há, em cada um dos elementos, força de cisalhamento que depende da
distância entre o parafuso e o centro de distribuição.

5Questão 27 – Enade 2011.


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Fn

F2

Rn R2

R1
F1
M

Figura 1. Forças cisalhantes nos parafusos de uma junta solicitada por momento.

A relação entre o momento aplicado (M) e a força nos parafusos da junta, que
apresenta n parafusos, é dada por (SHIGLEY, 2010):

Na equação anterior, é a força de cisalhamento que atua no parafuso e é a

distância entre o parafuso e o centroide da distribuição.


Segundo Shigley (2010), quando os parafusos de uma união são iguais, a força de
cisalhamento é proporcional à sua distância ao centroide da distribuição, isto é:

Quando todos os parafusos estão à mesma distância do centroide da distribuição, a


força em todos os parafusos apresenta o mesmo valor:

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2. Solução da questão

O torque a ser transmitido pelo acoplamento (M) é resultado do quociente entre a


potência (P ) e a velocidade angular ( ), conforme segue.

Como a velocidade angular é dada por , sendo N a frequência de rotação, o

torque pode ser calculado por:

O problema forneceu e . Logo:

Esse torque será transmitido pelos oito parafusos. Assim, quando multiplicamos a
força cisalhante de cada parafuso (Fi) pela distância entre o centro do parafuso e o centro
de rotação (Ri), obtemos a parte do torque que cada parafuso transmite. Dessa maneira, o
torque nada mais é do que a soma desses produtos, ou seja:

Todos os parafusos estão à mesma distância do centro de rotação ( ), como

observamos na figura 2. Portanto, a força cisalhante de cada parafuso também é mesma:

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R = d/2 = 150mm

d = 300 mm

Figura 2. Forças cisalhantes nos parafusos.

Como , a força cisalhante em cada parafuso fica:

Alternativa correta: B.

4. Indicação bibliográfica

 SHIGLEY, J. E. Projeto de Engenharia Mecânica. São Paulo: Bookman, 2010.

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Questão 6
Questão 6.6
Na montagem de plataformas de petróleo submersas e apoiadas no fundo do mar, são
utilizadas uniões parafusadas com parafusos de porca na fixação das longarinas estruturais.
Após a instalação da plataforma, elas ficam sujeitas à ação da pressão de coluna d’água e
do desgaste por corrosão salina. Os efeitos causados pela pressão da coluna d’água e pela
movimentação das correntes marinhas geram solicitações na estrutura que suporta a
plataforma, que, apesar de aleatórias, podem ser consideradas periódicas e harmônicas ao
longo do tempo, caracterizando um modelo matemático aproximado, que permite o
dimensionamento estrutural. Por outro lado, o desgaste por corrosão, causado pela ação do
salito, atua nas superfícies das longarinas, nas regiões das uniões parafusadas, ou seja,
entre peças fixadas, parafusos, porcas e arruelas, infiltrando-se nas superfícies de contato
entre esses elementos. Essa corrosão pode levar à perda de função da união parafusada,
comprometendo a sustentação da plataforma. Das funções realizadas pelos componentes de
uma união parafusada, as dos filetes das roscas dos parafusos e das roscas das porcas são
destacadas. As solicitações no filete de rosca triangular de parafuso e porca são
caracterizadas por um estado de tensões tridimensional, decorrentes da presença de
tensões normais e de cisalhamento, causadas, respectivamente, por esforços axiais na
direção do eixo de simetria do parafuso (carregamento externo) e pela ação do torque inicial
(pré-carga, carregamento interno) necessário ao aperto das partes envolvidas.
Em relação ao projeto mecânico estrutural da base submersa de uma plataforma de
extração de petróleo, avalie as afirmativas.
I. As uniões parafusadas usadas nas fixações das longarinas estruturais da base de uma
plataforma submersa estão submetidas constantemente às solicitações dinâmicas.
II. Se a estrutura submersa fosse instalada em uma região sem movimentação de correntes
marinhas, as solicitações nas uniões parafusadas seriam, principalmente, estáticas.
III. O desgaste superficial nas longarinas e nas uniões parafusadas submersas compromete
a estabilidade de toda estrutura e depende apenas das solicitações causadas pela
movimentação das correntes marinhas.
IV. O cumprimento da função global de uma união parafusada na montagem de estruturas
mecânicas independe do valor da pré-carga administrada ao parafuso no momento de
sua fixação.

6Questão 24 – Enade 2011.

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É correto o que se afirma apenas em


A. I e II.
B. I e IV.
C. III e IV.
D. I, II e III.
E. II, III e IV.

1. Introdução teórica

Cargas que atuam em um parafuso de união

De acordo com Smith Neto (2012), parafusos de fixação (ou parafusos de união) são
elementos empregados na união não permanente entre peças. Um parafuso é composto por
cabeça, haste e rosca. Os parafusos diferenciam-se pela forma da cabeça e da rosca e pelo
tipo de acionamento. A figura 1 representa alguns tipos de parafuso de união.

Figura 1. Alguns tipos de parafusos de união.


Fonte. CISER (2012).

Uma parte importante do parafuso é a rosca, que pode ser definida como um
conjunto de filetes sobre uma superfície cilíndrica. Em geral, os parafusos de união têm uma
rosca conhecida como rosca triangular, cujo perfil é mostrado na figura 2.

Figura 2. Perfil de uma rosca triangular.


Fonte. CUNHA (2005).

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Existem outros tipos de rosca, como, por exemplo, a quadrada, a redonda e a


trapezoidal. Essas roscas são mais adequadas para os parafusos de acionamento que visam
à movimentação de carga pelo movimento de rotação do parafuso (SHIGLEY, 2010).
O objetivo de uma junta parafusada é manter unidas, por compressão, as partes por
ela ligadas. Assim, a força resultante em um parafuso de uma junta deve ser de tração.
Considerando que apenas uma carga de solicitação P seja aplicada em uma conexão
parafusada, a estabilidade da união é alcançada pela aplicação de uma força de aperto,
também conhecida como pré-carga (Fi), cuja função é manter as partes da união
comprimidas entre si após a aplicação de P (SHIGLEY, 2010).
Com a aplicação da força P, a compressão entre as partes será reduzida e ocorrerá
aumento na tração do parafuso. Como resultado, a força que comprimirá as partes (Fc) e a
força que irá tracionar o parafuso (Fp) podem ser calculadas por:

e ,

Na equações, é a parte de P que fará o alívio da compressão entre as partes e é

a parte de P que tracionará o parafuso


Na figura 3, está representado o diagrama de forças em uma conexão parafusada.

Fi Fi+Pp
Fi Fi P P Fi-Pc Fi-Pc

+ =
Fi Fi P P Fi-Pc Fi-Pc

Fi
Fi+Pp
Figura 3. Diagrama de forças em uma conexão parafusada.

A distribuição da força P em e depende da rigidez da junta (kc) e da rigidez do

parafuso (kp). A figura 4 mostra um gráfico em que é possível observar a pré-carga e (Fi) e
a distribuição de P em e .

29
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Força final no parafuso


Fp

Pp

P
Pc
Fi

Força final na junta


Fc
d

Figura 3. Gráfico das forças em uma conexão parafusada.


Fonte. SHIGLEY, 2010 (com adaptações).

As forças e são determinadas por:

Em muitas aplicações, a carga de solicitação P do parafuso sofre variação com o


tempo. Isso afeta não só o parafuso como também as partes da conexão. A figura 4 mostra
o que ocorre com as forças e quando a força externa varia entre zero e P.

F Variação de Pp

Força final no parafuso


Fp
Pp

Variação de Pc
Pc
Fi

Força final na junta


Fc
d

Figura 4. Variação Pc e Pp quando a força externa varia entre zero e P.


Fonte. SHIGLEY, 2005 (com adaptações).

A pré-carga é conseguida por meio da aplicação de um torque no parafuso, que é a


função do valor da pré-carga, do ângulo de hélice da rosca e do coeficiente de atrito entre
os filetes da rosca do parafuso e da porca.
Com isso, é possível afirmar que, na seção transversal do corpo do parafuso, irá atuar
um momento de torção de valor constante ao longo do tempo e uma força normal de tração
que varia entre Fi e Fp, o que caracteriza uma solicitação dinâmica (SHIGLEY, 2010).

30
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

2. Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. A pressão de coluna d’água e a movimentação das correntes marinhas
geram solicitações periódicas e harmônicas. Essa variação na solicitação provoca variação na
força P de solicitação no parafuso, caracterizando-se como uma solicitação dinâmica.

II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. Como é a movimentação das correntes marinhas que gera solicitações
periódicas e harmônicas, no caso de uma montagem em uma região sem essa presença, a
força P de solicitação no parafuso seria constante, caracterizando-se como uma solicitação
estática.

III – Afirmativa incorreta.


JUSTIFICATIVA. A movimentação das correntes marinhas gera variações nas solicitações dos
parafusos. O desgaste da superfície está associado à corrosão provocada pelo salito.

IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O cumprimento da função global de uma união parafusada na montagem
de estruturas mecânicas depende do valor da pré-carga administrada ao parafuso no
momento de sua fixação. A pré-carga deve ser tal que, mesmo quando a força de solicitação
P for máxima, exista ainda compressão entre as partes da conexão.

Alternativa correta: A.

3. Indicações bibliográficas

 CISER. Catálogo de parafusos. Disponível em <www.ciser.com.br>. Acesso em 29 fev.


2012.
 CUNHA, L. Elementos de máquinas. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
 JUVINALL, R. C.; MARSHEK, K. M. Fundamentos do projeto de componentes de
máquinas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
 SHIGLEY, J. E. Projeto de Engenharia Mecânica. São Paulo: Bookman, 2010.

31
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 7
Questão 7.7
Mancais de rolamento são elementos de máquinas utilizados para apoiar eixos e árvores em
transmissões mecânicas, fornecendo sustentação quando cargas diversas são aplicadas ao
sistema mecânico. Tendo por base um sistema de coordenadas xyz e considerando a linha
de centro do componente como sendo o eixo coordenado x, os esforços transmitidos aos
mancais de rolamento podem ser radiais, na direção perpendicular ao eixo, e/ou axiais, na
direção longitudinal do eixo. Considerando essas informações, que parâmetros o engenheiro
deve calcular para especificar um mancal de rolamento a partir de um catálogo do
fabricante?
A. Reação global no apoio e na carga estática.
B. Capacidade de carga dinâmica de projeto e reação global no apoio.
C. Capacidade de carga estática de projeto e capacidade de carga dinâmica de projeto.
D. Momentos torçores que atuam no eixo e capacidade de carga dinâmica de projeto.
E. Capacidade de carga dinâmica de projeto e momentos fletores que atuam no eixo.

1. Introdução teórica

Rolamentos e mancais de rolamentos

Nas máquinas e nos equipamentos em geral, existem muitas partes que apresentam
movimento de rotação. Essas partes estão normalmente fixadas em eixos que, por sua vez,
estão apoiados em mancais.
Os mancais são componentes de máquinas que permitem o movimento do eixo em
direções previamente escolhidas. Existem dois tipos de mancais: os mancais de
deslizamento e os mancais de rolamento.
Os mancais de rolamento são caracterizados pela presença, entre o eixo e o cubo, de
elementos que propiciam o rolamento entre uma parte fixa ao eixo e outra fixa ao cubo.
(CUNHA, 2005). Na figura 1, está representado um eixo montado em dois mancais de
rolamento.

7Questão 25 – Enade 2011.

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Figura 1. Eixo montado em dois mancais de rolamento.


Fonte. FRM, 2012 (com adaptações).

As partes básicas de um rolamento são o anel interno, que é fixado ao eixo, o anel
externo, que é fixado ao cubo, e o elemento rolante, que fica entre os dois anéis. A figura 2
mostra um rolamento e suas partes.

Figura 2. Rolamento e suas partes.


Fonte. SKF, 2012 (com adaptações).

Os rolamentos são classificados em função do tipo de elemento rolante, que pode ser
uma esfera ou um rolete (JUVINALL, 2008). Na figura 3, estão representados alguns tipos
de rolamento.

Figura 3. Alguns tipos de rolamento.


Fonte. TIMKEN, 2012 (com adaptações).

33
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

A seleção de um rolamento para determinada aplicação está associada às tensões de


contato entre o elemento rolante e os anéis do rolamento e às correspondentes falhas por
fadiga (SHIGLEY, 2010).
A vida nominal de um rolamento é o tempo necessário para que, sob a ação de uma
carga, apareça falha por fadiga na superfície de um de seus elementos (SHIGLEY, 2010).
Essa vida é expressa no número de revoluções que o rolamento fará antes do aparecimento
da falha.
A International Standard Organization (ISO) definiu como capacidade de carga
dinâmica (C) a carga que, uma vez aplicada no rolamento, faz com que ele apresente vida
nominal de 106 revoluções.
É definida, também, a capacidade de carga estática (C0), utilizada na seleção de
rolamentos quando a rotação deles for menor do que 10 rpm e os eixos estiverem com um
movimento oscilatório muito lento ou estacionário.
A capacidade normal de carga estática, conforme a ISO, é a carga que produz
deformação permanente total do corpo rolante e pista, aproximadamente igual a 0,0001 do
diâmetro do corpo rolante. As cargas são puramente radiais para rolamentos radiais. As
cargas axiais agem centralmente em rolamentos axiais.
Assim, a seleção de um rolamento é feita em função da capacidade de carga
dinâmica e da capacidade de carga estática que deve possuir o rolamento para atender às
necessidades de projeto (JUVINALL, 2008).

2. Análise das alternativas

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora seja necessário determinar a reação global (bem como suas
componentes nas direções radial e normal ao eixo), a seleção do rolamento é feita pela
carga dinâmica e pela carga estática de projeto.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora seja necessário determinar a reação global (bem como suas
componentes nas direções radial e normal ao eixo), a seleção do rolamento é feita pela
carga dinâmica e pela carga estática de projeto.

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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A seleção do rolamento é feita pela carga dinâmica e pela carga estática
de projeto.

D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os momentos de torção que ocorrem no eixo não influenciam na seleção do
rolamento, feita pela carga dinâmica e pela carga estática de projeto.

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Os momentos fletores que ocorrem no eixo não influenciam na seleção do
rolamento, feita pela carga dinâmica e pela carga estática de projeto.

3. Indicações bibliográficas

 CUNHA, L. Elementos de máquinas. Rio de Janeiro: LTC, 2005.


 FRM. Catálogo de produtos. Disponível em <http://www.frm.ind.br/prop_snp.htm>.
Acesso em 05 mar. 2012.
 JUVINALL, R. C.; MARSHEK, K. M. Fundamentos do projeto de componentes de
máquinas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
 SHIGLEY, J. E. Projeto de Engenharia Mecânica. São Paulo: Bookman, 2010.
 SKF. Catálogo geral interativo. Disponível em <http://www.skf.com/skf/
productcatalogue/jsp/viewers/imageViewerJs.jsp?image=inso2.jpg&file=1_1_1&maincat
alogue=1&lang=pt>. Acesso em 05 mar. 2012.
 TIMKEN. Catálogo de produtos. Disponível em <http://www.timken.com/EN-
US/PRODUCTS/Pages/Catalogs.aspx>. Acesso em 05 mar. 2012.

35
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questões 8 e 9
Questão 8.8
Na figura a seguir, tem-se a representação de uma viga submetida a um carregamento
distribuído W e a um momento externo m. A partir dessa representação, é possível
determinar os diagramas do esforço cortante e do momento fletor.

Assinale a opção que representa o diagrama do esforço cortante e momento fletor,


respectivamente.

Questão 9.9
Uma barra circular maciça, feita de aço ABNT 1020, de 500 mm de comprimento, está
apoiada nos pontos A e B. A barra recebe cargas de 800 N e 200 N, distantes,
respectivamente, 120 mm e 420 mm do ponto A, conforme mostrado na figura a seguir.

8Questão 30 – Enade 2011.


9Questão 04 – discursiva – Enade 2011.
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Considerando o peso da barra desprezível e que o efeito da tensão normal é muito superior
ao da tensão cisalhante, faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Esboce, para a situação da figura, o gráfico do esforço cortante; (valor: 3,0 pontos)
b) Esboce, para a situação da figura, o gráfico do momento fletor; (valor: 3,0 pontos)
c) Admitindo fator de segurança igual a 1, escreva a expressão algébrica que permite obter
o diâmetro da barra em função do momento fletor e de outras grandezas pertinentes.

1. Introdução teórica

1.1. Esforços internos solicitantes

Vamos considerar um corpo em equilíbrio sob a ação de esforços externos também em


equilíbrio, como mostra a figura 1, e um corte imaginário, feito na seção S que “separa” o
corpo em duas partes.

Figura 1. Corpo em equilíbrio sob a ação de esforços.

Importante observar que, como a estrutura está em equilíbrio, cada uma das partes
divididas pela seção S também está em equilíbrio. Para que o equilíbrio ocorra, é necessário
que cada uma das partes se apoie na outra (MORILLA, 2012).
Assim, cada uma das partes é equilibrada pela outra por meio de esforços aplicados
no centro de gravidade da seção S. Como o equilíbrio ocorre quando não há translação e
37
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rotação, uma parte aplica na outra força (para equilibrar a translação) e momento (para
equilibrar a rotação).
A figura 2 mostra os esforços que a parte da direita aplica na parte da esquerda (da
figura 1) por meio de S.

Esforços que a parte


da direita aplica na
parte da esquerda

Figura 2. Esforços que a parte da direita aplica na parte da esquerda.

Pelo princípio da ação e reação, a parte da esquerda deve aplicar, na parte da direita,
esforços de mesma intensidade e com sentidos opostos, como os observados na figura 3
(MORILLA, 2012).

Esforços que a parte


da esquerda aplica na
parte da direita

Figura 3. Esforços que a parte da esquerda aplica na parte da direita.

Os esforços que uma parte aplica na outra são chamados esforços internos
solicitantes.
Esses esforços são decompostos, tendo como referência o centro de gravidade e o
plano da seção S. Assim, qualquer que seja a força, ela pode ser decomposta em uma força
que apresente direção normal ao plano da seção e em outra que apresente direção contida
no plano da seção. À de direção normal, dá-se o nome de Força Normal (N), e, à de
direção contida no plano da seção, de Força Cortante (V). Da mesma maneira, o momento
é decomposto em um de plano perpendicular ao plano da seção, o Momento Fletor (M), e
outro de plano coincidente com o plano da seção, o Momento Torçor (T).
Para as estruturas constituídas por barras, é possível determinar como cada tipo de
esforço solicitante varia ao longo dos eixos. A representação gráfica depende da função

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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

dessa variação, que, por sua vez, depende dos esforços aplicados na estrutura (MACHADO
JR., 2007).
Ao estudar como esses esforços variam, notamos que existe uma relação entre a
força cortante e o momento fletor. Para que seja possível relacionar essas funções de
variação, vamos estudar um trecho de barra em equilíbrio, como o mostrado na figura 4.

Figura 4. Esforços externos em uma barra prismática em equilíbrio (MORILLA, 2012).

Quando retiramos um trecho reto de comprimento dx, limitado por duas seções
transversais infinitamente próximas, ele também está em equilíbrio por meio dos esforços
solicitantes que atuam em cada seção limite desse trecho. Os esforços que atuam são os
representados na figura 5.

Figura 5. Trecho em equilíbrio.


Fonte. MORILLA (2012).

Aplicando-se as equações do equilíbrio para o elemento, encontramos:

Notamos que não existem esforços horizontais no trecho em estudo. Quando fazemos
a soma de forças verticais, encontramos:

39
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

(1)

Quando aplicamos a condição de momento, obtemos:

Observamos que o termo é desprezível em relação aos demais, pois é um

infinitésimo de segunda ordem, enquanto os outros são de primeira ordem. Assim:

(2)

Quando observamos as expressões (1) e (2), verificamos que a derivada da função


momento fletor de um trecho reto é a função força cortante que existe nele. Logo,
derivando a expressão (2) em relação a x, temos:

(3)

A expressão (3) mostra a relação diferencial entre o momento fletor, a força cortante
e a carga aplicada e isso permite construir o quadro 1 a seguir.

Quadro 1. Relação entre momento fletor, força cortante e carga aplicada.

Fonte. MORILLA (2012).

40
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

1.2. Tensões na flexão

De acordo com Gere (2010), dentro do regime elástico, em cada ponto de uma seção
transversal de uma barra submetida a um momento fletor, como mostra a figura 6, atua
tensão normal () que, dependendo da posição do ponto, pode ser de tração, de
compressão ou nula.

M
- y

z2 LN


z1

Figura 6. Tensões nos pontos de uma seção submetida a um esforço de flexão.

Observando os pontos da seção, representada na figura 6, verificamos que as tensões


variam linearmente de acordo com a distância entre o ponto estudado e a linha formada
pelos pontos onde a tensão é nula (Linha Neutra - LN). No caso de uma flexão, como a
mostrada na figura 6, a tensão que atua em cada ponto pode ser determinada por:

Na equação anterior, o M é o momento fletor que atua na seção, Iy é o momento de


inércia em relação ao eixo coincidente com a linha neutra e z é a distância entre o ponto
estudado e o eixo y.
Pela figura 6, observamos que a máxima tensão normal (1) e a mínima tensão
normal (2) ocorrem nos pontos cujas distâncias em relação ao eixo são, respectivamente,
z1 e z2, (GERE, 2010). Essas tensões são determinadas por:

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Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

Algumas seções, como a mostrada na figura 6, são simétricas em relação ao eixo


coincidente com a linha neutra. Nelas, z1 e z2 apresentam o mesmo valor, indicando que 1
e 2 têm a mesma intensidade.
Para as seções, podemos definir também o módulo de resistência (W), o quociente do
momento de inércia pela maior distância entre um ponto da seção e o eixo coincidente com
a linha neutra. Assim, a tensão máxima pode ser escrita por:

Para que a seção trabalhe dentro do regime elástico, nos materiais dúcteis, as
intensidades das tensões extremas não devem suplantar as intensidades das tensões de
escoamento, ou seja:

A garantia do regime elástico é dada pelo uso do coeficiente de segurança (s), um


número maior do que a unidade. Assim, obtemos:

Ao quociente entre a tensão de escoamento e o coeficiente de segurança, damos o nome de


tensão admissível ( ):

2. Resolução da questão e análise das alternativas

Questão 8.
Para responder à questão, é necessário saber que, no trecho em que se tem uma
força distribuída de intensidade constante, o gráfico da força cortante é uma reta inclinada e
o do momento fletor é uma parábola. Nos demais trechos, o gráfico da cortante é uma
constante e o do momento fletor é uma reta.
Além disso, na seção onde está aplicado o momento M, ocorre descontinuidade no
gráfico do momento. Nessa seção, o gráfico da força cortante não sofre alterações.
42
Material Específico – Engenharia Mecânica – Tomo 5 – CQA/UNIP

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora o gráfico do momento apresente a descontinuidade na seção de
aplicação de M, ele não tem a forma de parábola no trecho em que está aplicada a força
distribuída.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora o gráfico da cortante pareça correto, o do momento não apresenta
a forma de parábola no trecho em que está aplicada a força distribuída. Além disso, nos
trechos em que a cortante é constante, o gráfico do momento deve ser de linhas inclinadas,
e não de trechos constantes.

C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora o gráfico da cortante pareça correto, a partir da seção onde está
aplicado o momento M, ele mostra força cortante constante e igual a zero. Além disso,
existe um trecho no diagrama de momentos em que existe a parábola, mas não existe força
distribuída aplicada na barra.

D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O gráfico da cortante não apresenta a forma de reta inclinada no trecho em
que está aplicada a força distribuída. O gráfico do momento não tem a forma de parábola no
trecho em que está aplicada a carga distribuída e não apresenta a descontinuidade na seção
onde está o momento M.

E – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O gráfico da cortante parece estar correto, pois apresenta o trecho em
forma de reta inclinada onde é aplicada a carga distribuída (é constante no restante da barra
e não sofre alteração pela presença de M). No gráfico do momento, há descontinuidade na
seção de aplicação de M: ele é representado por retas inclinadas no trecho em que a
cortante é constante e apresenta a forma de parábola no trecho em que está aplicada a
força distribuída.

Questão 9.
Para que a barra esteja em equilíbrio, os apoios dos pontos A e B devem oferecer
reações perpendiculares ao seu eixo. Chamando de RA e RB, respectivamente, as reações

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que os pontos A e B oferecem (figura 7), pelas equações do equilíbrio ,

as reações podem ser determinadas por:

Figura 7. Barra com as reações oferecidas nos pontos A e B.

A figura 8 mostra a configuração da barra em equilíbrio.

Figura 8. Barra equilibrada.

Com essas reações, é possível construir os diagramas das forças cortantes (V) e dos
momentos fletores (M), como mostra a figura 9.

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640N
V

160N
360N
120 mm 300 mm

500 mm

288000Nmm
76800Nmm
Figura 9. Diagramas de força cortante e momento fletor.

Com relação à expressão que permite determinar o momento fletor, sabendo que o

módulo de resistência W para uma seção circular de diâmetro d é , obtemos:

3. Indicações bibliográficas

 GERE, J. M.; GOODNO, B. J. Mecânica dos materiais. São Paulo: Cengage, 2010.
 MACHADO JR., E. F. Introdução à isostática. São Carlos: EESC/USP, 2007.
 MORILLA, J. C. Estática nas estruturas. Disponível em <http://br.librosintinta.in/estatica-
das-estruturas-pdf.html>. Acesso em 05 mar. 2012.
 MORILLA, J. C. Resistência dos materiais I. Disponível em <http://www.
marcoscassiano.com/eng/index.php/painel/artigo/126-resistencia-dos-materiais-i-e-ii-
prof-carlos-morilla.html>. Acesso em 14 mar. 2012.

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Questão 10
Questão 10.10
As tensões normais σ e as tensões de cisalhamento τ em um ponto de um corpo submetido
a esforços podem ser analisadas utilizando-se o círculo de tensões de Mohr, no qual a
ordenada de um ponto sobre o círculo é a tensão de cisalhamento τ e a abscissa é a tensão
normal σ.

Para o estado plano de tensão no ponto apresentado na figura acima, as tensões normais
principais e a tensão máxima de cisalhamento são, em MPa, respectivamente iguais a
A. -22,8; 132,8 e 77,8.
B. -16,6; 96,6 e 56,6.
C. -10,4; 60,4 e 35,4.
D. -10; 90 e 50.
E. 70; 10 e 56,6.

1. Introdução teórica

1.1. Estado plano de tensão

Quando um material está em um estado plano de tensões, apenas as faces cujas


normais são x e y estão sob a ação de tensões, como mostra a figura 1.

10Questão 20 – Enade 2011.

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Figura 1. Elemento em um estado plano de tensões


Fonte. GERE, 2010 (com adaptações).

A figura 2 mostra o mesmo elemento da figura 1, mas observado pela normal ao


plano x,y.
y
y

tyx

txy
x x x

txy

tyx

y
Figura 2. Vista bidimensional do elemento.
Fonte. GERE (2010).

Uma observação importante é que, para o equilíbrio do elemento, as tensões de


cisalhamento txy e tyx devem ter mesma intensidade e sinais contrários.
Tomada a direção x como referência, a tensão normal () e a tensão de cisalhamento
(t) variam de acordo com a inclinação entre o elemento e a direção x, como mostra a figura
3 (GERE, 2010).
Devemos observar que, para cada ângulo , em uma das faces, atua a tensão t e, na
face perpendicular, atua t’, que deve ter mesma intensidade e sinal contrário a t. Logo, em

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planos perpendiculares entre si, as tensões de cisalhamento são iguais e de sinais contrários
(MORILLA, 2012).

y y
y
'
tyx t' t 

txy


x x x x

txy

tyx  t
t' '
y
Figura 3. Elemento inclinado em relação à posição original.
Fonte. GERE (2010).

As tensões  e t podem ser determinadas pelas funções que seguem.

Nas equações anteriores,  é a tensão na direção cujo ângulo é  com relação à


direção x e t é a tensão de cisalhamento atuante no plano cuja normal é a direção de .
Por serem expressões cíclicas, apresentam valor de máximo e valor de mínimo. As
tensões normais, máxima e mínima, conhecidas por Tensões Principais e indicadas por 1
e 2, respectivamente, são determinadas por:

O ângulo que 1 faz com que a direção x, indicada por seja:

A tensão de cisalhamento máxima (tmáx) é determinada por:

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De acordo com Morilla (2012), pelo estudo das expressões que mostram a variação
de  e t, podemos afirmar o que segue.
 No plano de 1 e no plano de 2, a tensão de cisalhamento é igual a zero. Dessa
maneira, para que uma tensão normal seja tensão principal, basta que, no plano em que
ela atua, a tensão de cisalhamento seja nula.
 As tensões principais atuam em planos perpendiculares entre si.
 A tensão de cisalhamento mínima é igual a -tmáx e atua em um plano perpendicular ao
plano de tmáx.
 O ângulo entre o plano de tmáx e o plano de 1 é sempre igual a 45o.
 Nos planos de tmáx e tmín, a tensão normal que atua é determinada por:

 A soma entre tensões normais de direções perpendiculares entre si é constante, ou seja:

1.2. Círculo de Mohr

Uma das maneiras de visualizar o estado plano de tensões é o Círculo de Mohr.


Nele, cada plano de tensões é representado por um ponto, cujas coordenadas são as
tensões atuantes no plano. A figura 4 é a representação de um círculo de Mohr para um
estado duplo de tensões (NORTON, 2004).

49
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tmáximo
X
txy 2j

2 y 1 
x
-txy Y
tmínimo
Figura 4. Círculo de Mohr.
Fonte. NORTON, 2004 (com adaptações).

O Círculo de Mohr apresenta algumas características, citadas a seguir.


 Os planos das tensões principais são representados por pontos que se encontram no eixo
, já que, neles, a tensão de cisalhamento é igual a zero.
 As tensões de cisalhamento, máxima e mínima, são representadas por pontos simétricos
em relação ao eixo . Devemos lembrar que, nesses planos, ocorre a mesma tensão
normal e que as tensões de cisalhamento são iguais e de sinais opostos.
 Planos perpendiculares entre si são representados por pontos que estão à mesma
distância do eixo , porém em lados opostos, como observado na figura 5.
t

Plano da face com normal na direção x

txy

y x 

tyx
Plano da face com normal na direção x

Figura 5. Planos perpendiculares entre no círculo de Mohr.

50
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Isso ocorre, pois, em planos perpendiculares entre si, as tensões de cisalhamento são
iguais e de sinais opostos, sendo que a tensão normal média dos dois planos é igual à
tensão média das tensões principais.
 Conhecidas as tensões em dois planos perpendiculares entre si, o centro do círculo de
Mohr encontra-se na média entre as tensões normais que atuam nesses planos e,
portanto, na intersecção entre a reta que une os dois pontos e o eixo . Isso pode ser
observado na figura 5.
 Planos perpendiculares entre si são representados por pontos que estão diametralmente
opostos no círculo de Mohr. Logo, o centro do Círculo de Mohr encontra-se no eixo .
 A tensão principal 1 é determinada na intersecção entre o eixo  e o lado direito do
círculo e a tensão principal 2 é determinada na intersecção entre o eixo  e o lado
esquerdo do círculo.
 As tensões de cisalhamento, máxima e mínima, são determinadas pelas tangentes
horizontais ao círculo.
 Conhecidas as tensões em dois planos perpendiculares entre si, o raio do círculo de Mohr
pode ser determinado pela hipotenusa do triângulo hachurado na figura 6.
t

Plano da face com normal na direção x

txy 
2

y x 

tyx

Plano da face com normal na direção x


Figura 6. Círculo de Mohr traçado a partir de dois planos perpendiculares entre si.

2. Solução da questão

No Círculo de Mohr, cada plano é representado por um ponto cujas coordenadas são
as tensões que atuam no plano. Devemos lembrar que planos perpendiculares entre si são
representados por pontos diametralmente opostos. Assim, para os dados da questão, é
possível construir a figura 7.

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t
MPa

tmáx

70
Plano cuja normal é X

50
2 1

30
10
-50 -30 -10 10 30 50 70 90

-10
-30
-50
MPa

Plano cuja normal é Y

Figura 7. Círculo de Mohr traçado a partir dos dados da questão.

Logo, concluímos que 1 =90 MPa, 2 = -10 MPa e tmáx = 50 MPa.

3. Análise das alternativas

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Em um estado plano de tensões, a soma das tensões normais de planos
perpendiculares entre si é uma constante. No caso do exercício, a soma é igual a 80 MPa.
Como a soma entre -22,8 MPa e 132,8 MPa resulta em 110 MPa, a alternativa é incorreta.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Em um estado plano de tensões, a soma das tensões normais de planos
perpendiculares entre si é uma constante. No caso do exercício, a soma é igual a 80 MPa.
Na alternativa, a soma entre -16,6 MPa e 96,6 MPa resulta em 80 MPa, o que pode levar à
conclusão de que a alternativa está correta. A tensão de cisalhamento máxima pode ser
determinada pela raiz quadrada da soma entre o quadrado da metade da diferença entre as
tensões normais de planos perpendiculares entre si e o quadrado da tensão de cisalhamento
de um dos planos. Para os dados do problema, temos que:

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O valor dessa tensão de cisalhamento também pode ser observado pela solução via Círculo
de Mohr.
Logo, a alternativa é incorreta, pois a tensão de cisalhamento máxima apresentada é 56,6
MPa.

C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Em um estado plano de tensões, a soma das tensões normais de planos
perpendiculares entre si é uma constante. No caso do exercício, a soma é igual a 80 MPa.
Como a soma entre -10,4 MPa e 60,4 MPa resulta em 50 MPa, a alternativa é incorreta.

D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Em um estado plano de tensões, a soma das tensões normais de planos
perpendiculares entre si é uma constante. A soma entre -10 MPa e 90 MPa resulta em 80
MPa. Além disso, a tensão de cisalhamento máxima da alternativa é 50 MPa, igual à metade
da diferença entre as principais.
Esses valores também podem ser encontrados na solução via Círculo de Mohr apresentada.

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Na alternativa, as tensões normais ditas principais são 70 MPa e 10 MPa, as
mesmas da proposição do problema. Nos planos das tensões principais, a tensão de
cisalhamento é nula; logo, as tensões 70 MPa e 10 MPa não podem ser as principais.

4. Indicações bibliográficas

 GERE, J. M.; GOODNO, B. J. Mecânica dos materiais. São Paulo: Cengage, 2010.
 MORILLA, J. C. Resistência dos materiais II. Disponível em <http://www.
marcoscassiano.com/eng/index.php/painel/artigo/126-resistencia-dos-materiais-i-e-ii-
prof-carlos-morilla.html>. Acesso em 14 mar. 2012.
 NORTON, R. L. Projeto de máquinas – uma abordagem integrada. Porto Alegre:
Bookmann, 2004.

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ÍNDICE REMISSIVO

Questão 01 Sistemas térmicos. Refrigeração e ar-condicionado.

Questão 02 Mecânica aplicada. Balanceamento de rotores.

Mecânica aplicada. Vibrações. Vibrações nos sistemas mecânicos.


Questão 03
Vibrações livres e amortecidas

Questão 04 Mecânica aplicada. Oscilações. Pêndulos.

Questão 05 Sistemas mecânicos. União por parafusos. Uniões solicitadas por momentos.

Questão 06 Sistemas mecânicos. União por parafusos.

Questão 07 Sistemas mecânicos. Mancais. Mancais de rolamento.

Mecânica dos sólidos. Resistência dos materiais. Esforços internos


Questão 08
solicitantes.
Mecânica dos sólidos. Resistência dos materiais. Esforços internos
Questão 09
solicitantes. Flexão.

Questão 10 Mecânica dos sólidos. Resistência dos materiais. Estado plano de tensão.

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