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Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO

TOMO 5

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Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO

TOMO 5

Christiane Mazur Doi


Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências
(Tecnologia Nuclear), Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com
Aperfeiçoamento em Estatística. Especialização em Língua Portuguesa e
Literatura em curso. Professora titular da Universidade Paulista.

José Carlos Morilla


Doutor em Engenharia de Materiais, Mestre em Engenharia de Materiais e
em Engenharia de Produção, Especialista em Engenharia Metalúrgica e Física
e Engenheiro Mecânico, com MBA em Gestão de Empresas. Professor
adjunto da Universidade Paulista.

Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial


não pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa,
por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação
da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA.

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Questões 1 e 2
Questão 1.1
Considera-se uma concepção sustentável quando o produto é concebido levando-se em
consideração os recursos naturais locais e as necessidades também locais, e é projetado
para uso por uma ou mais pessoas, com tempo de vida o mais longo possível. Se ainda ele é
projetado para reassumir outra forma ou outra função como um novo produto, e quanto
mais este ciclo se repetir, mais sustentável é o projeto.
GUIMARÃES, L. B. M. A Ecologia no projeto de Produto: design sustentável, design verde, ecodesign. Ergonomia de
Produto. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2006, v. 2, p. 5-35.

Ressalta-se, portanto, na concepção explicitada acima, que o produto só pode ressurgir


como outro produto sustentável se ele for pensado para ser facilmente desmontável e
montável em um sistema produtivo que
A. use um mínimo de recursos, não gere resíduos e não imponha dano aos seres humanos
envolvidos na produção e no uso.
B. considere apenas os recursos naturais locais com vida útil o mais longa possível e não
imponha dano aos seres humanos envolvidos na produção e no uso.
C. use os recursos necessários à concepção de projetos para uso por uma ou mais pessoas
e não imponha dano aos seres humanos envolvidos na produção e no uso.
D. considere apenas os recursos naturais locais e necessidades para uso por uma ou mais
pessoas e não imponha dano aos seres humanos envolvidos na sua produção e no uso.
E. use os recursos necessários à implementação de projetos com tempo de vida o mais
longo possível e não imponha dano aos seres humanos envolvidos na produção e no
uso.

Questão 2.2
Uma ferramenta de design que considera as questões ecológicas é o ecodesign, proposta
pela UNEP (United Nations Environment Programme-Industry and Environment). A técnica
ecodesign, descrita pela norma ISO TR 14062, auxilia no desenvolvimento de produto e na
antecipação das ameaças potenciais para alavancar vantagens competitivas e suas
oportunidades. A seguir é apresentada parte resultante da aplicação do ecodesign no
reprojeto de medidores de energia elétrica de uma fábrica.
Os medidores monofásicos modelo antigo possuem base separada do bloco, que é feito de
uma liga de alumínio e silício. Com a mudança para os novos medidores, a base e o bloco
tornaram-se uma peça única e houve a troca da liga de alumínio do bloco pelo plástico de
engenharia (Noryl), material de fácil reaproveitamento ou reciclagem. Nos medidores
antigos, a tampa era de vidro e, nos novos modelos, o material usado foi o policarbonato
cristal, com anti UV, material que facilita a reciclagem e reduz o consumo de energia elétrica
no seu processo de fabricação. A utilização de materiais mais leves facilita o manuseio

1Questão 12 – Enade 2011.


2Questão 18 – Enade 2011.

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durante as atividades de montagem, pois a redução de peso torna o manuseio mais ágil e
menos desgastante.
GUIMARÃES, L. B. M. A Ecologia no projeto de Produto: design sustentável, design verde, ecodesign. Ergonomia de
Produto. Porto Alegre: FEENG/UFRGS, 2006, v. 2, p. 5-23.

As mudanças incorporadas tanto no processo quanto no produto visam à eficiência na


produção, bem como facilitar a obtenção desse produto. Para tanto, quais das seguintes
afirmações constituem mudanças sociais externas de grande influência no desenvolvimento
do negócio da organização?
I. Preocupação com a qualidade do produto e redução de custo do produto.
II. Informações relacionadas ao impacto ambiental de produtos e processos.
III. Responsabilidade pelo resíduo, propiciando a redução, reutilização e reciclagem.
IV. Custo de energia relacionado a processos produtivos e ao comportamento de usuários
dos produtos.
V. Estratégia de logística para o novo produto a fim de se estabelecerem vantagens como
rapidez na produção e estocagem.
Estão corretas apenas as afirmações
A. I, II e V.
B. I, III e IV.
C. I, IV e V.
D. II, III e IV.
E. II, III e V.

1. Introdução teórica

1.1. Sustentabilidade

Segundo Corrêa (2012), o projeto de um produto para a sustentabilidade deve


considerar todo o processo produtivo: necessita ser pensado desde a obtenção da matéria-
prima até a reutilização de suas partes após o término de sua vida econômica. No projeto, a
tecnologia de produção deve consumir a menor quantidade de energia possível, utilizar a
embalagem ideal e encontrar uma maneira de reutilizar, recuperar e reciclar o produto no
fim de sua vida útil.
No projeto de um produto, deve ser examinado todo o seu ciclo de vida de forma a
minimizar o impacto ambiental desde sua fabricação até seu descarte. Assim, os projetistas
precisam prever o fluxo total dos materiais, da extração à disposição final; pesquisar

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materiais que facilitem a reciclagem e que permitam a utilização de seus resíduos; e


desenvolver novas tecnologias e sistemas de produção que não imponham riscos aos seres
humanos envolvidos em toda cadeia produtiva. Com relação à unidade fabril, o projeto deve
prever o impacto causado pela construção da planta, por sua operação e, finalmente, o
impacto relacionado à sua desativação (FRANCISCO, GIANNETI e ALMEIDA, 2012).
Quase tudo o que é feito ou construído, assim como quase toda a energia utilizada,
provém da Terra, tornando a sociedade cada vez mais dependente dos recursos minerais e
energéticos que, em sua maioria, não são renováveis (SILVEIRA, 2012).
Silveira (2012) afirma que

um processo produtivo que procura eliminar todas as formas de desperdício (ou uma
grande parcela destas) apresenta-se como um esforço persistente para a redução de
custos através da utilização prolongada de um mesmo recurso, minimizando a extração
de outras matérias-primas, até o esgotamento nas possibilidades de reutilização ou
reciclagem.

Assim, um produto é projetado de tal maneira que seu processo visa a usar a menor
quantidade de recursos possível, produzir a menor quantidade de resíduos e possibilitar o
reuso e/ou reciclagem de seus componentes.

1.2. Ecodesign

O ecodesign reflete a preocupação do desenvolvimento de produtos com o enfoque


ambiental. Durante o projeto, é analisado o impacto causado no meio ambiente por todas as
etapas pelas quais o produto passa, desde seu processo de desenvolvimento até o descarte
final (LANGER, 2011).
Embora o ecodesign seja uma ferramenta com enfoque ambiental, a sustentabilidade
só é atingida a partir da imposição rigorosa de limites ao consumo de recursos para a
produção de bens e serviços (GARCIA, 2007).
No campo do design, as soluções dirigidas à racionalização dos recursos em prol da
sustentabilidade devem apresentar graus de inovação cada vez mais altos, acompanhados
de mudanças culturais. Dessa forma, quanto maior for a mudança técnica, acompanhada da
correspondente mudança cultural, maiores serão as contribuições para o desenvolvimento
sustentável (GARCIA, 2007).
Pode-se dizer que as melhorias ambientais atingidas pela introdução do ecodesign
apresentam atualmente soluções que recaem nos campos do redesign ambiental e do
projeto de novos produtos ou serviços que possam substituir os atuais. O grau de inovação

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necessário deve ser tal que as soluções propostas sejam intrinsecamente sustentáveis
(GARCIA, 2007).

2. Análise das alternativas e afirmativas

Questão 1.
A – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. Um produto é sustentável quando visa a usar a menor quantidade de
recursos possível, produzir a menor quantidade de resíduos e possibilitar o reuso e/ou
reciclagem de seus componentes e que não envolvam risco aos seres humanos.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O projeto de um produto sustentável deve considerar os recursos naturais
que serão utilizados para a produção do produto. Não deve ficar restrito aos recursos
naturais locais.

C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Além de não impor danos aos envolvidos no processo produtivo, o projeto
deve minimizar o uso de recursos.

D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O projeto de um produto sustentável deve considerar os recursos naturais
que serão utilizados para a produção do produto. Não deve ficar restrito aos recursos
naturais locais.

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O projeto deve minimizar o uso de recursos.

Questão 2.
I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. No texto, é clara a preocupação com a redução no consumo de energia no
processo produtivo, no reaproveitamento e na reciclagem dos novos materiais empregados e
na facilidade de manuseio por parte dos seres humanos envolvidos no processo. O texto não
trata de redução de custo e de alteração na qualidade do produto.

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II – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto mostra a preocupação com o reaproveitamento e a reciclagem dos
novos materiais empregados.

III – Afirmativa correta.


JUSTIFICATIVA. No texto, está explícita a preocupação com a redução no consumo de
energia no processo produtivo, no reaproveitamento e na reciclagem dos novos materiais,
bem como o emprego dos resíduos oriundos do processo produtivo.

IV – Afirmativa correta.
JUSTIFICATIVA. O texto acusa a preocupação com a redução no consumo de energia dentro
do processo produtivo e no reaproveitamento e na reciclagem dos novos materiais
empregados.

IV – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O texto não trata de estratégias de logística e estocagem.

Alternativa correta: D.

3. Indicações bibliográficas

 CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações manufatura e


serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
 FRANCISCO Jr., M.; GIANNETI, B. F.; ALMEIDA, C. M. V. B. Ecologia industrial: projeto
para meio ambiente. Disponível em <http://www.hottopos.com/regeq12/art5.htm>. Acesso
em 05 dez. 2012.
 GARCIA, J. C. C. Ecodesign: estudo de caso em uma indústria de móveis de escritório.
Tese de Doutorado. UFMG: Belo Horizonte, 2007.
 LANGER, E. Aspecto do ecodesign e do ciclo de vida do produto para consumo
consciente. Trabalho de conclusão de curso. Porto Alegre: UFRGS, 2011.
 SILVEIRA, C. M. R. A relação da indústria com o meio ambiente através dos processos
produtivos e dos produtos. Disponível em <http://www.clovis.
massaud.nom.br/artigos11.htm>. Acesso em 05 dez. 2012.

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Questão 3
Questão 3.3
A ergonomia pode trazer contribuições importantes ao processo de desenvolvimento de
produtos destinados ao consumo de massa, na medida em que possibilita integrar a visão
dos usuários ao projeto. Estudos de casos em fabricantes de veículos automotivos e de
carrocerias de ônibus mostraram que, na etapa de projeto de produtos, ocorria o uso
rotineiro de ferramentas como bancos de dados antropométricos, softwares para simulação,
manequins e mapeamento de pressão. A ergonomia era empregada em fases tardias desse
processo, para correção e a integração de aspectos ergonômicos restringia-se a questões
relacionadas à antropometria. Registraram-se erros conceituais, por exemplo, no
dimensionamento da altura dos assentos fixos. Estes dimensionamentos partem de amostras
aleatórias da altura popliteal em usuários reais, em diferentes percentis antropométricos.
Mas, na fase de testes, as empresas pesquisadas utilizavam como elementos da amostra
apenas profissionais da própria empresa. Considere o critério de não compressão de tecidos
moles e as medidas a seguir, utilizadas para dimensionar a altura de assentos, presumindo
que as distribuições sejam normais.

Altura popliteal (cm) Percentil 5% Percentil 50% Percentil 95% Desvio-padrão

Empregados 38,5 45 51,5 3

Amostra da população de usuários 37 45 53 4


GREGHI, M. F., ROSSI, T. N., SOUZA, J. B. G., MONTEDO, U. B.; MENEGON, N. L. A integração de aspectos ergonômicos
no processo de desenvolvimento de produtos de empresas brasileiras do setor de transporte. São Carlos, out./2010. XXX
Encontro Nacional de Engenharia de Produção.

Com base nas informações acima, avalie as afirmativas.


I. A altura do assento pode ser dimensionada em 45 cm, valor da mediana para a altura
popliteal dos profissionais da empresa e da população.
II. Considerando-se uma folga de 0,50 desvio-padrão entre a referência de altura popliteal
para dimensionamento da altura do assento em cadeira fixa, essa altura será aceita
como adequada se tiver o valor de 37 cm.
III. Um dimensionamento adequado da altura do assento em cadeira fixa para a grande
maioria dos profissionais da empresa será inadequado para a população usuária.
É correto apenas o que se afirma em
A. I.
B. II.
C. III.
D. I e II.
E. I e III.

3Questão 31 – Enade 2011.

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1. Introdução teórica

1.1. Ergonomia

De acordo com Iida (2005), a ergonomia é o estudo da adaptação das condições de


trabalho ao ser humano. As condições de trabalho abrangem não apenas máquinas e
equipamentos, mas também toda situação em que ocorre algum relacionamento entre o ser
humano e seu trabalho. Ela contempla o ambiente físico e os aspectos organizacionais de
como o trabalho é programado e controlado para produzir os resultados desejados.
A ergonomia pode ser classificada em física, cognitiva e organizacional. Todas têm
como principal objetivo a segurança e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento
com os sistemas produtivos (SLACK, 1997).
A ergonomia física estuda os aspectos da anatomia humana, da antropometria, da
fisiologia e da biomecânica relacionados com a atividade física, tais como a postura do
trabalho, o manuseio de materiais, os movimentos repetitivos, os distúrbios
musculoesqueléticos, o projeto de postos de trabalho, a segurança e a saúde do trabalhador
(KROEMER, 2005).
A ergonomia cognitiva estuda os processos mentais relacionados com as interações
entre as pessoas e as outras partes de um sistema, como aspectos ligados à carga mental, à
tomada de decisões, à interação do ser humano com o equipamento, ao estresse e ao
treinamento (SANTOS, 2011).
A ergonomia organizacional estuda a otimização dos sistemas sociotécnicos,
abrangendo aspectos ligados às comunicações, ao projeto do trabalho, à programação do
trabalho em grupo, ao projeto participativo, ao trabalho cooperativo, à cultura
organizacional, às organizações em rede e à gestão da qualidade (SANTOS, 2011).
A norma regulamentadora NR 17 trata da obrigatoriedade da aplicação da ergonomia
nos postos de trabalho. Segundo essa norma, qualquer postura, desde que mantida de
maneira prolongada, é mal tolerada. A alternância de posturas deve ser sempre privilegiada,
pois permite que os músculos recebam seus nutrientes e não fiquem fatigados.
A alternância da postura deve sempre ficar à livre escolha do trabalhador. Ele é quem
vai saber, diante da exigência momentânea da tarefa, qual é a melhor posição para a
execução da tarefa (IIDA, 2005).
Uma tarefa tem exigências variadas, por isso não se pode afirmar de antemão qual é
a melhor postura baseando-se apenas em critérios biomecânicos. Por exemplo, um caixa de

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supermercado, normalmente, prefere ficar sentado quando manipula mercadorias leves


(quando faz um troco ou quando confere cheques) e prefere levantar-se quando lida com
mercadoria pesada ou frágil. A postura de trabalho adotada é função da atividade
desenvolvida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos
movimentos etc.), dos espaços de trabalho, da ligação do trabalhador com máquinas e
equipamentos de trabalho, como, por exemplo, o acionamento de comandos (SLACK, 1997).

1.2. Mediana e percentil

A mediana de um conjunto de dados é o valor encontrado na posição central, quando


a série de dados é apresentada em ordem crescente. Por exemplo, em um conjunto de 25
dados colocados em ordem crescente, a mediana é o dado correspondente à posição 13. No
caso de o número de dados ser par, como, por exemplo, um conjunto de 20 números, a
mediana é o valor médio entre o número da posição dez e o número da posição onze.
Em um conjunto de dados, o percentil divide o total da população em cem partes
iguais. De acordo com Guimarães (2012), para determinar certo percentil em um conjunto
de dados, é suficiente ordenar esses dados e localizar o elemento correspondente à fração
desejada.
Em um conjunto de dados, um percentil indica a porcentagem de elementos que
estão abaixo do valor indicado. Tomemos, por exemplo, o conjunto de 9 números indicados
a seguir.
1 5 8 7 6 4 13 14 9
Quando os números são ordenados, do menor para o maior, temos:
1 4 5 6 7 8 9 13 14

O percentil de números menores do que 6 (P6) é:


3
P6  100%  33,3%
9

2. Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Embora a mediana das alturas apresentadas seja 45 cm, apenas 50% dos
empregados têm altura popliteal com valor menor do que 45 cm ou igual a isso.

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II – Afirmativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O problema apresenta que 5% dos empregados têm altura popliteal menor
do que 38,5 cm ou igual a isso. Uma altura fixa de 37 cm deve atender a um percentil
menor que 5% dos empregados.

III – Afirmativa correta.


JUSTIFICATIVA. Pelos dados da tabela, 45% dos empregados apresentam altura popliteal
entre 45 cm e 51,5 cm; 45% entre 45 cm e 38,5 cm; e 5% abaixo de 38,5 cm. Uma altura
fixa será inadequada, pois, para qualquer altura proposta, a porcentagem de empregados
atendidos será menor do que 50%.

Alternativa correta: C.

3. Indicações bibliográficas

 CARVALHO, S.; CAMPOS, W. Estatística básica simplificada. São Paulo: Elsevier, 2008.
 DENARDIM, A. A., Estatística Básica. Disponível em <http://ich.ufpel.
edu.br/economia/professores/aadenardin/E2.pdf>. Acesso em 07 dez. 2012.
 GUIMARÃES, I. A. Estatística: notas de aula. Disponível em <http:
//pessoal.utfpr.edu.br/eustaquio/arquivos/Apostila%20de%20Estatistica.pdf>. Acesso em 07
dez. 2012.
 IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
 KROEMER, K. H. L.; GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao
homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
 Manual de aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17. 2. ed. Brasília: MTE, SIT, 2002.
Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF808081
2BCB2790012BD52709277E54/pub_cne_manual_nr17.pdf>. Acesso em 18 jul. 2011.
 SANTOS, C. M. D. Ergonomia, qualidade e segurança do trabalho: estratégia competitiva
para produtividade da empresa. Disponível em
<http://www.viaseg.com.br/artigos/artigo_dca.htm>. Acesso em 08 fev. 2011.
 SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.

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Questão 4
Questão 4.4
Um processo vem sendo monitorado por meio de Gráficos de Controle para Variáveis. Para
essa situação, analise os gráficos a seguir.

Indicam processo sob controle estatístico apenas os gráficos representados em


A. I e III.
B. I e IV.
C. II e IV.
D. II e V.
E. III.

4Questão 22 – Enade 2011.

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1. Introdução teórica

Controle Estatístico do Processo (CEP)

Todo processo apresenta variações que se refletem nas medidas dos resultados. O
CEP acompanha os processos por meio do comportamento das estatísticas de seus
resultados, buscando separar as causas naturais das especiais, que provocam as variações
no processo (CORRÊA, 2012).
Para fazer o acompanhamento, são usadas cartas de controle do processo que
permitem visualizar os resultados, como mostra a figura 1.

Resultado da amostra

Limite superior de controle


Dispersões

Valor Médio

Limite inferior de controle

Número da amostra
Figura 1. Exemplo de carta de controle.
Fonte. MICHEL, 2002 (com adaptações).

Na figura 1, é possível observar o valor médio e os limites (superior e inferior)


permissíveis para os resultados das amostras.
Um processo está sob controle quando os resultados na carta de controle estiverem
dispersos de tal maneira que o valor médio e a amplitude da variação dos resultados
permanecem constantes. Nessa situação, a variação dos resultados é função das causas
naturais (CORRÊA, 2012).
Quando uma causa especial aparece, o valor médio e/ou a amplitude da variação é
alterada. A figura 2 mostra uma carta de controle em que causas especiais estão atuando.

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Figura 2. Carta de controle com causas especiais.


Fonte. MICHEL, 2002 (com adaptações).

Na figura 2, quando olhamos os resultados das amostras de 3 a 9, observamos que


todos estão acima da média. Isso é uma indicação clara da presença de uma causa especial.
Quando analisamos os resultados 14 e 18, podemos notar que eles estão mais distantes da
média do que todos os demais – outra indicação da presença de uma causa especial.

2. Análise dos gráficos

I – Processo sob controle.


JUSTIFICATIVA. A carta mostra que o processo está sob controle, pois os resultados estão
em torno do valor médio e dentro dos limites inferior e superior.

II – Processo não está sob controle.


JUSTIFICATIVA. Embora todos os resultados estejam dentro dos limites de tolerância, esta
carta mostra que o processo não está sob controle, pois existe uma tendência de aumento
no valor do resultado.

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III – Processo não está sob controle.


JUSTIFICATIVA. Esta carta mostra que o processo não está sob controle. Pode ser notado
que, nos resultados 6 e 7, ocorreram causas especiais e entre o 11 e 15, todos os resultados
são maiores do que a média.

IV – Processo sob controle.


JUSTIFICATIVA. Esta carta mostra que o processo está sob controle. Pode-se notar que os
resultados estão ao redor da média e praticamente com a mesma amplitude.

V – Processo não está sob controle.


JUSTIFICATIVA. Esta carta mostra que o processo não está sob controle. Existe uma
tendência de aumento no valor do resultado. Além disso, o resultado 2 está abaixo do limite
inferior.

Alternativa correta: B.

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3. Indicações bibliográficas

 CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações manufatura e


serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
 MICHEL, R.; FOGLIATTO, F. S. Projeto econômico de cartas adaptativas para
monitoramento de processos. Gestão & Produção. São Carlos, n. 1, abr. 2002, v. 9.
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2002000100003>. Acesso em 12 dez. 2021.

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Questão 5
Questão 5.5
O planejamento da empresa busca a minimização do impacto das frotas de caminhões ao
meio ambiente, utilizando a tecnologia para aumentar a eficiência do transporte de
matérias-primas, insumos e produtos, reduzindo o consumo de óleo diesel e a emissão de
CO2.
Para diminuir o número de veículos circulando pelo país, a Empresa lançou o Programa de
Compartilhamento da Frota. Caminhões que antes retornavam vazios, depois do
abastecimento de fábricas, centros de distribuição e pontos de venda, passaram a
transportar carregamentos de empresas parceiras. A adoção do projeto já resultou em uma
economia de 1.430.000 litros de combustível e a emissão de 3.922 toneladas de CO2 a
menos.
Com o bom resultado da iniciativa, a Empresa decidiu implantar o transporte colaborativo
em toda a sua cadeia. A operação é viabilizada pelos softwares Tracking e TMS
(Transportation Management System). O Tracking visualiza, em tempo real, o trajeto dos
veículos e corrige eventuais problemas de rotas. Já o TMS analisa a possibilidade do
Compartilhamento da Frota com as empresas parceiras.
Infere-se que o Programa de Compartilhamento da Frota da Empresa foi implementado
como parte do investimento da empresa
A. na ISO 9001.
B. em logística verde.
C. na OHSAS 18001.
D. em logística reversa.
E. em Warehouse Management System (WMS).

1. Introdução teórica

1.1. ISO 9001

A ISO 9001 trata dos requisitos para um sistema de gestão da qualidade (SGQ) e é
uma norma que permite às organizações verificarem a consistência de seus processos e
medi-los e monitorá-los com o objetivo de aumentarem sua competitividade e assegurarem

5Questão 32 – Enade 2011.

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a satisfação de seus clientes. Seu objetivo é gerenciar os requisitos do cliente para que o
entendimento e o atendimento desses requisitos sejam eficazes (RIBEIRO NETO, 2008).
Devemos lembrar que só existe mercado se existir necessidade. Se existe
necessidade, existem requisitos. Para uma organização obter sucesso no mercado, ela deve
identificar e monitorar os requisitos do cliente e atendê-los.
A ISO 9001 exige padronização de procedimentos e controle de documentos e
registros, auditorias, manuais, reuniões e pesquisas de satisfação, que são instrumentos
para que os requisitos do cliente sejam monitorados e atendidos.
A padronização dos processos baseada na ISO 9001 possibilita a previsibilidade, que
minimiza os riscos e os custos de operação, itens decisivos nos resultados econômicos e
sociais de uma organização (VALLS, 2004).

1.2. Logística verde e logística reversa

Segundo Guarnieri (2011), a logística reversa operacionaliza o retorno dos resíduos


de pós-consumo ao ambiente produtivo. Esse retorno pode ter como destino o mercado
secundário: os resíduos, para serem reaproveitados, passam pelos processos de reciclagem
e incineração para geração de energia e podem ser revendidos.
Para Guarnieri (2011), a logística verde é mais abrangente do que a reversa.
Enquanto a logística reversa trata do retorno dos resíduos após terem sido gerados, a
logística verde procura satisfazer a produção limpa. Nesse tipo de produção, é prevista a
diminuição da geração de resíduos: utilizam-se materiais menos prejudiciais ao meio
ambiente e mais fáceis de se decomporem. Pode-se entender a logística reversa como uma
parte da logística verde.

2. Análise das alternativas

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A ISO 9001 trata da padronização de procedimentos para que os requisitos
do cliente sejam monitorados e atendidos. O compartilhamento da frota, a economia de
combustível e a redução da emissão de CO2 não têm influência no atendimento das
necessidades do cliente.

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B – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A logística verde procura satisfazer a produção limpa. Nela, é prevista
menor geração de resíduos: utilizam-se materiais menos prejudiciais ao meio ambiente e
mais fáceis de se decomporem. Pode-se entender a logística reversa como uma parte da
logística verde (GUARNIERI, 2011). A redução do consumo de combustíveis e a consequente
diminuição na emissão de CO2 mostram a preocupação com a produção mais limpa.

C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A OHSAS 18001 é uma especificação de auditoria para sistemas de gestão
de saúde ocupacional e de segurança. O compartilhamento da frota, a economia de
combustível resultante e a redução da emissão de CO2 não têm influência na segurança e
prevenção às doenças ocupacionais.

D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A logística reversa trata do retorno dos resíduos após terem sido gerados e
a logística verde procura satisfazer a produção limpa. Na logística verde, é prevista a
diminuição da geração de resíduos: utilizam-se materiais que sejam menos prejudiciais ao
meio ambiente e que sejam mais fáceis de se decomporem. Pode-se entender a logística
reversa como uma parte da logística verde (GUARNIERI, 2011).

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O WMS, ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, fornece a rotação
dirigida de estoques para maximizar o uso do espaço de armazéns. O compartilhamento da
frota, a economia de combustível resultante e a redução na emissão de CO2 não têm
influência no espaço ocupado pelos armazéns.

3. Indicações bibliográficas

 GUARNIERI, P. Logística reversa: em busca do equilíbrio econômico e ambiental. Recife:


Clube dos Autores, 2011.
 RIBEIRO NETO, J. B. M.; TAVARES, J. C.; HOFFMANN, S. C. Sistemas de gestão
integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social e segurança e saúde no
trabalho. São Paulo: Senac, 2008.

19
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

 VALLS, V. M. O enfoque por processos da NBR ISO 9001 e sua aplicação nos serviços de
informação. Ciência da Informação, n. 2. p.172-178. Brasília. 2004. v. 33. Disponível em
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v33n2/a18v33n2.pdf>. Acesso em 20 jun. 2014.

20
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 6
Questão 6.6
Na distribuição de garrafões de 20 litros de água mineral, uma empresa utiliza chapas de
compensados de madeira para auxiliar seu transporte, em carrinhos com prateleiras e também nos
caminhões de entrega. Essas chapas de madeira se deterioram em um mês devido à umidade. A
empresa gasta R$ 57.600,00 comprando 2.400 chapas por ano. Ao mesmo tempo, descarta
garrafões de polipropileno, tanto por força da lei que lhes atribui vida útil máxima de três anos,
quanto por trincas, fissuras, mau cheiro e sujeiras. O polipropileno demora 240 anos para se
degradar na natureza. Produzido a partir do petróleo, é um polímero termoplástico que amolece a
partir de 127°C, funde a 175°C e, ao resfriar, readquire a rigidez. Transformar os garrafões
descartados (resíduos) em placas para substituir as chapas de madeira apresenta-se como uma
solução para o destino dos resíduos. A empresa dispõe de um moinho industrial para a
transformação do garrafão em material granulado. A partir deste material foram moldadas placas
para testes em escala reduzida. O molde permaneceu durante 1 h e 10 min ao fogo, na temperatura
de 160°C. Não houve perda de peso do material durante o processo. A placa de polipropileno, com
dimensões equivalentes à de madeira, teve avaliação melhor em resistência à flexão, durabilidade,
sustentabilidade e custo. Pesa um pouco mais, porém a diferença foi considerada aceitável pelos
trabalhadores. Se danificada, a chapa de polipropileno pode ser novamente reciclada e transformada
em uma placa. A solução é viável se comparada ao custo de armazenar e transportar resíduos, e é
ambientalmente mais adequada, pois destina os resíduos criando um novo produto substituto à
madeira, mais durável, reciclável e remanufaturável na mesma unidade produtiva que o consome.
CARVALHO NETO, E.M., FOLHA, A.C.V., BRAGA JUNIOR, A.E. Desenvolvimento de um produto a partir do refugo de
garrafões de polipropileno para substituição do uso de madeirite. São Carlos, out./2010. XXX Encontro Nacional de
Engenharia de Produção.

Na situação descrita, qual das seguintes alternativas de uso do polipropileno ao final da vida
útil do produto, se viável tecnicamente, teria o menor impacto ambiental?
A. A recuperação de resinas.
B. A transformação energética.
C. A transformação em novos materiais.
D. A recuperação e reutilização das embalagens.
E. A transformação em produtos substitutos usados na mesma unidade.

1. Introdução teórica

1.1. Reciclagem

Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), um resíduo é algo que


seu proprietário não mais deseja, em dado momento e em determinado local, e que não tem
valor de mercado (VALLE apud CARVALHO NETO, 2010).

6Questão 33 – Enade 2011

21
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Os produtores e os consumidores passaram a atribuir cada vez mais importância à


preservação ambiental. O sistema industrial de produção e de consumo, que era tipicamente
caracterizado pelo uso e pelo descarte de produtos, está mudando para um sistema cujas
atividades estão relacionadas com a reciclagem de produtos e de seus componentes
(CARVALHO NETO, 2010). Desperdícios ou subprodutos, antes considerados
desinteressantes para serem reaproveitados, são agora tidos como fontes valiosas para
reprocessamento ou outras utilizações.
Segundo Masson e Agnelli (2000), qualquer material previamente selecionado para
reutilização, no mesmo ou em outro processo de produção, é um material a ser reciclado.
Os produtos termoplásticos, que levam centenas de anos para degradar na natureza,
são reciclados, o que contribui na redução dos custos de fabricação e na diminuição do
impacto ambiental (KOLESKI e BALLESTERO, 2007).
Segundo Carvalho Neto (2010), o desenvolvimento de um produto para atender a
uma necessidade interna da empresa ou de seus clientes internos é um desafio do qual
pouco se ouve falar. Isso ocorre porque o desenvolvimento de um novo produto está ligado
à necessidade de atendimento a um mercado, com o objetivo de lucro.

1.2. Reciclagem de materiais plásticos

Forlin e Faria (2002) ressaltam que as rotas potenciais, com viabilidade econômica
disponível, para a reciclagem de materiais plásticos podem envolver: a transformação
mecânica em novos materiais ou produtos, a recuperação de resinas, a reutilização de
embalagens e a transformação energética.
A transformação mecânica consiste em submeter o material a processos mecânicos,
que moldam o plástico em uma forma diferente da forma original, sendo necessária a
aplicação de uma energia para a transformação.
A recuperação de resinas compreende a despolimerização do material plástico e a
recuperação e a purificação dos monômeros originais, obtidas por reações químicas que
geram novos resíduos.
A reutilização de embalagens de alimentos compreende a recuperação da embalagem
pós-consumo para o desempenho da função originalmente planejada.
A reciclagem energética prevê a combustão do material plástico com a recuperação
da energia liberada. Nessa operação, há a liberação de CO2 na atmosfera e a geração de
novos resíduos.

22
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

2. Análise das alternativas

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A recuperação de resinas compreende despolimerização do material plástico
e a recuperação e a purificação dos monômeros originais. Isso é feito por reações químicas
com reagentes que geram novos resíduos.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A reciclagem energética prevê a combustão do material plástico com
recuperação da energia liberada. A combustão do material plástico coloca CO2 na atmosfera
e gera novos resíduos.

C – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A transformação mecânica consiste em submeter o material a processos
mecânicos que moldam o plástico em uma forma diferente da forma original. Para que a
transformação ocorra, é necessário o uso de alguma fonte de energia.

D – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. A recuperação e a reutilização de embalagens são as que causam menor
impacto ao meio ambiente, pois não existe nenhum tipo de transformação no material.

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A transformação em produtos substitutos usados na mesma unidade prevê
a mudança de forma do material, o que implica o uso de algum tipo de energia e a geração
de algum tipo de resíduo.

3. Indicações bibliográficas

 CARVALHO NETO, E. M.; FOLHA, A. C. V.; BRAGA JR, A. E. Desenvolvimento de um


produto a partir do refugo de garrafões de polipropileno para substituição do uso de
madeirite. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Carlos. ABEPRO, 2010.
 FORLIN, F. J.; FARIA, J. A. F. Considerações sobre a reciclagem de embalagens
plásticas. São Carlos: Polímeros. n. 1, 2002. v. 12. Disponível em

23
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-14282002000100006&script=sci_arttext>.
Acesso em 19 dez. 2012.
 KOLESKI, S. D.; BALLESTERO, S. D. Redução do impacto ambiental pela reciclagem de
resíduos de polipropileno expandido na produção de autopeças. Revista de Biociência,
Universidade de Taubaté. UNITAU, 2007. n. 3-4. p. 167-177. v. 13.
 MASSON, T. J.; AGNELLI, J. A. M. Desenvolvimento e reciclagem do polipropileno
modificado pela presença do talco. Revista Mackenzie de Engenharia e Computação. São
Paulo, 2000. n. 1, p. 67-79.

24
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 7
Questão 7.7
O que proporciona a oportunidade para o novo e diferente é a mudança – a inovação
sistemática consiste, portanto, na busca deliberada e organizada de mudanças, assim como
na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a
inovação econômica e social.
DRUCKER apud BARBIERI, J. C. Organizações inovadoras: estudos e casos brasileiros. Rio de Janeiro: FGV, 2003, p. 18
(com adaptações).

A partir dessa observação, avalie as asserções a seguir.


A inovação é um conceito mais limitado do que a invenção
PORQUE
A invenção é o processo pelo qual uma nova ideia é descoberta ou criada, enquanto a
inovação inclui o processo de desenvolver e implantar a nova ideia.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta
da primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsa.

1. Introdução teórica

Diferença entre invenção e inovação

A invenção é uma nova ideia transformada em um resultado tangível. A inovação é a


conversão de uma nova ideia em receitas e lucros (LAFLEY, 2008).
Para que exista inovação, é necessário que antes tenha existido invenção. A invenção
é algo novo, algo que não existia antes de seu aparecimento e que pode não ter
consequências econômicas. A inovação é uma mudança em algo que já existia e, por meio
dela, é possível gerar ganhos (SIMANTOB, 2003).

7Questão 35 – Enade 2011.

25
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Enquanto a atividade de invenção é aquela que apresenta um novo produto ou um


novo processo, as atividades de inovação são aquelas que levam, ou tentam levar, à
implementação de produtos e/ou processos melhorados.
De acordo com Schumpeter (1984) apud Zanelli (2008), a inovação corresponde à
introdução, no processo produtivo, de uma invenção. As inovações podem ser de caráter
tecnológico, gerencial ou social (ZANELLI, 2008). A inovação tecnológica ocorre em produtos
e processos produtivos; a gerencial são as que acontecem nos processos ou na estrutura
gerencial; e a social é aquela que altera padrões de relacionamento entre pessoas e entre
empresas (ZANELLI, 2008).

2. Análise das asserções

I – Asserção incorreta.
JUSTIFICATIVA. A inovação não pode ser considerada um conceito mais limitado do que a
invenção. A invenção e a inovação complementam-se. Uma invenção só é implementada por
uma inovação.

II – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. De acordo com Schumpeter apud Zanelli (2008), a inovação corresponde à
introdução, no processo produtivo, de uma invenção. Assim, a invenção é o processo pelo
qual uma nova ideia é descoberta ou criada, enquanto a inovação inclui o processo de
desenvolver e implantar a nova ideia.

Alternativa correta: D.

3. Indicações bibliográficas

 LAFLEY, A. G.; CHARAM, R. O jogo da liderança: metas e estratégias para o sucesso da


sua empresa. Rio de janeiro: Elsevier, 2008.
 SIMANTOB, M.; LIPPI, R. Guia valor econômico de inovação nas empresas. São Paulo:
Globo, 2003.
 ZANELLI, J. C. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2007.

26
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 8
Questão 8.8
A busca pela sustentabilidade, ou seja, assegurar às gerações futuras o direito a um meio
ambiente equilibrado com as mesmas condições (naturais, sociais e econômicas) disponíveis
para as gerações atuais, colocou as discussões relativas ao projeto de produtos em outra
perspectiva, em um patamar mais elevado no âmbito das questões das sociedades atuais.
A introdução do conceito de desenvolvimento sustentável como elemento de ordem na
concepção de novos produtos trouxe aos projetistas a consciência de seu papel em uma
grande cadeia de intervenções, diretas e indiretas, sobre o meio ambiente.
BARBOSA FILHO, A. N. Projeto e desenvolvimento de produtos. São Paulo: Atlas, 2009. p. 94-95.

Considerando as ideias centrais desenvolvidas no texto, redija um texto dissertativo


abordando de que forma o tripé de sustentabilidade deve orientar as decisões das
empresas, contemplando os aspectos ambiental, social e econômico.

1. Introdução teórica

Sistema de gestão ambiental e logística reversa

O comprometimento das empresas com a questão ambiental acompanha o processo


de globalização das relações econômicas (PADOIN, 2012).
De acordo com Valle apud Carvalho Neto (2010), “a qualidade ambiental é parte
inseparável da qualidade total ansiada pelas empresas que pretendem se manter
competitivas e assegurar sua posição em um mercado cada vez mais globalizado e
exigente”. A procura pelas certificações ambientais voluntárias corre nessa direção. A mais
importante delas, a série ISO 14.000, fornece ferramentas e estabelece um padrão de
Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
O SGA é a forma pela qual a empresa mobiliza-se interna e externamente na
conquista da qualidade ambiental desejada (PADOIN, 2012).
Há anos a comercialização superou a produção como fator limitante da atividade
econômica: tornou-se mais difícil vender do que produzir. A colocação de produtos no
mercado globalizado exige diferencial de competitividade, definido principalmente pelo preço
e pela qualidade.
Devemos observar que os clássicos conceitos de qualidade do produto estão bastante
ampliados, com grande destaque à qualidade ambiental. Dentro dessa perspectiva, os
investimentos na sustentabilidade, além de essenciais à qualidade ambiental, podem
8Questão 3 – discursiva – Enade 2011.

27
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

representar importante diferencial especialmente para exportações a mercados altamente


promissores. Reduzir os custos com a eliminação de desperdícios, desenvolver tecnologias
limpas e baratas e reciclar insumos não são apenas princípios de gestão ambiental, mas
condição de sobrevivência empresarial (ANDREOLI, 2012).
Os procedimentos de gestão ambiental foram padronizados mundialmente, com o
objetivo de definir critérios e exigências semelhantes. A garantia de que a empresa atende a
esses critérios é a certificação ambiental, segundo as normas ISO 14.000 (ANDREOLI,
2012).
Dentro de um SGA, entendemos a logística reversa como a área da logística
empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas
correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios
ou ao ciclo produtivo, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômica, ecológica,
legal, logística e de imagem corporativa, entre outras (LEITE, 2012).
Existe clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as
empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isso significa
ser legalmente responsável pelo destino desses produtos e pelos impactos que eles
produzem no meio ambiente.
Atrelado ao conceito de logística reversa está o conceito de ciclo de vida de um
produto. Do ponto de vista financeiro, fica evidente que, além dos custos de matéria-prima,
produção e armazenagem, o ciclo de vida de um produto inclui o custo do gerenciamento de
seu fluxo reverso, que é uma forma de avaliar qual o impacto do produto no meio ambiente
durante toda sua vida (LACERDA, 2012).

2. Padrão de resposta do Inep

 Aspectos ambientais
A resposta deve mencionar:
 a garantia de que a produção e o uso dos produtos estejam assentados em princípios de
eficiência energética, de uso racional de recursos naturais e de redução dos impactos
ambientais;
 os produtos não devem utilizar em sua fabricação insumos, materiais e processos
nocivos ao meio ambiente;
 a legislação, as normas ambientais e os princípios de sustentabilidade discutidos mais
recentemente.

28
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

 Aspectos sociais
A resposta deve mencionar:
 o aspecto interno à empresa, a política social da empresa, em que a atividade
desenvolvida deve ser compatível com os princípios de responsabilidade social, dando
condições de vida e trabalho às pessoas, sem danos físicos ou psíquicos.
 o aspecto externo à empresa, os impactos sociais dos produtos desenvolvidos e das
ações da empresa.
 a legislação, as normas e os princípios de responsabilidade social.

 Aspectos econômicos
A resposta deve mencionar:
 a gestão do ciclo de vida do produto e os aspectos de logística reversa que abordam o
uso, a reutilização e a reciclagem.

3. Indicações bibliográficas

 ANDREOLI, C. V. Gestão ambiental. Disponível em


<http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/gestao/empresarial.pdf>. Acesso em 06 fev. 2013.
 CARVALHO NETO, E. M.; FOLHA, A. C. V.; BRAGA JR, A. E. Desenvolvimento de um
produto a partir do refugo de garrafões de polipropileno para substituição do uso de
madeirite. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Carlos. ABEPRO, 2010.
 LACERDA, L. Logística reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas
operacionais. Disponível em
<http://www.sargas.com.br/site/index.php?option=com_content&task=view&id=78&Itemid
=29>. Acesso em 06 fev. 2013.
 LEITE, P. R. Logística reversa: nova área da logística empresarial. Revista Tecnologística.
São Paulo: ano 8, n. 78, maio, 2002.
 PADOIN, L. D. et al. Importância do sistema de gestão ambiental na empresa – estudo
de caso. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART212.pdf>.
Acesso em 06 fev. 2013.

29
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 9
Questão 9.9
Um projeto de reformulação da organização do trabalho em uma unidade produtiva em
funcionamento requer a análise do trabalho real. Em uma oficina responsável pela
manutenção preventiva quadrimestral de uma frota com 90 equipamentos ferroviários, foi
comparado o fluxo prescrito com o fluxo realmente executado. Constatou-se o não
atendimento das metas de produção e a insatisfação dos funcionários devido à elevada
carga de trabalho. A programação da revisão se fazia após uma inspeção prévia, mas
ocorriam atrasos no encaminhamento do equipamento ferroviário para a oficina e não se
realizava nova inspeção e reprogramação do equipamento. Essa inspeção identificaria novas
pendências no equipamento e possibilitaria reprogramar com rigor o uso dos recursos
materiais e de mão de obra, evitando-se desgastes e esperas por material não disponível.
Daí, a demanda por Homens-Hora passou de 200 para 280, pois as pendências reais
corrigidas na revisão se mostraram maiores que as identificadas na inspeção preventiva.
Essa situação acontecia reiteradamente. Registrou-se, então, alta frequência de
trabalhadores em turnos, que faziam horas extras e que dobravam o turno de trabalho.
CAMPOS, G. F., SILVA, L. M., BARCELOS, B. F. Análise da organização do trabalho: um estudo no setor de manutenção
mecânica de equipamentos ferroviários de uma empresa de grande porte. In: São Carlos, out./ 2010. XXX Encontro
Nacional de Engenharia de Produção (com adaptações).

A análise relatada identificou problemas de projeto do trabalho e problemas de gestão. Qual


foi o principal problema de projeto do processo de trabalho no setor de manutenção?
A. O cumprimento da programação, pois, quando ela não é seguida, gera-se aumento do
desgaste dos empregados na execução da atividade.
B. Uma avaliação da variabilidade da atividade a ser executada sugere uma demanda por
uma organização do trabalho mais flexível.
C. O número de funcionários era insuficiente para atender a demanda no conserto das
máquinas.
D. A empresa faz a programação sem considerar possíveis imprevistos que poderiam
ocorrer na atividade desenvolvida.
E. A empresa não determina a repetição da inspeção se o equipamento não chegar à oficina
na data combinada.

1. Introdução teórica

Capacidade Produtiva

Segundo Corrêa (2012), a função de uma unidade produtiva é atender


adequadamente à sua demanda.

9Questão 28 – Enade 2011.

30
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

De acordo com Slack (1997), a restrição de capacidade de uma operação está


associada à capacidade máxima de processamento de algumas de suas unidades produtivas.
Essas partes constituem o gargalo da operação e limitam a quantidade de processamentos
de toda a operação ao limite máximo permitido.
O conhecimento da capacidade de cada segmento da operação é elemento
importante na determinação da capacidade produtiva de toda a cadeia.
A verdadeira capacidade disponível de cada parte da cadeia produtiva deve ser
determinada a fim de se ter uma visão real da capacidade efetiva de toda a cadeia
(CORRÊA, 2012). Essa capacidade permite determinar os prazos passíveis de atendimento
de uma demanda.
Para que seja possível atender a uma demanda maior do que a capacidade instalada,
são usados alguns métodos de ajuste (SLACK, 1997), como os citados a seguir.
a) Horas extras – uma das maneiras mais rápidas para ajustar a capacidade à demanda é o
aumento das horas trabalhadas pelo pessoal da produção.
b) Variação do tamanho da força de trabalho – outra forma usada para atender a uma
demanda maior do que a capacidade é a contratação pessoal extra durante os períodos
necessários.
c) Pessoal em tempo parcial – a força de trabalho extra é contratada para trabalhar um
número de horas menor do que o da força já existente.
d) Subcontratação – a subcontratação é a transferência de parte do trabalho para terceiros.

2. Análise das alternativas

A – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. O fato de o número de pendências corrigidas na manutenção ser maior do
que o verificado na inspeção inicial não está associado ao cumprimento da programação.

B – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. Não existe variabilidade na atividade a ser executada. As correções são
feitas de acordo com a constatação de necessidade em cada equipamento.

C – Alternativa correta.
JUSTIFICATIVA. O aumento de número de horas necessárias para a execução da tarefa
indica que a capacidade efetiva instalada era menor do que a necessária para o atendimento

31
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

da demanda. Como afirma Slack (1997), essa é uma das maneiras de aumentar a
capacidade produtiva e uma das maneiras mais rápidas de ajustar a capacidade à demanda.

D – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A programação é feita de acordo com a inspeção prévia.

E – Alternativa incorreta.
JUSTIFICATIVA. A repetição da inspeção não tem implicação no trabalho executado pela
equipe de manutenção. A demanda de tempo para a execução do trabalho varia de acordo
com a necessidade de cada equipamento.

3. Indicações bibliográficas

 CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações de manufatura e


serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2012.
 SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.

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Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

Questão 10
Questão 10.10
Uma empresa no setor de energia mantém diversas parcerias com universidades para o
desenvolvimento de tecnologia. Essas parcerias são feitas por meio de projetos de pesquisa
em que o gerente responsável pelas parcerias tem de gerir diversos projetos e
pesquisadores externos à própria instituição. Para racionalizar o seu trabalho, o gerente está
selecionando um software de gerenciamento de projetos. Embora esta seja uma atividade
muito importante, a diretoria não está disposta a alocar muito recurso na aquisição dessa
ferramenta. Nesse contexto, avalie as asserções a seguir.

Os softwares de gerenciamento de projetos mais atualizados fazem uso simultâneo de


tecnologia da informação (TI) aplicada e de suporte e requerem grandes investimentos
financeiros.
PORQUE
A TI pode ser aplicada ao gerenciamento de projetos tanto nos algoritmos de
sequenciamento e alocação dos recursos às atividades, quanto no suporte, via web, da
comunicação e interação do gerente dos projetos com os demais participantes, praticamente
em tempo real.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta
da primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.

10Questão 25 – Enade 2011.

33
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

1. Introdução teórica

Gerência de projetos e tecnologia de informação

Um projeto é um empreendimento temporário cujas atividades são relacionadas e


executadas para atingir um propósito (objetivo) definido (SANTOS, 2009). Segundo Heldman
apud Santos (2009), o gerenciamento de projetos abrange uma série de ferramentas e
técnicas, cuja função é organizar e monitorar o andamento das atividades do projeto.
Dessa forma, o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimentos,
habilidades, ferramentas e técnicas para projetar atividades que atendam às necessidades
do projeto e produzam o resultado esperado (SANTOS, 2009).
Com a intenção de facilitar as atividades da gerência de projetos, foram
desenvolvidos “softwares”. O custo de implantação desses programas para computador
pode variar entre alguns reais e alguns milhares de reais. Essa grande amplitude de variação
está associada à plataforma e à funcionalidade do programa (BRUZZI, 2008).
A tecnologia de informação (TI) tem sido considerada um dos componentes mais
importantes do ambiente empresarial atual (ALBERTIN & ALBERTIN, 2008).
O investimento em TI deve ser considerado um elemento na cadeia de processos de
transformação, antes de resultar em algum desempenho empresarial. Essa cadeia inclui
governança, investimento, desenvolvimento, utilização de TI e, finalmente, desempenho
empresarial.
Um estudo de caso realizado por Albertin & Albertin (2008) permitiu estabelecer a
relação dos gastos e investimentos em TI com o desempenho empresarial. Foram
estabelecidos indicadores de desempenho que nortearam, a partir daí, as decisões sobre
estes gastos e investimentos. Assim, este tipo de investimento passa a ter uma base comum
com a gestão da própria empresa, permitindo o acompanhamento dos benefícios oferecidos
pelo uso de TI. Em particular, no gerenciamento de projetos, essa relação pode ser utilizada
como base para a tomada de decisão, visando a atender às expectativas dos solicitantes dos
projetos que, de forma geral, são a própria organização, e é expressa nos indicadores de
desempenho empresarial (ALBERTIN & ALBERTIN, 2008).
Os softwares de gestão de projeto tornaram-se essenciais para a organização e o
lançamento das atividades da empresa. Eles auxiliam a gerência no acompanhamento e na
coordenação dos trabalhos de grupo, no controle dos fluxos de informação, no respeito a

34
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

prazos e no domínio dos custos. Essas ferramentas são adaptáveis às necessidades das
pequenas empresas, bem como as das grandes estruturas.
Esses softwares podem ser classificados em três categorias: de gestão de projetos
pessoais, destinados ao uso de poucos usuários; de projetos colaborativos, destinados a
empresas que partilham documentos, realizam fóruns e promovem a criação de banco de
dados; e de projetos que integram todas as operações da empresa.

2. Análise das asserções

I – Asserção incorreta.
JUSTIFICATIVA. A primeira asserção afirma que os softwares de gerenciamento de projetos
mais atualizados fazem uso simultâneo de tecnologia da informação (TI) aplicada e de
suporte e requerem grandes investimentos financeiros. A afirmativa é falsa porque o
investimento pode variar entre alguns reais e alguns milhares de reais. Essa grande
amplitude de variação está associada à plataforma e à funcionalidade do programa (BRUZZI,
2008).

II – Asserção correta.
JUSTIFICATIVA. A segunda asserção expõe que a TI pode ser aplicada ao gerenciamento de
projetos tanto nos algoritmos de sequenciamento e alocação dos recursos às atividades,
quanto no suporte, via web, da comunicação e interação do gerente dos projetos com os
demais participantes, praticamente em tempo real. Essa afirmativa está correta porque a TI
pode ser aplicada no gerenciamento de projetos, pode auxiliar no processo de decisão e
facilitar a comunicação entre os setores da empresa.

Alternativa correta: D.

3. Indicações bibliográficas

 ALBERTIN, A. L.; ALBERTIN, R. M. M. Tecnologia de Informação e desempenho


empresarial no gerenciamento de seus projetos: um estudo de caso de uma indústria.
Revista de Administração Contemporânea, v. 12, n.3, Curitiba: julho/setembro, 2008.
 BRUZZI, D. G. Gerência de projetos. Brasília: Senac, 2008.

35
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo 5 – CQA/UNIP

 SANTOS, G. S. Gerenciamento de projetos em TI: um estudo de caso. Produção on line,


São Paulo: v. IX, n. IV, 2009. Disponível em
<http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/278/534>. Acesso em 06 fev. 2013.

36
Material Específico – Engenharia de Produção – Tomo V – CQA/UNIP

Índice remissivo

Engenharia da sustentabilidade. Gestão ambiental. Desenvolvimento


Questão 1
sustentável
Engenharia da sustentabilidade. Gestão ambiental. Desenvolvimento
Questão 2
sustentável

Questão 3 Engenharia do trabalho. Ergonomia. Estatística.

Engenharia da qualidade. Planejamento e controle da qualidade. Controle


Questão 4
estatístico de processos.
Logística. Logística reversa. Engenharia da qualidade. Normalização,
Questão 5
auditoria e certificação para qualidade.

Questão 6 Engenharia da sustentabilidade. Gestão de recursos naturais e energéticos

Questão 7 Engenharia organizacional. Gestão da inovação.

Engenharia da sustentabilidade. Sistemas de gestão ambiental. Logística.


Questão 8
Logística reversa.
Engenharia de operações e processos da produção. Planejamento,
Questão 9
programação e controle da produção. Capacidade produtiva.
Engenharia organizacional. Gestão de projetos. Gestão da tecnologia.
Questão 10
Gestão da informação.

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