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CURSO DE
DESIGN DE INTERIORES
Aluno:
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CURSO DE
DESIGN DE INTERIORES
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO III
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7.1 TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
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processos construtivos. Constituiu-se em um conjunto de saberes aplicados à
prática para se atingir determinados objetivos, ou seja, os meios de se atingir um
fim.
Muitos autores sugerem que existem dois grupos de tecnologias: as
chamadas tecnologias pesadas (hard technology society), e as tecnologias leves
(soft technology community). A tecnologia pesada caracteriza uma sociedade
consumista ao extremo, que não prevê e nem comporta a destruição ocasionada
pelo uso dessa tecnologia. Já as tecnologias leves (ou sustentáveis) são aquelas
ecologicamente corretas, posto que não agrida a biodiversidade e os ecossistemas.
O foco desse curso será o uso das tecnologias leves, e, portanto não
abordaremos as tecnologias pesadas. De acordo com a Agenda 21 (capítulo 34) as
tecnologias leves possuem as seguintes características:
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na criação de novos dispositivos e equipamentos específicos, desenvolvidos
especialmente para a captação e utilização destes recursos naturais.
Os modernos painéis solares (ou placas solares) conseguem captar a
energia solar – que é uma fonte praticamente inesgotável de eletricidade -,
diariamente e sem nenhum custo, por meio de células fotovoltaicas. Esses coletores
transformam a energia solar em energia térmica, gerando eletricidade em torno de
12 volts em corrente contínua. É certo que essa corrente elétrica parece insuficiente
para a maioria dos usos domésticos, mas se acumulada ao longo do dia é uma fonte
abundante e confiável, que pode suprir as necessidades de uma habitação sem a
necessidade de recorrer a outras fontes. Com essa energia captada nos coletores é
possível se obter água quente para consumo doméstico e até pode ser utilizada para
aquecer a água de piscinas, evitando despesas maiores.
O mais interessante com relação à captação de energia solar é que esse
sistema não provoca qualquer tipo de poluição ambiental, e sequer modificam a
temperatura do seu entorno. Tendo como matéria-prima o silício – o mineral mais
abundante em nosso planeta -, os sistemas de captação de energia solar ainda
possuem uma durabilidade considerável, exigindo manutenção mínima.
Assim como a captação de energia solar, a energia eólica (ou energia
gerada pelos ventos) é uma fonte abundante de energia renovável, limpa e
disponível em diversos locais. O desenvolvimento dessa tecnologia deu origem às
turbinas eólicas, e ganhou popularidade justamente devido a sua capacidade de
gerar energia com uma fonte renovável, além de apresentar como vantagem um
custo relativamente menor que dos sistemas fotovoltaicos, como o das placas
solares.
Como pudemos ver, algumas medidas e técnicas construtivas podem e
devem ser priorizadas, quando pensamos em sustentabilidade. É certo que as
medidas por si só não proporcionam soluções realmente satisfatórias para os
problemas ambientais ocasionados pela ação humana. Mas o que podemos fazer,
como profissionais da área de Design de Interiores é prever novas atitudes em
nossos projetos buscando sempre a consciência ambiental, a começar pelo uso de
tecnologias alternativas, como as que acabamos de conhecer.
Dentro dessa nova atitude encontram-se as tecnologias alternativas, pois
elas propõem o uso racionalizado da natureza e nos recursos e fontes naturais,
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visando à sustentabilidade na construção com comprometimento ecológico,
facilitando e tornando a vida do homem mais feliz e saudável. No próximo tópico,
falaremos mais especificamente dos materiais sustentáveis que possuem esse
comprometimento ecológico.
Superadobe:
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FIGURA 89 – PAREDES CONSTRUÍDAS COM SUPERADOBE
Fardos de palha:
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FIGURA 90 – FORRO MODERNO E SOFISTICADO DE PALHA
Bambu:
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FIGURA 91– OS AMBIENTES ACONCHEGANTES E SOFISTICADOS PODEM
SER OBTIDOS COM A APLICAÇÃO DE BAMBU
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FIGURA 92 – CALÇADA ECOLÓGICA OBTIDA A PARTIR DE APROVEITAMENTO
DE RESÍDUOS
Biokreto:
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FIGURA 93 – BLOCOS DE BIOKRETO
Biotelha:
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FIGURA 94 – BIOTELHAS
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FIGURA 95 – FACHADA COM PAREDE VERDE OBTIDA COM APLICAÇÃO NO
LOCAL DE PLACAS VEGETAIS
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FIGURA 96 – TELHADO VERDE COM PLANTIO DIRETO NA LAJE DO EDIFÍCIO
RECICLAGEM DE ENTULHO
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FIGURA 97– PLACAS CIMENTÍCIAS OBTIDAS A PARTIR DO
APROVEITAMENTO DE ENTULHO
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FIGURA 98 – REVESTIMENTO DE PAREDE COM MDF, POSSIBILITANDO
ENCAIXES E ADEQUAÇÃO DE OBJETOS
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FIGURA 99 – APLICAÇÃO DE MDF EM PAREDES E NICHOS
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FIGURA 101 – APLICAÇÃO DE MDF EM PAREDES E PISOS
Com certeza você já deve ter observado que alguns tipos de materiais
parecem “não se comportar” adequadamente de acordo com o ambiente da
aplicação. Ou melhor, a aplicação de certos materiais não convém a certos
ambientes, por razões físicas de comportamento às condições a qual serão
expostos.
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Por exemplo: você jamais aplicaria um piso amadeirado em uma área de
banho, ou papel de parede em superfícies constantemente “molháveis”, não é
mesmo?
Em pouco tempo o piso amadeirado teria inchado pelo excesso de umidade,
e se deformaria. O papel de parede derreteria ou criaria bolhas internas, e
provavelmente decolaria da parede. Por essas e outras razões é que um Designer
de Interiores deve pensar duas vezes antes de indicar qualquer material a ser
utilizado em um projeto. Só a estética não vale, mas deve-se analisar o contexto em
que cada material será aplicado, suas implicações, resistência e principalmente, sua
adaptabilidade.
Essa adaptabilidade resume-se, basicamente, na distinção de dois tipos de
ambientes onde será feita a aplicação de um revestimento: as Áreas Secas e as
Áreas Molhadas. As Áreas secas são todas aquelas onde não há o uso
predominante de água e nem superfícies alagadiças, como salas, dormitórios e
escritórios. Já as Áreas Molhadas são aquelas onde há a eminência de alagamentos
temporários, tais como banheiros, lavabos, cozinhas e áreas de serviços.
Estudaremos mais aprofundadamente os tipos de revestimentos ideais para
áreas secas e molhadas no próximo tópico!
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Para a área íntima, por exemplo, pode-se usar com liberdade quase todos
os tipos de revestimento, pois o fluxo de pessoas é baixo e a resistência à água não
é problema. Não há razões físicas que possam impedir a aplicação de qualquer tipo
de revestimento em quartos e salas, salvo soluções que envolvam apenas a estética
e equilíbrio visual do ambiente. Salas e dormitórios “pedem” a aplicação de materiais
quentes e aconchegantes, como a madeira, mas materiais mais frios também são
bem-vindos, como as cerâmicas. Carpetes amadeirados e pisos laminados também
são excelentes opções para esses ambientes, que já chegam à obra acabados e
dispensam o trabalhoso acabamento de raspagem e tratamento, além da praticidade
e rapidez na instalação.
Mesmo oferecendo tantas vantagens, há aqueles que não abrem mão das
madeiras legítimas, como os pisos de assoalho. Instalados com parafusos que unem
as tábuas a uma estrutura secundária ligada à laje, os assoalhos de tábua corrida
diferenciam-se dos tacos, que são colados diretamente no contra piso. Apesar de
belíssimos, tacos e assoalhos não dispensam o tratamento lixado e o acabamento
com verniz protetor, além das precauções contra fungos e umidade comuns à
madeira.
Esses são apenas alguns cuidados para quem deseja manter bonito o piso
de madeira. Vale a ressalva de que pisos de madeira legítima devem ser apenas
usados em áreas secas, pois a madeira não reage bem à umidade, correndo o risco
constante de descolamentos e empenamentos em áreas molhadas. Portanto,
realmente não é o mais indicado.
Agora, para quem não quer abrir mão da beleza da madeira, mas deseja
praticidade e ainda adaptabilidade total em áreas molhadas, deve optar por pisos
cimentícios, que reproduzem com perfeição madeiras de demolição. Além das áreas
molhadas, esse tipo de revestimento é ideal para varandas e jardins, por tratar-se de
um produto de espessura grossa, que chega cru na obra e deve ser encerado no
tom desejado.
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FIGURA 102 – PISO CIMENTÍCIO REPRODUZ VEIOS E RANHURAS DAS
MADEIRAS
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FIGURA 103 – APLICAÇÃO DE PORCELANATO QUE IMITA MADEIRA EM ÁREAS
MOLHADAS SÃO O SUCESSO DO MOMENTO
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Dentre os pisos frios, o porcelanato está entre os revestimentos mais
procurados, pois ele une beleza, resistência e facilidade de manutenção, além da
grande variedade de tamanhos: 45 x 45 cm, 60 x 60 cm, 80 x 80 cm e 90 x 90 cm.
Apesar de ser encontrado geralmente em tamanhos maiores, vale a ressalva de que
ambientes pequenos como lavabos e banheiros, deve-se dar preferência a peças
menores, pois ao fazer os recortes geram menos perda de material. Em ambientes
maiores que 6m² são perfeitos para porcelanatos maiores, pois possibilita poucas
emendas e ainda passam a ideia de piso único. A última tendência em termos de
porcelanatos são os chamados “retificados”, que imitam o aspecto repaginado de
cimento queimado, mais leve e clean.
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O cimento queimado verdadeiro, chamado “piso monolítico”, é outra
categoria de revestimento frio que pode ser utilizado em praticamente toda a casa. O
cimento queimado é obtido por meio da junção de material líquido, a base de
cimento ou resina mais diversos aditivos, sendo moldado diretamente no local da
aplicação. A grande característica deste tipo de piso é agradar àqueles que não
gostam dos rejuntes. Em contrapartida, a desvantagem desses revestimentos são as
inevitáveis trincas. Nos últimos anos o cimento queimado ganhou status de moderno
e clean, pois sua aparência neutra e rusticidade delicada dialogam perfeitamente
com a decoração moderna.
.
FONTE: Disponível em: <http://www.casosdecasa.com.br/index.php/tags/revestimentos/>
Acesso em: 28 jan. 2013.
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Há outros pisos populares à base de cimento chamados “ladrilhos
hidráulicos”, muito utilizados em salas e cozinhas. São bonitos, resistentes e de fácil
manutenção e limpeza. Os ladrilhos hidráulicos possuem esse nome devido à
maneira como são fabricados: as pequenas peças de 20 x 20 cm são submersas
debaixo d’água no processo de fabricação.
Esse tipo de revestimento possui como vantagem a variadíssima gama de
desenhos, motivos e colorações que são praticamente exclusivos, devido à
produção em pequenas quantidades. Por isso mesmo é comum haver variação de
espessura entre as peças, que podem ser corrigidas com resinas incolores no ato da
aplicação. Essa aplicação deve ser feita com muito cuidado, e devem-se
impermeabilizar as peças a fim de reduzir a incidência de manchas ao longo dos
anos.
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Os revestimentos em pedra (mármores, granitos e outras pedras decorativas
como a Goiás, Mineira, São Thomé, Arenito e tantos outros) trazem aspecto
acolhedor e único, mas devem ser usados com cuidado em cozinhas e ambientes
sujeitos à sujeira e gordura, pois a porosidade das pedras absorve tudo isso e ainda
causa manchas que jamais saem. Para evitar o dano das peças, devem-se aplicar
resinas impermeabilizantes.
Novas tecnologias no mercado criaram placas de 30 x 30 cm que imitam
com perfeição alguns estilos de pedras naturais, como “canjiquinha”, e a melhor
parte é que esse revestimento é fabricado com pó de cimento e garrafas PET. As
peças se encaixam umas as outras e devem ter acabamento com rejunte baixo para
disfarçar as emendas.
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Gostaria de concluir esse tópico apresentando algumas propostas de
revestimentos mais práticos, que não exigem quebras na alvenaria e são fáceis de
serem aplicados. A grande vantagem desses revestimentos é que em poucas horas,
e sem quebrar uma parede sequer, é possível dar cara nova a qualquer ambiente.
A primeira opção são os painéis 3D, que podem ser aplicados a hall de
entrada, cabeceira da cama, escritórios e outros, conforme a criatividade mandar.
Esses painéis são confeccionados em MDF, e recebe pintura de resina plástica a
base de garrafas PET. As placas de 1,10 x 2,70 m exibem belos desenhos gráficos
em relevo. A facilidade de aplicação é tanta, que basta a fixação por cola em uma
base de madeira, que pode ser retirada a qualquer momento do local.
A segunda opção são os painéis adesivos, que dispensam cola convencional
devido a sua película colante na parte posterior. Esses materiais são à base de vinil
e PVC, apresentando padrões lisos e estampados, e até imitam lâminas metálicas.
Por serem impermeáveis, esses últimos deixam a cozinha atraente quando
instalados sobre a bancada da pia, combinando com os eletrodomésticos de aço
inox. Vêm em placas de 30 x 30 cm e pedem paredes regularizadas.
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7.4 COMPOSIÇÃO DE AMBIENTES COM MISTURA DE MATERIAIS E DEMAIS
REVESTIMENTOS NA DECORAÇÃO
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FIGURA 109 – PISO, PAREDES E CORTINA EM TONS NEUTROS PERMITIRAM
APOSTAR EM CORES DENSAS NOS MÓVEIS
Com o tempo e prática, você conseguirá criar facilmente ambientes cada vez
mais ricamente compostos, e com segurança total, misturando cores, texturas e
estampas sem medo de errar. Observe a imagem a seguir. Trata-se de um ambiente
esportivo, jovial, com cores vivas que alegram e enchem de energia o espaço. O tom
verde água dá um contraste interessante aos painéis amadeirados na parede, e
também com o biongo que esconde a entrada do vestiário. Destaque para o
caminho demarcado com pastilhas azuis e violetas.
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FIGURA 110 – MISTURA DE TEXTURAS E CORES DEU CERTO, E CRIOU UM
AMBIENTE JOVEM E VIVO
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FIGURA 111 – PASTILHAS DE VIDRO BEGES E MARRONS CONTRASTAM COM
ARMÁRIOS AMARELOS E LIMESTONE NEGRO
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construído, cada móvel e objeto também terá sua participação em um projeto de
interiores.
Se pararmos para refletir por um momento na própria história do mobiliário,
compreenderemos que ainda hoje, com todas as modernidades de que dispomos,
os móveis de um espaço jamais deixaram de produzir e incitar sentimentos e
significados, que remetem a toda forma de ideias e concepções que todo projeto
deve demonstrar, mesmo que de forma subentendida.
A fim de promover uma reflexão sobre o significado dos elementos inseridos
nos espaços, vamos estudar brevemente a história do mobiliário no próximo tópico.
E mais adiante, voltaremos a abordar as questões de distribuição dos móveis e
elementos em um ambiente.
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Esse estilo conhecido como “rupestre” também se manifestou nos trabalhos
de escultura, em que vasos e esculturas alusivas a formas femininas eram
comumente modeladas. Essa era uma alusão clara ao desejo, aos votos de
fertilidade para aquele lar onde a figura estava inserida.
Assim foram as representações do período Paleolítico. O período posterior,
o Neolítico, trouxe a domesticação definitiva dos animais e a construção das
primeiras casas, chamadas “nuragens”. Foram desenvolvidas técnicas de tecer
panos, e logo os antigos murais pintados na parede passaram a ser representados
nesses tecidos. A grande diferença do período Neolítico para o Paleolítico foi que
aquelas antigas representações rupestres foram racionalizadas, e passaram a ser
representadas de forma simplificada e totalmente geometrizada. Ainda eram
representados os cenários da vida cotidiana, além de esculturas representando
guerreiros em ação e também figuras femininas.
Os cenários da vida comum são substituídos no período egípcio por cores,
adereços e mobiliários alusivos à morte, pois o seu ponto forte foram os túmulos,
estatuetas, vasos e construções mortuárias. O estilo sombrio dos espaços atestava,
na verdade, a grandiosidade e a importância do poder político e religioso do Faraó,
transmitido a todos os elementos decorativos.
Justamente por causa dessa visão regrada, em que só importava realmente
o poder e a casta a que se pertencia, é que as figuras humanas eram representadas
iguais nos painéis decorativos, e em nada coincidiam com o aspecto real das
pessoas, e sim, era uma forma de visão estereotipada, revelando o desejo de uma
sociedade em que só os nobres, os “iguais” e do mesmo grupo social possuíam
poder supremo.
Essa grandiosidade, poder, riqueza e soberania não estavam presentes
apenas nos ambientes externos, mas também nos internos. O mobiliário era
confeccionado em cores vivas e com acabamentos em diversos materiais nobres,
como o ouro, pedras preciosas, madeira, pedra, marfim, couro, tecidos, junco.
Nesse período, já se observava a existência dos seguintes móveis e objetos,
parecidos com os que dispomos hoje:
Camas;
Cadeiras;
Cadeiras de braço (Trono);
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Bancos;
Mesas diversas (portáteis ou não);
Arcas e Baús;
Armações de leitos;
Divãs;
Vasos decorativos;
Apoio de cabeça.
Todo o estilo, a forma e o desenho dos móveis dependiam do clã ou casta a
que pertencia o proprietário. Classes mais baixas (como as dos servos, por exemplo)
possuíam móveis baixos, revestidos de materiais menos nobres. As “pernas” de
camas, cadeiras, bancos, representavam algum animal, como por exemplo, patas de
touro, patas de leão e patas de gazela. Novamente vemos aí a ideia de domínio
sobre os animais e a natureza.
Já havia a presença de cortinas finas e mosquiteiros, e também cortinas
mais grossas para impedir a entrada de correntes de ar indesejáveis, além de
manter a privacidade em um ambiente.
Mas foi no Império Grego que os elementos decorativos ganharam enfim
forma e monumentalidade. Muito do que temos hoje se deve às técnicas e
conhecimento dos gregos na arte de decorar ambientes. Esse conceito fica claro na
concepção das estátuas gregas, em que o escultor esculpia estátuas que
representava o homem não apenas como seu semelhante, mais o lado belo em si
mesmo. Essas estátuas eram feitas de mármore, que posteriormente foi substituído
pelo bronze, pois era mais resistente e não se quebravam como o mármore e
também facilitava o trabalho do artista em expressar melhor os movimentos.
As esculturas do séc.IV a. C. apresentavam não apenas traços e beleza,
mas faziam clara alusão a sentimentos como o amor, a paz, a liberdade e a vitória.
Surge nesse período o nu feminino. Na arquitetura destacam-se os templos, com
suas colunas e capitéis realçando os enfeites, frisos e relevos. Os interiores também
eram realçados com esse tipo de adereço.
Os móveis possuíam a forma de um sino pesado e côncavo. As cabeceiras
possuíam pernas que terminavam muitas vezes num par de volutas, e eram mais
altas que a parte dos pés. O colchão era assentado em tiras ou cordas fixas à
armação da cama. As mesas usadas eram retangulares com duas pernas e eram
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guardadas por debaixo dos leitos para melhor aproveitamento dos espaços. Nos
tronos, era comum a presença de “pernas” torneadas semelhantes às de animais,
como patas de leão ou de touro.
Os gregos utilizavam os mesmos métodos de encaixe dos egípcios,
utilizavam figuras de pessoas casadas aos móveis, houve o desenvolvimento do
torneado, com as quatro faces trabalhadas, eles também se dedicaram a fabricação
dos móveis metálicos e em pedra.
Um aspecto interessante em relação à concepção dos móveis na Grécia foi
o fato de eles terem sido os primeiros a confeccionar peças de mobiliário infantil,
pois eles compreendiam que crianças possuíam necessidades diferentes dos
adultos, uma inovação em relação ao período anterior, o Egito. Após esse período
houve inúmeras inovações na arte moveleira, tão atrelada à própria história do
design de interiores.
http://www.youtube.com/watch?v=O4oojV_9nDY
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8.2 DESIGN DE INTERIORES E PROJETOS DE MARCENARIA
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8.3 ESTUDO DA DISPOSIÇÃO DOS MÓVEIS E CIRCULAÇÃO NOS AMBIENTES
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ambiente, observar cada detalhe para assim buscar a melhor posição dos móveis
dentro do ambiente, tudo isso com muito bom gosto e criatividade, transformando o
ambiente em lugar para entrar, estar e principalmente, sentir-se bem.
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Para isso, observe sempre os seguintes aspectos:
Inicie a distribuição dos móveis sempre pelo móvel de maior
dimensão, independente do tamanho do espaço.
Nem sempre a maior peça tem de ser encostada na parede. Tente sair
do convencional e evitar isso, sempre que possível.
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Teste todos os cenários possíveis! Nem sempre um ambiente possui
apenas uma solução melhor para acomodar todos os móveis. Na verdade, existem
várias soluções para um único espaço, acredite ou não! Vai partir de você um estudo
melhor sobre isso. Imagine que esse é um quebra-cabeça em que não há apenas
uma peça de encaixe perfeita para outra, mas que todas as peças encaixam-se de
várias maneiras, e só depende de você testar as possibilidades.
Uma forma interessante de se “testar” a melhor distribuição dos móveis é
estudar fisicamente o espaço. Como? Utilizando softwares de decoração ou mesmo
rascunhando em um papel, utilizando medidas e escalas. Uma maneira interessante
de se fazer isso é desenhar em um papel o ambiente onde será feito o projeto. É
importante que tudo seja feito com as medidas reais do local, utilizando para isso o
escalímetro.
Assim que desenhar o ambiente, desenhe também os móveis que deseja
inserir nele. Como esse é apenas um estudo de mobiliário, não é necessário que
você use seus “dotes artísticos” e capriche no desenho, mas é essencial que tudo
esteja desenhado em escala. Se for uma sala, por exemplo, desenhe apenas um
retângulo com as dimensões do sofá, da mesa, do vaso de plantas, etc. Recorte
tudo, e divirta-se encontrando o melhor arranjo (ou layout) para o ambiente a ser
planejado!
Para que esse conceito fique bem claro, observe com atenção as imagens a
seguir. Trata-se de um mesmo ambiente – uma sala – onde foram dispostos de três
formas diferentes os mesmos móveis, criando três diferentes cenários.
Observe e tire suas próprias conclusões:
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FIGURA 113 – DIFERENTES LAYOUTS PARA UM MESMO AMBIENTE
FONTE: da Autora.
FONTE: da Autora.
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FIGURA 115 – DIFERENTES LAYOUTS PARA UM MESMO AMBIENTE
FONTE: da Autora
Pensando nesses conceitos, está lançado um desafio para você! Que tal
fazer o estudo de mobiliário em um dormitório? Desenhe um dormitório medindo
3,50 x 3,00. Dentro desse quarto deve haver:
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Será que você consegue? Tenho certeza que sim! Essa atividade não valerá
nota, mas serve apenas para que você pratique e aplique esses conceitos, criando o
maior número possível de layouts para um mesmo ambiente!
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FIGURA 116 – SIMETRIA E EQUILÍBRIO NA COMPOSIÇÃO
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FIGURA 117 – SIMETRIA E EQUILÍBRIO NA COMPOSIÇÃO
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FIGURA 118 – USO IDEAL DE MESAS DE CENTRO
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FIGURA 119 E 120 – EXEMPLOS DE ESTANTES QUE ACOMODAM COM
PERFEIÇÃO LIVROS E ACESSÓRIOS, CRIANDO AMBIENTES INTERESSANTES
E AGRADÁVEIS
TREINANDO
- O OLHAR
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FONTE: Disponível em: <http://www.casosdecasa.com.br/index.php/tags/objetos-de-decoracao/>.
Acesso em: 28 jan.2013.
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FIGURA 121
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FIGURA 122
FIGURA 123
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FIGURA 124
FIGURA 125
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FIGURA 126
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FIGURA 127
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FIGURA 128
FIGURA 129
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FIGURA 130
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FIGURA 131
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FIGURA 132
http://mdemulher.abril.com.br/casa/fotos/decoracao/brilho-
fino-aposte-objetos-metalizados-decoracao-
684909.shtml#2
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8.5.1 Tecidos, Cortinas e Tapetes
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FIGURA 133 – PROJETO DE SALA COM CORTINA ESTAMPADA BASEADA NO
CONCEITO DE COMPOSÊ
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FIGURA 134 – AMBIENTE ILUMINADO E COM ALTURA AMPLIADA PELO USO
CORRETO DA CORTINA
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entrada de luz, persianas rolô ou de outro tipo, feitas de tiras de madeira, bambu ou
outros materiais similares permitirão reduzir a luz vinda do exterior sem impedir a
ventilação.
Sabemos que além da estética, as cortinas são responsáveis por criar
ambientes acolhedores e também discretos, criando privacidade. Há no mercado
muitos tipos de cortinas com tecidos e acabamentos diferentes, para todas as
funções necessárias.
Observe alguns exemplos de tipos de cortinas:
Blackout – Ideal para regiões muito ensolaradas, pois impede a entrada da luz e reduz
consideravelmente o calor.
Cortina de Linho: Nobre e encorpada, esse tipo de cortina é ideal para ambientes
elegantes.
Seda: Tão nobre quanto às cortinas de linho, a seda é mais brilhante e leve, e muitas
vezes necessita vir acompanhada de outro material.
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FIGURA 135 – TIPOS DIFERENTES DE PREGAS EM CORTINAS
Ao escolher tecidos e tons das cortinas, devemos lembrar que elas têm o
poder de alterar a tonalidade dos demais objetos da decoração, de acordo com seu
grau de transparência. Por isso mesmo, as cortinas devem ser escolhidas com muito
cuidado, pois pode favorecer ou não todo o projeto executado de Design de
Interiores.
Da mesma forma que as cortinas, os tapetes também possuem esse poder
de destacar ou até desprestigiar um projeto de Design de Interiores. Por serem
elementos de destaque até mesmo nas tonalidades mais básicas, um tapete jamais
passa despercebido, sendo belo ou o total oposto. As últimas tendências para
tapetes prezam por tamanhos cada vez mais generosos, desenhos ousados e status
de peça-chave de decoração em um ambiente.
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A aposta nos tapetes grandes é quase sempre sucesso, pois eles podem ser
usados não apenas como realce de um ambiente e de seus móveis, mas também
como elemento demarcador de espaços - Sucesso garantido em ambientes
integrados, como sala de estar e jantar. Em espaços maiores, é possível até afirmar
que sem o tapete os móveis ficam com aspecto de soltos, sem amarração.
Observe o projeto a seguir. O segredo dessa harmonização perfeita está não
apenas na escolha dos móveis e demais elementos, como também na escolha das
cores. São nove tons bem próximos, entre os quais se sobressaem o rosa, o goiaba
e o vinho. O sofá cinza e a mesa de centro de laca funcionam como peças de base,
neutras. O tapete de dimensões generosas comanda e dá o tom em todo o projeto,
comprovando mais uma vez que listras e estampas podem sim “conviver” em um
mesmo espaço.
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A base neutra em tons de cinza do projeto anterior não é novidade no
Design de Interiores. Quando se quer ousar na mistura de cores, texturas e
estampas e ainda assim ser bem-sucedido, o segredo é simplesmente escolher uma
base neutra para os objetos maiores, como paredes, pisos e sofás, e fazer um
composê com estampas diferentes, mas coerentes entre si.
Um bom exemplo disso é o próximo projeto que vamos ver. O tapete foi
eleito para ser o elemento mais forte desse espaço, com estampa de tinta graúda
ousada. A intenção foi trazer a ideia de que uma tela artística gigante pairou pelo
chão da sala de tons neutros, como o cinza do sofá e o preto da poltrona. Com as
medidas generosas de 2,74 x 3,65 m, ele cobre toda a área onde está o sofá.
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Para concluirmos esse módulo sem nenhuma dúvida sobre tapetes, sugiro a
leitura extraída do site: http://www.portaldecoracao.com.br.
AS 10 MAIORES DÚVIDAS
Segundo o designer, o tapete deve ter uma dimensão que permita colocar todos
os móveis do ambiente sobre ele: sofás, poltronas e mesas laterais. “Se, por questões
econômicas, isso não for possível, o ideal é que o tapete avance 30cm para baixo do
sofá”, diz Daniel Al Makul, diretor de marketing e vendas da Casa Fortaleza. As mesas
laterais seguem a regra geral. Se a decoração não contar com elas, reserve 30 cm de
tapete de cada lado do sofá.
“As cadeiras devem ficar dentro da área do tapete mesmo quando estiverem em
uso”, diz Maria Lúcia Quaglio. Para isso, reserve 60cm de tapete de cada lado para
movimentá-las com conforto. Assim, elas não vão enroscar no tapete. O decorador
Fernando Piva pede mais: para ele, o ideal é 70 cm como base.
A estampa fica restrita a eles e prefiro usar almofadas e acessórios lisos nos
mesmos tons, diz ela. “Assim como numa decoração em que é permitido misturar
móveis e objetos de décadas diferentes, o mesmo vale para os tapetes, desde que
feito com bom senso”, afirma Neza. O arquiteto Diego Revollo diz que os tapetes
orientais são atemporais, embora não estejam na moda. “Sempre vão ter seu valor.”
existem composições refinadas, com cânhamo, aloe e seda, que não brigam com191
os
tapetes de náilon”, diz o arquiteto Diego Revollo. Para a designer Maria Lúcia Quaglio,
8 - Tapete de fibra fica bem com modelo de náilon no mesmo espaço?
“É possível, desde que a fibra seja mais elaborada que a dos modelos rústicos.
Hoje, existem composições refinadas, com cânhamo, aloe e seda, que não brigam
com os tapetes de náilon”, diz o arquiteto Diego Revollo. Para a designer Maria Lúcia
Quaglio, o cuidado com o excesso de texturas deve ser levado em conta a fim de não
poluir o visual. “É permitido desde que os modelos estejam de acordo com os
revestimentos utilizados nas paredes e móveis do projeto.”
Fuja das receitas caseiras: com elas, o prejuízo pode ser maior. Em regras
gerais, use aspirador duas vezes por semana. Para eliminar manchas, apenas sabão e
detergente neutros. Na dúvida, consulte o fabricante. E atenção: alguns tira-manchas
podem danificar os fios.
“Além da função estética, o tapete atua como isolante acústico. Não existe
home sem tapete”, afirma Daniel Al Makul. Os mais procurados, diz ele, são os
modelos shaggy, mais altos e volumosos. Fernando Piva concorda: “Gosto de tapetes
mais fofos para esse ambiente”. Fique atento ao rack. Se ele não for suspenso, deixe
de 10cm a15cm de piso para movimentar portas e gavetas.
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FIM DO MÓDULO III
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