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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO TECNOLÓGICO DE RECURSOS NATURAIS


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA DE CONFORTO AMBIENTAL II

ALIFFY FERREIRA DE LIMA


ANTÔNIO LUCAS PIRES L DE SOUZA
MARIA ISABELLE GARCIA GUEDES

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL E BIOCONSTRUÇÕES:


Uma entrevista com ítalo Tavares

Docente: Miriam de Farias Panet

CAMPINA GRANDE - PB
2023
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de expressar nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas que


contribuíram para a realização deste trabalho em grupo. Em primeiro lugar, queremos
agradecer ao arquiteto Ítalo Tavares, cuja entrevista e insights desempenharam um papel
fundamental na construção deste projeto.
Também gostaríamos de agradecer à nossa professora, Miriam, por sua orientação,
apoio e sugestões ao longo de todo o processo. Sua expertise e dedicação foram
fundamentais para a conclusão deste trabalho.
Além disso, queremos estender nossos agradecimentos a Val por todas as xícaras
de café, por sua boa companhia e todos os momentos de descontração e fofoca.
Agradecemos a todos que de alguma forma tornaram possível a realização deste
projeto, e esperamos que as descobertas e conclusões aqui apresentadas possam
contribuir para a área de arquitetura e sustentabilidade.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 4
2. METODOLOGIA...................................................................................................................4
3. TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA......................................................................................4
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO...................................................................................................11
4.1 Sustentabilidade e Bioconstruções............................................................................ 11
4.2 Tecnologia e Inovação na Arquitetura........................................................................ 11
4.3 Consciência e Educação na Arquitetura Sustentável................................................ 12
4.4 Tecnologia e Inovação na Arquitetura Contemporânea............................................. 12
4.5 Preparação para o futuro da arquitetura.................................................................... 13
5. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 13
1. INTRODUÇÃO
A arquitetura sustentável se destaca como uma abordagem crucial para projetar
espaços que atendam às necessidades contemporâneas sem comprometer as gerações
futuras. Nesse contexto, a entrevista com o renomado arquiteto Ítalo Tavares fornece uma
perspectiva valiosa sobre como a sustentabilidade e as bioconstruções estão moldando a
arquitetura atual. Ítalo Tavares enfatiza a importância de pensar globalmente e agir
localmente, equilibrando os aspectos sociais, econômicos e ambientais da sustentabilidade.
Além disso, destaca o papel do design de edifícios na busca pela sustentabilidade,
enfatizando a orientação para maximizar a luz natural, a escolha de materiais de construção
ecoeficientes e o uso de tecnologias como painéis solares e telhados verdes. A arquitetura
sustentável não apenas beneficia o meio ambiente, mas também a qualidade de vida das
pessoas, tornando-a uma parte essencial do futuro da construção.

2. METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho envolveu uma análise detalhada da entrevista com
Ítalo Tavares, identificando os principais tópicos relacionados à arquitetura sustentável e
bioconstruções. Além disso, foram consultadas fontes secundárias, como estudos
acadêmicos e artigos científicos, para enriquecer a compreensão desses tópicos e
identificar tendências no campo da arquitetura sustentável. A análise crítica das
informações coletadas permitiu a elaboração de uma visão abrangente sobre como a
sustentabilidade, a inovação tecnológica e a preparação para o futuro desempenham papéis
fundamentais na arquitetura contemporânea.

3. TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA
Bom dia pessoal, me chamo Antônio Lucas e juntamente com meus colegas Aliffy e
Maria Isabelle, vamos realizar uma entrevista com o Ítalo sobre Arquitetura
sustentável e bioconstruções! Então, Ítalo, peço que você se apresente e fale um
pouquinho do seu trabalho aqui pra nós:

Bom dia! Meu nome é Ítalo Tavares, eu sou arquiteto e urbanista, formado em
Arquitetura e Urbanismo pela Unifacisa, tenho uma especializações nas áreas de gestão
urbana e sustentabilidade, e agora estou terminando meu mestrado em arquitetura, mais
centrado na parte de arquitetura e cidade, que envolve um pouco do patrimônio moderno.
Essa área da arquitetura sustentável é uma coisa que eu venho me dedicando desde a
graduação e é intrínseca ao meu trabalho.

Muito massa! agora falando um pouco de arquitetura sustentável no modo geral, você
pode explicar para a gente quais são os princípios da arquitetura sustentável e como
eles impactam no design dos edifícios, no layout e na forma como o edifício é
construído?

Sim, então, a princípio, tem uma frase que é muito significativa como princípio
sustentável, que é o que? É o pensar global e o agir local, a sustentabilidade por base ela
quer dizer que você vai trabalhar agora sem comprometer a geração futura. Podemos
associar a isso, por exemplo, a questão da arquitetura vernacular, que é uma arquitetura
que foi desenvolvida em um lugar para responder adequadamente a aquelas condições
climáticas daquele ambiente, por exemplo, vamos citar a princípio o semiárido, regiões
desérticas, onde se utiliza muito construções de terra que dialogam com o lugar em termos
de materiais que são disponíveis para construção,assim como ela de certa maneira se
camufla em alguns lugares.
Outros princípios da arquitetura sustentável são o tripé: social, econômico e
ambiental. Se você conseguir associar essas questões de uma maneira equalizada, você
vai ter um produto sustentável, você tem parâmetros, tem meios de medir, tem regras para
isso, que seria o que? Os parâmetros do LEED, por exemplo, dentro do processo projetual,
se a gente entender que o BIM pode ser um meio sustentável de projeto, enquanto ele age
nesses princípios econômicos, na questão também energética, ele consegue extrair dados
de projetos que vão trazer essa eficiência do ponto de vista construtivo e do ponto de vista
funcional do objeto arquitetônico. Aí já é uma outra esfera, mais tecnológica e mais abstrata
no sentido que a gente está tratando de projeto, mas que atinge esses princípios da
sustentabilidade na arquitetura.
Você falou na questão do design, na questão do design de um edifício, se a gente
pegar o exemplo mais próximo que a gente tem, que é essa sala aqui, a gente percebe que
ela tem muitas aberturas, aberturas generosas, bem colocadas, que possibilitam uma
iluminação adequada, que a gente não precisa usar tanta iluminação artificial,
economizando na questão da energia elétrica em específico. Na questão material, já
puxando esse gancho com a energia, a gente entende que materiais sustentáveis são
aqueles que têm o menor gasto energético possível, tanto para ser produzido, quanto para
ser extraído. Se a gente pega, por exemplo, o aço, ele é considerado um material
sustentável porque ele é reciclável, certo? Então, se a gente tem um edifício inteiro
construído em aço há uma premissa que diz que esse aço pode ser reciclado, mas aí tem a
questão do gasto energético para esse aço ser reciclado, entendeu? Então, isso vai ser
levado em conta para dizer se ele é, de fato, um material sustentável ou não. A princípio, é,
por quê? Porque se você constrói um pequeno edifício em aço pré-moldado, ele torna a
construção um pouco mais seca, você vai gastar pouca água, vai ter menos mão de obra
para esta resolvendo entulhos das construções, você pode desmontar ele e montar em
outro lugar. Então, você não vai ter uma demolição convencional como são os prédios
comumente construídos no Brasil, em alvenaria, concreto armado, etc. Se você precisar
mudar essas edificações de lugar, elas não têm essa flexibilidade de você levar ela para
outros lugares. Então, a gente equaliza esses pontos,mas isso não quer dizer que toda
edificação metálica é sustentável.
Aí, a bioconstrução, ela já entra em um outro caráter de sustentabilidade.Se, a
princípio, a gente está falando de construções mais urbanas, cidades, quando a gente fala
de bioconstruções ou construções ecológicas, a gente pode entrar nesse aspecto também.
As bioconstruções, geralmente, são mais ecológicas como a gente está falando. Por quê?
Vamos pegar aqui as construções mais tipicamente construídas, que são técnicas com terra
crua. Ou seja, qual o gasto energético que você tem para construir uma edificação em terra
crua, principalmente se você estiver construindo em terreno que tenha aquele material
disponível. A terra, ela é um material existente, a gente não está criando a terra, ela não
passa por um processo industrial, o máximo que a gente vai fazer é utilizar um suplemento
ali para estabilizar aquele material, de acordo com o que a gente quer, que no caso seria o
cimento. Uma casa é um aparelho que ela respira, então ela tem uma troca de calor, ele
está o tempo todo renovando aquele ar. Então, se você tem uma temperatura externa acima
dos, vamos dizer, 35 graus lá fora, que já é considerada uma temperatura alta, dentro do
ambiente de uma construção com terra,por mais vedada que ela seja, ela vai ter essa troca
de... esse arrefecimento interno, entendeu? você vai ter aí uma temperatura interna em
torno de 30 graus, isso torna a temperatura um pouco mais amena.
Como a gente está aqui no interior da Paraíba, por exemplo, estamos muito
próximos de Cabaceiras, que é uma cidade que tem o menor índice pluviométrico do Brasil,
ou seja, é o lugar que menos chove no Brasil. Lá, as construções eram feitas com tijolos de
adobe, que são terra crua também, de uma maneira um pouco mais artesanal, mais
antiga,mas que são casas confortáveis. Acredito que a gente pegar, inclusive, um exemplo
aqui de um grande arquiteto como Lúcio Costa, ele propôs módulos de habitação social em
Taipa.

Já falando um pouquinho sobre desafios, quais desafios você acredita que os


arquitetos enfrentam hoje em dia para poder aplicar essas questões de
sustentabilidade na arquitetura, tanto na fase projetual como na execução?

O primeiro desafio que eu acho é a questão da consciência, né? E a consciência


vem através da informação. Acredito que quando, por exemplo, um governo incentiva e ele
propaga isso, até no sentido da propaganda mesmo, do marketing e tal, ele está
estimulando, sabe?
A partir do momento que as pessoas têm acesso a esse conhecimento e a essa
tendência e o estímulo,isso começa a ser facilitado, porque se as pessoas são expostas a
esses estímulos durante o tempo, elas vão absorver aquilo como uma coisa comum.
Enquanto isso não for comum, isso não será tão propagável, entende?
Hoje a gente tem, por exemplo, temos a energia solar como uma coisa relativamente
comum. As pessoas querem instalar painéis solares, há um incentivo, há uma propagação,
há um marketing, há uma difusão dessa técnica, da questão da energia solar, que é um
processo de energia renovável. A gente tem um sol abundantemente disponível aqui nessa
faixa equatorial, né? Que é a faixa mais quente do planeta. Então, é extremamente apta à
captação solar, porque é a faixa que mais possui a maior incidência solar no planeta.
Então, isso seria um ponto de acessibilidade. Podemos encontrar outros pontos que
já não são tão acessíveis, como a própria questão da estrutura metálica, que está se
difundindo como técnica construtiva. Se você falar em técnicas como taipa, taipa de mão,
taipa de pilão e tal, em alguns lugares do mundo, isso está se tornando uma nova
tendência. Está se tornando uma tendência, realmente, passos curtos, mas não temos mão
de obra qualificada para fazer, apesar da simplicidade dessa técnica. Temos um primeiro
esforço nesse sentido de apresentar a técnica, ensinar como faz, mostrar como faz.
Mas sabemos que os profissionais da construção civil hoje, principalmente a nível
local, não têm conhecimento dessa técnica ou a consideram arcaica. De uma arquitetura
antiga que os avós dessas pessoas praticavam e que hoje não seria praticada, porque é
vista como uma coisa antiga. Só que, vou abrir um parênteses sobre essas questões dessa
técnica, que é, por exemplo, as casas antigas, elas eram feitas em taipa de mão, ou pau a
pique, que é uma tela, uma trama de madeira ou bambu, para a nossa região é madeira
mesmo, que serve de superfície para agregar o barro que vai fechar uma alvenaria ou
parede.
O pessoal vai questionar o seguinte, ah, e o barbeiro? Porque dizem que o barbeiro
se instala ali na... não sei o que, seria um problema, assim como poderia-se dizer a mesma
coisa para o açaí. Mas qual é a questão dessa taipa de mão com relação ao barbeiro? É o
cuidado. Se você tem uma edificação abandonada, obviamente ela vai, com as patologias
que qualquer construção pode ter, a construção em barro, se ela tiver uma patologia, ela
ameaça uma vida, assim como qualquer outra.
Não é a técnica em si, é o trato que se dá a isso, como no âmbito urbano, a gente
pode entender que vazios urbanos, dada a violência urbana que a gente está inserindo, é
um problema também. Então, se você trata esses problemas, você não vai demolir uma
cidade porque ela tem vazios urbanos, nem você vai simplesmente preencher aquele vazio
com qualquer coisa. Isso não é a solução. A solução é trabalhar adequadamente com aquilo
que você pretende.
Aí, enfim, essas questões... aí isso vai entrar também na estética. Por exemplo, se
você tem paredes de barro, na taipa de mão, que elas não estão protegidas, com telhados,
com alpendres, com telhados e tal, você vai ter uma erosão daquela parede, que pode
proporcionar questões como essa, são também remotas, não é uma coisa tão frequente.
A questão é essa. Aí você vai acabar caracterizando uma estética arquitetônica,
porque você vai criar alpendres ao redor da edificação, que vão proteger ela de insolações.
Você vai ter ali um alpendre mais frio, vai estar mais distante da região de incidência solar.
Outras técnicas que vêm suplementar isso aí é você criar sombreamentos, como a luz.
Percebe o lado arborizado aqui, que proporciona isso, o equilíbrio nessa questão da
temperatura, o diâmetro de incidência solar. Aí voltando, tem essa questão das superfícies
mais abertas, o controle da iluminação. Como é que você vai controlar essas aberturas,
essas fachadas? Isso é o que vai impactar a questão estética.
Tem a questão do material também, porque, por exemplo, hoje se a gente trabalhava
a arquitetura taipa de mão, revestindo com cal, pintando de branco e tal, isso tem um efeito
também de reflexão de luz, da própria radiação solar.
Mas hoje a tendência é a gente utilizar a verdade dos materiais. É quase que um
brutalismo regional. Se a gente quiser conceituar isso de uma maneira espontânea, na
verdade, de agora mesmo, seria isso. Um brutalismo natural, um brutalismo regional. Por
quê? Porque a gente vai estar revelando a natureza desses materiais e, de alguma
maneira, mimetizando ele com aquele lugar, ou não. Você pode puxar atrás desses outros
artísticos de expressão, mas que você vai estar expressando a natureza do material, não
revestindo eles. Então isso é uma tendência. Existem, por exemplo, mansões na Califórnia
feitas em terra. Isso é uma arquitetura contemporânea, belíssima, mas feita com uma
técnica não convencional hoje. É por isso.

Então, como você acredita que a bioconstrução se encaixe dentro da arquitetura


sustentável? Quais são os benefícios específicos da bioconstrução nesse âmbito da
sustentabilidade?

Justamente esses. A questão de materiais, se você trabalha com o material que


existe naquele lugar, você vai estar realizando uma construção responsável no sentido de
que você não vai ter uma pegada ecológica muito alta. O princípio da sustentabilidade é um
pouco essa coisa de você ter reservas de energia que garantam crises futuras. Se você
trabalha à margem do limiar, você corre o risco de uma hora até haver um processo de
escassez.
O que eu vejo no âmbito climático? A construção civil, ela é, se não o primeiro,
desculpe eu não ter esse dado agora, mas se não é o primeiro, é o segundo setor que mais
contribui para a questão da desordem ambiental, tanto em termos de resíduos quanto em
termos da cadeia produtiva dos materiais envolvidos, da própria construção em si e que
acaba contribuindo com essa questão do efeito estufa.
Então, quando você utiliza a mecânica de biopostição e quanto mais você alia esses
princípios sustentáveis, vou trazer para a biopostição de novo, que é uma arquitetura mais
ecológica, há construções sustentáveis que não tem esses viés, não dá para se considerar
exatamente uma arquitetura ecológica, por razões de proximidade com a questão do meio
ambiente, natureza e tal. São materiais mais industrializados, etc.
Mas aí, voltando para a bioconstrução, que é uma arquitetura um pouco mais
ecológica, seria isso. Se você, por exemplo, tem uma bioconstrução com os elementos aqui,
vamos procurar aqui definir como foi definido os cinco princípios da arquitetura moderna, de
Le Corbusier, vamos tentar pensar alguns princípios aqui que seriam aplicados à
bioconstrução, e bioarquitetura.
O próprio teto jardim, já puxando o Le Corbusier, o teto jardim, a gente pode pensar
nele como o teto verde. O teto verde também é um elemento que você vai contribuir com
(N) funcionalidades.
Dentro do âmbito urbano, por exemplo, a gente pode entender que o teto jardim,
nesse adensamento urbano que tem, ele vai contribuir para não alagamento de ruas, ao
tempo que ele absorve parte dessa água e essa água contida ali não vai para as ruas
impermeabilizadas através de calha, etc.
Ele fica ali e dali, quando vier o sol de novo, ele vai evaporar aquela água que vai
voltar para a atmosfera e ele mantém o ciclo sustentável do meio ambiente.
Outro ponto, se você tem mais áreas verdes que podem incluir o teto verde, você
acaba também entregando essa questão da paisagem, você cria paisagens mais naturais.
Porque a própria ciência diz que pessoas que vivem em lugares mais verdes, elas têm uma
qualidade de vida melhor, têm uma qualidade mental melhor, então a gente está
contribuindo para a saúde das pessoas também.
O que mais a gente poderia falar? A questão da água, de você armazenar água,
desses telhados você também pode armazenar água.Você vai otimizar essa questão da
cadeia da construção civil, entendeu? Em todos os aspectos, a gente poderia passar uma
tarde inteira só falando sobre isso.

Então, você pode compartilhar com a gente algum projeto seu, ou algum projeto que
você ache bacana, que possa ser uma referência de arquitetura sustentável?

Dos projetos que eu fiz, eu tomei um tempo, desde a pandemia eu fechei o


escritório, então não estou trabalhando muito em projetos, estou trabalhando na minha
dissertação de mestrado atualmente.
Mas assim, a gente tem um projeto chamado Bioconstruir, que a gente ensina
técnicas de bioconstrução, é um projeto que eu comecei a desenvolver aqui em Campina,
mas que a gente construiu pequenas coisas.
Por exemplo, um banco, a gente construiu três bancos num centro cultural lá na
Liberdade, durante o curso, e esses bancos são feitos de terra crua, eles têm um que é
artístico e tal.
E a gente não foi buscar material em muitos lugares, a gente foi buscar um outro tipo de
terra aqui na proximidade, só para dar um toque ali na questão de design.
Mas assim, voltando um pouco, projetos meus eu posso estar lembrando mais agora.
O meu TCC, ele imprimiu algumas técnicas de técnicas sustentáveis, como o teto
jardim, que era um teto jardim habitável, ou seja, o espaço de cobertura, de edificação, que
geralmente ele tem duas águas de telhado, ele não é um lugar habitável, ele não é um lugar
que você vai, exceto algumas residências que têm um sol, têm alguma coisa que você
utiliza ali, geralmente não é, é um lugar ermo. E aí eu utilizei o teto jardim por todos esses
princípios, tanto princípio climático, como princípios da iluminação zenital, que às vezes é
interessante de se usar. Esse projeto, ele seria um projeto em bioconstrução, mas em 2013,
nem a academia ainda tinha essas inserções na bioconstrução, era uma coisa estranha
ainda para a própria academia. E se a gente puxa para o interior, quanto mais a gente
interioriza isso, mais estranho pode ficar. Então eu mudei o tema, tive que trabalhar com
outras técnicas construtivas no projeto que estou fazendo no curso justamente por isso.
Hoje já está mais difundida, inclusive agora em 2022, saiu a ABNT, foi consolidada a norma
técnica para a taipa de pilão, que até então não tinha, apesar de ser uma técnica tão antiga,
histórica no Brasil, difundida muito pelos bandeiristas. Uma outra vantagem dessa técnica
como a taipa de pilão é a resistência sísmica, aqui no Brasil a gente não tem muitos
problemas, a maior eficiência dela é pela questão climática mesmo. Mas em outros lugares,
onde você tem esse lance de terremotos, é uma arquitetura muito segura, assim como a
madeira, pela flexibilidade, pela não rigidez, quanto mais rígido é o material, mais passível
de fissuras, de quebra, de rompimentos bruscos, há diversos esforços no volante, tipo
tração, compressão, estudo e tudo. O bambu, por exemplo, é muito utilizado também nessa
questão da resistência sísmica, muito na Ásia, porque ele é muito biodisponível. Já tem
muitas construções, inclusive no Brasil, tendo o bambu como substituição ao aço, porque
ele é tão forte quanto o aço, tão durável quanto, e não tem o mesmo gasto energético que o
aço. Tem uma espécie de bambu que cresce um metro por dia, isso é uma coisa incrível.
Então vai te dar uma noção de quão renovável ele é, porque em pouco tempo tu vai ter um
bambu ali, tu vai cortar e daqui a pouco tu tem de novo.

Ítalo, como você enxerga o futuro da arquitetura num viés de


sustentabilidade? para onde você acha que nós estamos caminhando?

Eu acho que esse debate é cada vez mais necessário, ele começa a ser
sobressalente na década de 60, até que na década de 70 ele ganha força e na década de
80 a ONU cria princípios, diretrizes para que a gente consiga construir um ambiente
próspero e que garanta a qualidade de vida das sociedades vindouras. Então a partir daí
foram criadas várias agendas, como a Agenda 21, Rio 92, Agenda 2030, a gente tem agora
as ODS, que são também princípios sustentáveis, que não só abarcam a questão da
arquitetura, mas abarcam modos de vida. Então há esse incentivo através da ODS, são
metas para 2030, que tá bem perto, mas há um incentivo para que isso aconteça. Então
quanto mais isso acontecer, melhor as sociedades vindouras vão viver. E se a gente voltar
para aquela questão do pensar global e agir local, a gente compreende que há essa
necessidade de garantir que, por exemplo, as próximas gerações, elas garantam uma
qualidade de vida boa. Isso vai abarcar várias questões, são 17 princípios nas ODS, então
quanto mais itens daquilo você agrega ao seu projeto, mais você vai estar garantindo uma
qualidade de vida pras sociedades vindouras. Então isso é uma questão que, quanto mais
se agrava, mais ela vai se tornar evidente. E o que a gente vê hoje é justamente isso. A
gente tem ignorado esses anúncios das questões climáticas desde a década de 60, mas
vamos dizer que desde a década de 90, quando se tornou mais evidente, mais comprovado
que o trajeto estava sendo este, mais necessário fica tomar essa atitude. Um dos primeiros
projetos considerados sustentáveis, salvo engano, foi do Renzo Piano. É um projeto de um
arquiteto que tem um know-how com relação à tecnologia, desde os seus primeiros projetos
de relevância ali como o Museu Pompidou, que ele trabalha muito essa questão artística,
funcional e tecnológica. E aí a gente vê que isso tem se difundido e tem ganhado força, tem
ganhado força em vários sentidos. Voltando para um projeto meu aqui, por exemplo, que eu
pus, percebendo essa questão a princípio das ventilações, da incisão de núcleos, etc, que
são princípios básicos de arquitetura, mas que nem sempre são utilizados, o que a gente
tem como referência básica e local, municipal, é o Código de Obras, que ele diz o mínimo
que pode ser feito, que nem sempre é confortável, sim, mas é o mínimo. Então, além disso,
eu trabalhei o quê? No primeiro projeto que eu fiz como arquiteto formado, por exemplo, foi
uma residência para o meu irmão, inclusive, em um condomínio, em que eu utilizei paredes
verdes que ajudam nesse sentido bioclimático, na resistência técnica, mas também na
umidade, na ambiência do lugar. Então, é uma casa que tem paredes revestidas de
vegetação, em um primeiro andar, revestida por vegetação. Então, isso aí promove um
aspecto bioclimático para a residência muito agradável. E eles têm confirmado isso pela
vivência deles próprios, então, essa é uma coisa que eu consegui aplicar. Mas, como não é
uma coisa consciente, como eu te falei, as pessoas ainda não têm essa consciência, essa
informação, então, elas não interpretam aqui como uma qualidade delas, como da cultura
local, ainda. Então, por isso também eu não consigo implementar técnicas da construção,
da bioconstrução. Não é tão simples, se você for perguntar aqui as dez pessoas mais
próximas que estejam aí fora, talvez não saibam o que é. Quanto mais você convencer uma
pessoa dessa, que ela deveria aplicar o princípio da bioconstrução na sua casa, ela não
sabe o que é, é quase que alienígena, ela não cita. Então, isso é uma dificuldade, é uma
coisa que deveria ser aplicada, mas que é uma tendência. Quanto mais esses problemas
climáticos forem aparecendo, sendo mais evidentes, mais se buscará por essa via de
solução, porque a solução está dada, mas ela não está sendo aplicada como deveria ser.
Não é isso. Tenho a título de exemplo, construções sustentáveis e tecnológicas, tem outras
obras de município, tem uma que é uma série de ciências e tecnologias, não sei
exatamente o que é, mas que é bem interessante nesse aspecto. A gente tem um
aeroporto em Singapura, que é uma construção altamente tecnológica e referência com
relação à sustentabilidade e acho que ela às vezes é citada como a obra mais sustentável
do mundo, não dá para afirmar isso com tanta certeza, mas que é uma referência, mas
assim, eu digo a título de você linkar tecnologia e sustentabilidade. Tem esses dois
conceitos, o conceito de low-tech e o conceito de high-tech. O low-tech, ele está mais
próximo das bioconstruções, pela própria materialidade. Por exemplo, bioconstruções a
princípio, elas são feitas em regime de mutirão, ou seja, são várias pessoas que tem aquele
domínio da técnica, não necessariamente uma mão de obra que foi formatada pela questão
da força de trabalho para fazer aquilo. Então ela é uma coisa muito mais comunitária, que
atinge esse âmbito social, local, porque aí você vai estar desenvolvendo pessoas do lugar,
utilizando matéria do lugar, então você vai diminuir essa pegada ambiental. Já no high-tech,
já são, já é um outro viés de pensamento que inserção da bioconstrução, que é você aliar a
ciência e tecnologia às questões sustentáveis. A própria placa solar, de energia solar,
materiais mais eficientes, com uma pegada ambiental menor e que ele tem um ciclo de
reuso otimizado, você consegue produzir. Porque, por exemplo, a terra, você demoliu a
construção ali, você pode utilizá-la quase que infinitas vezes. Já tem produto aí que você
não vai conseguir, um concreto armado já é mais difícil, tanto para você passar pelo
processo de demolição, porque a gente tem que prever essa coisa das mudanças, como é
que aquilo é, você tem que pensar que talvez aqui onde existe esse prédio hoje, talvez
amanhã não possa mais ser, ou venha a ser outra coisa. Assim, eu estou falando isso a
título de exemplo, porque o campus universitário é um lugar que dificilmente ele vai perder
essa propriedade, mas só para pensar assim, a questão do ciclo de vida das construções.
Construções de terra, por exemplo, só para falar sobre ciclos de vida, que a princípio parece
que é uma coisa até frágil, mas a gente tem construções de terra que tem milhares de anos,
enquanto construções convencionais, até concreto armado, a própria Vila de Savoye está lá
decrépita. Foi inclusive, a princípio, lógico que era o início, a gente estava desenvolvendo
materiais, a história do concreto armado ainda não era uma técnica estável, muito bem
atualizada, e tinha coisas, infiltrações e coisas que hoje a gente sabe que são evitadas, e a
construção de terra é isso. Você pode ter uma construção de terra que você facilmente faça
ela desaparecer, mas que ela pode durar milhares de anos, ou seja, construção de terra de
mil anos, dois mil anos, é uma coisa quase que impensável, mas é um fato. Bom, eu acho
que com isso a gente acabou elencando todos os tópicos que a gente queria abordar.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

4.1 Sustentabilidade e Bioconstruções


A sustentabilidade na arquitetura é de suma importância, e na entrevista com o
arquiteto Ítalo Tavares, essa temática foi abordada em profundidade. Tavares destaca que a
sustentabilidade começa com a conscientização da responsabilidade de projetar e construir
edifícios de maneira a não comprometer as gerações futuras. Isso envolve a necessidade
de minimizar o impacto ambiental, levando em consideração princípios fundamentais, como
pensar globalmente e agir localmente, conforme enfatizado por Tavares. O tripé social,
econômico e ambiental da sustentabilidade precisa ser equilibrado, com o bem-estar das
comunidades locais e a economia desempenhando papéis cruciais.
O design dos edifícios também é fundamental na busca pela sustentabilidade,
conforme destacado na entrevista. Isso inclui a orientação dos edifícios para maximizar a
luz natural, reduzir a dependência de iluminação artificial e minimizar o consumo de energia.
Além disso, a escolha de materiais de construção sustentáveis, como aço reciclável e
técnicas de bioconstrução, contribui para a eficiência ecológica dos edifícios.
A economia de energia é um dos principais objetivos da arquitetura sustentável, e
Ítalo Tavares ressalta a importância de técnicas como o uso de painéis solares, telhados
verdes, janelas eficientes energeticamente e isolamento adequado. Ele também enfatiza a
relevância da bioconstrução, que incorpora materiais naturais e práticas de construção com
baixo impacto ambiental.
A arquitetura sustentável não só beneficia o meio ambiente, mas também a
qualidade de vida das pessoas. Edifícios projetados com foco na sustentabilidade oferecem
ambientes mais saudáveis e agradáveis para seus ocupantes. No futuro, a sustentabilidade
na arquitetura deve assumir um papel ainda mais proeminente, à medida que crescem as
preocupações ambientais e as mudanças climáticas. Portanto, o desenvolvimento de
tecnologias avançadas e a disseminação do conhecimento sobre sustentabilidade na
arquitetura são essenciais para a criação de um ambiente construído mais amigável ao
planeta e às futuras gerações.

4.2 Tecnologia e Inovação na Arquitetura


Bioconstruções e materiais sustentáveis, destacados por Ítalo Tavares em entrevista,
desempenham um papel crucial na promoção da sustentabilidade na arquitetura. As
bioconstruções envolvem o uso de materiais naturais, como terra crua (adobe), bambu e
materiais reciclados, devido à sua disponibilidade, baixo impacto ambiental e benefícios
térmicos. Essa abordagem resulta em ambientes saudáveis e energeticamente eficientes. A
terra crua, por exemplo, oferece excelente isolamento térmico, enquanto o bambu, de
rápido crescimento, é resistente e versátil, sendo utilizado em estruturas, pisos e mobiliário.
Materiais reciclados, como madeira de demolição, vidro reciclado e aço reciclado, reduzem
o desperdício e conferem autenticidade aos projetos.
Outras técnicas de bioconstrução incluem a implementação de telhados verdes, que
fornecem isolamento térmico, reduzem o escoamento da chuva e melhoram a qualidade do
ar, e a eficiência energética, que envolve isolamento avançado, como isolamento de
celulose feito de papel reciclado ou materiais naturais, como a palha. A escolha de materiais
de baixa emissão de CO2 é fundamental devido às crescentes preocupações com as
mudanças climáticas, com destaque para o concreto com baixo teor de carbono e madeira
sustentável. Além de reduzir o impacto ambiental, essas práticas aumentam a durabilidade
dos edifícios, reduzindo a necessidade de reconstrução, ao mesmo tempo em que
contribuem para a melhoria da qualidade do ar e a saúde dos ocupantes. A existência de
regulamentações e certificações, como o selo LEED, reconhece e incentiva a adoção de
materiais e técnicas inovadoras em edifícios sustentáveis.

4.3 Consciência e Educação na Arquitetura Sustentável


A consciência e a educação desempenham papéis fundamentais na promoção da
sustentabilidade na arquitetura. A consciência ambiental na arquitetura requer uma
compreensão abrangente dos impactos das decisões arquitetônicas em todas as fases do
ciclo de vida dos edifícios, desde a extração de materiais até a demolição. Sensibilizar os
clientes e a comunidade sobre práticas sustentáveis é um passo inicial essencial,
educando-os sobre a importância de escolher materiais sustentáveis, técnicas de
construção e eficiência energética. Além disso, a educação contínua é crucial para manter
os arquitetos atualizados sobre os avanços em sustentabilidade, novos materiais e técnicas
de construção eco eficientes. A integração de princípios sustentáveis na formação e a
conscientização pública sobre arquitetura sustentável também são aspectos cruciais, e
certificações, regulamentações, inovação, pesquisa e colaboração interdisciplinar
desempenham papéis complementares na promoção desses princípios.

4.4 Tecnologia e Inovação na Arquitetura Contemporânea


A entrevista com o arquiteto Ítalo Tavares destaca a influência da tecnologia em
várias áreas-chave da arquitetura contemporânea. A tecnologia revolucionou a prática
arquitetônica, tornando o processo de design mais eficiente e possibilitando a criação de
edifícios sustentáveis e inovadores. Ferramentas como modelagem 3D, softwares de
simulação, visualização e drones transformaram a maneira como os arquitetos abordam
seus projetos. Além disso, tecnologias emergentes, como a realidade virtual e aumentada,
permitem uma visualização imersiva de projetos, melhorando a comunicação e
economizando tempo e recursos. A integração de sistemas de gerenciamento de projetos,
como o Building Information Modeling (BIM), revolucionou a colaboração entre profissionais
ao criar modelos digitais abrangentes.
A busca por eficiência energética e sustentabilidade se beneficia amplamente da
tecnologia, com automação predial, sensores de economia de energia, painéis solares e
isolamento avançado reduzindo o consumo de energia e o impacto ambiental dos edifícios.
Além disso, a inovação tecnológica está transformando a indústria de materiais de
construção, com a introdução de materiais mais sustentáveis e eficientes, como o concreto
de baixo carbono, a madeira laminada cruzada e os aerogéis. A construção modular e a
impressão 3D também estão se tornando tendências proeminentes, oferecendo métodos de
construção mais eficientes e permitindo designs complexos e personalizados. Além disso,
tecnologias de manutenção inteligente e monitoramento prolongam a vida útil dos edifícios,
economizando recursos e otimizando a operação.
No entanto, Ítalo Tavares destaca que a adoção gradual e o treinamento contínuo
são essenciais, uma vez que a curva de aprendizado dessas tecnologias pode ser
desafiadora. A arquitetura é uma disciplina em constante evolução, e acompanhar as
tendências tecnológicas é fundamental para os profissionais que desejam se manter
atualizados e fornecer soluções inovadoras aos desafios contemporâneos da arquitetura.

4.5 Preparação para o futuro da arquitetura


Ítalo Tavares, em sua entrevista, ressalta a importância de preparar a arquitetura
para o futuro, enfatizando diversas áreas-chave. Essa preparação inclui a projeção de
edifícios com uma visão de longo prazo, considerando como podem evoluir e manter sua
relevância em um mundo em constante transformação. A flexibilidade no design de edifícios
é crucial, permitindo diferentes usos ao longo do tempo e incorporando soluções
sustentáveis, tecnológicas, colaboração multidisciplinar e materiais ecoeficientes. A
preparação para o futuro também envolve educação contínua, garantindo que arquitetos
estejam atualizados com as melhores práticas. Além disso, é necessário abordar questões
de acessibilidade, inclusão, planejamento de cidades sustentáveis e a consideração da
cultura e história local na criação de edifícios significativos e duradouros.
Também explora os desafios e as comparações entre abordagens na arquitetura
sustentável. Um desafio fundamental é a conscientização sobre a importância da
sustentabilidade na construção, pois frequentemente falta conhecimento sobre práticas
sustentáveis. Além disso, a busca por um equilíbrio entre custos iniciais e benefícios a longo
prazo é uma questão crítica, uma vez que proprietários de edifícios podem hesitar em
investir em soluções sustentáveis, apesar das economias que podem ser alcançadas no
futuro. A educação contínua é um elemento essencial para manter arquitetos, clientes e
construtores atualizados sobre as melhores práticas em sustentabilidade.
Quando se trata de escolher entre abordagens low-tech e high-tech na arquitetura
sustentável, a ponderação desempenha um papel crucial. Soluções low-tech são
caracterizadas por sua simplicidade e pelo uso de materiais naturais, tornando-as mais
acessíveis, embora possam ser menos eficientes em termos de consumo de energia. Em
contraste, as abordagens high-tech incorporam tecnologia avançada para melhorar a
eficiência energética, mas geralmente são mais caras. Frequentemente, a combinação
equilibrada de elementos de ambas as abordagens oferece a melhor solução para criar
edifícios sustentáveis, levando em consideração o contexto e a localização do edifício, bem
como a disponibilidade de tecnologia e recursos, enquanto se avalia o impacto ambiental e
os custos a longo prazo na busca de construções ecoeficientes.

5. CONCLUSÃO
A preparação para o futuro na arquitetura é um tema central na entrevista com o
arquiteto Ítalo Tavares. O entendimento da importância da sustentabilidade, flexibilidade de
design e inclusão de soluções inovadoras e tecnológicas é crucial para criar edifícios que
perdurem e se adaptem às necessidades em constante evolução da sociedade. É
fundamental projetar edifícios que possam ser utilizados de maneira flexível ao longo do
tempo, incorporando tecnologia e práticas sustentáveis para manter a relevância e
minimizar o impacto ambiental.
Essa preparação para o futuro também exige uma abordagem holística, abrangendo
a educação contínua, a acessibilidade, o planejamento de cidades sustentáveis e a
consideração da cultura e da história locais. A educação desempenha um papel
fundamental para manter arquitetos, clientes e construtores atualizados sobre as melhores
práticas em sustentabilidade e inovação tecnológica. Os arquitetos desempenham um papel
essencial na criação de espaços que atendam às necessidades presentes e futuras da
sociedade, enquanto também respeitam o meio ambiente e a herança cultural.
Finalmente, a escolha entre abordagens low-tech e high-tech na arquitetura
sustentável envolve uma ponderação cuidadosa, considerando fatores como custo,
eficiência energética e disponibilidade de recursos. Com frequência, uma combinação
equilibrada de ambas as abordagens oferece a melhor solução para criar edifícios
sustentáveis. O objetivo final é alcançar um ambiente construído que resista ao teste do
tempo e proporcione um ambiente saudável e funcional para as gerações presentes e
futuras, abraçando a inovação e a sustentabilidade.

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