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RESUMO A construção civil é o setor que mais causa impacto no meio ambiente, sendo alguns
desses impactos a geração de resíduos, o uso desmedido dos recursos naturais, a poluição
atmosférica, a destruição de áreas verdes e a redução das reservas hídricas. Por isso, é
importante que os profissionais da área pensem na Bioconstrução como uma forma de diminuir
os impactos que a construção comum causa no meio ambiente, utilizando de tecnologias
ecológicas na hora de projetar e construir. Trata-se de uma revisão bibliográfica que apresenta
um levantamento de materiais sustentáveis, métodos construtivos e sistemas que propiciam a
minimização da utilização de recursos naturais e também apresenta um projeto de casa
ecológica realizado pela autora que utiliza dessas tecnologias com a finalidade de afirmar a
possibilidade de se construir ecologicamente, visando o meio ambiente desde a criação do
projeto até a utilização da residência. Com a aplicação das tecnologias estudadas foi possível
observar que a casa ecológica traz um isolamento acústico e térmico maior que casas
construídas nos padrões convencionais e economia de água e energia. A casa ecológica é uma
edificação saudável, trazendo conforto e harmonia para os moradores mostrando a magnitude
do respeito ao meio em que se vive.
ABSTRACT Civil construction is the sector that causes the most impact on the environment,
with some of these impacts being the generation of waste, the excessive use of natural resources,
atmospheric pollution, the destruction of green areas and the reduction of water reserves.
Therefore, it is important that professionals in the field think of Bioconstruction as a way to
reduce the impacts that common construction causes on the environment, using ecological
technologies when designing and building. This is a bibliographical review that presents a
INTRODUÇÃO
Freire (2014) explica que no final dos Em busca de uma construção sustentável,
anos 70 surgiu o termo “Síndrome de projetos com um menor consumo de insumos
Edifícios Doentes” (SED) que se deve a naturais, diminuição e reutilização de
alguns sintomas que apareceram em resíduos vêm sendo uma estratégia para
trabalhadores que passavam a maior parte do alcançar a sustentabilidade, mesmo sendo
tempo no interior das edificações. O autor aplicada em um pequeno número de obras
também relata que o aprofundamento no (CORDEIRO; MASUERO; DAL MOLIN;
tema ocorreu na década de 90, quando os SOUZA; PAES, 2017).
pesquisadores fizeram um comparativo de Nesse sentido, técnicas e materiais
“edifícios doentes” e “edifícios saudáveis”. ecológicos estão sendo introduzidos com o
Nesse período começou a se ouvir o termo propósito de economizar recursos naturais de
Bioconstrução. qualquer fonte, contribuindo assim com a
De acordo com Mororó e Romcy (2016), Bioconstrução. Segundo Amaro (2017), a
a Bioconstrução é complexa e não se resume Bioconstrução concilia a ecologia, a
apenas a decisões e dispositivos técnicos arquitetura e o urbanismo, priorizando o uso
agregados ao projeto. É dependente de uma de materiais naturais e da região, tendendo a
abordagem dos problemas sociais, bem como soluções de construção com o mínimo
do comprometimento ético ambiental de impacto ambiental e maior interação com a
todos os envolvidos ao longo do processo do natureza, identificando a casa como um
empreendimento. organismo vivo, com seu ciclo de vida,
Parede Verde
Ghannoum (2019) explica que as
paredes verdes também chamadas de jardins
verticais consiste em uma técnica de alocação
de espécies vegetais de forma vertical, Fonte: MESQUITA, 2016
podendo ser de dois tipos, fachada verde Figura 6 - Esquema Dos Tipos De
representada na Figura 4 e parede viva Paredes Verdes
representada na Figura 5 e a Figura 6 mostra
um esquema desses dois tipos.
O uso da energia fotovoltaica possui alto De acordo com Lopo (2010) o sistema
índice de energia que não se compara com de aquecimento solar é uma alternativa
nenhum outro sistema que produz a mesma. ecologicamente correta que não deve ser
Suas vantagens em uma construção são ignorado, trata-se de fontes de energias
bastante viáveis, como o aquecimento da limpas e renováveis. O autor também
água com uso de aquecedores solares e a classifica essas fontes de energias em hídrica,
economia de energia com painéis solares térmica, nuclear, geotérmica, eólica, marés e
(SILVA, 2017). fotovoltaica ou solar.
Os painéis fotovoltaicos acoplados as Tavares e Sousa (2019) expõem que os
edificações permitem que a energia gerada aquecedores surgiram na década de 70, mas
seja de forma distribuída, produzida próxima somente duas décadas depois que seu uso se
aos pontos de consumo, não comprometendo intensificou, com isso o aumento na
áreas livres e promovendo geração energética variedade de modelos e qualidades. Segundo
durante o dia e a noite (SANTOS, 2009). O a NBR 15569 o sistema de aquecimento solar
funcionamento do sistema é mostrado na é composto por três elementos principais, que
Figura 10. são, coletor solar, reservatório térmico e
sistema de aquecimento auxiliar. E a
Revista Científic@ Universitas, Itajubá v.10, n.1, p.111-128, 2023
ISSN Eletrônico: 2175-4020
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transferência de energia entre cada elemento externos. Não geram poluição e não
deve ser assegurada pelo circuito primário oferecem risco à saúde do trabalhador e nem
(transferência de energia captada nos do morador. A utilização da tinta ecológica
coletores para seu armazenamento) e contribui com o meio ambiente além de obter
secundário (abastecimento e distribuição de uma série de vantagens, tais como economia
água na rede). Assim como mostra a Figura financeira; propicia o resgate dos costumes
11. ancestrais; é antialérgica e não possui odor
Figura 11 - Sistema de Aquecimento Solar de (MARIANO; et. All, 2020).
Água
Figura 12 - Cores da Tinta Ecológica