Você está na página 1de 11

A EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS NA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL.

Francisco Ximenes de Albuquerque Neto 1– Faculdade Pitágoras


Jocieth Mesquita da Silva 2 – Faculdade Pitágoras
José Wylky C. Souza3 – Faculdade Pitágoras
Karla Dayanna de Oliveira 4 – Faculdade Pitágoras
Luane Fernandes 5 – Faculdade Pitágoras
Matheus Henrique Delgado Sousa 6 – Faculdade Pitágoras

RESUMO

Este artigo tem como objetivo demonstrar a evolução a Arquitetura Sustentável e a evolução dos
materiais, e como tornar a construção mais barata, mais cômoda e menos agressiva ao meio ambiente.
Ao pensamos no futuro da construção civil, logo pensamos em materiais como: madeiras, vidros etc,
suas características para que esses recursos tornem se cada vez mais sustentáveis, pois são materiais de
fonte renováveis. Em decorrer dos anos ocorreu uma evolução nos estudos sobre sustentabilidade para
todas as áreas, inclusive para arquitetura, onde se utiliza recursos e materiais que podem agredir o
meio ambiente. O processo de sustentabilidade na arquitetura demonstra que pode unir tecnologia a
natureza e assim podendo minimizar impactos ambientais. A sustentabilidade deve ser uma meta na
produção e execução dos projetos arquitetônica e urbanística assim tendo uma responsabilidade e ética
com o meio ambiente. Durante muito tempo os materiais eram utilizados de formas incorretas nas
construções, com a evolução da sustentabilidade, também ocorreu à evolução dos materiais e assim as
ações positivas para o meio ambiente.

Palavras-chave: Evolução. Materiais. Arquitetura Sustentável. Meio Ambiente.

ABSTRACT

This article aims to demonstrate the evolution of Sustainable Architecture and the evolution of
materials, and how to make construction cheaper, more comfortable and less aggressive to the
environment. When we think about the future of civil construction, we soon think of materials such as:
wood, glass, etc., so that these resources become more and more sustainable, since they are renewable
source materials. Over the years there has been an evolution in sustainability studies for all areas,
including for architecture, where resources and materials that can attack the environment are used.
The sustainability process in architecture demonstrates that technology can unite nature and thus
minimize environmental impacts. Sustainability should be a goal in the production and execution of
the architectural and urban projects, thus having a responsibility and ethics with the environment. For
a long time the materials were used in incorrect ways in the constructions, with the evolution of the
sustainability, also occurred to the evolution of the materials and thus the positive actions for the
environment.

Keywords: Evolution. Materials. Sustainable architecture. Environment


1 INTRODUÇÃO
O conceito de sustentabilidade é complexo, pois incorpora um conjunto de variáveis
interdependentes, mas também podemos dizer que tem a capacidade de integrar as questões
sociais, energéticas, econômicas e ambientais (que por si só engloba tudo). Quando falamos
da questão social nos referimos ao respeito ao ser humano, para que o mesmo possa respeitar
a natureza e assim o ser humano se veja a parte mais importante do meio ambiente o mesmo
meio que ele vive e tira seus recursos. Já a questão energética se dá a fontes de energia e
desenvolvimento que auxiliam na parte econômica e nas condições de vida e por fim e mais
importante a questão ambiental que abrange tudo que agredi o meio ambiente.
É correto afirma que o tema sustentabilidade, pensado na sua totalidade, abrange
aspectos socioeconômicos e ambientais, lançando desafios à pesquisa, à prática e ao ensino.
A primeira conceituação de desenvolvimento sustentável foi cunhada pelo Brundtland
Report em 1987 (BRUNDTLAND, 1987), que ganhou o reconhecimento pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, que defini:

“o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem


comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um
nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana
e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e
preservando as espécies e os habitats naturais” (BRUNDTLAND, 1987).

Nessa definição ele afirmava que o desenvolvimento sustentável era aquele que atendia
às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações
futuras. Nos anos seguintes ocorreram muitas conferências mundiais foram realizadas e
protocolos foram firmados, a fim de rever as metas e elaborar mecanismos para o
desenvolvimento sustentável.No final da década de 1980 e início da década de 1990, as
questões de sustentabilidade chegaram à agenda da arquitetura e do urbanismo internacional
de forma incisiva, trazendo novos paradigmas, com destaque para o contexto europeu.
O tema chegou com maior ênfase pela vertente ambiental, como decorrência das
discussões internacionais na década de 1970. As atenções estavam voltadas tanto para as
consequências de uma crise energética de dimensões mundiais como para o impacto
ambiental gerado pelo consumo da energia de base fóssil, somados às previsões e alertas a
respeito do crescimento da população mundial e o inevitável crescimento das cidades e de
suas demandas por todos os tipos de recursos.
Entretanto, olhando para a história da arquitetura e das cidades, foi apenas por um
relativo curto espaço de tempo que as considerações sobre as premissas fundamentais de
projeto e seu impacto nas condições de conforto ambiental e no consumo de energia não eram
tidas como determinantes.
Com isso, o conforto ambiental ganhou, ou melhor, retomou sua importância para o
projeto de arquitetura, tanto no mundo acadêmico como também na prática, como é bem
colocado por Corbella e Yannas (2003, p. 17):

A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando


também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo
parte de um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o
aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno,
integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor
quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo
menos poluído para as próximas gerações. ( Corbella e Yannas (2003, p. 17))

A arquitetura sustentável é um processo em permanente evolução que enfoca estratégias


inovadoras e tecnologias para melhorar a qualidade de vida cotidiana, sua abordagem envolve
principalmente: diretrizes projetuais formais e espaciais; eficiência energética na construção e
sua manutenção; aproveitamento de estruturas pré-existentes; uso de materiais
ecologicamente corretos; e planejamento territorial envolvendo a proteção de contornos
naturais. A sustentabilidade busca compatibilizar o desenvolvimento econômico, ambiental e
social. Esses três elementos formam o “Tripé da sustentabilidade”
A arquitetura sustentável engloba construções mais inteligentes confortáveis e que
causem menos impactos ambientais, e assim ter um baixo custo de exceção e manutenção ao
longo da sua vida útil. Devido essa utilização desenfreada dos recursos naturais ao longo dos
anos, observaram-se modificações significativas no clima e no território do planeta. Com o
intuito de preservar o meio ambiente ainda existente, é necessário fazer algumas alterações no
sistema construtivo na construção civil e uma delas é adaptar a construção tradicional para a
construção sustentável.
O projeto sustentável se compromete a difundir maneiras de construir com menor
impacto ambiental e maiores ganhos sociais, sem ser inviável economicamente. Esse projeto
pode ser efetuado em construções novas e antigas promovendo a busca pela igualdade social,
a valorização cultural, eficiência econômica.

“É extremamente importante que o profissional tenha em mente que todas as soluções


encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma
arquitetura mais sustentável. Com o avanço das tecnologias sempre surgirão novas soluções
mais eficiente.” (YEANG, 1999).

Miguel Aloysio Sattler (2003) faz a classificação dos impactos determinados pela
indústria da construção civil em dois tipos: impactos durante a fase de produção da construção
(extração, processamento e distribuição de produtos), considerados de maior interferência no
ambiente; e impactos durante a fase de utilização da construção (aplicações no local,
desenvolvimento da vida no local e disposição dos produtos correspondentes).
Na tentativa de avaliar tais impactos, surge em 2003, o conceito de Construção
Sustentável, definido: “conjunto de estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e
construção em si que reduzem o impacto ambiental e visam a um menor consumo de energia,
à proteção dos ecossistemas e mais saúde para os ocupantes” (ADAM, 2001).

“conjunto de estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e construção em si que


reduzem o impacto ambiental e visam a um menor consumo de energia, à proteção dos
ecossistemas e mais saúde para os ocupantes” (ADAM, 2001).

Para caracterizar uma arquitetura sustentável é necessário que se certifique na obra


diretrizes projetuais básicas, como: analise do entorno e a implantação, a orientação do solar,
utilização mínima do terreno para integra ao ambiente natural, utilização da eficiência
enérgica como fonte alternativa, consumir menor quantidade de energia e água na
implantação da obra e ao longo de sua vida útil, a forma arquitetônica deve se adeque aos
condicionantes climáticas da região, redução da produção de resíduos, preocupação com a
qualidade ambiental interna ( qualidade do ar e conforto termo acústico), aproveitamento da
ventilação natural, uso adequado da vegetação, sistema para uso racional de agua e reuso,
preferência pela escolha de materiais de baixo impacto ambiental (atóxicos, recicláveis,
reutilizáveis e de fonte de energia local) e proporcional saúde e bem estar aos usuários.
Esse tipo de interação, o uso de materiais com baixo impacto ambiental e bom
aproveitamento das construções gera o que podemos chamar de uma construção sustentável,
mesmo quando emprega produtos ou processos artesanais, transforma numa construção
conscientemente, buscando o sucesso ambiental integral da obra.
O importante não é apenas construir sustentavelmente, mas também comprovar que a
obra de fato segue tais pressupostos. Trata-se de uma garantia para o cliente, para o mercado e
uma maneira de se propagar com credibilidade e critérios o conceito de Construção
Sustentável.
De acordo com IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica
existe um sistema de classificação de construções sustentáveis em todo o mundo. Após
avaliação da obra, e caso a mesma promova benefícios ambientais consistentes, tais sistemas
certificam a construção, como:
 Planejamento Sustentável: é o momento em que serão decididas todas as
intervenções que poderão integrar a obra ao meio ambiente ou resultar em
danos em curto, médio e longo prazo.
 Aproveitamento passivo dos recursos naturais: aproveitar os recursos naturais
que atuam diretamente sobre a obra, como: sol, vento, vegetação.
 Eficiência energética: conservação e economia de energia; geração da própria
energia consumida por fontes renováveis.
 Gestão e economia da água: reduzir e controlar o consumo de água fornecido
pela concessionária ou obtido junto a fontes naturais (poços, poços artesianos,
nascentes, outros); aproveitar as fontes disponíveis; tratar águas cinza e negras
e reaproveitá-las na edificação; aproveitar parte da água pluvial disponível.
 Gestão dos resíduos na edificação: criar área para disposição dos resíduos
gerados pelos próprios moradores/usuários; reduzir geração de resíduos.
 Qualidade do ar e do ambiente interior: criar um ambiente interior e exterior à
obra saudável a todos os seres vivos.
 Conforto termo-acústico: promover sensação de bem-estar físico e psíquico
quanto à temperatura e sonoridade.
 Uso Racional de Materiais: racionalizar o uso de materiais de construção
tradicionais e prevenir o uso de produtos cuja fabricação e uso acarretem
problemas ao meio ambiente ou que são suspeitos de afetar a saúde humana
 Uso de Produtos e Tecnologias ambientalmente amigáveis: prever na obra uso
máximo de produtos e tecnologias amigas do meio ambiente que atendam os
seguintes pontos: ecologia, economia, saúde e responsabilidade social.
Para a compreensão do conceito de construção sustentável e necessário algumas
definições pertinentes em relação aos materiais e tecnologias:
 Produto ecológico: Refere-se a todo artigo de origem artesanal ou
industrializada, de uso pessoal, alimentar, residencial, comercial, agrícola e
industrial, que seja não poluente, não tóxico, benéfico ao meio ambiente e à
saúde dos seres vivos, contribuindo para o desenvolvimento de um modelo
econômico e social sustentável.
 Tecnologias sustentáveis – Sistemas ou equipamentos que permitem o
controle, economia e geração de energia e gestão e reuso da água na edificação.
 Tecnologias eco-inteligentes – dispositivos utilizados para gestão e redução no
consumo de energia elétrica e água.
 Energeticamente eficiente - produto ou sistema cujo uso resulte em economia
de energia em sua fabricação e uso.

Em decorrer do tempo à arquitetura sustentável tem evoluído e assim os materiais que


são utilizados também tem seu papel de evolução. Os materiais ecológicos são materiais
reaproveitados e que não causam danos ao meio ambiente, visto que, a construção civil é
responsável por grande parte dos impactos ambientais.
Os trabalhadores da construção civil estão mais conscientes em relação aos impactos
ambientais que são ocasionados pelos seus projetos, além disso, a sociedade esta mais
exigente e almeja que suas edificações obedeçam aos critérios de preservação, recuperação,
responsabilidade ambiental e que seja economicamente viável.

“A redução dos impactos advindos da construção, utilização e demolição


(reutilização) de uma edificação, é apenas parte de todo o impacto que pode ser
reduzido. Uma redução total, passa pela mudança nos padrões de consumo da
sociedade e no estilo de vida.” (YEANG, 1999, p.153).

Atualmente, as matérias utilizadas proporcionam impacto ambiental devido à fase de


extração, processamento, transporte, uso e eliminação. A importante de analisar se o material
e a tecnologia é menos ou mais prejudicial ao meio ambiente, como: consumo de energia e de
água incorporados no processo construtivo; se o sistema é poluente (água, ar, terra e som); o
método gera resíduo; se possui potencial de reuso e reciclagem e obtenção de algum tipo de
certificação ambiental.
Alguns materiais e produtos que podem ser empregados nas construções sustentáveis e
que em decorrer do tempo vem ganhado mais espaço nas construções civil:
 Fibras vegetais
 Óleos vegetais.
 Solo Cimento
 Madeiras alternativas
 Tintas naturais
 Telhas Ecológicas
 Piso intertravado
 Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos
 Lâmpadas de alta eficiência energética

2 JUSTIFICATIVA

Em meio a um sistema moderno de construções, que se compromete a difundir as


várias maneiras de construir para obter menor impacto ao ambiente, notamos que o projeto
sustentável, ou seja, seus materiais vêm a cada dia evoluindo.

As indústrias por sua vez, esta garantindo que os materiais que causam menos danos
ao meio sejam acessíveis, retirando os que agridem o meio das prateleiras, alguns como a
madeira, telha, vidro e etc, garantindo que as edificações tenham qualidade, durabilidade, e
claro, o objetivo maior resguarde os recursos naturais existentes.

De certa forma, a qualidade de vida do homem aumenta, nas industrias suas


tecnologias são essenciais para o surgimento de novas soluções para cada material.

A arquitetura sustentável é todo um processo com variantes relacionadas a


sustentabilidade em modo geral, com aspecto diferenciados, desde o uso do solo, ao material
usado para determinada construção, tornando um projeto extremamente ligado ao meio, e ao
mesmo tempo, tendo a preocupação em preservar o mesmo.

Para que isso aconteça será necessário o uso apropriado de seus materiais de baixo
impacto (atóxicos, recicláveis, sustentáveis e etc.).

Contudo, as diretrizes projetuais também se fazem necessárias como: na implantação,


análise solar, utilização mínima do terreno, iluminação natural, consumo de água,
condicionamentos climáticas na região, uso de vegetação, etc. Tudo isso para que a
construção se torne cada vez mais sustentável.

Sustentabilidade seja qual for o enfoque, não coexiste com desequilíbrios


significativos. Se a pressuposição de desenvolvimento sustentável não pode ser aceita senão
de forma universal, enquanto persistirem desigualdades colossais entre continentes, entre
países e dentro de países entre regiões e municípios, em qualquer dos aspectos considerados
pelo conceito, se torna distante a efetivação plena da sustentabilidade (ROSETTO, 2003, p.
35).
Outro fator de grande relevância é a inexistência de uma fórmula ou guia de alcançar
a sustentabilidade. De acordo com Cavalcanti (1995, p. 21), “na verdade não há uma
economia da sustentabilidade, nem uma única forma de chegar aos predicados de uma vida
sustentável”. Inexiste tampouco uma teoria única do desenvolvimento ecologicamente
equilibrado.

O “que há é uma multiplicidade de métodos de compreender e investigar a questão”.


Por esse motivo muitos consideram a sustentabilidade bastante utópica. Apesar da dose de
utopia, como acredita Santos (2005, p.13),
A busca do desenvolvimento sustentável parece utópica, porém, as utopias são ideias
para construção de algo que se sonha, e sonhar é gerar esperanças. É fazer do desejo abstrato
uma realidade palpável, deixar de divagar para pisar em solo firme. A edificação em si deve
ser projetada de forma que interaja com o meio em que se insere. O entorno é o começo de
tudo. Respeitar a topografia e vegetação existente, desenvolver estudo de impacto ambiental,
analisar a adequação a planos urbanísticos e verificar a infraestrutura existente (água, energia,
transportes, coleta de lixo).
Além disso, o projeto deve ser concebido utilizando sempre iluminação e ventilação
naturais, com orientação da edificação bem planejada, assim como suas formas, com atenção
para o uso correto de proteções solares e a especificação dos materiais, entre outros vários
aspectos. Deve-se tirar o máximo proveito das condições climáticas da região para se obter
maiores contribuições no uso eficiente e na racionalização da energia, sem esquecer de
garantir o conforto dos usuários.
A redução do consumo de energia é essencial, segundo o PROCEL, as economias
podem chegar a 30% em edificações existentes e 50% nas projetadas dentro dos conceitos de
eficiência energética. A eficiência energética nas edificações pode ser entendida como um
baixo consumo de energia proporcionando as mesmas condições ambientais (JOHN 2002),
afirma que qualquer produto precisa ser adequado ao mercado. Em um setor conservador
como o da construção civil, com pouca experiência em inovação tecnológica, a introdução de
um novo produto no mercado necessita ser realizada de acordo com um plano previamente
estudado e definido. A viabilidade financeira é certamente fundamental em todas as etapas de
fabricação de um material ou edificação. Uma metodologia específica para esse fim precisa
ser desenvolvida. A importância desse aspecto seria facilmente percebida se fosse possível
contabilizar produtos tecnicamente viáveis e plenamente desenvolvidos que nunca chegaram
ao mercado.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As metas para se atingir um desenvolvimento sustentável na construção civil, ainda
que na contramão das tendências, sempre que estiverem levando em conta fatores sociais,
econômicos e políticos, todos interligados entre si podem possibilitar o traçado de
diagnósticos e prognósticos que induzam mudanças de paradigmas no modo de viver, no
modo de construir, e na apropriação de novas técnicas e materiais.
O “ponto de mutação” encontra-se no modo de encarar os problemas e conflitos
existentes nas situações socioeconômicas. Uma vez projetados e desenvolvidos parâmetros e
o propostas sustentáveis que elucidam os mecanismos do processo de revolução tecnológicos
dentro do meio ambiente, resta o trabalho de firmá-lo como política nacional.
Dentre as diversas maneiras de concretizar as metas, umas delas seriam acelerar este
processo por meio da criação de leis que incentivam a construção sustentável, através de
isenção de impostos ou linhas de financiamentos especiais.
Contudo, sem uma mudança profunda nos valores éticos atuais não se pode esperar
uma difusão muito grande de construções sustentáveis. Os locais onde as pessoas moram,
trabalham, estudam ou se divertem refletem os valores da sociedade em que estão inseridos. A
reflexão em torno das práticas sociais num contexto urbano marcado pela degradação
permanente do meio ambiente construído e do seu ecossistema maior não pode prescindir nem
da análise dos determinantes do processo, nem dos atores envolvidos e das formas de
organização social que potencializam novos desdobramentos e alternativas de ação numa
perspectiva de sustentabilidade. (JACOBI, 2000).
O conceito de sustentabilidade, e as preocupações que envolvem o debate teórico,
reúnem uma diversidade de novos sentidos para s inter-relações de temas como qualidade de
vida, justiça social, equilíbrio ambiental e desenvolvimento tecnológico, que demandam um
pensamento conjunto que não ofereça resistências a paradigmas novos, e respeite o suporte
natural (CHOGAN, apud JACOBI, 2000). Assiste-se, atualmente, às primeiras experiências
de construções sustentáveis, ainda incipientes para abranger as grandes vertentes simbólicas e
práticas capazes de se transporem para contextos mais globais.
Contudo, elas se apresentam como uma porta de entrada para a discussão de propostas
e projetos, justamente por serem pioneiros neste processo de mudança de atitudes sociais e
ecológicas. Muitos deles, inclusive, alcançaram altos graus de qualidade ambiental, e carecem
de estudos, por colocarem em primeiro plano os parâmetros de sustentabilidade para as
construções civis. Este artigo procurou apresentar uma contribuição a divulgação de alguns
princípios que regulam o discurso do desenvolvimento sustentável.
Persistem ambiguidades e hesitações que se contrapõem aos ensinamentos de uma
práxis ambientalista voltada para uma melhor qualidade de vida humana no globo, hoje e no
futuro. A intenção foi alcançar mais adeptos para a filosofia da sustentabilidade, estimulando
a capacidade de diálogo interdisciplinar dentro da atual esfera de valores da vida social. A
renovação do pensamento científico, através da criação de uma estrutura curricular
multidisciplinar, se manifesta como subsídio para uma compreensão mais crítica das relações
que elaboram as regras que configuram o modelo capitalista neoliberal. No meio acadêmico,
ele ainda circula como uma forma de fornecer respostas e de refutar conjecturas para as
questões do desenvolvimento socioeconômico sem a degradação do meio ambiente.
REFERÊNCIAS

ADAM, Roberto S. “Conceitos e Princípios Ambientais” in Curso Bioarquitetura -Princípios


para uma construção ecológica, material de apoio didático, Curitiba, PR, Nov. 2003.
BRÜSEKE;

ADAM, 2001 e MIGUEL ALOYSIO, 2003. HUMANAE. Revista Eletrônica da Faculdade de


Ciências Humanas.ESUDA (ISSN 1517-7606).

ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO. São Paulo - Sp: Abril, mar. 2012.

BRÜSEK, Franz Josef. O problema do desenvolvimento sustentável. In: CAVALCANTI,


Clóvis. (org.) Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São
Paulo: Cortez;Recife, Fundação Joaquim Nabuco. 2ª ed., 1998.

CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os


trópicos: conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica. Disponível no site:


http://www.ufrb.edu.br/pdi/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=20&Item
id=90

JOHN, V. e AGOPYAN, V. Reciclagem de Resíduos na Construção. Seminário Reciclagem


de Resíduos sólidos Domiciliares. São Paulo, 2000. Disponível em:
http://recycled.pcc.usp.br/ftp/CETESB.pdf

MOREIRA, A. M. Materiais de Construção I. Terra Crua. Instituto Politécnico de Tomar.


STT, 2008, Tomar,Portugal

ROSSETTO, A. M. Proposta de um Sistema Integrado de Gestão do Ambiente Urbano


(SIGAU) para o Desenvolvimento Sustentável de Cidades. 423 f. Tese(Doutorado em
Engenharia de Produção), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção,
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2003.

SPADOTTO, Aryane et al. Impactos ambientais causados pela construção civil. Unoesc &
Ciência – Acsa, Joaçaba - Sc, v. 2, n. 2, p.173-180, dez. 2011.

YEANG, Ken – “The Green Skyscraper – The Basis for Designing Sustainable intensive
Building”, Nova York,1999.( Traduzido para o Português )

Você também pode gostar