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TECNOLOGIAS AMBIENTAIS

EM EDIFÍCIOS E CIDADES
AULA 6

Profª Wívian P. P. Diniz


CONVERSA INICIAL

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um apelo


global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e
o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam
desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os
quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos
atingir a Agenda 2030 no Brasil. O ODS 11 - ‘Cidades e comunidades
sustentáveis - Tornar as cidades e comunidades mais inclusivas,
seguras, resilientes e sustentáveis’ diz respeito a nossa atuação
profissional como Arquitetos e Urbanistas e, portanto, é nosso dever
ético torná-lo realidade. (Nações Unidas Brasil, [S.d.])

Esta etapa tem como objetivo expor os fundamentos da sustentabilidade


e da eficiência energética no campo da construção civil, focando no modo como
projetistas devem direcionar sua atuação projetual no sentido de efetivar
estratégias eficientes às edificações.
As ilhas de calor, tão frequentes em centro urbanos, são abordadas no
sentido de promover a reflexão sobre como as soluções aplicadas ao espaço
urbano podem minimizar seus efeitos.
Por fim, abordaremos as perspectivas tecnológicas futuras para as
edificações e cidades, com o intuito de obter melhores condições de vida nos
centros urbanos. Fecharemos com a indicação das principais certificações
relacionadas à eficiência de edificações no intuito de promover a adoção das
suas diretrizes para o projeto, mesmo que não se pretenda certificar formalmente
esse projeto.

CONTEXTUALIZANDO

O conceito de sustentabilidade, assim como sustentabilidade na


construção civil, é fundamentado em fatores relevantes para a manutenção
futura de nossa sociedade. Desse modo, a sustentabilidade se baseia em três
pilares básicos (Figura 1):

• a sustentabilidade ecológica representa o objetivo principal da


sustentabilidade, a proteção do meio ambiente para as futuras gerações.
Inclui, entre outras questões, a proteção contra as mudanças climáticas e
a preservação da biodiversidade;
• a sustentabilidade econômica se fundamenta em uma economia que
assegure um poder aquisitivo digno, bem como um bem-estar econômico

2
e que proteja os recursos econômicos frente à exploração realizada por
interesses específicos; e
• a sustentabilidade social se baseia no desenvolvimento da sociedade por
meio de um processo participativo, envolvendo todos e todas para o
equilíbrio entre os diversos setores da sociedade em uma convivência
pacífica.

Figura 1 – Tripé da sustentabilidade

Ecológica

Suportável Viável

SUSTENTÁVEL
Social Econômica
Equitativa

Fonte: Wívian P. P. Diniz, 2023.

Na figura anterior, a área de intersecção entre duas esferas traz os


conceitos secundários, a exemplo da viabilidade social; com sustentabilidade
econômica, tornam a sociedade mais equitativa. As três esferas – social,
econômica e ecológica interseccionadas – definem a sustentabilidade.
Para definir um conceito de sustentabilidade ampliado podemos
considerar, ainda, mais dois fundamentos: a sustentabilidade espacial e a
cultural. A espacial visa equilibrar as populações entre o campo e a cidade,
evitando a superpopulação de pessoas nas cidades e o esvaziamento das zonas
rurais. Já a cultural busca respeitar as especificidades de cada sociedade, sua
cultura e particularidades locais.
Para incentivar a sustentabilidade no ambiente construído, muitos países
desenvolveram certificações para reconhecimento de empreendimentos
desenvolvidos sobre essa premissa (ver “Na prática”). O website do Green

3
Building Council Brasil (GBC Brasil) contém cursos, artigos, estudos de caso e
informações sobre as certificações LEED e GBC Brasil, duas das principais
certificações utilizadas no Brasil. No tópico 5, abordaremos mais algumas
certificações.

Saiba mais

Para saber mais sobre a temática, veja: Green Building Council (GBC
Brasil). Disponível em: <https://www.gbcbrasil.org.br/>. Acesso em: 24 jun.
2022.

TEMA 1 – SUSTENTABILIDADE NO AMBIENTE CONSTRUÍDO

Em 1987, o relatório “Nosso Futuro Comum” (do inglês Our Common


Future), elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas1 (ONU), cria o conceito de
desenvolvimento sustentável a partir dos termos do ecodesenvolvimento.
Segundo o relatório, desenvolvimento sustentável consiste naquele que
deve satisfazer às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazer as suas. Esse documento também buscou
promover a autonomia da população para construir modelos de gestão
sustentável adequados a cada contexto histórico, cultural e ecológico.
Em 1992, o conceito de desenvolvimento sustentável afirma-se com a
conferência Eco 92 no Rio de Janeiro. Após a conferência, o conceito passa a
ser difundido pela sociedade civil, governos, empresas, organismos
internacionais e organizações não governamentais (ONGs), demonstrando uma
preocupação global com as mudanças climáticas. O aquecimento global passa
a ser uma demanda de todos e todas, levando à necessidade de ações
integradas.
A construção civil demanda um posicionamento consistente das
empresas que atuam nesse campo para a efetivação de estratégias sustentáveis
(Librelotto et al., 2012). Por isso, devido à sua abrangência de atuação, a
construção civil causa impactos econômicos, norteia políticas públicas
habitacionais (impacto social) e tem papel decisivo na preservação do meio
ambiente (impacto ecológico).

1 Sobre a declaratória acerca da sustentabilidade pela ONU, veja: <https://brasil.un.org/pt-


br/91223-onu-e-o-meio-ambiente>. Acesso em: 22 fev. 2023.
4
Em contrapartida, podemos entender que a ausência de perspectivas
sustentáveis na construção civil é consequência de diversos fatores, como baixa
produtividade, problemas de qualidade dos produtos, desestímulo ao uso de
componentes industrializados, falta de conhecimento do mercado consumidor,
falta de capacitação de agentes da cadeia produtiva, competitividade e custos
reduzidos, falta de visão de cenários futuros e de novas oportunidades.
No Brasil, a Resolução n. 275/2001 do Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama) foi uma das primeiras iniciativas institucionais para
incentivar práticas sustentáveis e tem como objetivo determinar que as
empresas da construção civil implementem um serviço de coleta seletiva e
reciclagem do lixo das obras.
Para ampliar o conhecimento acerca das estratégias e ferramentas
voltadas para a sustentabilidade nas edificações, indicamos que você acesse o
conteúdo das playlists a seguir.

Saiba mais

Para se aprofundar mais na temática, veja: Playlist Simulações para


greenbuildings (termodinâmica, energética, luz). Canal Consultoria com Marcelo
Nudel. 1 vídeo. YouTube. Disponível em:
<https://youtube.com/playlist?list=PLEr69Mt_fkccNqEfIWScn9lxIROoRPQnK>.
Acesso em: 21 jan. 2023.
Playlist Gerenciamento de Projetos Sustentáveis. Canal Consultoria com
Marcelo Nudel. 2 vídeos. YouTube. Disponível em:
<https://youtube.com/playlist?list=PLEr69Mt_fkcdA29gm8deq6WiEEwUHv8yT>
. Acesso em: 21 jan. 2023.
Playlist Certificações para Greenbuildings LEED, AQUA, EDGE, Procel e
outras
Canal Consultoria com Marcelo Nudel. 12 vídeos. YouTube. Disponível
em:
<https://youtube.com/playlist?list=PLEr69Mt_fkcdICxjNdDNfHboUHYunur96>.
Acesso em: 21 jan. 2023.

1.1 Arquitetura sustentável

A arquitetura sustentável ou arquitetura verde (do inglês greenbuilding)


envolve a aplicação de técnicas de sustentabilidade à atividade de projetação.
5
Como objetivo fundamental, busca minimizar o impacto ambiental negativo
gerado pela atividade construtiva e pela presença de edificações, por meio do
aumento da eficiência energética, gerenciamento no uso de materiais e no
consumo de água.
Ela também visa reduzir o impacto da construção sobre a saúde humana
e sobre o ambiente promovendo condições de conforto térmico, lumínico,
acústico, psicológico e ergonômico; tudo por meio de estratégias bioclimáticas,
além do incentivo ao uso de materiais naturais e disponíveis no local e a
integração social com o contexto urbano. Embora esses aspectos sejam
fundamentais para uma arquitetura sustentável, a utilização, manutenção e até
mesmo a demolição da edificação são significativos no impacto ambiental da
construção; por esse motivo, devem ser considerados.
A respeito da eficiência energética, a análise da energia embutida nos
materiais por meio dos ciclos de vida consta do processo, desde a produção
desse material, logística, incorporação na obra e reciclagem. Como um exemplo
real de aplicação dos fundamentos da arquitetura sustentável, indicamos
fortemente que você conheça o projeto Casa Eficiente. Visando desenvolver
soluções inovadoras e eficientes no âmbito da construção civil e para incentivar
o uso racional de energia, a Casa Eficiente foi construída no campus da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e é aberta à visitação. O projeto
foi desenvolvido pela CGT Eletrosul em parceria com o Laboratório de Eficiência
Energética em Edificações (LABEEE), da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), e com a Eletrobras, por meio do Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel). Conheça o site e todo o material
instrucional disponível.

Saiba mais

Saiba mais sobre a temática acessando: Website Projeto Casa


Eficiente. Disponível em: <https://www.cgteletrosul.com.br/ampnbsp/casa-
eficiente-home>. Acesso em: 24 jan. 2023.

1.2 As ilhas de calor no ambiente urbano

Em áreas urbanas muito edificadas e com pouca presença de vegetação,


há ocorrência de temperaturas mais altas em relação às áreas periféricas com
maior presença de vegetação e paisagens naturais. Nessas áreas, ocorre um
6
efeito térmico chamado de “ilhas de calor”, originadas pela presença intensa de
pavimentação de ruas, deficiência de coberturas vegetais, além do calor gerado
pelos carros, fábricas e instalações de ar condicionado.
Na Figura 2 temos um diagrama de como funcionam as ilhas de calor.
Nelas, podemos observar que as temperaturas da superfície (linha laranja
contínua) variam mais do que as temperaturas do ar atmosférico (linha laranja
tracejada) durante o dia, mas, geralmente, são semelhantes à noite (linha azul
contínua e linha azul tracejada).
Nas temperaturas da superfície sobre a área da lagoa (P1), a queda de
temperatura (dia) e pico de temperatura (noite) mostram como a água mantém
a temperatura do local quase constante dia e noite porque não absorve a energia
do sol da mesma forma que edifícios e superfícies pavimentadas (a água demora
mais para absorver o calor, da mesma forma que demora mais para perder calor,
comportamento chamado inércia térmica). Por esse motivo, parques (P3),
terrenos abertos e corpos d’água criam áreas mais frescas dentro de uma
cidade. Nas zonas rurais e subúrbios (P2), por exemplo, as temperaturas são
significativamente mais baixas que nas áreas centrais (P4).

Figura 2 – Diagrama do efeito da ilha de calor

Fonte: Elaborada e traduzida por Diniz , 2023, com base em EPA.

7
Em centros urbanos adensados, a temperatura pode variar de 5°C a 10°C
a mais em relação à temperatura em um parque na mesma cidade e no mesmo
horário. Por isso a importância de existirem áreas verdes urbanas, para além de
funcionarem como ambientes de lazer e descompressão do estresse para as
pessoas. O efeito da ilha de calor pode ser minimizado pelo uso de materiais
reflexivos ou de cor branca nas superfícies das edificações, principalmente nos
telhados.
As coberturas verdes, assim como as áreas verdes dos parques e praças,
são recursos muito interessantes para diminuir as ilhas de calor, reduz a poluição
do ar, além de servir como hábitat para a fauna local, principalmente para aves.
A presença de água eleva a umidade do ar e da vegetação, e reduz a
velocidade do vento, sombreia e absorve o ruído. Onde há vegetação com áreas
permeáveis, contribui-se para a eliminação das águas da chuva da superfície.

1.3 O uso dos materiais “frios” ou cool surfaces

As ilhas de calor elevam a carga térmica nas edificações e


consequentemente o consumo de energia para a climatização artificial. Uma
alternativa para esse problema vem do uso de materiais de baixa absortância
térmica, conhecidos como materiais “frios”. Esses materiais mantêm a sua
temperatura interna baixa por absorverem pouca energia térmica, mesmo
quando expostos à insolação direta. Na leitura indicada a seguir, você poderá
conhecer um pouco mais a respeito dessa tecnologia para os materiais
construtivos.

Saiba mais

Conheça mais sobre o assunto: XiaoZhi Lim. Os materiais super frios


que devolvem calor para o ambiente (The super-cool materials that send heat
to space). Tintas, plásticos e até mesmo madeira podem ser preparados para
permanecerem frios sob a luz direta do sol. 31 dez. 2019. Disponível em:
<https://www.nature.com/articles/d41586-019-03911-8>. Acesso em: 24 jan.
2023.
O site é em inglês. Caso seja necessário, utilize o tradutor automático do
navegador clicando com o botão direito do mouse em qualquer lugar da página.
Depois, clique em Traduzir para português. A página será traduzida
instantaneamente.
8
TEMA 2 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS EDIFICAÇÕES E NO AMBIENTE
URBANO

A eficiência energética em edificações é definida como o atendimento de


demandas para consumo energético com redução do nível de consumo por meio
do uso de estratégias projetuais. Portanto, uma edificação possui mais eficiência
energética quando atende às mesmas condições de demanda com menor
consumo de energia (Lamberts, Dutra; Pereira, 2014).
Segundo dados da EPE (2021), as edificações consomem 51% da
energia elétrica no Brasil; por esse motivo, é onde temos o maior potencial para
implementar estratégias para eficiência energética. A Política Nacional Eficiência
Energética no Brasil2 (2021) estabelece categorias para abordagem do consumo
energético das edificações como residenciais, comerciais e públicas, devido à
cada uso ter suas especificidades.
O Procel estima que, devido às políticas públicas nacionais para a
eficiência energética das edificação, o Selo Procel Edifica 3 evitou o consumo de
energia em cerca de 29,25 GWh nas edificações construídas entre 2015 e 2020
(Procel, 2021).

2 Para acessar o documento na íntegra referente ao Plano Nacional Eficiência Energética 2021,
acesse: <https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/secretarias/spe/publicacoes/plano-nacional-
de-eficiencia-energetica/documentos/plano-nacional-eficiencia-energetica-pdf.pdf/view>.
Acesso em: 25 jan. 2023.
3 O Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações – Procel Edifica – foi instituído

em 2003 pela Eletrobras/Procel, e atua de forma conjunta com o Ministério de Minas e


Energia, Ministério das Cidades, Universidades, Centros de Pesquisa, Entidades das áreas
Governamental, Tecnológica, Econômica e de Desenvolvimento, além do setor de construção
civil. O programa promove o uso racional da energia elétrica em edificações a partir da sua
fundação. Com a criação do Procel Edifica, as ações foram ampliadas e organizadas com o
objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação
etc.) nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.
Disponívem em: <http://www.pbeedifica.com.br/sobre>. Acesso em: 24 jan. 2023.
9
Figura 3 – Eletricidade demandada pelas edificações (2000-2020)

Fonte: EPE, Atlas da Eficiência Energética Brasil – 2021, figura 11, p. 23.

Na figura anterior percebemos que o consumo de energia por setor tem


se mantido constante no últimos 23 anos, demonstrando que a implementação
da eficiência energética em edificações tem sido relativamente lenta.
Salientamos, ainda, que o setor residencial permanece como o maior
consumidor de energia em comparação com os outros setores, representando
54% do consumo em 2020. Na figura, a porcentagem junto à legenda é o
crescimento de consumo anual para cada setor.
No Brasil, a maior parcela da energia elétrica consumida é gerada por
termelétricas e hidrelétricas, significando que grande parte da geração de
energia é esgotável4. No caso das termoelétricas, implica-se que o futuro
mercado de energia no Brasil deve considerar, obrigatoriamente, a necessidade
da conservação energética e a utilização de energias alternativas como energia
solar, eólica e biogás.
O uso racional de energia nas edificações busca a redução no consumo
de energia elétrica para iluminação artificial, para equipamentos de climatização
ativa, para equipamentos de uso doméstico/trabalho e para aquecimento de
água, bem como o incentivo ao uso de fontes renováveis de energia.

4 As usinas termelétricas são alimentadas por combustíveis fósseis como carvão mineral, gás
natural ou derivados do petróleo e as usinas hidrelétricas, apesar de ser uma fonte energética
renovável, não podem ser construídas em qualquer lugar e causam um grande impacto ao meio
ambiente onde são implantadas.
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É fundamental salientar que obter edificações energeticamente eficientes
só é possível quando incorporamos essas premissas desde a concepção dos
projetos. Em outras palavras, adaptar edificações para consumirem menos
energia é possível, mas os resultados serão sempre inferiores quando já
pensamos o projeto com essa finalidade.
Desse modo, adotando a eficiência energética como pressuposto
projetual, podemos alinhar os parâmetros de implantação e orientação solar,
formas das coberturas e componentes construtivos que já contribuam com essa
finalidade na concepção da edificação. Quanto aos componentes construtivos,
as propriedades dos materiais e das superfícies determinam a absorção,
reflexão e emissão de radiação solar em ondas curtas e longas5, tendo, portanto,
a edificação a capacidade de afetar a eficiência energética dela própria, como
também do microclima urbano em seu entorno.
Programas públicos como o Procel Edifica atuam para aumentar a
eficiência no consumo final da energia elétrica por meio de ações sobre a
demanda de energia. Definitivamente, a fonte energética mais acessível
financeira, social e ecologicamente – ou seja, sustentável – é a obtida por meio
de estratégias voltadas à eficiência energética. Na leitura indicada a seguir, você
terá acesso a muitos dados complementares a respeito da política energética
praticada no Brasil, assim como exemplos de projetos eficientes.

Saiba mais

Para se aprofundar seu conhecimento sobre a temática, leia o capítulo 1,


das páginas 5 a 38, da seguinte obra: LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F.
O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio de Janeiro, 2014. 382 p.
Disponível em:
<https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arq
uitetura.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2022.

5Para entender como se comporta a edificação na emissão de ondas curtas e longas ver a
apostila “transferência de calor na envolvente da edificação”, de ORDENES, LAMBERTS e
GÜTHS, 2008. Disponível em:
<https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/disciplinas/Apostila_08.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2023.
11
2.1 O consumo de energia no ambiente construído

Devido à crise energética na década de 1970, muitos países colocaram


em prática políticas públicas com o objetivo de incentivar o uso eficiente da
energia elétrica. Essas políticas estão fundamentadas em aumentar a eficiência
energética dos equipamentos que usam energia elétrica e, no caso específico
da arquitetura, aumentar a eficiência dos edifícios. No Brasil, temos os selos
Procel 6 para equipamentos e Procel Edifica para as edificações (etiqueta na
Figura 4).

Figura 4 – Selo Procel Edifica para unidades habitacionais autônomas

Fonte: Website Procel Edifica, página inicial.

6 Procel – Centro Brasileiro de Informação de eficiência energética. Disponível em:


<http://www.procelinfo.com.br/main.asp?ViewID={A84BD56D-D750-477C-8E20-
2BF2D94B4EE2}>. Acesso em: 24 jan. 2023.
12
Segundo os dados da plataforma Inova-E 7, entre 2013 e 2018, o Brasil
investiu mais de 1 bilhão de reais em projetos para pesquisa e inovação voltados
à eficiência energética, sendo praticamente metade oriundos do BNDES.

2.1.1 O consumo de energia em residências

O gráfico a seguir mostra o consumo de energia em residências por uso


final em anos selecionados. Nele é demonstrado que a atividade que mais
consome energia é a cocção de alimentos, seguida pelo aquecimento de água e
depois climatização de ambientes. O crescimento da participação de outros
equipamentos elétricos e eletrônicos é explicado pelo aumento do acesso ao uso
de dispositivos dessa natureza. A climatização de ambientes vem ganhando
participação devido ao aumento do uso de condicionadores de ar, provavelmente
pela presença de dias mais quentes ao longo dos anos.

Gráfico 1 – Consumo energético em residências por uso final em anos


selecionados

Fonte: EPE, Atlas da Eficiência Energética Brasil – 2021, figura 17, p. 30.

A seguir, apresentamos um gráfico relacionado ao consumo médio por


equipamentos em residências. Chama atenção os condicionadores de ar em
2019, que, apesar da posse baixa (0,18 equipamento/domicílio), possuem o
maior consumo específico (aproximadamente 1.500 kWh).

7Plataforma Inova-E, panorama dos investimentos de inovação em energia no Brasil. Disponível


em: <shinyepe.brazilsouth.cloudapp.azure.com/inova-e/index.html>. Acesso em: 24 jan. 2023.
13
Gráfico 2 – Consumo energético em residências por uso final em anos
selecionados (2005 e 2019)

Fonte: EPE, Atlas da Eficiência Energética Brasil – 2021, figura 20, p. 32.

O vídeo indicado a seguir apresenta como a Biomimética representa uma


inspiração inovadora para definir os conceitos de arquitetura sustentável.

Saiba mais

Para saber mais sobre a temática, veja o vídeo a seguir: Biomimética e o


Futuro da Arquitetura Sustentável. Canal UGREEN. YouTube. Disponível em:
<https://youtu.be/1q9Vz_Ly27M>. Acesso em: 24 jan. 2023.

2.2 Eficiência energética e o ambiente urbano

O resultado de como o meio urbano é alterado pela sociedade irá afetar


diretamente nas condições de vida naquele local. Desse modo, identificamos
que o traçado urbano sustentável, desde as leis para uso e ocupação do solo, é
uma abordagem integrada de todos os aspectos envolvidos com o desenho das
cidades. Ou seja, aspectos físicos, funcionais, estéticos e econômicos, na
tomada de decisão por parte da sociedade, devem ser analisados em uma
abordagem holística e contextualizada na realidade local. Essa abordagem é
embasada no reconhecimento de especialistas de que a decisão para
configuração do ambiente urbano age sobre as variáveis climáticas, podendo
alterá-las para condições prejudiciais ao bem-estar dos seres vivos. Portanto,

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quando não consideramos o clima local para definir o desenho urbano e das
edificações, as condições de conforto ambiental obtidas naturalmente são
inadequadas, ou seja, obtemos o desconforto ambiental.
Nosso objetivo como projetistas deve ser sempre possibilitar que o próprio
ambiente construído atue como recurso para o controle das variáveis climáticas
externas o máximo possível. Isso só é alcançado quando, por meio de
especificações adequadas bioclimaticamente, definimos os componentes
construtivos (paredes, pisos e coberturas), os recursos para o lote (água,
vegetação, sombra, tipo de drenagem) e gerenciamos o uso do vento e do sol
em prol da eficiência da edificação. Na leitura indicada a seguir, você poderá
conhecer melhor como a climatologia urbana nos auxilia na prática projetual.

Saiba mais

Aprofunde seus conhecimentos sobre a temática: FIALHO, E. S.;


FERNANDES, L. A.; CORREA, W. de S. C. Climatologia urbana: conceitos,
metodologias e técnicas. Revista Brasileira de Climatologia, Curitiba, p. 47-
85, 2019. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/revistaabclima/article/view/65748>. Acesso em: 24 jan.
2023.

2.2.1 A problemática do uso de projetos-padrão ou desenvolvidos para


outros contextos climáticos

A grande maioria da arquitetura contemporânea, principalmente em


países do sul global e de clima tropical como o Brasil, é proveniente de
referências projetuais desenvolvidas para países com climas temperados e frios
da Europa e dos Estados Unidos. São, portanto, referências desenvolvidas em
contextos climáticos completamente diferentes e, ao serem utilizadas em climas
quentes e úmidos sem preocupação com adaptações, levam obrigatoriamente à
necessidade de uso de sistemas de climatização que consomem energia 8.
Mesmo que utilizemos geração de energia solar (placas fotovoltaicas), essa

8Para acesso a dados mais detalhados do consumo energético no Brasil, acessar relatório “Atlas
da Eficiência Energética – Brasil 2021”. Disponível em: <https://www.epe.gov.br/sites-
pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-
651/Atlas2021_PT_2022_02_04.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2023.
15
energia gerada fica vinculada ao funcionamento da climatização, sendo que
poderia ser utilizada para outras finalidades.
Os projetos-padrão, muito utilizados pelo poder público por otimizarem
orçamento e execução, também são desenvolvidos para qualquer contexto,
demonstrando ausência de vínculos entre a solução projetual e o ambiente físico,
ambiental e social de onde serão implantados. Infelizmente, o predomínio de
soluções padronizadas e a desconsideração das especificidades climáticas
locais promove as ilhas de calor, já abordadas nesta etapa. Portanto, o
desconhecimento e a desconsideração das condições climáticas locais para o
projeto arquitetônico e urbano podem comprometer a saúde física e psicológica
das pessoas, além de causar dependência dos sistemas de climatização ativa e
elevação do consumo de energia elétrica.

TEMA 3 – ARQUITETURA INTELIGENTE (SMART BUILDING e SMART CITIES)

Os termos smart building ou smart cities – em português arquitetura


inteligente ou cidades inteligentes – têm sido bastante utilizados e definem um
conceito para a construção civil por meio do uso da tecnologia digital e
inteligência artificial. A expressão smart cities ganhou notoriedade internacional
no Fórum Mundial de 1997 sobre cidades inteligentes, onde cerca de 50 mil
cidades em todo o mundo desenvolveram iniciativas inteligentes para a década
inicial dos anos 2000.
A partir daquele fórum e até os dias atuais, o foco tem sido na
sustentabilidade das cidades, além de uma profunda relação com a tecnologia
voltada ao consumo de energia, de materiais e serviços, junto ao
desenvolvimento da economia e da qualidade de vida da sociedade.
A abordagem conceitual de cidades inteligentes corresponde ao
ambiente, prevalecendo a gestão de recursos naturais por meio de ações com
foco sustentável, em prol da conservação e do equilíbrio do ecossistema urbano.
A abordagem prática abrange a inovação tecnológica e de comunicação digital,
especialmente as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que auxiliam
a construção do meio urbano, promovem mais eficiência energética e otimizam
a produção de bens e serviços. Nesse sentido, para Camargo (FGV, 2014, p. 8):

Hoje, cidade inteligente significa cidade resiliente e sustentável, isto é,


com flexibilidade e capacidade de adaptação; capaz de dar respostas
rápidas e eficientes às ameaças externas, como, por exemplo,
mudanças climáticas, desastres, chuvas intensas, furacões, ou,

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simplesmente, atender aos princípios básicos de segurança alimentar
ou de qualquer outra natureza.

Para a viabilização das smart cities no planejamento urbano, é


fundamental a integração da perspectiva das cidades inteligentes ao
desenvolvimento das ações sociais para a cidade com o envolvimento da
população no processo de inovação urbana. Portanto, deve considerar
atividades direcionadas ao combate e a redução das desigualdades sociais e
territoriais para eliminar a pobreza, implementar a justiça social e atender aos
direitos fundamentais das pessoas (Libório; Saule Júnior, 2017). Para
complementar seu conhecimento a respeito das cidades inteligentes, acesse a
leitura indicada a seguir.

Saiba mais

Para se aprofundar na temática, leia: FGV PROJETOS. Cidades


Inteligentes e Mobilidade Urbana. Disponível em:
<https://fgvprojetos.fgv.br/publicacao/cadernos-fgv-projetos-no-24-cidades-
inteligentes-e-mobilidade-urbana>. Acesso em: 9 fev. 2023.

3.1 Tecnologias interativas e internet das coisas (IoT)

O fenômeno das smart cities inseriu-se em um cenário caracterizado por


duas tendências que determinaram as transformações da sociedade
contemporânea:

• o movimento de urbanização, visto como uma das faces da globalização


e marca do século XXI na medida em que, desde 2007, mais de 50% da
população mundial vive em cidades; e
• a revolução digital, a partir do desenvolvimento das tecnologias da
informação e comunicação (TICs ou tecnologias interativas) possibilitando
a hiperconectividade entre pessoas e entre máquinas sem intermediação
humana (M2M – máquina para máquina). Dessa forma, o modo como se
articulam o sistema produtivo e a sociedade se transformaram, dando
oportunidade ao que chamamos de sociedade colaborativa.

A sociedade colaborativa é uma etapa recente do desenvolvimento do


sistema produtivo baseado no conhecimento, sucedendo a acumulação do
capital físico. Desse modo, o paradigma da sociedade colaborativa está

17
impactando cada vez mais a economia e a produtividade. Segundo a publicação
da FGV (2015), a perspectiva é que

• As cidades já estão incorporando tecnologia [interativa] na prestação


dos serviços urbanos.
• Cidades de vanguarda apresentam melhorias na gestão, integrando
numa mesma plataforma tecnológica os diferentes serviços
municipais e a informação dos cidadãos e a Internet das coisas (IoT).
• A disponibilização de informações para cidadãos e empresas (dados
abertos) contribui para criar um ambiente inovador para a melhoria e
criação de serviços.
• Uma escala mínima é necessária, por isso algumas cidades
agrupam-se em territórios maiores para poderem investir em
infraestrutura. (FGV, 2015, p. 33).

Diante das especificidades e complexidade para a efetivação de uma


cidade inteligente, as Parcerias Público Privadas (PPPs) se apresentam como
uma alternativa viável para o uso pela administração pública e disponível no
ordenamento jurídico brasileiro.
Nas Parcerias Público Privadas – como modelo de contratação de
empresas privadas para o fornecimento de serviços públicos –, a empresa é
responsável pelo financiamento, execução e manutenção de infraestruturas
físicas e pela prestação de serviço à população. Portanto, considerando o
orçamento limitado dos municípios, essas parcerias são consideradas um
recurso administrativo estratégico para a transformação de uma cidade para a
condição de cidade inteligente, na medida em que esse processo necessita de
grandes investimentos financeiros. Quanto ao investimento privado no setor
público, podem existir aspectos negativos como o próprio interesse privado
determinando à coisa pública. A respeito dessa consideração, leia a obra
indicada a seguir.

Saiba mais

Para melhor compreensão dessa temática, leia: FONSECA FEITOSA, F.


da. Big data e urban analytics à brasileira: questões inerentes a um país
profundamente desigual. Revista de Morfologia Urbana, [s. l.], v. 8, n. 1, p.
e00141, 2020. Disponível em:
<http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/141>. Acesso
em: 8 fev. 2023.

Diversas cidades brasileiras seguiram esse percurso, conforme você


poderá observar acessando o ranking brasileiro com as 100 cidades mais

18
inteligentes e conectadas. Nas leituras a seguir, é possível encontrar diversos
artigos a respeito dos Anais do III Simpósio Internacional LAVITS: Vigilância,
Tecnopolíticas, Territórios, abordando sempre o impacto social do uso das
tecnologias inteligentes na gestão das cidades.

Saiba mais

Para saber mais sobre a temática, confira: Confira o ranking com as 100
cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil.
Disponível em:
<https://portal.connectedsmartcities.com.br/2022/10/08/confira-o-ranking-com-
as-100-cidades-mais-inteligentes-e-conectadas-do-brasil/>. Acesso em: 24 jan.
2023.
Anais do III Simpósio Internacional LAVITS: Vigilância, Tecnopolíticas,
Territórios. Disponível em: <http://lavitsrio2015.medialabufrj.net/anais/>. Acesso
em: 9 fev. 2023.

TEMA 4 – GÊMEOS DIGITAIS, URBAN ANALYTICS E AS CIDADES 5.0

A integração de modelos virtuais com Inteligência Artificial (IA), objetos


físicos com análises de Big Data 9 para processamento de dados IoT (Internet of
Things ou Internet das Coisas), motivou um dos mais importantes avanços
recentes no campo da tecnologia, o digital twin (DT) ou gêmeo digital.
O conceito foi utilizado primeira vez, ainda sem a nomenclatura de gêmeo
digital, pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), no
programa Apollo 13, em 1970. Foi criado um veículo espacial idêntico ao que
realizou a missão no espaço para ser monitorado na Terra, com o objetivo de
permitir a comunicação e o controle durante a missão espacial.
O termo “gêmeo digital” foi efetivamente criado pelo professor Michael
Grieves da Universidade de Michigan, Estados Unidos, em 2003, e
desenvolveu-se primeiro para aplicação na indústria, aviação aeroespacial e na
saúde. Portanto, a sua aplicação na indústria da construção civil é recente e pode
ser considerada um novo fenômeno nesse campo.

9 Big Data é o termo em Tecnologia da Informação (TI) que trata sobre grandes conjuntos de
dados que precisam ser processados e armazenados. Atualmente, o volume de dados gerado é
imenso e diverso, todos os dias bilhões de novas informações são geradas globalmente em todos
os Apps, Sistemas, TVs, Celulares, aparelhos com IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas)
os quais estão o tempo todo capturando, processando e armazenando novos dados.
19
Opoku et al. (2021) dizem que o gêmeo digital é resultado da aplicação
de cinco dimensões: a virtual, a física, a conexão entre elas, big data e os
serviços. Ou seja, os Gêmeos Digitais são criações virtuais de uma estrutura
(uma casa, um edifício, um carro, uma máquina) exatamente igual ao objeto real,
contendo todos os seus componentes, com suas características e
comportamento físico simulados no ambiente virtual. Por esse motivo, é possível
a integração de dados físicos com virtuais resultando em informações de dados,
que, por sua vez, possibilitam análises inteligentes e avançadas, contribuindo
com a gestão do artefato durante todo seu ciclo de vida.

Figura 5 – Uso do gêmeo digital já estabelecido na indústria automobilística

Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock.

Na indústria da construção, o gêmeo digital pode ter aplicação com


diferentes objetivos nas etapas de projeto, construção, operação e manutenção,
objetivos que vão desde o suporte para a tomada de decisão, gerenciamento
das informações de projeto, planejamento e acompanhamento da construção,
até o monitoramento do uso após a edificação construída.
Assim, como em outras indústrias que estão mais avançadas na utilização
do gêmeo digital como a indústria automobilística, na indústria da construção o
gêmeo digital pode ser aplicado em qualquer classe de ativo, ou seja, na
edificação (toda ou parte dela), nos recursos utilizados durante a fase de

20
construção (equipamentos, materiais, pessoas e processos), em infraestruturas
(pontes, estradas, viadutos) ou em cidades inteiras, tornando esses ativos
inteligentes, no sentido do uso e da troca da informação entre as coisas e entre
o gestor humano.
O conjunto de ferramentas, técnicas e procedimentos multidisciplinares
necessários para a análise de tantos e diversos dados para o estudo das
cidades, contemporâneas e futuras, é chamado de Urban Analytics e se efetiva
principalmente pelo sistema de informação geográfica 10 (GIS), Sensoriamento
Remoto 11 e Big Data. Especialistas relacionam esse campo de atuação a uma
nova modalidade de pesquisa urbana, que explora os recursos de Big Data que
estão sendo disponibilizados nas mídias sociais, crowdsourcing 12 e redes de
sensores e utiliza os recursos da atual tecnologia computacional.
O fato é que toda essa tecnologia será a base da Cidade 5.0. As
tecnologias usarão uma quantidade crescente de Aprendizado de Máquina
(Machine Learning – ML) e Inteligência Artificial (Artificial Intelligence – AI) para
fornecer informações que permitirão aos gestores tomar decisões mais rápidas,
aumentando a eficiência dos processos.
É fundamental ressaltar que, embora a tecnologia torne possível coletar e
fornecer as informações necessárias para as decisões, são os seres humanos
que continuarão a tomar essas decisões. A primeira decisão é sobre quais
tecnologias serão necessárias para atender às crescentes expectativas para
uma melhor qualidade de vida na Cidade 5.0, na medida em que as pessoas
estarão cada vez mais conscientes das metas de desenvolvimento sustentável

10 Um sistema de informação geográfica (GIS) cria, gerencia, analisa e mapeia todos os tipos de
dados. GIS conecta dados a um mapa, integrando dados de localização (onde as coisas estão)
com todos os tipos de informações descritivas (como as coisas são lá). Isso fornece uma base
para mapeamento e análise que é usada na ciência e em quase todos os setores. O GIS ajuda
os usuários a entender padrões, relacionamentos e contexto geográfico. Os benefícios incluem
melhor comunicação e eficiência, bem como melhor gestão e tomada de decisões. Para
conhecer mais, acesse o link disponível em: <https://www.esri.com/pt-br/what-is-gis/overview>.
Acesso em: 9 fev. 2023.
11 Sensoriamento remoto é um termo utilizado na área das ciências aplicadas que se refere à

obtenção de imagens à distância, sobre a superfície terrestre. Essas imagens são adquiridas por
meio de aparelhos denominados sensores remotos, colocados a bordo de aeronaves ou de
satélites. Para conhecer mais, veja o link disponível em:
<http://www3.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/apostila.htm#:~:text=Sensoriament
o%20remoto%20%C3%A9%20um%20termo,de%20aparelhos%20denominados%20sensores
%20remotos>. Acesso em: 9 fev. 2023.
12 Crowdsourcing é uma forma de conseguir serviços/ajuda de forma colaborativa para geração

de conteúdo, solução de problemas, desenvolvimento de novas tecnologias, geração de fluxo de


informação e afins. É um modelo de produção e de estruturação de processos que utiliza a
sabedoria e os aprendizados coletivos para a resolução de problemas ou desenvolvimento de
uma solução.
21
para seu país e para o mundo. Assim, os governos serão avaliados não apenas
por sua capacidade de oferecer uma qualidade de vida melhor, mais conectada,
mais justa socialmente e mais inclusiva, mas também por sua capacidade de
equilibrar as crescentes necessidades das populações e as expectativas de
melhoria dos serviços públicos e o aumento das demandas das políticas
ambientais.

TEMA 5 – PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO


CIVIL (PGRCC)

Uma sociedade sustentável indica que a resolução dos problemas


relacionados com a produção de resíduos urbanos seja prioridade. Desse modo,
é necessário que aconteça uma mudança de paradigma na proteção ambiental,
passando do controle para a prevenção. A ecoeficiência urbana se encaixa
nesse contexto, buscando não apenas minimizar o impacto ambiental dos
resíduos pelo seu tratamento e/ou disposição adequada, mas, principalmente,
mitigar a geração dos resíduos empregando ferramentas adequadas, tanto
tecnológicas como educacionais.
Os resíduos urbanos podem ser classificados em função do estado físico,
em resíduos sólidos (lixo reciclável e orgânico), efluentes líquidos e emissões
gasosas 13. Quando esses resíduos são despejados no meio ambiente de forma
inadequada, causam a contaminação do solo, das águas e a contaminação do
ar, trazendo prejuízos ambientais, sociais e econômicos. Nesse sentido, devem
ser analisados sob uma visão holística e trabalho em conjunto do campo das
ciências humanas, das naturais, da engenharia e da área biológica.
Os efluentes líquidos são definidos como águas com alterações em seus
aspectos físico, químico e microbiológico e, por esse motivo, podem causar
danos ao meio ambiente e às formas de vida vegetal, animal e aquática, além
de contaminar o solo e os mananciais de águas.
As emissões gasosas são poluentes da atmosfera, sendo principalmente
materiais particulados, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, metano e o gás
carbônico. Causam problemas graves à saúde da vida animal e vegetal. Quando

13 A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define os resíduos sólidos como:


Resíduos nos estados sólidos e semissólidos que resultam da atividade da comunidade de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição; também
os lodos provenientes de sistemas de tratamento de águas.
22
dispersos na atmosfera causam chuva ácida, trazendo problemas ao solo e às
águas e, principalmente, são responsáveis pelo aquecimento global, pois
constituem os gases do efeito estufa (GEE).

5.1 Ecologia urbana e práticas sustentáveis

A natureza possui ecossistemas harmônicos e equilibrados naturalmente,


entretanto, com as alterações antrópicas do meio natural e a urbanização em
larga escala, os ecossistemas são alterados causando desequilíbrio desses
ambientes e problemas socioambientais. A construção de moradias irregulares
ao lado de ecossistemas aquáticos, desflorestamento, impermeabilização do
solo, assoreamento de rios, córregos, lagoas, igarapés e o aumento do lixo
urbano são as principais causas desse desequilíbrio. Ações simples e
conscientes, quando praticadas por muitas pessoas, têm o potencial de tornar a
sustentabilidade uma realidade em qualquer lugar onde haja a presença humana
e garantirá a sobrevivência de nossa espécie.

Saiba mais

Para saber mais sobre a temática, veja: Resíduos sólidos urbanos no


Brasil: desafios tecnológicos, políticos e econômicos. Disponível em:
<https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/217-
residuos-solidos-urbanos-no-brasil-desafios-tecnologicos-politicos-e-
economicos>. Acesso em: 9 fev. 2023.

5.2 Tecnologias sustentáveis para o gerenciamento de resíduos urbanos

No Brasil, diversas consequências ambientais decorrem do acelerado


crescimento dos setores industriais e, consequentemente, da geração de
resíduos sólidos urbanos.
A disposição desses resíduos em aterros sanitários é uma prática comum
no nosso país, embora não seja capaz de assegurar que esses resíduos
depositados não causem prejuízos para o ambiente e saúde pública. Essa
maneira de dispor o lixo gera dois subprodutos: o gás metano e o lixiviado ou
chorume. O chorume é um resíduo líquido de alta composição orgânica, gerado
pela decomposição química e microbiológica dos resíduos sólidos orgânicos
depositados em um aterro, sendo que o contato desse efluente com corpos

23
d´água e solo são uma potencial fonte de poluição ao meio ambiente. Na figura
a seguir, temos uma usina completa para destinação de resíduos, desde o
tratamento, incineração e reciclagem.

Figura 6 – Vista exterior de uma usina de tratamento de resíduos, incineração e


reciclagem. Izmit, Turquia, 2017

Crédito: Sahan Nuhoglu/Shutterstock.

No ambiente urbano, os costumes e os hábitos de consumo de produtos


industrializados implicam a produção exacerbada de lixo, e a forma como esses
resíduos são tratados ou dispostos no ambiente pode gerar intensas agressões
ao contexto urbano. Nesse âmbito, a prática de educação ambiental relativa à
produção de lixo urbano é uma estratégia simples e com resultados efetivos,
voltada à conscientização sobre a necessidade de proteção do meio ambiente,
contribuindo para formar cidadãos e cidadãs mais conscientes sobre o seu papel
dentro da sociedade.

5.3 Saúde e a natureza urbana: uma abordagem socioambiental

As áreas verdes urbanas são fundamentais para a regulação do clima e


da poluição, garantia da saúde das pessoas, hábitat à biodiversidade, diminuição
do risco de erosão e inundação na malha urbana, além dos aspectos
24
paisagísticos de lazer e recreativos disponíveis à população. A disponibilidade
de áreas verdes na cidade é parâmetro para avaliação da qualidade de vida das
pessoas, garantindo um dos direitos fundamentais do cidadão, que é o da saúde
física e mental, determinada inclusive pelo direito ambiental brasileiro.
Para que isso ocorra, é necessário que as pessoas estejam conscientes
dos benefícios da relação homem/natureza, e os profissionais que atuam no
ambiente urbano precisam conhecer a percepção dos diferentes grupos sociais
para atuarem de forma direcionada, ampliando a efetividade das ações de
preservação ambiental.

TROCANDO IDEIAS

Conhecemos aqui os conceitos fundamentais para o futuro da construção


civil, voltados à promoção da sustentabilidade e da eficiência energética em
edificações. Identificamos que a nossa atuação ética envolve considerar essas
premissas em nossos projetos, a fim de não contribuir negativamente com a crise
climática planetária e prejudicar as condições de sobrevivência da vida no
planeta. São diversas e variadas as estratégias a serem incorporadas ao
processo projetual, mas minimamente devemos considerar a eficiência
energética da edificação reduzindo o consumo de energia e potencializando o
comportamento passivo por meio de estratégias bioclimáticas.
Uma questão fundamental levantada aqui é a de que se não cuidarmos
do nosso planeta, não haverá nenhuma relevância toda a tecnologia avançada
e cidades 5.0. Segundo Machado e Garrafa (2020), a contradição entre a
promessa de que o desenvolvimento tecnológico representa a solução para os
problemas humanos e a evidente certeza quanto à finitude de recursos naturais
cria uma gama de incertezas quanto às expectativas para o nosso futuro,
principalmente diante dos crescentes problemas ambientais que vêm surgindo.

Saiba mais

Aprofunde seu conhecimento lendo: MACHADO, I. L. de O.; GARRAFA,


V. Proteção ao meio ambiente e às gerações futuras: desdobramentos e
reflexões bioéticas. Saúde em Debate, v. 44, n. Saúde debate, v. 44, n. 124, jan.
2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104202012419. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/qwqC4w64RTNh7PJDQHgqdNF/?lang=pt#
Acesso em: 9 fev. 2023.
25
Por fim, veremos no tópico seguinte (Na prática) diversas possibilidades
de certificações, ressaltando que, mesmo não certificando seus projetos, os
critérios apresentados para obtê-las devem ser incorporados ao projeto.

NA PRÁTICA

Certificações para edificações sustentáveis: para uma edificação ser


considerada formalmente sustentável, é necessário atender a vários requisitos.
São diversas as certificações em escala mundial, no entanto, a grande maioria
apresenta requisitos para atendimento das demandas do usuário final, uso
inteligente da água, eficiência energética e requisitos que garantem o bem-estar,
gerando conforto para as pessoas no ambiente em que vivem ou trabalham. As
certificações são voluntárias e para recebê-las é necessário conhecê-las ou
contratar consultorias especializadas. As principais certificações utilizadas no
Brasil estão listadas e apresentadas brevemente, com a disponibilidade de links
para aprofundamento e acesso a materiais técnicos.
Certificação LEED: essa certificação, emitida em muitos países, exige
que o edifício possua eficiência energética e eficiência no uso da água. Além
disso, o projeto deve promover bem-estar ao usuário, os materiais usados devem
ser eficientes e é necessário que seja implantado no processo tecnologias
inovadoras.

Saiba mais

Para conhecer mais sobre a temática, acesse: Conheça a Certificação


LEED. Disponível em: <https://www.gbcbrasil.org.br/certificacao/certificacao-
leed/>. Acesso em: 24 jun. 2022.

Certificação PROCEL Edifica: voltada a diminuir o consumo de energia


elétrica nas edificações, também incentiva o uso consciente de recursos
naturais, como água, energia e ventilação natural. Nas edificações comerciais e
de serviços são analisadas três categorias: envoltória, ar condicionado e
iluminação. Para edifícios residenciais, é avaliado o sistema de aquecimento de
água e a envoltória. O empreendimento recebe a Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia (ENCE), que vai de E (pouco eficiente) até A (muito
eficiente). A ENCE é concedida em duas etapas: na etapa de projeto e/ou depois
de construído o empreendimento.

26
Saiba mais

Conheça mais sobre a temática, acessando: Site da certificação Procel


Edifica. Disponível em: <http://www.pbeedifica.com.br/>. Acesso em: 24 jun.
2022.

Selo Casa Azul + Caixa: os projetos são classificados de acordo com a


quantidade de itens que atende, em seis categorias de análise. É um sistema
criado e fiscalizado pela Caixa Econômica Federal e visa aumentar a qualidade
das edificações que financia.

Saiba mais

Para saber mais sobre a temática, veja: Selo Casa Azul + Caixa.
Disponível em: <http://www.pbeedifica.com.br/>. Acesso em: 24 jun. 2022.

Certificação Edge: criado para promover a certificação de edificações em


países emergentes, a certificação realiza a análise de três quesitos: energia,
água e materiais. Existe uma plataforma disponível gratuitamente para realizar
uma análise do edifício (no primeiro link disponível), mas é necessário pagar taxa
de inscrição e para certificação do projeto.

Saiba mais

Conheça mais sobre a temática, acessando: Certificação Edge.


Disponível em: <https://edgebuildings.com/edge-excellence-in-design-for-
greater-efficiencies-pt/?lang=pt-pt>. Acesso em: 24 jan. 2023.
Para continuar se aprofundando na temática, acesse:
<https://www.ugreen.com.br/certificacao-edge-uma-otima-opcao-para-
certificacoes-sustentaveis/>. Acesso em: 24 jun. 2022.

Certificação AQUA-HQ/Alta Qualidade Ambiental: é uma certificação


de abrangência internacional, promovida pela Fundação Vanzolini, com o
objetivo de obter construções com alta qualidade ambiental, baseada em
auditorias presenciais.
Existe uma calculadora disponível no site para estimativas preliminares
do projeto.

27
Saiba mais

Para se aprofundar mais na temática, acesse: Certificação AQUA-HQE.


Disponível em: <https://vanzolini.org.br/certificacao/sustentabilidade-
certificacao/aqua-hqe/>. Acesso em: 24 jan. 2023.

FINALIZANDO

A sustentabilidade não trata apenas da questão ambiental. Para ser


alcançada, é necessário atuar nos três pilares: setor econômico, social e
ambiental, considerando a grande contribuição da construção civil para o
desenvolvimento socioeconômico do país.
Nesse contexto, é preciso compreender que, atualmente, as edificações
são grandes consumidoras de recursos naturais (água, madeira, combustíveis
fósseis) e de produtos industrializados. Segundo o Ministério do Meio Ambiente,
estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados provêm da construção
civil. Isso ressalta a importância da conscientização desse setor para a
diminuição dos impactos negativos causados por essa atividade, proteção do
ambiente e redução das alterações climáticas a partir da revisão dos modos de
construir e gerenciar as cidades.
Complementamos com indicação de leituras importantes para a
construção do seu conhecimento a respeito de projetos eficientes, sustentáveis
e futuros. Queremos que você entenda que toda essa informação precisa ser
compreendida e explorada na prática do projeto, caso contrário, não há sentido
em conhecê-la. Acesse todos os documentos e sites sugeridos para que tenha
uma visão completa e ampliada do conteúdo ofertado aqui.
Trazemos a experiência do projeto Casa Eficiente, onde a projetação é
demonstrada a partir da sustentabilidade e eficiência energética. No site está
disponibilizado um relevante material técnico e, portanto, sugiro que baixe os
arquivos e conheça o conteúdo.

28
REFERÊNCIAS

BRUNDTLAND, G. H. Our Common Future: The World Commission on


Environment and Development. Oxford University Press. 1987. 398. Disponível
em: <https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/5987our-
common-future.pdf>. Acesso em: 24 jan. 2023.

COMISSÃO Econômica para a América Latina e o Caribe/Centro de Gestão e


Estudos Estratégicos (CEPAL/CGEE). Panorama dos investimentos em
inovação em energia no Brasil: dados para um grande impulso energético.
Documentos de Projetos (LC/TS.2020/62; LC/BRS/TS.2020/4). Santiago, 2020.
Disponível em:
<https://www.cepal.org/sites/default/files/publication/files/45908/S2000343_pt.p
df>. Acesso em: 25 jan. 2023.

CONNECTED SMART CITIES. Confira o ranking com as 100 cidades mais


inteligentes e conectadas do Brasil. Disponível em:
<https://portal.connectedsmartcities.com.br/2022/10/08/confira-o-ranking-com-
as-100-cidades-mais-inteligentes-e-conectadas-do-brasil/>. Acesso em: 24 jan.
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651/Atlas2021_PT_2022_02_04.pdf>. Acesso em: 21 jan. 2023.

EPE, Empresa de Pesquisa Energética. 2022. BEN 2022. Relatório Síntese. Ano
base 2021. Disponível em: <https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-
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inerentes a um país profundamente desigual. Revista de Morfologia Urbana,
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Acesso em: 21 jan. 2023.

YOUTUBE. Biomimética e o Futuro da Arquitetura Sustentável. Canal


UGREEN. Disponível em: <https://youtu.be/1q9Vz_Ly27M>. Acesso em: 24 jan.
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