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por Lis Cavalcante
Usuário Flickr Alan Levine, licença Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0)
Foi na Conferência de Estocolmo, organizada pela ONU em 1972, que iniciou-se a discussão da
degradação ambiental como problema global, reconhecendo a necessária busca por um
desenvolvimento econômico mais equilibrado, que respeitasse os recursos naturais do
planeta. Mais tarde, o conceito de desenvolvimento sustentável foi formalizado a partir
do Relatório Brundtland, em 1987, com a definição clássica de desenvolvimento sustentável
como “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações”.
Em 1992, um novo encontro mundial aconteceu no Rio de Janeiro, a ECO-92, cujo principal
documento produzido foi a Agenda 21, que estabeleceu a importância de cada país a se
comprometer com a um novo padrão de desenvolvimento, refletindo sobre os problemas
socioambientais. A partir daí, inúmeras iniciativas foram sendo criadas nas últimas décadas,
além de diversas conferências, certificações, produtos, tecnologias, etc.
No entanto, é necessário tomar cuidado com produtos e ações “verdes” que se dizem
responsáveis ambientalmente, mas que no fundo não passam de ferramentas de marketing
para alavancar vendas ou justificar práticas irresponsáveis. Greenwashing, portanto, é o termo
em inglês que descreve o ato de induzir consumidores a acreditarem nas práticas ambientais
de uma empresa ou nos benefícios ambientais de um produto ou serviço de forma errônea.
Um exemplo clássico foi o caso da empresa Mobil Chemical, que lançou sacolas
“biodegradáveis” que na verdade se comportavam como sacolas comuns, não sendo
decompostas se jogadas em aterros sanitários, somente quando deixadas no sol, e ainda assim
eram apenas reduzidas a pedaços menores de plástico. O próprio porta-voz da empresa
admitiu que a tal biodegradabilidade era nada mais que uma ferramenta de marketing para
vender mais sacolas.
No entanto, a dimensão social é uma das menos exploradas, é a mais difícil de medir e está
geralmente atrelada às dimensões econômicas e ambientais - a sociedade como uma ameaça
aos recursos naturais ou o ser humano como objeto do aumento da produtividade para
redução de custos.
Autores como Magis e Shinn (2008) afirmam que a sociedade deve ser sustentada por direito
próprio e, por isso, a sustentabilidade social tem papel fundamental na sustentabilidade como
um todo, uma vez que são os seres humanos, individual ou coletivamente, que irão determinar
níveis de bem-estar econômico ou ambiental. Para Larsen (2008), sustentabilidade deve
pensar primeiro nas pessoas, como elas fazem suas escolhas e suas respectivas consequências.
Esses autores também apontam que há quatro condições principais que apoiam o bem-estar
social e, consequentemente, a sustentabilidade social. Essas condições possibilitam a criação
de movimentos que equilibram interesses múltiplos e diversos, guiam políticas e encorajam a
resiliência:
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REFERÊNCIAS
- MAGIS, Kristen; SHINN, Craig. In: Understanding the Social Dimension of Sustainability.
Emergent Principles of Social Sustainability. Nova York, 2008. p-15- 44.
- LARSEN, Gary L. In: Understanding the Social Dimension of Sustainability. An Inquiry into the
Theoretical Basis of Sustainability. Nova York, 2008. p-45- 81.