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SUSTENTABILIDADE E SOCIEDADE

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Sumário
SUSTENTABILIDADE E SOCIEDADE ..................................................................... 1
NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 3
Mas o que é desenvolvimento sustentável? ........................................................ 4
Tripé da sustentabilidade ...................................................................................... 6
Sustentabilidade empresarial ................................................................................ 8
Exemplos de sustentabilidade ............................................................................ 10
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 33

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade refere-se ao princípio da busca pelo equilíbrio entre a


disponibilidade dos recursos naturais e a exploração deles por parte da socie-
dade. Ou seja, visa a equilibrar a preservação do meio ambiente e o que ele
pode oferecer em consonância com a qualidade de vida da população.

O termo sustentabilidade surge da necessidade de discussão a respeito


da forma como a sociedade vem explorando e usando os recursos naturais, pen-
sando em alternativas de preservá-lo evitando, assim, que esses recursos esgo-
tem-se na natureza. A definição de sustentabilidade está atrelada ao conceito de
desenvolvimento sustentável.

Atualmente, muito é comentado sobre desenvolvimento sustentável,


visto o despertar de consciência da sociedade como um todo para a ideia de que
os recursos naturais não são infinitos como muitos pensavam. As inúmeras dis-
cussões por parte da comunidade científica acerca das questões relacionadas
ao meio ambiente e sua intensa degradação por parte da ação antrópica também
colocaram esse termo em evidência.

Mas o que é desenvolvimento sustentável?

Desenvolvimento sustentável refere-se ao desenvolvimento socioeconô-


mico, político e cultural atrelado à preservação do meio ambiente. Sendo assim,
as práticas capitalistas associadas ao consumo devem estar em equilíbrio com
a sustentabilidade, visando aos avanços no campo social e econômico sem pre-
judicar a natureza. É a garantia do suprimento das necessidades da geração
futura por meio da conservação dos recursos naturais.

Esse termo surgiu no relatório desenvolvido pela Comissão Mundial so-


bre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento apresentado em 1987, conhecido

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como Relatório de Brundtland ou Nosso Futuro Comum. O relatório traz a defi-
nição de desenvolvimento sustentável como:

De acordo com o relatório, para que o desenvolvimento sustentável seja alcan-


çado, é preciso primeiramente atender às necessidades básicas da sociedade,
nos setores da saúde, educação, no que diz respeito à alimentação e moradia.
E para isso, a Organização das Nações Unidas definiu, ao longo de inúme-
ras conferências ambientais, diversos objetivos a serem alcançados a fim de que
os países consigam alcançar um desenvolvimento atrelado à sustentabilidade.

Leia mais: O que é desenvolvimento sustentável e economia verde?

Em 2015, a ONU divulgou uma agenda|1| em que consta dezessete ob-


jetivos a serem adotados pelos países até 2030 para que o desenvolvimento
sustentável seja atingido.

São alguns dos objetivos propostos por essa agenda:

 Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas,


em todos os lugares.

 Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança ali-


mentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

 Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-


estar para todos, em todas as idades.

Contudo, é válido ressaltar que o conceito de desenvolvimento susten-


tável é bastante criticado. Muitos acreditam que não há como desenvolver a eco-
nomia sem haver prejuízos ao meio ambiente, portanto, a ideia de promover a
sustentabilidade seria frustrada, visto que o desenvolvimento socioeconômico
depende da exploração cada vez maior dos recursos naturais conforme haja au-
mento da população e aumento do consumo.

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Outro aspecto relevante a ser esclarecido é que muitos utilizam susten-
tabilidade e desenvolvimento sustentável como sinônimos. No entanto, o termo
sustentabilidade surgiu após a discussão acerca do desenvolvimento sustentá-
vel.

Saiba mais: O papel do cidadão no desenvolvimento sustentável

O conceito de sustentabilidade surgiu oficialmente em 2002, na Confe-


rência conhecida como Rio+10 ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sus-
tentável, que aconteceu em Johanesburgo, na África do Sul. Esse termo abran-
gia não somente a questão do desenvolvimento econômico, mas preocupava-se
com as perspectivas ecológicas e sociais, apontando para a busca da igualdade
social.

Sendo assim, podemos dizer que a sustentabilidade é a meta e o desen-


volvimento sustentável é o meio para que ela seja alcançada.

Tripé da sustentabilidade

A sustentabilidade é tratada por meio de três dimensões que indicam um


equilíbrio harmonioso entre as esferas social, ambiental e econômica. Esse tripé
corresponde a uma tendência das empresas que passaram a se comprometer
com a sustentabilidade.

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O tripé da sustentabilidade corresponde a três dimensões: ambiental, social e
econômica.

As principais características das três dimensões são:

→ Sustentabilidade ambiental: refere-se à preservação do meio ambi-


ente de maneira que a sociedade encontre o equilíbrio entre o suprimento de
suas necessidades e o uso racional dos recursos naturais, sem prejudicar a na-
tureza.

→ Sustentabilidade social: refere-se à participação ativa da população


no que tange ao desenvolvimento social por meio da elaboração de propostas

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que visem ao bem-estar e igualdade de todos em consonância com a preserva-
ção do meio ambiente.

→ Sustentabilidade econômica: refere-se ao modelo de desenvolvi-


mento econômico que visa à exploração dos recursos naturais de maneira sus-
tentável, sem prejudicar o suprimento das necessidades da geração futura.

Sustentabilidade empresarial

Sustentabilidade empresarial refere-se às ações e políticas sustentá-


veis (economicamente, socialmente e ambientalmente) adotadas por uma em-
presa ao longo das operações, desenvolvimento e produção de suas mercado-
rias ou serviços.

Segundo o coordenador do Programa Produção e Consumo Sustentá-


veis do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas,
Aron Belinky, a sustentabilidade empresarial está relacionada à atenção que a
empresa dá aos possíveis impactos negativos que poderão ser causados no
meio ambiente e às pessoas mediante o desenvolvimento de suas atividades.
Belinky afirma:

Exercer a sustentabilidade empresarial significa analisar os negócios da


empresa levando em conta como fazer com que os impactos negativos de sua
atividade sejam os menores possíveis. É estar atento às necessidades e bem-
estar da população no meio onde ela está inserida.”“

Saiba também: A relação entre o crescimento econômico na China e o desafio


da sustentabilidade

Essa preocupação com os possíveis impactos causados especialmente


pelo setor produtivo, após a intensa industrialização vivida no país, surgiu
quando catástrofes naturais, conflitos por recursos naturais e sua escassez, da-
nos ao meio ambiente e o aumento da desigualdade social vista pelo aumento
da violência e da pobreza passaram a ficar em evidência.

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Atualmente, as grandes empresas apresentam em sua política um pro-
grama de sustentabilidade com o objetivo de criar uma cadeia de produção que
impacte minimamente a natureza, visando ao bem-estar de seus consumidores
e bem como de seus funcionários, evitando também prejuízos econômicos. Essa
questão deixou de ter um aspecto filantrópico e assumiu uma posição estratégica
a fim de alcançar o engajamento necessário com o seu mercado consumidor.

Uma empresa consegue de fato comprovar os resultados de suas ações


de inúmeras formas a fim de ter a garantia de que as políticas de sustentabilidade
estão sendo alcançadas. É por meio dessas formas que a empresa encontra sua
própria garantia assim como a garantia para os consumidores de que as metas
sustentáveis de um possível negócio ou produto estão sendo atingidas.

O tripé da sustentabilidade faz parte dessa tendência apresentada pelas


empresas. Veja as ações dispostas segundo a dimensão sustentável:

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A sustentabilidade empresarial representa as ações sustentáveis volta-
das às dimensões sociais, ambientais e econômicas adotadas por uma empresa.

Segundo o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São


Paulo, o tripé da sustentabilidade empresarial é definido como:

Sustentabilidade social: Trata-se do capital humano de um empreendi-


mento, comunidade, sociedade como um todo. Por exemplo: salário justo, adequa-
ção à legislação brasileira, bem-estar dos funcionários, ambiente de trabalho agra-
dável, preocupação com a saúde do trabalhador, impactos das atividades empresa-
riais nas comunidades limítrofes.

Sustentabilidade ambiental: Refere-se ao capital natural de um empreendi-


mento ou sociedade. Sabe-se que toda atividade econômica provoca algum impacto
ambiental negativo, sendo assim a empresa deve pensar em formas de amenizar
esses impactos. Isso pode ser feito repondo matéria-prima ou usá-la racionalmente,
medir a quantidade de gases poluentes que são emitidos e adotar medidas para
evitar essa emissão.

Sustentabilidade econômica: Refere-se ao alcance do lucro por meio da pro-


dução, distribuição e consumo dos produtos pensando em ações que minimizem a
exploração do meio ambiente.

Exemplos de sustentabilidade

As ações sustentáveis não perpassam apenas por grandes projetos pro-


movidos por países, órgãos e instituições. Essas ações começam individual-
mente, do local para o global. São inúmeras as práticas sustentáveis que podem
ser adotadas tanto individualmente quanto coletivamente, pensando no bem-es-
tar social associado à preservação do meio ambiente.

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São alguns exemplos:

 Economizar água e energia;

 Reutilizar água para outras atividades;

 Recolher água da chuva para atividades de limpeza;

 Evitar uso de materiais que não são biodegradáveis;

 Adotar o hábito de plantar árvores, especialmente as espé-


cies que se encontram em risco de extinção;

 Aproveitar a luz solar bem como adote em suas residências,


se possível, fontes de energia alternativas;

 Diminuir o consumo de produtos que utilizem plásticos, visto


que esses demoram a se decompor na natureza;

 Reciclar o lixo;

 Optar por produtos com embalagens retornáveis;

 Adotar meios de transportes alternativos, como a bicicleta


ou coletivos;

 Dar preferência ao uso de biocombustíveis.

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A sustentabilidade representa o equilíbrio encontrado na exploração dos
recursos naturais e a preservação do meio ambiente.

SUSTENTABILIDADE SOCIAL

Por definição, sustentabilidade social é um conjunto de ações que tem


como propósito melhorar a qualidade de vida da população como um todo, vi-
sando reduzir as desigualdades sociais e ampliar o acesso aos direitos e servi-
ços básicos, como educação e saúde, por exemplo.

O ponto a ser observado é que não existe sociedade igualitária ou justa


sem a participação do mercado e das empresas.

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Porém, é bom ressaltar que ações socialmente sustentáveis não são im-
portantes apenas para as pessoas de mais baixa renda, uma vez que, assim que
colocadas em prática, acabam por favorecer a vida de toda a população, indis-
criminadamente.

Quer saber que tipo de ações poderosas são essas? Então confira nosso
post e aprenda sobre mais essa vertente da sustentabilidade:

A sociedade como um todo

De acordo com a definição de desenvolvimento sustentável, cada cida-


dão, enquanto consumidor, membro de uma empresa ou do governo, precisa
repensar seu comportamento, passando a adotar práticas que fortaleçam a sus-
tentabilidade de todos os processos — tanto sociais quanto políticos, econômi-
cos e ambientais.

Todas as companhias devem ter a consciência de que, para praticar a


sustentabilidade social, todos os seus funcionários, assim como a comunidade
que as cercam, devem gozar de uma vida com qualidade. Sem contar que todos
os seus próprios processos e os das empresas com quem negocia devem estar
de acordo com essas boas práticas.

Para apostarmos em uma sociedade mais sustentável, não basta cobrar


posições de empresas ou novas leis dos políticos, já que exatamente em hábitos
aparentemente inofensivos é que moram algumas das mazelas mais difíceis de
erradicar.

A sustentabilidade social nas empresas

Já está mais do que comprovado que aquelas empresas comprometidas


com a responsabilidade e a sustentabilidade social se valorizam mais do que as
outras — especialmente após a aprovação na Norma ISO 2600, em 2010, para

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a implementação e manutenção de um Sistema de Gestão da Sustentabilidade
e Responsabilidade Social (SGRS).

Para a certificação do SGRS, deve-se demonstrar, essencialmente, o


atendimento às normas legais e sociais ligadas ao trabalho forçado, ao trabalho
infantil, à saúde ocupacional e segurança, ao direito de negociação e de associ-
ação coletiva, à discriminação, às práticas disciplinares, à jornada de trabalho e
aos salários.

Entretanto, o atendimento à legislação vigente não conta toda a história.


Veja, por exemplo, essa impressionante apresentação do New York Times. As
tampas dos bueiros da cidade de Nova York — entre outras tantas peças de
ferro fundido — são feitas em países em desenvolvimento, como a Índia.

Ou seja, os funcionários da prefeitura e seus fiscais vivem em boas con-


dições, com salários justos e qualidade de vida excepcional, enquanto os operá-
rios indianos, distantes da Grande Maçã, trabalham em condições subumanas,
de quase escravidão.

Esse abismo de desenvolvimento humano é um dos principais desafios


da humanidade nos próximos séculos e um dos principais motivos pelos quais é
tão difícil atingir um estado de verdadeira sustentabilidade.

O caminho do engajamento

Quando se pensa em sustentabilidade, a primeira associação que se faz


costuma ser sempre relativa à preservação ambiental. Mas é preciso destacar
que, ainda que seja um ponto extremamente importante, isso não é tudo. Foi a
partir da consciência de que tanto as pessoas quanto o ambiente em que vivem
merecem atenção, que surgiu o conceito da sustentabilidade social.

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Várias podem ser as ações baseadas nesse ramo da sustentabilidade,
como programas de geração de emprego, de oferta de um ambiente profissional
saudável e seguro e de apoio à formação profissional do empregado, por exem-
plo. Para reforçar essas atitudes, pode-se, também, investir em programas vol-
tados às questões ambientais

— como financiamentos para agricultores e ações de conscientização


sobre a importância da preservação da água

— e às questões educativas

— participando da construção de uma visão crítica dos hábitos de vida


e de consumo, a fim de se incutir a noção de uma cultura mais igualitária nos
estudantes, por exemplo.

Também é uma boa ideia aplicar recursos e esforços na implantação de


programas voltados para uma maior inclusão social e para projetos educativos
gratuitos e de qualificação profissional, especialmente direcionados à população
de baixa renda, além de um mundo de possibilidades, todas igualmente relevan-
tes.

Responsabilidade cabe a cada um

É importante reforçar que a sustentabilidade social, assim como a ambi-


ental, depende também de todos, cada um devendo fazer a sua parte e estimular
os outros a fazerem o mesmo, já que a mobilização é um fator muito importante
para a efetivação dessas propostas.

Sendo assim, não fique parado, mexa-se! É questionando padrões e co-


brando mudanças que você ajudará na construção de uma sociedade verdadei-
ramente sustentável.

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É a distribuição de renda com redução das diferenças sociais e melhoria
da qualidade de vida

Imagem de Peter H por Pixabay

A sustentabilidade social é definida, basicamente, como a distribuição


de renda com redução das diferenças sociais e melhoria da qualidade de vida.

A área social, interpretada como um conceito intrínseco à sustentabili-


dade, começou a ganhar vigor principalmente com o advento do Relatório Brun-
dtland, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente, e do
documento Agenda 21, um dos principais resultados da conferência Eco-92,
em 1992.

Ao ser definida, a sustentabilidade social precisa estar essencialmente


vinculada ao conceito de sustentabilidade ambiental. Isso porque o conceito de
sustentabilidade social é apenas uma área temática dentro do conceito de sus-
tentabilidade.

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Sustentabilidade

Imagem editada e redimensionada de rawpixel, está disponível no Unsplash

Ignacy Sachs, um dos principais teóricos da sustentabilidade, define sus-


tentabilidade como “um conceito dinâmico, que leva em conta as necessidades
crescentes das populações, num contexto internacional em constante expansão”
e que tem nove dimensões principais: sustentabilidade social, cultural, ecoló-
gica, ambiental, econômica, territorial, política nacional e política internacional.

De acordo com os autores Robert Chambers e Gordon Conway, para


ser completa, a sustentabilidade tem que ser complementada pela sustentabili-
dade social. Para saber mais sobre esse tema leia a matéria: “O que é sustenta-
bilidade ambiental?"

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Sustentabilidade social

Para Ignacy Sachs, a sustentabilidade social está vinculada ao padrão


estável de crescimento e à melhor distribuição de renda com redução das dife-
renças sociais.

Para os autores Robert Chambers e Gordon Conway, a sustentabilidade


social se refere não somente ao que o ser humano pode ganhar, mas como pode
ser mantida sua qualidade de vida. Isto gera duas dimensões: uma negativa e
outra positiva. A dimensão negativa é reativa, como resultado de tensões e cho-
ques, e a dimensão positiva é construtiva, aumentando e fortalecendo capacida-
des, gerando mudanças e assegurando sua continuidade.

A sustentabilidade de indivíduos, grupos e comunidades está sujeita a


tensões e choques. Essa vulnerabilidade tem dois aspectos: um externo, em que
as tensões e choques são o sujeito, e outro interno, que é a sua capacidade de
resistir.

As tensões são tipicamente contínuas e cumulativas, previsíveis e dolo-


rosas, como escassez sazonal, crescimentos populacionais e decréscimos de
recursos, enquanto choques são eventos tipicamente súbitos, imprevisíveis e
traumáticos, como incêndios, inundações e epidemias.

Qualquer definição de sustentabilidade tem que incluir a habilidade para


evitar, ou mais comumente resistir, a essas tensões e choques, ou seja, a resili-
ência do grupo. Já a dimensão positiva da sustentabilidade social está em sua
capacidade para prever, adaptar e aproveitar mudanças no ambiente físico, so-
cial e econômico.

Os indicadores de sustentabilidade não são suficientes para garantir


a sustentabilidade social, ambiental e econômica. É preciso repensar as técni-
cas, os meios de produção e sua finalidade.

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SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A sustentabilidade ambiental possui várias definições. Confira e entenda


semelhanças e diferenças entre elas

Imagem editada e redimensionada de Marcus Dall Col, está disponível no Uns-


plash

No Brasil, o conceito de sustentabilidade ambiental começou a ser de-


senvolvido na área de administração na década de 1990 - período em que foram
publicados os principais livros e relatórios internacionais sobre o tema.

Entre os principais escritos que tratam de definir sustentabilidade ambi-


ental estão os apresentados na CMMAD (Comissão Mundial sobre Meio Ambi-
ente e Desenvolvimento) e na Agenda 21. Há destaque também para a definição

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cunhada pelo economista francês Ignacy Sachs - entre outros autores - que de-
fine sustentabilidade ambiental como a capacidade dos ecossistemas de se
manterem diante das agressões humanas.

Sustentabilidade ambiental

De acordo com Ignacy Sachs, a sustentabilidade ambiental refere-se à


capacidade de sustentação dos ecossistemas - que é a capacidade de absorção
e recomposição. Sachs afirma que "a sustentabilidade ambiental pode ser alcan-
çada por meio da intensificação do uso dos recursos potenciais para propósitos
socialmente válidos; da limitação do consumo de combustíveis fósseis e de ou-
tros recursos e produtos facilmente esgotáveis ou ambientalmente prejudiciais,
substituindo-se por recursos ou produtos renováveis e/ou abundantes e ambien-
talmente inofensivos; redução do volume de resíduos e de poluição; e intensifi-
cação da pesquisa de tecnologias limpas".

O que são serviços ecossistêmicos? Entenda

O que são limites planetários?

Em justaposição ao conceito de Sachs, a CMMAD afirma que para que


haja sustentabilidade ambiental é preciso que não existam riscos para os ele-
mentos naturais que sustentam a integridade global do ecossistema, que são a
qualidade do ar, dos solos, das águas e dos seres vivos.

A CMMDA afirma ainda que é necessário encontrar novas tecnologias


para reduzir a pressão sobre o meio ambiente, que minimizem o esgotamento e
propiciem substitutos para esses recursos.

De maneira contígua, a Agenda 21 define sustentabilidade ambien-


tal como a relação sustentável entre padrões de consumo e produção em termos
energéticos; de maneira que sejam reduzidas, ao mínimo, as pressões ambien-
tais, o esgotamento dos recursos naturais e a poluição.

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De acordo com o documento Agenda 21, os governos, em conjunto com
o setor privado e a sociedade, devem atuar para reduzirem a geração de resí-
duos e de produtos descartados, por meio da reciclagem, nos processos indus-
triais e na introdução de novos produtos ambientalmente saudáveis.

Reciclagem: o que é e qual a importância

As definições de sustentabilidade ambiental da CMMAD e da Agenda 21


dão foco para as dimensões ambientais, econômicas e sociais - enquanto alguns
autores importantes como Ignacy Sachs reconhecem outras dimensões da sus-
tentabilidade, como a espacial e a cultural.

Desenvolvimento sustentável

No que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, a CMMAD consi-


dera que há princípios básicos a serem levados em conta: as necessidades bá-
sicas dos pobres de todo o mundo devem ser atendidas como prioridade e os
recursos naturais devem ser limitados para que possam atender as necessida-
des das gerações presentes e futuras.

Esses dois conceitos, somados ao conceito de desenvolvimento econô-


mico, convergem para o desenvolvimento sustentável, que busca o fim da po-
breza, a redução da poluição ambiental e do desperdício no uso de recursos.

A partir desse ponto de vista, o termo desenvolvimento sustentável ficou


consolidado e atrelado às dimensões ambiental, social e econômica, sem hierar-
quia e sobreposições entre essas três vertentes da sustentabilidade.

Diversas áreas incorporaram os princípios do desenvolvimento susten-


tável, que, até então, eram propostas alternativas ao desenvolvimento econô-
mico, criando novos campos do conhecimento como: agricultura sustentável, tu-
rismo sustentável, sustentabilidade empresarial e inclusive a sustentabilidade
ambiental.

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Nas organizações, esses temas ainda se subdividem em operações sus-
tentáveis, finanças sustentáveis e outros.

A rigor, a gestão sustentável nas empresas e as pesquisas na área


de sustentabilidade devem abarcar as três dimensões para justificar o uso do
termo sustentável. No entanto, para cada uma das três dimensões da sustenta-
bilidade, há uma definição específica.

SUSTENTABILIDADE E SOCIEDADE

Erramos quando pensamos que é fácil desenvolver uma cidade susten-


tável, numa época em que o foco está todo voltado para o tema, mas a sociedade
está pouco envolvida e informada sobre o assunto, gostando de discutir sobre
sustentabilidade de forma ampla, esquecendo do seu papel como pessoa e ci-
dadão neste processo.

As pessoas estão mais agressivas neste século XXI, repassando para a


cidade todo seu consumismo e individualismo.

Com este ato, acabamos criando crises ambientais gravíssimas, pois


ainda não estamos preparados e nem vivendo num país de primeiro mundo que
já conseguem colocar em prática o tripé da sustentabilidade, onde as pessoas,
o cultural e o econômico se desenvolvem em harmonia.

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Foto: Tim Gouw

Confundimos muito cidade sustentável, com o conceito de desenvolvi-


mento sustentável. Desenvolver uma cidade de forma equilibrada é pensar a
curto, médio e longo prazo na qualidade de vida que estamos dispostos a enca-
rar.

Mas qual seria a qualidade de vida que procuramos, se estamos cada


vez mais desenvolvendo cidades individualistas, dando vez a urbanização sem
limites, numa guerra com as questões ambientais, as tratando como se fossem
um entreve imposto ao desenvolvimento.

Está mais do que na hora de pensarmos em realmente desenvolvermos


o conceito trazido no artigo 225 da Constituição Federal, que nos garante e ao
mesmo tempo nos questiona e nos faz refletir de que forma garantiremos a ES-
TAS e as FUTURAS gerações um meio ambiente equilibrado?

Na verdade, todo nosso esforço está voltado tão somente as cidades


urbanizadas, que nos trazem o caos no trânsito, a falta de segurança, poucas

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áreas verdes para o convívio comum enquanto pessoas e, que muitas vezes nos
sufocam pela poluição e por não deixar ressoar a voz de que precisamos mudar.

Hoje, dentro do desenvolvimento das comunidades temos a garantia no


Estatuto das Cidades que a política de urbanização tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais do centro urbano e da propriedade
urbana, mediante garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o
direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura ur-
bana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.

Foto: Emmad Mazhari

Mas, se a lei garante, porque é tão difícil colocar em prática? Porque,


vivemos numa cultura em que tudo é bonito no papel e quando tentamos execu-
tar as mudanças e estas nos afetam diretamente, passamos a nos colocar na
defensiva e a encarrar como problema.

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Um exemplo disso é o saneamento básico, pois é do conhecimento de
todos que quando falamos em água, estamos dizendo que sem ela não existe
vida.

Hoje, de toda água limpa que entra em nossas casas, cerca de 80% sai
contaminada e todos queremos tratar o esgoto, afinal a água é um bem escasso,
mas porque somos tão resistentes a fazer parte deste sistema, ligando nossas
casas a rede coletora?

Porque para isso, haverá pagamento de taxa e, fazendo com que a mai-
oria da pessoas pense que então é melhor para o outro, bem distante de
nós….nos tornando isentos, mesmo que de forma inconsistente de um problema
que está a assombrar o ambiente que habitamos.

Então, de que forma pensar em cidades sustentáveis, planejadas se a


sociedade não está pronta para inserir-se no processo, qualidade de vida vai
muito além do carro do ano, do celular mais moderno de termos em nossa casa
uma cisterna ou aquecimento solar.

Cidades sustentáveis somente irão acontecer, quando estivermos pre-


parados para aceitar que nós dependemos do meio ambiente para sobreviver e
desenvolver nossas famílias, criar nossos filhos, e que podemos sim viver em
harmonia, basta haver equilíbrio e consciência de que somos capazes de evoluir
sem comprometer o espaço que habitamos.

O desenvolvimento sustentável constitui-se com um projeto social que


aponta para a organização ecológica e a descentralização territorial da produ-
ção, destinado a satisfazer as necessidades básicas, melhorar a qualidade de
vida social e promover a conservação ambiental, e desta forma proporcionando
a diversificação dos tipos de desenvolvimento e dos modos de vida das popula-
ções de acordo com o meio social em que vivem.

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O padrão de modernidade gerenciado pela hegemonia do desenvolvi-
mento de razão econômica sobre a organização da natureza, ocasiona a degra-
dação ambiental, que se manifesta como sintoma de uma crise de civilização.
Desta forma, destaca-se o papel desempenhado pelas diversas tecnologias exis-
tentes que foram criadas com a finalidade de atender os anseios econômicos e
sociais, de modo a não degradar os processos naturais existentes no planeta no
seu aspecto ecológico.

Diante do contexto social, econômico e ecológico que vivenciamos, a


questão da aplicação do paradigma do desenvolvimento sustentável dentro
deste, aliado com a educação ambiental, são os principais desafios da moderni-
dade no que diz respeito a preservação ambiental, para tanto, é necessária uma
modificação na postura social que deve partir de cada integrante desta socie-
dade, no sentido de tomar uma postura mais realista e integrada a questão am-
biental, e firmar um compromisso de modo a asseguramos para as futuras gera-
ções um meio ambiente sustentável.

Desde o decorrer dos primeiros períodos da história a preocupação com


a preservação ambiental já era nítida, e desta forma o conflito entre crescimento
econômico e proteção ambiental esteve presente ao longo dos séculos.

O aumento de bem-estar social proporcionado pelo vigoroso cresci-


mento, bem como desenvolvimento econômico mundial ocorrido no século XX,
é ameaçado pelas transformações ambientais ocorridas, em sua maioria, pela
consequência das práticas deliberadas das ações humanas.

No Brasil, desde o período colonial, já existiam instrumentos normativos


que objetivavam proteger os recursos ambientais, no entanto, naquele momento
a preocupação era de preservar em função de interesses econômicos provindos
da exploração ambiental.

Tal posicionamento perdurou até a década de 60, onde houveram mu-


danças drásticas na legislação ambiental com a criação do Estatuto da Terra

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(em 1964), e posteriormente o novo Código de Defesa Florestal (em 1965), o
que demostrava uma preocupação ambiental com o impacto das atividades an-
trópicas em relação ao meio ambiente.

A década de 70 trouxe consigo um propósito voltado a regulamentação


e controle ambiental, sobretudo com a conferência de Estocolmo, que influenciou
e viabilizou um posicionamento para que as nações começassem a estruturar
seus órgãos ambientais e a estabelecer suas legislações, objetivando o controle
da poluição ambiental.

Tal conferência teve impacto na sociedade brasileira e resultou na cria-


ção da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), que assumiu a incum-
bência de fixar normas e modelos relativos à preservação do meio ambiente.

Somente em 1981, tal posicionamento tornou-se mais concreto e efetivo


com o estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na lei nº
6.938, que fora sancionada pelo Congresso Nacional, e continha em seu texto
normativo preceitos estabelecendo a descentralização das ações, atribuindo aos
Estados e Municípios a função de executores de medidas e providências para a
proteção ambiental, bem como a conceituação de Estudos de Impacto Ambiental
e de Relatório de Impacto Ambiental, institutos que posteriormente tiveram fun-
damental importância nas medidas de controle e preservação ambiental.

Ainda na década de 80, a proteção ambiental, que era vista sob uma
perspectiva defensiva, baseadas apenas no estrito cumprimento das legislações
até então desenvolvidas, estimulando soluções meramente corretivas, passou a
ser considerada como uma necessidade do ponto de vista econômico, pois reduz
o desperdício de matérias-primas e transmite uma boa imagem para a empresa
que adere a proposta ambientalista.

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Desta forma a preocupação com preservação se globaliza no final da-
quele período, tendo como marco o Relatório de Brundtland, responsável pela
disseminação do conceito de Desenvolvimento Sustentável, e agiu de modo a
fazer uma alerta as nações para a busca de meios alternativos a consecução d
e tal desenvolvimento.

Com o advento da Constituição da República promulgada em 1988, a


preocupação com a preservação ambiental ganhou um instrumento normativo
especifico e com força hierárquica sobre as demais normas infraconstitucionais,
sintetizado o artigo 225 deste diploma legal, e em seu texto é nítida a influência
do conceito de Desenvolvimento Sustentável trazido pelo Relatório de Brun-
dtland, vislumbrando a coletividade social direito fundamental ao meio ambiente
equilibrado, e aderindo a este caráter de fundamentalidade, ao passo que ter
direito ao meio ambiente equilibrado reside no fato de tal direito ser indispensável
a uma qualidade de vida benéfica, ao qual, por sua vez, se torna um meio es-
sencial para condições de uma vida digna.

No ano de 1992, a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambi-


ente e Desenvolvimento”, também conhecida Rio-92, foi realizada na cidade do
Rio de Janeiro, e teve grande importância para o movimento de proteção ambi-
ental, pois resultou na criação da Agenda 21 e a Carta da Terra, contudo, fora a
partir deste movimento que surgiu uma nova forma de abordagem, o foco passou
a ser o aperfeiçoamento de todo o processo produtivo, objetivando reduzir o im-
pacto ambiental como um todo, exercendo de forma viável uma gestão ambien-
tal.

Neste prisma, é necessário voltar-se ao direito ao meio ambiente equili-


brado, enquanto direito fundamental, garantido constitucionalmente e galgado
sob perspectiva do desenvolvimento sustentável, direito este, categoricamente
discutido no percurso histórico social, no que toca a sua juridicidade e aplicabili-
dade, o que demonstra sua essencial importância nos campos de estudo, inter-
pretação e aplicação no meio social.

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Em um contexto moderno, pensar o desenvolvimento sustentável é com-
preender a correlação entre progresso econômico e meio ambiente e buscar mé-
todos de equilíbrio entre ambos os institutos, para que o homem enquanto ser
social, com liberdades mínimas, isto é, com condições suficientes para sobrevi-
vência, desenvolva preceitos basilares à vida social perante o desenvolvimento
econômico, sem degradar o meio ambiente.

Considerando o desenvolvimento sustentável enquanto direito funda-


mental, é necessário a existência de uma tutela jurídica específica e eficaz, que
determine e enquadre normas e procedimentos de aplicabilidade concreta, que
possa vir a garantir a execução de tal direito, bem como o controle das atividades
humanas voltadas a este. Para tal, o direito deve adotar práticas que melhor
conciliem o ordenamento jurídico com as possibilidades de desenvolvimento
sustentável.

Ante exposto, resta claro que a sustentabilidade necessita de instrumen-


tos para sua efetivação. A Constituição Federal da República, em seu artigo 225,
deixa clara sua preocupação com o desenvolvimento sustentável, e a atribui a
este caráter de princípio fundamental. O escopo maior do ordenamento jurídico
jurisdicional face ao desenvolvimento sustentável, é estabelecer parâmetros nor-
mativos que garantam os objetivos almejados pela proposta trazida com tal de-
senvolvimento, e desta forma harmonizar em termos de aplicação e finalidade a
preservação ambiental com o desenvolvimento econômico.

Tal instrumento normativo tem o intuito de desenvolver o país econômica


e socialmente, ao passo que, ressalvada a preservação, bem como a defesa do
meio ambiente para a presente e futuras gerações. O proposito precípuo é en-
contrar o ponto de equilíbrio entre a utilização racional do meio ambiente e a
atividade econômica, para a consecução do progresso econômico.

Desta forma, a constituição conclui que o meio ambiente é de uso co-


mum do povo e essencial à qualidade de vida, tornando além de princípio, um
direito fundamental, de obrigação, aplicação e garantia do Estado, tal como a

29
sua proteção. Portanto, o meio ambiente é um bem indisponível, devendo o in-
teresse público preservar e conservá-lo de modo ecologicamente equilibrado,
proporcionando uma sadia qualidade de vida.

Um projeto galgado no desenvolvimento sustentável para aplicação no


país em âmbito nacional, deve partir de debates na esfera local, com total parti-
cipação dos diversos setores existentes neste.

Os agentes que participam de tal discussão devem representar o poder


público, a sociedade civil e o setor produtivo, partindo da análise dos pressupos-
tos das três dimensões supracitadas que norteiam o desenvolvimento sustentá-
vel, de modo a criar um vínculo entre os agentes que participam de tal processo.
Deve-se intentar para a realização deste processo de modo uniforme, pois a ini-
ciativa em âmbito local pode ensejar diferença no decorrer deste, em relação ao
andamento de cada estado e em relação ao país como um todo, e consequen-
temente ocasionaria complicações funcionais, bem como a afetação do objetivo
precípuo do projeto.

Nesta vertente é fundamental mencionar a educação como fator de ex-


trema importância para consecução do desenvolvimento sustentável enquanto
mecanismo de crescimento social.

A sociedade necessita de uma educação que seja capaz de se compro-


meter com o fazer-se humano, na qualidade de ser passível e responsável pelas
suas escolhas, bem como solidário com seu círculo de convivência, e desta
forma, a educação enquanto produto da sociedade, é ferramenta importante
para consolidação da proposta almejada pelo desenvolvimento sustentável.

Por meio da educação ambiental, é possível incorporar as dimensões


sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, de modo a promo-
ver uma ação multidisciplinar em prol da sustentabilidade prevista na carta
magna, que significa que ao tratar de qualquer problema ambiental, deve-se con-
siderar todas as dimensões.

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Partindo destas premissas, a educação ambiental tem como propósito,
portanto, construir uma consciência social voltada a preservação ambiental, e
transformar-se em filosofia de vida de modo a levar a adoção de práticas ambi-
entalmente plausíveis com o contexto social em que vivemos, investindo nos
recursos e processos ecológicos do meio ambiente, e desta forma, proporcionar
o desenvolvimento e a escolha de planos de ação, que venham contribuir para
a formação do processo de desenvolvimento sustentável para a melhoria da qua-
lidade de vida social.

Assim, fundamentando-se no ideal proposto pela educação ambiental,


os membros desta sociedade devem entender que o Direito do amanhã deve ser
ético e legalmente protegido sendo um direito fundamental para as gerações fu-
turas.

No contexto atual, há uma necessidade da sociedade posicionar-se de


forma diferente com o meio ambiente e social, e com seus modelos de produção,
tendo em vista a sustentabilidade que preleciona às maneiras de pensar o
mundo, bem como as formas de exercício pessoal e social na qual os indivíduos
tenham atitudes norteadas por princípios éticos e comunidades com comprome-
timento coletivo fundamentado na tolerância e igualdade, sistemas sociais e or-
ganizações participativas e técnicas ambientais que reconheçam e sustentem
processos ecológicos de apoio à vida e aos princípios basilares da vida humana.

Portanto, a sustentabilidade se consubstancia mais que qualidade de um


modelo de desenvolvimento, ela vai além da preservação do meio ambiente.
Sustentabilidade enseja uma relação equilibrada consigo mesmo e com o outro
enquanto ser humano e com o ambiente.

Diante disso, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem


evidenciar a importância da educação nesta trama, mas para impulsioná-lo é
necessário um dispêndio em várias frentes, levando em conta todas as circuns-
tâncias da sustentabilidade.

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O presente trabalho inicia-se a partir de uma contextualização histórica
em relação aos preceitos basilares que antecederam o desenvolvimento susten-
tável. Ante exposto, pode-se observar diversos fatores que resultaram no con-
texto social vivido atualmente, dentre eles, o forte crescimento econômico, re-
presentado pela produção industrial em massa, o consumo exacerbado bem
como o crescimento populacional de forma indefinida.

No modelo atual de sociedade capitalista, o crescimento econômico é


fundamental para o desenvolvimento humano, no entanto, somente o cresci-
mento econômico não é suficiente, e para a obtenção de sociedade com quali-
dade de vida e de produção de crescimento deve-se observar todos os fatores
que contribuem para tal fato.

Diante disso, chega-se em consonância do entendimento de que o meio


ambiente é parte integrante da nossa vida e do qual necessitamos primordial-
mente, e desta forma o crescimento econômico é um desafio ao meio-ambiente,
uma vez que existem deficiências referentes à capacidade do meio em suportar
as imposições exercidas pelas atividades humanas, de modo que a implantação
dos conceitos de sustentabilidade faz-se necessário, pois pressupõem o uso
consciente dos recursos naturais necessários à vida humana, fundamentais para
garantia das presentes e futuras gerações.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Constituição da República Fe-


derativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988.

NASCIMENTO. Luis Felipe. Gestão Ambiental e Sustentabilidade.


Florianópolis, 2012.148p.

FREITAS. Juarez. Sustentabilidade: Direito ao Futuro. 3ª. ed. Belo


Horizonte, Fórum, 2016, 374 p.

CHACON, Suely Salgueiro. O Sertanejo e o Caminho das Águas: Po-


líticas Públicas, Modernidade e Sustentabilidade no Semiárido. Fortaleza.
Banco do Nordeste do Brasil, 2007.354 p.

SOUZA, Maria Cláudia da Silva Antunes de. Sustentabilidade meio


ambiente e sociedade: reflexões e perspectivas. 2015. E-book. 303 p.

BURSZTYN, Marcelo. Ciência, ética e sustentabilidade. 2ª ed. São


Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2001.

Sustentabilidade e Meio ambiente: Conceito e Prática. Disponível


em: https://blog.institutocotemar.com.br/sustentabilidade-e-meio-ambiente-con-
ceito-e-pratica/

Paradigmas ambientais nos relatos de sustentabilidade de organi-


zações do setor de energia elétrica. Disponível em: http://www.scielo.br/sci-
elo.php?pid=S1678-69712011000300007&script=sci_abstract&tlng=pt

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